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Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 82

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  • 1. Mensagem Ortnimo eu fragmentado fingimento potico dor de pensar nostalgia da infncia sonhoHeternimos

2. A expresso sonho triste constitui uma hiplage, j que o adjetivo triste, que, numa interpretao gramatical (denotativa), modifica o nome sonho, caracteriza, no fundo, o sujeito potico (o proprietrio do sonho) no momento em que sonha. Ao longo do texto percebe-se que o sonho em causa at concretizaria uma vivncia suave (v. 19), onde se seria feliz (v. 4); a tristeza presente do eu que o faz desejar o sonho (v. 2). 3. Muito caracterstica do estilo de Ea a hiplage, figura de estilo em que se transferem caracterizaes humanas para as partes do corpo, para tecidos ou vestidos, para objectos, etc. (V tambm a definio no glossrio da Antologia, p. 297.) Por exemplo, em 4. Carlinhos, arreganhando para Eusebiozinho um lbio feroz, o adjectivo feroz reporta-se, no fundo, a Carlinhos, mas, gramaticalmente, serve de atributo a lbio. 5. cigarro pensativo cigarro lnguido sobrancelhas meditativas lbios devotos mo pacificadora sedas impdicas brao concupiscente braos pasmados sala sria de tons castos leito de ferro virginal 6. as tias, fazendo as suas meias sonolentas [vs. meias, sonolentas] lenta humidade das paredes fatais do Ramalhete ch respeitoso o peixe austero as lojas loquazes dos barbeiros saias ligeiras e ilegtimas raspar espavorido dos fsforos 7. O advrbio e o adjetivo acentuam o afastamento do mundo sonhado pelo sujeito lrico relativamente ao mundo real. Fica assim mais demarcada, e inacessvel, a felicidade que envolve o sonho. 8. O sonho ou a felicidade que conota identificado com a infncia (e, ao contrrio da verdadeira, sem fim). Ao mesmo tempo, o sujeito potico tem noo de que esse paraso (esse jardim) impossvel (v. 20). 9. s vezes, em sonho triste (Fernando Pessoa / Beto Betuk) s vezes, em sonho triste Nos meus desejos existe Longinquamente um pas Onde ser feliz consiste Apenas em ser feliz. 10. Vive-se como se nasce Sem o querer nem saber. Nessa iluso de viver O tempo morre e renasce Sem que o sintamos correr. 11. O sentir e o desejar So banidos dessa terra. O amor no amor Nesse pas por onde erra Meu longnquo divagar. 12. Nem se sonha nem se vive: uma infncia sem fim. Parece que se revive To suave viver assim Nesse impossvel jardim. 13. 1. Identifique o recurso estilstico presente no primeiro verso da primeira estrofe. 1. O recurso estilstico presente no primeiro verso da primeira estrofe a apstrofe. ( sino da minha aldeia) 14. 1.1. Retire do texto elementos deticos que nos remetam para a concretizao de um dilogo. 1.1 Os elementos que evidenciam a existncia do dilogo entre o sujeito potico e o sino so os pronomes pessoais na primeira pessoa me, mim, os determinantes possessivos tua, teu e as formas verbais tanjas, soas. 15. 2. Faa o levantamento das caractersticas do toque do sino. 2. O toque do sino dolente, lento, triste e vibrante. 16. 2.1 Explique o seu efeito no sujeito potico. 2.1 O toque do sino no indiferente ao sujeito potico, atingindo-o no mago Cada tua badalada / Soa dentro da minha alma. Assim, cada badalada desperta no sujeito potico reminiscncias e nostalgia de um passado distante, real ou imaginrio Sinto mais longe o passado, / Sinto a saudade mais perto. 17. 3. H um processo de identificao entre o toque do sino e o sujeito potico. Explique-o. 3. A caracterizao que o sujeito potico faz do sino corresponde ao seu estado de esprito, da haver uma identificao entre os dois. Tal como o toque do sino, o sujeito potico sente-se dolente, triste e, apesar de errante, tem sempre presente cada badalada. O som do toque do sino lhe to familiar que a primeira pancada / Tem um som de repetida. 18. 4. Explicite a relao existente entre o sino e o sonho na terceira estrofe. 4. Entre o sino e o sonho estabelece-se uma relao de comparao. Assim, o toque do sino remete o sujeito potico, tal como o sonho, para um tempo distante, de tal forma que o toque que ele ouve no o fsico, mas o do seu sonho. 19. 1.1 O sentido que a evocao do sino desperta no sujeito potico a. a audio. b. a viso. c. o tato. 20. 1.2 O modificador do nome apositivo usado para qualificar o sino, na primeira quadra, funciona como sino da minha aldeia, dolente na tarde calma, cada tua badalada soa dentro da minha alma. a. metfora da cadncia do sino. b. hiplage do sujeito potico. c. hiprbole da calma da tarde. 21. 1.3 Com os versos Soa dentro da minha alma (v.4) e Soas-me na alma distante (v. 12) o sujeito potico destaca a. as consequncias de cada badalada na sua orientao na aldeia. b. os efeitos da audio do sino na sua conceo do tempo psicolgico. c. os resultados da audio do sino na sua perceo do tempo cronolgico. 22. 1.4 Na segunda estrofe, o eu lrico afirma que [...] a primeira pancada / Tem um som de repetida (vv. 7-8), pois a. desperta as suas memrias, propiciando uma vivncia repetida pela lembrana. b. produz eco na sua cabea. c. suscita-lhe sempre o mesmo pensamento. 23. 1.5 No contexto em que ocorre, o adjetivo errante (v. 10) concorre para a caracterizao do sujeito potico enquanto algum que a. comete continuamente os mesmos erros. b. possui uma natureza inconstante e sem rumo na vida. c. procura uma orientao para a sua existncia. 24. 1.6 A aliterao de sons nasais ao longo do poema [dolente, dentro, lento, som, to, pancada, tanjas, tem, sem-pre, errante, mim, distante, quando,vibrante, sinto, etc.] contribui para a. reproduzir a intensidade das badaladas do sino. b. transmitir de forma suave o estado de esprito do sujeito da enunciao. c. sugerir linguisticamente a envolvncia provocada pelo toque cadente do sino. 25. sino da minha aldeia (Fernando Pessoa / Popular [Fado das horas]) sino da minha aldeia, Dolente na tarde calma, Cada tua badalada Soa dentro da minha alma. 26. E to lento o teu soar, To como triste da vida, Que j a primeira pancada Tem o som de repetida. 27. Por mais que me tanjas perto Quando passo, sempre errante, s para mim como um sonho. Soas-me na alma distante. 28. A cada pancada tua Vibrante no cu aberto, Sinto mais longe o passado, Sinto a saudade mais perto. 29. TPC L os textos expositivos O rosto e as mscaras da heteronmia (p. 142); O Dr. Ricardo Reis, Estoico Epicurista (p. 110).