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Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6, aula 111-112

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I a) A minha prima inspira-me!b) A musa da poesia inspira-me!c) Gosto da irreverência da priminha.d) A luz do campo inspira-me!

«acho nele [campo] a musa que me anima: a claridade, a robustez, a ação»

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II

a) Prefere a cidade, industrial, ao campo, envelhecido.

b) Detestável prima!c) Não conseguirá dar notícia de tudo o que

se passou.d) O poeta está doente.

«Não pinto a velha ermida com seu adro; / Sei só desenho de compasso e esquadro»

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III

a) Que seca!b) É perigoso fumar junto às eiras.c) A observação do trabalho dos outros é

já por si cansativa.d) Está-se bem no campo!

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IV

a) Rudes mas delicados, os saloios.b) A agricultura está demasiado

industrializada.c) No campo, todos são muito lavados.d) Os saloios são uns mentirosos.

barretadas

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V

a) A prima é demasiado rápida; não a acompanho.

b) A prima entra por um olival.c) Pôs-se frio.d) Decide-se o regresso. Estou pensativo.

«Voltemos» / «E, silencioso, eu fico para trás»

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VI

a) Tudo isto me enoja!b) O poeta (e a prima) são donos de uma

vinha.c) Vá lá, despacha-te!d) «Verdeja, vicejante, a nossa vinha»

contém uma aliteração.

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VII

a) O poeta entrevê o rabo da prima.b) A iguana comprada pela prima rasteja.c) Um instantâneo: a prima ergue um

pouco a saia.d) Afinal, a prima é uma sereia.

«arregaçar a chita [...] da tua cauda [...] a rastos»

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VIII

a) Vê-se a roupa interior da prima.b) Há fogo na seara.c) As mulheres, ao longe, usam saias

curtas, brancas, engomadas.d) Uma minissaia (que desconcentra o

poeta).

«alvejam-te [...] as saias curtas»

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IX

a) És muito séria, pois, mas dás as tuas pernadas, não é?!

b) Uma pernada cósmica!c) Um momento ordinário. [ordinário = ‘grosseiro’]

d) Uma polaroid: a prima a alongar a perna.

«como quem saltasse [...] um rego de água»

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X

a) As espigas caíram.b) Salmões.c) Sem a prima notar, o poeta aproxima-se.d) Olhando o chão, um pormenor.

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XI

a) As pessoas da aldeia atulham as casas de animais e sementes.

b) Como são repelentes os bichos!c) Para uma sociologia das formigas.d) A sociedade na aldeia.

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XII

a) O poeta ofereceu um jasmim à prima.b) O poeta estava deitado.c) O poeta usava óculos.d) O poeta usava uma flor.

«eu de jasmim na casa do casaco»óculo / óculos

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XIII

a) «As ladras da colheita» são as formigas.

b) «As ladras da colheita» são as aldeãs pobres.

c) «As ladras da colheita» são as raparigas que sejam como a prima.

d) «As ladras da colheita» são as aves.

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XIV

a) A prima tivera o cuidado de não esmagar as formigas.

b) «Suas senhorias» são as espigas.c) A prima não teve compaixão com os

pobres insectos.d) O poeta deu um pulo de ginasta.

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XV

a) Aspectos cromáticos.b) Amuei.c) Ao longe, o mar.d) O poeta avistou uma serra, onde havia

trigo.

loiros / luziam / fusões de imensos oiros / verde / florescente«o mar um prado verde e florescente»

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XVI

a) Envergonhada por ter calcado as formigas.

b) Genuinamente zangada.c) Futilidades.d) Cocó.

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XVII

a) A prima acha que aquele senhor é realmente preguiçoso.

b) A prima enfurece-se com a falta de compaixão pelos animais revelada pelo poeta.

c) A prima detesta insectos.d) A prima replica à ironia do poeta

também na brincadeira.

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débil = frágil || recatado = discreto || devasso = depravado; libertino || absinto = bebida alcoólica (muito forte) ||Babel = confusão de vozes; cidade cosmopolita ||prestante = que presta, prestável || vexado = humilhado; envergonhado || imaculado = sem mancha || a quatro = numa carruagem [?] || patriarca = bispo [?]; figura respeitável [?] || exéquias = cerimónias religiosas fúnebres || titulares = nobres || trem = carruagem || ostentação = exibição, vaidade || urdir = criar, inventar, tecer || esboceto = pequeno esboço, apontamento || varonil = másculo; viril

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Eu, que sou feio, sólido, leal,A ti, que és bela, frágil, assustada,Quero estimar-te sempre, recatada Numa existência honesta, de cristal.

Sentado à mesa dum café devasso, Ao avistar-te, há pouco, fraca e loura, Nesta Babel tão velha e corruptora, Tive tenções de oferecer-te o braço.

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E, quando socorreste um miserável, Eu, que bebia cálices de absinto, Mandei ir a garrafa, porque sinto Que me tornas prestante, bom, saudável.  «Ela aí vem!» disse eu para os demais; E pus-me a olhar, vexado e suspirando, O teu corpo que pulsa, alegre e brando, Na frescura dos linhos matinais.

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Via-te pela porta envidraçada; E invejava, — talvez que não o suspeites! — Esse vestido simples, sem enfeites, Nessa cintura tenra, imaculada.  Ia passando, a quatro, o patriarca. Triste eu saí. Doía-me a cabeça. Uma turba ruidosa, negra, espessa, Voltava das exéquias dum monarca.

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Adorável! Tu, muito natural, Seguias a pensar no teu bordado; Avultava, num largo arborizado, Uma estátua de rei num pedestal.  Sorriam, nos seus trens, os titulares; E ao claro sol, guardava-te, no entanto, A tua boa mãe, que te ama tanto, Que não te morrerá sem te casares!

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Soberbo dia! Impunha-me respeito A limpidez do teu semblante grego; E uma família, um ninho de sossego, Desejava beijar sobre o teu peito.  Com elegância e sem ostentação, Atravessavas branca, esbelta e fina, Uma chusma de padres de batina, E de altos funcionários da nação.

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«Mas se a atropela o povo turbulento! Se fosse, por acaso, ali pisada!» De repente, paraste embaraçada Ao pé dum numeroso ajuntamento.  E eu, que urdia estes fáceis esbocetos, Julguei ver, com a vista de poeta, Uma pombinha tímida e quieta Num bando ameaçador de corvos pretos.

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E foi, então, que eu, homem varonil, Quis dedicar-te a minha pobre vida, A ti, que és ténue, dócil, recolhida, Eu, que sou hábil, prático, viril.

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Deslumbramentos

Milady, é perigoso contemplá-la, Quando passa aromática e normal, Com seu tipo tão nobre e tão de sala, Com seus gestos de neve e de metal.

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Sem que nisso a desgoste ou desenfade, Quantas vezes, seguindo-lhe as passadas, Eu vejo-a, com real solenidade, Ir impondo toilettes complicadas!...

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Em si tudo me atrai como um tesoiro: O seu ar pensativo e senhoril, A sua voz que tem um timbre de oiro E o seu nevado e lúcido perfil!

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Ah! Como me estonteia e me fascina... E é, na graça distinta do seu porte, Como a Moda supérflua e feminina, E tão alta e serena como a Morte!...

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Eu ontem encontrei-a, quando vinha, Britânica, e fazendo-me assombrar; Grande dama fatal, sempre sozinha, E com firmeza e música no andar!

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O seu olhar possui, num jogo ardente, Um arcanjo e um demónio a iluminá-lo; Como um florete, fere agudamente, E afaga como o pelo dum regalo!

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Pois bem. Conserve o gelo por esposo, E mostre, se eu beijar-lhe as brancas mãos, O modo diplomático e orgulhoso Que Ana de Áustria mostrava aos cortesãos.

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E enfim prossiga altiva como a Fama, Sem sorrisos, dramática, cortante; Que eu procuro fundir na minha chama Seu ermo coração, como um brilhante.

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Mas cuidado, milady, não se afoite, Que hão de acabar os bárbaros reais; E os povos humilhados, pela noite, Para a vingança aguçam os punhais.

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E um dia, ó flor do Luxo, nas estradas, Sob o cetim do Azul e as andorinhas, Eu hei de ver errar, alucinadas, E arrastando farrapos — as rainhas!

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Milady = forma de tratamento para mulher nobreassombrar = pasmar, ficar maravilhadoregalo = agasalho para proteger as mãos do frioafoitar = atreverermo = deserto; solitário

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A. A mulher desejada é altiva, arrogante, desdenhosa, um produto inacessível da artificialidade citadina

e é, na graça distinta do seu porte, como a Moda supérflua e feminina, e tão alta e serena como a Morte!... (14-16)

Grande dama fatal, sempre sozinha, (19) O modo diplomático e orgulhoso que Ana de

Áustria mostrava aos cortesãos (27) E enfim prossiga altiva como a Fama, sem

sorrisos, dramática, cortante (29-30) ó flor do Luxo (37)

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B. Contudo, exerce um poder de atração magnético sobre o «eu»

Ah! Como me estonteia e me fascina (13)

fazendo-me assombrar (18)

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C. que a deseja e persegue, numa atitude que roça o masoquismo

O seu olhar possui, num jogo ardente, um arcanjo e um demónio a iluminá-lo; como um florete, fere agudamente, e afaga como o pelo dum regalo! (21-24)

Que eu procuro fundir na minha chama seu ermo coração, como um brilhante (31-32)

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D. Estas ameaçadoras mulheres personificam a cidade e o seu poder ameaçador. No caso de «Deslumbramentos», a ameaça está representada, por exemplo, pela associação da figura feminina ao florete, ao frio do metal e à Morte

Milady, é perigoso contemplá-la (1) Em si tudo me atrai como um tesoiro (9) Grande dama fatal, sempre sozinha, (19) O seu olhar possui, num jogo ardente, um arcanjo e um demónio a iluminá-lo (21-22) E afaga como o pelo dum regalo (24) Sem sorrisos, dramática, cortante (30)

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Tendo como referência os dois poemas de que tratámos hoje («Deslumbramentos», «A Débil»), mas também, eventualmente, todos os outros de Cesário «protagonizados» por mulheres, resolve, numa resposta conjunta, os pontos 1.2 da p. 317 e 1 da p. 318.

No fundo, vais discorrer sobre retratos de mulher em Cesário, aproveitando o comentário de Inês Dias e, pelo menos, os dois textos que estivemos a ver hoje.

(A caneta.)

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TPC — Completa o texto que começámos agora. Na próxima aula, traz Os Maias.

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