Anteponhamos ...

pois que ...

Não existe ...

Anteponhamos o prazer do momento à cura absurda do futuro, cuja única certeza é o mal presente com que compramos o seu bem, pois que, neste mundo confuso, nada obramos que dure ou que, durando, valha e, cedo, cedo, perdemos connosco o para nós mesmo útil.

Não existe amanhã. Somente é meu o momento, só eu quem existe neste instante, que pode ser o derradeiro de quem finjo ser.

Con|nos|co,|ce|do,| ce|do,

1 2 3 4 5 6

Com| que o| seu| bem| com|pra|mos

1 2 3 4 5 6

Ser| de| quem| fin|jo| ser|

1 2 3 4 5 6

Pois| que| na|da| que| du|re, ou| que,| du|ran|do

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Va|lha,| nes|te| con|fu|so| mun|do o|bra|mos,

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

E| o| mes|mo ú|til| pa|ra| nós| per|de|mos

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

O| pra|zer| do| mo|men|to an|te|po|nha|mos

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

À a|bsur|da| cu|ra| do| fu|tu|ro|, cu|ja

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Cer|te|za| ú|ni|ca é| o| mal| pre|sen|te

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

A|ma|nhã| não| e|xis|te.| Meu| so|men|te

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

É| o| mo|men|to,| eu| só| quem| e|xis|te

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Nes|te ins|tan|te,| que| po|de o| der|ra|dei|ro

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

hexassílabo (verso hexassilábico)

decassílabo (verso decassilábico)

2.1

O sujeito poético propõe uma vida de fruição do prazer do momento, sem preocupação pelo futuro, o que tem por base uma perspectiva epicurista.

2.2

Nada do que fazemos perdura, tudo é breve / efémero.

3.

Através da afirmação «Amanhã não existe» o poeta nega a existência de um futuro, seguindo-se a implícita defesa da necessidade de viver o presente, dada a efemeridade da vida e a inevitabilidade da morte.

4.

Ambos os poemas defendem o «carpe diem», ambos têm raízes no epicurismo: porque a vida é breve, é preciso viver o presente.

carpe diem

'goza o presente'

(Horácio, Odes)

aurea mediocritas

'mediocridade dourada'

(Horácio, Odes)

1. Dos deuses o poeta quer apenas esquecimento, porque não se lembrarem dele é nenhuma alteração provocarem na sua vida.

2.

A liberdade assentaria na negação de qualquer ideia de felicidade ou infelicidade, de ódio ou amor; seria nada ter, nada sentir, nada desejar, para disso não se estar prisioneiro.

TPC

Vê em Gaveta de Nuvens instruções para tarefa grande deste período.