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Regime Militar(1964-1985) Governo Costa e Silva (ARENA) (1967-1969) Prof. Cristiano Pissolato

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Regime Militar(1964-1985)

Governo Costa e Silva (ARENA) (1967-1969)

Prof. Cristiano Pissolato

O presidente da República Arthur da Costa e Silva, nasceu em 1899 na cidade gaúcha de Taquari. Entra na Escola Militar de Realengo no Rio de Janeiro em 1918. Chegou ao generalato em 1952 e foi um dos principais lideres golpistas de 1964. No governo Castelo Branco permaneceu no Ministério da Guerra um posto chave. Costa e Silva era um líder da linha-dura que defendia a permanecia dos militares por mais tempo no poder. Eleito presidente por via indireta em 1966 passou para a reserva como Marechal.

Características iniciais

• Costa e Silva fazia parte da chamada “linha dura” do Exército.

• Discordava da política econômica do governo anterior.

• Era nacionalista e defendia que o país não deveria ficar subordinado aos EUA e ao capital estrangeiro.

• Foram demitidos nos cargos públicos vários civis e substituídos por militares.

Economia

• Assume o ministério da Fazenda Antônio Delfim Netto e o ministério do Planejamento Hélio Brandão.

• Objetivo: retomar o crescimento econômico, sem aumentar a inflação.

Delfim Netto

• Devido ao arrocho salarial que já vinha ocorrendo, operários se organizaram e o governo teve de enfrentar greves como a de Contagem (MG) e de Osasco (SP) em 1968.

Força Pública da Polícia Militar de São Paulo prende líderes grevistas terminando com a greve na fábrica de equipamentos ferroviários Cobrasma em Osasco.

• Buscando desenvolver economicamente a Amazônia o governo federal estabeleceu em 1968 a Zona Franca de Manaus (ZFM).

Órgão que administra a ZFM.

Honda CG125 fabricada desde 1976 em Manaus, a empresa foi favorecida pela isenção de impostos de importação.

Manifestações contra a ditadura

• O ano de 1968 foi marcado no Brasil e no mundo por manifestações estudantis e de trabalhadores pela defesa da liberdade.

Durante manifestação contra o fechamento do restaurante de baixo custo Calabouço no Rio de Janeiro, o estudante Edson Luís de Lima Souto acabou sendo morto pela Polícia Militar.

• No enterro de Edson Luiz em torno de cem mil pessoas saíram as ruas em protesto contra o governo.

Cavalaria da Polícia Militar dispersa a multidão disposta na missa ao estudante morto a queima roupa Edson Luiz.

Passeata dos Cem Mil ocorreu em junho de 1968 na cidade do Rio de Janeiro contra o regime militar, participaram deste movimento estudantes, artistas, escritores e políticos de oposição.

• O XXX Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes) realizou-se clandestinamente em Ibiúna-SP em outubro de 1968.

• São presas pela polícia e órgãos de repressão em torno de 800 pessoas.

• O cantor e compositor Geraldo Vandré que apresentou em 1968 a música vice-campeã do III Festival Internacional da Canção.

Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores Geraldo Vandré Caminhando e cantando E seguindo a canção Somos todos iguais Braços dados ou não Nas escolas, nas ruas Campos, construções Caminhando e cantando E seguindo a canção Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer

Pelos campos há fome Em grandes plantações Pelas ruas marchando Indecisos cordões Ainda fazem da flor Seu mais forte refrão E acreditam nas flores Vencendo o canhão Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer Há soldados armados Amados ou não Quase todos perdidos

De armas na mão Nos quartéis lhes ensinam Uma antiga lição: De morrer pela pátria E viver sem razão Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer Nas escolas, nas ruas Campos, construções Somos todos soldados Armados ou não Caminhando e cantando

E seguindo a canção Somos todos iguais Braços dados ou não Os amores na mente As flores no chão A certeza na frente A história na mão Caminhando e cantando E seguindo a canção Aprendendo e ensinando Uma nova lição Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer

CENSURADA

Estopim para a decretação do AI-5

• O deputado federal Márcio Moreira Alves (MDB-GB) fez um discurso contra os militares e responsabilizando-os sobre a violência praticada contra os estudantes.

• Propôs boicote a parada militar de 7 de setembro.

• As Forças Armadas exigiram que o deputado fosse processado, a Câmara Federal negou a autorização do processo preservando a imunidade do deputado.

“[...] Este é também o momento do boicote. As mães brasileiras já se manifestaram. Todas as classes sociais clamam por este repúdio à polícia. No entanto, isto não basta. É preciso que se estabeleça, sobretudo por parte das mulheres, como já começou a se estabelecer nesta Casa, por parte das mulheres parlamentares da Arena, o boicote ao militarismo. Vem aí o 7 de setembro. [...] Seria necessário que cada pai, cada mãe, se compenetrasse de que a presença dos seus filhos nesse desfile é o auxílio aos carrascos que os espancam e os metralham nas ruas. Portanto, que cada um boicote esse desfile. Esse boicote pode passar também, sempre falando de mulheres, às moças. Aquelas que dançam com cadetes e namoram jovens oficiais. [...]”

Trecho do discurso de Moreira Alves na Câmara dos Deputados em 1968.

• Sendo assim foi decretado o Ato Institucional Número Cinco (AI-5).

Capa do Jornal do Brasil (14/12/1968) do Rio de Janeiro logo após do decreto do AI-5.

Tempo negro. Temperatura sufocante. O ar está irrespirável. O país está sendo varrido por fortes ventos. Máx.: 38°, em Brasília. Min.: 5°, nas Laranjeiras.

• Reação dos lideres do governo militar foi o fechamento do Congresso Nacional por tempo indeterminado e a cassação de Moreira Alves e outros parlamentares.

Militares de apossam do Congresso. Na foto presidente Costa e Silva.

AI-5 Dava ao presidente da República:

• Perseguir e reprimir oposições.

• Podia decretar estado de sítio e intervir nos estados e municípios.

• Cassar mandatos eletivos e suspender direitos políticos.

• Demitir funcionários públicos.

• Suspendia o habeas corpus no caso de crimes políticos, contra a segurança nacional, contra a ordem econômica e social.

Nenhum ato realizado pelo presidente da República podia ser submetido ao exame do Judiciário.

DEZEMBRO DE 1968

Radicalismo: Luta armada

• Grupos de extrema esquerda optaram pela luta armada a partir de 1968.

Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) formada em 1966 se utilizava de assaltos a lojas e bancos para o financiamento da “guerrilha urbana”. Perseguida teve vários membros presos, em 1969 uniu-se a outro grupo de esquerda o Colina (Comando de Libertação Nacional).

Ação Libertadora Nacional (ALN) surgiu em 1966 com a dissidência de um grupo de esquerda do PCB. O principal líder foi Carlos Marighella (foto) ex-deputado pelo PCB e considerado o inimigo número um da ditadura militar.

• Em setembro de 1969 o embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick foi sequestrado por militantes de extrema esquerda do MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de outubro) e ALN (Ação Libertadora Nacional).

Oito de outubro de 1967 dia da morte de Ernesto “Che” Guevara na Bolívia.

O embaixador norte-americano passou quatro dias em poder dos sequestradores.

Envolvidos no sequestro.

Franklin Martins participou do MR-8 participando do seqüestro do embaixador norte-americano. Jornalista trabalhou a partir de 1996 na Rede Globo porém em 2007 passou a ser ministro da Comunicação Social permanecendo no cargo até 2010.

Fernando Gabeira participou do seqüestro de Elbrick, era militante do MR-8. Foi eleito deputado federal pelo PV em 1995 permanecendo no cargo até 2011.

Prisioneiros libertados foram enviados ao México em troca do embaixador norte-americano. Entre eles o líder estudantil José Dirceu.

Aumento da repressão • A repressão contra o “terrorismo” aumentava em

1969 financiada por empresas nacionais e estrangeiras surgiu em São Paulo a Operação Bandeirantes (OBAN).

Henning Albert Boilesen empresário de origem dinamarquesa, presidente da Ultragás colaborou com o financiamento da OBAN, foi assassinato por militantes da extrema esquerda em 1971 (foto Revista Veja).

• Nesse contexto foi criado em cada estado um DOI-CODI (Destacamento de Operações e Informações – Centros de Operações de Defesa Interna).

• Era um órgão subordinado ao Exército, se utilizava de um serviço de inteligência e repressão contra grupos políticos de oposição.

Quartel do 1º Batalhão da Policia do Exército e também servia como sede do DOI-CODI na cidade do Rio de Janeiro. Foram acusados de torturas e mortes durante o regime militar.

• Ainda existia o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) ligado a polícia de cada unidade da federação, cada estado tinha seu órgão.

• Era responsável pela censura aos meios de comunicação, investigando atividades de cunho intelectual, político e social.

Sérgio Fleury (1933-1979) foi um dos mais destacados e temidos delegados do DOPS durante o regime militar. Acusado de participar de torturas e assassinatos de pessoas ligadas a grupos políticos opositores. Sua morte é controversa. Na época foi condecorado e recebeu premiações como um dos melhores delegados do Brasil.

Saída de Costa e Silva

• Em agosto de 1969 o presidente Costa e Silva é afastado por razões de saúde.

Falece em dezembro de 1969 Costa e Silva, na imagem o corpo do ex-presidente é levado por um carro de combate.

• Assume no seu lugar uma junta militar composta pelos ministros do Exército, Marinha e Aeronáutica.

Foi imposta pela junta militar a Emenda Constitucional nº 1 que impossibilitava a posse do vice-presidente Pedro Aleixo.

A junta militar foi formada pelo ministro da Marinha Augusto Rademaker, ministro da Aeronáutica Márcio Melo e o ministro do Exército Aurélio de Lira Tavares.

Eleição presidencial de 1969 (indireta)

General Médici

(ARENA); 100%

293 votos

A votação foi realizada pelo Congresso Nacional. 76 congressistas se abstiveram de votar e 9 não compareceram a votação.

Augusto Rademaker (1905-1985) almirante da Marinha brasileira fez parte da Junta Militar de 1969.

Eleito na mesma chapa o vice-presidente.

CONGRESSO FOI REABERTO EM OUTUBRO DE 1969

Extra

(Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A)

• Uma empresa de economia mista criada em 1969 pelo governo federal para o desenvolvimento aeronáutico.

Empresa de economia mista: empresa criada pelo governo, o governo detém a maior parte das ações o restante é negociada na Bolsa de Valores como forma de captação inicial de recursos.

Ozires Silva militar e engenheiro aeronáutico, foi presidente da Embraer de 1969 a 1986. Também comandou a Petrobrás de 1986 a 1988, Ministro da Infra-Estrutura 1990-1991 e presidente da Varig de 2000 a 2002.

EMB-110 Bandeirante primeiro avião a ser comercializado pela estatal Embraer. Primeiro voo em 1972 e permaneceu em produção até 1990, sendo utilizado para fins militares e civis em rotas regionais (quinze passageiros). Na foto unidade em operação pela Manaus Aerotaxi.

EMB-326 Xavante avião militar à jato desenvolvido pela italiana Aermacchi e fabricado sob licença no Brasil em sua versão militar servindo para treinamento e sendo um caça leve de ataque ao solo. Em operação no Brasil desde 1971.

AMX A-1 caça de ataque ar-superfície utilizado em operações de suporte e reconhecimento. Desenvolvido pelo consórcio composto pela Embraer, Aeritalia (ITA) e Aermacchi (ITA) e produzido de 1984 a 1999.

Embraer ERJ-145 apresentado em 1995 está ainda em linha de produção, tem capacidade em torno de cinquenta passageiros e serve as mais diversas companhias aéreas para voos regionais.

EMB-314 Super Tucano avião militar anti-guerrilha lançado em 2004, sendo um aprimoramento da versão EMB-312 Tucano lançado em 1980. Na imagem unidade utilizada pela FAB, o modelo é exportado para vários países.

A Embraer foi privatizada em dezembro de 1994 no governo Itamar Franco.

Embraer EMB-190 lançado em 2004, o avião à jato tem capacidade para 114 passageiros. Na imagem modelo operado pela Air France. No Brasil a Azul Linhas Aéreas utiliza esse modelo.

Reformulação nos

• Em 1969 é criada a ECT - Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

• Passou a ser uma empresa de prestação de serviços vinculada ao Ministério das Comunicações.

• A empresa detém o monopólio postal no Brasil.

Anteriormente os Correios eram um departamento subordinado a um ministério.

Sede em Brasília dos Correios que em 2013 completa 350 anos. Sua origem remonta o ano de 1663 quando o alferes João Cavalheiro Cardoso tornou-se o primeiro assistente do Capitão-Mor relacionado aos assuntos postais.

Revista Veja

• A revista Veja da Editora Abril teve sua primeira edição no ano de 1968.

• Sua posição anti-comunista se destacou durante a Guerra Fria.

Primeira edição da revista Veja em setembro de 1968 com destaque “O grande duelo no mundo comunista.” levando em consideração as manifestações internas contra alguns governos comunistas no Leste Europeu.

Editora Abril S.A fundada em 1950 pelo norte-americano naturalizado brasileiro Victor Civita.

Manual da guerrilha urbana

• Escrito por Carlos Marighella em 1969 o Manual do Guerrilheiro Urbano era distribuído de forma clandestina difundido em versões mimeografadas.

Neste manual Maringhella orientava sobre como atuar em grupo, armas que deveriam ser utilizadas e tática de sobrevivência na guerra urbana.

TV Bandeirantes

• A TV Bandeirantes de São Paulo surge em 1967 fundada pelo empresário João Jorge Saad.

Atualmente o Grupo Bandeirantes de Comunicação Ltda. é presidido por Johnny Saad, filho do fundador do grupo. Os principais veículos são a Rede Bandeirantes de Televisão, canais Terra Viva, BandSports, BandNews TV, Rede Bandeirantes de Rádio, jornais Metro e Primeira Mão.

Primeiro logotipo da TV Bandeirantes São Paulo.

João Jorge Saad (1919-1999) de origem síria casou-se com a filha do governador paulista Adhemar de Barros. Em 1948 assumiu o controle da Rádio Bandeirantes que anteriormente era controlada pelo seu sogro.

• A Ford adquire a Willys-Overland fabricante da linha Jeep e ganha na negociação o projeto de um automóvel nacional.

• Em 1968 é lançado o Ford Corcel.

A linha de produtos da Willys em 1969, sendo já controlada pela Ford, alguns modelos foram retirados aos poucos, contudo o Jeep, a Pick-up Jeep e a Rural mantiveram-se no mercado durante um longo período.

Ford Corcel 1973, competia com Brasília e Chevette.

Ford Corcel 1969 com 68cv.

Em 1977 o Corcel passa a ser substituído por um novo modelo, o Corcel II.

• Em 1968 é lançado no Salão do Automóvel o Chevrolet Opala, com duas versões a básica e a De Luxo, era o primeiro Chevrolet de fabricação nacional.

A Chevrolet oferecia duas opções de motores, o quatro cilindros - nomenclatura 2.500 (80cv) e seis cilindros – nomenclatura 3.800 (125cv).

Em 1970 é lançado o Chevrolet Opala SS (esportivo) com a oferta de outro motor o 125, (4.100), seis cilindros e 140cv. Na foto modelo 1971.

Opala Gran-Luxo 4.1 lançado em 1975 durante teste da Revista Quatro Rodas.

Opala Diplomata 1982, durante a década de 80 a venda diminui com a entrada de outros modelos no mercado e o alto consumo dos Opalas.

A Chevrolet fecha a linha de montagem do Opala em 1992.

Esportivo nacional • Com a política de limitação das

importações de produtos estrangeiros, levou a empresas nacionais a fabricar veículos com estilo esportivo. Surgiu assim vários modelos, como o Puma GT1500.

Porsche 911 esportivo alemão, modelo fabricado com pequenas variações entre 1963 a 1989.

Ferrari 275 fabricada durante a década de 1960.

De 1976 a 1990 foram totalmente proibidas as importações de veículos.

NÍVEL INTERNACIONAL

Puma GT1500 de 1969 com carroceria de fibra de vidro e motor Volkswagen 1500. Com algumas alterações este modelo passou a ser chamado de Puma GTE e fabricado até 1980.

Puma Veículos e Motores Ltda. Fundada em 1966 com sede em São Paulo/SP, em 1995 a marca foi comprada pela Ford.

Milésimo gol de Pelé

• Ocorreu na partida pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1969, na vitória do santista contra o Vasco.

• Gol marcado de pênalti, no Maracanã.

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Estádio Beira-Rio

O Estádio José Pinheiro Borda, mais conhecido como “Beira-Rio” teve sua construção iniciada em 1959, inaugurado em 1969 em um jogo onde o Internacional venceu o Benfica por 2X1.

José Pinheiro Borda, de origem portuguesa foi o primeiro coordenador das obras do Beira-Rio, faleceu antes da conclusão da obra.