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DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA VERSUS DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS: uma proposta de compartilhamento dos dois modelos Edson José Borges - Mestre em Ciências Contábeis e Controladoria FURB/ SC e-mail: [email protected] Arnoldo Schmidt Neto - Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais - PUC/ SP e-mail: [email protected] RESUMO A Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) e a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) apresentam entradas e saídas de recursos, recebimentos e os desembolsos por pagamentos. A presente pesquisa propõe efetuar uma comparação entre a DOAR e a DFC, evidenciando os principais problemas de natureza financeira existentes em cada relatório contábil. Complementarmente à análise, esta pesquisa apresenta um modelo único de movimentação de recursos de natureza monetária, aos dois modelos existentes, denominado Matriz de Estrutura de Capitais (MEC). O método de análise efetuado foi o de compartilhamento das informações fornecidas pelos relatórios estudados. Com isso, elaborou- se um modelo que compartilha apenas as informações por grupos de mesma natureza. Os grupos que ora foram identificados pelo modelo possuem duas naturezas: correntes e não correntes. O presente artigo contribui com uma nova ferramenta de análise dirigida a um público-alvo constituído pelos stakeholders e shareholders, já habituados às informações quantitativas e qualitativas contidas na DOAR, DFC e normas internacionais de contabilidade. Palavras-Chave: DOAR, DFC, MEC, Capital Circulante Líquido. ABSTRACT The Statement of Sources and Applications of Resources (DOAR) and the Statement of the Cash Flow (DFC) have receipts and issues of resources, receivings and disbursements for payments. The present study proposes to make a comparison between the DOAR and the DFC, showing the main financial problems existing in each financial report. In a complementary fashion to the analysis, this study presents a single model of transactions of monetary resources, in the two models existing, called Matrix of Structure of Capital (MSC). The method of analysis executed was the comparison of the information provided by both reports, where in the preparation of the single model, only the information by groups of the same type is together. The groups which were identified have two types: current and not current. The Model developed to put the information side-by-side allows all the transactions of resources of resources done during the GL period in the short-, medium- and long-term to be viewed, as well as showing the current variation in the cash and the net working capital. The present article contributes with a new tool of analysis aimed at the target group of stakeholders and shareholders, already familiar with the quantitative and qualitative information contained in the SSAR, SCF and the international norms of accounting. Keywords: SSAR; SCF; Net Working Capital.

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DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA VERSUS DEMONSTRAÇÃO DE

ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS: uma proposta de compartilhamento dos

dois modelos

Edson José Borges - Mestre em Ciências Contábeis e Controladoria – FURB/ SC

e-mail: [email protected]

Arnoldo Schmidt Neto - Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais - PUC/ SP

e-mail: [email protected]

RESUMO

A Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) e a Demonstração do Fluxo

de Caixa (DFC) apresentam entradas e saídas de recursos, recebimentos e os desembolsos por

pagamentos. A presente pesquisa propõe efetuar uma comparação entre a DOAR e a DFC,

evidenciando os principais problemas de natureza financeira existentes em cada relatório

contábil. Complementarmente à análise, esta pesquisa apresenta um modelo único de

movimentação de recursos de natureza monetária, aos dois modelos existentes, denominado

Matriz de Estrutura de Capitais (MEC). O método de análise efetuado foi o de

compartilhamento das informações fornecidas pelos relatórios estudados. Com isso, elaborou-

se um modelo que compartilha apenas as informações por grupos de mesma natureza. Os

grupos que ora foram identificados pelo modelo possuem duas naturezas: correntes e não

correntes. O presente artigo contribui com uma nova ferramenta de análise dirigida a um

público-alvo constituído pelos stakeholders e shareholders, já habituados às informações

quantitativas e qualitativas contidas na DOAR, DFC e normas internacionais de

contabilidade.

Palavras-Chave: DOAR, DFC, MEC, Capital Circulante Líquido.

ABSTRACT

The Statement of Sources and Applications of Resources (DOAR) and the Statement of the

Cash Flow (DFC) have receipts and issues of resources, receivings and disbursements for

payments. The present study proposes to make a comparison between the DOAR and the

DFC, showing the main financial problems existing in each financial report. In a

complementary fashion to the analysis, this study presents a single model of transactions of

monetary resources, in the two models existing, called Matrix of Structure of Capital (MSC).

The method of analysis executed was the comparison of the information provided by both

reports, where in the preparation of the single model, only the information by groups of the

same type is together. The groups which were identified have two types: current and not

current. The Model developed to put the information side-by-side allows all the transactions

of resources of resources done during the GL period in the short-, medium- and long-term to

be viewed, as well as showing the current variation in the cash and the net working capital.

The present article contributes with a new tool of analysis aimed at the target group of

stakeholders and shareholders, already familiar with the quantitative and qualitative

information contained in the SSAR, SCF and the international norms of accounting.

Keywords: SSAR; SCF; Net Working Capital.

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1. Introdução

A comunidade acadêmica atualmente discute o processo de harmonização das demonstrações

contábeis adotada no Brasil e aqueles aceitos e praticados pelos principais mercados

financeiros mundiais. Há controvérsias sobre quais das demonstrações contábeis e financeiras

são úteis e necessárias no contexto atual, visando o atendimento dos pressupostos dos

usuários da informação contábil e financeira.

A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) explica as variações ocorridas nas

disponibilidades da empresa. A simples substituição da Demonstração de Origens e

Aplicações de Recursos (DOAR) pela Demonstração do Fluxo de Caixa poderá implicar na

renúncia das informações das variações do capital de giro líquido, a qual expressa a variação

nos ativos e passivos circulantes. Assim, este estudo encontra-se na discussão da capacidade

informativa da DOAR e da DFC. Diante do exposto, elaborou-se a seguinte questão-

problema: quais são os principais problemas apresentados pela DOAR e pela DFC, na

percepção dos usuários da informação contábil e financeira?

Em face desses problemas desenvolveu-se um modelo alternativo, denominado Matriz de

Estrutura de Capitais (MEC), que possa, ao mesmo tempo, atender o público-alvo já

habituado às informações quantitativas e qualitativas contidas na DOAR, e as normas

internacionais de contabilidade.

Inicialmente apresenta-se a metodologia da pesquisa e suas limitações, posteriormente faz-se

revisão de literatura abordando as vantagens e desvantagens da DOAR e DFC. Segue-se a

apresentação e aplicação do modelo proposto que compartilha as informações que sejam

relevantes para os stakeholders e shareholders, denominado neste artigo de Matriz de

Estrutura de Capitais (MEC). Finalmente, verificam-se as conclusões e recomendações do

estudo efetuado e do modelo proposto.

2. Metodologia da pesquisa

Este artigo, cujo caráter exploratório e qualitativo, tem como foco a DOAR e a DFC destaca

as situações em que seu uso é adequado e explicita suas limitações. Em decorrência das

limitações dessas demonstrações, este estudo contemplou, ademais, a proposta de um novo

modelo de Demonstração Financeira, denominado MEC, evidenciando sua elaboração, bem

como explicitando as vantagens desse modelo, em relação aos modelos disponíveis nas

literaturas contábil e financeira, DOAR e DFC. A discussão dessas circunstâncias foi

realizada com base na fundamentação teórica do tema, abordando a visão de diferentes

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pesquisadores e autores.

Para melhor explicitar a pesquisa, com elementos da realidade contábil e empresarial no

Brasil, o estudo tomou como base os dados de uma empresa nacional líder do setor de

alimentos. Utilizou-se dos dados contábeis e financeiros, pertinentes ao DOAR e ao DFC,

dessa empresa para ilustrar a operacionalização da discussão sobre usos das demonstrações

em estudo em relação ao modelo proposto. As considerações finais sobre o trabalho foram

baseadas nos principais pontos detectados a partir da análise das questões que envolvem os

principais problemas apresentados pela DOAR e pela DFC e, de que forma, o modelo

proposto pode contribuir.

Desta forma, a presente pesquisa delimitou sua investigação à análise da capacidade

informativa da DOAR e da DFC, destinadas a divulgar o comportamento da liquidez ou da

capacidade de disponibilidade financeira das empresas bem como a servirem como

instrumentos gerenciais. Buscou-se assim, circunscrever as variáveis fundamentais que

intervêm no fenômeno aqui estudado.

Considerando a natureza do problema apresentado, foi realizado um levantamento

bibliográfico fundamentado em diversos pesquisadores e autores renomados, órgãos de classe

e de profissionais da área, a partir de informações pertinentes encontradas em teses,

dissertações, anais de congressos, artigos de revistas especializadas, livros e em jornais

especializados. Os principais recursos utilizados para esta pesquisa foram: bibliotecas da

Universidade Regional de Blumenau (FURB); bibliotecas de outras universidades como a da

FEA da Universidade de São Paulo, Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) e

Faculdade Cenecista de Joinville (FCJ), além de diversos bancos de dados inseridos na

Internet.

A análise e discussão dos problemas apresentados estão baseadas em proposições teóricas de

diversos autores renomados e de grande experiência na área contábil/ financeira. Buscou-se o

estudo dos procedimentos de demonstrações contábeis adotados tanto no Brasil como aqueles

emanados e praticados pelos principais mercados financeiros mundiais.

Constituíram-se como elementos de análise, a DOAR e a DFC, bem como os respectivos

elementos que constituem estes dois instrumentos de exposição e divulgação contábil, sejam

por meio da origem, conceitos, objetivos, vantagens e desvantagens dos mesmos.

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A escolha da amostragem com a qual se trabalhou foi uma etapa de grande importância no

delineamento desta pesquisa, posto que este fator seja capaz de determinar a validade dos

dados obtidos. Muito se discute sobre a decisão de se realizar uma amostragem probabilística

e não probabilística, considerando fatores como confiabilidade dos dados, disponibilidade de

recursos e adequação à situação da pesquisa. Neste sentido, sua premissa básica fundamenta-

se "à coleta de dados relativos a alguns elementos da população e a sua análise, que pode

proporcionar informações relevantes sobre toda a população". (MATTAR, 1996, p. 128).

Dentre os elementos do planejamento de pesquisa está o plano de amostragem. Segundo

Schiffman e Kanuk (2000), um plano de amostragem deve responder às seguintes questões:

quem pesquisar (unidade de amostragem); quantos pesquisar (o tamanho da amostra); e como

selecionar (o procedimento da amostragem). A decisão de quem pesquisar exige que o

universo seja definido de modo que uma amostra adequada possa ser selecionada.

Para a escolha do processo de amostragem, o pesquisador deve levar em conta o tipo de

pesquisa, a acessibilidade aos elementos da população, a disponibilidade ou não de ter os

elementos da população, a representatividade desejada ou necessária, a oportunidade

apresentada pela ocorrência de fatos ou eventos, a disponibilidade de tempo, recursos

financeiros e humanos etc. (MATTAR, 1996).

No presente estudo os dados coletados restringiram-se a DOAR e a DFC relativas aos

exercícios de 2003 e 2004 da empresa Sadia S/A. Entende-se que esta empresa se constitui

como elemento capaz de representar de forma adequada o universo composto pelas empresas

nacionais que utilizam o DOAR e o DFC, portanto ideais para também se aplicar à elaboração

do modelo proposto (MEC).

Entendeu-se aqui, que os relatórios contábeis estudados de uma forma geral, em seu conjunto,

formam uma grande base de dados que pode ser utilizada de forma flexível, e, portanto,

podem ter interpretações diferentes. Os relatórios contábeis, considerados individualmente,

possuem objetivos específicos, e nem sempre evidenciam com suficiente clareza as situações

econômicas, financeiras, patrimoniais e sociais de uma empresa.

No presente artigo selecionou-se a empresa em que foi aplicado o modelo proposto, e

entendida, dentro do universo não probabilístico, como amostra intencional ou por

julgamento. "A característica chave da amostragem por julgamento é que os elementos da

população são selecionados intencionalmente. Esta seleção é feita considerando que a amostra

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poderá oferecer as contribuições solicitadas” (CHURCHILL, 1998, p. 301). Caso isso não

ocorresse, ter-se-ia entendido que esse tipo de amostragem demonstrara pouca ou nenhuma

validade.

Neste presente artigo, por meio de uma amostragem intencional, escolheu-se um caso

considerado "típico" da população a que se destina o modelo proposto em estudo para fazer

parte da amostra. Entretanto, concorda-se com Kish (1965, p. 19) que “algumas vezes os

pesquisadores questionam que, com o uso de amostras por julgamento, ao invés de uma

população real, se estaria criando um universo hipotético”. A limitação apontada seria que a

inferência de dados empíricos de um universo hipotético não conduziria a resultados úteis

(diferentemente do que se constatou, especificamente, nesta pesquisa) se a lacuna entre este

universo e a população real fosse muito grande (o que não é o caso presente).

3. Revisão da Literatura

Recentemente muito se tem comentado e discutido sobre a capacidade informativa das

demonstrações contábeis, em especial a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos

(DOAR) e a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). Os Estados Unidos foram pioneiros

no que diz respeito à substituição da DOAR pela DFC. Em 1987 publicou-se o SFAS n.º 95,

definindo o modelo da Demonstração dos Fluxos de Caixa, e os critérios a serem observados

para gerar esse relatório. De acordo com a estrutura adotada pela Lei nº. 6.404/ 76, as

demonstrações contábeis e informações complementares, em conjunção à Demonstração do

Fluxo de Caixa, vem se destacando em virtude de sua relevância informacional. A princípio, a

dimensão temporal é quem dita as diferenças existentes entre a contabilidade e o fluxo de

caixa.

As demonstrações contábeis exigidas pela Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/76),

anteriormente mencionadas: Balanço Patrimonial, Demonstração dos Lucros ou Prejuízos

Acumulados, Demonstração do Resultado do Exercício e, Demonstração das Origens e

Aplicações de Recursos devem seguir os Princípios Fundamentais de Contabilidade e normas

adotadas segundo o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), enquanto o DFC adota o

regime de caixa. O principal motivo da vinculação entre a contabilidade e o fluxo de caixa, é

que no longo prazo o conceito de lucro está associado à diferença de riqueza medida em

dinheiro.

O Accounting Research Study nº 1, editado pelo AICPA, em 1961, descreve que “as

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Demonstrações Contábeis deveriam evidenciar o que for necessário, a fim de não torná-los

enganosos” (AICPA apud IUDICIUS, 1989, p.89). As Demonstrações Contábeis são o

produto do sistema de informação Contábil, Souto Maior ( 1994, p.29), assim se refere “As

Demonstrações Contábeis que são o produto do sistema de formação e avaliação mencionado

são o veículo (ou canal) através do qual a Contabilidade exterioriza-se para seus usuários

finais, principalmente os usuários externos à entidade”.

No Brasil, a Lei nº. 6.404/76, estabelece como obrigatórias as seguintes demonstrações

contábeis: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de

Origens e Aplicações de Recursos, Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados e as

Notas explicativas. Além disso, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é

exigida pela Instrução CVM nº. 59/86.

3.1. Vantagens e Desvantagens da DFC e DOAR

Para os mais versados em contabilidade, pode até parecer estranha a afirmação de que a

Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) é do ponto de vista da informação contábil, superior

à Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR).

Evidentemente que no que tange ao aspecto informacional é indiscutível a predominância da

DOAR sobre a DFC, pelo menos para os que conhecem com profundidade os conceitos

contábeis contidos em ambas as demonstrações, e o papel fundamental que as informações

nelas evidenciadas tem para a gestão empresarial e para os shareholders.

Contudo, o objetivo da contabilidade é produzir informação útil para uma gama enorme de

usuários, os stakeholders, que na grande maioria das vezes não possuem o nível desejado de

conhecimento sobre contabilidade, que os possibilite perceber que preterir a DOAR em

detrimento da DFC, poderá vir a se constituir em um grande equívoco.

O objetivo deste trabalho não é tecer críticas a uma demonstração em função da outra, por

meio de uma comparação relativa do que seria mais ou menos adequado do ponto de vista da

informação contábil. Acredita-se que os relatórios contábeis de uma forma geral, em seu

conjunto, formam uma grande base de dados que pode ser utilizada de forma flexível pelos

usuários, e que a análise conjunta desses relatórios é o procedimento mais adequado e

profissional na gestão dos negócios. Os relatórios contábeis considerados individualmente

possuem objetivos específicos, mas que são complementares na evidenciação da situação

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econômica, financeira, patrimonial e social da empresa.

Entre os relatórios que estão sendo estudados neste trabalho, parte-se do pressuposto da

obrigatoriedade da elaboração e divulgação da DFC em nosso país. No caso do Projeto que

reformula a Lei 6.404/76 ser aprovado pelo Legislativo e aprovado e regulamento pelo

Executivo destacam-se alguns pontos relativos a esta demonstração no intuito de contribuir

para a sua boa compreensão e entendimento da importância da divulgação e conhecimento de

informações sobre o Fluxo de Caixa da empresa. Essas constatações não consideram o mérito

da superioridade/ inferioridade da DFC em comparação a DOAR. Ambas são demonstrações

de Fluxos e possuem objetivos distintos, porém convergentes em seus fins.

Existe atualmente uma grande divergência entre correntes de estudiosos contábeis no que

tange a utilização da DFC ou da DOAR enquanto fonte de informações mais úteis ao processo

de tomada de decisão pelos diversos tipos de usuários da contabilidade. No quadro 1 são

destacadas algumas das principais vantagens e desvantagens, de cada tipo de demonstração,

consideradas por estas correntes.

Quadro 1 - Comparativo DOAR e DFC

COMPARATIVO DOAR DFC

VANTAGENS Possibilitar um melhor conhecimento da

política de investimento e de financiamento

da empresa;

Ser mais abrangente que o fluxo de caixa,

por representar completamente as mudanças

na posição financeira;

Possuir capacidade analítica de longo prazo.

Mostrar a real condição de pagamento das

dívidas;

Facilidade de entendimento pelos diversos

tipos de usuários;

Análise dos fluxos de caixa passados

evidenciam informações relevantes para

predizer os fluxos de caixa futuros.

DESVANTAGENS A falta de utilidade da DOAR parece estar

ligada ao seu não entendimento;

Trabalhar com o conceito abstrato de capital

circulante líquido ou de folga financeira de

curto prazo;

A DOAR não é essencialmente financeira,

pois considera o ativo circulante em seu todo,

incluindo ativos monetários e não-

monetários.

Falta de consenso sobre qual conceito de

caixa utilizar (caixa, bancos e títulos de curto

prazo ou só caixa e bancos);

Junção do fluxo de dividendos recebidos

com o fluxo da atividade operacional, e os

juros pagos e recebidos referentes ao capital

de giro define-se como sendo parte do fluxo

de caixa operacional, o que distorce a real

geração de caixa pelas operações;

Possibilidade de manipulação de

pagamentos e recebimentos visando

melhorar seus fluxos de caixa em um

período específico.

Fonte: Organizado pelos autores

Iudícibus e Marion (1999, p.218) explicitam que a DOAR propicia a avaliação da “folga

financeira de curto prazo – excesso de ativos circulantes sobre passivos circulantes, ou o

inverso”. Complementam esclarecendo que, a DFC evidencia todo o fluxo de dinheiro pelo

caixa em um dado período. Neste sentido, Silva, Santos e Ogawa (1993) apresentam algumas

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vantagens e desvantagens na utilização das demonstrações referenciadas. A seguir são

apresentadas algumas vantagens, por eles citadas, da DFC sobre a DOAR:

a) a DFC apresenta-se em uma linguagem comum e de fácil compreensão aos usuários,

enquanto a DOAR, em geral, é de difícil compreensão pelos usuários, devido a

linguagem técnica com que é apresentada;

b) propicia melhor visualização do fluxo dos recursos financeiros, enquanto a DOAR

envolve a avaliação de ativos não-monetários;

c) a DFC se faz necessária na previsão de problemas de insolvência e na avaliação de

riscos, caixa e dividendos futuros, enquanto a DOAR não propicia previsões futuras

quanto a disponibilidade financeira da empresa; e

d) a DFC utiliza o conceito de curto prazo, evidenciando apenas elementos monetários.

Já a DOAR engloba elementos de longo prazo, inclusive não-monetários.

No que diz respeito às vantagens da DOAR sobre a DFC mencionam que:

a) a DOAR fornece informações que não constam em outras demonstrações, além de

apresentar maior volume de informações que a DFC;

b) possibilita melhor conhecimento da política de investimentos e financiamentos da

empresa;

c) é mais abrangente, pois representa as mutações na posição financeira como um todo,

enquanto a DFC não apresenta informações relacionadas a negociações financeiras a

longo prazo; e

d) possui maior capacidade analítica no longo prazo.

Silva, Santos e Ogawa (1993) ressaltam que a DFC não elimina problemas de inflação. Em

relação a DOAR, a principal limitação apontada pelos autores é de que o uso da mesma

baseia-se somente no conceito de capital circulante líquido, bem como não é uma

demonstração comum em outros países, mesmo naqueles desenvolvidos quanto a matéria

contábil.

A DFC permite um melhor planejamento financeiro, a fim de controlar o momento certo de

aplicar a sobra de caixa ou o momento de contrair empréstimos para cobrir a insuficiência do

mesmo. Ainda assim, para que a DFC funcione eficazmente como um instrumento preditivo é

necessário que se tenha conhecimento também do passado, para estar ciente das prováveis

deficiências nas projeções.

A principal discussão parece consistir na exigência ou não da divulgação da DFC, além dos

diversos debates quanto a substituição da DOAR pela DFC, ou da divulgação de ambas.

Sendo o principal argumento daqueles favoráveis a substituição o de que a DOAR é de difícil

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entendimento e, por isso, pouco utilizada. A DFC é defendida por ser mais acessível, porém

também é suscetível a manipulações.

A análise da DFC, em conjunto com a DOAR e demais demonstrações contábeis, permite ao

usuário um maior leque de conclusões e conhecimento sobre a empresa, do que a análise

isolada de qualquer uma das demonstrações, o que leva a proposição de que as mesmas se

complementam no sentido de dar suporte ao processo decisório nas empresas.

As mudanças sócio-econômicas, pelas quais as organizações têm passado, levam os

profissionais e os pesquisadores de Contabilidade a buscar uma evolução contínua quanto ao

desempenho de seu papel de provedor de informações úteis ao processo de tomada de

decisões pelos gestores. Neste sentido, surge a necessidade de uma avaliação sobre se as

demonstrações contábeis geradas pela Contabilidade, isto é, se suprem a necessidade

informacional dos usuários, tanto internos quanto externos.

4. Modelo Proposto – Matriz de Estrutura de Capitais

O motivo central do modelo proposto é apresentar um relatório que visa a mostrar aspectos

financeiros de uma Entidade, porém, de um ângulo distinto daquele da DOAR e da DFC.

Enquanto a DOAR apresenta a movimentação ocorrida nos recursos e aplicações permanentes

ou de longo prazo e, como conseqüência o impacto, porém abstrato, na variação do Capital

Circulante Líquido – CCL - ou de folga financeira de curto prazo a DFC compreende, tão

somente, o movimento de dinheiro, não possibilitando melhor conhecimento da política de

investimentos e financiamentos de uma entidade.

Assim este capítulo apresenta um modelo de movimentação financeiro, ora denominado

“Matriz de Estrutura de Capitais”. Neste modelo associa num único relatório as informações

referentes à variação do disponível, em harmonia com as Normas Internacionais de

Contabilidade, e a variação das demais contas circulantes espelhada pela variação do CCL.

Desta forma este capítulo discorre sobre o presente modelo, apresentando a MEC, as variáveis

que o compõe e a sua proposta. Para explicação desta, este capítulo explicita a estrutura de

capitais, adotando como referência a DOAR e DFC da empresa selecionada Sadia S/A,

utilizando seus dados relativos aos exercícios de 2003 e 2004 na elaboração do modelo

proposto.

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4.1 Considerações ao Modelo Proposto

A estrutura deste modelo foi construída de forma a manter as propriedades informativas de

ambos os relatórios, ou seja, a variação do CCL e a variação ocorrida no caixa da empresa.

Lembra-se ao leitor que por caixa entendem-se inclusive os seus equivalentes, ou seja, bancos

e aplicações financeiras de liquidez imediata.

De uma maneira geral, este modelo distribui as informações em dois novos grupos, os de

natureza disponível e os de natureza não-disponível, além de manter a informação relativa à

variação do CCL.

No grupo denominado Capital Disponível, obtêm-se, analiticamente a variação ocorrida no

caixa da empresa, e no grupo não-disponível denominado Capital não-disponível, obtêm-se, a

variação ocorrida no CCL, porém de natureza não-disponível. Por não-disponível entendem-

se os valores que não circulam pelo caixa, porém alteram o CCL, tais como aquisições de

estoques a prazo, vendas a prazo, etc.

Incluem-se neste grupo as movimentações que transitaram pelo circulante, porém, que

possuem como contrapartida contas do grupo do longo prazo Permanente ou Patrimônio

Líquido. Desta maneira, segue-se às explicações do modelo proposto.

4.1.1 Função e Funcionamento de forma qualitativa

O modelo proposto, que ora apresenta-se de forma qualitativa no quadro 2, denominado

Matriz Estrutura de Capitais, divide-se em três partes. A primeira parte (linha 1) apresenta

a linha de capital disponível e têm por finalidade a demonstração dos recebimentos e

desembolsos de recursos gerados pelas atividades próprias, de financiamentos e de

investimentos já realizadas (a.1), as aplicações de recursos já desembolsadas no período (b.1),

resultando na variação do capital circulante líquido disponível (c.1). A segunda parte (linha 2)

do demonstrativo apresenta os recursos gerados pelas atividades, mas ainda não

disponibilizadas (a.2), assim como as aplicações dos recursos financiados e ainda não pagos

(b 2.), resultando, então, na evidenciação da variação do capital circulante ainda não

realizados no período (c.2). E a terceira parte (linha 3), objetiva apresentar o resultado das

Origens (a.3) e das aplicações de recursos (b.3) no período e, conseqüentemente, a variação

do Capital Circulante Líquido (c. 3).

A coluna (a) evidência os recursos gerados e recebidos (a.1) e os recursos gerados, mas ainda

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não realizados (a.2), resultando na evidenciação das origens de recursos gerados pelas

atividades (a.3), assim como na sua capacidade de realização. A coluna (b) apresenta as

aplicações de recursos já desembolsadas no período (b.1); assim como as aplicações dos

recursos financiados e ainda não pagos (b 2.), resultando na informação de todas as aplicações

efetuadas pela empresa no período (b.3). A coluna (c) evidencia a variação do Capital

Circulante Líquido (c.3) mostrando a parcela do CCL já realizado (c.1) e a realizar (c.2).

Quadro 2 – Matriz de Estrutura de Capitais (MEC) (a) RECURSOS (b) APLICAÇÕES (c) VARIAÇÕES

(1)

CAPITAL

(a.1)

Recursos realizados pelas

atividades

(b.1)

Aplicações de Recursos

pelas atividades

(c.1)

Variação do Capital

Circulante Disponível

(2)

CAPITAL

NÃO

DISPONÍVEL

(a.2)

Recursos não

disponibilizados pelas

atividades

(b.2)

Aplicação de Recursos

Financiados

(c.2)

Variação do Capital Circulante

não disponível

(3)

CAPITAL

CIRCULANTE

(a.3)

Total das Origens de

Recursos

(b.3)

Total de Aplicações de

Recursos

(c.3)

Variação do CCL

Fonte: Elaborado pelos autores

4.1.1.1 Estudo da Matriz de Estrutura de Capitais

A matriz de estrutura de capitais apresenta em cada célula, tanto em seus recursos quanto em

suas aplicações, as atividades fonte de geração e de aplicação dos recursos movimentados

pela empresa. Essas atividades são operacionais de investimentos e de financiamentos

seguindo os preceitos da contabilidade internacional. Com isso, evidencia-se de que forma os

capitais, tanto disponíveis quanto não-disponíveis são afetados pelas atividades.

As atividades operacionais decorrem de diversas atividades de compra e venda da empresa,

mas a capacidade de realização dos recursos originados não é perfeitamente evidenciada nos

demais demonstrativos financeiros, fato este que dificulta a evidenciação da capacidade da

empresa em realizar seus bens e direitos oriundos das atividades recursos disponíveis.

Também a utilização desses recursos disponíveis em bens que irão gerar benefícios futuros

pelas atividades de investimentos.

4.1.2 Estrutura de Capital aplicada à empresa Sadia S/A

Neste tópico apresenta-se a aplicação do Modelo Estrutura de Capitais aplicado à empresa

Sadia S/A, utilizando os dados da DOAR e DFC da respectiva empresa referente apenas aos

- =

+

-

-

=

=

=

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exercícios de 2003 e 2004.

Quadro 3 – DOAR da Sadia S/A – Em R$ Mil

Fonte: Bovespa (www.bovespa.com.br)

Percebe-se que a DOAR apresenta uma variação do CCL de R$ 695.361 (mil), e um

decréscimo no saldo de caixa de R$ 6.860 (mil) em 2004. O Modelo Estrutura de Capitais

consolida esta duas informações, adicionando qualidades informativas ao permitir visualizar

entre toda a movimentação de recursos da empresa selecionada, aqueles já realizados e

aqueles ainda não realizados.

Demonstração das Origens e Aplicações de

Recursos - DOAR2004 2003

Origens 992.440 1.379.729

Das Operações 492.355 236.812

Lucro/Prejuízo do Exercício 445.301 452.491

Vls. que não repr. mov. Cap. Circulante 47.054 -215.679

Depreciações, Amortizações e Exaustão 130.109 134.990

Encargos e Variações de Longo Prazo (14.026) 10.599

Resultado na Alienação de Ativo Perm. 17.257 18.341

Resultado em Participações Societárias (103.267) -350.469

Impostos Diferidos de Longo Prazo 13.327 -46.854

Provisão para Contingências (7.054) 8.988

Planos de Benefícios a Empregados 10.708 8.726

Dos Acionistas 0 0

De Terceiros 500.085 1.142.917

Recursos Obtidos na Venda de Ativo Imob. 2.752 5.025

Capitação de Recursos Financeiros de LP 379.822 1.014.227

Juros Sobre Capital Próprio Recebidos 4.029 4.023

Tranf. do Realizável p/ Circulante 85.976 38.297

Decréscimo Demais Contas do R.L.P. 27.506 46.492

Aplicações 1.687.801 1.008.659

Em Investimentos 1.088 3.036

Em Imobilizados 217.272 100.919

Em Diferidos 27.183 7.729

Dividendos/Juros sobre Capital Próprio 148.310 150.454

Transf. do Circulante para o Imobilizado 3.195 3.016

Aplicações Financeiras de Longo Prazo 238.077 80.907

Depósitos Judiciais 2.126 5.928

Acréscimo Demais Contas do R.L.P. 13.043 1.065

Decréscimo Demais Contas do Exigível LP 30.996 0

Transf. do Exigível L. P. p/ Circulante 1.006.511 655.605

Acréscimo/Decréscimo no Cap. Circulante (695.361) 371.070

Variação do Ativo Circulante (297.320) 279.291

Ativo Circulante no Início do Exercício 3.035.222 2.755.931

Ativo Circulante no Final do Exercício 2.737.902 3.035.222

Variação do Passivo Circulante 398.041 -91.779

Passivo Circulante no Início Exercício 1.909.605 2.001.384

Passivo Circulante no Final do Exercício 2.307.646 1.909.605

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Quadro 4 – Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) da Sadia S/A – Em R$ Mil

Fonte: Bovespa (www.bovespa.com.br)

A seguir, apresentam-se os dados contidos na DOAR (quadro 3) e DFC (quadro 4) da Sadia

S/A, adaptados no Modelo que ora é proposto conforme figura 1.

Demonstração do Fluxo de Caixa 2.004 2003

Resultado líquido do exercício 445.301 452.491

Ajustes para reconciliar o lucro líquido ao caixa

gerado pelas atividades operacionais: Variação na participação minoritária - -

Juros provisionados, líquido dos pagos 133.823 (11.677)

Depreciação, amortização e exaustão 130.109 134.990

Resultado de participação societária (103.267) (350.469)

Impostos diferidos 42.714 (86.728)

Contingências (7.054) 8.988

Resultado na alienação do ativo permanente 17.257 18.341

Variações nos ativos e passivos operacionais:

Contas a receber de clientes 145.601 (286.364)

Estoques (252.294) (21.821)

Impostos a recuperar e outros (3.362) 90.898

Depósitos judiciais (2.126) (5.928)

Fornecedores 113.458 123.021

Adiantamento de controladas 125.990 (3.582)

Impostos e contribuições a recolher, salários a

pagar e outros

(127.204) 136.606

Caixa líquido gerado nas atividades

operacionais

658.946 198.766

Atividades de investimentos:

Recursos obtidos na venda de ativo imobilizado 2.752 5.025

Investimentos em controladas (1.088) (3.036)

Aquisição de imobilizado e diferido (244.455) (108.648)

Aplicações financeiras (1.276.554) (1.661.418)

Resgates de aplicações financeiras 1.385.565 1.612.495

Caixa líquido gerado nas atividades de

Investimentos

(133.780) (155.582)

Atividades de financiamentos:

Captações de financiamentos 1.501.904 1.931.861

Pagamentos de financiamentos (1.902.693) (1.920.413)

Dividendos pagos (131.237) (95.352)

Caixa líquido gerado nas atividades de

financiamentos

(532.026) (83.904)

Caixa no início do exercício 91.130 131.850

Caixa no final do exercício 84.270 91.130

Decréscimo/acréscimo líquido no caixa (6.860) (40.720)

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Figura 1 – Matriz de Estrutura de Capitais aplicado na Sadia S/A Valores em R$ Mil

Fonte: Elaborado pelos autores

A MEC, elaborada a partir da DFC e da DOAR, da empresa Sadia S/A – figura1 - apresenta

os recursos realizados pelas atividades operacionais, de investimentos e de financiamentos no

valor de R$ 10.021.472 mil, (a.1), as aplicações de recursos já desembolsadas pelas atividades

no período (b.1) somaram R$10.228.332 mil, resultando na variação negativa de R$ 6.860 mil

(c.1).

Os recursos gerados pelas atividades, mas ainda não disponibilizados somam R$ 609.866 mil

(a.2) e as aplicações dos recursos financiados e ainda não pagos (b 2.) somam R$ 1.298.367

mil, resultando, então, numa variação do capital circulante ainda não realizados no período

negativa de R$ 688.501 mil (c.2).

O resultado das Origens no valor de R$ 10.631.338 mil (a.3) e das aplicações de recursos no

valor de R$ 11.326.699 mil (b.3) no período resultou numa variação do Capital Circulante

(1) Capital

Disponível

(a.1) Recursos Realizados Pelas

Avidades 10.021.472 (b.1) Aplicações de Recursos (10.028.332)

(c.1) variação

do CCL

disponível (6.860)

658.946

Recebimentos de Clientes 7.005.261 Pagamentos de Fornecedores (4.523.665)

Adiantamentos de Controladas 125.990 Depósitos Judiciais (2.126)

Despesas pagas no exercício (1.946.514)

Atividades de Investimentos 1.388.317 Atividades de Investimentos (1.522.097) (133.780)

Recursos obtido na Venda de Imobilizados 2.752 Investimentos em Controladas (1.088)

Resgates de Aplicações Financeiras 1.385.565 Aquisição de Imobilizados e Diferidos (244.455)

Aplicações Financeiras (1.276.554)

Atividades de Financiamentos 1.501.904 Atividades de Financiamentos (2.033.930)

Atividades de

Financiamento (532.026)

Captações de Financiamentos 1.501.904 Pagamentos de Financiamentos (1.902.693)

Dividendos Pagos (131.237)

(2) Capital

não

Disponível

(a.2) Recursos não

disponibilizados pelas atividades 609.866 (b.2) Aplicações de Recursos (1.298.367)

(c.2) Variação

do Capital

Circulante não

disponível (688.501)

Atividades Operacionais 492.355 Atividades Operacionais (6.860)

Lucro do Exercício 445.301 Variação do CCL Disponível (6.860)

Valores que não Aferam o Cap. Circulante 47.054

Atividades de Investimentos 117.511 Atividades de Investimentos (254.000) (136.489)

Juros sobre Capital Próprio 4.029 Aplicações Financeiras de LP (89.452)

Transferência do RLP p/Circulante 85.976 Juros sobre Capital Próprio (148.310)

Redução do RLP 27.506 Transferência do Circulante p/Imobilizado (3.195)

Acréscimo demais Contas do RLP (13.043)

Atividades de Financiamentos 0 Atividades de Financiamentos (1.037.507)

Atividades de

Financiamento (1.037.507)

Decréscimo demais contas do ELP (30.996)

Transf. do ELP p/o Circulante (1.006.511)

(3) Capital

Circulante

(a.3) Total das Origens de

Recursos10.631.338

(b.3) Variação do Capital

Circulante Líquido(11.326.699)

(c.3) Variação

do Capital

Circulante

Líquido (695.361)

Atividades de

Investimentos

Atividades de

Investimentos

Atividades

Operacionais 485.495

Atividades

Operacionais

(c) Variação(a) Recursos (b) Aplicações

Atividades Operacionais 7.131.251 Atividades Operacionais (6.472.305)

Page 15: DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA VERSUS DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS: uma proposta de compartilhamento dos dois modelos

Líquido negativa em R$ 695.361(c.3).

Ao analisar-se a coluna da Variação do Capital Circulante não disponível (C.2) nota-se que a

atividade de financiamento resulta numa variação negativa de R$ 1.037.507 mil, originados,

principalmente, pela transferência de valores do Passivo Exigível a Longo Prazo para o

Passivo Circulante no valor de R$ 1.006.511 mil (b.2).

Esta informação somente pode ser evidenciada através da análise da Demonstração das

Origens e Aplicações de Recursos, ou na Análise da Matriz de Estrutura de Capitais

apresentada na figura nº. 1.

4.1.2.1 Comentários da análise da Matriz de Estrutura de Capitais da Figura 1

Na primeira coluna (a) observa-se que tanto os recursos disponíveis quanto não disponíveis,

contribuíram para o aumento do Capital Circulante Líquido. Porém, nota-se que os recursos

não disponíveis foram os que mais contribuíram para esse aumento com um crescimento de

530% em atividades de financiamentos originados por empréstimos.

Na segunda coluna (b), constata-se que os recursos originados pelas atividades operacionais

não foram suficientes para cobrir os recursos aplicados nas atividades de Investimentos.

Observam-se na terceira coluna (c), que a empresa disponibilizou recursos disponíveis nas

atividades de investimentos em Ativos Imobilizados e Diferidos, superiores a 50% dos

recebimentos de vendas do período. Por outro lado, percebe-se que a origem do aumento do

grupo não disponível, foi ocasionada por empréstimos efetuados e pelo aumento de compras

não pagas a fornecedores.

Como conseqüência da análise, pode-se deduzir que a empresa precisou recorrer a

empréstimos e financiamentos a fim de manter o equilíbrio das disponibilidades. Outra

informação importante está na evidenciação do aumento das compras não pagas a

Fornecedores.

4.2 Análise dos Resultados

A presente seção apresenta a MEC da empresa Sadia S/A, disposta na forma vertical, onde se

propõe algumas reflexões.

A partir dos quadros 3 e 4, foi possível obter informações que afetaram positivamente e

Page 16: DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA VERSUS DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS: uma proposta de compartilhamento dos dois modelos

negativamente o patrimônio da entidade, bem como situação de realização dos recursos sob o

aspecto temporal, conforme se explica em seguida no quadro 5.

Quadro 5 – Modelo proposto aplicada à Sadia S/A Valores em R$ Mil

Fonte: Elaborado pelos autores

Ao se analisar o modelo proposto evidencia-se informações de suma importância aos usuários

da informação. As principais origens de recursos nas empresas foram:

a) Lucro Líquido do Exercício;

b) A integralização de capital;

1. Disponível

1.1 Caixa Gerado pelas Operações

Recebimentos de Vendas..............................…………………………………...............................7.005.261

Adiantamento de controladas..............................…………………………………...............................125.990

Pagamentos a Fornecedores..............................…………………………………...............................(4.523.665)

Depósitos Judiciais..............................…………………………………...............................(2.126)

Despesas pagas no Exercício..............................…………………………………...............................(1.946.514)

Caixa Gerado pelas Operações........................................................................................................................658.946

1.2 Atividades de Investimentos

Recursos obtidos na Venda de imobilizados.............................……………………………….........................................2.752

Resgates de Aplicações Financeiras..............................………………………………..........................................................1.385.565

Investimentos em controladas..............................………………………………..........................................................(1.088)

Aquisição de Imobilizados e Diferidos..............................………………………………..........................................................(244.455)

Aplicações Financeiras..............................………………………………..........................................................(1.276.554)

Recursos aplicados na atividade de Investimentos.............................................................................................................(133.780)

1.3 Atividades de Financiamentos

Recebimentos de Financiamentos.............................……………………………….........................................1.501.904

Pagamentos de Financiamentos..............................………………………………..........................................................(1.902.693)

Pagamento de Dividendos..............................………………………………..........................................................(131.237)

Recursos aplicados na atividade de Financiamentos.............................................................................................................(532.026)

1.4 Variação (redução) das Disponibilidades..........................……………………….......................(6.860)

2. Não Disponível

2.1 Recursos Gerados pelas Operações

Lucro Líquido Financeiro..............................…………………………………...............................492.355

Crédito Gerado pelas Operações........................................................................................................................492.355

2.2 Atividades de Investimentos

Juros sobre Capital Próprio.............................……………………………….........................................4.029

Transferência do RLP p/o Circulante..............................………………………………..........................................................85.976

Redução do RLP..............................………………………………..........................................................27.506

Aplicações Financeiras de LP..............................………………………………..........................................................(89.452)

Juros sobre o Capital Próprio..............................………………………………..........................................................(148.310)

Transferência do Circulante para o Imobilizado..............................………………………………..........................................................(3.195)

Acréscimo demais contas do RLP..............................………………………………..........................................................(13.043)

Recursos aplicados na atividade de Investimento.............................................................................................................(136.489)

2.3 Atividades de Financiamentos

Decréscimo demais contas do ELP.............................……………………………….........................................(30.996)

Transferência do ELP p/o Circulante..............................………………………………..........................................................(1.006.511)

Recursos aplicados na atividade de Financiamento.............................................................................................................(1.037.507)

2.4 Variação (redução) das Disponibilidades..........................……………………….......................(6.860)

2.5 Variação do Não Disponível……………………………………………………………………………………….(688.501)

3. VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (1.4 + 2.5) (695.361)

Page 17: DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA VERSUS DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS: uma proposta de compartilhamento dos dois modelos

c) O capital de terceiros; e

d) Diminuição de valores do Ativo.

Já as principais aplicações de recursos nas empresas foram:

a) os prejuízos do período;

b) a redução de capital;

c) diminuição de valores do Passivo; e

d) o aumento de valores do Ativo.

O modelo proposto apresenta a disponibilização dos recursos gerados pelas citadas fontes em

direitos ainda não disponibilizados. Diferentemente da DOAR, apresenta dados concretos da

folga financeira de curto prazo, separando o ativo circulante em ativos monetários e não

monetários.

Por outro lado, apresenta as origens ou aplicações de recursos com um melhor conhecimento

da política de investimento e de financiamento que o DFC, fornecendo ao usuário a

informação da influência dessas atividades nos acréscimos ou decréscimos líquidos de caixa,

ao mesmo tempo em que evidencia a variação destes recursos em ativos não monetários.

Assim, o usuário da informação poderá saber, com maior clareza, como a empresa se

apresenta e predizer as suas perspectivas.

4.3 Vantagens do Modelo Proposto

Neste artigo apresentaram-se opiniões e divergências entre correntes de estudiosos contábeis,

no que tange a utilização da DFC ou da DOAR, enquanto fonte de informações mais úteis ao

processo de tomada de decisão pelos diversos tipos de usuários da contabilidade. O modelo

ora apresentado, unificando as informações contidas nessas demonstrações, propõe a

manutenção das vantagens atribuídas e, ao distribuir esses informes em dois grupos de origens

e de aplicações disponíveis e não disponíveis, propõe a eliminação de desvantagens a elas

arrogadas pelas diversas correntes de estudiosos contábeis.

4.3.1. DOAR versus o Modelo proposto

A DOAR, em relação à DFC, possibilita um melhor conhecimento da política de investimento

e de financiamento da empresa, é mais abrangente que o fluxo de caixa, por representar

completamente as mudanças na posição financeira e possuir capacidade analítica de longo

prazo. Entretanto a DOAR trabalha com o conceito abstrato de capital circulante líquido ou de

folga financeira de curto prazo e não é essencialmente financeira, pois considera o ativo

Page 18: DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA VERSUS DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS: uma proposta de compartilhamento dos dois modelos

circulante em seu todo, incluindo ativos monetários e não-monetários.

O modelo proposto, da forma em que é apresentado mantém as respectivas vantagens da

DOAR, além, de evidenciar em tempo real, as variações ocorridas no capital circulante

líquido, pois distribui em dois grupos, disponível e não disponível, as origens e aplicações de

recursos.

4.3.1. DFC versus o Modelo proposto

Por outro lado às vantagens da DFC, em relação a DOAR, evidencia, tal como o modelo

proposto, a real condição de pagamento das dívidas, assim como, informações relevantes para

predizer os fluxos de caixa futuros, através de análise dos fluxos de caixa passados.

A maior vantagem do modelo proposto, em relação a DFC, está na impossibilidade de

manipulação de pagamentos e recebimentos visando melhorar seus fluxos de caixa em um

determinado período, já que apresenta no grupo não disponível as contas não pagas a

fornecedores e demais despesas provisionadas, assim como, as receitas de vendas não

recebidas de clientes. Assim, o modelo proposto se torna mais abrangente, pois representa a

situação financeira de curto prazo, tal qual a DFC, e de longo prazo, semelhante a DOAR.

5. CONCLUSÕES e RECOMENDAÇÕES

A contabilidade tem como objetivo prover os usuários das demonstrações financeiras com

informações que os ajudarão a tomar decisões. Porém, nos últimos tempos tem recebido

críticas quanto a forma que se tem utilizado para cumprir seu papel, principalmente, sobre a

capacidade informativa da DOAR e da DFC.

A discussão que se tem atualmente em função da substituição da DOAR pela DFC é bastante

interessante à medida que justifica a uma proposta de um modelo alternativo de demonstrativo

tecnicamente mais confiável, para diagnosticar a situação financeira de uma entidade.

A DFC pode facilmente ser manipulada, a empresa pode conduzir seus fluxos de caixa,

atrasando os pagamentos junto a seus fornecedores, apresentando assim uma posição

financeira que não represente a verdadeira situação da empresa, além de seu conteúdo

informativo ser inferior ao da DOAR.

Por outro lado, a DOAR apresenta o conceito abstrato de Capital Circulante Líquido – CCL -

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que pode aparentemente apresentar uma situação confortável para a empresa, porém devido

aos prazos de recebimentos e estocagem serem elevados, a empresa pode ficar com

dificuldades financeiras em curto prazo. Além disso, as normas da contabilidade internacional

vêm estabelecendo obrigatoriedade na preparação da DFC.

Assim, em meio a discussões que estão acontecendo no sentido de ganho ou perda da

qualidade das informações na substituição da DOAR pela DFC como uma tendência mundial

e já incluída no Projeto de Lei 3.741/00, da reforma da Lei 6.404/76 das S.A., propôs-se no

um modelo, denominado Demonstração de Estrutura de Capitais.

A MEC elaborada em duas partes contendo na primeira parte o grupo disponível, o qual

substituiu a DFC e na segunda parte o grupo não disponível o qual, somado com o primeiro

grupo, apresentou, as variações do Capital Circulante Liquidam.

Assim, acredita-se que o modelo proposto deverá ser objeto de pesquisas mais aprofundadas e

aperfeiçoamento por pesquisadores e pela classe contábil, poderá contribuir para uma

melhoria na qualidade das informações contábeis, bem como, atender a um maior número de

usuários. Como contribuição para um melhor entendimento dos fenômenos observados neste

estudo, o modelo proposto pode contribuir para estudos futuros que testem os seguintes

aspectos:

a) desenvolvimento de modelo padronizado e em sintonia com a nova realidade

internacional apresentada pelo IASB, no sentido de diagnosticar a situação

econômica e financeira de uma entidade, com clareza e fácil entendimento; e

b) estudos e testes de novos indicadores a fim de evidenciar a capacidade de

realização dos recursos originados e aplicados nas atividades operacionais, de

investimentos e de financiamentos.

As sugestões anteriormente especificadas acenam para a possibilidade de se adotar um

modelo até aqui não muito explorado e que requer estudos mais profundos. Entende-se que

estudos desta natureza são úteis para os usuários da informação contábil, econômica,

financeira e social, que esperam dos pesquisadores o desenvolvimento de meios que possam

promover uma Administração Contábil e Financeira que seja capaz de gerir os recursos de

forma eficiente, eficaz e efetiva aos investidores e a sociedade.

5. Referências Bibliográficas

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Page 20: DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA VERSUS DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS: uma proposta de compartilhamento dos dois modelos

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