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Tributação de Dividendos - Saiba se terá ou não de pagar impostos

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Tributação de Dividendos - Saiba se terá ou não de pagar impostos - http://bit.ly/1uhZxZr A "Lucros e Ganhos SA" tem tido uma ótima performance nos últimos anos. Com sede em Portugal, esta empresa criada em 2009 tem vindo a expandir o seu negócio para o mercado internacional, aproveitando o crescimento de alguns mercados emergentes, através de parcerias desenvolvidas localmente. A dimensão internacional faz parte do ADN da mesma, visto os seus quatro sócios-fundadores terem diferentes nacionalidades. João é português, Carlos é angolano, Alfonso é espanhol, e Walter é belga. Cada um detém 25% do capital. Devido aos bons resultados obtidos, os quatro estão a ponderar a hipótese de, pela primeira vez, a empresa distribuir dividendos. No entanto, as dúvidas sobre que impostos irão pagar nesse cenário são mais que muitas. Para além das diferentes nacionalidades, as participações no capital da "Lucros e Ganhos SA" do João e do Walter são detidas através de empresas que cada um deles criou para o efeito de investir noutras sociedades. Com o propósito de ajudar estes quatro investidores e esclarecer as suas dúvidas sobre tributação de dividendos, a UWU disponibiliza em http://bit.ly/1uhZxZr, um conteúdo que começa por analisar o enquadramento geral desta questão, para depois aplicar as regras ao caso concreto.

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TRIBUTAÇÃO DE DIVIDENDOS-

SAIBA SE TERÁ OU NÃO DE PAGAR IMPOSTOS

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Introdução

A “Lucros e Ganhos SA” tem tido uma ótima performance nos últimos anos.

Com sede em Portugal, esta empresa criada em 2009 tem vindo a expandir o seu

negócio para o mercado internacional, aproveitando o crescimento de alguns

mercados emergentes, através de parcerias desenvolvidas localmente. A dimensão

internacional faz parte do ADN da mesma, visto os seus quatro sócios-fundadores

terem diferentes nacionalidades. João é português, Carlos é angolano, Alfonso é

espanhol, e Walter é belga. Cada um detém 25% do capital.

Devido aos bons resultados obtidos, os quatro estão a ponderar a hipótese

de, pela primeira vez, a empresa distribuir dividendos. No entanto, as dúvidas

sobre que impostos irão pagar nesse cenário são mais que muitas. Para além das

diferentes nacionalidades, as participações no capital da “Lucros e Ganhos SA” do

João e do Walter são detidas através de empresas que cada um deles criou para o

efeito de investir noutras sociedades.

Com o propósito de ajudar estes quatro investidores e esclarecer as suas dúvidas

sobre tributação de dividendos, iremos começar por analisar o enquadramento

geral desta questão, para depois aplicar as regras ao caso concreto.

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Enquadramento Geral

Antes de mais é importante clarificar o conceito de “Dividendos”.

Os Dividendos representam a retribuição do investimento que uma sociedade

disponibiliza aos seus sócios ou acionistas, em proporção da parcela de capital

de cada um. A distribuição de dividendos pressupõe a existência de resultados

líquidos positivos no ano anterior à decisão de distribuir. Compete à Assembleia-

Geral de uma empresa decidir quando, quanto, e como se pagam os dividendos.

Ou seja, cabe ao sócios/acionistas analisarem e votarem sobre a aplicação dos

resultados (mantê-los na empresa, para reinvestimento na mesma; ou distribui-los

pelos detentores do capital). Importa realçar que a decisão da AG pode apontar

para uma solução “mista”, isto é, parte do Resultado é reinvestido e o restante é

distribuído.

Passemos agora à análise do enquadramento fiscal.

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Enquadramento Fiscal

Residentes

1. Pessoas Singulares

Os dividendos pagos a pessoas singulares, residentes em território português,

encontram-se sujeitos a retenção na fonte à taxa de 28%. Regra geral, esta

retenção tem a natureza de imposto pago a título definitivo. No entanto, o

beneficiário dos dividendos poderá optar pelo englobamento deste rendimento

para efeitos da sua tributação, sendo que, neste caso, o imposto retido passará

a ter a natureza de imposto por conta. Verificando-se tal opção, os dividendos

distribuídos são considerados em apenas 50% do seu valor para efeitos de

determinação do rendimento tributável dos respetivos beneficiários. Note-se,

contudo, que a opção pelo englobamento dos dividendos determinará também o

englobamento de outros rendimentos que, por norma, são sujeitos a retenção na

fonte a título definitivo (v.g. juros).

2. Pessoas Coletivas

O pagamento de dividendos a pessoas coletivas residentes em território

português encontra-se sujeito a retenção na fonte à taxa de 25%, a qual assume

a natureza de imposto por conta. As entidades que detenham uma participação

direta ou indireta igual ou superior a 5%, durante o período mínimo de 12 meses,

beneficiam de uma dispensa de retenção na fonte.

Os dividendos auferidos serão obrigatoriamente englobados para efeitos do

apuramento do lucro tributável da sociedade beneficiária e tributados à taxa geral

de 23% (à qual deverá acrescer uma derrama estadual à taxa de 3% sobre a parte

do lucro tributável superior a € 1.500.000, uma taxa de 5% sobre a parcela

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do lucro tributável entre € 7.500.000 e € 35.000.000 e uma taxa de 7% sobre a

parcela do lucro tributável superior a € 35.000.000). Os dividendos encontram-se

ainda sujeitos a uma taxa de até 1,5% a título de derrama municipal, dependendo

do município em que a sociedade beneficiária esteja localizada. No caso de

sujeitos passivos que exerçam, diretamente e a título principal, uma atividade

económica de natureza agrícola, comercial ou industrial que sejam qualificados

como pequena ou média empresa, nos termos previstos no anexo ao Decreto

-Lei n.º 372/2007, de 6 de Novembro, a taxa de IRC aplicável aos primeiros €

15.000 de matéria coletável é de 17 %, aplicando -se a taxa de 23% ao montante

remanescente.

Contudo, ao abrigo do regime de eliminação da dupla tributação económica, o

titular das ações poderá deduzir no apuramento da respetiva matéria coletável a

totalidade dos dividendos auferidos, desde que detenha uma participação direta

ou indireta igual ou superior a 5% durante o período mínimo de 24 meses (o

requisito relativo ao período de detenção de 24 meses poderá ser observado em

data posterior à distribuição dos dividendos).

No que diz respeito aos dividendos auferidos por fundos de investimento que

se constituam e operem de acordo com a legislação nacional, os mesmos são

tributados autonomamente, por retenção na fonte, à taxa de 28%. Por outro lado,

não existe obrigação de efetuar retenção na fonte relativamente aos acionistas

que se encontrem isentos de IRC, nomeadamente fundos de pensões e fundos de

capital de risco. Esta isenção não será aplicável sempre que a participação tenha

sido detida por aquelas entidades por um período inferior a um ano. Nestes casos,

os dividendos pagos estarão sujeitos a uma tributação autónoma à taxa de 25%.

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Não Residentes

Regra geral, os dividendos pagos a investidores não residentes estão sujeitos a

retenção na fonte a uma taxa de 28% a título definitivo, quando pagos a pessoas

singulares, ou 25% quando pagos a pessoas coletivas. Em ambos os casos, a

retenção na fonte assume natureza definitiva. Nos casos em que os investidores

sejam residentes em país com o qual Portugal tenha celebrado CDT (Convenção de

Dupla Tributação), a taxa de retenção na fonte poderá ser parcialmente reduzida,

em virtude da aplicação dessa Convenção.

Adicionalmente, nos casos em que o titular da participação seja uma pessoa

coletiva residente, para efeitos fiscais, num Estado Membro da União Europeia,

num Estado-Membro do Espaço Económico Europeu que esteja vinculado à

cooperação administrativa no domínio da fiscalidade equivalente à estabelecida

na União Europeia ou num país com o qual Portugal tenha celebrado CDT que

preveja idêntica cooperação administrativa, os dividendos poderão beneficiar

de uma isenção de retenção na fonte em Portugal, desde que respeitem a

participações não inferiores a 5%, detidas por um período mínimo de 24 meses.

A isenção de retenção na fonte relativamente às pessoas coletivas residentes

num Estado-Membro do Espaço Económico Europeu ou num país com o qual

Portugal tenha celebrado CDT depende ainda da sua sujeição e não isenção a um

imposto de natureza idêntica ou similar ao IRC a uma taxa não inferior a 60% da

taxa geral aplicável em Portugal.

A mesma isenção é ainda aplicável aos dividendos pagos a uma sociedade

residente na Suíça, que detenha uma participação mínima de 25% na sociedade

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que distribui os lucros, por um período mínimo de dois anos. Apesar de a

lei estabelecer condições mais restritivas com vista à aplicação da isenção de

retenção na fonte aplicável aos dividendos distribuídos a investidores residentes

na Suíça, sugere-se que a possibilidade de aplicação do regime mais favorável

consagrado para a generalidade dos investidores residentes em países com CDT

celebrada com Portugal seja avaliada, caso a caso, relativamente a investidores

residentes naquele país.

Estão sujeitos a retenção na fonte a título definitivo à taxa de 35% os dividendos

colocados à disposição em contas abertas em nome de um ou mais titulares

mas por conta de terceiros não identificados, exceto quando seja identificado

o beneficiário efetivo. Estão igualmente sujeitos a retenção na fonte a título

definitivo à taxa de 35% os dividendos colocados à disposição de entidades

domiciliadas em país, território ou região sujeitas a um regime fiscal claramente

mais favorável, constante de lista aprovada por portaria do Ministro das Finanças.

Análise do caso concreto

Vamos agora analisar a situação concreta de cada um dos quatro acionistas da

“Lucros e Ganhos SA”. Como veremos, as diferenças entre os vários casos estarão

relacionadas essencialmente com a localização da residência fiscal, bem como

com o facto da participação ser feita a título pessoal ou através de uma outra

sociedade.

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João

O João detém a sua participação na “Lucros e Ganhos SA” através de uma outra

empresa. Esta empresa tem também a sua sede em Portugal.

Considerando o atrás exposto, os dividendos a distribuir a essa outra sociedade

do João estariam à partida sujeitos a uma retenção na fonte de IRC à taxa de 25%.

Isto significaria que, por cada 100 euros de dividendos atribuídos, a empresa do

João apenas receberia 75 euros, visto que a “Lucros e Ganhos SA” seria forçada

a reter “à cabeça” 25%, entregando este valor ao Estado no mês seguinte ao

pagamento dos dividendos.

No entanto, estes dividendos não estão sujeitos a retenção na fonte, pois

a participação no capital é superior a 5% (é de 25%, conforme já sabemos) e,

simultaneamente, é detida há mais de 12 meses (desde 2009, como também já

vimos).

Por seu lado, considerando a regra geral do IRC, todos os rendimentos obtidos

pela empresa irão acrescer ao resultado anual da mesma, e por essa via ser

tributados. Isto significaria que a empresa do João iria pagar imposto sobre os

dividendos recebidos. Ora, esses dividendos foram já tributados na esfera da

“Lucros e Ganhos SA”, isto porque o Resultado Líquido que serviu de base à

distribuição desses dividendos é obtido a partir do Resultado anual (Resultado

Antes de Impostos) deduzido do IRC a este aplicado. De modo a evitar situações

de dupla tributação do mesmo rendimento, criou-se o mecanismo da eliminação

da dupla tributação económica.

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Carlos

Ao contrário do João, o Carlos detém a sua participação a título pessoal. Sendo

residente em Angola, país que não tem Convenção de Dupla Tributação com

Portugal, os dividendos pagos a Carlos estão sujeitos a retenção na fonte a uma

taxa de 28% a título definitivo. Na prática, por cada 100 euros de dividendos, a

“Lucros e Ganhos SA” irá entregar ao Carlos 72 euros e pagar 28 euros ao Estado

português.

Em termos práticos, a empresa do João poderá, para efeitos fiscais, deduzir

o montante correspondente aos dividendos recebidos, não pagando por essa via

IRC sobre esse rendimento. Mas atenção: esta dedução é possível no caso do João

porque este cumpre as duas condições previstas na lei (a participação é superior a

5%, e é detida há mais de 24 meses).

Em conclusão, a empresa do João não pagará qualquer imposto pelos dividendos

a receber da “Lucros e Ganhos SA”.

Alfonso

À semelhança de Carlos, também Alfonso participa no capital da “Lucros

e Ganhos SA” a título pessoal. No entanto, como no caso de Espanha existe

Convenção de Dupla Tributação com Portugal, a taxa de retenção na fonte a

aplicar será a definida nessa Convenção (15% neste caso concreto).

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TRIBUTAÇÃO DE DIVIDENDOS-

SAIBA SE TERÁ OU NÃO DE PAGAR IMPOSTOS

Walter

Walter, tal como João, usou uma outra sociedade (com sede no seu país de

origem – Bélgica) para participar no capital da “Lucros e Ganhos SA”.

Numa análise imediata, seríamos tentados a considerar que estes dividendos

estariam sujeitos à retenção definitiva de imposto à taxa de 25%. No entanto, uma

análise mais cuidada leva-nos a considerar como relevantes três aspetos:

• Por um lado o fator “residência fiscal”. A empresa do Walter está

localizada num país da União Europeia;

• Por outro, a empresa do Walter detém uma participação de 25%

(portanto superior a 5%) desde 2009 (há mais de 24 meses);

• Por fim, na Bélgica os dividendos estarão sujeitos a um imposto de

natureza idêntica ao IRC, e a uma taxa não inferior a 60% do imposto

português.

Conjugando estes três fatores, os dividendos pagos pela “Lucros e Ganhos SA”

beneficiarão de isenção de retenção na fonte em Portugal, não sendo por isso

tributados no nosso país.

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