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A ESTAÇÃO DO OUTONO Português – 8.º Ano Prof.ª Margarida Santos

A estação do outono

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A ESTAÇÃO DO

OUTONO

Português – 8.º AnoProf.ª Margarida Santos

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“No outro dia, o outono chegou…”

• Os habitantes do parque estranharam a mudança no Gato, que agora se tornara num “ser brando e amável”, sendo “o primeiro a cumprimentar” os outros.

• Todos acreditaram na sua reabilitação, perdendo o medo que tinham dele.

• Com um percurso pessoal entre a violência e o amor, o gato Malhado é a imagem dos próprios desequilíbrios da natureza humana, que oscilam entre o BEM e o MAL, tornando-se uma figura romântica por excelência.

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• O AMOR é o causador da transformação no Gato, o que acaba por resultar num lirismo capaz de o inspirar para escrever poesia. SONETO :

Composição poética com uma estrutura lógica e fixa, com uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão.

Características do soneto:- 14 versos agrupados em 4 estrofes (2

quadras + 2 tercetos);- Versos geralmente decassilábicos;- Quadras com o esquema rimático ABBA

ABBA;- Tercetos com o esquema rimático CDC DCD;- A última estrofe constitui a “chave de

ouro”, isto é, a conclusão da ideia desenvolvida.

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“A poesia não está somente nos versos, ela está no coração, e é tamanha, a ponto de não

caber nas palavras.”

• No entanto, o Gato escreve as palavras que o amor lhe inspira, não seguindo regras.

• O Sapo Cururu, autoridade na matéria, classifica o soneto do Gato como “péssima poesia lírica”.

O Sapo Cururu, elitista e snob, é um académico mas não percebe nada do amor crítica aos CRÍTICOS LITERÁRIOS

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PARÊNTESIS POÉTICO

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• O poema surge inserido num parêntesis poético, facto que o narrador explica pela impossibilidade de o misturar no corpo da história.

• Intitulado «Soneto do Amor Impossível – Para a minha adorada Andorinha Sinhá», o soneto relata a impossibilidade de viver este amor contrariado e, consequentemente, revela os sentimentos de tristeza e de impotência perante a evidência da natureza que separa as duas personagens.

• O narrador anuncia um outro parêntesis, desta vez, crítico, cujo objetivo é fazer a leitura crítica do soneto de amor.

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PARÊNTESIS CRÍTICO

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• O Sapo Cururu escreve um parecer crítico suportado pelos seus conhecimentos de teoria e crítica literárias e chega à conclusão de que o Gato é um plagiário da pior espécie, visto que plagiou versos da “população indigna”.

• Nomeia alguns grandes sonetistas, concebendo a hipótese de o gato os plagiar e nunca a “ralé”.

• Personifica um crítico literário bastante snob, o que revela uma certa ironia subjacente a esta presença no texto que, com subtileza, retrata alguns críticos da atualidade.

• Assina como “Sapo Cururu, doutor”, mostrando a sua importância.

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CONTINUAÇÃO DA ESTAÇÃO DO

OUTONO

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• Este capítulo marca o regresso à história, no momento em que o Gato tem uma conversa séria com a Coruja, única criatura do parque que o estimava.

• A velha Coruja conhece bem a alma apaixonada mas também a sociedade, por isso não dá esperanças ao Gato.

• Aparece, no diálogo, como a voz da razão, fazendo notar que a tradição e a lei são imutáveis e, para as transformar, seria preciso uma “revoluçãozinha”. Ora, ela sabe que as mudanças não acontecem de um dia para o outro…

“… volvamos à nossa história…”

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• No primeiro dia de outono, quando se encontraram, Sinhá e Malhado não conseguiram esconder a tristeza que lhes invadia a alma.

• Foi em silêncio que percorreram os lugares por onde tinham andado na primavera e no verão, até que o Gato ofereceu o soneto à sua amada.

• Ela partiu, de lágrimas nos olhos, e no dia seguinte não apareceu.

“O outono trazia consigo uma cauda de nuvens e com elas pintou o céu de

cores cinzentas.”

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• O Gato, transtornado, lembrando-se das murmurações do parque, voltou a ser violento e a meter medo a todos. Ninguém tinha coragem de se aproximar dele.

O Pombo-Correio atirou-lhe de longe uma carta da Andorinha.• Esta carta não podia ser mais explícita: recordava

que uma andorinha nunca poderia casar com um gato, mas também reiterava a felicidade que havia sentido no tempo em que vagabundeava pelo parque com o seu amado.

“No dia seguinte – ai, foi o dia mais longo do outono – ela não apareceu.”

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• Embora tivesse jurado nunca mais o ver, o outono assistiu a novos passeios pelo parque, embora pouco conversassem e a alegria antiga tivesse desaparecido.

• O Gato voltara a ser temido por todos, portanto ninguém lhe contou que o enxoval da Andorinha estava a ser preparado e que o casamento com o Rouxinol estava marcado para o início do inverno.

• No último dia de outono, a Andorinha voltara a ser terna, faladora, um pouco louca. O Gato, que a contemplava comovido, só entendeu esta mudança quando chegou a noite e a Andorinha lhe confessou que ia casar-se com o Rouxinol e que este tinha sido o último passeio deles.

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• Tal como já tinha feito uma vez, Sinhá voou sobre o gato Malhado e tocou-o com a asa esquerda, depois foi-se embora sem olhar para trás. Tinha sido a derradeira despedida.

TRARÁ A ESTAÇÃO DO INVERNO

NOVA ALEGRIA OU SERÁ QUE O

DESTINO SEPARARÁ DE VEZ OS

DOIS APAIXONADOS?...

“Pelos ares ela se foi, não olhou para trás.”

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EXERCÍCIOS

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1. Como aparece caracterizado no texto o outono?

A paisagem no outono

2. O que teria levado o narrador a encaixar o episódio da expulsão da Cobra do parque pelo Gato?O narrador pretendia reforçar a coragem do Gato, justificar a forma como os outros o viam, assim como elogiar a atitude da Andorinha ao desvalorizar as opiniões da vaca Mocha e do Papagaio.

“Derrubando as folhas das árvores”

“Vento zunindo peloparque”

“(…) cauda de nuvens”

“Céu de cores cinzentas”

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3. Dois habitantes do parque tentaram aproveitar-se do novo comportamento do Gato. Quem?O Papagaio e o Pato.

4. Na tua opinião, o que teria transformado o Gato?O amor pela Andorinha.

5. Comenta a frase: “A poesia não está somente nos

versos, por vezes ela está no coração, e é tamanha,

a ponto de não caber nas palavras.”

O amor do Gato era tão intenso e tão puro que se tornava difícil transformá-lo em palavras. A poesia do gato encontra-se no seu coração e não na qualidade ou na rima dos seus versos.