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1 INTRODUÇÃO A história da colonização da África encontra-se documentada desde que os fenícios começaram a estabelecer colónias na costa africana do Mediterrâneo, por volta do século X a.C. Seguiram-se os gregos a partir do século VIII a.C., os romanos no século II a.C., os vândalos, que tomaram algumas colónias romanas já no século V da nossa era, seguidos pelo Império Bizantino, no século seguinte, os árabes, no século VII e, finalmente, os estados modernos da Europa, a partir do século XIV.

A colonozação da áfrica

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INTRODUÇÃO

A história da colonização da África encontra-se

documentada desde que os fenícios começaram a estabelecer colónias na

costa africana do Mediterrâneo, por volta do século X a.C. Seguiram-se os

gregos a partir do século VIII a.C., os romanos no século II a.C., os

vândalos, que tomaram algumas colónias romanas já no século V da nossa

era, seguidos pelo Império Bizantino, no século seguinte, os árabes, no

século VII e, finalmente, os estados modernos da Europa, a partir do século

XIV.

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HISTÓRIA DA COLONIZAÇÃO DA ÁFRICA

A Colonização Fenícia

A Fenícia foi um antigo reino cujo centro se situava na

planície costeira do que é hoje o Líbano, no Mediterrâneo oriental. Esta

civilização desenvolveu-se entre os séculos X e V a.C., estabelecendo

colónias em todo o norte de África. Uma das colónias fenícias mais importantes desta região foi Cartago.

A Colonização Grega

A partir de 750 a.C. os gregos iniciaram um longo processo

de expansão, formando colônias em várias regiões, como Sicília e sul da

Itália, no sul da França, na costa da Península Ibérica, no norte de África,

principalmente no Egito, e nas costas do mar Negro. Entre os séculos VIII

e VI a.C. fundaram aí novas cidades, as colônias, as quais chamavam de apoíkias, palavra que pode ser traduzida por "nova casa".

A Colonização Romana

Em 146 a.C. Cartago foi destruída por Roma no que se pode

considerar a implantação daquele império no Norte de África. O Império

Romano dominou toda a África Mediterrânica, ou seja, a parte do norte da

África e que rodeia o Mar Mediterrâneo, quando ocorreu a descolonização

na África.

A Colonização Árabe

A colonização dos árabes ocorreu durante os séculos VIII e

IX e abrangeu todas as terras que formam o Deserto do Saara e grande

parte da África Ocidental e a zona costeira da África Oriental.

Omã

Durante o século XVIII o Omã estabeleceu várias colónias

ultramarinas, dentre as quais estão o Baluchistão (atual Paquistão), as

Comores, Moçambique, Madagascar e Tanzânia. Porém, com o declínio do

sultanato, tais colónias foram perdidas quando, em 1891 o sultanato vira

protetorado britânico.

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A COLONIZAÇÃO RECENTE DA ÁFRICA

Pode dizer-se que a colonização recente da África iniciou-

se com os descobrimentos e com a ocupação das Ilhas Canárias pelos

portugueses, no princípio do século XIV.

O processo de ocupação territorial, exploração econômica

e domínio político do continente africano por potências europeias tem início no século XV e estende-se até a metade do século XX. Ligada à

expansão marítima europeia, a primeira fase do colonialismo africano

surge da necessidade de encontrar rotas alternativas para o Oriente e

novos mercados produtores e consumidores.

No século XIV, exploradores europeus chegaram a África.

Através de trocas com alguns chefes locais, os europeus foram capazes

de capturar milhões de africanos e de os exportar para vários pontos do

mundo naquilo que ficou conhecido como a escravidão.

No princípio do século XIX, com a expansão do capitalismo

industrial, começa o neocolonialismo no continente africano. As potências

europeias desenvolveram uma "corrida à África" massiva e ocuparam a

maior parte do continente, criando muitas colônias. Entre outras

características, é marcado pelo aparecimento de novas potências

concorrentes, como a Alemanha, a Bélgica e a Itália.

A partir de 1880, a competição entre as metrópoles pelo

domínio dos territórios africanos intensifica-se. A partilha da África tem início, de fato, com a Conferência de Berlim (1884), que institui normas

para a ocupação, onde as potências coloniais negociaram a divisão da

África, propuseram para não invadirem áreas ocupadas por outras

potências.

Os únicos países africanos que não foram colônias foram a

Etiópia (que apenas foi brevemente invadida pela Itália, durante a Segunda

Guerra Mundial) e a Libéria, que tinha sido recentemente formada por

escravos libertos dos Estados Unidos da América.

No início da Primeira Guerra Mundial, 90% das terras já

estavam sob domínio da Europa. A partilha é feita de maneira arbitrária,

não respeitando as características étnicas e culturais de cada povo, o que

contribui para muitos dos conflitos atuais no continente africano, tribos aliadas foram separadas e tribos inimigas foram unidas.

No fim do século XIX, início do XX, muitos países europeus

foram até a África em busca das riquezas presentes no continente. Esses

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países dominaram as regiões de seu interesse e entraram em acordo para

dividir o continente. Porém os europeus não cuidaram com a divisão

correta das tribos africanas, gerando assim muitas guerras internas. Os

seguintes países dividiram a África e "formaram" países africanos

existentes ainda hoje.

A Colonização Portuguesa

A colonização portuguesa na África foi o resultado dos

descobrimentos. A primeira ocupação violenta dos portugueses na África

foi a conquista de Ceuta em 1415. Mas a verdadeira "descoberta" da África

iniciou-se um pouco mais tarde, mas ainda no século XV.

Em 1444, Dinis Dias descobre Cabo Verde e segue-se a ocupação das ilhas ainda no século XV, povoamento este que se prolongou

até ao século XIX.

Durante a segunda metade do século XV Portugal foi

estabelecendo feitorias nos portos do litoral oeste africano. No virar do

século, Bartolomeu Dias dobrou o Cabo da Boa Esperança, abrindo as

portas para a colonização da costa oriental da África pelos europeus.

A partir de meados do século XVI, os ingleses, os franceses e os holandeses expulsam os portugueses das melhores zonas costeiras

para o comércio de escravos.

A Colonização Francesa

Na África, foi no Senegal que os franceses primeiro

estabeleceram entrepostos em 1624, mas não formaram verdadeiras

colônias até ao século XIX, limitando-se a traficar escravos para as suas

colónias nas Caraíbas. No Oceano Índico, os franceses colonizaram a Île de Bourbon (actual Reunião), em 1664, Île Royale (actualmente Maurícia),

em 1718 e as Seychelles, em 1756. Durante o reinado de Napoleão, o

Egipto foi também conquistado por um breve período, mas a dominação

francesa nunca se estendeu para além da área imediatamente à volta do

Nilo.

O verdadeiro interesse da França por África manifestou-se

em 1830 com a invasão da Argélia e o estabelecimento de um protectorado

na Tunísia, em 1881. Entretanto, expandiram-se para o interior e para sul,

formando, em 1880, a colónia do Sudão Francês (actual Mali) e, nos anos

que se seguiram ocupando a grande parte do Norte de África e da África

ocidental e central. Em 1912, os franceses obrigaram o sultão de Marrocos

a assinar o Tratado de Fez, tornando-se outro protectorado.

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Entretanto, vários territórios africanos continuam sob

administração francesa, depois de vários referendos:

A ilha de Mayotte, nas Comores; e

A ilha da Reunião e várias outras ilhas que

dependem administrativamente deste departamento ultramarino

francês.

A Colonização Britânica

No final do século XVIII e meados do século XIX, os

ingleses, com enorme poder naval e econômico, assumem a liderança da

colonização africana. Combatem a escravatura, já menos lucrativa,

direcionando o comércio africano para a exportação de ouro, marfim, tapetes e animais.

Em consequência disso, os africanos ficam com o mercado

dominado pelos interesses do Império Britânico. Para isso, os britânicos

estabelecem novas colônias na costa e passam a implantar um sistema

administrativo fortemente centralizado na mão de colonos brancos ou

representantes da coroa inglesa. Os ingleses estabelecem territórios

coloniais em alguns países da África Ocidental, no nordeste e no sudeste

e no sul também do continente.

A Colonização Neerlandesa

Os neerlandeses estabeleceram-se na litorânea Cidade do

Cabo, na África do Sul, a partir de 1652 e dominaram o que antes de 1994

era a província do Cabo. Desenvolvem na região uma nova cultura e

formam uma comunidade conhecida como africâner ou bôer. Mais tarde, os

bôeres perdem o domínio da região para o Reino Unido na Guerra dos

Bôeres

A Descolonização da África

A ocupação da África pelas potências europeias prosseguiu

até depois do final da Segunda Guerra Mundial, quando as colónias

começaram a obter a independência, num processo que se chamou

descolonização.

Com exceção do Egito, que tinha proclamado

unilateralmente a sua independência em 1922, e da África do Sul, que se

tinha tornado autónoma em 1910, na forma de domínio do Império

Britânico, os restantes territórios africanos começaram a obter a

independência a partir da década de 1950 e, principalmente, a partir da

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Conferência de Bandung, em 1958, em que participaram os quatro países

africanos independentes nessa data.

A descolonização não foi pacífica, embora nem sempre

fosse forçada através de guerras de libertação, como foi o caso das

colónias portuguesas e da Argélia; as potências coloniais tentaram manter

o seu domínio através do seu apoio a políticos amigos ou através de

vínculos entre os territórios semi-autónomos e a Europa.

Os últimos países africanos a alcançarem a independência,

já na década de 1990, foram a Namíbia e a Eritreia, que tinham ficado sob

administração, respetivamente da África do Sul e da Etiópia, ao abrigo de

uma antiga tutela da Sociedade das Nações.

No entanto, ainda subsistem vários territórios de África

ocupados por países europeus, como as possessões espanholas em

Marrocos e as ilhas de Santa Helena, Ascensão e Tristão da Cunha,

administradas pelo Reino Unido. Outros territórios, como as ilhas Reunião

e Mayotte, decidiram por referendo popular manter-se parte da República Francesa.

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CONCLUSÃO

Os europeus conheciam a África desde o início da

expansão marítima, principalmente Portugal que tinha Angola e

Moçambique como colônias, mas foi no século XIX que a Europa consolidou

seu domínio no continente africano.

É de salientar que a violenta dominação europeia na África

provocou grandes prejuízos para as culturas dos africanos, pois além das

doenças, os europeus impuseram sua religião, escravizaram o povo e

destruiu as relações culturais existentes entre os povos nativos.

Em nenhum momento as divisões respeitaram os povos

africanos; o poder econômico das potências europeias determinava os processos de apropriação dos territórios. As novas delimitações

territoriais estimularam rivalidades entre as tribos africanas e facilitou a

sua perda de autonomia porque os europeus se aproveitaram dessa

fraqueza e rivalidade para dominar os povos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TemploDeApolo.net – Civilização grega. Período Arcaico

Da Fonseca, Afonso H Lisboa "Belafrica e os afrodescendentes" no

site Geocities.com acesso em 15 de setembro de 2009

Araújo, Adriene Pereira (2006) “A descolonização da África e do

Mundo Árabe” no site JulioBattisti.com.br acessado a 12 de março

de 2010 BIGOTTO, José Francisco. Geografia, sociedade e cotidiano: espaço

mundial. São Paulo: Escala Educacional, 2009.