46

Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

Embed Size (px)

Citation preview

Page 3: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83
Page 6: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

Não usar sebentas ou net.

Page 7: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

ato de féauto-de-féauto de fé

sendo que

intitulado / chamado deintitulado

Page 8: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

BaltazarBaltasar

voo

é-nos

em Memorial do Convento

Page 9: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

«a priori»

a priori

Page 10: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

TPC — Resolve este item de grupo I-B, saído numa das quatro provas do ano passado: «Fazendo apelo à sua experiência de leitura do romance Memorial do Convento, de José Saramago, explique em que medida os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da passarola, fundamentando a sua exposição em dois exemplos significativos. Escreva um texto de oitenta a cento e trinta palavras». Aproveita para, ainda antes, leres pequenos textos ensaísticos no manual acerca de Bartolomeu: «Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão: uma personagem peculiar» (p. 300); «Sonho, projeto e execução» (p. 313).

Page 11: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

Cenários de resposta «oficiais»:

A resposta pode contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes.

No romance Memorial do Convento, de José Saramago, os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão que o impelem à construção da passarola são, entre outros, os seguintes:

Page 12: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

– a curiosidade pelo conhecimento, bem como o empenhamento no estudo e na investigação, que o levam à Holanda e à Universidade de Coimbra;

– o interesse pela observação da natureza, que o conduz à idealização de uma máquina semelhante a um pássaro;

– a crença na capacidade criativa do ser humano, que lhe permite ter a certeza de que um dia o Homem voará;

Page 13: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

– a coragem de correr riscos, evidente no desafio à Inquisição;

– a perseverança, evidente nas diferentes tentativas de construir objetos capazes de voar;

– o reconhecimento do valor da cooperação, patente na atribuição de tarefas a Baltasar e a Blimunda.

Page 14: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

A personagem de Padre Bartolomeu é um exemplo da intencionalidade subversiva de Memorial do Convento. Repre sentante do clero jesuíta, afirma-se como impulsionador do desen volvimento científico português setecentista, participando em vários projectos científicos. Apesar da sua ligação à Igreja de Roma, o je suíta tem opiniões e comportamentos muito particulares relativa mente aos dogmas da igreja católica, como admitir o facto de Deus «ser maneta», ou abençoar a união ilegítima de Baltasar e Blimunda.

Page 15: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

Um padre que especula que Deus não tem mão esquerda, porque todas as referências evangélicas aludem à sua direita, que viaja em busca de conheci-mentos heréticos e que desenvolve um engenho voador demoníaco, é uma clara expressão do mecanismo subversivo presente no romance saramaguiano.

Page 17: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

A reflexão da princesa Maria Bárbara — «teriam feito bem melhor se me casassem na primavera» — revela que outros, e não ela, é que decidiram sobre o seu casamento. O mesmo não se passa com o casal Baltasar e Blimunda, cuja relação não foi imposta e na qual ninguém interfere.

Fazendo apelo à sua experiência de leitura de Memorial do Convento, comente, num texto de … palavras, a relação amorosa de Baltasar e Blimunda.

Page 18: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

Baltasar e Blimunda constituem, ao longo do romance, o símbolo do amor verdadeiro, incondicional e eterno.

Amam-se mal se conhecem, unem-se por um ritual não canónico («cerimónia» da colher), não escondem nada um do outro (atitude de que o amarem-se nus é o símbolo), não necessitam de procriar para provar o seu amor, desejam-se mesmo quando os sinais do tempo (rugas e cabelos brancos) já os marcam, e vivem, em conjunto, o mesmo sonho: voar.

Page 19: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

Este amor, que se opõe à relação convencional do rei e da rainha, atinge o clímax na morte de Baltasar, na fogueira, num auto de fé. Aí, Blimunda aprisiona a «vontade» do seu homem, não a deixando subir ao céu e prendendo-o, para sempre, dentro de si.

(120 palavras)

Page 20: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

  Ao contrário do que aconteceu com os príncipes reais e com os seus progenitores, o relacionamento de Baltasar e de Blimunda surge repleto de autenticidade.

Com efeito, do encontro ocasional do par amoroso pertencente ao povo surge uma relação pura, autêntica e emotiva, que o fará viver um para o outro até ao dia em que o destino fatídico fez desaparecer Baltasar. Contudo, assiste-se, depois, à

Page 21: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

incessante procura por parte de Blimunda que, durante nove anos, calcorreou o país, procurando-o e reencontrando-o no auto de fé onde recolheu a sua vontade para que a sua união se eternizasse.

Por isso, o amor deste casal perdurou na vida e na morte, transformando-se num amor espiritual, numa união eterna, que se opõe à de D. João V e D. Maria Ana.

(129 palavras) 

Page 23: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

deste infinito bocejo (v. 20) a caminho não sei de onde, (21)à espera não sei de quê. (22) e afinal ninguém me lê (25)

Page 28: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

Tudo que faço ou meditoFica sempre na metade.Querendo, quero o infinito.Fazendo, nada é verdade. 

Page 29: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

Tudo que faço ou meditoFica sempre na metade.Querendo, quero o infinito.Fazendo, nada é verdade. Que nojo de mim me ficaAo olhar para o que faço!Minha alma é lúcida e rica,E eu sou um mar de sargaço — 

Page 30: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

Que nojo de mim me ficaAo olhar para o que faço!Minha alma é lúcida e rica,E eu sou um mar de sargaço — Um mar onde bóiam lentosFragmentos de um mar de além...Vontades ou pensamentos?Não o sei e sei-o bem.

Page 31: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

Tudo que faço ou meditoFica sempre na metade.Querendo, quero o infinito.Fazendo, nada é verdade. Que nojo de mim me ficaAo olhar para o que faço!Minha alma é lúcida e rica,E eu sou um mar de sargaço — 

Um mar onde bóiam lentosFragmentos de um mar de além...Vontades ou pensamentos?Não o sei e sei-o bem.

Page 32: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

a. O poema desenvolve as tensões querer/fazer e alma/corpo humanos.

b. Ao longo da composição, o poeta reconhece a incompletude dos seus atos.

c. Os sonhos do sujeito poético têm uma natu reza ilimitada.

d. O resultado das suas ações provoca no poeta um sentimento de grande satisfação.

e. O texto termina com um paradoxo que destaca a complexidade psicológica do eu lírico.

Page 34: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

Mantendo a métrica (redondilha menor — ou seja, pentassílabos), esquema estrófico (quadras) e rimático (rima cruzada), escreve um poema em que o eu lírico revele um estado de espírito diferente do do sujeito do poema de Pessoa, ao mesmo tempo que aluda a um cenário exterior que, como em Pessoa, pareça influenciar esse bom ânimo.

Page 35: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83
Page 36: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

Em folha lineada que me possas depois dar, escreve respostas limpas — bem revistas, não trapalhonas — aos itens 1 e 2 desse exame, de 2007, sobre «Em toda a noite o sono não veio».

Page 37: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

Em folha lineada que me possas depois dar, escreve uma resposta limpa — bem revista, não trapalhona — ao item 1 desse exame, de 2007, sobre «Em toda a noite o sono não veio».

Page 38: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83
Page 39: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

1. Os momentos temporais

representados na primeira estrofe do poema são a noite (passado recente), caracterizada como um tempo longo de vigília, de insónia — «Em toda a noite o sono não veio» (v. 1) — e a madrugada (instante presente), que «Raia do fundo / Do horizonte, encoberta e fria» (vv. 2-3).

Page 40: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

2. A interrogação «Que faço eu no

mundo?» (v. 4) exprime o autoquestionamento desesperado do «eu» sobre o seu papel no mundo, sobre o valor da sua existência, que nenhum condicionalismo (a noite ou a aurora, a treva ou a luz) consegue alterar. A longa insónia fragiliza-o, acentua a consciência da solidão e a angústia do «eu» em relação a uma vida sem perspetivas.

Page 41: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

3. Os três primeiros versos da terceira

estrofe representam a noite como o lugar onde emerge a «manhã», que, se o «símbolo» valesse («Nem o símbolo ao menos vale» — v. 3), poderia trazer ao «eu» alguma esperança. Porém, dada essa impossibilidade, o sujeito «já nada espera» (v. 18). O desespero da insónia noturna não encontra na «manhã» que se levanta a esperança que o símbolo promete, «por tantas vezes ter esperado em vão» (v. 17).

Page 42: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

4. O sentimento de «horror» referido no verso

8 resulta do facto de o sujeito poético, «Por tantas vezes ter esperado em vão», ter concluído que cada novo dia lhe traz sempre a mesma desilusão de verificar que, depois da «febre vã da vigília», depois de uma noite de insónia e desespero angus-tiante, nada se altera, por mais radiosa que seja a manhã: «o novo dia» traz-lhe, sempre, «o mesmo dia do fim/ Do mundo e da dor — / Um dia igual aos outros», como se, na sua alma, fosse sempre noite.

Page 43: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83
Page 44: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

TPC — Ao longo desta ou da próxima semana, envia-me (ou dá-me impressa) a primeira versão do tepecê sobre Memorial do Convento que explico em Gaveta de Nuvens.

Page 45: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83

500 a 700 palavras

Page 46: Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83