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JUNHO/2009 A ECONOMIA E OS “PROFETAS DO APOCALIPSE” Enio Verri* Quando o assunto é política e economia, é muito comum nós ouvirmos os profetas do apocalipse. São aqueles que juram por Deus que o fim do mundo está chegando. Nós tivemos nos últimos dias, um seminário em Curitiba, promovido pelo governo Roberto Requião, sobre a crise econômica. Lá estavam alguns economistas jurando que o mundo tinha acabado, que o governo Lula tinha levado o país a catástrofe final e a miséria era inevitável. Temos também setores da política, principalmente os partidos que fazem oposição radical ao governo Requião e, em especial, ao governo Lula, rezando todos os dias para que a crise fosse maior, para que a situação do Brasil piorasse e, com isso, pudessem viabilizar os seus candidatos, tanto à Presidência da República como ao Governo do Estado. Mas para a infelicidade dos profetas do apocalipse da economia e da política, a situação é outra. O País continua avançando, rumo a um futuro de certezas. A primeira boa notícia foi divulgada no dia 4 deste mês, quando o IBGE anunciou a produção industrial do Paraná, que recuou 1,4%. Logicamente que isso não é bom. No entanto, se compararmos com o resto do país, vamos perceber que o Paraná, mesmo sentindo os efeitos da crise, reage muito bem, ficando muito acima dos desempenhos de São Paulo (- 15,4%), Rio de Janeiro (-9,5%), Minas Gerais (-23,5%), Rio Grande do Sul (-16,4%) e Santa Catarina (-15%). A outra boa notícia foi o cálculo do PIB- Produto Interno Bruto, que é tudo aquilo que foi produzido no Brasil nestes

A economia e os "profetas do apocalipse"

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JUNHO/2009

A ECONOMIA E OS “PROFETAS DO APOCALIPSE”

Enio Verri*

Quando o assunto é política e economia, é muito comum nós ouvirmos os profetas do apocalipse. São aqueles que juram por Deus que o fim do mundo está chegando. Nós tivemos nos últimos dias, um seminário em Curitiba, promovido pelo governo Roberto Requião, sobre a crise econômica. Lá estavam alguns economistas jurando que o mundo tinha acabado, que o governo Lula tinha levado o país a catástrofe final e a miséria era inevitável.

Temos também setores da política, principalmente os partidos que fazem oposição radical ao governo Requião e, em especial, ao governo Lula, rezando todos os dias para que a crise fosse maior, para que a situação do Brasil piorasse e, com isso, pudessem viabilizar os seus candidatos, tanto à Presidência da República como ao Governo do Estado. Mas para a infelicidade dos profetas do apocalipse da economia e da política, a situação é outra. O País continua avançando, rumo a um futuro de certezas.

A primeira boa notícia foi divulgada no dia 4 deste mês, quando o IBGE anunciou a produção industrial do Paraná, que recuou 1,4%. Logicamente que isso não é bom. No entanto, se compararmos com o resto do país, vamos perceber que o Paraná, mesmo sentindo os efeitos da crise, reage muito bem, ficando muito acima dos desempenhos de São Paulo (-15,4%), Rio de Janeiro (-9,5%), Minas Gerais (-23,5%), Rio Grande do Sul (-16,4%) e Santa Catarina (-15%).

A outra boa notícia foi o cálculo do PIB- Produto Interno Bruto, que é tudo aquilo que foi produzido no Brasil nestes primeiros meses do ano. Ocorreu uma queda de 0,8%, ou seja, quase nada, se comparado com o mesmo período do ano passado. Não podemos esquecer que no primeiro semestre de 2008, a economia brasileira estava no auge, crescendo, gerando empregos e renda.

O recuo de 0,8% significa que as coisas continuam, no mínimo, como estavam. Enquanto tantos apostavam que estávamos próximos do fim do mundo, que haveria uma queda gigantesca da produção no

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país, e que a crise só iria aumentar, esses resultados apontam uma coisa importante: a crise está acabando e a economia começa a crescer. E, a principal informação é que o PIB somente não recuou mais em função do aumento do consumo doméstico, das pessoas, das famílias, das empresas e do governo. Ou seja, esses setores gastaram mais porque estão ganhando mais. As políticas adotadas pelo governo estão funcionando e, com isso, o círculo virtuoso da economia impulsiona o Brasil ao crescimento.

Neste momento, sinto muito pelos profetas do apocalipse, pelos economistas que juravam que o mundo iria acabar e, sinto mais ainda pelos políticos que querem o mal do povo para com isso garantir a sua eleição.

* Enio Verri é deputado estadual, professor licenciado do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e presidente do PT-Paraná.