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[email protected] .br 1964/2014 – 50 ANOS DO GOLPE MILITAR: CONTEXTO E IMPACTOS

A ditadura militar_no_brasil_-_arnaldo_2011

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1964/2014 – 50 ANOS DO GOLPE MILITAR: CONTEXTO E IMPACTOS

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“Ali onde os historiadores tentam se defrontar com um período para o qual existem testemunhas oculares vivas, dois conceitos de história bem diferentes se chocam ou, no melhor dos casos, completam-se mutuamente; a acadêmica e a existencial, o arquivo e a memória pessoal. Pois todo mundo é historiador de sua própria vida passada consciente, na medida em que elabora uma versão pessoal dela: um historiador nada confiável, sob a maioria dos pontos de vista, como bem sabem todos os que se aventuraram pela “história oral”. Mas um historiador cuja contribuição é essencial” (Eric Hobsbawn, A era dos impérios)_“Por ser mero protagonista secundário do momento histórico, tornei-me mais testemunha do que ator, e, se ator,, irrelevante, o que me deu condição de ver como observador menor. Justamente aquele que tem menos compromisso com as técnicas de mascaramento e de maquilação da narrativa. Aquele que, por ser menos, acaba compreendendo mais porque compreende na perspectiva da margem, que é mais abrangente” (José de Sousa Martins, A Sociologia como aventura)

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I 1964/1969 PERÍODO INSTITUCIONALIZAÇÃO DA NOVA ORDEM

Castelo Branco(1964-1967) Costa e Silva (1967-1969

II 1969/1974 – O MILAGRE ECONÔMICO

OS ANOS DE CHUMBO

Médici 1969/1974

III 1973/1979 - A CRISE – O FIM DO MILAGRE

A ABERTURA

Geisel (1974-1978)

IV 1979- 1984 -ABERTURA E TRANSIÇÃO

Figueiredo (1979-1985)

ETAPAS DA DITADURA MILITAR

ANTECEDENTES

O governo Jango (1961-1964)

A noite do Golpe

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ANTECEDENTES

DECADA DE 60 Debate entre dois projetos políticos que começou no governo Getulio

Projeto Nacional-Desenvolvimentista

Projeto Desenvolvimentista

Mundo

Guerra FriaGuerra do Vietnam (1955/1975)Revolução Cubana (1959)

Brasil Renuncia de Jânio Quadros (1961)Jango Goulart (1961-1964)

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UNE

CPC (Centro Popular de Cultura)

Teatro Música

Canção do Subdesenvolvido, Carlos Lira e Francisco de Assis

Critica à dependência cultural, política e econômica do pais desde o “Descobrimento”

Para ouvir acesse :

http://www.youtube.com/watch?v=opFt_gLoA5A

Cinema

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“O Brasil é uma terra de amores,Alcatifada de flores,Onde a brisa fala amores,Nas lindas tardes de abril.Correi pras bandas do Sul.Debaixo de um céu de anil,Encontrareis um gigante deitado:Santa Cruz, hoje o Brasil.Mas um dia o gigante despertou (ooaahhh!).Deixou de ser gigante adormecido.E dele um anão se levantou.Era um país subdesenvolvidoSubdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido (bis)

E passado o período colonial,O país passou a ser um bom quintal.E depois de dada a conta a PortugalInstalou-se o latifúndio nacional .. (Ai)Subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido

Então o bravo brasileiro (iehéé),Em perigos e guerras esforçados (iehéé),Mais que prometia a força humanaPlantou couve, colheu banana.Bravo esforço do povo brasileiroMandou vir capital lá do estrangeiro.Subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido.

As nações do mundo para cá mandaramSeus capitais tão desinteressados.As nações coitadas só queriam ajudar, não é?Aquela ilha velha não roubou ninguém,País de poucas terras só nos fez um bemUm Big BenUm big ben , bom, bem, bomNos deu luz (ah)Tirou ouro (oh)Nos deu trem (ah)Mas levou o nosso tesouro

Subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido

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Mas data houve em que se acabaram os tempos duros e sofridosPorque um dia aqui chegaram os capitais dos países amigos.País amigo, desenvolvido,País amigo, país amigo,Amigo do subdesenvolvidoPaís amigo, país amigo.E os nossos amigos americanosCom muita fé, com muita fé,Nos deram dinheiro e nos plantamosSó café, só café.É uma terra em que se plantando tudo dá.Pode-se plantar tudo que quiserMas eles resolveram que nos devíamos plantarSó café, só café

Bento que bento o frade, frade.Na boca do forno, forno.Tirai um bolo, boloFareis tudo que seu mestre mandar?Faremos todos, faremos todos, faremos todos.Começaram a nos vender e nos comprar.Comprar borracha, vender pneu.Comprar minério, vender navio.Pra nossa vela, vender pavio.Só mandaram o que sobrou de lá:Matéria plástica, que entusiástica,Que coisa elástica, que coisa drástica,Rock balada, filme de mocinho,Ar refrigerado e chiclete de bola (pop)E coca cola.Subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido.

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O povo brasileiro tem personalidade.Não se impressiona com facilidadeEmbora pense como americano“Uuuuuuu, I’m going to kill that indian before he kills me (pinim...)Embora dance como americanoTa-ta-ta-ta, ta-ta-ta-taEmbora cante como americanoEh boi, lá, lá, lá,Eh roçado bão, lá, lá, lá,O melhor do meu sertão, lá, lá, láComeram o boi.

O povo brasileiro, embora pense, cante e dance como americanoNão come como americano,Não bebe como americano,Vive menos, sofre maisIsso é muito importanteMuito mais do que importantePois difere o brasileiro dos demaisPersonalidade, personalidade, personalidade sem igual,Porém,Subdesenvolvida, subdesenvolvida,Essa é que é a vida nacional.”

Para ouvir acesse :http://www.youtube.com/watch?v=opFt_gLoA5A

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Projeto Nacional-Desenvolvimentista

Projeto Desenvolvimentista

O DEBATE SOBRE O DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO

modernização conservadora

alinhamento aos interesses norte-americanos repressão a participação

popular.

desenvolvimento autônomo e soberano do país

Papel do Estado

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Projeto Nacional-Desenvolvimentista

População Distribuição de Renda

50%

30%

15%

5%

17,91%

27,92%

26,66%

27,69%

80% dos consumidores

saláriosMercadoria de bens não duráveis

sindicatos greves

alimentos

Para isso: lei - eleições - partidos

Pequenas propriedades

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Projeto Desenvolvimentista

20% dos consumidores

Modernização do país

2ª abertura dos portos

Brasília

Indústria automobilística

JK

Mercado exterior

Latifúndio

exportaçãomecanização

Page 12: A ditadura militar_no_brasil_-_arnaldo_2011

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Para isso

Ideologia do automóvel

Estradas de rodagem

Dinheiro do Estado

EmissãoEmpréstimo externo

Inflação Aumento da dívida

20% dos consumidores

Aumentar o salário da classe media

Achatar o salário dos 80%

Imobilizar politicamente os 80%

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ProjetosProjetos Aliados ideológicos do Aliados ideológicos do

1º projeto1º projeto

80%80% SindicatosSindicatos TrabalhadoresTrabalhadores Movimentos SociaisMovimentos Sociais ISEBISEB

Aliados ideológicos Aliados ideológicos da 2º projetoda 2º projeto

Classe média e alta Classe média e alta (20%)(20%)

Adeptos da ordem e Adeptos da ordem e segurançasegurança

Forças Armadas Forças Armadas (ESG)(ESG)

AnticomunistasAnticomunistas Povo: inimigo internoPovo: inimigo interno IBAD - IPESIBAD - IPES

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Mais de mil sindicatos de trabalhadores foram fundados até 1964

Comando Geral dos Trabalhadores (CGT)

Pacto de Unidade e Ação (PUA) - aliança intersindical

União Nacional dos Estudantes (UNE)

Ação Popular (católicos de esquerda)

Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) - reunindo intelectuais de esquerda

Frente de Mobilização Popular (FMP) - liderada por Leonel Brizola

União dos Lavradores e Trabalhadores Agricolas do Brasil Ligas Camponesas

Principais movimentos de esquerda

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O Governo Jango

A sua abertura às organizações sociais: as organizações populares e trabalhadores ganharam espaço,

O seu apoio a sindicatos, e a sargentos que apoiavam a tentativa de sindicalização,

A não repressão às greves

O apoio às Ligas Camponesas  de Francisco Julião. 

A sua proposta de aumento de 100% no salario mínimo quando ministro de Getulio,

A lei de remessa dos lucros do capital estrangeiro

As Reformas de Base

O comício de 13 março

A subversão com apoio dos comunistas

O desejo de implantar uma ditadura sindicalista no Brasil

A quebra da disciplina e da hierarquia das Forças Armadas.

A preocupação entre setores conservadores , empresários, banqueiros e setores da Igreja Católica do estilo populista do governo

O medo de alguns governadores de um golpe de estado comunista

A preocupação do governo dos  Estados Unidos, juntamente com as classes conservadoras brasileiras, de o Brasil virar mais do que uma nova Cuba, uma nova China

A marcha da Família com Deus pela Liberdade

A favor Contra

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REFORMAS DE BASE

O PERIGO DA NUDEZ

Imaginem os leitores um menino caminhando para a adolescência. As roupas que vestem seu corpo, cheio de vida, aos poucos se tornam pequenas. Rebentam e os remendos começam aparecer. Um remendo aqui, um remendo ali, nos joelhos, no cotovelo, nos fundilhos. As roupas ficam desajustadas. Desajuste é a inadaptação entre dois elementos que deveriam coadunar-se. No caso do adolescente, a roupa e seu corpo. Ou o adolescente troca de roupa ou, quando menos espera, num movimento mais brusco, ficará nu e procurará cobrir-se com qualquer pedaço de pano que lhe derem.

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Imaginem os leitores um menino caminhando para a adolescência. As roupas que vestem seu corpo, cheio de vida, aos poucos se tornam pequenas. Rebentam e os remendos começam aparecer. Um remendo aqui, um remendo ali, nos joelhos, no cotovelo, nos fundilhos. As roupas ficam desajustadas. Desajuste é a inadaptação entre dois elementos que deveriam coadunar-se. No caso do adolescente, a roupa e seu corpo. Ou o adolescente troca de roupa ou, quando menos espera, num movimento mais brusco, ficará nu e procurará cobrir-se com qualquer pedaço de pano que lhe derem.

A vida social é o elemento dinâmico da realidade social. São as potencialidades biológicas e psíquicas do grupo social em contínua transformação, em incessante ação criadora, com sua força de expansão demográfica, com suas características psicológicas, com sua composição étnica, com suas aspirações e ideais coletivos.

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A vida social em expansão exerce continuamente pressão nas estruturas. Daí os desajustes sociais. Os desajustes constituem o chamado problema social. Começam a aparecer os remendos. Os remendos serão tantos que ou a realidade social muda as suas estruturas ou elas rebentam. 

É o que acontece com o Brasil. O Brasil é um menino que recebeu uma roupa bonitinha, ajustadinha de seus pais ou irmãos mais velhos. Mas um menino que entra na adolescência. Um menino que cresceu e que está com a roupa desajustada. Começam aparecer os remendos sociais. Há remendo na organização agrária, no sistema eleitoral, na organização educacional, administrativa, bancária, urbana, etc. Todas as peças de sua roupa já estão com remendo, inclusive suas peças íntimas. Ou o Brasil troca de roupa ou, um dia, quando menos se espera, os remendos não aguentarão mais e o Brasil ficará nu. Cobrir-se-á com qualquer pedaço de pano que lhe derem. Parece-me que há alguém remendando o Brasil com a mão direita, tendo na esquerda um manto vermelho para cobri-lo, em caso de necessidade,

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13 de março comício pelas reformas ou Comício da Central, organizado pela CGT

Reforma Agrária» Decreto assinado naquele dia considerava como passíveis de desapropriação as terras às margens de rodovias, ferrovias, açudes públicos federais e terras beneficiadas por obras de saneamento da União. “Ainda não é a carta de alforria do camponês abandonado”, disse Jango, prometendo avançar em uma das principais bandeiras de governo.Estatização de refinarias» Jango anunciou a “encampação” das refinarias de petróleo privadas. “A partir deste instante, as refinarias (...) passam a pertencer ao povo, passam a pertencer ao patrimônio nacional.” Poucos dias depois, o presidente mirava a estatização das companhias aéreas, quando foi deposto.Tabelamento dos aluguéis» “Dentro de poucas horas, outro decreto será dado ao conhecimento da Nação. É o que vai regulamentar o preço extorsivo dos apartamentos e residências desocupados.” A subida dos preços de locação de imóveis pressionava a inflação. Como solução, o governo pretendia atrelar o aumento dos aluguéis ao reajuste do salário mínimo.

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19 de março Marcha da Família com Deus pela Liberdade, organizada

Uma reação ao discurso do ex-presidente João Goulart, na Central do Brasil na semana anteriorAlguns setores da sociedade acreditavam que o governo Jango caminhava para o comunismo.As Marchas contaram, em sua organização, com o patrocínio e financiamento de empresários reunidos no grupo Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais - Ipês, representantes da ala mais tradicional da Igreja Católica, segmentos do conservadorismo político e grupos femininos, como a Campanha da Mulher pela Democracia do Rio de Janeiro, e União Cívica Feminina, de São Paulo.   

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Auro Moura de Andrade:

“Declaro vaga a presidência da republica”

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1964/1969 – PERÍODO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DA NOVA ORDEM

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AtosInstitucionais

Legitimação e legalização das ações políticas dos militares.

De 1964 a 1969 são decretados 17 atos institucionais regulamentados por 104 atos complementares.

O governo divulgou que seu objetivo era combater a "corrupção e a subversão”

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1964/1969 – PERÍODO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DA NOVA ORDEM

AI -1 – suspende a constituição de 1946, organizações de base, sindicatos, ligas camponesas, UNE, centros acadêmicos), cassação de direitos políticos de centenas de pessoas

AI-2 – após as eleições dos governadores, cassa JK (candidato a presidente), prorroga Castelo Branco até 67, não há mais eleições diretas (presidente e governador), bipartidarismo (Arena e MDB)

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Lutas com criatividade (encontros da UNE)

Subversão, clandestinidade.

Festivais de música (tratado político)

Reação estudantil

1966: IIº Festival da Record – Disparada, de Vandré

1966 : IIIº Festival da Record – Roda Viva, de Chico Buarque

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Tem dias que a gente se senteComo quem partiu ou morreuA gente estancou de repenteOu foi o mundo então que cresceu...A gente quer ter voz ativaNo nosso destino mandarMas eis que chega a roda vivaE carrega o destino prá lá ...Roda mundo, roda giganteRoda moinho, roda piãoO tempo rodou num instanteNas voltas do meu coração...A gente vai contra a correnteAté não poder resistirNa volta do barco é que senteO quanto deixou de cumprirFaz tempo que a gente cultivaA mais linda roseira que háMas eis que chega a roda vivaE carrega a roseira prá lá...Roda mundo, roda giganteRoda moinho, roda piãoO tempo rodou num instanteNas voltas do meu coração...

A roda da saia mulataNão quer mais rodar não senhorNão posso fazer serenataA roda de samba acabou...A gente toma a iniciativaViola na rua a cantarMas eis que chega a roda vivaE carrega a viola prá lá...Roda mundo, roda giganteRoda moinho, roda piãoO tempo rodou num instanteNas voltas do meu coração...O samba, a viola, a roseiraQue um dia a fogueira queimouFoi tudo ilusão passageiraQue a brisa primeira levou...No peito a saudade cativaFaz força pro tempo pararMas eis que chega a roda vivaE carrega a saudade prá lá ...Roda mundo, roda giganteRoda moinho, roda piãoO tempo rodou num instanteNas voltas do meu coração...(4x)

Roda Viva – Chico Buarque

Para ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=HRFw5u5wR4c

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No dia 29 de março, Edson No dia 29 de março, Edson Luís foi velado na Assembleia Luís foi velado na Assembleia Legislativa, tendo o corpo Legislativa, tendo o corpo coberto pela bandeira do coberto pela bandeira do Brasil. Brasil.

28 de março1968

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Missa em Homenagem a Missa em Homenagem a Edson Luís - Edson Luís -

Ao término da missa, diante do cerco da igreja pela polícia, os padres puseram-se em frente às pessoas, enfrentando três fileiras de policiais empunhados com sabres. Formando um cordão protetor, os clérigos deram-se as mãos, conduzindo as pessoas da igreja até a Avenida Rio Branco.

2 de abril1968

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3 de abril  Líder negro e Prêmio Nobel da Paz de 1964, Martin Luther King é assassinado a tiros em Memphis, aos 39 anos de idade. 12 se abril- Capitão do exército dos Estados Unidos, Charles Chandler, acusado de ser agente da CIA é morto por guerrilheiros em São Paulo.

16 de abril Metalúrgicos de Contagem, em Minas Gerais entram em greve por 10 dias, por reajuste salarial1º de maio - Governador de São Paulo, Abreu Sodré é apedrejado em palanque na Praça da Sé por trabalhadores contra a ditadura militar.

1968

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2 de maio - Revolução de Maio de 68 é iniciada por estudantes da Universidade de Paris e ocorre uma greve -.geral na França

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A passeata dos 100 mil, 26 de A passeata dos 100 mil, 26 de junhojunho Pressionado por

Hélio Pellegrino, o governador Negrão de Lima deu a autorização oficial para que se realizasse uma passeata pacifica no centro da cidade.. Faziam parte dos intelectuais liderados por Hélio Pellegrino: Oscar Niemeyer, Clarice Lispector, Ferreira Gullar, Nara Leão, Ziraldo, Milton Nascimento e muitos outros.

Na foto: Tônia Carrero, Paulo Autran, Gilberto Gil, Caetano Veloso, entre entros.

1968

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A passeata dos 100 milA passeata dos 100 mil1968

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18 de julho- Comando de Caça ao Comunistas espanca o elenco da peça ‘Roda Viva’ de Chico Buarque em São Paulo19 de julho  Assembleia Geral da CNBB no interior de SP condena a falta de liberdade de expressão Brasil.22 de julho - Sede da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro é alvo de atentado a bomba

21 de agosto -Tropas da União Soviética invadem a Tchecoslováquia colocando fim a Primavera de Praga.

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2 de setembro - Deputado do MDB, Marcio Moreira Alves faz discurso ofensivo contra o governo militar no Congresso .

http://www.youtube.com/watch?v=faP0EIVvJDQ

29 de agosto - Líder estudantil da UNB  Honestino Guimarães é preso dentro da universidade, após invasão das policias militar e federal em Brasília.

1968

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Congresso de Ibiúna, 12 de Congresso de Ibiúna, 12 de outubrooutubro

1968

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A batalha da Maria Antônia, 03 A batalha da Maria Antônia, 03 de outubrode outubro

1968

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A batalha da Maria Antônia, 3 A batalha da Maria Antônia, 3 de outubrode outubro

Durante a passeata, José Dirceu, presidente da UEE, faz discurso

http://acervo.estadao.com.br/noticias/acervo,maria-antonia-duas-historias-no-mesmo-angulo,9305,0.htm

1968

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A repressão proporcionou uma riqueza cultural imensurável devido à atmosfera de tensão vivida pelo povo.

Sem outra opção, era preciso encontrar uma maneira de protestar através da arte.

Dentre toda a produção musical do período ditatorial, “ Pra não dizer que não falei de flores”, de Geraldo Vandré, foi um hino de resistência ao regime militar.

Veja o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=ztdjgXBXt_Y&feature=related

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Caminhando e cantandoE seguindo a cançãoSomos todos iguaisBraços dados ou nãoNas escolas, nas ruasCampos, construçõesCaminhando e cantandoE seguindo a canção...Vem, vamos emboraQue esperar não é saberQuem sabe faz a horaNão espera acontecer...(2x)

Pelos campos há fomeEm grandes plantaçõesPelas ruas marchandoIndecisos cordõesAinda fazem da florSeu mais forte refrãoE acreditam nas floresVencendo o canhão...Vem, vamos emboraQue esperar não é saberQuem sabe faz a horaNão espera acontecer...(2x)

Pra Não Dizer Que Não Falei Das FloresGerComposição: Geraldo Vandré aldo Vandré

Para ouvir acesse: http://www.youtube.com/watch?v=PDWuwh6edkY

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Há soldados armadosAmados ou nãoQuase todos perdidosDe armas na mãoNos quartéis lhes ensinamUma antiga lição:De morrer pela pátriaE viver sem razão...Vem, vamos emboraQue esperar não é saberQuem sabe faz a horaNão espera acontecer...(2x)Nas escolas, nas ruasCampos, construçõesSomos todos soldadosArmados ou nãoCaminhando e cantandoE seguindo a cançãoSomos todos iguaisBraços dados ou não...

Os amores na menteAs flores no chãoA certeza na frenteA história na mãoCaminhando e cantandoE seguindo a cançãoAprendendo e ensinandoUma nova lição...Vem, vamos emboraQue esperar não é saberQuem sabe faz a horaNão espera acontecer...(4x)

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AI-5 13 de Dezembro- AI-5  é editado pelo Congresso  e sancionado pelo presidente Costa e Silva, fechando o Congresso Nacional gerando caos no país.

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AI-5

Recesso Parlamentar : fechamento do Congresso

Plenos poderes para o Presidente arbitrariamente intervir em estados e municípios

Prerrogativa presidencial: suspender direitos políticos e cassação de mandatos

Ficava extinto, em caso de crimes políticos ou contra a economia, o habeas corpus.

O presidente poderia decretar, a qualquer momento, estado de sitio,

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AI-5

Decreto 477

Lei da Segurança Nacional

SNI (futuros presidentes)

Ciex – DÓI-CODI Cenimar Cisa Dops

200 mil dedos-duros Oban Esquadrão da Morte Fleury

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Opções - 1. Estudar 2. Exílio 3. Luta armada - urbana - rural

Caça às bruxas

Universidade de Brasília

USP

Federal do Rio

Colégio Vocacional

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1969/1973

O MILAGRE ECONÔMICO

OS ANOS DE CHUMBO

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1969/1973 – O MILAGRE ECONÔMICO

Delfim Neto

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Período de intenso crescimento econômico e de grande endividamento.

O PIB do Brasil cresceu acima de 10% ao ano, em média, apesar da inflação, que oscilou entre 15% e 20% ao ano,

acentuação da desigualdade social e aumento da pobreza, com cerceamento às liberdades individuais associado à repressão política

Grande concentração de renda, com redução dos salários reais

1969/1973 – O MILAGRE ECONÔMICO

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1969/1973 – O MILAGRE ECONÔMICO

1970: Renda 50% = 14,91 30% = 22,85 15% = 27,38 05% = 34,86

Supermercados Shoppings

Indústria -------- mercadoria ------- consumidor

Repressão X euforia dos consumidores Ideologia Brasil, ame-o ou deixe-o Ninguém segura este país.

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Copa do Mundo1970 Noventa milhões em ação

Pra frente Brasil, no meu coraçãoTodos juntos, vamos pra frente BrasilSalve a seleção!!!De repente é aquela corrente pra frente, parece que todo o Brasil deu a mão!Todos ligados na mesma emoção, tudo é um só coração!Todos juntos vamos pra frente Brasil!Salve a seleção!Todos juntos vamos pra frente Brasil!Salve a seleção!Gol!Somos milhões em açãoPra frente Brasil, no meu coraçãoTodos juntos, vamos pra frente BrasilSalve a seleção!!!De repente é aquela corrente pra frente, parece que todo o Brasil deu a mão!Todos ligados na mesma emoção, tudo é um só coração!Todos juntos vamos pra frente Brasil!Salve a seleção!Todos juntos vamos pra frente Brasil!Salve a seleção!Salve a seleção!Salve a seleção!Salve a seleção!

http://www.youtube.com/watch?v=r1H2goWC6ug

Pra Frente Brasil. Os Incriveis

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http://www.youtube.com/watch?v=KKnoxfKqKkI

As praias do Brasil ensolaradasO chão onde o país se elevouA mão de Deus abençoouMulher que nasce aquiTem muito mais amorO céu do meu Brasil tem mais estrelasO sol do meu país mais esplendorA mão de Deus abençoouEm terras brasileirasVou plantar amorEu te amo meu Brasil, eu te amoMeu coração é verde, amarelo, branco, azul, anilEu te amo meu Brasil, eu te amoNinguém segura a juventude do BrasilAs tardes do Brasil são mais douradas-mulatas.Brotam cheias de calorA mão de Deus abençoouEu vou ficar aquiPorque existe amorNo carnaval os povos querem vê-lasNo colossal desfile multicorA mão de Deus abençoouEm terras brasileirasVou plantar amorAdoro meu Brasil de madrugadaNa hora em que estou com meu amorA mão de Deus abençoouA minha amada vai comigo aonde eu forAs noites do Brasil, tem mais belezaA hora chora de tristeza e dorPorque a natureza sopra e ela vai-se emboraEnquanto eu planto o amors

Eu te amo, meu Brasil, Dom e Ravel

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Brasil Ilha de tranquilidade3ª abertura dos portos

petrodólares

Aumento da dívida externaConstrução de infra-estrutura

Polo químico da Bahia

Indústria de base

Grandes projetos

Transamazônica

Rio-Niteroi

Usinas

Energia Nuclear

Ferrovia do aço

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1969/1973 – OS ANOS DE CHUMBO

A expressão “anos de chumbo” foi aplicada inicialmente a um fenômeno da Europa Ocidental, relacionado com a Guerra Fria e com a estratégia de tensão.

Anos 70/80: anos marcados por violência política, luta armada e terrorismo de esquerda e de direita, bem como pelo endurecimento do aparato repressivo dos Estados democráticos da Europa Ocidental.

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Ação Libertadora Nacional(ALN)

Comando de Libertação Nacional (COLINA)

MNR

Movimento de Libertação Popular - Molipo

Movimento Revolucionario 8 de outubro (MR-8]

PCB

PC do B

Partido Comunista Brasileiro Revolucionario(PCBR)

Partido Operario Comunista(POC)

POLOP

Val-Palmares

Vanguarda Popular Revolucionaria(VPR, VAR-P ou VAR-PAL)

Organizações armadas contra o regime militar

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Principais movimentos de direita

Instituto de Pesquisa e Estudos Sociai(IPES)

Instituto Brasileiro de Ação Democratica(IBAD)

Campanha da Mulher pela Democracia(Camde) - financiada pelo IPES

União Cívica Feminina(UCF) - sob orientação do IPES

Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (Adce) - ligada ao IPES Movimento Anti-Comunista (MAC) - formado por universitários

Frente da Juventude Democratica - formada por estudantes anticomunistas radicais

Comando de Caça aos Comunistas(CCC) - formado por estudantes anticomunistas radicais

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Durante esse período, houve "desaparecimento" e morte de milhares de militantes, políticos e estudantes de esquerda.

A liberdade de imprensa, a de expressão e a de manifestação foram cerceadas.

Por outro lado, alguns noticiários, como o Jornal Nacional, tentavam transmitir a imagem de um Brasil democrático e retratavam o evidente “desenvolvimento” nacional.

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1969Operação Bandeirante (OBAN)

Sequestro do Embaixador Americano

Esquadrão da Morte

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1969

Assassinato de Marighela (ALN)

1970

Guerrilhas contra o regime militar espalham-se na cidade e no campo

http://www.youtube.com/watch?v=dOyVzikahnk&feature=related

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Vendo circular pelas ruas os automóveis com o adesivo “Brasil: ame-o ou deixe-o“, Chico Buarque se viu obrigado a reagir com sua melhor arma: a música. E assim nasceu “Apesar de você”:

A música foi adotada como hino de resistência aos militaresquando um jornal publicou uma notinha dizendo que “você”,

na verdade, era o general Médici.

Apesar De VocêChico Buarque

Chamado para depor, Chico disse que a música era para uma mulher muito mandona, mas não colou. A música foi proibida de ser executada e todos os compactos recolhidos e quebrados.

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Apesar De VocêChico BuarqueComposição: Chico Buarque

(Crescendo) Amanhã vai ser outro dia x 3Hoje você é quem mandaFalou, tá faladoNão tem discussão, não.A minha gente hoje andaFalando de lado e olhando pro chãoViu?Você que inventou esse EstadoInventou de inventarToda escuridãoVocê que inventou o pecadoEsqueceu-se de inventar o perdão(Coro) Apesar de vocêamanhã há de ser outro diaEu pergunto a você onde vai se esconderDa enorme euforia?Como vai proibirQuando o galo insistir em cantar?Água nova brotandoE a gente se amando sem pararQuando chegar o momentoEsse meu sofrimento

Vou cobrar com juros. Juro!Todo esse amor reprimido,Esse grito contido,Esse samba no escuroVocê que inventou a tristezaOra tenha a finezade "desinventar"Você vai pagar, e é dobrado,Cada lágrima roladaNesse meu penar(Coro2) Apesar de vocêAmanhã há de ser outro dia.Ainda pago pra verO jardim florescerQual você não queriaVocê vai se amargarVendo o dia raiarSem lhe pedir licençaE eu vou morrer de rirE esse dia há de virantes do que você pensa

Apesar de você(Coro3) Apesar de vocêAmanhã há de ser outro diaVocê vai ter que verA manhã renascerE esbanjar poesiaComo vai se explicarVendo o céu clarear, de repente,Impunemente?Como vai abafarNosso coro a cantar,Na sua frente.Apesar de você(Coro4) Apesar de vocêAmanhã há de ser outro dia.Você vai se dar mal, etc e tal,

Para ouvir acesse:http://www.youtube.com/watch?v=R7xRtSUunEY

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"Cálice" é uma canção escrita e interpretada por Chico Buarque e Gilberto Gil em 1973.

Cálice – Chico Buarque e Gilberto Gil

Para ouvir acesse: http://www.youtube.com/watch?v=wV4vAtPn5-Q

Na canção percebe-se um elaborado jogo de palavras para despistar a censura da ditadura militar. A palavra-título, por exemplo, é cantado pelo coral que acompanha o cantor de forma a soar como um raivoso "Cale-se!".

A canção teve sua execução proibida durante anos no Brasil. Na versão, Milton Nascimento canta os versos de Gil.

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CáliceChico BuarqueComposição: Chico Buarque e Gilberto Gil

Pai! Afasta de mim esse cáliceDe vinho tinto de sangue...(2x)Como beberDessa bebida amargaTragar a dorEngolir a labutaMesmo calada a bocaResta o peitoSilêncio na cidadeNão se escutaDe que me valeSer filho da santaMelhor seriaSer filho da outraOutra realidadeMenos mortaTanta mentiraTanta força bruta...Pai! Afasta de mim esse cáliceDe vinho tinto de sangue...

Como é difícilAcordar caladoSe na calada da noiteEu me danoQuero lançarUm grito desumanoQue é uma maneiraDe ser escutadoEsse silêncio todoMe atordoaAtordoadoEu permaneço atentoNa arquibancadaPrá a qualquer momentoVer emergirO monstro da lagoa...Pai! Afasta de mim esse cálicePai! Afasta de mim esse cálicePai! Afasta de mim esse cáliceDe vinho tinto de sangue...

De muito gordaA porca já não anda(Cálice!)De muito usadaA faca já não cortaComo é difícilPai, abrir a portaPai! Afasta de mim esse cálicePai! Afasta de mim esse cálicComo beberDessa bebida amargaTragar a dorEngolir a labutaMesmo calada a bocaResta o peitoSilêncio na cidadeNão se escutaDe que me valeSer filho da santaMelhor seriaSer filho da outraOutra realidadeMenos mortaTanta mentiraTanta força bruta...

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Pai! Afasta de mim esse cálicePai! Afasta de mim esse cálicePai! Afasta de mim esse cáliceDe vinho tinto de sangue...De muito gordaA porca já não anda(Cálice!)De muito usadaA faca já não cortaComo é difícilPai, abrir a porta(Cálice!)Essa palavraPresa na gargantaEsse pilequeHomérico no mundoDe que adiantaTer boa vontade

Mesmo calado o peitoResta a cucaDos bêbadosDo centro da cidade...Pai! Afasta de mim esse cálicePai! Afasta de mim esse cálicePai! Afasta de mim esse cáliceDe vinho tinto de sangue...Talvez o mundoNão seja pequeno(Cale-se!)Nem seja a vidaUm fato consumado(Cale-se!)Quero inventarO meu próprio pecado(Cale-se!)Quero morrerDo meu próprio veneno(Pai! Cale-se!)

Quero perder de vezTua cabeça(Cale-se!)Minha cabeçaPerder teu juízo(Cale-se!)Quero cheirar fumaçaDe óleo diesel(Cale-se!)Me embriagarAté que alguém me esqueça(Cale-se!)

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1973-1979 –A crise: o fim do “milagre”

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1973-1979 –A crise: o fim do milagre

Crise externa A crise do petróleo

Crise interna

Esgotamento da capacidade de consumo da classe média

Sobe o numero de carnets

Fim da ilusãoIndústria

Queima de estoque

Aumento dos preços

Diminui a capacidade produtiva

ociosidade

desemprego

Nova força de trabalho

subemprego

Caos social

marginalidade

polícia violência

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1973-1979 –A crise: o fim do milagre

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Classe MédiaDeixa de consumir

Questiona o modelo

1974: voto na oposição

Governo Duas táticasCrise política

Crise econômica

Crise econômicaÉ preciso pagar os juros e as amortizações da dívida externa

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Crise econômica

agricultura

Incentivar o latifúndio : “exportar é o que importa”

incentivos fiscais: isenção de impostos

Mão de obra barata: “bóias-frias”

Destruição da pequena propriedade que produzia alimentos para o mercado interno: êxodo ruralAumento do preço dos alimentos

Importação de alimentos: aumento da dívida

indústria Isenção de impostos para exportação

Começa a faltar dinheiro para o Estado

Políticas sociais são afetadas

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Crise econômica

solução

Fabricar dinheiro: inflação

Aumento de imposto da classe media:

Letras do Tesouro e ORTN para os ricos comprarem. O rico só compra com juros altos: aumenta a dívida interna

Temos que pagar a dívida externa e a dívida interna

soluçãoEmprestar mais para pagar juros da dívida externa

Jogar mais letras do Tesouro no mercado

Círculo financeiro da especulação

Cigarro.

Energia elétrica

Imposto de renda

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Crise política

1970

Organização da sociedade civil

Movimentos de reivindicação

Comunidades Eclesiais de Base

Movimento “custo de vida”

Renascimento do movimento estudantilSindicatos: ABC – novas lideranças

Movimento dos camponeses

Foros políticos de debates

ABI

OAB

SBPC

Igreja

Táticas do governo

76 - Lei Falcão

77 – Pacote de Abril

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Crise política

A repressão se empenha para desarticular a guerrilha urbana, prendendo, matando e torturando.

1971

1973 Golpe Militar no Chile: PinochetAnti-candidatura do Ulisses

1974Derrota da Guerrilha do AraguaiaEleição de senadores de oposição

1975 Morre Vladimir Herzog

1976 Terrorismo de direita

1977Intensificam-se os movimentos da sociedade civil contra a ditadura – Carta aos Brasileiros – Gofredo da Silva Teles

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1979-1984: Abertura e transição

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1979-1984: Abertura e transição

Segunda crise internacional

Novo aumento do petróleo

Aumento do juros internacionais

Baixam os preços de matéria prima e produtos agrícolas

Aumentam os preços da tecnologia e produtos industrializados

Daí – mais empréstimos – aumenta a dívida –aumenta o latifúndio para exportar

Crise econômica

Setembro de 1982

O Banco do Brasil em Nova York declarou-se sem fundo

FMI – cartas de intenções

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Fim da década de 70. A pressão para uma abertura democrática no Brasil vem de todas as formas, mas é duramente reprimida.

Havia os exilados, os presos, os torturados e o resto, que não tinha armas com que lutar contra o governo, embora também não pudesse continuar como estava.

Isso só acabaria com a Lei da Anistia,

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Para ouvir acesse: http://www.youtube.com/watch?v=6kVBqefGcf4

A Lei da Anistia foi sancionada no mesmo ano de criação da música “O Bêbado e a Equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc – (a utopia e a esperança) que traz, em cada verso, um pequeno pedaço de cada batalha.

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Caía a tarde feito um viadutoE um bêbado trajando lutoMe lembrou Carlitos...A luaTal qual a dona do bordelPedia a cada estrela friaUm brilho de aluguelE nuvens!Lá no mata-borrão do céuChupavam manchas torturadasQue sufoco!Louco!O bêbado com chapéu-cocoFazia irreverências milPrá noite do Brasil.Meu Brasil!...Que sonha com a voltaDo irmão do Henfil.Com tanta gente que partiuNum rabo de fogueteChora!

A nossa PátriaMãe gentilChoram MariasE ClarissesNo solo do Brasil...Mas sei, que uma dorAssim pungenteNão há de ser inutilmenteA esperança...Dança na corda bambaDe sombrinhaE em cada passoDessa linhaPode se machucar...Azar!A esperança equilibristaSabe que o showDe todo artistaTem que continuar...

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Tô Voltando

Composição: Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós

Pode ir armando o coretoE preparando aquele feijão pretoEu tô voltandoPõe meia dúzia de Brahma pra gelarMuda a roupa de camaEu tô voltandoLeva o chinelo pra sala de jantarQue é lá mesmo que a mala eu vou largarQuero te abraçar, pode se perfumarPorque eu tô voltandoDá uma geral, faz um bom defumadorEnche a casa de florQue eu tô voltando

Pega uma praia, aproveita, tá calorVai pegando uma corQue eu tô voltandoFaz um cabelo bonito pra eu notarQue eu só quero mesmo é despentearQuero te agarrarPode se preparar porque eu tô voltandoPõe pra tocar na vitrola aquele somEstréia uma camisolaEu tô voltandoDá folga pra empregadaManda a criançada pra casa da avóQue eu to voltandoDiz que eu só volto amanhã se alguém chamarTelefone não deixa nem tocarQuero lá, lá, lá, ia, porque eu to voltando!

Para ouvir acesse: http://www.youtube.com/watch?v=Ka_l9wyY7vU

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1980: reforma partidária

repressão às greves do ABC

A questão da terra

greve dos professores

Crise

política

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1981: Atentados da direita

Atentado do Rio Centro

Pacote eleitoral

Crise

política

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Crise

política vitoria da oposição:

Tancredo,

Brizola,

Montoro

Greves de inúmeras categorias de trabalhadores

1982

1983

Fundação da CUT

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1984

Crise

política

Diretas Já

1985 Eleição de Tancredo Neves

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O final do governo militar de 1964

O fim do governo militar

Em 8 de maio de 1985, o Congresso Nacional aprovou emenda constitucional que acabava com os últimos vestígios da ditadura.

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Vai passar nessa avenida um samba popularCada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiarAo lembrar que aqui passaram sambas imortaisQue aqui sangraram pelos nossos pésQue aqui sambaram nossos ancestraisNum tempo página infeliz da nossa história,passagem desbotada na memóriaDas nossas novas geraçõesDormia a nossa pátria mãe tão distraídasem perceber que era subtraídaEm tenebrosas transaçõesSeus filhos erravam cegos pelo continente,levavam pedras feito penitentesErguendo estranhas catedraisE um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugazUma ofegante epidemia que se chamava carnaval,Vai passar nessa avenida um samba popularCada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiar

Ao lembrar que aqui passaram sambas imortaisQue aqui sangraram pelos nossos pésQue aqui sambaram nossos ancestraisNum tempo página infeliz da nossa história,passagem desbotada na memóriaDas nossas novas geraçõesDormia a nossa pátria mãe tão distraídasem perceber que era subtraídaEm tenebrosas transaçõesSeus filhos erravam cegos pelo continente,levavam pedras feito penitentesErguendo estranhas catedraisE um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugazUma ofegante epidemia que se chamava carnaval,o carnaval, o carnavalVai passar, palmas pra ala dos barões famintosO bloco dos napoleões retintose os pigmeus do boulevardMeu Deus, vem olhar, vem ver de perto uma cidade a cantarA evolução da liberdade até o dia clarearAi que vida boa, ô lerê,ai que vida boa, ô laráO estandarte do sanatório geral vai passarAi que vida boa, ô lerê,ai que vida boa, ô laráO estandarte do sanatório geral... vai passar

Vai PassarChico BuarqueComposição: Chico Buarque e Francis

http://www.youtube.com/watch?v=9A_JrsJF6mM

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Para ilustrar os acontecimentos da Ditadura Militar, veja os  vídeos da TV Câmara, CONTOS DA RESISTÊNCIA.

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Episódio 1: Estudantes e Igreja

O primeiro episódio de Contos da Resistência retrata a atuação de estudantes e da Igreja contra a ditadura militar. Relatos emocionantes de presos políticos e vítimas do regime marcam o documentário.

Episódio 2: Congresso O segundo episódio da série Contos da Resistência enfoca as relações políticas entre Congresso Nacional e governos militares. O objetivo da série de documentários é esclarecer fatos políticos dos 20 anos de ditadura militar, iniciada em março de 1964, explicar como se davam as ações de poder e dominação do governo central, e como o Congresso foi, ao mesmo tempo, núcleo de resistência e caixa de ressonância dos desejos dos militares daquela época.

Episódio 3: Artes e Imprensa Dando continuidade à série Contos da Resistência, o terceiro episódio trata da resistência nas artes e na imprensa no período da ditadura militar que vai de 1968 a 1979. Este período foi marcado principalmente pelo anúncio do Ato Institucional nº 5, o AI-5. Com ele se decretou a censura prévia em jornais, revistas, emissoras de TV e também nos espetáculos culturais de música, teatro, entre outros.

Episódio 4: Movimento Sindical

O quarto episódio da série conta como operários e líderes sindicais da região do ABC Paulista resistiam à falta de liberdade e se organizavam por melhores salários e condições de vida. O programa mostra a trajetória dos metalúrgicos: da alienação política à campanha pelas eleições diretas em 1984 e como a batalha por melhores salários resultou na luta pela redemocratização do Brasil. Histórias dramáticas e curiosas de operários anônimos e líderes reconhecidos.

Acesse http://www.camara.gov.br/internet/tvcamara/?lnk=CONTOS-DA-RESISTENCIA&selecao=MATDATA&programa=90

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Filmes sobre a Ditadura Militar no Brasil

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Braços Cruzados,Maquinas Paradas, 1978, Roberto Gervitz e Sergio Toledo

Três chapas disputam a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, o maior da América Latina, com 300.000 associados, e presidido por um "pelego", desde o golpe militar de 1964. Em meio às eleições, eclodem as primeiras greves operárias que iriam mudar o país.  Braços Cruzados, Máquinas Paradas revela, em narrativa envolvente, como funciona a estrutura sindical brasileira, de inspiração fascista. É também o primeiro documentário de longa-metragem sobre as chamadas "greves espontâneas", ocorridas em São Paulo, 10 anos após a decretação do AI-5. Tais greves, que culminaram em um amplo movimento social que traria de volta a democracia ao país, estão na base dos acontecimentos que levaram à eleição do primeiro presidente operário da América Latina

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ABC da Greve,1979, Leon Hisrsman

O filme cobre os acontecimentos na região do ABC paulista, acompanhando a trajetória do movimento de 150 mil metalúrgicos em luta por melhores salários e condições de vida. Sem obter êxito em suas reivindicações, decidem-se pela greve, afrontando o governo militar. Este responde com uma intervenção no sindicato da categoria. Mobilizando numeroso contingente policial, o governo inicia uma grande operação de repressão. Sem espaço para realizar suas assembléias, os trabalhadores são acolhidos pela igreja. Passados 45 dias, patrões e empregados chegam a um acordo. Mas o movimento sindical nunca mais foi o mesmo

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Linha de Montagem,1981, Renato Tapajós

Investigação sobre a gênese do movimento sindical de São Bernardo do Campo entre os anos de 1978 e 1981, quando se produziram as maiores greves de metalúrgicos na região, desafiando a repressão do final da ditadura militar. Radiografa-se a cidade no calor da grande efervescência das assembléias no estádio da Vila Euclides, onde os operários decidiam os novos rumos do movimento. As greves de 1979 e 1980 levaram à intervenção federal no Sindicato dos Metalúrgicos, à prisão de líderes, como Luís Inácio da Silva, processados com base na Lei de Segurança Nacional

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Eles não usam black-tie, 1981, Leon Hirszman.

Um operário engravida a namorada e resolve se casar. Paralelamente, inicia-se um movimento grevista na empresa onde trabalha, liderado por seu próprio pai. O personagem resolve furar a greve para garantir o emprego, mas sua decisão provoca enorme conflito com seu pai.Pra Frente Brasil,1982, Roberto Farias

Em 1970 o Brasil inteiro torce e vibra com a seleção de futebol no México, enquanto prisioneiros políticos são torturados nos porões da ditadura militar e inocentes são vítimas desta violência. Todos estes acontecimentos são vistos pela ótica de uma família quando um dos seus integrantes, um pacato trabalhador da classe média, é confundido com um ativista político e "desaparece".

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Nunca Fomos tão felizes, 1984, Murilo Sales

Nunca Fomos Tão Felizes conta a história da relação de um filho com seu pai, um homem desconhecido e misterioso. O filme começa com o pai voltando ao colégio onde deixou o filho interno durante oito anos, sem lhe escrever uma carta, sem lhe dar um telefonema. Ele pouco sabe sobre a vida do pai, um militamte politico perseguido pela policia do regime .Ambos vão para o Rio de Janeiro, numa viagem atribulada, onde o pai diz: quanto menos você souber sobre mim, melhor para você. Ele instala o filho em um apartamento na Av. Atlântica de frente para o mar, lhe entrega uma soma de dinheiro, e diz para o filho se virar com isso. No dia seguinte desaparece novamente. Nunca Fomos Tão Felizes é a história da descoberta do pai, de quem é esse pai. Um filme em ritmo de thriller que mobiliza o espectador. Um filme emocionante. Um marco do moderno cinema brasileiro

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Jango,1984, Silvio Tendler

Coletânea de filmes, fotos, documentários e entrevistas sobre a carreira política de João Goulart. Do tempo em que era Ministro do Trabalho de Vargas à sua morte no exílio.  

Cabra marcado para morrer,1984, Nelson Coutinho

O diretor rodava um filme sobre o Nordeste brasileiro, quando estourou o golpe de 1964. Retomou o projeto em 1981, retornando aos mesmos lugares e entrevistando as mesmas pessoas, para verificar o que tinha ocorrido com elas

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Em nome da segurança Nacional, 1984, Renato Tapajós

A gravação das declarações do Tribunal Tiradentes, tribunal simulado que julgou e condenou a Lei de Segurança Nacional, uma medida legal de repressão emitido durante a ditadura militar no Brasil, na década de 1960, que praticamente aboliu direitos civis e da democracia, em nome da segurança nacional .

Terra para Rose,1987, Tetê de Morais

A partir da história de Rose, uma gaúcha sem-terra, este documentário fala das 1.500 famílias que ocuparam a improdutiva Fazenda Annoni (RS). Era o momento de transição após regime militar e o início do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Brasil. Rose deu à luz ao primeiro bebê nascido no acampamento. 

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Que bom te ver viva, 1989, Lucia Murat

Sobre a tortura no país. Registro das experiências de oito ex-prisioneiras políticas sobre a tortura que sofreram durante a ditadura militar. 

A morte a donzela,1994, EUA, Roman Polanski

Em um país sul-americano após a queda da ditadura Paulina Escobar (Sigourney Weaver), a mulher de Gerardo Escobar (Stuart Wilson), um famoso advogado, fica sabendo no rádio que Gerardo deverá chefiar as investigações das mortes ocorridas no regime militar. Quando Gerardo chega ela o vê acompanhado de um estranho que o socorreu na estrada, mas quando o desconhecido retorna à casa ela o identifica pela voz como sendo Roberto Miranda (Ben Kingsley), o homem que a torturou e a estuprou quando ela fazia militância política. Paulina decide então "julgá-lo" ali mesmo, apesar dos protestos do marido, que considera sua atitude precipitada além do fato do acusado alegar inocência.

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Amazonia em chamas,1994, John Frankenheimer

The Burning Season (Amazônia em Chamas e um filme produzido em 1994, originalmente para televisão pela rede  HBO, sobre a vida do seringueiro Chico Mendes. O papel principal é interpretado pelo ator Raul Julia em sua penúltima atuação O filme foi rodado no Mexico. Não houve nenhuma relação da produção com o Brasil, exceto pela presença de Sonia Braga (interpretando a última companheira de Chico). Os demais atores eram todos hispânicos, e o filme é falado em inglês e espanhol.Lamarca, 1994, Sergio RezendeSobre o militar e guerrilheiro Carlos Lamarca (1937-71) que, em 1969, entrou para a Vanguarda Popular Revolucionária, abandonou um quartel em São Paulo e instalou um foco guerrilheiro no Vale do Ribeira (SP). Em 1970 comandou o seqüestro do embaixador suíço no Rio de janeiro; foi morto em 17/09/1971 pelo exército no sertão da Bahia

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15 Filhos, 1995, Maria de Oliveira, Marta Nehring

O documentário "15 filhos", de Maria Oliveira e Marta Nehring, retrata a época da ditadura militar no Brasil por meio da memória de infância dos filhos de militantes presos, mortos ou desaparecidos. Esses depoimentos, dentre os quais se incluem os das diretoras do vídeo, mostram um ângulo pouco conhecido da violência política no Brasil.O que é isso companheiro,1997, Bruno Barreto

Em 1964, um golpe militar derruba o governo democrático brasileiro e, após alguns anos de manifestações políticas, é promulgado em dezembro de 1968 o Ato Constitucional nº 5, que nada mais era que o golpe dentro do golpe, pois acabava com a liberdade de imprensa e os direitos civis. Neste período vários estudantes abraçam a luta armada, entrando na clandestinidade, e em 1969 militantes do MR-8 elaboram um plano para seqüestrar o embaixador dos Estados Unidos (Alan Arkin) para trocá-lo por prisioneiros políticos, que eram torturados nos porões da ditadura.

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Ação entre amigos,1998, Beto Brant

Em 1971, Miguel (Rodrigo Brassalto), Paulo (Heberson Hoerbe), Elói (Sérgio Cavalcante) e Osvaldo (Douglas Simon) participaram da luta armada contra a ditadura militar e acabaram sendo presos quando tentavam assaltar um banco. Eles foram barbaramente torturados, sendo que Lúcia (Melina Athís), a namorada de Miguel que estava grávida, morreu quando seus algozes colocaram nela uma "coroa de cristo" até estourar seu cérebro. Vinte e cinco anos depois, os quatro amigos ainda se vêem e quando vão para uma pescaria Miguel (Zecarlos Machado) mostra aos amigos uma foto de um encontro político em São Paulo, afirmando que uma das pessoas fotografadas foi Correia (Leonardo Villar), o homem que os torturou por meses. Inicialmente Paulo (Carlos Meceni), Elói (Cacá Amaral) e Osvaldo (Genésio de Barros) contestam a afirmação do amigo, pois oficialmente Correia morreu, mas a verdade é que ninguém viu o corpo e três anos depois a viúva de Correia faleceu de câncer e, algum tempo depois, os restos mortais dela foram transferidos para outro cemitério. Como não consta o nome de quem fez o pedido, Miguel acredita que tenha sido Correia. Na cidade eles confirmam que o corpo está lá, assim procuram um local de apostas, pois o torturador deles era um viciado em qualquer tipo de jogo, e o acabam encontrando em uma rinha de galos. Os quatro armam uma emboscada e seqüestram Correia, que inicialmente nega tudo, mas após receber de Miguel um tiro na perna admite ser o torturador, mas revela algo inimaginável: ele só os prendeu pelo simples fato de que entre eles existia um delator.

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Dois córregos, 1999, Carlos Reinchenbach

No início do filme, uma mulher lembra de sua adolescência quando vai ver sua propriedade em Dois Corregos. Reichenbach une três mulheres diferentes que convivem com um homem que está escondido por perseguição no período da ditadura

Sonho de Rose, 2000, Tetê de Morais

Dez anos após o filme Terra para Rose, ocorreu este reencontro com personagens da ocupação da Fazenda Annoni. O documentário acompanha a trajetória dos agricultores sem-terra, narra os resultados dos assentamentos, seus conflitos e vai atrás dos filhos de Rose. Importante para quem é contrário à reforma agrária.

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Golpe de 64 – 2000, A procissão está nas ruas, Mauro Lima

Março de 1964. Os olhos do mundo estão voltados para o Brasil. Num planeta dividido entre dois blocos antagônicos é cada vez mais difícil manter-se independente. Esquerda ou direita? Que rumo tomar? Uma coisa é certa: a solução, infelizmente, não será democrática. Neste cenário fervilhante, o processo político se radicaliza a cada dia. O fatídico mês avança e a temperatura se eleva. Os comícios reúnem centenas de milhares de pessoas, os discursos são mais inflamados do que nunca. Nos gabinetes, conspira-se. haverá golpe? Haverá contra-golpe? Os americanos estão de prontidão? Não há mais tempo para planejar. É preciso agir. E rápido. Os tanques já estão nas ruas. Prepare-se para reviver um dia de cão e de chumbo: 31 de março de 64.

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Marighella, retrato de um guerrilheiro,2001, Silvio Tendler

O documentário conta a história, as polêmicas, as vitórias e derrotas de Carlos Marighella, um dos líderes da luta armada contra a ditadura militar no Brasil. Autor do “Manual do Guerrilheiro Urbano" foi fundador da Açao Çlibertadora Nacional, primeiro movimento armado pós-64. Foi homenageado com o filme no ano em que completaria 90 anos.Tempo de resistência,2003, André Ristum

Baseado no livro “Tempo de Resistência” de Leopoldo Paulino, o documentário homônimo é o mais completo sobre a luta do povo brasileiro contra a ditadura militar. A partir do depoimento de pessoas diretamente envolvidas na resistência à ditadura, e impactantes imagens de arquivos, Tempo de Resistência revela a História deste longo e nebuloso período, que se estendeu por 21 anos, resgatando a memória do nosso país. Embalado pelas músicas de Chico Buarque, Francis Hime e Geraldo Vandré entre outras

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Barra 68- sem perder a ternura, 2001, Vladimir de Carvalho

A luta de Darcy Ribeiro no início dos anos 60 para criar e implantar a Universidade Brasília. E as repetidas agressões sofridas pela UNB, desde o golpe militar de 64 até os acontecimentos de 1968. Desde os seus primórdios, Brasília foi fortemente marcada pelos acontecimentos políticos, como a renúncia de Jânio Quadros e o golpe militar de 64. Envolvida, a comunidade conheceu a intranqüilidade e ficou estigmatizada pela repressão. Um dos seus bens mais preciosos, a Universidade, criada por Darcy Ribeiro, foi agredida em 64, 68 e 77. Na primeira vez a UnB foi ocupada por tropas militares e quase perdeu todo o seu corpo docente que voluntariamente se demitiu em protesto célebre. A crise se arrastou por quatro longos anos e em l968, com o movimento deflagrado em reação ao assassinato de Edson Luís, no Rio de Janeiro, as ruas de Brasília assistiram aos embates entre estudantes e a polícia. As famílias sobressaltadas procuravam alento nos ofícios religiosos, enquanto cerca de 5OO jovens eram detidos numa praça de esportes no campus da UnB. Tudo culmina, depois de lances dramáticos com a prisão de parlamentares, o fechamento do Congresso Nacional e a promulgação do AI-5. Essa trajetória é resgatada através da urdidura de depoimentos, casos e histórias mesclados às raras imagens e sons que ficaram e perfazem, de uma época, uma memória imperfeita, mas sempre verdadeira.

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Vale a pena sonhar,2003, Rudi Böhm, Stela Grisotti

Vale a pena sonhar os sonhos e utopias de uma geração de homens e mulheres que dedicaram suas vidass à luta pela justiça, liberdade e democracia, tendo como fio condutor a historia de Apolonio de Carvalho. Sua luta, sem fronteiras, junto aos republicanos na Guerra Civil Espanhola, na Resistencia Francesa contra o nazismo e no combate à ditadura militar no Brasil nos anos 60, assim como fatos da vida cotidiana e da familia do militante de esquerda e que assina a ficha numero 11 de filiação do PT.Paula, a historia de uma subversiva,2003, Francisco Ramalho

O retorno de uma exilada política ao Brasil faz com que antigo líder estudantil recorde seu passado de lutas contra o regime militar. Por ironia do destino, quando sua filha é sequestrada, é obrigado a pedir ajuda a um delegado de polícia que torturou sua namorada.

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Pra frente, Brasil (1983, Brasil, direção: Roberto Farias) – Sobre a ditadura militar brasileira nos anos 1970. Um cidadão comum é tomado por guerrilheiro, é preso e torturado. Ambientado durante a Copa do Mundo de 70, denuncia a repressão para-militar do período

Lamarca (1994, Brasil, direção: Sérgio Resende) – Sobre o militar e guerrilheiro Carlos Lamarca (1937-71) que, em 1969, entrou para a Vanguarda Popular Revolucionária, abandonou um quartel em São Paulo e instalou um foco guerrilheiro no Vale do Ribeira (SP). Em 1970 comandou o seqüestro do embaixador suíço no Rio de janeiro; foi morto em 17/09/1971 pelo exército no sertão da Bahia.

Cabra marcado para morrer (1984, Brasil, direção: Eduardo Coutinho) – O diretor rodava um filme sobre o Nordeste brasileiro, quando estourou o golpe de 1964. Retomou o projeto em 1981, retornando aos mesmos lugares e entrevistando as mesmas pessoas, para verificar o que tinha ocorrido com elas

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Que bom te ver viva (1989, Brasil, direção: Lúcia Murat) – Sobre a tortura no país. Registro das experiências de oito ex-prisioneiras políticas sobre a tortura que sofreram durante a ditadura militar.

Zuzu Angel (2006, Brasil, direção: Sérgio Rezende) – sobre Zuleika Angel Jones (conhecida como Zuzu Angel), estilista conhecida internacionalmente, que a partir de 1971 passou a procurar seu filho Stuart Angel Jones, um militante do movimento MR-8 que foi preso, torturado e assassinado nas dependências dos órgãos de repressão do Brasil, que negavam o fato e não apresentaram seu corpo.

Araguaya A conspiração do silêncio– A conspiração do silêncio (2004, Brasil, direção: Ronaldo Duque) – Uma tentativa de retratar a Guerrilha do Araguaia, ocorrida no início da década de 1970 por militantes do PCdoB. Importante para tomar contato com aspectos do período da ditadura militar brasileira. Os documentos oficiais referentes a este episódio ainda não foram divulgados e nem os restos mortais de 59 guerrilheiros não foram localizados. 105 min.

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Batismo de Sangue (2005, Brasil, direção: Helvécio Ratton) – Com base na obra de Frei Betto, este filme – que se passa durante os anos de chumbo – trata mais do dominicano Frei Tito (e de outros quatro frades) do que do próprio período militar. Mas é importante para que se tenha consciência da tortura (choques, pau-de-arara, prisão incomunicável e outras) implantada no país. 110

“Golpe de 64” - de Fernando Morais Março de 1964. Os olhos do mundo estão voltados para o Brasil. Num planeta dividido entre dois blocos antagônicos é cada vez mais difícil manter-se independente. Esquerda ou direita? Que rumo tomar? Uma coisa é certa: a solução, infelizmente, não será democrática. Neste cenário fervilhante, o processo político se radicaliza a cada dia. O fatídico mês avança e a temperatura se eleva. Os comícios reúnem centenas de milhares de pessoas, os discursos são mais inflamados do que nunca. Nos gabinetes, conspira-se. haverá golpe? Haverá contra-golpe? Os americanos estão de prontidão? Não há mais tempo para planejar. É preciso agir. E rápido. Os tanques já estão nas ruas. Prepare-se para reviver um dia de cão e de chumbo: 31 de março de 64.

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Marighella - Retrato Falado do Guerrilheiro" de Silvio Tendler

Conta a história, as polêmicas, as vitórias e derrotas de Carlos Marighella, um dos líderes da luta armada contra a ditadura militar no Brasil. Autor do "Manual do Guerrilheiro Urbano" foi fundador da Ação Libertadora Nacional, primeiro movimento armado pós-64. Foi homenageado com o filme no ano em que completaria 90 anos.

"O que é isso companheiro?" de Bruno Barreto

Em 1964, um golpe militar derruba o governo democrático brasileiro e, após alguns anos de manifestações políticas, é promulgado em dezembro de 1968 o Ato Constitucional nº 5, que nada mais era que o golpe dentro do golpe, pois acabava com a liberdade de imprensa e os direitos civis. Neste período vários estudantes abraçam a luta armada, entrando na clandestinidade, e em 1969 militantes do MR-8 elaboram um plano para seqüestrar o embaixador dos Estados Unidos (Alan Arkin) para trocá-lo por prisioneiros políticos, que eram torturados nos porões da ditadura.

Ato de Fé – Angelo Rampazzo, 2004 - O filme narra fatos já bem conhecidos da luta armada contra a ditadura na voz de alguns de seus personagens. Os depoimentos dominam o documentário, sobretudo sobre as torturas sofiridas pelos freis dominicanos e sua relação com Carlos Marighela.

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Vlado - 30 Anos Depois”de João Batista de Andrade

No dia 25 de outubro de 1975 o jornalista Vladimir Herzog acorda de manhã e se despede da mulher Clarice: ele deve se apresentar ao DOI-CODI, órgão da repressão política do regime militar, para um depoimento. Vlado nem imaginava que nunca mais voltaria para casa. Naquele fatídico dia ele seria morto. Segundo fonte oficial, teria se suicidado na prisão. Neste documentário o diretor João Batista de Andrade ouve depoimentos de amigos, familiares, colegas que viveram com Vlado a história, a amplitude das perseguições dos anos de chumbo, a trajetória do jornalista, desde sua infância até sua posse como Diretor de Jornalismo da TV Cultura de São Paulo e a perseguição a ele iniciada naquele momento. Com depoimentos de Clarice Herzog, José Mindlin, Ruy Ohtake, Dom Paulo Evaristo Arns, Henry Sobel, Fernando Morais, Paulo Markun, João Bosco, Aldir Blanc, Alberto Dines, Diléia Frate, Mino Carta, Rose Nogueira.

O ano em que meus pais saíram de férias" de Cao Hamburguer

1970. O Brasil e o mundo parecem estar de cabeça para baixo, mas a maior preocupação na vida de Mauro, um garoto de 12 anos, tem pouco a ver com a ditadura militar que impera no país: seu maior sonho é ver o Brasil tricampeão mundial de futebol. De repente, ele é separado dos pais e obrigado a se adaptar a uma "estranha" e divertida comunidade - o Bom Retiro, bairro de São Paulo, que abriga judeus e italianos entre outras culturas. Uma história emocionante de superação e solidariedade.

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“Barra 68 – Sem perder a ternura” de Vladimir Carvalho

A luta de Darcy Ribeiro no início dos anos 60 para criar e implantar a Universidade Brasília. E as repetidas agressões sofridas pela UNB, desde o golpe militar de 64 até os acontecimentos de 1968. Desde os seus primórdios, Brasília foi fortemente marcada pelos acontecimentos políticos, como a renúncia de Jânio Quadros e o golpe militar de 64. Envolvida, a comunidade conheceu a intranqüilidade e ficou estigmatizada pela repressão. Um dos seus bens mais preciosos, a Universidade, criada por Darcy Ribeiro, foi agredida em 64, 68 e 77. Na primeira vez a UnB foi ocupada por tropas militares e quase perdeu todo o seu corpo docente que voluntariamente se demitiu em protesto célebre. A crise se arrastou por quatro longos anos e em l968, com o movimento deflagrado em reação ao assassinato de Edson Luís, no Rio de Janeiro, as ruas de Brasília assistiram aos embates entre estudantes e a polícia. As famílias sobressaltadas procuravam alento nos ofícios religiosos, enquanto cerca de 5OO jovens eram detidos numa praça de esportes no campus da UnB. Tudo culmina, depois de lances dramáticos com a prisão de parlamentares, o fechamento do Congresso Nacional e a promulgação do AI-5. Essa trajetória é resgatada através da urdidura de depoimentos, casos e histórias mesclados às raras imagens e sons que ficaram e perfazem, de uma época, uma memória imperfeita, mas sempre verdadeira.

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Hércules 56" de Silvio Da-Rin Em 1969, em plena ditadura no Brasil, duas organizações revolucionárias raptaram o embaixador americano Charles Elbrick e exigiram a libertação de quinze presos políticos, levados ao México no avião Hércules, prefixo 56. Neste documentário, os nove remanescentes do grupo e cinco membros da organização responsáveis pelo seqüestro discutem as causas e conseqüências da luta armada contra o regime militar.

O homem que virou suco (1980, Brasil, direção: João Batista de Andrade) – Trata sobre migração e marginalidade urbana no Brasil no período. Um cantor de cordel é confundido pela polícia com um operário que esfaqueou o patrão

Jânio a 24 quadros (1981, Brasil, direção: Luiz Alberto Ferreira) – A vida política do ex-presidente, mas com pouca profundidade na análise histórica.

Jango (1984, Brasil, direção: Sílvio Tendler) – Coletânea de filmes, fotos, documentários e entrevistas sobre a carreira política de João Goulart. Do tempo em que era Ministro do Trabalho de Vargas à sua morte no exílio.

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Linha de Montagem (Rento Tapajós, 1982)

Os peões (Eduardo Coutinho, 2004)

Eles não usam Black-tie (Leon Hirszman,1981)

Investigação sobre a gênese do movimento sindical de São Bernardo do Campo entre os anos de 1978 e 1981, quando se produziram as maiores greves de metalúrgicos na região, desafiando a repressão do final da ditadura militar. Radiografa-se a cidade no calor da grande efervescência das assembléias no estádio da Vila Euclides, onde os operários decidiam os novos rumos do movimento. As greves de 1979 e 1980 levaram à intervenção federal no Sindicato dos Metalúrgicos, à prisão de líderes, como Luís Inácio da Silva, processados com base na Lei de Segurança Nacional.

Documentário sobre a história pessoal de trabalhadores da indústria metalúrgica do ABC paulista que tomaram parte no movimento grevista de 1979 e 1980, mas permaneceram em relativo anonimato. Eles falam de suas origens, de sua participação no movimento e dos caminhos que suas vidas trilharam desde então. Exibem souvenirs das greves, recordam os sofrimentos e recompensas do trabalho nas fábricas, comentam o efeito da militância política no âmbito familiar, dão sua visão pessoal de Lula e dos rumos do país. O filme foi rodado no período final da campanha presidencial de 2002.

Um operário engravida a namorada e resolve se casar. Paralelamente, inicia-se um movimento grevista na empresa onde trabalha, liderado por seu próprio pai. O personagem resolve furar a greve para garantir o emprego, mas sua decisão provoca enorme conflito com seu pai.

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Abc da Greve (Leon Hirszman, 1979)O filme cobre os acontecimentos na região do ABC paulista, acompanhando a trajetória do movimento de 150 mil metalúrgicos em luta por melhores salários e condições de vida. Sem obter êxito em suas reivindicações, decidem-se pela greve, afrontando o governo militar. Este responde com uma intervenção no sindicato da categoria. Mobilizando numeroso contingente policial, o governo inicia uma grande operação de repressão. Sem espaço para realizar suas assembléias, os trabalhadores são acolhidos pela igreja. Passados 45 dias, patrões e empregados chegam a um acordo. Mas o movimento sindical nunca mais foi o mesmo

Braços Cruzados, Máquinas Paradas, de Roberto Gervitz, Sérgio Toledo,São Paulo, 1978. Três chapas disputam a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, o maior da América Latina, com 300.000 associados, e presidido por um "pelego", desde o golpe militar de 1964. Em meio às eleições, eclodem as primeiras greves operárias que iriam mudar o país.  Braços Cruzados, Máquinas Paradas revela, em narrativa envolvente, como funciona a estrutura sindical brasileira, de inspiração fascista. É também o primeiro documentário de longa-metragem sobre as chamadas "greves espontâneas", ocorridas em São Paulo, 10 anos após a decretação do AI-5. Tais greves, que culminaram em um amplo movimento social que traria de volta a democracia ao país, estão na base dos acontecimentos que levaram à eleição do primeiro presidente operário da América Latina.

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Pixote – A lei do mais fraco (1980, Brasil, direção: Hector Babenco) – Sobre menores abandonados no Brasil no período após 64. Menores fogem de um reformatório e passam a viver com uma prostituta. Um retrato dos menores abandonados das grandes cidades brasileiras

Lúcio Flávio, o passageiro da agonia (1977, Brasil, direção: Hector Babenco) – Sobre um marginal consciente que, pouco antes de morrer, revelou certos aspectos da corrupção policial. Trata da história de um bandido que exerceu certo fascínio sobre faixas da população carioca nos anos 70.

Amazônia em Chamas (The Burning Season; 1994, EUA, direção: John Frankenheimer) – Uma visão de Hollywood sobre fatos que marcaram a vida de Chico Mendes (1944-88), o famoso sindicalista e ambientalista de Xapuri (AC

Quase dois irmãos, de Lúcia MuratMiguel é um senador que decide reencontrar Jorge, um antigo amigo de infância e atualmente poderoso traficante de drogas do Rio de Janeiro, para negociar um projeto social nas favelas. De origens diferentes, eles se tornaram amigos na década de 1950. Nos anos 70, reencontraram-se na prisão de Ilha Grande, onde os brancos eram prisioneiros políticos e os negros, criminosos comuns.

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Terra para Rose (1987, Brasil, direção: Tetê Morares) – A partir da história de Rose, uma gaúcha sem-terra, este documentário fala das 1.500 famílias que ocuparam a improdutiva Fazenda Annoni (RS). Era o momento de transição após regime militar e o início do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Brasil. Rose deu à luz ao primeiro bebê nascido no acampamento.

O Sonho de Rose (2.000, Brasil, direção: Tetê Morares) – Dez anos após o filme Terra para Rose, ocorreu este reencontro com personagens da ocupação da Fazenda Annoni. O documentário acompanha a trajetória dos agricultores sem-terra, narra os resultados dos assentamentos, seus conflitos e vai atrás dos filhos de Rose. Importante para quem é contrário à reforma agrária.

Os anos JK – Silvio Tendler - 1954: suicídio de Getúlio Vargas. 1955: crise política ameaça a posse do presidente eleito, Juscelino Kubitschek. 1956: JK assume a presidência. Promete democracia e desenvolvimento. Supera crises e crises. Começa a construção de Brasília. Brasil muda de tom. 1960: JK inaugura Brasília. 1961: JK dá posse a seu sucesso Jânio Quadros. Sete meses depois Jânio renuncia. Crise. 1964: Golpe Militar instaura ditadura. JK é cassado. Dez anos de história. Muitas crises. O governo JK é um exercício de democracia. O Brasil ferve. Os anos JK. Ver para não esquecer. Margarida de Prata, CNBB Festival de Gramado - Melhor Montagem, Prêmio Especial do Júri, Associação Paulista de Críticos de Arte - Melhor Montagem

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“Companheiras” - 2010- direção Breno Queirós – vídeo produzido por um grupo de concluintes do curso de Jornalismo da Puc-Campinas. Depoimentos de companheiras de presos políticos que foram assassinados pela ditadura militar.

Mataram meu irmão (Brasil / Dir. Cristiano Burlan). O filme reconstitui a morte de Rafael Burlan, assassinado com sete tiros em 2001. A busca por contar a história do assassinato do irmão do diretor do documentário conduz ao coração de um círculo de violência em torno dos bairros da periferia de São Paulo, como o Capão Redondo. A trajetória de Rafael é contada a partir da memória de parentes e pessoas que conviveram com ele. Em busca de Iara (Brasil / Dir. Flavio Frederico). O filme resgata a vida da guerrilheira Iara Iavelberg a partir da investigação pessoal da sobrinha da guerrilheira, Mariana. É a história de uma mulher culta e bela que optou engajar-se na luta armada contra a ditadura. Foi companheira do ex-capitão Carlos Lamarca e um dos alvos mais procurados pela repressão. O filme desmonta a versão oficial do regime que atribuiu sua morte, em 1971, a um suicídio.

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Duas Histórias (Brasil / Dir. Angela Zoe). Documentário sobre a trajetória de dois militantes na luta contra a ditadura militar. A primeira história narra a fuga do Brasil para o Chile da militante Irles Carvalho, que vivia na clandestinidade com seu filho, Daniel. A segunda história é de Marco Antônio Meyer, militante estudantil, preso, torturado e depois trocado pelo embaixador alemão. O documentário contou com o apoio do projeto Marcas da Memória, da Comissão da Anistia.

Setenta (Brasil / Dir. Emilia Silveira) Na década de 70 no Brasil, em pleno regime militar, um grupo de 70 presos políticos de diferentes organizações é enviado ao Chile em troca da libertação do embaixador suíço. O documentário Setenta reencontra esses personagens 40 anos depois do banimento. Quem são eles? Como eles veem o passado? Que sonhos têm para o futuro? Como sobreviveram e como vivem?

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Repare BemO filme, eleito o melhor longa estrangeiro do Festival de Cinema de Gramado, foi gravado no Brasil, Itália e Holanda, entre janeiro e outubro de 2011, resgatando a trajetória da família de Denise Crispim, sua filha Eduarda Ditta Crispim Leite e seu ex-companheiro Eduardo Leite, o "Bacuri", torturado por 109 dias e assassinado pelos militares. Os relatos e personagens da trama desvelam os aspectos mais cruéis desse período da história brasileira, em um documentário que contribui para os crescentes debates sobre o resgate da memória no Brasil e a reparação das famílias brutalizadas pelo Estado.

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Em busca de Iara (Brasil / Dir. Flavio Frederico). O filme resgata a vida da guerrilheira Iara Iavelberg a partir da investigação pessoal da sobrinha da guerrilheira, Mariana. É a história de uma mulher culta e bela que optou engajar-se na luta armada contra a ditadura. Foi companheira do ex-capitão Carlos Lamarca e um dos alvos mais procurados pela repressão. O filme desmonta a versão oficial do regime que atribuiu sua morte, em 1971, a um suicídio.Terça (1/10) – 16h – Ponto Cine  Duas Histórias (Brasil / Dir. Angela Zoe). Documentário sobre a trajetória de dois militantes na luta contra a ditadura militar. A primeira história narra a fuga do Brasil para o Chile da militante Irles Carvalho, que vivia na clandestinidade com seu filho, Daniel. A segunda história é de Marco Antônio Meyer, militante estudantil, preso, torturado e depois trocado pelo embaixador alemão. O documentário contou com o apoio do projeto Marcas da Memória, da Comissão da Anistia.Segunda (30/9) – 21h – Armazém da Utopia Setenta (Brasil / Dir. Emilia Silveira) Na década de 70 no Brasil, em pleno regime militar, um grupo de 70 presos políticos de diferentes organizações é enviado ao Chile em troca da libertação do embaixador suíço. O documentário Setenta reencontra esses personagens 40 anos depois do banimento. Quem são eles? Como eles veem o passado? Que sonhos têm para o futuro? Como sobreviveram e como vivem?