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Palestra proferida no IFRS-Porto Alegre em 19/08/2013. Trata sobre a formação do sujeito inovador no contexto da educação profissional.
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A Inovação Começa Pelo Professor
Relato de Experiência Profa. Karen Selbach Borges
Introdução Atualmente vivemos na chamada “economia do
conhecimento” onde ... ...um “mundo em que trabalhadores inovadores
e com boa escolaridade – e não matérias-primas e capacidade de produção industrial – são a chave da competitividade e do crescimento” (Banco Mundial, 2008)
Motivação
http://www.youtube.com/watch?v=xcHeIoJQWEA
Numa análise do artigo 6º, da lei nº 11.892, que institui os IFs, Silva (2009) conclui “Os incisos de VII a IX devem ser interpretados
conjuntamente. Eles nos indicam um modelo institucional visceralmente ligado às questões da
inovação e transferência tecnológica sem deixar de lado a dimensão cultural e a busca do equilíbrio
entre desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental”.
Motivação
“Inovação não é necessariamente sinônimo de novidade ou tecnologia ... Quando um produto ou serviço é inovador ele causa impacto na vida das pessoas e transforma para sempre a forma de essas pessoas viverem e trabalharem”
Brown (2010).
Tipos de Inovação
Produto
Processo
Modelo de Negócios
O Professor Pode Interferir
No processo No produto
Entretanto ... • Muito se fala em inovação na sala de aula.
Alguns Exemplos • Usar o blog, ferramenta que os alunos já têm
familiaridade no seu dia a dia, como um diário de campo das experiências vivenciadas no estágio. – UFAlagoas – Prof. Elisangela Mercado – Prêmio Professor
Rubens Murillo Marques, promovido pela Fundação Carlos Chagas -
– http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/0/conheca-projetos-inovadores-em-formacao-docente-275150-1.asp
Alguns Exemplos • GENTE (Ginásio Experimental de Novas
Tecnologias Educacionais) – A partir de fevereiro de 2013, o município do Rio de
Janeiro experimentará um novo conceito de escola, que se apropria integralmente de novas tecnologias educacionais e coloca o aluno no centro do processo de aprendizagem.
– http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/projeto_gente_is_launched_in_a_school_in_rocinha/
Alguns Exemplos • Storytelling: Contando Histórias, Aprendendo
Inglês - Paraná • Gamefication : Uso do jogo Angry Birds para
ensinar conceitos de matemática – Campina Grande
• Webquest da Área de Ciências da Natureza usando Mobile Learning - Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
Entretanto ... • Mas o que se tem feito em relação à formação
do sujeito inovador ?
“Não existe inovação sem inovador.”
“A inovação não tem nada a ver com a quantidade de dólares que você tem para
pesquisa e desenvolvimento. Quando a Apple criou o MAC a IBM estava gastando, no
mínimo, cem vezes mais em P&D. Não se trata de dinheiro. Trata-se das pessoas que
você tem, como você é dirigido e o quanto você compreende”(Gallo, 2010).
• O sujeito inovador possui desenvolvida uma série de habilidades e competências que compreende desde aspectos cognitivos até questões comportamentais.
• Assim, a formação desejada vai além da simples aquisição de conhecimentos técnicos.
• É necessário que o profissional além de “saber fazer”, saiba também ser e agir. Manfredi (1999)
É preciso mudar !
É preciso desenvolver !
Captain Jack Sparrow
Atitude está no DNA do Inovador
DNA do Inovador • Cognição: As variações individuais de
criatividade se dão em função do uso e aplicação do processo de geração de ideias, associado com a sofisticação do uso da memória e conhecimento aprofundado do domínio.
DNA do Inovador • Personalidade: são características desejáveis
nas pessoas que trabalham com inovação: imaginação, energia, curiosidade alta, grande desejo de autonomia, independência de regras sociais e elevada auto-confiança.
DNA do Inovador • Motivação:
– Interna: está associada ao desafio intelectual, curiosidade, possibilidade de auto-expressão, entre outros.
– Externa: pode ser aumento de salário, promoção de nível no plano de carreira, etc.
DNA do Inovador • Conhecimento: a imersão em um determinado
domínio é essencial para a inovação. Entretanto, excesso de expertise em uma determinada área também pode ser um fator bloqueador.
DNA do Inovador • Comportamento:
– Iniciativa e pró-atividade – persistência – auto-eficácia, auto-controle, auto-regulação – gerenciamento de erros e capacidade para
gerenciar conflitos inter-pessoais – capacidade de trabalhar de forma colaborativa e
de criar uma rede de relacionamentos, – habilidades de comunicação.
DNA do Inovador • Emocional: pessoas com alta inteligência
emocional são capazes de se beneficiar de estados de espírito positivos ou negativos a favor da inovação .
A Questão É ... • O que fazemos para Desenvolver Novas
Atitudes ? – Nossas – Dos nossos alunos – Dos nossos colegas
Ação !
Relato de Experiência • Autorregulação da aprendizagem realizado
por meio de práticas oriundas do Scrum aplicadas no desenvolvimento de projetos de sala de aula.
• Curso de Sistemas para Internet • Turma de terceiro semestre, no ano de 2012. • 10 alunos
Autorregulação • “Processo ativo no qual os sujeitos
estabelecem os objetivos que norteiam a sua aprendizagem tentando monitorizar, regular e controlar as suas cognições, motivação e comportamentos com o intuito de os alcançar”. (Rosário, 2005)
Scrum • Metodologia para gerenciamento de projetos ágeis.
Baseada nos princípios: – prioridade na satisfação dos clientes através de entregas
rápidas e frequentes de produtos que agregam valor; – simplicidade no processo, na comunicação e na
documentação; – aceitação das incertezas e capacidade de se adaptar às
mudanças; – formação de times com capacidade de auto-
gerenciamento; – melhoria contínua, seja no desenvolvimento do produto,
na capacidade técnica da equipe ou no próprio processo.
Relato de Experiência • Disciplina de Programação para Web I
– Carga horária: 90 horas, distribuídas em 5 períodos semanais e consecutivos,
– Conteúdo: programação Java para Web (alto nível motivacional)
– Possibilidade de realização de um trabalho interdisciplinar: Programação + Engenharia de software + Banco de dados
Metodologia
• Encontros semanais de 5 períodos: – 7:30 – 8:00 organização do ambiente de
trabalho + atualização das tarefas ( o que eu fiz desde o último encontro, o que vou fazer até o próximo, existem impedimentos ?)
– 8:00 – 10:00 desenvolvimento de conteúdo – 10:00 – 10:15 intervalo – 10:15 – 11:50 desenvolvimento dos projetos
Metodologia • Cada grupo (3 alunos) deve criar uma conta para o
seu projeto no Scrumme, adicionando a professora como parte da equipe e lá registrar a evolução do seu projeto. – Sprints: período de 4 semanas onde devem ser
desenvolvidas um conjunto de tarefas de uma ou mais histórias
– Na 5a. semana é feita a reunião de avaliação do sprint. – A cada sprint troca o product owner (responsável pelo
sistema).
Metodologia
• Os grupos deverão também criar uma conta no GoogleCode para o seu projeto, adicionando a professora como parte da equipe.
• Através deste serviço deverá ser feito o controle de versões do sistema (SVN ou GIT)
Metodologia • Autoavaliação
Categoria Excelente Muito Bom Bom Insatisfatório 3 pontos 2 pontos 1 ponto 0 pontos
Foco na tarefa e participação
Permanece focado na tarefa e no que precisa ser feito. Pró-ativo.
Concentra-se na tarefa e no que precisa ser feito a maior parte do tempo. Outros membros do grupo podem contar com esta pessoa
Concentra-se na tarefa e no que precisa ser feito algum tempo. Outros membros do grupo devem, por vezes, lembrar essa pessoa de continuar a tarefa.
Raramente se concentra na tarefa e no que precisa ser feito. Permite que outros façam o trabalho.
Resultados • “… é possível concluir que a utilização de
projetos colaborativos como ferramenta didática é algo a ser levado adiante, pois permite aos participantes o desenvolvimento de seu senso crítico bem como o aprimoramento de uma série de qualidades que dificilmente seriam alteradas de outra forma.”
Resultados • “Ao final da cadeira percebi a mudança na
minha postura com relação ao projeto, procurei me policiar e focar no projeto”.
• “Durante o desenvolvimento do projeto houve grande oportunidade de crescimento de aprendizagem através de situações adversas e dificuldades encontradas”
Resultados • “Antes me dei nota 3 no item foco na tarefa e
participação. Agora mudei para 2 porque reconsiderei que ainda posso melhorar para me tornar um valoroso membro da equipe que "incentiva e apóia os outros no grupo".”
Se ... • Nos relatos os alunos dizem que, através
desse experimento de autorregulação: – Desenvolveram senso crítico – Mudaram sua postura -> foco – Tiveram oportunidade de aprender com as
dificuldades – Podem melhorar para se tornarem valorosos
membros de uma equipe
Então ... ü Conhecimento ü Criatividade + resolução de problemas ü Conciência ü Foco + motivação + persistência ü Iniciativa + pró-atividade ü Autogerenciamento ü Capacidade de trabalhar de forma colaborativa ü Capacidade de lidar com mudanças e incertezas
Retomando ... • O que fazemos para Desenvolver Novas
Atitudes ? ü Dos nossos alunos – Nossas – E dos nossos colegas
E as nossas ? • Outro relato de experiência
O Empretec • Objetivo: desenvolvimento do comportamento
empreendedor • 30 comportamentos que precisam:
– ser compreendidos e praticados em 6 dias (80 horas)
– aplicados na empresa “CRIA” • 4 facilitadores • 24 empretecos
Meu Objetivo • Aprender dinâmicas e técnicas que ajudem na
mudança de comportamento • Atingir a meta de R$300,00 de lucro na
empresa BBBijou - “bijouterias bonitas e baratas”
O Que eu Consegui • Aprender muito sobre empreendedorismo • Um instrumento para avaliar o potencial de
inovação das pessoas • Aprender algumas dinâmicas • Confirmar uma suspeita: O ADULTO só
aprende FAZENDO aquilo que tem INTERESSE e pelo qual ele se MOTIVA
• Ficar sem almoçar durante uma semana
E as dos colegas ?
Referências BANCO MUNDIAL.
Conhecimento e inovação para a competitividade. Brasília: CNI. 2008.
SILVA, Caetana J. R. Lei 11.892. Institutos Federais lei 11.892, de 29/11/2008: comentários e reflexões. Natal : IFRN. 2009
BROWN, Tim. Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias. Rio de Janeiro: Elsevier. 2010
Referências GALLO, Carmine. A Arte de Steve Jobs:
princípios revolucionários sobre inovação para o sucesso em qualquer atividade. São Paulo: Lua de Papel. 2010
MANFREDI, SILVIA M. Trabalho, qualificação e competência profissional - das dimensões conceituais e políticas. Educ. Soc.[online], 1999.
Referências • ROSÁRIO, P.; ALMEIDA, L. Leituras
construtivistas da aprendizagem. Em: G. Miranda; S. Bahia (Eds.). Psicologia da educação: temas de desenvolvimento, aprendizagem e ensino. Lisboa: Relógio D'água Editores, 2005
• NESTA. Characteristics & Behaviours of Innovative People in Organisations - Literature review. City University, London.