Angelo pedro piovesan neto

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1. UNIVERSIDADE DE SO PAULO - Escola de Comunicaes e ArtesPrograma de Ps-Graduao em Cincias da Comunicaorea: Interfaces Sociais da Comunicao Linha: Educomunicao Disciplina: Educomunicao Fundamentos, reas e Metodologias Prof. Dr. Ismar de Oliveira Soares Discutindo Comunicao e Educao com oProf. Dr. Angelo Pedro Piovesan Neto Sumrio1. Introduo................................................................................................... 2 2. Formao Acadmica.....................................................................................5 3. Carreira Acadmica..................................................................................... 11 4. Educao e Comunicao............................................................................. 144.1. Viso sobre a Educomunicao.............................................................. 15 5. Principais Trabalhos e Projetos...................................................................... 165.1. Trabalhos e Projetos Relacionados Comunicao e Educao .................. 175.2. Trabalhos e Projetos Relacionados Sade.............................................. 17 6. Orientaes................................................................................................ 18 7. Concluso.................................................................................................. 221) IntroduoPoucos so os professores como Angelo Pedro Piovesan Neto, ou apenas Angelo Piovesan. Uma pessoa falante, inteligente e que logo chama a ateno, conquistando a admirao das pessoas com sua energia e sua paixo pelo ofcio.O mais velho de trs irmos, criado em Olmpia, interior de So Paulo, sempre foi um bom aluno. Seu gosto pelos estudos e pela educao em si foi resultado da influncia que sua me, professora do ensino fundamental, provocara em sua vida.A maneira simples com que ela despertava o saber nas crianas, fez com que o ato de educar fosse concebido por Angelo como um momento mgico. Sua participao enquanto aluno das classes de alfabetizao na escola onde sua me lecionava, acontecia como um animador da classe, 2. utilizando os meios de comunicao para divulgar os eventos da turma e expressar as produes feitas por eles.Este momento magnfico de ensinar tinha uma causa maior para Angelo Piovesan que era o bem estar social da comunidade de sua cidade e foi a partir disso que comeou a refletir sobre suas vivncias e a produzir trabalhos que envolvessem a comunicao e a educao.Durante este tempo o que lhe marcou mais foi o prazer que sua me tinha pela educao e como as dificuldades de uma escola rural foram superadas por este contentamento em transmitir conhecimentos.Este trabalho resultado basicamente de duas entrevistas realizadas com o professor Angelo Piovesan, de aproximadamente 90 minutos cada. Momentos em que ele no s nos entregou suas idias e saberes, mas principalmente seus sentimentos, motivao, sua verdade.Portanto, veremos aqui a trajetria de um professor da Escola de Comunicaes e Artes da Universidade de So Paulo, que tem como base para a sua profisso o exerccio do prazer. Algum que acredita que o prazer no se ensina, mas se transmite. E ainda afirma que se existissem mais professores que exercessem a profisso com mais prazer, com certeza, poderamos realizar uma revoluo no processo educacional. 2) Formao AcadmicaAngelo Piovesan considerado um ativista dentro da rea de comunicao, com inmeros projetos e atividades que circundam desde o campo de novas mdias at a sade. O pesquisador possui participaes em projetos e atividades acadmicas, institucionais, empresariais e tambm governamentais.Bacharel em Comunicao Social, especializado em Rdio e Televiso pela Universidade de So Paulo, concluiu mestrado e doutorado em Tecnologia Educacional, com nfase em planejamento e desenvolvimento educacional e na difuso e adoo de inovaes, na School of Education - Indiana University (EUA). Alm disso, ocupou cargos de destaque nacionais e mundiais como presidente da Seo de So Paulo da Associao Brasileira de Tecnologia Educacional (ABT), membro fundador da IPAZ - Agncia Internacional pela Paz, entre outros.Ainda enquanto estudante de graduao, Angelo produziu uma srie de programas para a Rdio Cultura de So Paulo, atuou como assistente de produo da TV Cultura de So Paulo, alm de produzir e dirigir um programa dirio e ao vivo pela Rdio Tupi.O professor definiu seus estudos de ps-graduao como uma chance de aprender sobre as novas tendncias globais, para posteriormente aplic- las no contexto brasileiro. Ganhei a primeira bolsa que foi dada pelo governo para ps-graduao na rea de TV. Fui para l e percebi que no era nada daquilo que eu esperava (...) Foi quando, fazendo um curso de vero em outro departamento (de Tecnologia Educacional), descobri que 3. aquele era o melhor do mundo. Ministros de educao e grandesplanejadores da rea estudaram l. Sendo assim, tudo o que eu fazia aliera pensando em voltar para o Brasil, pois me sentia na obrigao e nocompromisso moral de retornar e divulgar esses conhecimentos. Comomeus professores no entendiam nada do que era este Pas, eu tive umtrabalho dobrado: o de apresentar o projeto propriamente dito, alm docontexto (brasileiro) em que ele se inseria. Esse esforo dobrado foi necessrio principalmente na elaborao de suatese de doutorado, um estudo realizado dentro do campo da difuso deinovaes educacionais sobre o SENAI Servio Nacional deAprendizagem Industrial, como um modelo organizado de formaoprofissional, indito no mundo, e que servia de inspirao para vriospases. Angelo contestou a idia de que os ingleses eram os pioneirosnesse mtodo, ocasionando uma certa discusso com os especialistas doHemisfrio Norte. Ele provou que o mtodo ingls era algo diferente e queo modelo brasileiro que, de fato, serviu de base para que muitos paseso adaptassem aos seus prprios sistemas nacionais de formaoprofissional.3) Carreira AcadmicaNo incio de 1985, aps finalizar seu doutorado nos EUA, Angelo decidiu voltar para o Brasil a fim de saldar uma dvida que acreditava ter com o seu pas. Assim, ele retorna como Doutor em Tecnologia Educacional e Difuso de Inovaes. Na verdade, o primeiro doutor na rea em todo o Brasil, o que provocou muita dificuldade para que as novas idias que Angelo trazia se adaptassem realidade brasileira.Durante a dcada de 70, deu-se incio primeira e nica experincia em ps- graduao na rea de Tecnologia Educacional no Brasil: um curso de mestrado idealizado e implantado pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais em So Jos dos Campos). Nesse perodo, a teoria da Psicologia Comportamental influenciava grande parte dos pesquisadores e tericos brasileiros, o que fez com que a Tecnologia Educacional implantada nessa poca tambm fosse influenciada. Porm, por conta da aplicao um tanto limitadora do behaviourismo, o curso obteve resultados no muito satisfatrios, sendo muito criticado. Essa viso crtica fez com que no houvesse apoio suficiente continuidade das pesquisas e importante interao sobre as discusses e desenvolvimentos da rea que ocorriam paralelamente em todo o mundo. Conseqentemente, o curso de mestrado do INPE acabou sendo interrompido, formando apenas alguns mestres. Nunca chegou a ser criado um curso de doutorado nesse setor, mantendo a experincia do mestrado como referncia em Tecnologia Educacional no Brasil.Desta forma, aps alguns anos, quando Angelo chegou ao Brasil, ainda no se falava de uma forma mais incisiva na contribuio das teorias gerais dos sistemas, que explicam como as coisas se estruturam, se organizam, se processam, se movem um campo de conhecimento que vem das reas de administrao e engenharia. Teorias que formam juntamente com outros dois pilares - as teorias da comunicao e as teorias de aprendizagem - o trip de sustentao terica da tecnologia educacional. Assim, todas as contribuies surgidas at aquele perodo no estavam presentes na formao dos nicos mestrandos do curso de Tecnologia Educacional do pas. Isso era percebido atravs das discusses por eles abordadas 4. e pelos textos por eles elaborados. Alguns estudiosos de renome internacional ainda no eram conhecidos, muito menos mencionados. Alm disso, as pessoas que continuaram nessa rea, aps o fim do mestrado, se enveredaram mais para o caminho da psicologia da educao, da filosofia da educao, de teorias gerais da educao, mas no para a Tecnologia Educacional propriamente dita. O que explica o esforo de Angelo em mostrar a importncia e relevncia da sua rea de especializao, tentando convencer a todos que a Tecnologia Educacional tinha muito mais a contribuir do que se acreditava. Piovesan, at ento o nico doutor da rea no pas naquele perodo, mais tarde recebeu a contribuio de outros, tambm formados no exterior.Sua volta para a ECA se deu no ano de 1985, perodo em que talvez pudesse ter se enveredado para a Faculdade de Educao. Mas por sua graduao em comunicao e por se considerar um comunicador com alma de educador, Angelo preferiu ali se estabelecer. E assim, iniciaram-se suas atividades acadmicas.Desde 1985, como professor e pesquisador junto ao Departamento de Cinema, Rdio e Televiso (CTR) da ECA/USP local onde concluiu sua graduao Angelo vem desenvolvendo atividades nas trs reas de atuao bsica da universidade, ou seja, docncia (tanto ao nvel de graduao como de ps-graduao), pesquisa e servios de extenso universitria. Alm de participar em Bancas de Exames de Qualificao e Defesas de Tese, tanto de Mestrado quanto de Doutorado, realizadas na ECA e na Faculdade de Educao da USP; na Pontifcia Universidade Catlica (PUC) de SP; no Instituto de Artes da Universidade de Campinas (UNICAMP), no Instituto Metodista de Ensino Superior (IMES) de So Bernardo do Campo, SP, no Instituto de Artes do Planalto (UNESP), de SP e na Universidade Paulista (UNIP) de SP. Mantm desde 1985 a orientao de estudantes de ps-graduao, tanto de Mestrado quanto de Doutorado, junto ao Programa de Ps-Graduao em Cincias da Comunicao da ECA/USP. Sem nos esquecermos da orientao de projetos prticos de alunos da ECA/USP nas reas de rdio, TV e vdeo, tendo orientado (desde 1985) mais de 200 programas de rdio, mais de 50 vdeos e, aproximadamente, 15 programas de televiso.Dentro de suas atividades acadmicas tambm podemos incluir (veja mais detalhes no item sobre seus projetos):- a organizao e docncia em vrios cursos/ oficinas/ eventos de extenso universitria nas reas de comunicao, educao, rdio, TV, vdeo, computao grfica, entre outros, realizados pela ECA/USP;- organizao e coordenao, com a colaborao dos Departamentos de Cinema, Rdio e TV e Artes Plsticas da ECA/USP, dentro da linha de pesquisa "Poticas dos Visuais", de 4 cursos de ps-graduao com a participao de especialistas estrangeiros;- e a participao em vrios Congressos, Encontros, Simpsios e Seminrios, tanto nacionais como internacionais, fazendo conferncias e coordenando debates e grupos de estudos sobre os temas: Comunicao, Rdio, Televiso, Vdeo, Comunicao e Educao, Comunicao em Sade, e AIDS. 5. Como docente de graduao, Angelo sempre ministrou disciplinas ligadas produo, direo e roteirizao de produtos audiovisuais ou sonoros.Atualmente, a partir da juno dos cursos de graduao de Rdio e TV com Cinema, transformando-se em Curso Superior do Audiovisual, o professor Angelo tornou-se responsvel pelas disciplinas: Produo Audiovisual na Educao, Direo de Rdio, Roteiro de Rdio.Em suas aulas, Angelo sempre recomenda que seus alunos elaborem programas educativos que no paream educativos. Isto porque as pessoas j possuem um pr-conceito de que o que educativo chato, no se sentindo atradas. O que elas no vem que o entretenimento tambm pode educar, e o educativo tambm pode entreter. Antes de ser educativo tem de ser primeiramente um programa bom, de qualidade, eficiente, agradvel, prazeroso, e s aps cumprir os objetivos de um bom produto de comunicao que poder atingir objetivos educativos. Ser educativo uma funo. Se o programa de TV for ruim, no ter espao para acontecer nada, muito menos a educao. Para ele, a comunicao a base para que a educao acontea.J em relao ps-graduao, o professor sempre manteve disponvel sua disciplina Tecnologia Educacional e Comunicao em Som e Imagem. Ele diz que independentemente do nome que tenha (por causa da necessria adequao s mudanas das linhas de pesquisa do departamento), essa disciplina tem atrado pessoas das mais diversas reas, como medicina, sociologia, veterinria, enfermagem, matemtica, educao, histria, letras, etc. Estudantes de doutorado com projetos interessantes na rea da sade, por exemplo, chegaram a freqentar sua disciplina na ps graduao, a qual manteve a mesma estrutura de base durante todos esses anos, sofrendo apenas algumas adaptaes de biobliografia, acrscimo e adequao de alguns conceitos.Angelo acredita que a essncia da disciplina que interessa os alunos. E essa essncia est ligada forma integradora multi-disciplinar que ele apresenta em sala de aula. Segundo ele, mais importante do que todas as teorias e conceitos o entendimento e o uso que se faz deles. O fundamental que a pessoa pense por si mesma, que coloque a mo na massa, que se sinta engajada e que faa as coisas acontecerem de maneira prtica, tudo isso a partir de uma mente ntegra e no desintegrada. Por isso, ele afirma que algumas pessoas se sentem incomodadas na sua matria, porque elas buscam receitas prontas, no querem pensar, tirar o sumo do que est sendo exposto e aplic-lo. Afinal, na opinio do professor no existem respostas prontas, porque se essas respostas existissem elas no seriam boas. Desta forma, Angelo acredita ser necessrio encontrar pessoas que estejam dispostas a tal, porque so elas que vo fazer a diferena. E ao longo de duas dcadas, alguns ex-alunos que marcaram sua trajetria de docente, hoje ocupam postos importantes dentro de instituies conceituadas, e utilizam at hoje a metodologia aprendida em sua aula, adaptando-a a cada nova situao.Durante muito tempo, Angelo se dedicou carreira acadmica em perodo integral. Atrs de suas crenas e sempre a favor das melhorias na educao, ele assumiu diversos cargos alm de docente, entre eles:- Membro da Comisso de Graduao da Escola de Comunicaes e Artes da USP, de 1986 a 1988; 6. - Membro da Comisso de Ps-Graduao da Escola de Comunicaes e Artes daUSP, de 1987 a 1989; - Coordenador do Curso de Rdio e Televiso do Departamento de Cinema, Rdio eTV da ECA/USP, de 1986 a 1988; - Vice-Chefe do Departamento de Cinema, Rdio e Televiso da ECA/USP, de 1989a 1990; - Coordenador da Comisso de Oramento do Departamento de Cinema, Rdio eTV da ECA/USP, de 1995 a 1997; - Representante (eleito) da categoria dos doutores junto ao ConselhoDepartamental de Cinema, Rdio e TV da ECA/USP, de 1987 a 1988, de 1989 a1990, de 1995 a 1996, de 1997 a 1998, de 1999 a 2000, e finalmente de 2001 a2002. Porm, aps vrios anos de dedicao e servios prestados universidade, AngeloPiovesan decidiu abandonar o perodo integral de dedicao exclusiva universidade. Alm de acumular problemas de sade e deixar de dar ateno suavida pessoal, o professor no sentia mais a mesma motivao do incio da suacarreira. Isto devido estrutura engessada da universidade, a qual no lheproporcionava o espao necessrio para o desenvolvimento de novos projetos.Desta forma, h 15 anos, Angelo passou a conciliar as atividades acadmicas comas mais diversas atividades, como consultorias para ONGS, ministrios esecretarias de Estado e empresas da iniciativa privada. Atualmente, ele atua no gerenciamento das operaes internacionais da agnciaPROMAKER MARKETING PROMOCIONAL, onde se encontra desde 1998. Edemonstrando que dedicao e seriedade fazem parte de sua personalidadeindependente da rea em que atue, ele recebeu o Grande Prmio (Grand Prix) daABRACOMP no ano de 1999, pelo Brazilian Fruit, projeto de marketing promocionalda fruta brasileira no exterior. 4) Educao e ComunicaoSua insero na rea de educao se deu na escolha do curso de mestrado. Anteriormente a ele, sua experincia sempre havia sido exclusiva da rea de comunicao. Foi o mestrado, quando ele tinha 24 anos, que trouxe o contato com esse campo. O interessante que o professor Angelo fazia a abordagem da educao sempre pelo vis da comunicao.Algo que o difere de muitos acadmicos a sua discusso sobre a questo do prazer dentro do universo educacional. Para o professor Angelo, uma das grandes metas do professor seja de que rea for, que ele possa construir um modo de trabalho onde o aluno, ao se engajar, independente do contedo a ser aprendido, tenha uma experincia prazerosa. Que ele passe a pensar: Ah! Aprender legal, estudar legal, ento eu quero!. E no porque obrigatrio, porque ele deve passar de ano ou porque ganhar algo em troca. Esse tipo de ao s auxilia na deturpao de certos valores associados educao, como a verdade e a honestidade.Ele diz que a verdadeira educao a educao para a vida. Educao para viver bem 7. consigo mesmo, com o prximo e com o ambiente em que se est inserido. E para que esse tipo de educao acontea, se faz necessria a utilizao de todas as disciplinas ensinadas na sala de aula: matemtica, portugus, qumica, artes, etc. Todas essas cincias e artes devem entrar na vida das pessoas sob uma outra perspectiva, que a da integrao e no como uma obrigao, como algo sem sentido e utilidade. Mas como aplicar essa educao se os prprios professores no entendem a aplicao daquilo que ensinam, apenas repetem o contedo que lhes foi transmitido? Esse processo acaba gerando professores descontentes e alunos sem motivao.4.1) Viso sobre a EducomunicaoUm comunicador com alma de educador. Esta foi a frase que o professor utilizou para definir sua atuao na academia. Para Angelo, no possvel separar as duas reas. As duas cincias se complementam e necessitam ser trabalhadas em sua plenitude. Em suas palavras, o termo Educomunicao pode se tornar um conceito redutor.Essa questo sobre a juno de comunicao e educao no precisa ser restrita a escolas de comunicaes ou educao porque a idia muito mais ampla, pois o ser humano um ser comunicante por natureza, ele no vive sem se comunicar. A educao s pode florescer com uma base da comunicao que permite isso. Mesmo se a pessoa for autodidata ela precisar saber se comunicar muito bem consigo mesma, ento, uma comunicao intrapessoal para poder ler, entender, sintetizar, analisar, etc. Se o processo de comunicao no estiver firmemente plantado no acontece a educao.Ainda sobre a questo da interligao entre os dois objetos de estudos, o professor acrescenta sobre o obstculo que surge no relacionamento em sala de aula. Quando entram os meios de comunicao na sala de aula, por exemplo, o vdeo que traz sempre um avano enorme, o professor deve estar pronto para isso e quando no est o aluno faz perguntas que o professor no sabe responder. Surge da a reposta sempre de que depois conversaremos melhor. Acho que a comunicao no pode acontecer com essa barreira que separa uma pessoa da outra. Isso normal, porque diante dos meios de comunicao as crianas tm mais domnio, elas usufruem disso muito mais horas e no tem certos preconceitos. O professor deve promover a participao do aluno para que ele se sinta valorizado e no apenas passar um contedo. Trata-se da questo da auto-estima, to essencial no mbito da educao.Na viso de Angelo Piovesan, essas duas cincias, educao e comunicao, sempre caminharam juntas. Elas no esto separadas, h na verdade uma rea de interseco que as unem, mas que permite que elas sejam trabalhadas de maneira plena, cada qual com suas caractersticas, e no de uma forma reduzida. Por essa razo, ele cr que dessa relao, comunicao x educao, resulta sim um terceiro fator, muito abrangente e complexo, mas no sabe se a Educomunicao da maneira que est sendo tratada por alguns colegas. preciso investigar mais, explorar mais essa questo.O professor acredita que a Educomunicao pode ser limitadora, por se tratar de um enfoque segmentado, fazendo com que algumas coisas se percam no caminho, inclusive a importncia de se discutir certos pontos que talvez academicamente no estejam sendo to mencionados, como, por exemplo, o prazer no processo educacional. 8. Para ele, quando se tenta conduzir a aceitao de um termo atravs de um processo de valorizao, inicia-se o desenvolvimento de uma srie de estratgias visando a garantia do sucesso. Porm, esse processo acaba por eliminar a percepo dos problemas que ali se encontram, por se exaltar apenas os pontos positivos. 5) Principais Trabalhos e ProjetosPodemos notar que Angelo Piovesan tem como destaque em sua carreira acadmica a dedicao a diversos projetos e atividades extra-curriculares. Atravs da criao, organizao e participao em diversos Congressos, Encontros, Seminrios e Simpsios, o professor vem colaborando e muito com a discusso e o desenvolvimento de idias e valores relacionados comunicao, educao e sade.5.1) Trabalhos e Projetos Relacionados Comunicao e EducaoFoi na dcada de 70 que se iniciou a produo e o estudo da comunicao educativa que aos poucos se amplia, tornando mais atualizada e aberta a sua discusso, o princpio desta comunicao educativa no limitar a liberdade de pensamento, pois tudo que restringe a expresso mais deseduca do que educa, conclui ngelo.A partir dessa viso, ele organizou uma srie de palestras, ilustradas com programas e/ou trechos de programas de televiso ou vdeos, sobre o tema "O Vdeo na Educao". Estas palestras, voltadas para professores, foram realizadas nos anos de 1989 a 1991, junto s Secretarias de Educao de vrios municpios do estado de So Paulo e vrias escolas da Grande So Paulo.Entre outras atividades de destaque no mbito da comunicao e educao, podemos enumerar as seguintes:- Organizao dos Encontros de Vdeo na Educao (do 3 ao 9, de 1987 a 1996), com o objetivo principal de se discutir as vrias possibilidades de uso do vdeo na educao. Estes Encontros, atravs de estratgias como palestras, debates, cursos, grupos de estudos, e oficinas, atraram a ateno de profissionais ligados s reas de educao e comunicao das mais diversas regies do Brasil. As trs ltimas edies foram realizadas em conjunto com o SENAC-SP.- Concepo e organizao dos Festivais de Vdeo Educativo (1 e 2, em 1988 e 1989), que contaram com a participao de mais de uma centena de produtores de vdeo, de todo o Brasil, engajados na realizao de programas para a rea educacional. - Realizao da pesquisa "O Vdeo na Escola" realizada em novembro e dezembro de 1991, junto a 614 professores de 1 Grau de 28 escolas da rede pblica municipal da cidade de So Paulo. As concluses foram apresentadas em Congresso de Comunicao (INTERCOM) em outubro de 1992.- Organizao e docncia nos cursos de extenso universitria "A TV e o Vdeo na Escola", dirigido a professores de 1 Grau da rede pblica e realizados no 1 e no 2 semestres letivos de 1992, na ECA/USP.- Organizao e coordenao dos Eventos Preparatrios para o 1 Congresso Internacional sobre Comunicao e Educao (1997), realizado pelo Instituto Cultural 9. Ita e ECA/USP.- Congresso Internacional de Comunicao eOrganizao e participao no 1 Educao Multimdia e Educao no Mundo Globalizado (1998), realizado pela ECA/ USP em conjunto com o Servio Social do Comrcio (SESC-SP), o Instituto Cultural Ita e o Instituto de Tecnologias Avanadas em Educao (ITAE). Encontro Mundial sobre- Organizao e participao no 2 Educao para os Meios (1998), realizado pela ECA/USP em conjunto com o Servio Social do Comrcio (SESC- SP), o Instituto Cultural Ita e o Instituto de Tecnologias Avanadas em Educao (ITAE).Entre os anos de 1992 a 1997, Angelo prestou consultoria ao SENAC-SP, como assessor de Comunicao e Tecnologia Educacional. Um perodo de bastante produtividade, no qual participou na elaborao de diversos projetos, cursos, vdeos, etc. Uma colaborao importante foi para o projeto de criao do Centro de Tecnologia e Gesto Educacional, colaborando no planejamento e implantao das vrias reas e programas deste Centro, alm de participar tambm na elaborao do projeto de criao da TV SENAC.Em 1997, concebeu, planejou e desenvolveu o projeto Leituras de TV e Vdeo para Educadores que consistiu em um curso de 3 dias onde se utilizava um kit de materiais que inclua 5 vdeos e um manual. Esse projeto visava formao de multiplicadores de leitores crticos de TV e Vdeo possibilitando sua utilizao competente no processo educacional. O professor precisa apropriar-se das novas tecnologias, isto , utilizar outros elementos que eles no tm, para ampliar seus conceitos enquanto cidado e profissional, conclui.Alm disso, o professor elaborou vrios vdeos para o Centro de Tecnologia e Gesto Educacional do SENAC-SP, entre eles Caneta Eletrnica - O Vdeo, que discute as vrias possibilidades de uso do vdeo na educao; e, O Olhar e O Fazer que so parte da srie que objetiva desvendar a linguagem videogrfica e os processos de realizao e recepo das mensagens.Como Coordenador do Comit de Educao do SENAC de So Paulo, durante o ano de 1994, encaminhou vrias propostas para o desenvolvimento da rea de Educao na rede de mais de 40 unidades em todo o estado de So Paulo.Nos anos de 1993, 1995 e 1997, Angelo Piovesan concebeu, organizou e coordenou respectivamente o 1 , 2 e 3 Congresso Internacional de Televiso e Educao, realizado em conjunto pela ECA/USP e Centro de Tecnologia e Gesto Educacional do SENAC-SP, contanto com a participao de interessados de todo o Brasil. O Congresso foi criado com o propsito de promover o intercmbio de informaes e experincias, contribuindo para o avano da discusso de questes relevantes e pertinentes evoluo da relao entre televiso e educaoO 1 Congresso Internacional de Televiso e Educao reuniu especialistas da BBC (Inglaterra), TVE Espanhola, TVOntario (Canad), Public Broadcasting Service (EUA), TeleAntioquia e Inravisin (Colmbia), Teleduc (Chile), e TV Cultura, TVE-Rio, TVE- Porto Alegre e TVU-Recife (Brasil). O 2 Congresso contou com profissionais das TVs Pblicas da Holanda, Israel e Mxico, da Corporation for Public Broadcasting dos Estados Unidos, de uma TV Comunitria do Peru (a 1 TV de favela do mundo), de vrias emissoras educativas brasileiras e coordenadores de projetos especiais como o 10. TV Escola do MEC. Alm disso, o 2 Congresso contou com a colaborao de um trio de especialistas (Richard Burke - EUA, Francisco Gutierrez - Costa Rica e Regina Festa - Brasil) encarregados de alinhavar as discusses em funo da temtica Televiso, Educao e Qualidade de Vida. O 3 Congresso contou com a participao de representantes do Centro Nacional de Pesquisas Pedaggicas (Frana), Yorkshire TV (Inglaterra), Universidade Privada de Santa Cruz de La Sierra (Bolvia), Nebraska TV (Estados Unidos) e por representantes de televises e produtoras independentes do Brasil.Todas essas atividades aqui descritas proporcionaram-lhe a viso de que no basta, apenas, repensar a televiso e a educao, preciso repensar o Homem - o ponto de partida e de chegada de todas as aes humanas que visam a to almejada melhoria da qualidade de vida. (...) se no tivermos clareza do que somos, do que queremos ser e de como isso deve ser construdo, corremos o risco de utilizar a comunicao e quaisquer de seus meios disponveis, como a televiso, para, inadvertidamente, acentuar a diviso e a separao, ou seja, a excluso. (...) A justia social, o respeito ao ser humano, a igualdade de direitos e oportunidades devem deixar de ser uma abstrao. No se pode pregar a liberdade e a autonomia e adotar uma prtica que reforce a dependncia. O uso adequado dos meios de comunicao fundamental em todo esse processo que trata, nada mais e nada menos, da dignificao da vida. (Mdia A televiso e a educao em debate. Jornal da USP, 1997. Trecho do texto de autoria de Angelo Piovesan publicado durante o 3 Congresso Internacional de Televiso e Educao).5.2)Trabalhos e Projetos Relacionados SadeSade foi uma das reas escolhidas pelo professor para a militncia e foi com temas ligados a este universo que o professor atuou nos inmeros projetos realizados.Angelo comeou a trabalhar na formao de pessoas juntando comunicao, educao e sade. Desenvolveu projetos com mdicos, enfermeiros, publicitrios etc. Atuou em campanhas de rdio e TV, entre outras mdias e, o mais importante, sempre com o olhar crtico e inovador.Os profissionais preparavam briefings errados para as agncias de publicidade que faziam a divulgao. No final eram produzidas peas que no serviam para nada. Chequei um levantamento desses materiais produzidos que demonstrava um desperdcio de dinheiro pblico e ningum estava comprometido com a causa de comunicao e educao em sade. Foi preciso trabalhar desde os funcionrios administrativos at a sociedade para mudar este quadro. Fizemos oficinas de formao para isso.Piovesan foi consultor da ONU na rea de comunicao e educao em sade, desde ento realizou atividades do sul ao norte do Pas. Quanto aos locais de realizao dos eventos considera ter ultrapassado algumas fronteiras, por exemplo, a de realizar um evento em Teresina: Algo que nunca ningum quis fazer, pois uma capital do Nordeste que no tem praia e ningum queria ir para l.Dentre suas atividades ligadas preveno e/ou erradicao de doenas podemos destacar as mais importantes aes, cujas realizaes quase sempre mantiveram vnculo com o Ministrio da Sade ou mesmo com a ONU Organizao das Naes Unidas: 11. - Assessoria, de 1991 a 1997, para vrios rgos do Ministrio da Sade atravs do Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento - PNUD.- Membro da Comisso Cientfica de Educao para a Sade da Populao da Secretaria de Sade do Estado de So Paulo, de 1987 a 1990, designado atravs da Resoluo 267 de 10.08.87, do Sr. governador do Estado de So Paulo.- Realizao da pesquisa "AIDS e o Estudante Universitrio", junto a 178 estudantes da ECA/USP no final de 1991.- Elaborao do Plano de Curto e Mdio Prazo para atuao na rea de DST/AIDS - a Organizao Mundial de Sade (OMS), que faz a intermediao junto aos rgos financiadores internacionais, elegeu o Plano Bsico do Ministrio, que foi implantado em suas diversas fases e sub-componentes, como o melhor projeto das naes participantes da ONU.- Participao na qualidade de membro da Comisso Tcnica de Preveno do Departamento Nacional de Doenas Sexualmente Transmissveis-AIDS do Ministrio da Sade (1992)- Organizao do evento "Fazendo Arte com Camisinha", realizado em novembro e dezembro de 1992.- Desenvolvimento de aes voltadas para os profissionais das reas de educao em sade, planejamento e diretamente ligadas ao controle de agravos sade. Foram realizadas, nos anos de 1995 e 1996, seis Oficinas de Comunicao e Educao, em Braslia (2), Cuiab, Curitiba, Teresina e Boa Vista, todas elas com participantes de todos os estados brasileiros.- Assessoria Coordenao de Comunicao, Educao e Documentao da Fundao Nacional de Sade (FNS), do Ministrio da Sade, por intermdio da Organizao das Naes Unidas (ONU)- Realizao do treinamento para os chefes dos servios de captao de doadores voluntrios de sangue dos Hemocentros Coordenadores de todos os Estados brasileiros.- Assessoria ao Programa Nacional de Sangue e Hemoderivados, do Ministrio da Sade, por intermdio da Organizao das Naes Unidas (ONU)- Elaborao do Catlogo de Aes, Produtos e Servios de Preveno e Assistncia em DST/AIDS no Local de Trabalho, publicado pelo Ministrio da Sade.- Elaborao do Manual de Diretrizes para a Implantao de Polticas e Programas de Preveno e Assistncia em DST/AIDS no Local de Trabalho publicado pelo Ministrio da Sade.- Membro fundador e pesquisador do Ncleo de Estudos para a Preveno AIDS da USP - NEPAIDS/USP.- Membro fundador e pesquisador do Centro de Estudos e Documentao de Educao, Comunicao e Promoo da Sade do Trabalhador - CEDECOM/ST. 12. - Membro do Comit Assessor do Sub-componente AIDS no Local de Trabalho do Programa Nacional de DST/AIDS do Ministrio da Sade.Um dos trabalhos mais comentados, coordenado pelo professor, foi um projeto de preveno s DSTs e AIDS, ocorrido em 1992, uma realizao que colocou o Brasil no patamar de referncia. O evento, chamado Fazendo Arte com Camisinha, ocorreu no dia 29 de novembro, um domingo, antecedendo o Dia Internacional de Luta contra a AIDS, comemorado no dia 1 de dezembro daquele ano. A temtica da AIDS foi abordada por meio de dois grandes eventos: um concurso atravs de oficinas de artes e um grande show musical.Participaram do concurso estudantes de 1, 2 e 3 Graus e pblico em geral. Eles utilizaram vrios meios expressivos para "fazer arte com camisinha". A preveno era a pauta e as apresentaes dividiram-se em vrias categorias como literatura, poesia, dana, etc. Um conselho de jurados, que inclua uma srie de celebridades das mais diversas reas, foi reunido. Os vencedores receberam como prmios bolsas de estudos de ingls no Brasil e nos Estados Unidos, bolsas de estudos de artes, assinaturas de jornais e ingressos de teatro. J as obras vencedoras compuseram a Mostra "Fazendo Arte com Camisinha" no Museu de Arte Contempornea - MAC/USP, inaugurada no dia 1 de dezembro - Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, e que durou at o dia 20/12/92. J o show musical reuniu representantes da MPB, Jazz e Rock, que se apresentavam entre intervenes educativas, no dia 29/11/91, na Praa do Relgio da Cidade Universitria - USP. O evento teve grande repercusso na televiso, rdio e jornal contribuindo para a campanha geral de preveno AIDS.Enquanto aconteciam as oficinas fizemos um grande show na Praa do Relgio. A televiso cobriu o evento. Espervamos duas ou trs mil pessoas e, no final, contamos com 11 mil pessoas. Tnhamos nossos alunos de Rdio e TV engajados na causa. O diferente do evento foi checar o jovem falar com o jovem sobre a camisinha. Conseguimos doao de preservativos, e ainda de pepinos, cenouras e bananas do CEASA para fazer a demonstrao de como se colocar e retirar a camisinha. (...) Isso foi um verdadeiro projeto de comunicao, educao e sade. Um evento como esse eu jamais poderia ter feito sozinho. Mas com o meu entusiasmo, as pessoas se sentiram incentivadas em me acompanhar e, a, tudo ficou mais fcil.Angelo trabalhou anos com assuntos ligados a doenas e quando questionado se os meios de comunicao podem ser melhor utilizados para o bem da sade pblica, afirmou sobre o despreparo dos profissionais ligados rea:Os meios de comunicao podem ser utilizados de maneira mais significativa para todas as reas. O problema que quando voc fala de sade pblica, voc fala em secretarias e campanhas, que dispem de uma verba destinada comunicao e que normalmente disputada ferro e fogo pelas agncias de publicidade. E as pessoas no estudam o tema para fazer a criao. Quantas campanhas em relao AIDS eu tive que desaprovar por estar prestando um desservio. Normalmente, nestes casos os publicitrios no trabalham com o mesmo cuidado de quando esto vendendo um carro ou sabonete. E eles no se esforam para mudar porque as pessoas que assinam a licitao da campanha dizem que tudo est timo, aprovam e colocam no ar. Eu j tive que sair de comits de aprovao por no aceitar inmeras campanhas. Eu j ca numa saia justa dessas e tive que me demitir para no corroborar uma campanha que era indecente. 13. 6) OrientaesIrradiando prazer em seu trabalho como docente, ngelo Piovesan , ainda hoje, muito disputado por estudantes de diferentes reas como sade, enfermagem, comunicao, educao, etc. Isso se deve principalmente as suas diversas experincias relacionadas a esses temas.Num primeiro momento, por coordenar projetos e festivais de vdeo e educao, de televiso e educao, Angelo acabou por atrair orientandos com projetos muito ligados com a questo de vdeo e educao, de televiso e educao. Assim, surgiram estudos como Televiso, Criana e Professor: uma proposta de ao educativa, de Antnia Petrowa Esteves (1995) e "Programas Educativos de Televiso para Crianas Brasileiras: Critrios de Planejamento Proposto a partir das Anlises de Vila Ssamo e R Tim Bum", de Adriana Maricato de Souza (2001), entre outros.Como conseqncia de seus estudos sobre formao profissional, devido a sua tese de doutorado, o professor chegou a orientar teses e dissertaes voltadas a esse universo. Um exemplo a dissertao de mestrado Mediao e Negociao de Sentido em Prticas de Educao a Distncia Voltadas Formao Profissional, de Nanci Rodrigues Barbosa (2000). Decorrente de suas experincias e atividades relacionadas ao campo da sade, mais especificamente atravs de trabalhos voltados erradicao da AIDS, Angelo orientou diversos projetos sobre esse tema. Um destaque, de maneira geral, foi a tese de doutorado, defendida por Lucy Mary Arajo Hildenbrand sob o ttulo Comunicao Oficial Brasileira sobre a AIDS: Um Percurso pelas Linhas e Entrelinhas da Telinha da Tev. Esse trabalho lhe concedeu o prmio pela orientao da melhor tese brasileira do ano de 1996, nvel de doutorado, outorgado pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicao (Melhor tese da rea de Rdio e Televiso, e melhor tese da rea de Comunicao). Esta pesquisa preocupou-se em conhecer conceitos e idias-chave sobre a AIDS, que foram apresentados sociedade brasileira atravs de 17 filmetes oficiais para a TV, no perodo de 1988 a 1991. Este percurso, feito atravs das linhas e entrelinhas da comunicao oficial, considerou que o enfrentamento da progressiva expanso do vrus da AIDS, na sociedade, requer a reviso do curso e do sentido das comunicaes afeitas temtica, veiculadas no Brasil. Aos poucos Angelo acabou por focar seus estudos na rea de rdio, diminuindo as orientaes em outras reas. Isto porque havia outros docentes especializados na rea educacional, que poderiam dar continuidade a essas orientaes, mesmo sendo de vertentes diferentes. Porm, no havia ningum no departamento (CTR) que pudesse orientar mestrandos ou doutorandos com projetos especficos da rea de rdio. Podemos citar como exemplos do resultado dessa escolha duas dissertaes interessantes relacionadas esse meio: Humor no rdio brasileiro: significado psicossocial, formulao humorstica e representao do cmico de autoria de Nivaldo Ferraz (2001), e Rdio e msica popular brasileira : estudo crtico das enter-relaes entre o rdio FM e a msica brasileira no incio do sculo XXI em So Paulo, dissertao de mestrado de autoria de Adriana Braga (2003).Assim, o professor optou por continuar oferecendo a sua disciplina de ps-graduao Tecnologia Educacional e Comunicao em Som e Imagem, independentemente de atuar como orientador dessa rea, possibilitando a continuidade de sua contribuio queles que frequentassem sua disciplina. 14. 7) ConclusoPudemos ento acompanhar a vida acadmica de um professor de comunicao que se prope a realizar suas tarefas com paixo, que acredita que a comunicao e a educao caminham juntas. Um pesquisador da relao meios de comunicao e educao, e comunicao, educao e sade; que deixou de se dedicar integralmente vida acadmica, mas sem abandonar o ensino.Um ativista ou um comunicador com alma de educador? Paulo Freire, por ocasio do 9 Encontro de Vdeo na Educao, fez sua definio ao prprio Angelo: H pessoas que j leram todos os meus livros, j escreveram interpretando aquilo que eu gostaria de dizer, fizeram tese de mestrado, doutorado, livre-docncia sobre a minha obra, e nem por isso essas pessoas entendem o que eu sou, o que a minha obra. No exatamente por a o caminho. uma questo de esprito da proposta educacional (...). Eu adoraria fazer tudo isso que voc faz, mas eu teorizo. Enquanto que voc possui a capacidade de compreender essa teoria e vislumbrar projetos prticos para aplicao dela.Angelo acredita mesmo na garra e na vontade aplicadas ao processo educacional. ... na universidade os profissionais esto mais preocupados com um monte de artigos que ningum l e apenas conta pontos no currculo... eu no quero perder tempo com coisas que no fazem sentido para mim. Ento, voc que olhou meu Curriculum Lates pde verificar que ele no to extenso quanto outros por a. Mas vou te dizer uma coisa: em termos de vida, de estar feliz e realizado com aquilo que faz, eu me sinto bem. Tenho a certeza de estar contribuindo e fazendo a diferena na vida dos alunos que cruzam o meu caminho. E isso para mim prioridade, acho mais importante do que escrever um artigo. (...) Me diz se a maioria dos professores com quem vocs tiveram aula estavam cheios de prazer na atividade. Ento? Eu tenho. 8) Principais Publicaes (destaques)Piovesan, Angelo; Vianna, Nelson Solano; Hildenbrand, Luc e Moreira, Maria Dulce. Plano Estratgico do Sub-Componente DST/AIDS no Local de Trabalho, Ministrio da Sade, 1996.Piovesan, Angelo e Vianna, Nelson Solano. Catlogo de Aes, Produtos e Servios de Preveno e Assistncia em DST/AIDS no Local de Trabalho, Ministrio da Sade, 1997.Piovesan, Angelo e Vianna, Nelson Solano. Manual de Diretrizes para a Implantao de Polticas e Programas de Preveno e Assistncia em DST/AIDS no Local de Trabalho. Ministrio da Sade, 1998.Piovesan, Angelo. Leituras de TV e Vdeo para Educadores. Editora Senac-SP, 1997. 15. (Conjunto de 1 livro e cinco vdeos)Piovesan, Angelo. Caneta Eletronica. Editora Senac-SP, 1994. (vdeo)Piovesan, Angelo. O Olhar. Editora Senac, 1997. (vdeo)Piovesan, Angelo. O Fazer. Editora Senac, 1997. (vdeo)Piovesan, Angelo (Org.). Clipes Radiofnicos: Carnaval 99. ECA/USP e Secretaria de Estado da Sade de So Paulo, 1999. (CD udio)Piovesan, Angelo (Org.). Clipes Radiofnicos: Carnaval 98. ECA/USP e Secretaria de Estado da Sade de So Paulo, 1999. (fita cassete e MD udio)Piovesan, Angelo (Org.). Clipes Radiofnicos: Dia Mundial de Luta contra a AIDS - 97. ECA/USP e Secretaria de Estado da Sade de So Paulo, 1997. (fita cassete e MD udio)Piovesan, Angelo (Org.). Clipes Radiofnicos: Educao Ambiental e Ecologia Urbana. ECA/USP, 1997. (fita cassete e MD udio)Piovesan, Angelo; Barbosa F, Andr; Beneton, Rosana (Organizadores). Rdio Sintonia do Futuro. So Paulo, Edies Paulinas, 2004.Alunas: Anna Flvia Feldmann Christiane Gasparini Araujo Costa Vnia Ribeiro Renata Yumi Shimabukuro