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Luiz Beltrão
Pernambuco (1918 – 1986)
Jornalista
Pioneiro da pesquisa científica sobre os fenômenos comunicacionais nas universidades brasileiras
08/04/2014 Prof. Ms. Agnes Arruda | Comunicação Comunitária 3
Luiz Beltrão
Teoria do Jornalismo
▪ Buscava “sistematizar a produção do discurso jornalístico exercido na imprensa” (CASTELO BRANCO, 2000, p. 202, apud. Betti e Gobby, 2014).
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Luiz Beltrão Teoria da Comunicação
▪ “No Jornalismo, no campo da teoria da Comunicação, da Literatura, da reportagem foram várias as suas contribuições, dentre as quais podemos citar: Os senhores do mundo, de 1950, Quilômetro zero, de 1959; Itinerário da China, 1959; As sombras do ciclone, 1968; Sociedade de massa, comunicação e literatura, de 1972; Fundamentos científicos da comunicação, de 1973; A serpente no atalho, 1974; Teoria geral da comunicação, de 1977; A greve dos desempregados, 1984, Contos de Olanda, 1989; Teoria da comunicação de massa, 1986; Memória de Olinda, 1996, entre outros”. (BETTI e Gobby, 2014)
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Luiz Beltrão
Primeiro Doutor em Comunicação do Brasil (Universidade de Brasília - UnB -, 1967)
▪ Folkcomunicação
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“Folkcomunicação é um processo de intercâmbio de informações e de manifestações de opiniões, de idéias e de atitudes da massa, através de agentes e meios ligados direta ou indiretamente ao folclore (BELTRÃO, 2004), preenchendo o espaço deixado pela comunicação de massa, que não atinge essas audiências específicas.” (Betti e Gobby, 2014).
“É um misto entre o folclore e a comunicação. Mas para Beltrão o folclore não é do tipo fóssil, histórico, sem vida, ao contrário. Essas mensagens carregam em seu bojo a cultura viva de um povo e principalmente os processos cotidianos de comunicação, utilizados não só pelas classes marginalizadas, mas por todos aqueles que buscam nas manifestações culturais formas reais de comunicação.” (IDEM)
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Comunicação – Processo que perpassa a mídia
Quais tipos de mecanismos que os grupos marginalizados ou não utilizam para se manterem informados e se comunicarem?
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Folclore + Comunidade + Comunicação
Pressuposto: Veículos de comunicação convencionais não apenas não influenciam muitas comunidades como sequer as alcançam.
Grupos têm suas próprias formas de comunicação em processos e produtos culturais
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Meios informais - símbolos, ritos, manifestações populares, linguagem, imagens – “se tornam mecanismos tão rotineiros para obtenção de informação e transmissão de opinião como o de um cidadão urbano ler seu jornal favorito.” (Betti e Gobby, 2014).
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Cordel Artesanato Ex-votos Danças Para-choque de caminhão Escritos em banheiros Festas populares Cultura Hip Hop (...)
Deixam de ser apenas produtos regionais para se
transformar em manifestações de comunicação, de transmissão de informações intragrupal e interpessoal.
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Teoria
Paul Felix Lazarsfeld: no processo da comunicação coletiva há duas etapas significativas: a do comunicador ao líder de opinião e a deste ao receptor comum.
▪ “Two steps flow of communications”
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Teoria ▪ “Two steps flow of communications”
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Os líderes se tornam comunicadores e transmitem uma mensagem através de um canal folk.
Audiência folk – receptores da mensagem do líder folk Marginalizados da sociedade
▪ “um indivíduo à margem de duas culturas e de duas sociedades que nunca se interpenetraram e fundiram totalmente” (BELTRÃO, 1980, P. 39)
▪ Rurais marginalizados
▪ Urbanos marginalizados
▪ Culturalmente marginalizados
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Rurais marginalizados “habitantes de áreas isoladas (carentes de energia elétrica, vias de
transporte eficientes e meios de comunicação industrializados), subinformados, desassistidos ou precariamente contatados pelas instituições propulsoras da evolução social e, em conseqüência, alheios às metas de desenvolvimento perseguidas pelas classes dirigentes do país”. (BELTRÃO, 1980, p. 39).
São na maioria dos casos analfabetas ou semi-analfabetas Vocabulário peculiar, reduzido e extremamente regional
Comunicação:
▪ Canais interpessoais diretos ▪ Contos e causos ▪ Oralidade – família e líderes
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Rurais marginalizados
Oportunidades de comunicação
▪ Celebrações de efemérides religiosas
▪ Atividades coletivas de produção e comércio
▪ Feiras / Exposições
▪ Vaquejada e Rodeio
▪ Catira e Xaxado
▪ Mutirão
▪ Artesanato
Urbanos marginalizados Reduzido poder aquisitivo devido à baixa renda “indivíduos que recebem pequenos salários, em
empregos ou subempregos que não exigem mão-de-obra especializada, como construção civil, estiva, limpeza e conservação de edifícios, oficinas de reparos, trabalhos domésticos, ofícios e atividades as mais modestas (engraxates, remendões, bombeiros, ambulantes, olheiros e lavadores de carro etc.). Além de pequenos negociantes, servidores públicos subalternos, aposentados, menores sem ocupação, biscateiros e pessoas que vivem de expedientes ilegais” (CORNIANI, 2014, p. 4)
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Urbanos marginalizados Concentram-se em favelas, construções populares de baixo
custo ou nenhum custo em áreas periféricas dos centros urbanos.
Problemas com moradia e transporte Baixo nível educacional – falta de $ ou incentivo Têm acesso limitado aos meios de comunicação de massa,
principalmente devido a sua dificuldade na decodificação de suas mensagens
Incompatibilidade da realidade que estes meios passam com a
realidade em que estas pessoas vivem
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Urbanos marginalizados
Oportunidades de comunicação
▪ Festas Religiosas Urbanas (padroeiros)
▪ Modernização dos Cultos
▪ Celebrações Cívicas (Dia da Pátria, etc.)
▪ Carnaval (maracatu, samba, frevo)
Culturalmente marginalizados Indivíduos que contestam a cultura e a organização
social estabelecida
Política ou filosofia contraposta à que está em vigência.
▪ 3 tipos:
▪ Messiânico
▪ Político-ativista
▪ Erótico-pornográfico
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Culturalmente marginalizados
Messiânico
▪ “Seguidores de um líder carismático, cujas idéias religiosas representam contrafações, adulterações, exacerbações ou interpretações personalíssimas de dogmas e tradições consagradas pelas crenças ou denominações religiosas estabelecidas e vigentes no universo da comunicação social”. (BELTRÃO, 1980, p. 103).
▪ (Antonio Conselheiro, Padre Cícero, Frei Damião, Chico Xavier)
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Culturalmente marginalizados
Político-ativista
▪ “Tem ideologia que a comunidade, em sua grande maioria, considera exótica ou insuportável. São indivíduos decididos a manter estruturas de dominação e opressão vigentes ou revolucionar a ordem política e social em que se fundamentam as relações entre os cidadãos, empregando a força como a arma principal para impor suas diretrizes”. (BELTRÃO, 1980, p. 104).
▪ (Lampião, Zumbi dos Palmares)
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Culturalmente marginalizados
Erótico-pornográficos
▪ “não aceitam a moral e os costumes que a comunidade adota como sadios, propondo-se a reformá-los em nome de uma liberdade que não conhece limites à satisfação dos desejos sexuais e prática hedônicas consideradas perniciosas pela ética social em vigor”. (BELTRÃO, 1980, p. 104).
▪ (homossexualismo, grafitos nos sanitários, legendas de
caminhão)
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Evolução
Alunos de Beltrão
Disciplina instituída nas Universidades
Pós-graduação
Núcleos de Pesquisa
GPs em Encontros e Congressos
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