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Anotações da apresentação Melhoramento de caracteres especiais Introdução – Slide 2 Estamos acostumados a ver o melhoramento genético atuar para elevar a produção, tornar as plantas resistentes a doenças, fazê- las serem tolerantes à condições adversas. No entanto, existem nichos que necessitam ser atendidos com relação à alguns requisitos. É, nesse caso, então, que entra o melhoramento de caracteres especiais, que, como o próprio nome diz, é o melhoramento de características incomuns, como o arroz preto, o algodão colorido e a soja marrom. Algodão colorido – Slide 3 O algodão colorido foi desenvolvido pelos incas em 4.500 AC, bem como por outros povos antigos das Américas, África e Austrália. Já foram identificadas 39 espécies silvestres de algodão com fibras coloridas. Na maioria dessas espécies primitivas, o algodão possui fibras coloridas, principalmente na tonalidade marrom. Porém, já foram descritos algodões coloridos em tonalidades verde, amarela, azul e cinza. Esses algodões, por longos períodos, foram descartados pela indústria têxtil mundial e até mesmo foi proibida sua exploração em vários países por serem considerados como contaminação indesejável dos algodões de tonalidade branca normal. Esses tipos coloridos foram preservados pelos povos nativos e nas coleções de algodão em vários países. No Brasil, foram coletadas plantas de algodoeiros asselvajados, nas tonalidades creme e marrom, em misturas com algodoeiros brancos cultivados, das espécies G. barbadense L. e G. hirsutum L. raça, marie galante Hutch, conhecidos como algodões

Anotações apresentação Melhoramento de caracteres especiais

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Anotações da apresentação Melhoramento de caracteres especiais

Introdução – Slide 2

Estamos acostumados a ver o melhoramento genético atuar para elevar a

produção, tornar as plantas resistentes a doenças, fazê-las serem tolerantes à condições

adversas. No entanto, existem nichos que necessitam ser atendidos com relação à alguns

requisitos. É, nesse caso, então, que entra o melhoramento de caracteres especiais, que,

como o próprio nome diz, é o melhoramento de características incomuns, como o arroz

preto, o algodão colorido e a soja marrom.

Algodão colorido – Slide 3

O algodão colorido foi desenvolvido pelos incas em 4.500 AC, bem como por

outros povos antigos das Américas, África e Austrália.

Já foram identificadas 39 espécies silvestres de algodão com fibras coloridas. Na

maioria dessas espécies primitivas, o algodão possui fibras coloridas, principalmente na

tonalidade marrom. Porém, já foram descritos algodões coloridos em tonalidades verde,

amarela, azul e cinza. Esses algodões, por longos períodos, foram descartados pela

indústria têxtil mundial e até mesmo foi proibida sua exploração em vários países por

serem considerados como contaminação indesejável dos algodões de tonalidade branca

normal. Esses tipos coloridos foram preservados pelos povos nativos e nas coleções de

algodão em vários países.

No Brasil, foram coletadas plantas de algodoeiros asselvajados, nas tonalidades

creme e marrom, em misturas com algodoeiros brancos cultivados, das espécies G.

barbadense L. e G. hirsutum L. raça, marie galante Hutch, conhecidos como algodões

arbóreos. Esses algodões coloridos tinham uso apenas artesanal ou ornamental,

principalmente nos Estados da Bahia e Minas Gerais.

Estes algodoeiros foram preservados em bancos de germoplasma da Embrapa

Algodão, em Patos, PB, desde 1984.

A partir de 1989, foi iniciado o trabalho de melhoramento genético, após uma visita

de empresários têxteis japoneses, que demonstraram interesse em adquirir este tipo de

fibra. 

Como foi o processo de melhoramento? – Slide 4

Inicialmente foi efetuada uma avaliação da produtividade e das características das

fibras dos 11 acessos de algodão arbóreo colorido existentes no Banco de Germoplasma.

Page 2: Anotações apresentação Melhoramento de caracteres especiais

Constatou-se que o comprimento das fibras dos acessos coloridos variou de 25,9 a

31,6 mm; a resistência era muito fraca, com 60% dos materiais variando de 19,5 a 21,7

gf/tex, o que impossibilitaria sua industrialização em fiações modernas, que exigem

algodões de alta resistência. As fibras eram também excessivamente finas e de baixa

uniformidade.

A produtividade, no campo variou de 294 a 1.246 kg/ha.

Foi determinado como objetivo do programa de melhoramento elevar a resistência

das fibras, a finura, o comprimento e a uniformidade, bem como estabilizar a coloração

das fibras nas tonalidades creme e marrom e elevar a sua produtividade no campo.

Utilizou-se primeiramente, o método de seleção individual com teste de progênies, e,

posteriormente, o método de hibridação seguido de seleção genealógica, para se

obter variações nas tonalidades de cores.

Como foi o processo de melhoramento? – Slide 5

A partir de 1996, foram incluídos nas pesquisas, algodões de coloração verde e,

procuradas novas combinações de cores, por meio de cruzamentos dos algodões

marrom, creme e verde. O método de seleção individual com teste de progênies consistiu

em separar plantas coloridas nas 11 entradas originais que constituíam o BG, de modo

que propiciasse a análise das características agronômicas e das fibras de cada uma das

plantas eleitas. Por meio desse método foram obtidas e estudadas 1.085 plantas, que

resultaram em 217 linhas de progênies de tonalidades creme a marrom.

O método de hibridação foi utilizado para obter nova variedade e combinação de

cores diferentes, pelo cruzamento dos algodoeiros nativos do Brasil, de coloração creme

e marrom, com as cultivares americanas Arkansas Green (verde) e Texas (marrom

intenso). Esses cruzamentos estão nas gerações F2 e F3 e irão resultar cultivares com

tonalidades de cores mais variadas em futuro próximo.

Outra opção que foi utilizada pela Embrapa para a obtenção de cultivares de

algodão colorido foi a introdução dos genes que controlam a coloração verde, na cultivar

comercial mais plantada no Nordeste (CNPA 7H), por meio da técnica de

retrocruzamentos. Para isso, foram efetuados três ciclos de retrocruzamentos utilizando-

se a cultivar Arkansas Green como progenitor doador e a CNPA 7H como progenitor

recorrente.

Com o processo de melhoramento contínuo, as linhagens avaliadas em 1997, em

Patos e Monteiro, PB, apresentaram produtividade em torno de 1.500 kg/ha, resistência

Page 3: Anotações apresentação Melhoramento de caracteres especiais

de fibras na faixa de 23 a 25 gf/tex, finura fina (I.M.) de 3,4, comprimento de fibra (S.L.

2,5%) de 29,5mm e uniformidade de 48,0%.

Cultivares de algodão colorido lançadas – Slide 6-8

BRS Verde: Em 1996, foi realizado o cruzamento entre o material Arkansas Green,

de fibra verde, com a cultivar CNPA 7H, de ampla adaptação à região Nordeste,

realizando-se, em seguida, mais dois retrocruzamentos com a CNPA 7H para recuperar

algumas características de fibra deste progenitor. A população resultante foi submetida à

seleção genealógica com vistas à melhoria dos caracteres de fibra, principalmente a

resistência da fibra que era baixa no doador da cor verde. Após vários ciclos de seleção e

testes comparativos, chegaram-se a três linhagens que compuseram um bulk que deu

origem à BRS Verde, lançada no ano de 2003. Como a incidência de doenças é baixa na

região Nordeste, esta cultivar destina-se, preferencialmente, a esta região, já que não foi

avaliada a resistência às doenças no decorrer dos trabalhos de melhoramento. A fibra da

BRS Verde tem uma instabilidade em relação à cor, pois os pigmentos que causam a cor

verde são sensíveis à luz solar. Graças a esta característica, recomenda-se que a fibra

seja colhida em duas etapas, primeira e segunda colheitas, evitando assim que a fibra

fique muito exposta ao sol no campo. Na Tabela 1, são apresentadas algumas

características dessa cultivar e feita a comparação com um de seus progenitores, cultivar

CNPA 7H de fibra branca. O comprimento da fibra da BRS Verde está em torno de 30

mm, sendo, portanto, de fibra média, com bom comprimento, semelhante ao da cultivar de

fibra branca CNPA 7H. A resistência da fibra está em torno de 26 g/tex. Com relação ao

ciclo, a BRS Verde se assemelha à CNPA 7H com 130–140 dias. A produtividade da BRS

verde, de acordo com a Tabela 1, em regime de sequeiro, ficou abaixo da produtividade

da CNPA 7H, mas é considerada boa.

Arroz tipo arbório – Slide 9-10

O Estado de São Paulo é o maior consumidor de arroz do País. Há alta demanda

por tipos especiais, como os utilizados na culinária internacional. Na italiana,

principalmente, é grande o consumo do arroz tipo arbório, específico para risotos.

O Instituto Agronômico está pesquisando tipos especiais de arroz para nichos de

mercado desde 1992, quando iniciou um programa de melhoramento genético específico

para esses tipos de arroz.  O Vale do Paraíba é a principal região produtora de arroz do

Estado de São Paulo, que também se mostrou favorável ao plantio de tipos especiais,

Page 4: Anotações apresentação Melhoramento de caracteres especiais

com condições climáticas adequadas à produção e com qualidade de grãos equivalente

às principais regiões da Itália.

Atualmente, os tipos arbórios disponíveis no mercado são importados e o plantio

desses materiais, em geral, apresenta baixa produtividade e alta incidência de doenças.

O Instituto Agronômico, em cooperação com o Pólo Regional do Vale do Paraíba,

após 12 anos de pesquisas, coloca à disposição dos agricultores de São Paulo e de toda

a cadeia produtiva do agronegócio do arroz, a cultivar IAC 300 - tipo arbório para culinária

italiana.

A ‘IAC 300' originou-se do cruzamento entre a variedade italiana Arbório,

introduzida no banco de germoplasma do IAC, em 1992, e da PI CIA2606 (IRAT 112/IRAT

144). Os cruzamentos para os tipos arbórios foram realizados em 1997, no Instituto

Agronômico, em Campinas (SP). Após vários ciclos de seleção, utilizando-se do método

genealógico, no ano agrícola 2003/2004, a linhagem IAC 1889 destacou-se das demais

pelo seu tipo de grão e desempenho agronômico. Quando comparada com as

testemunhas importadas, apresenta panícula bastante densa e excelente qualidade

culinária, associada ao potencial produtivo. A partir do ano agrícola 2004/2005, passou a

ser avaliada em experimentos preliminares e avançados na região do Vale do Paraíba,

onde se destacou por suas qualidades culinárias e potencial produtivo.

Arroz para culinária japonesa (IAC 400) – Slide 11

A cultivar IAC 400 originou-se do cruzamento entre a linhagem 95Ay222 oriunda

dos ensaios avançados da Louisiana (USA) e da cultivar de grãos médios M202 da

Califórnia (USA). Os cruzamentos foram realizados, em 1995, em Campinas, no Instituto

Agronômico. Após vários ciclos de seleção, utilizando-se o método genealógico, no ano

agrícola de 2000/2001, a linhagem IAC 1755 destacou-se das demais pelo seu excelente

desempenho agronômico, planta com arquitetura moderna, panícula muito densa,

excelente qualidade culinária e com bom potencial produtivo. A partir do ano agrícola de

2001/2002, passou a ser avaliada em experimentos preliminares e avançados nas

principais regiões produtoras de arroz irrigado do Estado de São Paulo, onde se destacou

por sua alta produtividade e qualidades culinárias.

As avaliações da cultivar IAC 400 em experimentos preliminares e avançados

instalados no Estado de São Paulo, no período de 2001 a 2004, mostraram que a

produtividade foi muito superior às cultivares importadas e equivalente aos tipos

tradicionais de arroz irrigado cultivado em São Paulo (Tabela 1).

Page 5: Anotações apresentação Melhoramento de caracteres especiais

Arroz aromático – Slide 12

Originou-se do cruzamento realizado no Texas A & M University Agricultural

Research and Extension Center, em Beaumont, Texas, USA, envolvendo os genótipos:

Della-X2 e Lemont e retrocruzadas quatro vezes com o progenitor. Della-X2 é um

genótipo aromático e Lemont uma das principais cultivares comerciais dos Estados

Unidos.

Arroz preto – Slide 13

Cultivado na China há mais de quatro mil anos, com fama de produto afrodisíaco e

exótico, o arroz preto era chamado de “Arroz Proibido”, pois era consumido apenas pelo

Imperador, cabendo a seus súditos somente a produção dos grãos. A partir da década de

80, a China intensificou o melhoramento para arroz preto e hoje existem mais de 50

variedades modernas cultivadas naquele país. Este tipo especial de arroz tornou-se a

sensação entre chefs e gourmets, a começar pela cor – na verdade, lilás, que de tão forte

se torna preto -, pelo aroma leve de castanha e pelo sabor único. Depois de cozido,

segundo opinião de consultores gastronômicos, o grão de formato arredondado e curto

fica ‘al dente’ sem perder a textura macia e permanece inteiro. Considerado uma iguaria

na Europa e nos Estados Unidos, o arroz preto demorou a chegar ao Brasil. As notícias

desse grão extremamente aromático, de sabor especial, ficaram restritas aos amantes da

alta gastronomia até 15 anos atrás, quando os primeiros pacotes passaram a ser

encontrados em lojas especializadas.

Arroz preto (IAC-600) – Slide 14

A cultivar IAC 600 originou-se de seleção massal realizada em 1994, em uma

população da variedade chinesa Wang Xue Ren apresentava segregação para várias

características agronômicas e culinárias.

Dessa seleção originaram aproximadamente 150 linhagens com diferentes tipos de

grãos, panículas e porte de planta, até que

Arroz preto (IAC-600) – Slide 15-16

no ano agrícola de 1996/1997 a linhagem IAC 1762 apresentou boa estabilidade

agronômica e com potencial produtivo adequado para o padrão de tipos especiais,

adaptando-se aos sistemas de plantio irrigado e terras altas com irrigação suplementar.

Testes de qualidade culinária realizados nos Estados Unidos revelaram um aroma

acastanhado e teor de compostos fenólicos altos, dando a essa linhagem características

específicas. A partir de 2001, iniciou-se a purificação de sementes e os experimentos

Page 6: Anotações apresentação Melhoramento de caracteres especiais

avançados nas regiões produtoras do Estado de São Paulo para estimar o Valor de

Cultivo e Uso.

Feijão branco – Slide 17

Originou-se da seleção efetuada em linhagem do grupo comercial branco

introduzida no IAPAR em 1996 do Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT).

Essa linhagem foi avaliada em 14 ambientes do Paraná, nos anos agrícolas de 2004/2005

e 2005/2006, sendo oito ensaios estabelecidos na safra das águas e seis na safra da

seca. Em virtude da sua boa performance agronômica e qualidade de grãos, que atende a

demanda do mercado interno e externo, a linhagem dói registrada para cultivo no Serviço

Nacional de Registro de Cultivares em 2008.

Alto teor de triptofano e lisina em milho – Slide 18

Os grãos do milho apresentam proteínas de baixo valor biológico devido os baixos

teores de dois aminoácidos essenciais à dieta humana e de animais monogástricos: a

lisina e o triptofano.

Pesquisadores do Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo

(CIMMYT) desenvolveram milhos com qualidade protéíca melhorada (QPM) a partir de

materiais opaco-2 com endosperma modificados. Este trabalho resultou na geração de

materiais com níveis médios de triptofano e lisina aproximadamente 50% maiores que os

do milho comum.

O programa de desenvolvimento de cultivares de milho QPM começou com a

introdução de 23 populações QPM, que foram desenvolvidas no CIMMYT (Vasal et al.,

1980; Bjanarson & Vasal, 1992). Estes materiais foram avaliados em diversas regiões do

Brasil para características agronômicas.

Como foi o processo de melhoramento – Slide 19

De acordo com essas avaliações, a População 64 QPM foi selecionada e lançada

em 1988 como BR 451.

BR 451 foi melhorada por diversos ciclos de seleção recorrente, quatro de seleção

massal seguidos por três de famílias de meios-irmãos, principalmente para as

características: qualidade protéica, produtividade, resistência ao acamamento e

quebramento, sanidade dos grãos e empalhamento (Guimarães et al.,1997; Pacheco et

al., 1999).

Alto teor de triptofano e lisina em milho – Slide 20

Page 7: Anotações apresentação Melhoramento de caracteres especiais

Tabela: BR 451 apresenta grãos brancos e dentados com bom nível de

modificação do endosperma e teores de lisina e triptofano superiores aos do milho normal

(Tabela 2). Seus grãos, quando moídos, apresentam um alto rendimento de fubá de

excelente qualidade e granulometria. Sua farinha, em mistura com a farinha de trigo, tem

excelentes propriedades para panificação e produção de massas.

Alto teor de triptofano e lisina em milho – Slide 21

Precursor da serotonina, da melatonina e da niacina, o triptofano tem uma

importância vital. Descoberto em 1901, é utilizado há várias dezenas de anos para aliviar

a depressão, promover o sono ou ajudar a perder peso. Inúmeros estudos mostraram o

interesse e a eficácia do triptofano, nomeadamente para aumentar as concentrações de

serotonina. Esta desempenha um papel fundamental em múltiplas funções do organismo

e, em particular, na depressão, na ansiedade, no humor e no controlo do apetite.

Além de definir os níveis de serotonina direita, niacina, a vitamina B3 ou, é

extremamente essencial para a saúde eo funcionamento normal das células do cérebro e

do sistema nervoso. O bom funcionamento de células cerebrais saudáveis e neural

garante que a atividade elétrica do cérebro permanece estável e transmissão elétrica ou

química de sinais neurais continua sem problemas, sem experimentar quaisquer acessos

ou solavancos. O resultado visual deste aparece na forma de padrões de comportamento

saudáveis, euforia, diminuição da freqüência de ataques de ansiedade e alívio de

inquietação.

Soja marron – Slide 22

Objetivo: desenvolver cultivares de soja especiais para alimentação humana, com

sabor mais suave, semente de maior tamanho e elevado teor de proteína.

São 12 anos de melhoramento, depois dos cruzamentos, avançamos 5 gerações

pelo método SPD, colhendo-se apenas 2 vagens/planta.

Na geração F6 fazemos seleção de plantas e plantamos as  progênies. Depois

fazemos experimentos com repetição (ensaio preliminar, intermediário e final) com os

materiais selecionados e por fim os melhores  entram nos ensaios de VCU em 6 locais.

Depois passam pela fase de multiplicação das sementes. Como são materiais para

alimentação, além das características agronômicas, fazemos também avaliações

sensoriais, testes de cozimento, entre outras.

Soja marron – Slide 23

Page 8: Anotações apresentação Melhoramento de caracteres especiais

Em um supermercado de Uberaba, 819 pessoas degustaram a soja marrom

preparada com caldo de feijão: 80% das pessoas disseram que certamente comprariam o

produto; 13% informaram que provavelmente comprariam e 7% disseram que talvez

comprassem o produto.

Fizemos degustação da soja marrom, preparada com feijão, em supermercado no

município de Uberaba, com o objetivo de verificar a aceitação do produto no mercado

local", explica. Os pesquisadores da EPAMIG ofereceram a receita a 1.538 pessoas, 97%

aprovaram o sabor e oito em cada 10 que provaram, garantiram que comprariam o

produto.

Palha de milho colorida – Slide 24

Os agricultores e artesãos que se dedicam ao uso da palha do milho para a

produção de peças artesanais precisam de cultivares com palha longa de cores variadas

e de textura específica para cada técnica artesanal desenvolvida.

Esses produtores são, em geral, agricultores familiares e consideram que as

cultivares disponibilizadas no mercado não atendem adequadamente às exigências da

palha para o artesanato (Teixeira et. al., 2005).

Visando preencher essa lacuna no rol das cultivares disponibilizadas ao agricultor

brasileiro, foi desenvolvido um programa de seleção participativa tendo como ponto de

partida acessos do Banco de Germoplasma de Milho, resultando na indicação das

variedades de milho.

Como foi o processo de melhoramento – Slide 25

O processo de seleção iniciou-se com um levantamento e uma avaliação de dados

de passaporte de acessos do BG de Milho.

Primeiramente, foram feitas visitas aos usuários da palha de milho para

levantamento dos atributos necessários para o uso dela no artesanato.

Com base nas informações obtidas, foram avaliadas as fichas de coleta de acessos

e selecionados 50 acessos originários dos estados de MG, BA, PR, MS e SC que tinham

referências a atributos de palha, a exemplo de “palha roxa” ou “palha macia”.

Após a seleção inicial, as sementes foram multiplicadas para a condução de

ensaios de identificação dos acessos do Banco de Germoplasma de Milho que

apresentavam palha apropriada para artesanato.

Adicionalmente, foram avaliados caracteres relacionados à produtividade e ao

desempenho agronômico.

Page 9: Anotações apresentação Melhoramento de caracteres especiais

A avaliação dos caracteres contou com a contribuição de Extensionistas da

Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) e das

artesãs que trabalham com a palha do milho.

Soja sem sabor – Slide 26

O Programa Soja, coordenado pelo professor do Instituto de Biotecnologia Aplicada

à Agropecuária (Bioagro/UFV), Maurílio Alves Moreira, foi criado em 1986, com o objetivo

de melhorar as propriedades da soja e de seus derivados. O primeiro passo foi buscar

novas variedades do grão, sem aquele gostinho forte e desagradável. Os pesquisadores

identificaram as três enzimas responsáveis pelo sabor ruim e, por meio de melhoramento

genético molecular, desenvolveram as UFV TNs, que não contêm essas enzimas. O

resultado é um grão de sabor suave e mais atraente ao nosso paladar.

Feijão com grãos especiais – Slide 27

A cultivar IAC-Jabola é originária do cruzamento realizado no Instituto Agronômico,

em Campinas (SP), em 1999, entre as cultivares Jabola x IAC Carioca Tybatã.

Este cruzamento recebeu a denominação Gen 99TG34 e após seleções de plantas

até a safra das águas de 2001 foi identificada a linhagem Gen 99TG34-50, com grão tipo

Jalo.

Na safra das águas de 2005, essa linhagem integrou os ensaios de VCU

2005/2006/2007 de grãos especiais do Estado de São Paulo. Devido às características de

planta, tamanho e à coloração do grão, resistência a doenças, produtividade e

estabilidade da produção, a linhagem Gen 99TG34-50 recebeu a Denominação IAC-

Jabola.

Abóbora brasileirinha – Slide 28

Brasileirinha é uma cultivar de abóbora (Cucurbita moschata) com frutos bicolores

que foi desenvolvida com o objetivo de disponibilizar um produto diferenciado devido ao

aspecto ornamental (cores do Brasil) e a composição nutricional (combinação de beta-

caroteno e luteína) de seus frutos. Esta cultivar foi selecionada na geração F7, sendo

obtida via cruzamentos convencionais entre um acesso de frutos bicolores e a cultivar.