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Sociologia e direito Prof. Dr. Julio Cesar de Sá da Rocha Revolução, Reforma e Direito

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Sociologia e direitoProf. Dr. Julio Cesar de Sá da Rocha

Revolução, Reforma eDireito

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Introdução

O fenômeno jurídico é extremamente influenciado pela política, condições sociais e econômicas

A análise da história apresenta experiências de significativa ruptura nos Estados que influenciaram o direito

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Um dos problemas fundamentais do Estado contemporâneo é conciliar a ideia de ordem com o intenso dinamismo social, que ele deve assegurar e promover e que implica a ocorrência de uma constante mutação

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A ordem jurídica deve ter fundamento na realidade social, tendo sempre o caminho aberto a uma permanente transformação que a acompanha

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REVOLUÇÃO

Movimento súbito e generalizado, de caráter social e político, por meio do qual uma grande parte do povo procura conquistar pela força o governo do país, a fim de dar-lhe outra direção ou de transformar suas instituições fundamentais

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• O tema ‘revolução’ é tratado de forma interdisciplinar em virtude das enormes repercussões trazidas às sociedades envolvidas, o que acarreta desdobramentos no campo político, histórico, social e jurídico.

• Ora tal fenômeno é concebido como a interrupção de um período cultural (concepção histórica), ora é visto como mudança violenta das instituições políticas do Estado, o que corresponde à sua concepção política.

• Do ponto de vista sociológico, a revolução opera mudanças profundas na estrutura da sociedade, alterando o sistema de classes sociais

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• Sob o enfoque jurídico, a revolução constitui uma ruptura com o ordenamento jurídico anterior por meio da modificação não legal dos princípios fundamentais da ordem constitucional vigente

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• José Ribas Vieira:

“Podemos visualizar que as revoluções devem ser conceituadas e compreendidas como um processo de mudança violenta e abrupta, por determinadas forças sociais, dos níveis de articulação entre as sociedades civil e política em determinadas condições históricas”.

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Para que seja reconhecida a revolução ela deve ter os seguintes requisitos:

• Legitimidade - Será legítima se de fato houver um desacordo profundo entre a ordem jurídica vigente e aquela que deveria corresponder à realidade social.

• Utilidade - Exige que a revolução se processe de maneira eficaz e apropriada, capaz de atingir os objetivos almejados, pois do contrário haverá a mera destruição de uma ordem sem a colocação de outra mais adequada.

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• Proporcionalidade – Com o abatimento da ordem jurídica vigente há um momento de incerteza jurídica, durante o qual ficam abertas as portas à arbitrariedade, violência e ao uso indiscriminado dos meios de coação, sempre havendo quem se utilize desse momento para resolver seus problemas particulares em nome da revolução

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• A revolução constitui um modo de transformação do Estado, em que se edifica nova ordem político-jurídica e social com largo apoio do povo, em substituição a uma ordem considerada injusta e obsoleta, incapaz de trazer benefícios à sociedade

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Processos revolucionários e sua influência no direito

Revolução americana (1776/1787): fim do poder absoluto e construção do federalismo

Revolução Francesa (1789): queda do antigo regime e os direitos liberais civis e políticos

Revolução Russa (1917): experiência socialista revolucionária, limitação dos direitos liberais e construção dos direitos sociais

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• Revolução Mexicana (1910): revolta popular

• Revolução Chinesa (1949): revolução asiática de caráter socialista, extingue o Império

• Revolução Cubana (1959): experiência latino-americana e suas consequências no direito

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Reforma

• Constitui a reforma um modo de reestruturação do Estado através de meios pacíficos, em que são tomadas medidas econômicas, sociais e políticas com o intuito de solucionar uma grave crise social.

• Através da reforma pretende-se solucionar delicados problemas com base em consenso entre o poder estatal e as classes sociais ressentidas, restabelecendo-se um diálogo que propiciará a retomada de confiança pelos diversos segmentos descontentes em relação ao Estado

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• Pela reforma, evita-se o emprego de meios violentos utilizados na dinâmica revolucionária, capazes de expor o povo a situações de desordem e de insegurança, além de resguardá-lo do caráter de imprevisibilidade de suas conseqüências.

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• Na revolução há queda de toda uma ordem jurídica de forma abrupta, pela reforma, o Estado evolui prudentemente, ao adotar políticas capazes de corrigir as imperfeições do sistema, sem que ocorram mudanças violentas, capazes de levar à queda das instituições e à ruptura com a ordem vigente

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GOLPE DE ESTADO O golpe é concebido como tomada de poder por meios ilegais.

É a mudança de um governo através do uso da força, exercida pelo grupo que dele se apodera, afastando seus titulares legitimamente instituídos. Diz-se, também, do ato de força do titular ou dos titulares do governo com o fito de conservação do poder.

Exemplos: Brasil Estado Novo (1937) e Golpe civil-militar (1964)

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• O golpe associa-se à atuação de um segmento integrante, em geral, do próprio governo, que, movido por interesses próprios, neutraliza a ação do Governo, tomando-lhe o poder, sem desencadear mudanças profundas nas raízes do sistema

• Para Paulo Bonavides: “O golpe de Estado bem sucedido não raro se veste também da roupagem de revolução; malgrado se reduz, no entanto a um crime político de alta traição”