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Anotações do Curso de Ética Veduca/USP Por Lucas Vinicius Ribeiro dos Anjos Introdução à Ética Ética não é uma tabela do que é ético e do que não é ético, ou justo e injusto... Todos que procuram tabelar a vida, como por exemplo, instituições religiosas, ou códigos de conduta corporativos estão de certa maneira inscritos em um certo programa de pensamento e em um programa de pensamento/sistema filosófico que se permite esse tipo de conclusão. Os gregos tem uma maneira de pensar a pertinência ética de uma conduta e, portanto eles têm um conjunto de referências que lhe permitem chegar a essa conclusão. Maquiavel Pensamento Pragmático Stewart Mill Pensamento Utilitarista Kant Pensamento Intencionalista NietzschePensamento Vitalista É através desses pensamentos que é possível utilizarem-nos para discutir os valores morais das razões humanas A ética pode ser considerada: uma verdade única e imutável de aplicação cotidiana um instrumento de atribuição de valor à vida humana. um pensamento dogmático. A Ética só faz sentido porque existem muitas maneiras possíveis de conviver. A Ética não é a resposta certa, pois se houvesse apenas uma resposta certa, não seria necessário pensar sobre e a ética é o pensamento coletivo de encontrar uma melhor forma de convivência. Maquiavel propõe que uma conduta é aceitável e boa quando você fazendo o que fez consegue o que queria, ou seja, quando você escolhe um meio

Anotações do Curso de Ética da USP/VEDUCA

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Anotações do Curso de Ética Veduca/USP

Por Lucas Vinicius Ribeiro dos Anjos

Introdução à Ética

Ética não é uma tabela do que é ético e do que não é ético, ou justo e injusto...

Todos que procuram tabelar a vida, como por exemplo, instituições religiosas,

ou códigos de conduta corporativos estão de certa maneira inscritos em um

certo programa de pensamento e em um programa de pensamento/sistema

filosófico que se permite esse tipo de conclusão.

Os gregos tem uma maneira de pensar a pertinência ética de uma conduta e,

portanto eles têm um conjunto de referências que lhe permitem chegar a essa

conclusão.

Maquiavel – Pensamento Pragmático

Stewart Mill – Pensamento Utilitarista

Kant – Pensamento Intencionalista

Nietzsche– Pensamento Vitalista

É através desses pensamentos que é possível utilizarem-nos para discutir os

valores morais das razões humanas

A ética pode ser considerada:

uma verdade única e imutável de aplicação cotidiana

um instrumento de atribuição de valor à vida humana.

um pensamento dogmático.

A Ética só faz sentido porque existem muitas maneiras possíveis de conviver. A

Ética não é a resposta certa, pois se houvesse apenas uma resposta certa, não

seria necessário pensar sobre e a ética é o pensamento coletivo de encontrar

uma melhor forma de convivência.

Maquiavel propõe que uma conduta é aceitável e boa quando você fazendo o

que fez consegue o que queria, ou seja, quando você escolhe um meio

adequado para aquilo que você pretende alcançar. Enquanto não obter o

resultado, não é capaz de julgar a conduta. (Foco no Resultado)

Kant diz que para atribuir valor a uma conduta não é preciso se prender ao

resultado e sim a intenção. Se a intenção for boa, eu agi bem, se a intenção é

ruim, eu agi mal. E o argumento é que um resultado nunca depende só de uma

conduta, mas de um conjunto de variáveis que quem age não controla. Não é

possível julgar pelo resultado porque o resultado na sua completitude não

depende de mim, devo ser julgado pelo que eu pretendia que acontecesse e

não pelo que acontece.

A melhor forma de buscar a ética é por meio:

do questionamento e da livre discussão.

da livre discussão e da busca pela única verdade.

do entendimento das causas e da definição de certo e errado.

“Você é eternamente responsável por aquilo que cativas” – Pensamento

de Maquiavel

“Eu não queria seduzir ninguém” (Não posso ser julgado por aquilo que

não era minha intenção) – Pensamento de Kant

A forma que temos de nos organizar e nos relacionar é o que é, mas poderia

ser outra e de certa maneira temos a firme convicção de ser algo melhor e por

isso a ética é o aperfeiçoamento da convivência.

O que se espera da estrutura empresarial é a legitimação do que já é

consagrada, a reprodução do que já se sabe.

O formigueiro é uma sociedade:

ética, pois as ações individuais são determinadas pela natureza.

não ética, pois as ações individuais não são determinadas pela natureza.

ética, as ações individuais não são determinadas pela natureza.

não ética, pois as ações individuais são determinadas pela natureza.

O pensamento antigo tem que ser estudado porque ele é atual também, ou

seja, se existe algo que caracteriza inequivocamente a sociedade pós moderna

é que ela é uma mistura de sistemas de pensamento e portanto o pensamento

antigo esta presente ainda na atualidade.

Talles de Mileto - Por de trás da diversidade existe uma unidade constitutiva

fundamental.

Todas as iniciativas de construção de sistemas de pensamento buscam

oferecer para aparente diversidade do mundo uma explicação fundamental.

Qual a importância do pensamento antigo?

Demonstra a evolução do homem.

Integra, mesmo que não explicitamente, a sociedade pós-moderna.

Serve como modo de entender sociedades humanas.

Qual é a preocupação teórica introduzida pelo pensador pré-socrático Tales de Mileto que nunca mais abandonará o homem?

A existência de um mundo inteligível.

A fundamentação da diversidade.

A existência de uma unidade constitutiva fundamental.

Pitágoras foi o primeiro a afirmar que o homem é constituído de 2 substâncias

(corpo e alma) e não apenas uma. Além de possuir mandamentos de como

purificar a alma, sendo similar a livros de autoajuda, que através de

mandamentos dizem ser capaz de alcançar a felicidade.

Primeiros Passos da Ética.

O Curso será dividido em Pensamento Antigo, Cristão, Moderno e

Contemporâneo.

Pensamento Antigo: Principais é Platão e Aristóteles.

A filosofia começa com certo desprezo pelo que é aparentemente plural.

Pitágoras são os primeiros filósofos dualistas.

Pensamento Pitagórico: É preciso para obter uma vida boa a purificação da

alma.

A essência é aquilo que, ao contrario da aparência:

É acidental, uma vez que não pode ser controlada pelo homem.

É imposta pela natureza.

Não é acidental, uma vez que a coisa só pode ser o que é com a sua presença.

Enquanto que a religião salva o homem de fora, através de forças

transcendentes, a filosofia propõe uma auto salvação, do homem pelo homem,

através da razão.

Para os pitagóricos a matemática é um instrumento de purificação da alma.

O pensamento antigo de ética era uma reflexão sobre vidas singulares,

diferente do sentido contemporâneo de ética, que é a busca de uma boa

convivência.

Parmênides: Principio da Identidade, o que é, é e o que não é, não é. Infere-se

que só uma coisa é.

Ex: Se A é, ou seja o Ser, B é algo diferente do Ser e algo diferente do Ser, não

é.

Se o que é, é. E o que não é, não é, o que é não se desloca, não há

movimento.

Ao dizer que só o Ser é e ao dizer que o Ser é, ele não só não é 2 como

também não se movimenta. Parmênides vai oferecer a Platão os ingredientes

que Platão precisava para estabelecer o Mundo das Ideias.

Parmênides encontrou um único ser por detrás da diversidade aparente do ser

percebido daquilo que é encontrado pelos sentidos.

Platão acredita também que a realidade é a ideia do Ser, pois a realidade é

uma e não se move.

Das assertivas abaixo, assinale as que se referem à ideia de princípio da identidade de Parmênides:

Se A é, então só A pode ser, pois o que é, é, e o que não é, não pode ser.

Se A é e B também é, então ambos são, sob pontos de vista diferentes.

Se A é, então A não mudará, pois o que é não precisa de mudança

Sócrates: Fazia perguntas de fundamento.

Sócrates coloca a preservação das leis da cidade como sendo o maior dos

princípios, sendo este o inicio de revolução onde o mais importante não é

necessariamente a vida boa e nem continuar vivo, a ética pela primeira vez é

entendida como uma forma de saúde coletiva, como uma forma de saúde do

todo, da sociedade e não de uma pessoa individualmente considerada. Ou

seja, é perfeitamente concebível imaginar uma decisão ética que tome outro

principio superior ao da própria vida.

Para Sócrates a Ética é a superação da própria vida, é a transcendência em

relação da própria vida.

Quando acusado Sócrates opta pela morte, pois:

como questionador de si próprio, não tinha argumentos que julgasse válidos para fundamentar as suas teses.

impedido de divulgar suas ideias, adotou essa posição como forma de protesto.

acreditava que seu ideal era o item mais valioso que possuía.

Quando você prende alguém, você prende a alma e suas decisões. Ou seja,

você poderia não ter feito o que fez e você só poderia não ter feito o que fez

porque há uma autonomia da alma possível da alma em relação as apetites do

próprio corpo. (Dualista)

Demócrito pensava que o homem não passa de átomos e vazio, negando a

existência da alma, logo o corpo que deseja é o mesmo que delibera.

(Monista).

Sócrates critica o luxo, pois:

qualquer pessoa que trabalha muito pode ter acesso.

só pode culminar em guerras, uma vez que a expansão territorial torna-se

indispensável.

só pode existir nas cidades grandes, onde se encontra mais tecnologia e um maior número de pessoas dispostas a servirem.

Ética, O Invisível e o Virtuoso

Passagem do Anel de Giges: Um pastor trabalhando encontra um cadáver e

esse cadáver porta um anel, então o pastor se apodera do anel e quando esse

pastor se encontrava em um momento de vida social, ele se deu conta de que

as pessoas passavam por ele como se não o enxergassem e depois de se

perguntar a causa daquele fenômeno ele percebeu que isto ocorria devido o

fato dele ter ou não o anel na mão. Então ele percebe que o atributo da

invisibilidade o torna imune ao olhar do outro (Olhar civilizatório, olhar

condenador, olhar repressivo, etc).e a partir disso seu comportamento muda.

E a partir dessa alegoria, Platão pretende introduzir uma discussão sobre uma

ideia de moral, na contramão do senso comum, segundo a qual a conduta

moral é uma conduta que depende de uma atividade da consciência de quem

age e que de certa maneira não esta submetida a interferências outras além da

consciência do agente, ou seja, a conduta moral tem a ver com o que você faz,

sobretudo em condições de neutralidade repressiva. (Mesmo sem que ninguém

esteja olhando).

A moral é a deliberação pela consciência do ser. A Repressão é oposta a

moral.

Uma sociedade menos repressiva é mais regida pela moral. Uma sociedade

mais regida pela moral é menos repressiva.

A conduta moral de um indivíduo é formada por um conjunto de comportamentos que:

não se alteram sob ou sem a vigilância de terceiros.

são esperados diante da sociedade.

formam a identidade de uma pessoa.

O aperfeiçoamento da repressão é uma forma progressivamente eficaz de

isolar o fenômeno da corrupção e diminui-lo. Há também a possibilidade de

diminuir/eliminar a corrupção em uma sociedade que não tem controle. Basta

que cada um tivesse uma consciência moral suficientemente desenvolvida para

não atentar contra o coletivo a partir de vantagens pessoais cogitadas. Ou seja,

há 2 formas de controle, reprimindo e não reprimindo (investindo em uma

educação moral.

Dualismo Metafísico: Há as formas ideais e as formas aparentes. Exemplo:

Se há cadeira no mundo sensível, então há uma cadeira ideal. Sendo assim,

há 2 mundos, o mundo ideal e o mundo aparente.

Dualismo Epistemológico: Há 2 tipos de conhecimento, o conhecimento ideal

e o conhecimento experimental que provem das experiências sensoriais (doxa)

(opinião do que aparenta ser). Platão achava que o doxa era um equivoco, pois

esta muito distante da verdade.

Método para doxa é o empírico. O método para o conhecimento das formas

perfeitas é o método de abstração progressiva, que Platão chama de

Matemático-Filosófico, ignorando o máximo possível as informações

provenientes dos sentidos.

Dualismo Antropológico: O homem é constituído de corpo e alma, sendo

assim, o mundo das formas é acessível pela alma e o mundo das coisas é

acessível pelo corpo. O corpo é preparado para as aparências e a alma é

preparada para as essências, ou seja, a alma deve nos levar em um processo

de abstração progressiva do particular ao universal.

Para Aristóteles, há o ideal e o aparente, mas ambos estão no mesmo mundo.

Para Aristóteles corpo e alma fazem parte de um todo único e portanto rejeita o

dualismo antropológico e essa cisão radical que Platão propõe entre o corpo

(matéria) e alma (espirito, imaterial).

O dualismo de Platão refere-se a:

mundo sensível x mundo inteligível

corpo x alma

verdade x questionamento

Para o melhor entendimento das coisas, Platão prioriza:

o mundo das ideias e os questionamentos.

os questionamentos e o autoconhecimento.

o mundo sensível e as essências.

2 Maiores Autores da Ética: Aristóteles, na Filosofia Clássica e Kant na

Filosofia Moderna.

Ética Nicômaco: Ética é o acerto ou o erro de uma conduta humana, ou seja,

discutir as condutas humanas a partir de seu valor. É uma discussão sobre o

que devemos fazer e não porquê fazemos o que fazemos. Sendo assim, é uma

reflexão sobre uma ação humana. Além disso, a ética não se limita ao

particular, logo é a atribuição de valor as condutas independentemente das

ocorrências. E há também os princípios e a partir disso será discutido aonde é

que os valores das condutas podem ser amarrados enquanto justificativa,

enquanto fundamento.

Nível 1 da Ética: Por que Pedro Matou João?

Nível 2 da Ética: Por que alguém mataria alguém? (despersonaliza

alguém)

Nível 3 da Ética: Por que Alguém Matar Alguém é algo inaceitável? (O que

faz com que a conduta em relação a Pedro seja uma conduta inaceitável).

A ética pode ser definida como a discussão das condutas humanas através do seu:

valor / dever

dever / causa

valor / consequência

Para Aristóteles, uma conduta é eticamente positiva porque é essa a conduta

que o homem virtuoso a faria. Sendo assim, agir bem seria a verificação de

como age o homem virtuoso.

O homem virtuoso é aquele que sabe como agir da melhor maneira em uma

determinada situação.

Para Aristóteles moralidade nada tem a ver com regra, pois o homem virtuoso

sabe agir na situação determinada.

A ética de Aristóteles é a reflexão mais abstrata possível, mas que desemboca

na concretude da vida necessariamente, ou seja, não se trata de dominar um

certo numero de regras, não há virtude fora da situação concreta de vida, não

há virtude fora do dilema existencial, não há virtude fora da angustia da duvida

de como agir, não há virtude fora do risco do erro de como agir... Ou seja, não

é o domínio de regras abstratas que se impõe a qualquer individuo e em

qualquer situação, a virtude é sempre um saber situado, situacional, posicional,

logo, é alguém que sabe agir na situação concreta. Sendo assim, o ser virtuoso

é o ser que você vislumbra a virtude fazendo uma ação e não estabelecendo

regimento ou regulamento. A moralidade aristotélica termina na conduta e se

materializa na conduta, logo sem conduta não há moral.

Uma conduta eticamente positiva, para Aristóteles, deve ser baseada:

nos ensinamentos do homem bom.

no agir do homem virtuoso.

na liderança do homem intelectual.

Justiça Corretiva e Justiça Distributiva: Aristóteles parte de uma ideia para

discuti-la, que é a ideia da igualdade, ou seja, a justiça pressuporia a

distribuição do mundo em partes iguais. Aristóteles diz que é possível que em

algumas situações a igualdade estrita na distribuição das coisas do mundo seja

uma distribuição justa, porém isso nem sempre acontece. Sendo assim, a ideia

de igualdade é o principio elementar da ideia de equidar, ou seja, é a busca de

uma distribuição justa a partir da atribuição do que é devido a cada uma das

partes, sem privilégios. Assim Aristóteles propõe 2 tipos de Igualdade, a

Aritmética e Geográfica

Igualdade Aritmética (Justiça Corretiva): É a igualdade matemática. EX:

1=1. 2=2, etc

Igualdade Geométrica (Justiça Distributiva): É a igualdade nas relações

entre as unidades. EX: 2 está para 4, assim como 4 está para 8, etc. Ou seja,

respeita uma relação entre unidades. E a partir disso surge a possibilidade de

distribuir com equidade a partir de demandantes diferentes. Ou seja, as

variáveis que podem definir algo são infinitas.

A aplicação de variáveis em uma divisão:

dificulta o processo, uma vez que as variáveis podem ser criadas

infinitamente.

facilita o processo, uma vez que proporciona uma divisão mais justa.

dificulta o processo, uma vez que proporciona uma divisão menos justa.

Aristóteles tem uma ideia de justiça ideológica, ou seja, de uma representação

de sociedade ideal.

O homem virtuoso não só sabe como agir, mas age de acordo com sua

sabedoria. Sendo assim, a virtude não é apenas o conhecimento do acerto da

conduta, mas é uma conduta regida pelo conhecimento.

Teoria de Potência e Ato: Um bloco de mármore é uma escultura em

potência, mas ainda assim é preciso que alguém atualize essa potência, que

alguém converta essa potência. Ou seja, você pode ter a potência de virtude,

mas se não atualizar a potência não será virtuoso. Você pode ter a potência da

benevolência, mas se não praticar a benevolência, você não será benevolente.

Além disso, Aristóteles diz que a maior probabilidade de agir virtuosamente é

agir por hábito. Sendo assim, a excelência virtuosa é uma excelência que se

repete na mão do virtuoso.

O homem virtuoso sabe o que é certo, vive de acordo com o que é certo e vive

pelas razões certas. Ou seja, é possível agir de forma certa pela maneira

equivocada. Sendo assim, é preciso saber a forma certa de como agir, agir da

forma certa e pela razão correta e não pela que convém.

O homem virtuoso de Aristóteles é alguém que você pode confiar, pois ele

torna da sua virtude um hábito, sendo assim, aquele que acerta uma vez é

totalmente inconfiável. Logo, a confiança em alguém pressupõe a fidelidade

desse alguém a seus próprios valores, portanto pressupõe a conversão da

consciência moral em um hábito.

O homem virtuoso é aquele que:

age corretamente, mesmo que por ações consideradas ruins.

age de acordo com os seus princípios, sendo eles bons ou ruins para os demais.

exerce uma conduta correta, agindo de acordo com a sua sabedoria.

Tolerância e Laicidade.

Aristóteles ao classificar os tipos de conhecimento estabeleceu uma

categorização consagrada até hoje, a divisão entre saberes teoréticos e

saberes práticos (política e ética)

Se existem 2 saberes práticos, a ética e a politica, é porque para Aristóteles a

Ética e a Política não são as mesmas coisas. Embora não sejam a mesma

coisa, apresentam características próximas, apresentam características que

justificam um pertencimento a uma categoria comum de conhecimento.

Tolerância é uma virtude moral, portanto quem fala em tolerância esta no

coração da ética.

Laicidade é um principio político, é um principio de organização da cidade,

portanto quem fala em laicidade esta no coração da política.

Como toda virtude moral, a tolerância tem como referencia o individuo, ou seja,

é uma espécie de critério de conduta que diz respeito a cada um.

Como todo principio político, a Laicidade tem como referencia a sociedade.

Sobre tolerância e laicidade, é correto afirmar:

Ambos são princípios políticos, mas somente a tolerância é uma virtude moral.

Ambas são virtudes morais, mas somente a laicidade é um principio político.

Ambos são saberes práticos, mas são distintos entre si, pois a tolerância é uma

virtude moral e a laicidade é um principio político.

Tolerância é uma virtude que nos leva a aceitar pensamentos, discursos e

comportamentos do outro que não aprovamos.

A Tolerância é sempre em relação a alguém, não há tolerância sem o outro. É

preciso que aja algum outro. Não é possível ser tolerante no isolamento. É uma

virtude moral que se exerce na relação com o outro, ou seja, na convivência. É

preciso também que alguém manifeste pensamento, discurso e

comportamento, ou seja, é preciso que alguém encarne uma mensagem. Então

é preciso que aja alguém que comunica. E também é preciso que seja uma

comunicação de discordância e desaprovação.

“Eu não compartilho suas ideias, mas lutaria até a morte para que pudesse

expressa-las.” VOLTAIRE.

A tolerância pressupõe aquilo que a psicologia chama de Dissonância

Cognitiva, ou seja, sempre que alguém se depara com mundos com os quais

não há afinidade cognitiva, isto é, com os quais não concorda, há a tendência,

quase sempre sem perceber, de evitar aquela mensagem, ou seja, evitar o que

é contraditório e procurar o que é consonante.

Apesar de sabermos que há a tendência de evitarmos uma mensagem do

mundo quando esta esteja desalinhada com o que acreditamos, a virtude moral

da tolerância nos leva a aceitar, a se expor e, portanto a reconhecer a

existência de um ponto de vista que não é aquele que concorda, ou seja, a

Tolerância é uma virtude moral de resistência ao principio da dissonância

cognitiva.

Dissonância Cognitiva (Saber Teorético)

Tolerância (Saber Prático)

Sobre tolerância, é correto afirmar que:

é um atributo de uma pessoa.

ocorre mesmo na ausência de interação entre indivíduos.

é classificada como uma virtude moral.

A Tolerância é uma virtude moral na tristeza, ou seja, o desacordo que a

Psicologia Cognitiva chama de Dissonância, a teoria das paixões chama de

tristeza (“pequenamento” de potência) e, portanto há uma situação de

resistência a um mundo entristecedor, assim sendo, é uma resistência ao ódio.

“Você diz coisa que eu não concordo, você é causa da minha tristeza, eu sei

disso, portanto eu te odeio, apesar disso reconheço seu ponto de vista, a

tolerância é uma resistência ao ódio que eu sinto por você.”

Tolerância é uma Virtude Moral de resistência ao ódio

Embora a tolerância seja uma resistência ao ódio, ela não se confunde com

ele. As virtudes morais são a imitação do comportamento de quem ama,

portanto as virtudes morais são uma exclusão deliberada racionalmente do

comportamento de quem odeia. Sendo assim, a Tolerância existe quando

aceita a opinião diferente da sua, sem o amor.

Um ato realizado sem amor é:

fruto da moral, da obrigatoriedade de cumprir aquele papel.

um ato de tolerância, com a plena consciência de que não quereria realizá-lo.

um ato vazio, desprovido de virtudes.

Só é possível ser tolerante e intolerante, diante de manifestações que poderiam

ter sido outras. Não há tolerância/intolerância de acontecimentos da natureza e

nem de fatos, ou seja, só é possível diante da conduta humana, pois é a única

coisa no universo que poderia ser diferente do que é.

A tolerância é uma virtude moral quando podemos ser intolerantes. A virtude

moral nunca é uma inexorabilidade, é sempre uma possibilidade escolhida.

A tolerância não pode ser aplicada a eventos da natureza e animais, pois:

eles não podem ser controlados pelo homem.

diferentemente do homem, eles são somente aquilo que podem ser; eles não

possuem o poder da escolha.

eles não possuem consciência dos seus atos.

Ainda que exista a tolerância, há ainda limites, sendo assim a tolerância fora

dos limites é imoral, um vicio e assim deixa de ser uma virtude.

A Tolerância só é virtude moral quando ela impõe a si mesmo um recuo, uma

privação, em favor de um outro qualquer, ou seja, a tolerância só é virtude

moral quando você obriga a você mesmo a aceitar o comportamento de

alguém e portanto é uma privação sua e que não vale para mais ninguém.

Enquanto a tolerância é uma opção moral individual, a Laicidade é uma opção

política coletiva, resulta de uma deliberação coletiva.

Há 3 características da Laicidade, a neutralidade do Estado frente as diversas

instituições, a independência do Estado frente as instituições e a Liberdade do

Estado frente essas instituições e vice-versa.

A tangência mais próxima é entre a tolerância moral e a laicidade política, pois

para ter a tolerância moral é preciso ser intolerante e vice-versa e, portanto é

preciso ter uma liberdade que um estado não laico não costuma dar, ou seja, a

moral e o exercício da moral pressupõe uma liberdade que é o contrário da

repressão. Por outro lado, a laicidade do Estado é por ela mesma garantidora

do exercício possível da Tolerância e de certa maneira pessoas tolerantes

tendem a patrocinar um estado de abertura, ou seja, são absolutamente

interligados.

Um estado laico é:

um estado ateu.

livre de influências religiosas nas decisões tomadas.

livre de figuras religiosas no poder.

Aristóteles critica o dualismo antropológico de Platão, que divide o corpo e a

alma. Assim, Aristóteles faz algumas perguntas que seriam:

“No caso do homem ser de fato constituído por 2 partes, o que é o homem

efetivamente?” Ou seja, se o homem é constituído por 2 partes e elas estão em

relação, então o homem seria a imbricação entre o corpo e alma, portanto

como uma coisa material se relaciona com uma coisa imaterial?

Ex: Eu penso em ir embora, então minha alma domina meu corpo e eu vou

embora.

“Se o homem é o corpo e a alma em interação, quando o corpo morre o que

acontece?” Pois não é possível ser ainda a interação entre o corpo e a alma,

pois não haverá mais o corpo e assim ou o homem é feito só pela alma ou só

pelo corpo, pois se houver 2 partes e uma não existir mais, não há mais o

homem.

Se o corpo afeta a alma, mudanças no corpo afetam a alma.

“Quem garante que a morte do corpo não determine por ela a morte da alma?”

Pois se um alfinete já faz a alma sofrer tanto, o que dirá a decomposição

definitiva do corpo e assim da mesma forma que não é possível garantir a vida

eterna, não é possível garantir que a alma não morra.

Aristóteles faz essas perguntas para que fiquemos com aquilo que é mais

seguro e o que é mais seguro é o que está aí e se você pensa é o corpo que

pensa. Ou seja, a alma é o corpo enquanto pensa e assim ao ocorrer a morte

do corpo, acaba a morte da alma.

O Dualismo resolve o problema da liberdade em relação aos apetites do corpo,

pois a alma sendo independente é soberana.

No monismo ocorre esse problema, pois se sou 1 só, é difícil aceitar que aja

um corpo que deseja algo e o mesmo corpo decida o contrário. Assim surge a

pergunta “O que teria me feito pensar na contramão dos meus apetites? O que

teria me feito decidir na inclinação das minhas excitações, se é o mesmo que

se excita e se delibera?”

Sobre o conceito de dualismo, é correto dizer que:

corpo e alma trabalham juntos.

o estudo do corpo e da alma devem ser feitos separadamente.

as atividades corporais e da alma não se misturam.

Então tudo que é metafísico é algo que fica no campo das ideias e por isso

resiste até hoje na sua mais restrita complexidade, pois é impossível ser

comprovado.

O Valor da Ação

A ética é um estudo que tem como objeto o como devemos agir, cujo objeto é o

comportamento humano, mas ainda que esse seja o objeto, o estudo da ética

não estuda a conduta das pessoas, ou seja, a nossa investigação não recai

sobre o porquê as pessoas agem como ela agem, mas sim como deveríamos

agir.

A ética abriga 3 grandes tipos de reflexão: 1° reflexão - “O que é a vida

boa?”

Ética das virtudes tem como objeto a trajetória, tendo como seu grande

representante Aristóteles e sua grande obra é Ética Nicômaco.

A ética das virtudes é uma investigação sobre:

O pensamento.

As ações

Os resultados

2° reflexão: “Como devemos agir?”

As Teorias Morais que investigam o certo e o errado das várias condutas que

possam passar pela cabeça de alguém. As teorias morais se destacam em 2

grandes grupos: Teorias Consequencialistas e Deontologia (Princípios Morais)

Consequêncialismo: Sem saber quais são as consequências de uma ação, é

impossível saber se uma ação foi boa ou ruim, ou seja, conduta boa é que

enseja consequências boas, conduta ruim é que enseja consequências ruins.

Diferentemente da ética das virtudes, a ética moral:

busca avaliar se uma vida é boa ou ruim de acordo com os resultados obtidos.

não busca julgar uma vida boa ou ruim, e sim avaliar as condutas de acordo

com os resultados obtidos.

busca o entendimento das causas de uma vida boa ou ruim.

O consequêncialismo se divide em 2 grandes tipos: Pragmatismo (Age bem

aquele que consegue o que queria conseguir agindo), cujo maior nome dessa

ideia seria Maquiavel. Há também o Utilitarismo (Age bem aquele que

consegue trazer a felicidade para o maior numero de afetados por aquela ação)

cujo um dos maiores nomes dessa ideia é Stuart Mill. Os 2 tipos são

excludentes, pois o Pragmatismo é uma filosofia moral cujo o valor moral de

uma ação tem a ver com a satisfação do agente, enquanto que o Utilitarismo é

uma filosofia moral altruísta, cujo valor moral da ação do agente não esta na

satisfação do agente, mas sim de outro que não seja o próprio agente.

(Relativista/Critério Relativo, precisa atender o resultado, que pode ou não

acontecer da mesma forma)

O pragmatismo e o utilitarismo são:

ideias totalmente distintas, sendo uma baseada no egoísmo e outra no altruísmo.

são ideia semelhantes, cujo objetivo comum é alcançar o resultado esperado.

ambas são consequencialistas, mas almejam resultados distintos quanto ao

número de indivíduos satisfeitos com a consequência do ato.

Deontologismo: É o estudo moral das ações que atribui valores morais as

ações em função delas próprias a partir de princípios morais. Ou seja, é o

julgamento da conduta em função dela estar alinhada com estes ou aqueles

princípios morais. Seu maior pensador é Immanuel Kant. (Absolutista/Critério

Absoluto, apenas precisa atender os princípios)

O deontólogo é aquele que se preocupa em:

cumprir uma série de quesitos que tornem o ato ideal, independentemente do

resultado.

cumprir uma série de quesitos que tornem o ato ideal, obtendo sucesso no resultado pretendido.

cumprir uma série de quesitos que julga certos para se extrair de um ato aquilo que é melhor para si.

3°Reflexão - Ética Profissional.

Atualmente, se há avanço nas formas de como devemos agir, não é mais feito

por grandes sistemas filosóficos, mas por necessidades profissionais

concretas, ou seja, há grandes nomes de ética em áreas específicas. A

vantagem é que normalmente quem fala de ética profissional tem grande

conhecimento da prática concreta sobre a qual versa aquela reflexão. A

desvantagem é fazer acreditar que a ética é apenas uma questão profissional.

Ainda que aja a especificidade na área, continua sendo a ética.

Segundo Clovis Barros, não há fórmulas para alcançar a boa vida.

A Ética das Virtudes é a ética do florescimento da vida, ou seja, é possível ser

uma potência que vive em função inadequada para a potência que deveria ser,

ou ser uma potência que vive na função adequada para a potência de quem

deveria ser.

Exemplo: “Se você me deixar desabrochar como azaleia eu poderei te ajudar a

buscar o que quer de maneira muito mais competente do que se você me

obrigar a viver como bambu”.

O “desabrochar” da potência, Aristóteles chama de Eudaimonia. Sendo assim,

a Eudaimonia seria a identificação das potências e o investimento no florescer

das potências.

A ética das virtudes implica em muitas coisas. Primeiramente implicam em

perceber quais as suas potências.

É preciso que além de tudo, seja colocada na vida energia e esforço para que

aquela potência se atualize em performance. Além de às vezes ocorrer de não

ocorrer as disposições ao seu favor. Por isso Aristóteles acredita que seja

muito difícil conseguir alcançar a Eudaimonia.

A Ética das Virtudes exige uma regularidade.

O conceito de Eudaimonia de Aristóteles:

corresponde a uma forma de obtenção de felicidade e satisfação na vida através do trabalho.

adota o consequencialismo, onde age bem aquele que alcança o que almeja.

consiste no investimento no pleno florescer das potencias individuais.

Fé e Virtude

No Pensamento Grego há 3 preocupações imbricadas entre si: A

preocupação a respeito do conhecimento (teorética), ética e a teoria do belo.

(Se importa em conhecer a ordem das coisas) (Método contemplativo)

No Pensamento Cristão o mais importante é o criador da ordem das coisa. E a

partir disso surgem as preocupações, primeiramente “Quando é que Deus está

falando”, depois “Qual a Interpretação sobre as mensagens de Deus?”

A Teorética baseia-se na:

reflexão sobre a causa das ações.

contemplação sobre o objeto estudado.

no entendimento do criador do mundo.

Idade das trevas: Mudança do Objeto do Pensamento, do Grego para o

Cristão.

Ética Grega: A vida boa tem a ver com o ajuste ao todo cósmico porque o todo

cósmico é o Ser supremo que devemos conhecer.

Ética Cristã: A vida boa tem a ver com o alinhamento com a vontade de Deus

porque o Deus é o Ser supremo que devemos conhecer.

Para o Grego o que a vida tem que ter para ser boa é que aja um pleno

desabrochar dos próprios talentos. E é preciso também viver uma vida

adaptada ao seu desabrochar. Assim sendo, Ética e Vida boa são a mesma

coisa. Além disso, as pessoas não valem a mesma coisa.

A partir do Pensamento Cristão há um descolamento da Ética e da Felicidade.

Mesmo que ainda aja uma preocupação com a vida boa, iniciará também a

preocupação com as condutas individuais.

Na reflexão grega e cristã, os conceitos de Felicidade são:

opostos, uma vez que uma se assemelha e a outra se distancia da ética,

respectivamente.

iguais, uma vez que ambas acreditam que a ética aproxima o homem da felicidade.

opostos, pois ambas as éticas partem de pontos de analise distintos.

A partir do Pensamento Cristão surge a preocupação do que tem que ter uma

conduta para ser uma conduta moralmente digna e aceitável. E assim surgem

as virtudes teologais: A Fé, A Esperança e O Amor. Ou seja, para que se possa

agir bem e viver bem, é preciso ter Fé, Esperança e Amor.

A Fé é uma virtude cognitiva. É uma virtude de conhecimento, portanto é uma

virtude que tem a ver com o que se pensa das coisas, ou seja, para agir bem é

preciso ter algum tipo de conhecimento, pois a fé é uma certeza e uma certeza

é um conhecimento que tomamos por verdadeiro. A Fé é um conhecimento

especifico, um conhecimento que não decorre de nenhum tipo de

comprovação. É um dado da consciência.

A Esperança é uma sensação, um afeto, uma espécie do gênero alegria. Toda

esperança é alegria, mas nem toda alegria é esperançosa. A Esperança é um

ganho de potência que tem como causa específica a própria imaginação, ou

seja, é um ganho de potência a partir de algo que você mesmo imagina. A

esperança tem como causa um dado da consciência.

Fé está para conhecimento como a esperança está para:

Coragem

Virtude

Sentimento

Para o grego a vida na esperança é ruim, pois na esperança há pelo menos 3

grandes características.

Características da Esperança: Ignorar o que de fato se espera acontecer, não

há potência para fazer acontecer e a esperança é sem gozo, pois o gozo

pressupõe a presença e sempre que se espera, existe a falta. Ou seja, é casta,

ignorante e impotente. Sendo assim, para se viver bem é preciso que se alegre

pensando no que acontecerá depois de morrer.

O Amor para os cristãos é traduzido por caridade e é a ideia central. No amor

você se apequena para outro existir.

Se Deus é a perfeição, só poderia criar a imperfeição, ou então não seria uma

criação, apenas uma extensão de si mesmo.

Segundo os princípios das virtudes teologais, Deus não é submetido a:

fé e esperança

esperança e a busca do conhecimento

esperança e amor

Discutir a Ética

A Ética não só é uma palavra muito usada, mas é apresentada como

fundamento para decisões importantes, tanto da vida privada, quanto da vida

em sociedade.

A Ética possui diversos sentidos: O Primeiro Sentido é dado pelos Gregos e

tem muito pouco a ver com o significado atual. A Ética seria uma atribuição de

valor a uma trajetória, cuja maior pergunta seria “O que uma vida precisa ter

tido para ser boa?”, cuja resposta seria o desabrochar das potencialidades,

chamada de Eudaimonia.

A ética, segundo Aristóteles, é uma:

avaliação do valor da vida, medida através do valor dos atos.

avaliação do valor da vida, que só poderia ser realizada após a obra completa,

ou seja, no final da vida.

avaliação do valor dos atos, medidos através da capacidade de se obter resultados positivos

Cosmos – Mundo Finito e Ordenado. Ou seja, há um funcionamento e as

partes participam deste funcionamento.

A Partir do Pensamento Moderno, o Mundo deixa de ser Finito e Ordenado. A

Ética passa a ser uma reflexão sobre a nossa convivência aceitando que nós

vivemos e convivemos sem nenhuma ordem pré-existente e que pré-determine

a nossa existência. A melhor forma de conviver dependerá da nossa

inteligência. Além também que o objeto muda, sendo a avaliação de condutas

isoladas.

A partir do século XVI, a ética passa a:

ser uma reflexão sobre a convivência, sem a pré-determinação do cosmos na

existência do homem.

ser uma reflexão sobre a ordem, adotando a pré-destinação das virtudes.

ser uma reflexão sobre as virtudes, adotando a convivência como fator

determinante.

No Pensamento Moderno, a resposta para a pergunta “O que uma conduta tem

que ter para ser boa”, tem como uma primeira resposta a “Ética de Resultado”,

cuja ideia central seria a de que a conduta é boa quando enseja resultados

bons e a partir disso surge a dúvida do que é o bom resultado. Então surgem 2

respostas, a Pragmática, onde o bom resultado é conseguir o que quer ao agir

e a maior critica a esse pensamento é que o Outro é apenas um instrumento do

seu próprio sucesso, não tem valor em si. Surge então uma segunda resposta,

a Utilitarista, que diz que o critério da boa consequência é a felicidade do maior

número, que pode não coincidir com o sucesso do agente.

O consequencialismo faz parte:

do pragmatismo, onde age bem aquele que alcança o resultado esperado.

da ética moral, em que se avaliam as condutas.

da ética das virtudes, em que se avaliam os pensamentos dos indivíduos.

Entretanto há pontos negativos, no caso do pragmatismo, nem sempre o

resultado alcançado foi feito de forma correta. Ex:Vendedores que mentem. E

no caso do Utilitarismo, nem sempre a felicidade do maior número é a resposta

correta. Ex: Morte de Sócrates e Judeus.

Para Stuart Mill, Felicidade é Máximo de Prazer e Mínimo de Dor.

O Consequencialismo só permite a avaliação depois da ação.

Pensamento da Ética dos Princípios: O valor da conduta esta na conduta.

Confiança: Certeza sobre coisas que não é verificado.

Imperativo Categórico: Fazer de tal maneira que todos possam fazer igual.

Faça de tal maneira que todos possam respeitar a mesma máxima ou mesmo

princípio que preside sua ação.

Kant então diz que o princípio bom é o princípio universalizado.

Edgar Morin apresenta a ideia da Complexidade de Valores, onde diz que cada

valor tem o seu contrário como valor também e não há como ter uma

perspectiva de universalidade que faça com que alguns valores sejam uma

tabela que todos tenham que respeitar. Surge então a Ética da

Discussão/Argumentação, cujo maior nome é Habermas. Surge então a ideia

onde que os princípios que devem prevalecer são aqueles que nós escolhemos

para a nossa convivência e estes princípios serão escolhidos no calor de um

debate.

A Ética não é mais uma preocupação da avaliação da vida como um todo,

como para os gregos, nem é a reflexão da conduta com base no resultado e

tampouco é o respeito a princípios universais. A Ética agora é uma atividade

ininterrupta de discussão, de argumentação, sobre quais princípios queremos

que sejam os princípios norteadores da nossa conduta.

Portanto, o lugar abstrato e imaginário que se traduz como uma oportunidade

permanente de “levantar a mão” e dizer os princípios que considera justo, é o

que Habermas chama de esfera pública ou de espaço público, onde no final

das contas é o lugar onde todos somos convidados a frequentar, onde dizemos

para onde queremos ir e por qual caminhos e respeitando quais regras.

O conceito de imperativo categórico de Kant baseia-se na escolha:

de ações que levem o indivíduo ao resultado esperado.

de ideias a serem aplicadas a todos os indivíduos, visando o bem-estar social.

de princípios universalizáveis, que consistem em fazer para os outros aquilo

que eu gostaria que os outros também fizessem para mim.

A Ética contemporânea é respeitar critérios de conduta definidos por aqueles

que respeitarão. Sendo assim, a ética não é só a parte do respeito, mas

também a da legislação. Portanto existe uma perspectiva normativa e uma

aplicada. Ou seja, para fazer ética não se trata apenas de respeitar “as regras

do jogo”, mas também participar da definição das regras do jogo.

Ética Pós Moderna: Esforço de Aperfeiçoamento da Convivência. É

necessário ter um respeito pelas inclinações do próximo.

A Ética é a certeza de que a razão compartilhada permite o aperfeiçoamento

da sociedade.

A Ética hoje, muito mais sobre uma tabela de certo e errado, é uma disposição

arejada e permanente para a argumentação ininterrupta sobre problemas

virginais e repetíveis que temos que encarar a cada segundo.

A ética é mutável, pois:

cada cultura/sociedade têm necessidades diferentes. A ética deve então se

adaptar para responder à demanda precisa de cada grupo, de cada realidade.

cada sociedade tem uma capacidade intelectual diferente para entender a

complexidade da ética.

a sociedade e as relações interpessoais mudam a cada dia, não sendo possível assim formular um conceito de ética.

Vontade x Desejo (Kant)

Os Pensamentos de Mill e de Kant são opostos.

O Pensamento moral de Kant pode se entender através de uma analogia entre

o Monte Everest e o Alpinista, onde o que tem de mais difícil de conseguir e,

portanto o que tem de mais fascinante.

Preocupações atuais da Filosofia: “O que significa conhecer?” (quais os

limites do conhecimento, o que é preciso acontecer na minha mente para

afirmar que conheço alguma coisa). “O que é o belo?” (O que é a beleza? o

que é preciso ter para ser belo? a beleza é um dado inerente das coisas ou é

um atribuído por quem contempla?) “Como devemos agir?” (Não é uma

investigação cientifica, mas como o homem deveria agir)

Para a Investigação do conhecimento Kant publica a Obra “Crítica da Razão

Pura”, cujo objetivo é estudar os limites da razão, até onde podemos conhecer

o mundo.

Para a Investigação do Belo, Kant publica a Obra “A Crítica do Juízo”

Para a Investigação de como devemos agir, Kant publica a Obra “A Crítica da

Razão Prática”

Livro Facilitador: Fundamentos da Metafísica dos costumes

Kant vs Aristóteles: A Ética de Aristóteles é uma reflexão sobre o pacote da

vida. Presta muito menos atenção às condutas individuais e muito mais a

atenção sobre a vida como um todo. No caso de Kant, ele se interessa sobre a

direção geral da vida, mas sua filosofia moral não tem como objeto o pacote da

vida, mas sim as condutas singularmente consideradas. Para Aristóteles, para

alcançar a vida boa é preciso que a vida permita o pleno desabrochar dos

talentos de cada e esse pleno desabrochar dos talentos implica um respeito

absoluto àquilo que a natureza de cada um tem de melhor. Para Kant, a

conduta moral boa é quando é possível deliberar contra os apetites se isso for

o dever. Ou seja, a moral de Kant é o triunfo da razão em relação às pulsões e

apetites, portanto é o triunfo da razão em relação à natureza desejante,

pulsional e libidinosa. Aristóteles acredita em um universo finito e ordenado.

Kant acredita que haja um universo infinito e caótico. Kant propõe que todo o

homem, através da razão, é capaz de saber o que deve fazer

independentemente do que ele deseja fazer.

Papel da Natureza no Pensamento Grego – Ética é um Trampolim para a

Natureza. É fazer a Natureza atingir o seu apogeu.

Papel da Natureza no Pensamento Moderno – Ética é o controle da

Natureza. A Ética é a Razão definindo a Vida independentemente do que o

Corpo Deseja. Há um descolamento do que penso para viver e do que sinto

para viver.

Entre outros, a teoria kantiana se afasta da teoria aristotélica, pois:

Aristóteles buscava o valor da vida através das condutas individuais, e não da vida como um todo.

Aristóteles buscava o valor da vida na análise da vida como um todo, e não

das condutas individuais.

Aristóteles buscava o valor da vida no descolamento da natureza, e não o contrário.

Kant propõe que há um alinhamento entre os atributos de uma coisa e a sua

finalidade.

Se tudo é adequado para a sua finalidade, pois então eu tenho que descobrir

para onde o homem deve ir a partir dos seus atributos mais destacados. Para

eu descobrir a razão da vida, o que há de mais valioso na vida, é preciso

descobrir o que há de mais específico naquilo que caracteriza o ser humano.

Ou seja, é a partir da análise da natureza humana que eu vou descobrir qual é

o seu maior valor.

Kant x Mill (Utilitarismo): Para Mill o que há de mais valioso é a Felicidade,

para Kant, dizer que o que tem de mais importante para o homem é a

Felicidade, é a mesma coisa que dizer que o que tem de mais importante para

um martelo é pintar uma parede. Ou seja, dizer que o homem é feito para a

felicidade, é o mesmo que dizer que o martelo é feito para pintar, pois o que

caracteriza ao homem a aquilo que só ele tem é a capacidade de argumentar,

ponderar, deliberar sobre a própria conduta e isso não é o mais adequado para

buscar a felicidade, o que existe de mais adequado para buscar a felicidade é o

animal, através do instinto. Sendo assim, para Kant o mais importante não é a

felicidade, pois é possível agir mal e produzir felicidade e agir bem e produzir

tristeza, mas sim o Pensamento.

Para Kant, a melhor característica do homem é:

a capacidade do pensamento.

a capacidade de buscar a própria felicidade.

a capacidade de avaliar as condutas

Kant diz que só há 1 atributo do homem que é bom em si mesmo, a boa

vontade.

Para Kant é preciso agir a partir de uma boa vontade.

Para Kant a ética é aperfeiçoar aquilo que existe de boa vontade em si mesmo.

Rousseau: Vontade é tudo que o homem faz além do seu instinto e além da

sua natureza para viver. Ou seja, o homem para sobreviver vai além do seu

instinto. Sendo assim, é preciso o uso da razão para viver melhor.

Boa vontade é pensamento bom sobre a vida.

O Instinto não é a coisa mais importante, mas sim a boa vontade.

O Desejo é o que o corpo pede e a Vontade é o que delibera. Ou seja, o Corpo

deseja, mas a Razão não deixa. Sendo assim, há o descolamento entre a

Razão Prática e a Pulsão Desejante. Não existe uma moral do desejo, pois não

é possível impedir o desejo, mas para além do desejo há a vontade.

“A liberdade é fazer o que não quer.” KANT

Aquele que age de acordo com seu desejo, é escravo do seu desejo. Sendo

assim, para Kant a liberdade é a soberania da competência deliberativa do

homem sobre as suas próprias inclinações.

Para Kant, o que define se uma conduta é boa ou não é:

atingir o resultado pretendido.

agir depois de muita reflexão.

agir a partir de uma boa vontade

Para Rousseau, a diferença entre vontade e desejo existe, pois:

vontade é o uso da razão para viver melhor, e desejo é querer algo.

vontade é o que move o alcançar dos objetivos, e desejo está relacionado com os

apetites sexuais.

vontade é querer muito algo, e desejo é um instinto animal do homem.

Agir Segundo o Dever x Agir Pelo Dever: Agir Segundo o Dever é quando

toma uma conduta utilizando de uma má razão, o que há a probabilidade de

segundo esse agir, acabe por ocorrer um momento em que agirá mal em prol

de benefício próprio. Agir pelo Dever é tomar uma conduta utilizando o bom

pensamento, ou seja, agir pelo certo.

O núcleo duro da moral de Kant não é o que você faz, mas sim a razão da

conduta. O porquê você fez o que fez. Sendo assim, só agirá de forma

moralmente digna se fez o que fez porque o que você fez é o que você deveria

fazer.

A Moral Kantiana é uma avaliação da razão da conduta, da intenção da

conduta. É um filósofo Intencionalista.

Kant não se importa com a consequência da conduta e nem com os desejos.

Imperativo: Tradução aplicada do dever. Aplicação do dever a uma situação

concreta. Ou seja, é o olhar que por dever nos faz agir de certa maneira e não

de outra maneira, no sentido positivo ou negativo.

A moral kantiana preocupa-se com:

o resultado do ato.

o ato em si.

o porquê do ato.

O Pensamento de Kant traduz o dever em imperativos, coisas que não se

autoriza a fazer.

Imperativo Hipotético x Imperativo Categórico: Imperativo Hipotético é um

imperativo condicionado por aquilo que se pretende, pelo interesse. Ou seja,

parte da sua vontade, é uma vontade hipotética, mas não é possível resolver

todos os problemas, pois às vezes não depende apenas do interesse de um

ser. Imperativo Categórico é um imperativo que funciona categoricamente para

qualquer um. É apresentado da seguinte forma: Viva de tal maneira que a sua

vontade pretenda que o principio que rege o seu comportamento possa reger o

comportamento de qualquer um. Ou seja, para saber se esta agindo bem é

preciso sair de si mesmo e ver se gostaria de ser o receptor da sua própria

mensagem. “Faça de tal maneira que você ache que qualquer um no seu lugar

deveria fazer o mesmo”

O imperativo hipotético é condicionado:

pelo resultado almejado.

pelas ações.

pela a busca da felicidade.

O Imperativo Categórico tem um grande problema, pois através dele é possível

patrocinar enormes atrocidades.

O imperativo categórico sugere que o indivíduo aja:

seguindo sua intuição.

para obter vantagens de uma maioria de indivíduos.

conforme se espera que os demais indivíduos ajam também

A Dignidade Moral (Kant)

Pensamento Moderno de Kant – Ruptura do Pensamento Grego e Cristão.

Para o Grego a dignidade moral é viver bem, ou seja, a dignidade moral

coincide com o desenvolvimento e a atualização das virtudes. A preocupação

não é com o outro, mas sim com o Universo.

Relação entre Moral e Natureza comparada com o Pensamento Grego e

Moderno: Enquanto que para o Pensamento Grego a Moral é um altar à

Natureza, a maximização do que a Natureza nos propõe, é levar a Natureza as

ultimas consequências e jamais blasfemar contra ela; para o Pensamento

Moderno a Natureza se traduz em pulsões/desejo/apetite e a Moral é a

capacidade da Razão de se opor a esses apetites quando esses apetites lhe

direcionam a um lado indevido.

Para a vida ser boa, segundo Kant, é necessário existir no individuo:

A boa vontade.

O bom uso das virtudes.

O uso dos instintos.

Consequências Imediatas com a Ruptura:

A Primeira Consequência Imediata é a ressignificação moral da ideia de

trabalho. Para o mundo grego a dignidade moral está no talento, logo a partir

dessa perspectiva a vida boa é uma recomendação de exercícios que

permitirão o desenvolvimento no sentido da busca da excelência em um certo

talento, onde há um ponto fundamental de que no pensamento grego de moral

há uma minoria excelente e que o resto deve viver a serviço dessa minoria.

Sendo assim, é um pensamento ético de origem aristocrática, ou seja, os que

são naturalmente dotados de talento são superiores dos demais, se

exercitando, enquanto que os não dotados de talento devem viver a serviço

desses. Logo, o trabalho é confinado as pessoas de menor valor, portanto às

pessoas moralmente menos dignas. Já no Pensamento Moderno, o trabalho

deixa de ser uma exclusividade de gente indigna e passa a ser condição de

uma boa execução de boas decisões morais. Ou seja, o talento nada tem a ver

com a dignidade moral. Sendo assim, o trabalho compensa a falta de talento,

conferindo ao agente a dignidade moral que no mundo aristocrático a falta de

moral não permitiria que ele tivesse. Então há uma ressignificação da ideia

moral de trabalho.

Diferentemente do pensamento grego, para Kant, a ideia de trabalho proporciona ao homem:

melhor saúde.

dignidade moral.

exercício das virtudes

A Segunda Consequência Imediata é que enquanto que no Pensamento Grego

não há a ideia de igualdade, há um colamento entre a desigualdade natural de

talentos e a desigualdade moral e essa desigualdade moral oferece

fundamento para uma hierarquia política. No Pensamento Moderno há um

descolamento da natureza com a ética. Ou seja, a dignidade moral nada tem a

ver com o talento. Sendo assim, a moral está na decisão, nos argumentos que

uso para decidir como usar os talentos. Logo, a ideia de Igualdade surge a

partir da suposição de que todos os homens são capacitados para decidir

adequadamente sobre o que fazer com os seus talentos. Então, há um

momento de igualdade, que é a possibilidade que todos temos de usar a razão

e através do uso da razão dar os nossos talentos a melhor destinação.

Igualamo-nos na razão, na liberdade que temos em relação a nossa natureza.

“Tratar desigualmente os desiguais na medida das suas desigualdades”. Visão

de Aristóteles. Ex: Melhor Microfone para o Melhor Cantor.

“Tratar Igualmente os desiguais pouco importando a medida da sua

desigualdade.” Visão de Kant.

Para Kant, a igualdade surge:

da capacidade ao trabalho.

da capacidade de usar a razão.

da capacidade de amar.

Humanismo Ético: Surgimento da Humanidade, pois pela primeira vez na

humanidade o homem sente pertencer a um grupo só, cuja característica desse

grupo é a possibilidade do uso devido da razão, isto é, da boa vontade, no

sentido da conduta compatível com o que é devido com o dever.

No Pensamento Cristão o fundamento último da moral cristã é um fundamento

teológico. “É porque Deus quer”

Kant põe um fim ao fundamento teológico da ética, pois para Kant, Deus é uma

questão de Fé (certeza sobre coisas que não é possível demonstrar), enquanto

que Ética é a certeza sobre uma coisa que podemos e devemos demonstrar.

A ideia de humanidade não poderia existir no pensamento grego, pois:

dependia da participação da natureza.

dependia de conceitos filosóficos desconhecidos na época.

dependia da igualdade do humanismo ético.

“Se você obedece a Deus, porquê obedece?” Kant responde que há apenas 2

motivos. Ou o obedece por conta da esperança da salvação, ou obedece por

conta do medo. Sendo assim, a moral Kantiana tem como primeira

característica o desinteresse. Portanto, se obedece a regras por conta de

Deus, não saiu da ideia do utilitarismo.

O Martelo de Nietzsche

Para Nietzsche o que passa pela cabeça tem muito a ver com o que sente e o

que sente tem muito a ver com as oscilações de potência. Sendo assim, não é

você que controla os seus pensamentos. “Você não é senhor na sua própria

casa” FREUD

Niilismo no sentido comum – Uma forma de conduzir a vida sem valores

superiores, sem ideais.

Segundo conceito de niilismo adotado pelo senso comum, é correto dizer que:

o niilista busca atingir seus objetivos sem a aplicação de valores e/ou ideais.

o niilista busca uma vida desprendida dos valores superiores, não se

importando com os resultados a serem obtidos.

o niilista desprende-se dos valores comuns para buscar ideais de liberdade de

escolha.

Niilismo no sentido de Nietzsche – Uma forma de conduzir a vida com

valores superiores, princípios e que nega o mundo da vida, ou seja, o

Pensamento Niilista diz que por você ter ideais, por acreditar em valores

superiores e absolutos, você nega o mundo do que acontece, o mundo dos

encontros da matéria, o mundo das matérias, o mundo dos corpos, o mundo

das energias vitais, o mundo das sensações, ou seja, nega as pulsões. “Em

nome do Céu, nega-se a Terra.” Exemplos: Platonismo (Mundo das Idéias),

Aristotelismo (Ideia de Cosmos, estar alinhado com o Universo), Monoteísmo

(Blasfema contra a Terra em nome do Paraíso). “Os homens inventaram o ideal

para negar o real”

Filosofia do Martelo: Martela os ídolos, ou seja, todo o tipo de modelo mental

que escraviza a vida.

A Filosofia de Nietzsche é uma desconstrução. Ou seja, mostrar que as

certezas são incertas, que as referencias não tem fundamento, que tudo paira

na mais absoluta frivolidade.

Para Nietzsche, são exemplos de niilistas as seguintes alternativas abaixo:

Ladrão

Cristão

Comunista

A Morte dos Deuses: Nietzsche através dessa frase quer denunciar o fim de

uma forma de pensar, que ele chama de Estrutura Religiosa do Pensamento. A

Estrutura Religiosa do Pensamento é a oposição entre o Céu e a Terra, ou

seja, é a convicção de que o além é superior ao aquém. Então quando

Nietzsche diz que Deus morreu, ele quer dizer que está morrendo a maneira de

pensar que o fora daqui é melhor do que aqui. “Uma sombra aterrorizou a

Europa durante séculos e essa sombra está indo embora porque Deus morreu”

“Nós que defendemos outra Fé, nós que consideramos a Democracia não só

como uma forma degenerada da organização política, mas como uma forma

decadente e diminuída da humanidade, que ela reduz a mediocridade, onde

colocaremos nossa esperança?”. Nietzsche critica a democracia, pois a

democracia parte da premissa da igualdade, a ideia de que todos os votos

valem iguais, partem da premissa de que existe uma igualdade de fundamento,

o que Nietzsche acredita não existir no mundo da vida. Sendo assim, essa é

uma forma degenerada, pois essa forma política iguala desiguais. Logo,

Nietzsche mantém um pensamento antigo grego de aristocracia em relação a

questão da igualdade. Ele pensa que a democracia privilegia o que é ruim.

A morte dos Deuses de Nietzsche refere-se:

à estrutura teocêntrica do pensamento.

à estrutura aritmética do pensamento.

ao fim da estrutura religiosa do pensamento.

Potência de Agir de Espinoza – Buscar maximizar alegria e diminuir a

tristeza.

Nietzsche diz que o mundo da vida é constituído por energia e essa energia

quando é ela está em corpos viventes, que denomina essa energia de Vontade

de Potência. Sendo assim, o que caracteriza um vivente com vontade de

potência é buscar uma vontade de potência.

Forças Ativas x Forças Reativas: Força ativa é aquela que existe por si só.

Força reativa é aquela que existe para se opor a uma força ativa pré-existente.

Todos somos movidos por Forças Ativas e Reativas.

Para Nietzsche, somos:

energia ativa que busca mais energia, constantemente atrapalhados por

reativos.

energia reativa que busca mais energia, constantemente atrapalhados pelos valores

morais.

energia ativa que não busca mais energia, constantemente atrapalhados pelos valores morais.

Negar a Fórmula, Viver a Vida.

Para Nietzsche a crença em uma outra vida, ou em um outro mundo, é uma

crença que traz uma espécie de compensação aos fracos. Sendo assim, ao

invés destes tentarem se esforçar para melhorar nesta vida, o homem que

segue esse pensamento não terá preocupação com uma má vida, pois terá

uma boa vida eterna.

Super Homem x Eterno Retorno: O Super Homem vive a vida na vida.

Segundo Nietzsche, as chamadas 'muletas metafísicas':

atrapalham o desenvolvimento do homem.

ajudam no desenvolvimento do homem.

são indiferentes ao desenvolvimento do homem, pois o que influi são as virtudes do

homem.

O conceito de amor/Fati é a proposta Nietzschiana de amor pelo mundo como

ele é. Ou seja, amar o Real como ele é. Sendo assim, a vida não poderá valer

a pena se não amar o mundo como ele é.

Passado: Reconstrução presentificada do que já aconteceu.

Futuro: Antecipação das ocorrências feitas no presente.

Passado e Futuro são chamados de Tempos da Alma por Agostinho.

Nostalgia: Oscilação de potência determinada pela ideia passada de uma ideia

alegre, ou seja, é se reportar a algo bom que aconteceu e se sentir bem com

isso.

Para Nietzsche a Nostalgia é uma estratégia de escape do que está

acontecendo naquele instante presente, ou seja, diante do mundo que é, sabe

que pode te agredir, que o risco de tristeza é alto, então você se refugia em um

passado que te foi generoso. Logo, a Nostalgia é a consequência de uma fuga

mental.

Sentimento de Culpa: Oscilação de potência determinada pela ideia passada

de uma ideia triste, ou seja, é se reportar a algo ruim que aconteceu e se sentir

mal com isso.

O conceito nietzschiano de Amor Fati refere-se a:

amar as coisas como elas são.

amar as pessoas como elas são.

amar o mundo como ele é.

Saídas para o Futuro: Pensar no Futuro e ter ideias ruins trazem a ideia de

medo. E pensar em algo no futuro e ter ideias boas trazem a ideia de

esperança.

Para Nietzsche as 4 situações são negativas, pois quando se está diante do

mundo, mas está regido por tempos da alma você está enfraquecido,

fragilizado, desfocado e aquele que está desfocado vive de maneira sem

intensidade.

A vida intensa pressupõe um alinhamento amoroso entre o corpo presente e a

mente presente num instante, ou seja, busca de uma reconciliação permanente

com o real.

Sabedoria: Investigação do que a vida tem que ter para ser boa.

A Recomendação de Nietzsche é que ame as pessoas do jeito que elas são.

Para Nietzsche, a consciência da realidade:

é o único caminho para entender e definir o meio.

é o único modo para se viver plenamente.

é o único modo de se obter o amor verdadeiro.

A condição para o amor pelo real é a desconstrução do amor pelo ideal.

“Não espere do mundo mais do que o mundo pode lhe dar”. Resumo do

pensamento de Nietzsche.

Recomendação: Prólogo: O que falava Zaratusta.

Vontade de Verdade: O Estatuto da Verdade na Filosofia de Nietzsche é um

ideal como qualquer outro, sendo assim, é impossível que o mundo da vida

alcance a verdade.

Recomendação: Nietzsche e a grande política da linguagem.

A Verdade é a “muleta metafísica” por excelência.

Ideia de Genealogia: Partindo da Premissa Nietzschiana de que a consciência

é a parte ínfima e menos importante de tudo que se pensa. Ou seja, aquilo que

você pensa e não passa pela sua cabeça é chamada de inconsciente. “Algo

pensa em mim”. Em relação a Genealogia o que realmente importa para

Nietzsche é de onde veio o pensamento que brotou em você, quais são as

forças por trás do pensamento que brotou em você. A origem do pensamento

em você.

Nosso novo infinito: É o fato de que quando falamos sobre o mundo o que

falamos não é bem uma analise objetiva do mundo, mas aquilo que nossas

forças vitais e os seus estados de psiché determinaram.

“Toda Filosofia é uma Fachada. Toda palavra é uma máscara.” Resumo da

idéia de Nietzsche.

Para Nietzsche, o que não pode ser expresso com totalidade pelas palavras?

O amor

A realidade

Os pensamentos

A frase 'algo que pensa em mim' de Nietzsche refere-se

ao inconsciente que produz pensamentos mesmo que estes não sejam notados.

ao subconsciente que se expressa em momentos de ódio.

à consciência, que produz pensamentos sobre tudo com o que se relaciona.

Eterno Retorno: Amor à Vida

A doutrina do Eterno Retorno é um processo seletivo, um mecanismo de

atribuição de valor, uma forma de operar uma seleção, uma triagem dos

instantes de vida que merecem ser vividos, ou seja, é uma proposta de

procedimento intelectual com vistas à separação dos instantes de vida

exitosos, dos instantes de vida fracassados. Sendo assim, o que Nietzsche

quer é que não seja feita essa seleção a partir dos ídolos, a partir de

referenciais que escapam à vida, que transcendam a vida. Logo, o que ele

propõe é um processo seletivo de escolha na imanência da vida (forças vitais:

ativas e reativas, pulsões, desejos). “É no seio do terreno, sobre esta terra,

nesta vida (no meio das pulsões, dos desejos) que é preciso distinguir o que

vale a pena ser vivido e o que merece perecer.” Em resumo, o Eterno retorno é

uma seleção de instantes de vida a ser operado na vida.

Fazem parte do conceito de eterno retorno de Nietzsche todas as seguintes assertivas abaixo:

Opostos formam a realidade (bem/mal - prazer/angústia).

O modo de percepção de tempo (ciclo temporal que se repete durante a eternidade).

Forças em conflito, que conflitam infinitamente.

“Se em tudo aquilo que queres fazer, começares a se perguntar: será que

quero mesmo fazê-lo um numero infinito de vezes? Isso será para ti o centro de

gravidade mais sólido.” Há 2 níveis de querer, um mais amplo e um número

mais restrito, que seria algo que queira fazer infinitas vezes, sendo este o nível

de Eterno Retorno. Sendo assim, a interpretação do eterno retorno é viver não

querendo que aquele instante acabe nunca. Então, caso viva uma vida a partir

de momentos que não quer que ocorra infinitas vezes, estará vivendo uma vida

frouxa, morna. Em relação ao centro de gravidade mais sólido, é o critério de

seleção da vida mais confiável, pois é o critério de seleção da vida em nome da

vida. O importante no Eterno Retorno não é viver de fato para sempre o que

sempre deseja, mas sim desejar para sempre viver.

O Eterno Retorno consiste:

em ter a plena vontade de querer infinitamente.

na repetição de ações satisfatórias.

na busca da felicidade através das ações.

Para o Eterno Retorno é preciso sentir e ter alguma consciência do que se

sente para identificar a causa dessa sensação, pois só assim é possível

conseguir identificar e discriminar a vida que vale a pena e a vida que não vale

a pena. Ou seja, no momento que eu souber a causa da minha alegria, poderei

repetir a alegria infinitamente.

Pragmatismo: A razão de agir como age continua fora da vida, no futuro. Ex:

Um vendedor bem sucedido é o vendedor que vende.

Nietzsche tem uma ideia diferente, ele pensa que cada segundo deve valer

nele, na imanência e jamais por algum eventual resultado a alcançar. Ex: Um

vendedor bem sucedido é o vendedor que deseja vender infinitas vezes,

independente do resultado. Sendo assim, Nietzsche é chamado de Vitalista,

pois para ele a avaliação da vida é feita pelo que a vida tem de mais essencial,

que é o desejo.

Para Nietzsche, buscar a alegria é:

atingir metas e objetivos.

satisfazer o maior número possível de pessoas com seus atos.

fazer aquilo que te alegra, independentemente do que seja.

Para Nietzsche é preciso saber bem qual é a sua preferência, pois como este é

o centro de gravidade mais sólido é preciso que não aja equívocos.

Nietzsche diz que não se deve recuar ante nenhum meio, pois ao recuar nada

terá adiantado identificar aquilo que quer repetir infinitas vezes e depois não

viver de acordo, logo não recuar é fazer com que o critério seletivo do Eterno

Retorno prevaleça.

O passo mais importante na busca da felicidade para Nietzsche é:

saber identificar a causa da real felicidade.

fazer aquilo que te alegra sempre.

não recuar diante dos obstáculos.

Como encarar o mundo desagradado com seus critérios? O enfrentamento é

inevitável.

Há dois tipos de eternidade: A vida após a morte que nunca mais acabará

(eternidade cristã) e a Eternidade proposta por Nietzsche que é a

presentificação da existência

Eternidade: Presente que permanece presente e não vira Passado.

Temporalidade: Presente que vira instantaneamente passado.

Nietzsche propõe com a teoria do Eterno Retorno que as vidas sejam regidas

pelos desejos dos viventes que as vivem e só isso conferiria a essas vidas as

suas legitimidades, as suas densidades e assim fugiria de uma vida fugaz.

Para Nietzsche, é essencial para a felicidade:

a intensidade da vida.

a presentificação da vida.

a busca por ideais.