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Poesia visual pretende ser
um tipo de poesia em que,
abolindo-se certas
distinções entre os gêneros
como poesia, teatro,
música, dança, pintura,
escultura e outros, o texto,
as imagens e os símbolos
estão distribuídos de forma
que o elemento visual pode
assumir a principal função
organizacional da obra, não
dependendo da existência
de símbolos de escrita para
sua caracterização como
poesia, embora não os
excluindo.
Sendo uma definição
ainda polêmica da
chamada "arte poética",
o poeta Ferreira Gullar
afastou-se do grupo de
artistas neoconcretos
por considerar que o
conceito de poesia não
deve se afastar do
conceito de linguagem
verbal.
O poema visual
caracteriza-se por
valorizar a imagem como
entidade universal. A
palavra, no caso, é um
complemento muito bem
explorado e colocado,
compondo um todo
harmônico capaz de
permitir ao expectador,
uma infinidade de leituras,
de acordo com o nível do
seu conhecimento,
experiência, cultura e
escolaridade.
A poesia visual transmite
uma mensagem não só
através da linguagem
verbal, mas também
utilizando recursos
diferentes, como a
construção de imagens,
para chamar a atenção do
leitor. Através desse tipo
de poesia, é possível ter
variados pontos de vista
sobre uma mesma obra.
As poesias visuais são
compostas por
elementos visuais ou
gráficos organizados
artisticamente, que
conseguem transmitir
algum tipo de
mensagem, reflexão.
Ernesto Manuel de
Melo e Castro é nome
consagrado na poesia
visual e experimental,
actuante em Portugal e
no Brasil onde já
publicou uma série
considerável de títulos
tanto de poemas como
de teoria e crítica
literárias. Os poemas
deste livros foram
compostos entre 2003
e 2010, em Lisboa,
Porto, Algarve e São
Paulo. Edição
primorosa, caprichosa,
inventiva. Pioneiro no
uso do computador nas
suas composições
poéticas, em
infopoemas, E. M. de
Melo e Castro ainda
consegue surpreender
com sua inventividade.
Ronaldo Azeredo é o
único poeta concreto
que não escreveu
versos. Muito jovem
alinhou-se ao
Concretismo e criou
algumas de suas peças
mais emblemáticas. Por
sua simplicidade de
construção, estes
poemas tornaram-se dos
mais conhecidos e
serviram até como uma
espécie de modelo para
a identificação dos
procedimentos
concertistas de modo
geral: o poema como
mera representação
gráfica de uma ideia
abstracta (“velocidade”)
ou de um fenómeno
natural, etc.