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• O que é a BirdLife International?A BirdLife International é uma aliança global de organizações não-governamentais que tem um focoespecial na conservação das aves. A aliança da BirdLife trabalha conjuntamente compartilhandoprioridades, políticas e programas de conservação, trocando conhecimentos, realizações einformações e fortalecendo, assim, as habilidades, as autoridades e as influências locais. Cadarepresentante nacional pertence a uma área geográfica ou território definidos (geralmente um país).Além dos representantes nacionais oficiais, a BirdLife trabalha também com um sistema de Gruposde Trabalho (incluindo alguns Grupos de Especialistas em conjunto com a Wetlands International,a Comissão para a Sobrevivência das Espécies da União Mundial para a Natureza – IUCN), cadaqual com atribuições e responsabilidades específicas.
• Qual é o objetivo da BirdLife International? – MissãoA aliança global da BirdLife International trabalha em prol da conservação das aves, de seus hábitatse da biodiversidade em geral, buscando com as pessoas o uso sustentável dos recursos naturais.
• Qual é o caminho da BirdLife International? – VisãoAs aves são belas, inspiradoras e internacionais. Dessa forma, são excelentes como espécies-bandeira e muitas vezes como indicadores. Com o enfoque nas aves, nas áreas onde elas ocorrem,e nos hábitats dos quais elas dependem, a aliança da BirdLife International trabalha para conservaros ambientes naturais e para melhorar a qualidade de vida das pessoas de modo geral.
• ObjetivosOs objetivos de longo prazo da BirdLife são:• Evitar a extinção de qualquer espécie de ave,• Manter e, sempre que possível, melhorar o status de conservação de todas as espécies de aves,• Conservar e, quando apropriado, melhorar e expandir as áreas e hábitats importantes para asaves,• Ajudar, por meio das aves, a conservar a biodiversidade e a melhorar a qualidade de vida daspessoas, e• Integrar a conservação das aves à sobrevivência sustentável das pessoas.
• Princípios orientadoresA BirdLife International promove um modo de vida sustentável como forma de conservar a aves etodas as outras formas de vida.
Os Programas da BirdLife são construídos através de um processo participativo para:• Promover o envolvimento entre as organizações representantes no planejamento de políticas,programas e ações e na escolha de prioridades,• Utilizar, sempre que possível, o conhecimento das organizações representantes em todas asatividades,• Dividir as tarefas e responsabilidades dos programas entre a rede de organizações de acordo comsuas necessidades, conhecimento e capacidades,• Compartilhar habilidades, experiências e informações entre as organizações da aliança visandodesenvolver a capacidade individual de cada uma,• Proporcionar o livre acesso aos dados de avifauna e biodiversidade para auxiliar na formação deargumentos nos processos de tomada de decisão,• Viabilizar a governança democrática pelas organizações nacionais,• Trabalhar através das comunidades, organizações e associados locais, e• Integrar a conservação das aves e da biodiversidade com o desenvolvimento social e econômico.
A BirdLife International atua com todas as organizações com interesses semelhantes, governoslocais e nacionais, tomadores de decisão, proprietários de terra e gerentes de áreas protegidas embusca da conservação das aves e da biodiversidade. O trabalho global da aliança BirdLife éinteiramente financiado por doações voluntárias.
Fotos da capa: Visão geral do interior da mata na Serra das Lontras/BA. (J. M. Goerck). Aves: Direita acima – Baillonius bailloni (E.Endrigo). Direita centro – Ilicura militaris (E. Endrigo). Direita abaixo – Mackenziaena leachii (E. Endrigo). Esquerda abaixo – Tangarafastuosa (E. Endrigo).
vi
i
OrganizadoresGlayson A. Bencke, Giovanni N. Maurício, Pedro F. Develey e Jaqueline M. Goerck
Compiladores e Editores CientíficosGlayson A. Bencke e Giovanni N. Maurício
EditoraçãoSociedade para a Conservação das Aves do Brasil – SAVE Brasil
Colaboradores para a Redação dos Textos das IBAsFábio Olmos (PI, RN, PB)Luís Fábio Silveira (BA)
Marcelo C. de Sousa (SE)Pedro F. Develey (PE, BA, SP, PR, SC)
Priscila Napoli (BA)Rafael G. Pimentel (BA, PR)
Sidnei S. Santos (BA)Sônia A. Roda (PE)
Weber A. de G. Silva (CE)
MapasRodrigo A. Balbueno
Áreas Importantes para aConservação das Aves no Brasil
Parte I – Estados do Domínio da Mata AtlânticaInclui áreas de Cerrado, Caatinga e Pampas
M U S E UD E C I Ê N C I A S
N A T U R A I SF u n d a ç ã o Z o o b o t â n i c a - R S - B r a s i l
Programa de IBAs:
Forestry BureauCoA, Taiwan
Apoio
Realização
Programa do Brasil:
Impressão:
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Citação recomendada/Recommended citation:Bencke, G. A., G. N. Maurício, P. F. Develey & J. M. Goerck (orgs.). 2006. Áreas Importantes para aConservação das Aves no Brasil. Parte I – Est ados do Domínio da Mata Atlântica. São Paulo: SAVEBrasil.
Citação recomendada dos capítulos introdutórios (exemplo):Wege, D. & J. M. Goerck. 2006. Áreas Importantes para a Conservação das Aves. Pp. 17-24 in G. A.Bencke, G. N. Maurício, P. F. Develey & J. M. Goerck (orgs.). Áreas Importantes para a Conservaçãodas Aves no Brasil. Parte I – Est ados do Domínio da Mata Atlântica. São Paulo: SAVE Brasil.
Recommended citation of introductory chapters (example):Wege, D. & J. M. Goerck. 2006. Important Bird Areas in Brazil. Pp. 25-31 in G. A. Bencke, G. N. Maurício,P. F. Develey & J. M. Goerck (orgs.). Áreas Importantes para a Conservação das Aves no Brasil. ParteI – Estados do Domínio da Mata Atlântica. São Paulo: SAVE Brasil.
© SAVE BrasilRua Fernão Dias, 219, conjunto 2, Pinheiros, 05427-010, São Paulo, SP, BrasilTel: 55 11 3815-2862O propósito da informação contida neste livro é apoiar iniciativas de conservação ao longo dos estadoscontemplados e, portanto, ele pode ser reproduzida para este fim. Solicita-se a não utilização destainformação para fins comerciais. Se parte do material ou todo material for utilizado ou incluído emqualquer outra publicação, solicita-se que o mesmo seja citado conforme as recomendações acima.
Layout e diagramação: Vitor´s Design S/C Ltda. MEImpressão: Prol Editora GráficaFontes: Arial (7,5/8/9/10/11/15/19 pt).
Disponível através da SAVE Brasil
Ficha Catalográfica
Áreas importantes para a conservação das aves no Brasil : parte 1 –estados do domínio da Mata Atlântica. / organizadores GlaysonA. Bencke, Giovanni N. Maurício, Pedro F. Develey e JaquelineM. Goerck. São Paulo: SAVE Brasil, 2006.
494 p.
ISBN 85-99-808-01-X
1. Aves – Conservação – Brasil. 2. Áreas prioritárias – IBA. 3. Ornitologia – Aves– Mata Atlântica. 4. BirdLife International – SAVE Brasil I. Título.A SAVE Brasil, Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil, é umaassociação da sociedade civil sem fins lucrativos, registrada no Brasil sob o CNPJ07.117.000/0001-15
iii
Prefácios ......................................................................................................................................... viForewords ......................................................................................................................................... vi
Agradecimentos ................................................................................................................................. xiAcknowledgements (in Portuguese) ................................................................................................. xi
Apresentação ..................................................................................................................................... xivPresentation ....................................................................................................................................... xvii
Capítulo 1A Sociedade Civil e a Conservação no Brasil .................................................................................. 1
Histórico ...................................................................................................................................... 1O Movimento Ambientalista no Brasil ....................................................................................... 2A Globalização e a Conservação da Biodiversidade ............................................................... 5Bibliografia .................................................................................................................................. 8
Chapter 1Civil Society and Conservation in Brazil ........................................................................................... 9
Background ................................................................................................................................ 9Environmental Movement in Brazil ............................................................................................ 10Globalisation and the Conservation of Biodiversity .................................................................. 13Bibliography ................................................................................................................................ 15
Capítulo 2Áreas Importantes para a Conservação das Aves ........................................................................... 17
Visão ......................................................................................................................................... 17O Programa de Áreas Importantes para a Conservação das Aves ........................................ 17Argumento Biológico .................................................................................................................. 18O Processo de Identificação das Áreas Importantes para a Conservação das Aves ............ 18Fases do Programa de IBAs ..................................................................................................... 19Histórico ...................................................................................................................................... 21Áreas Importantes para a Conservação das Aves nas Américas ........................................... 22Bibliografia .................................................................................................................................. 24
Chapter 2Important Bird Areas .......................................................................................................................... 25
Vision ......................................................................................................................................... 25The Important Bird Areas Programme ...................................................................................... 25Biological Rationale ................................................................................................................... 25The Important Bird Areas Identification Process ...................................................................... 26Phases of the IBA Programme .................................................................................................. 28History ......................................................................................................................................... 29Important Bird Areas in the Americas ....................................................................................... 30Bibliography ................................................................................................................................ 31
Capítulo 3Conservação de Aves na Região do Domínio da Mata Atlântica no Brasil .................................... 33
Ornitologia e Conservação de Aves .......................................................................................... 33Iniciativas de Conservação de Espécies .................................................................................. 34Proteção de Áreas ..................................................................................................................... 36Abordagens na Escala da Paisagem ........................................................................................ 37Bibliografia .................................................................................................................................. 39
SUMÁRIO/CONTENTS
iv
Chapter 3Conservation of Birds in the Atlantic Forest Region of Brazil .......................................................... 40
Ornithology and Bird Conservation ........................................................................................... 40Species-specific Initiatives ........................................................................................................ 41Protection of S ites ...................................................................................................................... 42Landscape-Level Approaches ................................................................................................... 44Bibliography ................................................................................................................................ 45
Fotos das Aves e dos Hábitats .......................................................................................................... 47Pictures of Birds and Habitats ........................................................................................................... 47
Capítulo 4Abordagem Metodológica .................................................................................................................. 63
Introdução ................................................................................................................................... 63Definição da Área de Abrangência ............................................................................................ 63Abordagem Metodológica .......................................................................................................... 63
Fontes de informação ........................................................................................................... 63Taxonomia ............................................................................................................................. 65Aplicação dos critérios .......................................................................................................... 67Análise de complementaridade ............................................................................................ 69Localização, limites e estimativa de área das IBAs ............................................................ 71Denominação das IBAs ........................................................................................................ 72Nível de conhecimento sobre a avifauna ............................................................................. 72
Seleção Final das IBAs .............................................................................................................. 72Bibliografia .................................................................................................................................. 74
Chapter 4Methodological Approach .................................................................................................................. 77
Introduction ................................................................................................................................. 77Definition of Atlantic Forest Region ........................................................................................... 77Methodological Approach .......................................................................................................... 77
Sources of information .......................................................................................................... 77Taxonomy .............................................................................................................................. 79Application of IBA criteria ..................................................................................................... 81Complementarity analysis ..................................................................................................... 82Location, boundaries and estimation of the areas of IBAs ................................................. 83Selection of IBA names ........................................................................................................ 85Impact of information quality on the IBA analysis ............................................................... 85
Final Selection of Important Bird Areas .................................................................................... 86Bibliography ................................................................................................................................ 88
Capítulo 5Áreas Importantes para a Conservação das Aves nos Estados do Domínio da MataAtlântica – Síntese dos Resultados .................................................................................................. 91
Introdução ................................................................................................................................... 91Identificação das IBAs ............................................................................................................... 91Número, Distribuição, Tamanho e Nível de Proteção das IBAs .............................................. 91
Número e distribuição ........................................................................................................... 91Área ....................................................................................................................................... 91Distribuição por bioma .......................................................................................................... 93Nível de proteção .................................................................................................................. 96
Cobertura das Espécies Ameaçadas ........................................................................................ 96Número de espécies ............................................................................................................. 96Representatividade das espécies ameaçadas e endêmicas nas IBAs ............................. 96Espécies nacionalmente ameaçadas .................................................................................. 98
Ameaças às IBAs ....................................................................................................................... 98Bibliografia .................................................................................................................................. 99
v
Chapter 5Important Bird Areas in the States of the Atlantic Forest Region – Overview of Results .............. 100
Introduction ................................................................................................................................. 100Identification of IBAs .................................................................................................................. 100Number, Distribution, Size and Protection S tatus of IBAs ....................................................... 100
Number and distribution ........................................................................................................ 100Area ....................................................................................................................................... 100Distribution according to biome ............................................................................................ 102Protection status ................................................................................................................... 103
Coverage of Threatened Species .............................................................................................. 105Species number .................................................................................................................... 105Distribution of threatened species among IBAs .................................................................. 105National priorities .................................................................................................................. 105
Threats at IBAs .......................................................................................................................... 107Bibliography ................................................................................................................................ 108
Apresentação dos Dados .................................................................................................................. 109Apresentação por Estado .......................................................................................................... 109Descrição das 163 IBAs Identificadas ...................................................................................... 110
Data Presentation .............................................................................................................................. 112Information by State ................................................................................................................... 112Description of the 163 Proposed IBAs ...................................................................................... 113
Diretório de IBAs por EstadoIBA Accounts by State (in Portuguese)
Piauí ......................................................................................................................................... 115Ceará ......................................................................................................................................... 125Rio Grande do Norte .................................................................................................................. 135Paraíba ....................................................................................................................................... 141Pernambuco ............................................................................................................................... 147Alagoas ....................................................................................................................................... 169Sergipe ........................................................................................................................................ 179Bahia ......................................................................................................................................... 185Minas Gerais .............................................................................................................................. 233Espírito Santo ............................................................................................................................. 271Rio de Janeiro ............................................................................................................................ 299São Paulo ................................................................................................................................... 331Paraná ........................................................................................................................................ 369Santa Catarina ............................................................................................................................ 405Rio Grande do Sul ...................................................................................................................... 423
Literatura Consultada ........................................................................................................................ 453General Bibliography ......................................................................................................................... 453
ApêndicesAppendices1. Áreas Importantes para a Conservação das Aves (IBAs) nos Estados do
Domínio da Mata Atlântica ......................................................................................................... 4792. Espécies globalmente ameaçadas (Critério A1) com ocorrência nos Estados do
Domínio da Mata Atlântica ......................................................................................................... 4833. Espécies endêmicas e de distribuição restrita (Critérios A2 e A3) com ocorrência
nos Estados do Domínio da Mata Atlântica .............................................................................. 487
Lista dos Colaboradores para a Elaboração do Diretório ................................................................ 494List of Collaborators for the Elaboration of the Accounts ................................................................ 494
vi
Sua Alteza O Príncipe de GalesHis Royal Highness The Prince of Wales
PREFÁCIOS/FOREWORDS
vii
viii
Este livro chega em um momento importanteporque ele trata o problema da extinção dasespécies de aves em uma das áreas do mun-do onde elas são mais vulneráveis, a MataAtlântica no Brasil. A BirdLife Internationalpatrocinou a SAVE Brasil (Sociedade para aConservação das Aves do Brasil) como partede uma iniciativa global de identificação dasáreas mais significativas para a diversidadedas aves no mundo. A SAVE Brasil ofereceeste livro como parte de um conjunto que irá,eventualmente, compor um diretório univer-sal das Áreas Importantes para a Conserva-ção das Aves.
A informação exata de quais espécies estãosob ameaça de extinção e onde elas podemser atualmente encontradas é de grande va-lia. É de extrema preocupação também. De-vido à minha própria experiência durante adécada de setenta no Rio Grande do Sul, eusenti grandes saudades ao relembrar muitasdas minhas áreas preferidas com as imagense os cantos de suas aves. No entanto, reco-
William BeltonMembro Honorário/Member of Honour,
BirdLife InternationalAutor do livro/Author of “Aves do Rio Grande do Sul,
distribuição e biologia”
I welcome this book because it attacks theproblem of bird species extinction in one ofthe areas of the world where birds are mostvulnerable, Brazil’s Atlantic forest. BirdLifeInternational has sponsored the organizationof SAVE Brasil (Sociedade para a Conser-vação das Aves do Brasil) as part of a world-wide initiative to identify the globe’s most sig-nificant centers of bird diversity. SAVE Bra-sil offers this volume as part of a set that willeventually provide a universal list of Impor-tant Bird Areas.
The precise information offered here, as towhich species are in trouble and where theycan be found, is invaluable. Some of it isalso very disturbing. Because of my ownexperience during the 1970s in Rio Grandedo Sul, I have felt great nostalgia as I recalledthe many areas that were favorite haunts of
nhecer que algumas das espécies comunsna época estão agora ameaçadas ou quase-ameaçadas de extinção entristece-me bas-tante.
Felizmente, o Brasil conta agora com maisde uma geração de ornitólogos e conserva-cionistas dedicados para trabalhar com es-sas questões. A eles nós devemos a infor-mação contida neste livro. Através deles al-gumas das espécies ameaçadas serão sal-vas, o que não será fácil, pois a causa dodeclínio das populações, muitas vezes, nãoé clara ou, se conhecida, deve-se a proble-mas enraigados no comportamento e nas ati-vidades da sociedade, que só serão muda-dos com muito esforço. Assim, a iniciativade conservação só será bem-sucedida seaqueles que trabalham nas florestas, banha-dos e campos forem amplamente apoiados,em termos políticos e financeiros, pelos seusgovernos, pelo empresariado e pelos órgãosfinanciadores. Que todos se unam a estacausa!
mine and the sight and songs of their avianinhabitants. But to learn that some of thespecies common then are now on the endan-gered or semi-endangered lists has been verysobering.
Fortunately, Brazil now has more than a gen-eration of dedicated ornithologists and con-servationists to tackle these problems. Tothem we owe the information in this book. Bythem some of the endangered birds will besaved. This will not be easy, for the cause ofdecline is often unclear, or if clear it may bedue to deeply-rooted human activity that willbe very difficult to change. Thus the effortcan only be successful if those working in theforests, swamps and fields are amply sup-ported, politically and financially, by govern-ments, businesses, and funding sources.May these rally to the cause!
ix
Respect for the natural environment and con-cerns regarding its conservation are increas-ingly topics of global importance. Currently,the productive sector has turned its attentiontowards best-practices with the objective ofminimizing environmental impact and of pro-moting sustainable development. Many com-panies already have a well defined environ-mental agenda, working together with part-ners to devise the best option to attain socio-economic development without prejudicingthe natural environment. This is the case ofRio Tinto, a corporation committed to balanc-ing development with conservation of naturalresources. In Brazil, a country of great biodi-versity, this commitment carries even greaterimportance. The support to projects of ex-
Andy ConnorPresidente/President
Rio Tinto Brasil
O respeito à natureza e a preocupação coma sua conservação são, cada vez mais, as-suntos de importância mundial. Atualmente,o setor produtivo tem voltado sua atençãopara melhores práticas com os objetivos deminimizar o impacto ambiental e de promo-ver o desenvolvimento sustentável. Muitascompanhias já possuem uma agenda ambi-ental bem desenvolvida, trabalhando comparceiros para definir as opções para alcan-çar o desenvolvimento socioeconômico semprejudicar o meio ambiente. Este é o casoda Rio Tinto, uma empresa comprometidacom o equilíbrio entre desenvolvimento e con-servação dos recursos naturais. No Brasil,onde a biodiversidade é enorme, este com-prometimento tem ainda maior importância.
O apoio a projetos de extrema relevância paraa conservação da biodiversidade, como o li-vro “Áreas Importantes para a Conservaçãodas Aves no Brasil”, organizado pela BirdLifeInternational-Programa do Brasil, reflete estapostura de respeito ao meio ambiente adota-da pela Rio Tinto. A publicação deste livrorepresenta um avanço importante na conser-vação das aves na Mata Atlântica, e trata-sede mais um resultado positivo da BirdLife noBrasil. No entanto, o trabalho não está con-cluído, e os desafios são enormes. A Rio Tin-to está ciente do que precisa ser feito e con-quistado com relação à conservação da bio-diversidade no país e está trabalhando comesse objetivo, procurando o equilíbrio entre de-senvolvimento e preservação ambiental.
treme relevance for the conservation of biodi-versity, such as this book “Important Bird Ar-eas in Brazil”, organized by the Brazil Pro-gramme of BirdLife International, reflects theattitude of respect for the environment adopt-ed by Rio Tinto. The publication of this bookrepresents an important advance in the con-servation of the birds of the Atlantic Forests,and it is another positive achievement ofBirdLife in Brazil. However, the work is notconcluded, and the challenges are great. RioTinto is aware of what needs to be done andachieved in relation to biodiversity conserva-tion in the country and is working towards thisobjective, by finding the balance betweendevelopment and environmental preserva-tion.
x
As aves são presença constante na culturahumana, a tal ponto que parece que sempreexistiram, e que sempre existirão. Surgem naBíblia antes do Homem (“que os voadoresvoem sobre a terra”, Gênesis, 1, 20), e a elesobrevivem (“e todos os pássaros saciaram-se de suas carnes ”, Apocalipse, 19, 21). Noentanto, enfrentam no presente uma gamade ameaças que pode conduzi-las à extin-ção massiva dentro do horizonte histórico.Ainda que o mais visível desses fatores sejao das epidemias emergentes, que tambémameaçam o Homem, há outro mais insidio-so, que se configura na destruição de seushábitats.
O programa “Áreas importantes para a con-servação das aves” da Birdlife International,ao qual este livro se integra, é um dos maisnotáveis trabalhos para o mapeamento e pre-servação dos hábitats e das populações deaves do mundo inteiro. A materialização de
Ney GastalDiretor-Executivo
Museu de Ciências NaturaisFundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul
seus esforços neste volume dedicado à MataAtlântica, no Brasil, é um importante soma-tório à luta pela salvação do que resta dessafloresta devastada pelo processo de ocupa-ção desordenado.
O Museu de Ciências Naturais do Estado doRio Grande do Sul sente-se extremamenteorgulhoso de participar deste esforço. Dedi-cado ao estudo e conservação da biodiver-sidade de um estado que detém hoje nãomais do que 4% da cobertura original da MataAtlântica, o Museu estará sempre ao lado dasorganizações que lutam por um futuro ambi-entalmente melhor. Até para que sempre pos-sa valer o verso de Mário Quintana, o maisterno dos poetas do Rio Grande do Sul:
Todos esses que aí estãoatravancando meu caminho,
eles passarão, eu passarinho.
xi
Livros que reúnem dados de várias fon-tes sempre dependem do auxílio e cola-boração de diversas pessoas para a suarealização. Este livro é, portanto, o pro-duto da colaboração de muitos ornitólo-gos, pesquisadores, estudantes, conser-vacionistas, biólogos e amadores interes-sados na questão da conservação dasaves e da biodiversidade como um todo.A generosidade dessas pessoas no for-necimento de informações não publica-das foi fundamental no processo de iden-tificação das IBAs, garantindo assim, namedida do possível, que todas as áreasimportantes fossem incluídas neste dire-tório. Sem esta ajuda, teríamos muitaslacunas na identificação de algumas dasáreas mais importantes.
Gostaríamos de agradecer inicialmente atodos aqueles que disponibilizaram regis-tros inéditos ou que forneceram informa-ções que ajudaram a definir ou caracteri-zar as áreas: Sônia Aline Roda, Weber A.de Girão e Silva, José Fernando Pache-co, Pedro Cerqueira Lima, Carlos Ya-mashita, Sidnei Sampaio dos Santos, BretM. Whitney, Luís Fábio Silveira, BiancaLuiza Reinert, Ricardo Parrini, Fábio Ol-mos, Maria Martha Argel-de-Oliveira, AnaCristina Venturini, Pedro Rogerio de Paz,Cláudia Bauer, Marcelo Ferreira de Vas-concelos, Rômulo Ribon, Marcos Ricar-do Bornschein, Eduardo Carrano, MauroPichorim, Rachel M. Lyra Neves, Severi-no Mendes de Azevedo Jr., Wallace R.Telino Jr., A. Galileo Coelho, Jan Karel F.Mähler Jr., Leonardo Vianna Mohr, Sche-rezino Barbosa Scherer, Rafael AntunesDias, Juliana B. Almeida, Claiton MartinsFerreira, Paulo Martuscelli, Douglas Stotz,Marcelo Cardoso de Sousa e Vítor de
Queiroz Piacentini. Dados inéditos dosorganizadores Glayson A. Bencke, Gio-vanni N. Mauricio e Pedro F. Develey tam-bém foram utilizados na elaboração des-te diretório.
A compilação inicial das informações foibaseada em diversas publicações e es-tudos, incluindo os resultados dosworkshops de conservação da biodiversi-dade do Cerrado e Pantanal e da MataAtlântica e Campos Sulinos (ConservationInternational-Brasil, Fundação Biodiversi-tas, Funatura, Ministério do Meio Ambien-te), cujas bases de dados foram disponi-bilizadas pelas instituições promotoras, àsquais somos gratos. O Instituto SócioAmbiental, a Rede de ONGs da MataAtlântica e a Sociedade Nordestina deEcologia disponibilizaram o CD com abase digital de remanescentes da MataAtlântica (Dossiê Mata Atlântica 2001).Agradecemos a B. L. Reinert, B. M. Whit-ney, C. Yamashita, Claudia T. Schaal-mann, F. Olmos, J. F. Pacheco, L. F. Sil-veira, Luiz Fernando de Andrade Figuei-redo, M. C. de Sousa, M. F. de Vasconce-los, M. M. A. de Oliveira, P. C. Lima, R. M.L. Neves e S. A. Roda pela participaçãono workshop organizado pela BirdLife emoutubro de 2002 para discutir, juntamen-te com os organizadores deste livro, asIBAs propostas até o momento. A reu-nião ocorreu na sede do Comitê Nacio-nal da Reserva da Biosfera da Mata Atlân-tica em São Paulo, gentilmente cedida porClayton F. Lino.
Vários colegas disponibilizaram artigoscientíficos, documentos técnicos ou infor-mações da literatura, e agradecemos aDavid Wege, Luiz dos Anjos, J. F. Pache-
AGRADECIMENTOS
xii
co, C. Bauer, M. F. de Vasconcelos, R. A.Dias, Fernando Costa Straube, A. G. Co-elho, L. F. de A. Figueiredo, C. T. Schaal-mann, Alexander Christianini, Carla Su-ertegaray Fontana, Carlos Eduardo Zim-mermann, M. R. Bornschein e F. Olmos.Diversos fotógrafos cederam suas fotospara ilustrar o livro e somos gratos a Adri-ano Becker, R. A. Dias, Tomaz Vital Aguz-zoli, P. C. Lima, Ciro Albano, P. R. de Paze Jaqueline M. Goerck. As ilustrações queacompanham as páginas introdutórias namaioria dos estados (PI, CE, RN, PB, BA,MG, ES, RJ, SP, PR, SC) foram cedidaspor Josep del Hoyo e são provenientesda série “Handbook of the Birds of theWorld”, publicada pela Lynx Edicions. ABritish Birdwatching Fair cedeu a ilustra-ção para um estado (AL), e a BirdLifepossuía em seu acervo as ilustrações uti-lizadas em três estados (PE, SE, RS).
A equipe da BirdLife International no Brasil,em Cambridge e em Quito, bem como di-versos representantes nacionais, atende-ram aos nossos pedidos de auxílio e sem-pre nos forneceram as informações neces-sárias prontamente. Somos gratos a: Bra-sil – Priscila Napoli, Andre C. De Luca (vo-luntário), Rafael G. Pimentel (voluntário),Fábio Olmos, Patricia Ruggiero e AdrianoC. Ferreira; Cambridge – David Wege,Adrian Long, Jonathan Stacey, RichardThomas, Ed Parnell, Mich Herrick, GinaPfaff, Peter Herkenrath, Nigel Collar, Lin-coln Fishpool, Mike Rands, Gilly Banks,Marco Lambertini, Beverley Childs, Jona-than Ekstrom e John Sherwell; Quito – IanDavidson, Angélica Estrada, Kerem Boyla,Rob Clay, Itziar Olmedo, David Díaz; e AvesArgentinas – Andrés Bosso e Adrián S. DiGiacomo. Os colegas responsáveis pelaimplementação do programa de IBAs noUruguai e na Argentina, Adrián Azpiroz eAdrián Di Giacomo, sempre ofereceramestímulo, companheirismo e possibilitaramo intercâmbio de idéias. A editoração da
versão em inglês dos capítulos iniciais con-tou com a participação especial e voluntá-ria de Nick Langley para os capítulos 1, 2 e3 e de Nigel Varty para os capítulos 4 e 5.Éverton Luís Luz de Quadros elaborou omapa dos biomas que aparece no capítulo4. A editoração do livro como um todo con-tou com o auxílio incansável de PriscilaNapoli.
Alguns indivíduos e instituições foram fun-damentais na viabilização deste projeto.Eduardo Vélez Martin, ex-Diretor Execu-tivo do Museu de Ciências Naturais(MCN) da Fundação Zoobotânica do RioGrande do Sul (FZB), forneceu o apoio eacolheu com entusiamo a idéia de umacooperação técnica com a BirdLife Inter-national – Programa do Brasil que permi-tiu a dedicação de Glayson A. Bencke àelaboração deste livro. A atual DireçãoExecutiva do MCN e a Presidência daFZB apoiaram esta iniciativa. O financia-mento do Programa do Brasil da BirdLifeInternational ao longo desses anos con-tou, principalmente, com o apoio das se-guintes instituições: British BirdwatchingFair (com auxílio de Martin Davids e TimAppleton), Forestry Bureau – Council ofAgriculture of Taiwan, e Ministerie van Bui-tenlandse Zaken; e da generosidade dealguns indivíduos a quem somos extre-mamente gratos: Ken Berlin (doação re-alizada através da American Bird Conser-vancy), Ben Olewine, Stephen Rumsey(através da Wetlands Trust) e Tasso Leven-tis (através da A P Leventis Foundation). ARio Tinto disponibilizou os recursos ne-cessários para a impressão do livro.
Como o objetivo principal deste livro é aconservação das IBAs e de suas espécies,gostaríamos de agradecer a todos os fi-nanciadores de projetos que viabilizaramnossa atuação nessas áreas (em ordemalfabética): American Bird Conservancy,Beneficia Foundation, British Birdwatching
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Fair, British Petroleum, Chester Zoologi-cal Garden, Clothworkers Foundation,Conservation International, Council ofAgriculture-Forestry Bureau-Taiwan, Cri-tical Ecosystem Partnership Fund, DisneyWildlife Conservation Fund, Dutch Minis-try of Foreign Affairs-Development Coo-peration (DGIS), European Union, Fle-mish Government, Funbio, Fundação oBoticário de Proteção à Natureza, Garfi-eld Foundation, Global Conservation Fund,Global Environmental Facility, Helmut SickFund, Jensen Foundation, Marshall-Reynol-ds Foundation, Natuurpunt e BirdLife Bel-gium, NC-IUCN, Netherlands PostcodeLottery, NMBCA/USFWS, Oregon StateUniversity, Overbrook Foundation, Rainfo-rest Action Fund, Royal Zoological Societyof Scotland-Edinburgh Zoo, RSPB,Wildfowl and Wetlands Trust, World Phea-sant Association, WWF-US e ZGAP; bemcomo o auxílio de diversos indivíduos:Albert e Nancy Boggess, Eric Carp, J. J.Childs, Barbara DeWitt, John Drummond,Eleanor Forrester, John Mitchell, AlanKeith, Andy Lazere, Patrícia O’Neill, BenOlewine, Nigel Simpson, Byron Swift,Steve e Britt Thal, e Minturn T. Wright III.
Agradecemos ainda às ONGs parceirasque atuam conosco nas IBAs: Amane,Aquasis, Iesb, Pingo d’Água e SNE eao trabalho incansável de Gabriel R. dosSantos, Maria das Dores de Vasconce-los Melo, Weber A. de G. e Silva, EdsonR. Luiz, José Oscar Machado, SidneiSampaio dos Santos e todos os cole-gas destas e de outras instituições atu-antes na conservação das áreas priori-tárias.
Outros pesquisadores contribuíram cominformações que nos auxiliaram a enten-der o andamento das pesquisas científi-cas e de conservação em ornitologia, outrabalharam como voluntários na compi-lação de informações e agradecemos a:Iury Accordi, Alexandre Aleixo, LisianeBecker, Robin Le Breton, Frederick Bram-mer, Alexandre Camargo Martensen,Paulo Cordeiro, Eduardo Dias Forneck,Caio Graco M. dos Santos, Ericka M. deMatos, Suzana M. Padua, Maria VirginiaPetry, Paulo A. Pizzi, Rui Rocha, JoséEduardo Simon, Elenise Angelotti Si-pinski, Angelica Uejima, Djalma Wefforte Carlos Eduardo Zimmerman.
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Histórico
O futuro da humanidade depende apenasda geração que habita a Terra nos diasde hoje, que pode escolher entre mantero atual modelo de desenvolvimento ou semover em direção a um paradigma so-cio-ambiental sustentável. Para fazer talescolha, é fundamental aumentar a com-preensão existente sobre a relação entreo homem e a natureza. A “Cúpula Mundi-al sobre Desenvolvimento Sustentável”,conhecida como Rio 92, onde todos osgovernos filiados às Nações Unidas dis-cutiram assuntos relacionados ao meioambiente e desenvolvimento, represen-tou a oportunidade ideal para trazer aopúblico brasileiro a discussão sobre a im-portância da conservação do meio ambi-ente.
Embora as discussões sobre a questãoambiental tenham se intensificado recen-temente, a identificação dos problemasrelacionados à destruição do meio ambi-ente no Brasil data do fim do século XVIII(Pádua 2002). A partir daí, teve início umintenso estudo sobre a fauna e a flora doBrasil, somado a esforços para registrare proteger esse patrimônio natural (Urban1998). A primeira proposta para a cria-ção de uma área protegida foi elaboradano século XIX, mas a primeira unidadede conservação pública, o Parque Nacio-nal de Itatiaia, foi criada somente 60 anosmais tarde, em 1937. Naquela época, aperda de hábitat já era um processo bas-tante intenso. De fato, a destruição deflorestas, a extração de madeira, o co-mércio de peles e penas e o tráfico deanimais sempre fizeram parte da históriado Brasil, particularmente da região da
Mata Atlântica (Dean 1996). Muitas des-sas ameaças ainda representam enor-mes desafios a serem vencidos a fim deevitar uma maior degradação do meioambiente e, conseqüentemente, a extin-ção das espécies em um futuro não mui-to distante.
Tentativas isoladas visando à proteção deespécies ao redor de todo o mundo fo-ram feitas no fim do século XIX. Os pri-meiros movimentos contra a devastaçãoda natureza nos Trópicos surgiram na In-glaterra, quando as pessoas começarama considerar sua função no meio ambi-ente (McCormick 1992). Um grupo demulheres britânicas protestou contra o trá-fico de penas do Brasil e de outros luga-res (a maioria de garças, araras, papa-gaios, tucanos, beija-flores e surucuás)que estavam sendo usadas para decorarchapéus femininos (Urban 1998). A So-ciedade Real para a Proteção das Aves(Royal Society for the Protection of Birds– RSPB, representante da BirdLife Inter-national no Reino Unido), criou em 1889uma campanha contra o uso de penas emacessórios femininos. Essa campanharesultou no fim da exportação de penasda Índia em 1892. Infelizmente essemovimento não teve efeito no Brasil – en-tre 1901 e 1905, o Brasil exportou maisde 600 quilos de penas, a maioria para aInglaterra (Urban 1998). Ainda em 1905,os Estados Unidos importaram mais de 11mil quilos de penas de emas do Brasil paraproduzir espanadores de pó (Urban 1998).
O interesse científico nas aves surgiu emparalelo à preocupação com a sua prote-ção. O primeiro Congresso Internacionalde Ornitologia aconteceu em 1884, em
A Sociedade Civil e a Conservação no Brasil
Jaqueline M. Goerck
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Viena e um ano mais tarde o primeiro es-forço de colaboração internacional paraa proteção das aves foi realizado atravésda “Egret Convention”. No início do sé-culo XX, foi consolidada uma colabora-ção internacional para a proteção da na-tureza com a criação de vários conselhos,dentre eles o Conselho Internacional paraa Conservação de Aves em 1922 (Inter-national Council for Bird Preservation –ICBP, atualmente BirdLife International ,veja abaixo), e a União Internacional paraa Conservação da Natureza em 1948 (In-ternational Union for the Conservation ofNature – IUCN, hoje a World Conserva-tion Union, União Internacional para aConservação da Natureza).
O movimento ambientalista fortaleceu-seno pós-guerra, principalmente nas socie-dades capitalistas do ocidente (Crespo2003), mas atualmente trata-se de umfenômeno global. Entretanto, ele está dis-tante de ser uniforme: as condições so-cio culturais imprimem características lo-cais ou nacionais ao movimento ambien-talista, tanto em termos da manifestaçãodos seus ideais quanto no intuito de pro-vocar mudanças nas atitudes das pesso-as e das instituições em prol do meio am-biente e de sua conservação.
O Movimento Ambientalista noBrasil
Dentre os primeiros grupos dedicados àconservação da natureza no Brasil esta-va a Sociedade dos Amigos das Árvores,criada em 1930 (Urban 1998). Em segui-da, grupos compostos por renomados ci-entistas e jornalistas, entre outros, foramformados e estes exerceram forte influ-ência em questões ligadas a políticaspúblicas. A maioria das discussões glo-bais nos anos 60 e 70 sobre o meio am-biente estava relacionada à poluição, poisfoi nessa época que a sociedade reco-nheceu os efeitos negativos dos proces-sos industriais (Viola 2003). O Brasil se-guiu a tendência, e as ONGs (Organiza-ções Não-Governamentais) que surgiramno fim dos anos 70 e durante os anos 80lidavam, na maior parte das vezes, comassuntos específicos sobre centros urba-nos e temas como poluição e contamina-ção da água e do solo. Conseqüentemen-te, até hoje, os ambientalistas são alvosde severas críticas feitas por quem já foiafetado pelas denúncias de degradaçãoao meio ambiente e por aqueles que tive-ram suas atividades ou tecnologias ques-tionadas perante a opinião pública (Born2003).
BirdLife International
Estabelecida como organização não-governamental em 1922, a BirdLife é uma aliançade organizações conservacionistas presentes em mais de 100 países, que, juntas, sãoa referência em conhecimento sobre o estado de conservação das aves, seus hábitats,as questões e os problemas que afetam a avifauna mundial em geral. Conservacionis-tas, cientistas, técnicos e amadores trabalham em conjunto compartilhando priorida-des, políticas e programas de conservação, trocando conhecimentos, realizações einformações, desenvolvendo habilidades e gerando autoridade e influência. O objeti-vo é a elaboração de políticas, campanhas e ações integradas, baseadas em estudoscientíficos robustos, com abrangência internacional.
MissãoA aliança da BirdLife International visa conservar as aves, seus hábitats e a biodiversi-dade global, trabalhando com as pessoas para o uso sustentável dos recursos natu-rais.
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Os objetivos de longo prazo da BirdLife International são:• Prevenir a extinção de qualquer espécie de ave na natureza (1.212 espécies, oucerca de 12% de todas as espécies de aves no mundo são consideradas globalmen-te ameaçadas de extinção)• Manter e, quando possível, melhorar o estado de conservação de todas as espé-cies de aves• Conservar e, quando apropriado, melhorar e aumentar as áreas e hábitats impor-tantes para as aves• Promover, através das aves, a conservação da biodiversidade e a melhoria daqualidade de vida das pessoas
A BirdLife preocupa-se com a identificação de prioridades, para definir alvos e direci-onar ações voltadas à conservação das espécies, áreas e hábitats, dependendoprimordialmente da capacitação dos representantes nacionais como suporte a es-sas ações de conservação. Através de sua rede global de representantes nacionais,a BirdLife tem no mundo cerca de 2,5 milhões de associados e trabalha com umaequipe de 4.000 pessoas. As atividades educacionais envolvem anualmente maisde dois milhões de crianças, e as atividades conservacionistas abrangem um milhãode hectares de hábitats próprios ou de terceiros manejados em todo o mundo. Essaaliança singular de organizações não governamentais voltadas à conservação dasaves trabalha para atingir esses objetivos através do desenvolvimento de quatroprogramas complementares (e interligados): espécies, áreas, hábitats e pessoas.
1. Conservação das espéciesA BirdLife International identificou, na região das Américas, espécies ameaçadas deextinção ou que são alvos de atenção conservacionista (Collar et al. 1992, BirdlifeInternational 2000, 2004). Esse programa trabalha para a proteção das espéciesatravés de ações conservacionistas, que incluem: legislação, monitoramento, pes-quisa, priorização, manejo de populações e aquisição e manejo de propriedades.Essa abordagem é freqüentemente adotada para espécies de importância econômi-ca ou cultural relevantes, mas está aumentando para outras espécies ameaçadas deextinção nos níveis local, nacional e global.
2. Proteção de áreasTrata-se da proteção de áreas para a conservação das espécies e hábitats, e damanutenção da integridade dos processos ecossistêmicos, designando-se áreas paraa conservação dos recursos naturais, regulando-as e manejando-as de acordo comas necessidades da biodiversidade que ela contêm. Muitas pessoas no Brasil de-pendem da biodiversidade e do funcionamento dos ecossistemas para o próprio sus-tento: por exemplo, através do uso de plantas medicinais e da água proveniente demananciais.
O Programa de Áreas Importantes para a Conservação das Aves da BirdLife Interna-tional (IBA, do inglês Important Bird Area, veja capítulo 2) é uma iniciativa global quevisa identificar e proteger uma rede mundial de áreas críticas para a conservaçãodas aves. Os projetos voltados à conservação dessas áreas em todo o mundo traba-lham em conjunto com os atores locais para integrar a conservação às suas neces-sidades de desenvolvimento.
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Apesar disso, o movimento cresceu e umlevantamento de ONGs presentes no Bra-sil no início dos anos 90 revelou 1.533instituições voltadas ao meio ambiente(Cadastro Nacional de Instituições Ambi-entalistas; Mater Natura et al. 1996). Amaioria dessas ONGs eram instituiçõespequenas e locais com poucos membros,orçamentos restritos, e largamente diri-gidas pelo entusiasmo de seus fundado-res (Urban 1998). Poucas atuavam emassuntos voltados a políticas públicas. ARio 92 foi provavelmente responsável porum impulso extra no movimento ambien-talista no Brasil, ao promover a inclusãoda sociedade civil nas discussões de pro-jetos e políticas de proteção ambiental edesenvolvimento sustentável. Como re-sultado, a situação mudou de tal formaque as ONGs ambientalistas agora sãomuito mais efetivas em políticas públicas,embora sua força e capacidade institu-cionais limitadas ainda sejam obstáculos
para uma atuação mais ampla. O aumen-to da participação da sociedade civil foivisível no processo de preparação da pri-meira Conferência Nacional do Meio Am-biente, em 2003, que envolveu 65 milpessoas. Um resultado importante foi odesenvolvimento de uma agenda nacio-nal em diversos assuntos – água, biodi-versidade, infra-estrutura, meio ambien-te urbano, mudanças climáticas e flores-tas – construída com a colaboração derepresentantes do governo e da socieda-de civil. Outro exemplo refere-se à ela-boração do Plano Nacional de Áreas Pro-tegidas, recentemente elaborado por umgrupo de trabalho ministerial, em colabo-ração com especialistas, gestores de uni-dades de conservação e lideranças deorganizações e movimentos sociais, en-volvendo mais de 400 pessoas no pro-cesso1.
As redes nacionais, fóruns de discussões
1 Áreas Protegidas em Linha. Ano III, n. 61, 10 de Janeiro de 2006.
3. Manejo de hábitatsUma grande ameaça às aves e à biodiversidade em geral está na erosão contínua daqualidade e da extensão de hábitats em toda a paisagem. A perda e a degradação sãoocasionadas pelo uso intensivo dos recursos naturais pelo ser humano. A conserva-ção da qualidade e extensão de hábitats em toda a paisagem não pode ser alcançadasomente pela proteção de áreas representativas – uma abordagem mais ampla é ne-cessária. Governos e autoridades regionais ou locais podem favorecer e encorajar aconservação do meio ambiente através da formulação e uso de leis, políticas, planos,programas, iniciativas, subsídios, taxas, fundos, relações intergovernamentais e ou-tras medidas de maior abrangência. Idealmente, essas ações deveriam estar total-mente integradas às políticas de uso da terra, regulamentações e planos, através detodos os setores da economia e em todas as escalas.
4. Trabalhando com as PessoasUm relevante tema presente em todos os programas da BirdLife International, é a ne-cessidade imprescindível de trabalhar com e para as comunidades locais, através desua capacitação em conservação da biodiversidade em nível nacional. O objetivo estáem desenvolver o poder de articulação dos atores locais para que estes possam apoi-ar o manejo de áreas com alta biodiversidade, fortalecendo uma ampla rede de organi-zações conservacionistas e o público em geral para a valorização das aves, da biodi-versidade e do meio ambiente como um todo.
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e coalizões para debater e desenvolverestratégias integradas também surgiramnos anos 90, levando à maximização derecursos e resultados. Uma maior forçapolítica é alcançada através da coopera-ção entre ONGs, evitando a duplicaçãode esforços ao mesmo tempo em que asorganizações provêm apoio umas às ou-tras. Algumas redes que lidam especifi-camente com assuntos relativos ao meioambiente incluem: Fórum Brasileiro deOrganizações Não-Governamentais e Mo-vimentos Sociais para o Meio Ambiente e oDesenvolvimento (www.fboms.org.br);Rede de ONGs da Mata Atlântica(www.rma.org.br); Rede Nacional Pró-Unida-des de Conservação (www.redeprouc.org.br);Coalizão Rios Vivos (www.riosvivos.org);Rede Nacional de Combate ao Tráfico deAnimais Silvestres (www.renctas.org.br);e Rede Brasileira de Justiça Ambiental(www.justicaambiental.org.br). Algunsdesses grupos são compostos por orga-nizações nacionais e internacionais dossetores público e privado, alguns commais de 500 associados.
Mudanças na rígida concepção conser-vacionista, ocasionadas por uma maiorintegração das dimensões social, econô-mica e cultural à questão ambiental pu-deram ser observadas no Brasil nos maisde 10 anos que sucederam a Rio 92 (Born2003), expandindo-se do cenário localpara o nacional, e mesmo para toda aesfera global. Apesar disso, para o públi-co em geral, o meio ambiente não incluiseres humanos (indígenas, comunidadestradicionais ou urbanas), embora muitosbrasileiros acreditem que o meio ambi-ente seja importante para a sua própriasaúde (Crespo 2003), principalmente comrelação ao fornecimento de água potável.Na realidade, as chances de iniciativasbem-sucedidas de conservação do meioambiente serão maiores ao se estabele-cer uma ligação forte entre a manuten-ção da biodiversidade em todas as suas
formas e a qualidade de vida e saúde detodos os habitantes do planeta.
A Globalização e a Conservaçãoda Biodiversidade
O mundo encontra-se cada vez menordevido aos mecanismos de comunica-ções instantâneos, aos avanços nos mei-os de transporte (especialmente viagensaéreas internacionais), e ao rápido desen-volvimento das relações políticas e eco-nômicas. Está também se tornando efe-tivamente menor em virtude do impactodevastador do homem sobre o meio am-biente, reduzindo e fragmentando áreasnaturais, contaminando a atmosfera, ooceano e o solo, e reduzindo o número eabundância da maioria das espécies deanimais e plantas. Com a convergênciade valores sociais e culturais, as respon-sabilidades são divididas e é no setorambiental que tais resultados podem sermais facilmente observados. Uma vezque os assuntos sobre meio ambiente sãoglobais, o mesmo deve ocorrer para al-gumas de suas soluções. Nesse contex-to, as ONGs internacionais têm desem-penhado um papel significativo na con-servação da natureza no Brasil. Muitasdessas ONGs trabalham como redes glo-bais e desenvolvem atividades locais atra-vés da constituição de organizações na-cionais ou estabelecendo parcerias cominstituições locais já existentes. Entre es-sas ONGs estão a BirdLife International(veja o quadro), Conservação Internacio-nal, Flora and Fauna International, Ami-gos da Terra, Greenpeace, The NatureConservancy, Wildlife Conservation So-ciety e o Fundo Mundial para a Natu-reza. Algumas delas atuam em nichosespecíficos, mas a maioria está adotan-do uma agenda comum voltada à conser-vação do meio ambiente global. Dividirresponsabilidades em assuntos-chavespode, potencialmente, facilitar a imple-
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mentação de atividades porque, em prin-cípio, estas são apoiadas por vários gru-pos.
Além disso, uma gama de acordos inter-nacionais foi criada para apoiar a conser-vação da diversidade biológica e o usosustentável dos recursos naturais. A com-plexidade da cooperação internacionalestá no fato de que todas as partes en-volvidas visam maximizar os interessesnacionais; todavia, os benefícios coleti-vos usualmente implicam no oposto (Vi-ola 2003). Geralmente, os maiores con-flitos surgem devido às diferenças entreas nações desenvolvidas e em desenvol-vimento. O Protocolo de Kyoto é um cla-ro exemplo dessa dualidade existente nosacordos internacionais.
Embora convenções internacionais, acor-dos, tratados e demais mecanismos re-lacionados sejam planejados em nível go-vernamental para que os países signatá-rios possam contribuir com os objetivosestabelecidos, alguns oferecem oportu-nidades diretas para a sociedade civilapoiar a conservação das aves e de seushábitats. O Brasil faz parte (os documen-tos já foram ratificados pelo governo fe-deral) de algumas das mais importantesconvenções mundiais. Abaixo segue umalista de algumas dessas convenções eseus objetivos:
1. A Convenção sobre Diversidade Bio-lógica (Convention on Biological Diver-sity – CBD, www.biodiv.org, total de188 signatários) tem como objetivospromover a conservação da diversida-de biológica, o uso sustentável de seuscomponentes, e a divisão justa e eqüi-tativa dos benefícios advindos da utili-zação de recursos genéticos. A abor-dagem principal dessa convenção é aconservação da vida na natureza e,desse modo, ela talvez ofereça asmelhores oportunidades para a imple-
mentação das medidas necessárias àconservação das aves e da biodiver-sidade no Brasil.
2. A Convenção Ramsar em áreas úmidasde importância internacional (RamsarConvention on Wetlands of Internation-al Importance, www.ramsar.org, 146 sig-natários) provê um sistema de coope-ração internacional para a conserva-ção e o uso consciente das zonasúmidas. A maior parte das áreasRamsar encontra-se fora da região daMata Atlântica, mas algumas já sãoconsideradas Áreas Importantes paraa Conservação das Aves (IBAs).
3. A Convenção sobre o Comércio Inter-nacional de Espécies Ameaçadas deFauna e Flora Silvestres (Conventionon International Trade in EndangeredSpecies of W ild Fauna and Flora –CITES, www.cites.org, 169 signatári-os) foi criada para assegurar que o co-mércio de animais e plantas silvestres,bem como seus produtos, sejam ma-nejados de forma sustentável. O co-mércio ilegal é a principal questão, tan-to nacional quanto internacionalmen-te, para a conservação das aves. Osesforços de ONGs nacionais, dentreas quais se destacam a Renctas e aSOS Fauna, têm sido essenciais emrelação a essa questão, que represen-ta a terceira maior atividade ilegal noBrasil (Renctas 2002).
4. A Convenção do Patrimônio Mundial(World Heritage Convention – WHC,whc.unesco.org, 180 signatários) temo objetivo de identificar e conservarmonumentos culturais, naturais e lo-cais de considerável valor universal.Vem sendo implementada através danomeação de áreas adequadas pelosgovernos nacionais. Há 16 sítios doPatrimônio Mundial no Brasil, algunsdos quais são considerados Áreas Im-portantes para a Conservação dasAves (IBAs).
5. O Programa Homem e Biosfera da UNES-
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CO (UNESCO’s Man and Biosphere Pro-gramme – MaB, www.unesco.org/mab/)não é um instrumento legal, e sim umprograma que objetiva a conservaçãoe o uso sustentável da diversidade bi-ológica e a melhoria da relação entreas pessoas e o meio ambiente. Umaparte significativa da Mata Atlântica noBrasil foi declarada Reserva da Bios-fera da Mata Atlântica, implementadaatravés do Conselho Nacional da Re-serva da Biosfera da Mata Atlântica –representado por organizações gover-namentais e não-governamentais –,que representa um fórum adicionalpara discussão de assuntos relaciona-dos ao desenvolvimento sustentávelna região da Mata Atlântica.
6. A Convenção do Hemisfério Ociden-tal (Western Hemisphere Convention,22 signatários da região das Américas)tem estado inativa nos últimos anos,sem um secretariado que atue espe-cificamente para atingir suas metas.Mesmo assim, o objetivo dessa con-venção é o de conservar as espéciesde animais e plantas terrestres e ma-rinhos, e seus hábitats. Os meios pe-los quais essas metas serão atingidasestão de acordo com todas as conven-ções descritas acima.
As convenções que seguem, das quais oBrasil também é signatário, terão impac-tos nas espécies de animais e hábitatsno longo prazo:1. A Convenção das Nações Unidas de
Combate à Desertificação (The Unit-ed Nations Convention to CombatDesertification, www.unccd.int, 191signatários) foi sancionada durantea Rio 92 com o objetivo de combatera desertificação e mitigar os efeitosda seca;
2. A Convenção das Nações Unidas em
Mudanças Climáticas (The United Na-tions Framework Convention on Clima-te Change, www.unfccc.int, 189 signa-tários) e o Protocolo de KyotoUNFCCC (154 signatários), foram cri-ados para mitigar os efeitos adversosdas mudanças climáticas para o ho-mem e para o meio ambiente; e
3. Os signatários da Convenção de Vie-na para a Proteção da Camada deOzônio (Vienna Convention for theProtection of the Ozone Layer ,www.unep.ch/ozone/vienna.shtml) edo Protocolo de Montreal sobre Subs-tâncias que Afetam a Camada de Ozô-nio (Montreal Protocol on Substancesthat Deplete the Ozone Layer), con-cordaram em tomar medidas apropri-adas para proteger a saúde do homeme o meio ambiente contra os efeitosadversos que resultam das mudançasna camada de ozônio.
O Brasil não faz parte da Convenção paraa Conservação de Espécies Migratóriasde Animais Silvestres (Convention on theConservation of Migratory Species of WildAnimals – CMS ou Bonn Convention ,www.cms.int, 92 signatários), desenvol-vida para proteger espécies migratórias,e que reconhece que a proteção é neces-sária em todo o percurso da migração, oque requer ação e cooperação internaci-onais. É clara a necessidade da partici-pação do Brasil nessa importante conven-ção, particularmente para as aves, pois oBrasil recebe espécies migratórias de re-giões austrais e neotropicais durante seuciclo anual de migração. Curiosamente,o Brasil é signatário (à espera pela ratifi-cação) do Acordo sobre a Conservaçãode Albatrozes e Petréis (Agreement on theConservation of Albatrosses and Petrels– ACAP, www.acap.aq), criado sob osauspícios da CMS.
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Bibliografia
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Background
The future of Humanity depends solely onthe generations living now on Earth:choosing to continue the current model ofdevelopment, or moving towards a sus-tainable socio-environmental paradigm. Inorder to make such a choice, increasingthe understanding of the relationship be-tween humans and nature is a fundamen-tal step. The Earth Summit, known as Rio92, where all governments affiliated to theUnited Nations gathered to discuss issuesof environment and development, pre-sented the ideal opportunity to bring thediscussion of the importance of environ-mental conservation to the Brazilian pub-lic.
Though discussions were intensified dur-ing this period, the identification of prob-lems related to environmental destructionin Brazil dates back to the end of the eight-eenth century (Pádua 2002). At that timenational efforts to learn about the flora andfauna of Brazil were undertaken, alongwith attempts to record and protect thenatural heritage (Urban 1998). The firstproposal for the creation of a protectedarea (National Park) was developed in thenineteenth century, but the first public re-serve, Itatiaia National Park was not cre-ated until more than 60 years later, in1937. By that time, habitat destructionwas already rampant. In fact, deforesta-tion, timber extraction and the trade inskins, feathers and live animals have al-ways been an integral part of the Brazilianhistory, particularly in the Atlantic ForestRegion (Dean 1996). Many of thesethreats still represent enormous chal-lenges to avoiding further degradation of
the environment and consequent speciesextinctions in the immediate future.
Isolated attempts to protect groups of spe-cies throughout the world were made atthe end of the nineteenth century. Thefirst movements against the destructionof nature in the tropics emerged in En-gland, when people began to considertheir role in relation to the natural envi-ronment (McCormick 1992). A group ofBritish women protested against the traf-ficking of feathers (mostly from egrets,macaws, parrots, toucans, hummingbirdsand trogons) from Brazil and elsewhere,which were used to decorate women’shats (Urban 1998). The Royal Society forthe Protection of Birds (RSPB, BirdLifeInternational in the United Kingdom), cre-ated in 1889, launched a campaignagainst the use of feathers on women’saccessories. This campaign resulted inthe cessation of feather exports from In-dia in 1892. Unfortunately this movementhad no effect in Brazil – between 1901 and1905, Brazil exported more than 600 kgof feathers, the majority to England (Ur-ban 1998). Also in 1905, the United Statesimported more than 11,000 kg of Rheafeathers from Brazil to produce dusters(Urban 1998).
Scientific interest in birds emerged ataround the same time as concerns abouttheir protection. The first InternationalOrnithological Congress took place in1884, in Vienna, and a year later, thefirst attempt at international collaborationfor the protection of birds was madethrough the “Egret Convention”. In theearly twentieth century, international col-laboration for the protection of nature was
Civil Society and Conservation in Brazil
Jaqueline M. Goerck
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consolidated with the creation of severalcommittees, among them the InternationalCouncil for Bird Preservation (ICBP, nowBirdLife International, see below) in 1922,and the International Union for the Con-servation of Nature (IUCN, now the WorldConservation Union) in 1948.
The environmental movement gainedmomentum in the post-war years, mainlywithin western capitalist societies (Crespo2003), but is now very much a global phe-nomenon. However, it is far from beinghomogeneous: national or local charac-teristics influence objectives, and ap-proaches to changing attitudes towardsthe environment and its conservation.
Environmental Movement in Brazil
The Sociedade dos Amigos das Árvores,created in 1930, was among the firstgroups dedicated to nature conservationin Brazil (Urban 1998). Following on fromthis, other groups were formed by promi-nent scientists, journalists and others, andthey exerted strong influence over publicpolicy issues. Global environmental dis-cussions in the 1960s and 1970s relatedmostly to pollution, when urban societyrecognised the negative effects ofindustrialisation (Viola 2003). Brazil fol-lowed the trend, and non-governmentorganisations (NGOs) that appeared atthe end of the 1970s and through the
BirdLife International
Established as an NGO in 1922, BirdLife is a Partnership of conservation organisationsworking in more than 100 countries which, together, are the leading authority on thestatus of birds, their habitats and the issues and problems affecting bird life. Conserva-tionists, scientists, technicians and amateurs work together on shared priorities, poli-cies and programmes for conservation action, exchanging skills, achievements andinformation, growing in ability, authority and influence. The objective is to develop inte-grated policies, campaigns and action programmes based on solid scientific studies,with a high international profile.
Mission StatementThe BirdLife International Partnership strives to conserve birds, their habit ats and glo-bal biodiversity, working with people towards sust ainability in the use of natural re-sources.
BirdLife International’s long-term aims are to:• Prevent the extinction of any bird species in the wild (1,212 species, or c.12% of theworld’s birds are currently considered globally threatened)• Maintain and, where possible, improve the conservation status of all bird species• Conserve and where appropriate improve and enlarge sites and habitats important forbirds• Help, through birds, to conserve biodiversity and to improve the quality of people’slives
BirdLife attaches great importance to the identification of priorities, to set targets andguide conservation action on species, sites and habitats, depending vitally on the build-ing of the local capacity at a national level in support of conservation action. Throughthe Partnership, BirdLife has 2.500.000 members worldwide, working with 4000 staff.Educational activities engage over two million children annually, and conservation ac-tivities encompass one million hectares of natural habitats owned or managed through-
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out the world. The unique Partnership of bird-oriented non-governmental organisationsworks towards these aims through the development of four complementary (and inter-linked) programmes: species, sites, habitats, and people.
1. Conservation of speciesBirdlife International has identified species that are threatened with extinction or areotherwise of global conservation concern in the Americas region (Collar et al. 1992,Birdlife International 2000, 2004). This programme works towards the protection ofspecies through conservation action. Conservation action may take many forms, in-cluding legislation, monitoring, research, priorisation, management of populations, andthe acquisition and management of land. Such an approach is often taken for speciesof economic or cultural importance, but increasingly also for species that are threat-ened with extinction at local, national and global levels.
2. Protection of sitesThis is the protection of sites to conserve species and habitats and to maintain theintegrity of ecosystem processes, by designating areas for the conservation of naturalresources, and regulating and managing them according to the needs of the biodiversi-ty they contain. Many people in Brazil depend on biodiversity and ecosystem functionsfor their livelihoods – medicinal plants and water supply that relies on forested water-sheds, for example.
The Birdlife International’s Important Bird Area Programme is a global initiative aimedat identifying and protecting a network of critical sites for the world’s birds conservation(see chapter 2). Site-based projects worldwide are working with communities to inte-grate conservation with the development needs of local people.
3. Management of habitatsA great threat to birds’ and to biodiversity in general, lies in the continuing erosion of thequality and extent of habitats across the entire landscape. This loss and degradation isdriven by the increasing intensity of human uses of the environment. The conservationof habitat extent and quality across the landscape cannot be achieved solely by theprotection of representative areas – a wider approach is needed. National govern-ments and regional or local authorities can favour and encourage the conservation ofthe wider environment in the way that they formulate and use their laws, policies, plans,programmes, initiatives, subsidies, taxes, funds, inter-governmental relations and oth-er broad measures. Ideally, these should be fully integrated into land-use policies,regulations and plans, across all sectors of the economy and at all scales.
4. Working with PeopleA consistent theme underlying all BirdLife International programmes is the over-ridingneed to work with and for local people, by building national capacity for biodiversityconservation, empowering site-adjacent communities to have a say in the manage-ment of high biodiversity sites, and strengthening a continent-wide network of conser-vation organisations and a general public that values wild birds, biodiversity and thewider environment.
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1980s dealt mostly with specific urban is-sues and themes such as pollution andcontamination of water and soils. Conse-quently, from early on, environmentalistsbecame the target of ferocious criticismfrom those affected by the denunciationsof environmental degradation, or peoplewhose activities or technologies had beenquestioned before the general public(Born 2003).
Nevertheless, the movement grew and alist of NGOs present in Brazil in the early1990s revealed 1,533 different environ-mental institutions (Cadastro Nacional deInstituições Ambientalistas; Mater Naturaet al . 1996). These were mostly small,local NGOs with few members and tinybudgets, driven largely by the enthusiasmof their founders (Urban 1998). Few wereengaged in public policy issues. Rio 92may have been responsible for an extraimpetus in the environmental movementin Brazil, as it promoted the inclusion ofcivil society issues in projects and poli-cies of environmental protection and sus-tainable development. As a result, thesituation changed such that non-govern-ment environmental organisations arenow able to exert a greater and muchmore effective role in public policy, thoughlimited institutional strength and capacityis still a hindrance to even greater partici-pation. The increasing participation of thecivil society was visible in the preparationsfor the first National Conference on theEnvironment in 2003 – 65,000 peoplewere involved in preparatory meetings. Anational agenda on several issues (wa-ter, biodiversity, infra-structure, urban en-vironment, climate change and forests),– drawn up in collaboration by govern-ment and civil society representatives,was an important result of these meetings.Likewise, the National Protected AreasPlan was recently devised through the
efforts of the Ministry of the Environmentin collaboration with specialists, reservemanagers, and civil society organisations,involving more than 400 people in the pro-cess1.
The development of national networks,discussion fora, and coalitions to debateand develop integrated strategies for com-mon positions also emerged in the 1990s.Working in networks allows for a maximi-zation of resources and results: greaterpolitical strength is gained through coop-eration among NGOs, avoiding duplica-tion of efforts at the same time asorganisations provide support to eachother. Some of the networks dealing spe-cifically with environmental issues are: theBrazilian Forum on NGOs and SocialMovement for the Environment and De-velopment (Fórum Brasileiro de ONGs eMovimentos S ociais p ara o M eioAmbiente e o Desenvolvimentowww.fboms.org.br); Network of AtlanticForest NGOs (Rede de ONGs da Mat aAtlântica www.rma.org.br); Network on Pro-tected Areas (Rede Nacional Pró Unidadesde Conservação www.redeprouc.org.br);Coalition on Rivers (Coalizão Rios V ivoswww.riosvivos.org); National Networkagainst Wildlife Trade (Rede Nacional deCombate ao Tráfico de Animais Silvestreswww.renctas.org.br); and Brazilian Net-work of Environmental Justice (RedeBrasi leira de Just ica Ambientalwww.justicaambiental.org.br). Some ofthese groups include both, national andinternational organisations, from the pub-lic and private sectors, some with morethan 500 member institutions.
More than 10 years after Rio 92, changesfrom a strict preservationist view to agreater integration of the social, economicand cultural dimensions of the problemcan be observed in Brazil (Born 2003),
1 Áreas Protegidas em Linha. Ano III, n. 61, 10 de Janeiro de 2006.
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expanding from the local to the national,and even to the global spheres. Yet, tothe general public, the environment doesnot include human beings (whether indig-enous, traditional, or urban communities)even though most Brazilians believe theenvironment is important for their ownhealth (Crespo 2003), mostly in relationto the supply of drinkable water. Indeed,the chances of success for the conserva-tion of the environment will be greatest ifa link can be established between main-taining the existing biodiversity in all of itsforms, and the quality of life and health ofall inhabitants of the planet.
Globalisation and the Conservationof Biodiversity
The world is growing ever smaller due toinstantaneous communication mecha-nisms, major advances in travelling (es-pecially international air travel), and therapid development of political and eco-nomic relations. It is also becoming ef-fectively smaller as a result of the devas-tating impact of humans on the environ-ment, reducing and fragmenting naturalareas, contaminating the atmosphere, theocean and the soil, and diminishing thenumber and abundance of the majority ofanimal and plant species. With the con-vergence of social and cultural values,responsibilities become shared, and it isin the environment sector that such resultsare most easily observed. Since environ-mental issues have become global, someof the solutions also need to be. In thiscontext international NGOs have playeda significant role in the conservation of theenvironment in Brazil. Many of theseNGOs work as global networks, and de-velop activities locally by establishing na-tional NGOs, or through partnerships withexisting local NGOs. Among these orga-nizations are BirdLife International (seebox), Conservation International, Flora
and Fauna International, Friends of theEarth, Greenpeace, The Nature Conser-vancy, Wildlife Conservation Society, andWorld Wildlife Fund. Some of theseNGOs have specific niches for their ac-tivities, but most are moving towards thedevelopment of a common agenda for theconservation of the global environment.Shared responsibilities on key issuescould potentially facilitate the implemen-tation of activities on the ground, if noth-ing else, simply by knowing that such ac-tivities are supported in principle by manyothers.
In addition, a range of international agree-ments has been established to support theconservation of biological diversity andsustainability in the use of natural re-sources. The complexities of internationalcooperation arise from the fact that allparties involved take positions that aim tomaximize national interests, yet collectivebenefits usually result only when these areset aside (Viola 2003). In general thegreatest conflicts emerge from differencesbetween developed and developing na-tions. The Kyoto Protocol is a clear ex-ample of this dual facet of such interna-tional agreements.
Though international Conventions, Agree-ments, Treaties, and related mechanismsare devised at the government level sothat signatory countries contribute to theobjectives established, some offer directopportunities to civil society to support theconservation of birds and their habitats.Brazil is Party (i.e. the documents havealready been ratified by the governmentat the federal level) to some of the mostimportant conventions worldwide. Belowis a list of some of these conventions andtheir objectives:
1. The Convention on Biological Diversity(CBD, www.biodiv.org, total 188 par-ties) has the objectives of conserva-
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able use of biological diversity, and forthe improvement of the relationshipbetween people and their environment.A significant portion of the Atlantic for-ests of Brazil have been declared theAtlantic Forest Biosphere Reserve. Itis implemented through the NationalCouncil of the Atlantic Forest Bio-sphere Reserve (Conselho Nacionalda Reserva da Biosfera da Mat aAtlântica), represented by both governmentand non-government organisations, whichprovides an additional forum to discussissues related to sustainable develop-ment in the Atlantic Forest Region.
6. The Western Hemisphere Convention(22 parties from the Americas region)has been largely dormant over the lastfew years, with no secretariat workingspecifically towards its goals. Yet thisconvention’s aims are to conserve ter-restrial and marine species of animals,plants and their habitats, and themeans by which these goals are to beachieved are consistent with all of theabove conventions.
The following conventions, to which Bra-zil is also a Party, will have impacts onspecies and habitats in the longer term:1. The United Nations Convention to
Combat Desertification (www.unccd.int,191 parties) was endorsed during Rio-92 with the objective of combating de-sertification and mitigating the effectsof drought;
2. The United Nations Framework Conven-tion on Climate Change (www.unfccc.int,189 parties), and the UNFCCC KyotoProtocol (154 parties) to mitigate adverseeffects of climate change on humansand the environment; and
3. The Vienna Convention for the Protec-tion of the Ozone Layer (www.unep.ch/ozone/vienna.shtml) and the MontrealProtocol on Substances that Depletethe Ozone Layer, where parties agreedto take appropriate measures to pro-
tion of biological diversity, sustainableuse of its components, and fair andequitable sharing of the benefits aris-ing out of utilisation of genetic re-sources. The primary approach of thisconvention is conservation in the wild,and thus it offers perhaps the greatestopportunities for bird and biodiversityconservation in Brazil.
2. The Ramsar Convention on Wetlands ofInternational Importance (www.ramsar.org,146 parties) provides a framework forinternational cooperation for the con-servation and wise use of wetlands.Most Ramsar sites in Brazil lie outsidethe Atlantic Forest Region, but someare already considered Important BirdAreas (IBAs).
3. The Convention on International Tradein Endangered Species of Wild Faunaand Flora (CITES, www.cites.org, 169parties) was established to ensure thattrade in wildlife and its products is man-aged sustainably. Illegal trade is amajor issue, both nationally and inter-nationally, for the conservation of birds.The efforts of national NGOs, mostnotably Renctas and SOS Fauna, havebeen instrumental in dealing with thisissue, which represents the third larg-est illegal activity in Brazil (Renctas2002).
4. The World Heritage Convention(WHC, whc.unesco.org, 180 parties)has the aim of identifying and conserv-ing cultural and natural monumentsand sites of outstanding universalvalue. This is implemented through thenomination of suitable sites by nationalgovernments. There are 16 WorldHeritage sites in Brazil, some of whichare considered Important Bird Areas(IBAs).
5. UNESCO’s Man and BiosphereProgramme (MaB, www.unesco.org/mab/) is not a legally-binding instru-ment, rather it is a programme thataims for the conservation and sustain-
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Bibliography
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tect human health and the environmentagainst adverse effects resulting fromchanges on the ozone layer.
Finally, Brazil is not a Party to the Con-vention on the Conservation of MigratorySpecies of Wild Animals (also known asCMS or Bonn Convention, www.cms.int,92 parties), devised to protect migratoryspecies, recognising that protection isneeded throughout their migratory ranges,
and that this requires international coop-eration and action. Clearly effort is neededto encourage Brazil to take part in thisimportant convention, particularly for birds,since Brazil hosts both austral andneotropical migrants during their annual mi-grations. Interestingly, Brazil is signatory(awaiting ratification) to the Agreement onthe Conservation of Albatrosses and Petrels(ACAP, www.acap.aq), an agreement de-vised under the auspices of the CMS.
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Visão
O Programa de Áreas Import antes paraa Conservação das Aves visa assegurara conservação a longo prazo de uma redede áreas criticamente importantes para asaves e p ara a biodiversidade, que, jun-tas, abrangem todos os grandes ecossis-temas do mundo
O Programa de Áreas Importantespara a Conservação das Aves
Alguns lugares são excepcionalmenteimportantes para as aves e a biodiversi-dade em geral, e sua efetiva conserva-ção, tanto como áreas oficialmente pro-tegidas ou através da disseminação depráticas sustentáveis de uso da terra, éuma estratégia fundamental de conser-vação. A conservação de algumas espé-cies não pode, entretanto, ser realizadapor meio de uma abordagem baseadaapenas em áreas protegidas, demandan-do um tratamento diferente, ou deve sercombinada a medidas de conservaçãomais amplas enfocando o meio ambientecomo um todo. Mesmo assim, o padrãode distribuição das aves é tal que, namaioria dos casos, é possível selecionaráreas que suportam muitas espécies cujaconservação é necessária. Esses luga-res são cuidadosamente identificadosseguindo critérios científicos globais e sãoconhecidos como Áreas Importantespara a Conservação das Aves, ou IBAs,sigla de Important Bird Areas, sua de-nominação em inglês. As IBAs são sele-cionadas para abranger populações dis-tintas ao longo da distribuição geográfica
das espécies. Essa rede de áreas podeser considerada como o mínimo necessá-rio para assegurar a sobrevivência das es-pécies de aves ao longo de seus locaisde distribuição. Entretanto, pelo fato dea maior parte dessas áreas serem essen-cialmente refúgios (isto é, são remanes-centes de hábitats naturais muito peque-nos, ou únicos), as conseqüências daperda de qualquer uma delas podem serdesproporcionalmente grandes. Além dis-so, embora a rede de IBAs seja definidapor sua avifauna, sua conservação asse-guraria a sobrevivência de um grandenúmero de espécies de outros gruposanimais e vegetais.
A prevenção de extinções futuras e amanutenção da integridade dos ecossis-temas depende de informações científi-cas atualizadas sobre espécies e áreascriticamente ameaçadas. Para alcançarresultados positivos a longo prazo, é ne-cessário um conjunto integrado e ob-jetivo de esforços, coordenado por toma-dores de decisões e demais atores locais.O programa de IBAs busca o consenso eo comprometimento ao envolver todos osatores locais, desde o início, em um sis-tema no qual todos podem trabalhar paraatingir metas adequadas e objetivas deconservação. Esta é uma abordagemintegrada e participativa, e as iniciativasem curso se beneficiam pelo fato de suaimportância ser estabelecida tanto em umcontexto global como em parte de umaagenda nacional, enquanto novas inicia-tivas são desenvolvidas com base emsuas prioridades. E, talvez, o mais impor-tante de tudo: o programa proporciona umaestrutura na qual os ganhos (ou perdas)
Áreas Importantes para a Conservação das Aves
David Wege & Jaqueline M. Goerck
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de conservação podem ser mensurados.
Argumento Biológico
As aves são indicadores de biodiversida-de efetivos de outros grupos animais evegetais (Bibby 1999), e são espéciesbandeira excelentes para a conservaçãopor serem relativamente bem conhecidase por apresentarem apelo popular. Elastêm sido utilizadas de maneira eficaz naavaliação e conservação de áreas úmi-das (por exemplo, na identificação de Sí-tios para a Convenção Ramsar) e na iden-tificação de grandes centros de endemis-mo terrestre, onde algumas áreas muitorestritas contêm a totalidade das popula-ções de várias espécies (Projeto de
Áreas de Aves Endêmicas da BirdLife,EBA, do inglês Endemic Bird Area). Emambos os casos, a distribuição das avestem sido usada para identificar áreas deimportância global não somente para avesmas também para outras formas de vida.
O Processo de Identificação dasÁreas Importantes para aConservação das Aves
Categorias e critérios das Áreas Impor-tantes para a Conservação das Aves (vertabela para detalhes)
A1. Espécies globalmente ameaçadas deextinçãoÁreas com número significativo de uma
O Programa de Áreas Importantes para a Conservação das Aves(IBAs) da BirdLife International
Um dos objetivos estratégicos da aliança BirdLife é identificar e proteger as IBAs aoredor do mundo.• A função do programa de IBAs é identificar, proteger e gerenciar uma rede de
áreas importantes para viabilizar, a longo prazo, populações naturais de aves, aolongo de seus locais de distribuição geográfica, para as quais uma abordagembaseada na conservação das áreas é apropriada (no caso de espécies migratórias,as IBAs devem englobar os locais de pouso durante o percurso).
• A manutenção da integridade biológica dessas áreas é decisiva para a conservaçãodas aves. A proteção legal, o manejo e o monitoramento desses locais cruciaissão alvos importantes de ação, e muitas (embora nem todas) espécies de avespodem ser efetivamente preservadas através desses meios.
• Enquanto as áreas são selecionadas usando critérios quantitativos cientificamentecomprovados, o conceito de IBA é pragmático. Dessa forma, a rede de áreasprotegidas existente é levada em consideração e, em muitos casos, formará aespinha dorsal da rede de IBAs com locais adicionais propostos para preenchereventuais lacunas.
• O Programa de IBAs é global em escala, e provavelmente mais de 20 mil IBAs aoredor do mundo serão identificadas usando critérios de seleção padronizados einternacionalmente reconhecidos. As IBAs em todo o mundo são equivalentes emimportância.
• O programa visa contribuir com estratégias nacionais de conservação, através dapromoção e do desenvolvimento de programas locais de áreas protegidas, aomesmo tempo em que pode ser usado como ferramenta para o desenvolvimentode políticas públicas em nível internacional (por exemplo, para assegurar aimplementação de acordos globais e medidas regionais).
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ou mais espécies de aves globalmenteameaçadas de extinção.
A2. Espécies de distribuição restritaÁreas que abrigam todas as espécies dedistribuição restrita de uma Área de AvesEndêmicas. As EBAs são locais que con-têm distribuições sobrepostas de espéci-es cujas áreas de distribuição são meno-res do que 50 mil km².
A3. Espécies restritas ao biomaÁreas que abrigam espécies largamenteou completamente confinadas a um bio-ma específico.
A4. Espécies congregantesÁreas mais importantes (por exemplo,colônias de reprodução, pontos de para-da, locais de invernagem, áreas de gar-galo durante a migração1) para avesaquáticas congregantes, aves limícolas,aves marinhas e outras aves migratórias(por exemplo, aves de rapina, cegonhase alguns passeriformes).
Deve ser enfatizado que atender a estescritérios é uma condição mínima para aseleção das áreas, mas nem todas aque-las que se encaixam nestes critérios se-rão selecionadas como IBAs. Fatoresadicionais que serão considerados naseleção das IBAs incluem: a importânciado local para outras espécies da fauna eflora, a probabilidade do local receber pro-teção efetiva e quão bem a área se ajus-ta dentro de uma rede nacional (ela pro-porciona um aumento na cobertura geo-gráfica de um bioma? É parte de um con-junto de áreas interdependentes? Incluielementos importantes da avifauna quenão são contemplados por outras áreas?).
Os limites de uma IBA são assim defini-
dos de maneira que, na medida do pos-sível, elas sejam diferentes em suas ca-racterísticas, hábitat ou importância orni-tológica de seu entorno. A IBA pode seruma área protegida já existente ou po-tencial, com ou sem zonas de amorteci-mento, ou tratar-se de uma área que podeser manejada para a conservação da na-tureza.
Finalmente, uma análise de complemen-taridade é desenvolvida para a identifica-ção de hábitats críticos ou espécies quenão estão adequadamente representadasnas áreas inicialmente propostas. O sis-tema de IBAs pode ser então melhoradopara assegurar a conservação a longoprazo de um número maior (preferencial-mente a totalidade) de espécies.
Fases do Programa de IBAs
O Programa de IBAs é dividido em qua-tro fases seqüenciais, que podem às ve-zes ser desenvolvidas simultaneamente,caso surjam oportunidades ou a necessi-dade de evitar uma maior degradação dohábitat ou a extinção de espécies.
Fase 1 – Identificação das IBAs emescala nacionalEsta fase consiste basicamente no levan-tamento de informações sobre as IBAsbaseado na literatura existente. Listas deespécies são consultadas e critérios sãoaplicados para verificar se uma determi-nada área se qualifica como IBA. Um in-ventário de áreas é elaborado, revisadoe aprovado por especialistas. O relatóriodas IBAs é então publicado e colocado àdisposição de atores locais dos setorespúblico e privado, nos níveis local, regio-nal, nacional e internacional.
1 Uma área de gargalo durante a migração é aquela pela qual passa regularmente um grande número deaves migratórias em certas estações do ano (tais áreas podem também ser usadas como locaistradicionais de descanso pelas aves que estão de passagem).
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Critérios para a Identificação das Áreas Importantes para a Conservação das AvesCategoria
A1 Espéciesglobalmenteameaçadas deextinção
A2 Espécies deDistribuiçãoRestrita
A3 EspéciesRestritas aoBioma
A4 Espéciescongregantes
Critério
Área que regularmente abriga número significativode espécies globalmente ameaçadas, ou outrasespécies de interesse global de conservação
Área conhecida por abrigar espécies de distribuiçãorestrita, isto é, aquelas cujas distribuições dereprodução definem as Áreas de Aves Endêmicas(EBAs) ou Áreas Secundárias2 (Secondary Área –SA)
Área onde se tem o conhecimento ou que se estimeque abrigue um grupo de espécies cujasdistribuições são largamente ou completamenteconfinadas a um bioma específico
(i) Área onde se tenha o conhecimento ou que seestime que abrigue, em uma base regular, ≥1% deuma população biogeográfica de espécies aquáticascongregantes
ou
(ii) Área onde se tenha o conhecimento ou que seestime que abrigue, em uma base regular, ≥1% dapopulação global de espécies congregantes de avesmarinhas ou terrestres
ou
(iii) Área onde se tenha o conhecimento ou que seestime que abrigue, em uma base regular, ≥20 milaves aquáticas ou ≥10 mil casais de aves marinhasde uma ou mais espécies.
ou
(iv) Área onde se tenha o conhecimento ou que seestime que exceda os limiares definidos paraespécies migratórias em locais de gargalo durante amigração
Observações
A área se qualifica caso se tenhaconhecimento ou se estime que elaabrigue uma população de espéciesconsideradas Criticamente Ameaçadasou Em Perigo. O tamanho daspopulações de espécies para as quaissão atribuídas classificações deVulnerável, com Dados Insuficientes ouQuase-Ameaçadas é estabelecidoregionalmente, conforme apropriado,para auxiliar na seleção das áreas
A área deve fazer parte de um gruposelecionado para assegurar que, namedida do possível, todas as espéciesde distribuição restrita de uma EBA ouSA estejam presentes em númerosignificativo em pelo menos um local e,preferivelmente, em mais de um
A área deve fazer parte de um gruposelecionado para assegurar que, namedida do possível, todas as espéciesconfinadas a um bioma sejamadequadamente representadas
Esta categoria se aplica às espéciesaquáticas definidas pela WetlandsInternational (2002). Os limiares sãogerados em alguns casos combinandopopulações migratórias dentro de umaregião biogeográfica. Para outrasespécies sobre as quais faltam dadosquantitativos, os limiares são definidosregional ou inter-regionalmente,conforme apropriado. Nestes casos, oslimiares serão estimados em 1% dapopulação biogeográfica
Esta categoria inclui aquelas espéciesde aves marinhas não definidas porWetlands International (2002). Naausência de dados quantitativos, oslimiares numéricos para cada espéciesão definidos regional ou inter-regionalmente, conforme apropriado.Nestes casos, os limiares serãoestimados em 1% da população global
Para as aves aquáticas, são aplicadosos mesmos critérios adotados nacategoria 5 da Convenção Ramsar
Os limiares numéricos são definidosregional ou inter-regionalmente,conforme apropriado
2 Áreas Secundárias são áreas que abrigam uma ou mais espécies de aves com distribuição restrita, mas que não sequalificam como uma Endemic Bird Areas, uma vez que menos do que duas espécies têm sua distribuição totalmenteconfinada nessas áreas.
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Fase 2 – Designação de áreasPara designar um local como uma IBA,são desenvolvidas campanhas e, emmuitos casos, as atividades de conser-vação começam imediatamente. Gruposformados por atores locais (Local Con-servation Groups – LCG, grupos de par-ceiros locais estabelecidos para uma áreaem particular) são criados com o objetivode apoiar e promover ações de conser-vação para cada área. Em muitos casos,estes grupos já existem, podendo se be-neficiar do fato que o local agora é consi-derado uma IBA (status de reconhecimen-to internacional) e promover campanhasvisando um maior apoio à conservaçãolocal. Os LCGs podem ser compostostambém por empresas ou órgãos gover-namentais que atuam ou que tenham in-teresse no local.
Fase 3 – Proteção: articulação e açãoOs grupos de parceiros locais são enco-rajados a desenvolver e implementar pla-nos de ação de conservação ou de ma-nejo para as áreas. É recomendável aarticulação com a esfera governamental.Como uma rede de áreas que, se prote-gidas, conservarão todas as espécies deaves e a biodiversidade em geral, as IBAspodem ajudar o governo a efetivar oscompromissos firmados em Convençõese Acordos Internacionais dos quais o paísé signatário (ver capítulo 1).
Fase 4 – Atualização e monitoramentoA informação sobre as IBAs é gerencia-da e monitorada por uma coordenaçãonacional. Uma rede de colaboradoresdeve ser formada para apoiar o processode atualização da informação, visandoações futuras de monitoramento e con-servação. Os colaboradores podem sermembros dos LCGs ou “guardiães dasIBAs”, nesse caso representados por pes-soas que, embora não estejam diretamen-te envolvidas na conservação da área,reportam-se para o coordenador nacio-
nal sobre a situação do local. O ideal éque seja elaborado um cadastro nacio-nal para facilitar o gerenciamento das in-formações. Em nível global, a BirdLifeestá desenvolvendo o Banco de Dadosdas Aves no Mundo (World Bird Dat aBase – WBDB) para integrar informaçõesde todos os países. O WBDB tem sidousado pela BirdLife para gerenciar, anali-sar e reportar o status de conservaçãode espécies ameaçadas, contribuindopara análises globais como o Estado dasAves no Mundo (BirdLife International2004) e na publicação dos Livros Verme-lhos (Red Data Books, publicação desen-volvida pela BirdLife International comdados sobre as espécies de aves global-mente ameaçadas de extinção no mun-do inteiro (por exemplo, Collar et al. 1992).O WBDB também possui informaçõessobre as IBAs, que estarão disponíveisna Internet assim que todos os coorde-nadores nacionais das IBAs alimentaremos dados no sistema. Para tornar issopossível, informações completas sobre asIBAs (estado de conservação, ameaças,uso de terra) e espécies (distribuição, ta-manho das populações, ameaças) serãofornecidas e atualizadas regularmente.Dessa forma, o WBDB é um canal quepermite que a informação seja dissemi-nada entre aqueles que coletam os da-dos, os que os atualizam, aqueles que osvalidam, os que os analisam para con-verter a informação científica em objeti-vos específicos, e aqueles que fornecemessa informação para os tomadores dedecisão, traduzindo a ciência da conser-vação em ação.
Histórico
O conceito de Áreas Importantes para aConservação das Aves resultou de diver-sos estudos desenvolvidos pela BirdLifeInternational (e pela Wetlands Internatio-nal) em nome da Comissão da Comuni-
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dade Européia e do Conselho Europeudurante a década de 80. Esses estudosidentificaram áreas que necessitam deproteção especial na Europa, sendo degrande utilidade para tomadores de deci-são e conservacionistas, e permitiram queorganizações como a BirdLife e a Wet-lands International, entre outras, pudes-sem interceder em favor de uma maiorproteção dessas áreas. Com a coopera-ção de mais de 400 especialistas em to-dos os países da Europa que em consen-so adotaram critérios objetivos, foram co-letados e apresentados de forma clara esimples dados de 2.444 localidades, de41 países na Europa. A publicação des-ses dados, em 1989, intitulada “ÁreasImportantes para a Conservação dasAves na Europa” (Important Bird Areas inEurope) representou o nascimento doconceito de IBA e foi um marco na evolu-ção da estratégia de conservação dasaves, adotada pela aliança BirdLife naEuropa.
Em 1990, na forma de um acompanha-mento à publicação do inventário dasIBAs, teve efetivamente início o progra-ma de IBAs da Europa, com o objetivoprincipal de proteger as aves e a biodi-versidade, defendendo a manutenção eo melhoramento do status de conserva-ção de todas as IBAs. Esse programavem sendo implementado pela aliançaBirdLife em toda a Europa, enfatizandoque o conceito é mais do que apenas umexercício de definir prioridades. A prote-ção legal ou o manejo das IBAs é assimo objetivo final e, através de cooperaçãocom órgãos nacionais e tomadores dedecisão, alguns países europeus têm hojequase todas as suas IBAs protegidas. Em1989, somente 25% das IBAs estavamoficialmente protegidas, mas em 2000esse número aumentou para 60%, devi-do principalmente aos esforços de váriosparceiros da BirdLife por toda a região.Outras atividades do programa das IBAs
incluem o desenvolvimento de campa-nhas, manejo direto das áreas, publicida-de (como, por exemplo, o Informativo so-bre as IBAs na Europa), e o trabalho atra-vés de tratados internacionais, como asconvenções Ramsar, CMS e CDB.
Dessa forma, a publicação “Áreas Impor-tantes para Conservação das Aves naEuropa” (e subseqüentes publicaçõesnacionais e a atualização regional em2000) influenciou o desenvolvimento dasiniciativas de conservação e a colabora-ção entre as organizações. Esta publica-ção tem-se mostrado extremamente va-liosa ao apresentar aos tomadores de de-cisão argumentos claros sobre as neces-sidades de conservação, e tem direcio-nado os esforços de conservação no pre-enchimento de lacunas, tanto em termosde conhecimento como em grau de pro-teção necessário a cada área. Reconhe-cendo as excelentes oportunidades deconservação que o conceito e o progra-ma de IBAs apresentam, em ambos osníveis, nacional e internacional, os repre-sentantes da BirdLife deram início aosprogramas de IBAs nas demais regiõesdo mundo.
Áreas Importantes para a Conservaçãodas Aves nas Américas
Na região das Américas, o programa deÁreas Importantes para a Conservaçãodas Aves teve início em 1995, quando aBirdLife International começou a sua di-vulgação entre suas organizações repre-sentantes. O desenvolvimento do progra-ma é realizado em nível continental, umesforço hercúleo que só é possível atra-vés da aliança de representantes da Bird-Life. O programa soma esforços às ou-tras iniciativas existentes na região dasAméricas, entre elas a Iniciativa Norte-Americana de Conservação de Aves(North American Bird Conservation Initia-
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tive – NABCI ), Parceiros em Vôo (Part-ners in Flight – PIF), Plano de Conserva-ção de Aves Aquáticas Congregantes naAmérica do Norte (North American Colo-nial Waterbird Conservation Plan – NA-CWP), Rede de Reservas de Aves Limí-colas do Hemisfério Ocidental (WesternHemisphere Shorebird Reserve Network– WHSRN), a iniciativa das Espécies Mi-gratórias do Hemisfério Ocidental (Wes-tern Hemisphere Migratory Species –WHMS), Ato de Conservação das AvesMigratórias da Região Neotropical (Neo-tropical Migratory Bird Conservation Act– NMBCA), e a Aliança pela Extinção Zero(Alliance for Zero Extinctions – AZE), en-tre outras, com a característica única deabranger todos os grupos de aves (ter-restres, aquáticas, marinhas, residentes,ameaçadas, endêmicas e de distribuiçãorestrita). A BirdLife está trabalhando emconcordância com as iniciativas acimapara maximizar resultados e evitar a du-plicação de esforços. O desenvolvimen-to das ações de conservação são atribu-ídos às organizações locais que formama aliança BirdLife, para que sejam imple-mentadas de maneira efetiva.
Em 1995 a BirdLife International publicouum análise de áreas-chaves para espé-cies ameaçadas na região neotropical(Wege e Long 1995). O trabalho foi ba-seado no livro das espécies ameaça-das das Américas (Collar et al. 1992), querepresenta uma síntese de cada espécieameaçada. O livro de espécies ameaça-das apresentou informações cruzadasentre as espécies ameaçadas de ocor-rência nas mesmas áreas e a sobreposi-
ção dessas áreas com unidades de con-servação; no entanto esses dados nãoforam apresentados de um modo siste-mático. O livro das áreas-chaves foi umaresposta para uma melhor compreensãodas prioridades de conservação para asaves ameaçadas considerando as áreasde ocorrência e representou um ponto departida para a identificação das IBAs naregião Neotropical.
Para facilitar a implementação do Progra-ma de IBAs em nível regional, seis sub-regiões foram identificadas, abrangendotodos os países do continente (incluindoaqueles onde ainda não há uma organi-zação representante da aliança BirdLife):América do Norte, Caribe, América Cen-tral, Andes, Cone Sul e Brasil. Para o Bra-sil, um país de dimensões continentais,com uma das mais ricas e ameaçadasavifaunas do mundo, uma outra sub-divi-são ainda foi necessária: Região da MataAtlântica e Regiões do Cerrado e da Flo-resta Amazônica.
Dadas as diferenças em termos de histó-ria, demandas e realidades, os países naregião das Américas estão em diferentesestágios de desenvolvimento do Progra-ma de IBAs, que está progredindo em to-das as sub-regiões. Muitos países já com-pletaram e publicaram as informações deseus inventários: Argentina, Canadá, Es-tados Unidos, México, Panamá, e a pu-blicação regional envolvendo países An-dinos (Venezuela, Colômbia, Equador,Peru e Bolívia). Em nível mundial, apro-ximadamente 75003 IBAs foram identifi-cadas em 170 países, incluindo o Brasil.
3 Atualizado em 2004. Esse número sofrerá mudanças assim que todos os países tiverem finalizado erevisado seus inventários de IBAs.
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Bibliografia
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Vision
The Import ant Bird Areas programmeaims to ensure the long-term conserva-tion of a network of critically important birdand biodiversity sites that, in combination,encompass all major ecosystems in theworld.
The Important Bird Areas Programme
Some sites are exceptionally important forbirds and biodiversity, and their effectiveprotection, either as officially protectedareas or through the promotion of sustain-able land-use practices, is one importantand cost-effective approach to conserva-tion. Some species are, however, notamenable to conservation through a site-based approach and require differenttreatments. For others, the site-basedapproach needs to be combined with con-servation measures in the wider environ-ment. Nevertheless, patterns of bird dis-tributions are such that, in most cases, itis possible to select sites that supportmany species of conservation concern.These sites are carefully identified follow-ing global scientific criteria and are knownas Important Bird Areas (IBAs). IBAsare selected to encompass distinct popu-lations throughout the species’ geographicdistribution. This network of sites may beconsidered the minimum essential to en-sure the survival of bird species acrosstheir ranges should remaining surround-ing habitat disappear. However, becausemost areas are essentially refuges, theconsequences of the loss of any one ofthem may be disproportionately large.Also, although defined by its bird fauna,
the conservation of the IBA network wouldensure the survival of a correspondinglylarge number of species from other ani-mal and plant groups.
Prevention of future extinctions and main-tenance of ecosystem integrity depend onup-to-date scientific information on themost critical species and areas. Collec-tive efforts well targeted and coordinatedamongst decision makers and otherstakeholders are necessary for positivelong-lasting results. The IBA programmeattempts to build consensus and owner-ship by involving all willing stakeholdersfrom the beginning of the initiative, in aframework within which everyone canwork towards appropriate, objective con-servation goals. This is an integrated andinclusive approach to achieving conser-vation: current initiatives benefit from theirimportance being set both in a global con-text and within a national agenda; and newinitiatives are developed on the basis oftheir priorities. Perhaps, most important-ly, the programme provides the structurewithin which conservation gain (or loss)can be measured.
Biological rationale
Birds have proved to be effective indica-tors of biodiversity in other animal andplant groups (Bibby 1999), and are excel-lent flagships for conservation becausethey are relatively well known and cancarry popular support. They have beenused effectively in developing wetlandevaluation and conservation (e.g. for theRamsar Convention) and in identifyingmajor centres of terrestrial endemism
Important Bird Areas
David Wege & Jaqueline M. Goerck
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where unique wildlife concentrates insome very restricted areas (BirdLife’sEndemic Bird Area Project). In both cas-es, the distribution of birds has been usedto identify areas of global importance, notonly for birds, but for other life forms aswell.
The Important Bird AreasIdentification Process
Important Bird Areas Categories and Cri-teria (see table for details)
A1. Globally threatened speciesSite holds significant populations of oneor more globally threatened species.
A2. Restricted-range speciesSite is one of a set that together hold all
the restricted range species of an Endem-ic Bird Area (EBAs). EBAs are sites thatcontain overlapping distributions of spe-cies whose distributional ranges are lessthan 50,000 km2.
A3. Biome-restricted assemblageSite is one of a set that, together, hold allspecies largely or wholly confined withina biome.
A4. Congregatory speciesThe most important sites (e.g. breedingcolonies, staging sites, wintering grounds,migratory bottlenecks1) for congregatorywaterfowl, shorebirds, seabirds and oth-er migratory birds (e.g. raptors, storks andcertain passerines).
It should be stressed that meeting the cri-teria is a minimum qualification for selec-
1 A migratory bottleneck is a site at which, at certain seasons of the year, large numbers of migratory birdsregularly pass through or over (such areas may also be used as traditional roosting sites by these birdswhilst on passage).
The BirdLife International Important Bird Areas (IBA) Programme
One of the BirdLife Partnership’s strategic aims is to identify and protect IBAs throughoutthe world.• The function of the IBA Programme is to identify, protect and manage a network of
sites that are important for the long-term viability of naturally occurring birdpopulations, across the geographical range of those bird species for which a site-based approach is appropriate (in the case of migrants, the IBAs will provide therequirements needed for the duration of their presence).
• The continued ecological integrity of these sites will be decisive in maintaining andconserving such birds. Legal protection, management and monitoring of these crucialsites will all be important targets for action, and many (but not all) bird species maybe effectively conserved by these means.
• While sites are selected using scientifically defensible, quantitative criteria, the IBAconcept is a pragmatic one. Thus, the existing protected area network is takenfully into consideration and will, in many cases, form the backbone of the networkwith additional sites proposed to fill in the gaps.
• The IBA Programme is global in scale, and it is anticipated that up to 20,000 IBAswill be identified worldwide, using standard, internationally recognised criteria forselection. IBAs throughout the world are equivalent in importance.
• The programme aims to guide the implementation of national conservationstrategies, through the promotion and development of local protected-areaprogrammes, at the same time that it may be used as a tool for international publicpolicy development (for example, to ensure the implementation of global agreementsand regional measures).
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Important Bird Areas selection criteriaCategory
A1 Species ofglobalconservationconcern
A2 Assemblageof restricted-range species
A3 Assemblageof biome-restrictedspecies
A4Congregations
Criterion
The site regularly holds significant populations of aglobally threatened species, or other species ofglobal conservation concern
The site is known to hold a significant component ofthe restricted-range species whose breedingdistributions define an Endemic Bird Area (EBA) or aSecondary Area2 (SA)
The site is known or thought to hold a significantcomponent of the group of species whosedistributions are largely or wholly confined to onebiome
(i) The site is known or thought to hold, on a regularbasis, ≥1% of a biogeographic population of acongregatory waterbird species
or
(ii) The site is known or thought to hold, on a regularbasis, ≥1% of the global population of a congregatoryseabird or terrestrial species
or
(iii) The site is known or thought to hold, on a regularbasis, ≥20,000 waterbirds or ≥10,000 pairs ofseabirds of one or more species
or
(iv) The site is known or thought to exceedthresholds set for migratory species at bottlenecksites
Notes
The site qualifies if it is known orestimated to hold a population of aspecies categorised as Critical orEndangered. Population-size thresholdsfor Vulnerable, Data Deficient and NearThreatened species are set regionally,as appropriate, to help in site selection
The site has to form one of a setselected to ensure that, as far aspossible, all restricted-range species ofan EBA or SA are present in significantnumbers in at least one site and,preferably, more
The site has to form one of a setselected to ensure that, as far aspossible, all species restricted to abiome are adequately represented
This applies to waterbird species asdefined by Wetlands International(2002). Thresholds are generated insome instances by combining flywaypopulations within a biogeographicregion, but for other species that lackquantitative data, thresholds are setregionally or inter-regionally, asappropriate. In such cases, thresholdswill be taken as estimates of 1% of thebiogeographic population
This includes those seabird species notcovered by Wetlands International(2002). Where quantitative data arelacking, numerical thresholds for eachspecies are set regionally or inter-regionally, as appropriate. In suchcases, thresholds will be taken asestimates of 1% of the global population
For waterbirds, this is the same asRamsar Convention criteria category 5
Numerical thresholds are set regionallyor inter-regionally, as appropriate
2 Secondary Area is an area which supports one or more restricted-range bird species, but does not qualify as an EBAbecause fewer than two species are entirely confined to it.
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tion of sites. Not all sites that meet thecriteria will be selected as IBAs. Additionalfactors that will be considered when se-lecting IBAs include the site’s importancefor other fauna and flora, the likelihood ofthe site receiving protection, and how wellthe site fits into a national network (doesit increase the geographical spread ofcoverage within a biome? Does it formpart of a set of sites which may be inter-dependent? Does it include important el-ements of the avifauna that are not cov-ered at other sites?).
The boundaries of an IBA are defined sothat, as far as possible, they are differentin character or habitat or ornithologicalimportance from the surrounding area.The IBA may exist as an actual or poten-tial protected area, with or without bufferzones, or is an area which can be man-aged in some way for nature conserva-tion.
Finally, a complementarity analyses isdeveloped to allow for the identification ofcritical habitats or species that are notadequately represented in the initially pro-posed areas. The IBA system can thenbe improved to ensure the long-term pres-ervation of a greater number of (prefera-bly all) species.
Phases of the IBA Programme
The IBA programme is divided in four se-quential phases, which sometimes maybe developed simultaneously, if opportu-nities or new pressures arise, to avoid fur-ther habitat degradation or species extinc-tions.
Phase 1 – Identification of IBAs at thecountry levelThis phase consists primarily of the infor-mation gathering on IBAs based on the
existing available literature. Species listsare consulted and IBA criteria applied toverify whether a particular area qualifiesas an IBA. An inventory of sites is elabo-rated, reviewed and approved by experts.The directory of IBAs is then publishedand made available to various stakehold-ers in the public and private sectors, atthe local, regional, national and interna-tional levels.
Phase 2 – Designation of sitesIn order to designate a site as an IBA,campaigns are undertaken and, in manycases, conservation activities start imme-diately. Local Conservation Groups (LCGs– groups of stakeholders for a particularsite) are created as a means to providesupport and undertake conservation ac-tions for each site. In many cases, suchgroups already exist, but they can take ad-vantage of the fact that the site is nowconsidered an IBA, an internationally rec-ognised conservation status for the area,and campaign for greater support for con-servation of the site. LCGs may also becomprised of companies or governmentbodies with a stake at the site.
Phase 3 – Protection: advocacy andactionLocal Conservation Groups are encour-aged to develop and implement conser-vation action plans or management plansfor the sites. Advocacy at the governmentlevel is recommended. As a network ofsites that, if protected, will conserve all birdspecies and other biodiversity, IBAs willhelp the government achieve the commit-ments undertaken through InternationalConventions and Agreements to which thecountry is Party.
Phase 4 – Update and monitoringInformation on IBAs should be managedand monitored by a national coordinator.A network of collaborators should then be
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formed to aid the process of updating in-formation, as a means for future monitor-ing and conservation. Collaborators maybe LCGs or “IBA guardians” – the latterrepresented by individuals who, althoughnot directly involved in the conservationof the area, report to the national coordi-nator about the situation of the site. Ide-ally, a national catalogue should be madeto facilitate information management. Atthe global level, BirdLife is developing theWorld Bird Data Base (WBDB) to integrateinformation from all countries. The WBDBhas been used by BirdLife to manage,analyse, and report on the status of threat-ened species, and contribute to the publi-cation of Red Data Books (eg., Collar etal. 1992), and to global analyses like Stateof the World’s Birds (BirdLife Internation-al, 2004). It also holds information onIBAs, which will become available on theweb in the future, once national IBA coor-dinators feed the data onto the WBDB.To the extent that is possible, completeinformation on IBAs (conservation status,threats, land use) and species (distribu-tion, population sizes, threats) will be pro-vided. This information will be updated atregular periods. Thus, the WBDB is achannel that allows information to flowamong those that gather data, those thatprovide updates, those that check them,those that analyse the data to convert sci-entific information to specific objectives,and those that provide this information todecision makers, translating conservationscience into action.
History
The Important Bird Area concept resultedfrom a number of studies undertaken byBirdLife International (and Wetlands Inter-national) on behalf of the Commission ofthe European Community and the Coun-cil of Europe during the 1980s. These
studies identified sites for species in needof special protection in Europe, were help-ful to planners and conservationists, andenabled BirdLife, Wetlands Internationaland others to lobby for greater protectionof these sites. With the co-operation ofover 400 experts from all European coun-tries, and using agreed, objective criteria,data were collected and presented in aclear and user-friendly format for 2,444sites from each of 41 countries in Europe.The publication of these data, in 1989, asImportant Bird Areas in Europe represent-ed the birth of the IBA concept and was amilestone in the evolution of the BirdLifePartnership’s bird conservation strategyfor Europe.
In 1990, as a follow-up to the publicationof the IBA inventory, the European IBAprogramme started in earnest, with theprimary aim to protect birds and biodiver-sity by advocating the maintenance andenhancement of the conservation statusof all IBAs. This programme is being im-plemented by the BirdLife Partnership allover Europe emphasising that the conceptis more than just a priority-setting exer-cise. Legal protection or conservationmanagement of IBAs is thus the ultimateaim, and through co-operation with nation-al decision-making bodies, a number ofEuropean countries now have nearly allof their IBAs protected. In 1989 only 25%of IBAs were formally protected, but by2000 this had risen to 60%, due largely tothe efforts of the various BirdLife partnersthroughout the region. Other IBA pro-gramme activities have included cam-paigns, direct site management, publicity(e.g. the European IBA Newsletter), andworking through international treaties suchas the Ramsar, CMS and CBD conven-tions.
Thus the publication of Important Bird Ar-eas in Europe (and subsequent national
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nership, is an effective way of implement-ing conservation. BirdLife is working inconcert with the above initiatives to max-imise results and avoid duplication of ef-forts.
In 1995 BirdLife International published ananalysis of the key areas for threatenedspecies in the Neotropics (Wege and Long1995). The work was based on ThreatenedBirds of the Americas (Collar et al. 1992)which presents a synthesis on threatenedbirds in a species-by-species format. TheThreatened Birds book provided somecross-referencing between species whichoccurred at the same sites, and an attemptto match species localities to formally pro-tected areas, but this was not done in a sys-tematic way. Key Areas was a response toa clear need to make a comprehensive as-sessment of site-based conservation prior-ities for threatened birds, and to create astarting point for IBA identification for theNeotropics.
In order to facilitate implementation at theregional level, six sub-regions were iden-tified, encompassing all countries of thecontinent (including those where BirdLifecurrently does not have representation):North America, Caribbean, Meso-Ameri-ca, Andes, Southern Cone, and Brazil.Brazil, a country of continental dimen-sions, with one of the richest and mostthreatened avifaunas in the world, wasfurther sub-divided into the Atlantic For-est Region, and the Cerrado and Amazo-nian Forests. In each country, the IBAprogramme is implemented by the BirdLifeofficial partner organisation.
Given differences in history, demands, andrealities in the Americas region, countriesare at different stages of the programme,but it is progressing in all sub-regions.Several countries have already complet-ed their inventories and published the in-
publications and the expanded regionalupdate in 2000) has been influential inpromoting the development of conserva-tion initiatives and collaboration amongorganisations across the region. It hasproved to be uniquely valuable in present-ing clear statements to decision-makersof the needs of conservation and has guid-ed conservation efforts towards filling gapsboth in knowledge and in the degree ofsite protection. Recognising the excellentconservation opportunities that the IBAconcept and programme presents at na-tional and international levels, BirdLifePartners have initiated IBA programmesthroughout the other regions of the world.
Important Bird Areas in the Americas
In the Americas region, the Important BirdArea programme was initiated in 1995,when BirdLife International started dis-seminating the programme among theexisting partners. The development of theprogramme is taking place at the conti-nent level, a Herculean task only achiev-able through the existing BirdLife Partner-ship scheme. This programme adds toother existing initiatives in the Americasregion, such as the North American BirdConservation Initiative (NABCI), Partnersin Flight (PIF), North American WaterbirdConservation Plan (NAWCP), WesternHemisphere Shorebird Reserve Network(WHSRN), Western Hemisphere Migra-tory Species Initiative (WHMSI), Neotro-pical Migratory Bird Conservation Act(NMBCA), North America Waterfowl Man-agement Plan (NAWMP), National (USand Canada) Shorebird Plans and the Al-liance for Zero Extinctions (AZE), amongothers. It encompasses all bird groups(terrestrial, aquatic, marine, resident, mi-grant, threatened, endemic, restricted-range), and by acting through the local or-ganisations which form the BirdLife Part-
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formation: Argentina, Canada, Mexico,Panama, United States, and the regionalpublication involving Andean countries(Venezuela, Colombia, Ecuador, Peru,
3 Update as of 2004. This number will change, once all countries have completed and reviewed their IBAinventories.
and Bolivia), Important Bird Areas in theTropical Andes . At the global level, 75003
IBAs have been identified in 170 countries,including Brazil.
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Ornitologia e Conservação de Aves
O interesse pela ornitologia vem crescen-do sistematicamente no Brasil e isso sereflete no incremento do número e daqualidade das publicações relacionadasà avifauna brasileira (ver Oniki & Willis2002 sobre catálogo de publicações),assim como no sucesso dos congressosde Ornitologia (CBO, Congresso Brasilei-ro de Ornitologia), que ocorrem a cada 1ou 2 anos. Como exemplo, o penúltimocongresso de Ornitologia (Santa Catari-na, em Novembro de 2004) teve a parti-cipação de aproximadamente 500 estu-dantes e profissionais da área, e o últi-mo, realizado em 2005, em Belém, con-tou com 380 participantes (A. Aleixo inlitt.). Além disso, atualmente, as maioresuniversidades do país possuem ornitólo-gos no seu corpo docente e a SociedadeBrasileira de Ornitologia1 conta com maisde 800 associados (I. Accordi com. pess.).
Estudos sobre aves no Brasil abrangemdiversas áreas do conhecimento, desdetaxonomia até ecologia, variando quantoaos métodos aplicados, profundidade edetalhamento das pesquisas. Dados so-bre distribuição, requisitos ecológicos,história natural e outros aspectos da bio-logia das espécies são essenciais para aelaboração de estratégias de conserva-ção. A BirdLife International (2000) suge-riu uma série de ações para a conserva-
ção das espécies globalmente ameaça-das de extinção, e informações relativasaos aspectos mencionados acima aindasão desconhecidas para a vasta maioriadas aves ameaçadas. Até mesmo estu-dos taxonômicos são necessários paraverificar a validade de algumas espécies,particularmente de algumas aves normal-mente consideradas como criticamenteameaçadas (Leptodon forbesi, Myrmothe-rula fluminensis). Apesar da compilaçãode informações científicas de alta quali-dade ser um passo fundamental para aconservação em qualquer região do pla-neta, pouco tem sido feito no Brasil paratransformar dados técnico-científicos jádisponíveis em ações de conservaçãopara aves e outros grupos da biodiversi-dade brasileira.
De fato, poucas publicações são direcio-nadas para conservacionistas, elaborado-res de políticas públicas e outros toma-dores de decisão. O excelente Ornitolo-gia Brasileira (Sick 1997), de HelmutSick2, é um exemplo do esforço para dis-ponibilizar informação técnica acuradanuma linguagem acessível ao público nãocientífico. Campanhas educativas e pro-gramas de televisão sobre meio ambien-te cresceram significativamente nos últi-mos anos e têm despertado o interessedas novas gerações sobre temas da na-tureza. Além disso, grupos de discussãoespecíficos, assim como listas de espé-
1 Sociedade Brasileira de Ornitologia: www.ararajuba.org.br2 Helmut Sick, ornitólogo alemão que veio para o Brasil em 1939 e nunca retornou a seu país natal. A suacontribuição para a ornitologia brasileira é incalculável, e sua obra tem influenciado positivamente muitosdos atuais ornitólogos de destaque no Brasil. Seu livro permanece como uma das obras publicadasmais completas sobre a avifauna brasileira e é amplamente usado por profissionais e estudantes deornitologia.
Conservação de Aves na Região do Domínio da Mata Atlântica no Brasil
Jaqueline M. Goerck
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cies de aves de diferentes localidades nãopublicadas, porém disponíveis na inter-net, revelam a grande disposição do pú-blico em geral em oferecer e trocar infor-mações sobre as aves.
Clubes de observadores de aves, comunsna América do Norte e na Europa (parti-cularmente na Inglaterra), ainda são ra-ros no Brasil. Estes clubes são excelen-tes canais para a introdução do hábito deapreciar aves no seu ambiente natural –um passo importante para a conservaçãodestes animais. Os associados destesclubes reúnem-se para apresentar semi-nários sobre aves e natureza, saem empasseios para observação de aves e, emalguns casos, acabam desenvolvendocampanhas para a conservação de es-pécies ou a proteção de suas áreas deocorrência. Um dos clubes mais ativos noBrasil é o Centro de Estudos Ornitológi-cos3 (CEO), em São Paulo, que participado Festival Mundial das Aves (World BirdFestival), promovido pela BirdLife com oobjetivo de aproximar as pessoas dasaves e da natureza. As atividades sãodesenvolvidas durante o mês de Outubro,especialmente no Dia Nacional da Ave (5de outubro), instituído a partir de um de-creto federal de 2002. Este decreto tam-bém estabelece o sabiá-laranjeira (Turdusrufiventris) como sendo a Ave NacionalBrasileira.
Apesar do fato de o ecoturismo ser con-siderado uma atividade econômica quese alia à proteção da natureza, este é fre-qüentemente falho na sua falta de plane-jamento no que se refere às visitas deturistas e no envolvimento das comuni-dades locais em suas atividades. Alémdisso, dificuldades para consolidar a ob-
servação da natureza como uma ativida-de econômica viável têm sido atribuídasàs várias ameaças que a nossa faunasofre (Matos 2003). Até mesmo as ativi-dades de observadores de aves necessi-tam de intenso planejamento, uma vezque são realizadas por grupos especiali-zados e com grandes expectativas sobrea observação das espécies4.
Iniciativa de Conservação deEspécies
Existem numerosas iniciativas para a con-servação das aves, mas poucas são en-focadas diretamente em espécies critica-mente ameaçadas de extinção, isto é,aquelas que enfrentam alto risco de ex-tinção no seu hábitat natural (IUCN 2001).Algumas dessas espécies necessitam daaplicação de medidas diferentes simulta-neamente para que a sua sobrevivênciase dê nos prazos médio e longo. Das 20aves criticamente ameaçadas (ou extin-tas na natureza) que ocorrem (ou ocorri-am) dentro dos limites avaliados neste li-vro, as espécies de maior porte procura-das pelo mercado ilegal de animais, oupara caça, receberam mais atenção. Asaves são amplamente comercializadasilegalmente no Brasil, tanto para atenderao mercado nacional quanto o internaci-onal (Renctas 2001), e muitas espéciessão severamente impactadas por isso.Evidentemente, o esforço para erradicaro tráfico de animais é a ação mais impor-tante e efetiva para a conservação des-tas e de outras espécies. Centros de se-leção e reabilitação fornecem o cuidadonecessário às espécies apreendidas. Noentanto, atividades complementares sãonecessárias para a realização da conser-
3 Centro de Estudos Ornitológicos: www.ib.usp.br/ceo/); outros clubes e sociedades existem em váriosestados ou municípios do Brasil (verificar www.ao.com.br ou www.ib.usp.br/ceo/ para maiores informações.4 Verificar www.biobrasil.org/ para um exemplo bem-sucedido.
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vação in situ e projetos específicos lide-rados pelo IBAMA (Instituto Brasileiro doMeio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenováveis; www.ibama.gov.br) já foramelaborados para algumas espécies,como, por exemplo, o mutum-do-nordes-te Mitu mitu , a arara-azul-de-lear Ano-dorhynchus leari, e a ararinha-azul Cya-nopsitta spixii, e implementados em par-cerias com ONGs, proprietários de terrae institutos de pesquisa. Infelizmente,para algumas espécies (M. mitu e C. spi-xii), estas medidas chegaram tarde e osesforços despendidos não foram sufici-entes para prevenir suas extinções nanatureza (ver Juniper 2002 para maioresinformações sobre a ararinha-azul). O úl-timo indivíduo de ararinha-azul vivendolivremente na natureza foi observado emOutubro de 2000 enquanto o mutum-do-nordeste desapareceu da natureza nadécada de 80. Atualmente, a esperançapara estas espécies reside na restaura-ção de seus hábitats naturais, seguida dareintrodução na natureza de animais cri-ados em cativeiro, e posterior monitora-mento de ambos – hábitat e indivíduos.Um número bem-sucedido de iniciativascom criação em cativeiro e reintroduçãona natureza (por exemplo, Crax blumen-bachii, Pipile jacutinga; Silveira et al. 2005)mostrou que o método foi eficiente naconservação de algumas espécies ame-açadas.
Outras espécies criticamente ameaçadas,como o pato-mergulhão (Mergus octose-taceus), estão agora recebendo maioratenção (Plano de Ação do Pato-mergu-lhão, em preparação) e serão provavel-mente beneficiadas com ações de con-servação a serem implementadas numfuturo próximo. Em 2003, o Fundo Naci-onal para o Meio Ambiente (FNMA) apro-vou cinco propostas para a elaboração de
planos de manejo para espécies amea-çadas, incluindo algumas das aves maisameaçadas da Mata Atlântica (várias es-pécies endêmicas do Centro de Endemis-mo Pernambuco e o soldadinho-do-ara-ripe Antilophia bokermanni). O Programade Proteção das Espécies Ameaçadas deExtinção da Mata Atlântica Brasileira5,recentemente lançado e coordenado pelaFundação Biodiversitas e pelo Centro dePesquisas Ambientais do Nordeste (CE-PAN), com recursos do CEPF (Fundo deParceria para Ecossistemas Críticos)também disponibiliza recursos exclusiva-mente para trabalhos com espécies ame-açadas. A esperança é que estes esfor-ços contribuam significativamente paramelhorar o status de conservação de al-gumas espécies ou, ao menos, auxiliarpara que as populações se mantenhamestáveis.
Araras e papagaios considerados “emperigo”, como a arara-azul-grande Ano-dorhynchus hyacinthinus e o papagaio-de-cara-roxa Amazona brasiliensis, assimcomo o “vulnerável” papagaio-da-serraAmazona pretrei , são também foco deiniciativas de conservação já existentes(ver Galetti e Pizo 2002, e citações destepara estudos sobre estas e outras espé-cies da família Psittacidae). Outras espé-cies de aves ameaçadas e vulneráveisreceberam menos atenção diretamente,ainda que sua conservação seja realiza-da através da proteção de áreas públicase privadas (veja abaixo).
O Centro Nacional de Pesquisa para aConservação das Aves Silvestres (CEMA-VE)6 do IBAMA, em conjunto com ONGs,vem monitorando espécies migratórias,na sua maioria espécies aquáticas, inclu-indo aves marinhas e da região costeira.Iniciativas como essas são importantes
5 Para informações sobre o recurso disponível, verificar www.biodiversitas.org.br ou www.cepan.org.br.6 Centro Nacional de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres: www2.ibama.gov.br/cemave.
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para o registro das oscilações populacio-nais das espécies, fornecendo elemen-tos que permitem assegurar que os pro-cessos ecológicos destas populaçõespermaneçam estáveis. Muitas espéciesmarinhas são migratórias e passam gran-de parte de suas vidas sobrevoando osmares sobre a plataforma continental bra-sileira. Neste sobrevôo, grandes núme-ros de indivíduos de pelo menos oito es-pécies de albatrozes e petréis globalmen-te ameaçadas morrem constantementeafogados em águas brasileiras após fica-rem presos nas iscas de anzóis de bar-cos de pesca de espinhel. No ano de2000, a BirdLife International iniciou umacampanha global pela conservação des-sas aves 7, promovendo o uso de medi-das mitigatórias para reduzir a capturadas aves marinhas nesse tipo de pesca.Essa campanha acabou por ajudar na for-matação do Acordo Internacional para aConservação dos Albatrozes e Petréis(ACAP), legalmente formalizado, do qualo Brasil é signatário (ver capítulo 1).
Proteção de Áreas
A proteção de grandes áreas de hábitatintocado é, sem dúvida, a maneira maisefetiva para a conservação das espécies.De acordo com a BirdLife International(2000), essa medida favoreceria a maio-ria das aves globalmente ameaçadas deextinção (Figura 1).
Segundo a legislação brasileira, a imple-mentação do Sistema Nacional de Uni-dades de Conservação (SNUC, Lei n.9.985/2000) garantiria a conservação depelo menos 103 áreas de extrema impor-tância para a conservação de aves (63 %das IBAs são contempladas por UCs deproteção integral) e outras espécies daregião da Mata Atlântica, através da con-solidação e manejo adequado de áreaspúblicas de proteção integral (ParquesNacionais, Reservas Biológicas e Esta-ções Ecológicas), pelo IBAMA e pelosInstitutos Estaduais de Meio Ambiente.Além disso, se as áreas de uso sustentá-
7 Campanha “Save the Albatross”. No Brasil, esta iniciativa tem sido implementada com sucesso emparceria com o Instituto Albatroz (www.projetoalbatroz.com.br).
Figura 1. Ações propostas para a conservação de áreas e hábitats e a média do número deespécies de aves globalmente ameaçadas que se beneficiariam dessas ações.
0 100 200 300 400 500 600
Restaurar hábitat
Ampliar áreas protegidas
Manejar áreas não protegidas
Manejar hábitat
Manejar áreas protegidas
Estabelecer áreas protegidas
Número de espécies globalmente ameaçadas
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para a área protegida. Na região aborda-da neste livro, 31 áreas são parcialmenteprotegidas através de reservas naturaisprivadas, algumas inclusive de granderelevância para a conservação de aves.O Programa de Incentivo à Sustentabili-dade das Reservas Naturais Privadas(Programa de RPPNs)8, coordenado pelaAliança para a Conservação da MataAtlântica, disponibiliza recursos para aju-dar na implementação dessas reservas.
Áreas protegidas, tanto públicas quantoprivadas, que podem variar em tamanhodesde poucos quilômetros quadrados atémilhares de hectares, são bastante isola-das em manchas florestais (especialmen-te na região nordeste do país) e inseri-das numa matriz composta de áreas deagricultura, pasto e áreas urbanas. Osefeitos negativos da intensa fragmenta-ção da floresta sobre a fauna e a floranativas são bem conhecidos, particular-mente para aves (Laurance et al. 2002).No entanto, dado o grande número deespécies endêmicas com distribuição res-trita encontradas em fragmentos isolados,é essencial abordar as questões de con-servação na escala local e de espécie(Goerck & Wege 2005), ainda que a so-brevivência das espécies na maioria des-tes fragmentos dependa da sua proximi-dade a uma grande extensão de floresta.Portanto, esforços para a conservação danatureza levando em consideração apaisagem constituem indubitavelmentea ação de longo prazo mais efetiva paraque a integridade do ecossistema sejamantida.
Abordagens na Escala da Paisagem
Iniciativas recentes do governo federalpara ações de conservação na escala dapaisagem incluem, por exemplo, o proje-
vel (Florestas Nacionais e Áreas de Re-levante Interesse Ecológico) fossem tam-bém implantadas de acordo com as nor-mas e objetivos para as quais elas foramcriadas, um adicional de 3% de áreasimportantes para a conservação das avesseria protegido (as APAs e as RPPNsestão excluídas desse cálculo).
De fato, se a legislação fosse aplicadaintegralmente desde o princípio, muitomais remanescentes florestais da MataAtlântica teriam proteção adequada, umavez que 20% da área da maioria das pro-priedades rurais (as propriedades agríco-las familiares são exceção) supostamen-te estariam intocadas na denominadaReserva Florestal Legal (Lei n. 4.771/1965). Além da Reserva Legal, as Áreasde Preservação Permanente (APP, NovoCódigo Florestal/1965), que incluem bei-ra de corpos-d’água, onde por exemplopodem ser encontradas as florestas degalerias, e áreas de declividade maior que45 graus, também estariam protegidassegundo a legislação. Esses instrumen-tos são ferramentas importantes para au-mentar o total de cobertura florestal, for-mando zonas tampão ao redor de áreasde extrema importância para a conserva-ção.
Ao longo da última década, o setor priva-do contribuiu significativamente para aconservação da biodiversidade através doestabelecimento de Reservas NaturaisPrivadas (RPPN – Reserva Particular doPatrimônio Natural) (Morsello 2001), im-pulsionado pelo Decreto Federal 1.922/1996. Os proprietários dessas terras re-cebem alguns benefícios sobre as áreasreservadas para a conservação, como aisenção do Imposto Territorial Rural (ITR)e a possibilidade de obtenção de recur-sos de fundos públicos e privados paradesenvolver estratégias de conservação
8 Para maiores informações sobre este tema, verificar www.sosmatatlantica.org.br.
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to de Corredores Ecológicos do Ministé-rio do Meio Ambiente (MMA) e a aborda-gem de mosaicos adotada pelo IBAMA,nos quais áreas núcleo são foco de pro-teção integral, enquanto o uso da terranas áreas de ligação entre as Unidadesde Conservação é orientado por projetosde desenvolvimento sustentável e outrosmecanismos que assegurem que as man-chas de floresta estejam conectadas. Trêscorredores principais foram identificadosna região da Mata Atlântica:
• Corredor Central da Mata Atlântica, noqual se localizam áreas do sul daBahia, norte do Espírito Santo e nor-deste de Minas Gerais,
• Corredor da Serra do Mar, que englo-ba a cadeia montanhosa da Serra doMar ao longo da costa do Rio de Ja-neiro e de São Paulo e o interior dosul de Minas Gerais, e
• Corredor da Biodiversidade do AltoRio Paraná (incluindo o corredor tri-nacional), que abrange áreas de MataAtlântica desde o interior do Rio Gran-de do Sul até o sul de São Paulo, jun-to com Argentina (Missiones) e lestedo Paraguai.
Essas áreas, conjuntamente, abrangema maior parte dos remanescentes de MataAtlântica e contêm uma grande propor-ção da diversidade da sua flora e fauna.Atividades conjuntas conduzidas em ní-vel local, em parceria com ONGs9, mos-tram que essta é uma forma de atuaçãoimportante, viável e que pode trazer re-sultados muito positivos.
Outra abordagem estratégica para a con-servação em nível da paisagem se rela-ciona com o conceito de Ecorregiões, queé em princípio semelhante ao conceito de
Corredores, com a distinção de que oslimites das áreas das Ecorregiões a se-rem definidas são estabelecidos utilizan-do-se critérios biológicos. Ecorregiõessão áreas relativamente extensas de am-bientes terrestres e aquáticos, que com-portam um grupo característico de espé-cies, comunidades, dinâmicas e condi-ções ambientais, identificadas por um gru-po de especialistas nesses temas lidera-dos pelo Fundo Mundial para a Natureza(www.panda.org). Uma vez que os limi-tes das ecorregiões são definidos segun-do suas características biológicas, umaecorregião enfoca sua atenção na con-servação da biodiversidade através dodesenvolvimento de estratégias que ga-rantam a manutenção integral dos proces-sos ecológicos. Existem nove ecorregi-ões na área englobada por este livro: Flo-resta Atlântica Costeira, Floresta Atlânti-ca de Interior, Restingas da Floresta Atlân-tica Costeira, Restingas do Nordeste doBrasil, Mangues, Florestas de Araucária,Savanas Uruguaias (inclui Pampa), Cer-rado e Caatinga (Dinerstein et al. 1995).Estas ainda podem ser divididas emáreas menores que possuem grandeidentidade biológica.
Apesar de iniciativas de conservação nonível da paisagem serem necessárias paraassegurar a sobrevivência das espécies nolongo prazo, muitas espécies criticamenteameaçadas de extinção demandam aten-ção imediata para que populações viáveissejam mantidas para dispersar para áreasrecuperadas ou conectadas por corredores(Goerck & Wege 2005). Como menciona-do acima, para a maioria das espécies, aproteção e o manejo adequado das áreasde hábitat nas quais essas espécies sãoencontradas é um passo fundamental paraa sua conservação.
9 Para dados atualizados sobre o Corredor Ecológico Central, verificar www.iesb.org.br ewww.conservation.org.br; para o Corredor Ecológico da Serra do Mar, verificar www.micoleao.org.br; epara o Corredor do Alto Rio Paraná, verificar www.maternatura.org.br, www.apoena.org.br e www.wwf.org.br.
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Ornithology and Bird Conservation
Interest in ornithology has been system-atically growing in Brazil. This is reflect-ed in the increasing numbers and qualityof publications related to the Brazilian avi-fauna (see Oniki & Willis 2002 for a cata-logue of publications), as well as on thesuccess of the Ornithological Meetings(CBO, Congresso Brasileiro de Ornitolo-gia) held every one or two years in Brazil.For example, approximately 500 studentsand professionals attended the CBO thattook place in Santa Catarina, in Novem-ber 2004, and the last CBO, held in Belém,2005, gathered 380 participants (A. Aleixoin litt.). Also, major universities now haveornithologists among their faculty, and theBrazilian Ornithological Society (So-ciedade Brasileira de Ornitologia1) hascurrently more than 800 members (I. Ac-cordi pers. comm.).
Studies on birds in Brazil cover diversesubjects, from taxonomy to ecology, andvary greatly in methodology, length, anddetail. Data on distribution, population,ecological requirements, natural history,and all aspects of a species’ biology areessential to devising sound conservationstrategies. BirdLife International (2000)suggested a number of activities for theconservation of globally threatened spe-cies, and information on the above is stillneeded for the vast majority of threatenedbirds. Taxonomic studies are necessary
to verify the validity of some species, par-ticularly for some birds currently consid-ered as critically threatened (Leptodonforbesi, Myrmotherula fluminensis ).Though scientific information gathered athigh standards is an essential step to-wards conservation anywhere, little hasbeen done to translate available data intoconservation actions for birds and otherbiodiversity in Brazil. Indeed, only a fewpublications are targeted at conservation-ists, policy makers, and other stakehold-ers. The wonderful Ornitologia Brasileira(Sick 1997), by the late Helmut Sick2, isan example of an effort to provide accu-rate technical information in a languageaccessible to the general public. Educa-tional campaigns and television pro-grammes on nature are ever increasingand have awakened the younger genera-tion’s interest in nature. Internet discus-sion groups, as well as unpublished birdlists from various localities available on theinternet, reveal a greater disposition fromthe general public to offer and exchangeinformation on birds.
Birdwatching clubs, common in NorthAmerica and Europe (particularly in En-gland), are still a rarity in Brazil. Theseclubs are an excellent venue to introducethe habit of appreciating birds in their nat-ural environment, an important step to-wards their conservation. Associatesgather to present seminars on birds andnature, go on outings to observe birds,
1 Sociedade Brasileira de Ornitologia: www.ararajuba.org.br.2 Helmut Sick, a German ornithologist who came to Brazil in 1939 and never returned to live in his homecountry. His contribution to Brazilian ornithology is invaluable, and he has influenced positively many ofthe current leading ornithologists in Brazil. His book is still the most complete published book on theBrazilian avifauna and is widely used by ornithology students and professionals.
Conservation of Birds in the Atlantic Forest Region of Brazil
Jaqueline M. Goerck
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and, in some cases, develop campaignstowards the conservation of species orareas. One of the most active clubs isthe Centro de Estudos Ornitológicos(CEO)3, in São Paulo, which participatesof the World Bird Festival promoted byBirdLife with the objective of bringing peo-ple closer to birds and nature. Activitiesare carried during the month of October,especially on National Bird Day (5 Octo-ber), instituted through a federal decreein 2002. This decree also established theRufous-bellied Thrush Turdus rufiventrisas the National Bird.
Though ecotourism is considered a posi-tive way of developing an economic ac-tivity while protecting the environment, ithas often failed to achieve either, throughlack of planning on visiting schedules andlack of involvement with the local commu-nity. Difficulties in establishing nature ob-servation as a viable economic activity canalso be attributed to the various threatsour fauna faces (Matos 2003). Greaterplanning is needed where birding touristsare concerned, since these are usuallyspecialised groups with high expectationsof species to be observed4.
Species-Specific Initiatives
There are many bird conservation initia-tives, yet few focus on critically endan-gered species, i.e, those facing an ex-tremely high risk of extinction in the wild(IUCN 2001). Some of these species mayrequire a number of different measuresapplied together to ensure their long-termsurvival. Of the 20 critically endangered(or extinct in the wild) birds that occur (or
occurred) within the region covered in thisbook, the larger species sought for the il-legal pet trade (or hunting) received great-er attention. Birds are largely traded ille-gally in Brazil, both for the national andinternational markets (RENCTAS 2001),and several species have been severelyimpacted. Evidently eradicating the traf-fic is the foremost effort that needs to beundertaken towards the conservation ofthese and other species. Smuggled birdsthat are apprehended by the authoritiesmay be rehabilitated, but complementaryactivities are needed for conservation insitu. Specific projects led by the BrazilianEnvironmental Institute (IBAMA, InstitutoBrasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis; www.ibama.gov.br)have been developed for some species,namely, Alagoas Curassow Mitu mitu ,Lear’s Macaw Anodorhynchus leari, andSpix’s Macaw Cyanopsitta spixii, imple-mented in partnership with NGOs, localland-owners, and research institutes.Unfortunately, for some (M. mitu and C.spixii) these measures came too late andefforts were not enough to prevent theirextinction in the wild (see Juniper 2002for more information on Spix’s Macaw).The last Spix’s Macaw living freely in na-ture was observed in October 2000, whilethe Alagoas Curassow disappeared fromthe wild in the 1980s. The hope for thesespecies lies now in the restoration of theirhabitat, followed by the introduction to thewild of captive-bred individuals, with sub-sequent intensive monitoring of both hab-itat and individuals. A number of success-ful captive breeding initiatives with sub-sequent reintroduction of individuals to thewild (eg. Crax blumenbachii, Pipile jacu-tinga; Silveira et al. 2005) have proven the
3 São Paulo: Centro de Estudos Ornitológicos (CEO; www.ib.usp.br/ceo/); other clubs and societies existin various states or municipalities of Brazil (please check www.ao.com.br or www.ib.usp.br/ceo/ for contactinformation).4 Please see www.biobrasil.org/ for a successful example.
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effectiveness of this method for conserv-ing some threatened species.
Other critically threatened species, like theBrazilian Merganser Mergus octosetaceusare now receiving greater attention (Bra-zilian Merganser Action Plan in prep.), andwill likely benefit from conservation activ-ities to be implemented in the near future.In 2003, the Brazilian National Fund forthe Environment (FNMA) approved fiveproposals to develop management plansfor threatened species, including some ofthe most threatened birds in the AtlanticForest region (several species endemicto the Pernambuco Centre, and theAraripe Manakin Antilophia bokermanni).The recently launched “Programme onThreatened Species” (Programa de Pro-teção das Espécies Ameacadas de Ex-tinção da Mata Atlântica Brasileira 5), co-ordinated by Fundação Biodiversitas andCentro de Pesquisas Ambientais do Nor-deste (CEPAN), with funds from CEPF(Critical Ecosystem Partnership Fund),also provides funds to work specificallywith threatened species. These efforts willhopefully contribute to improving the sta-tus of some species or, at least, aid in themaintenance of stable populations.
Endangered macaws and parrots, suchas the Hyacinth Macaw Anodorhynchushyacinthinus and the Red-tailed AmazonAmazona brasiliensis, as well as the vul-nerable Amazona pretrei are also the fo-cus of existing conservation initiatives(see Galetti and Pizo 2002, and paperstherein for studies on these and other spe-cies of the Psittacidae family). Other en-dangered and vulnerable bird species re-ceived less direct attention, though theirconservation is largely effected through
the protection of public and private areas(see below).
The National Center for Wild Birds Con-servation Research (CEMAVE, CentroNacional de Pesquisa para Conservaçãodas Aves Silvestres)6 of IBAMA, in con-junction with NGOs, has been monitoringmigratory species mostly of waterbirds,including shore and seabirds. Initiativeslike these are important to assess trendsin species’ populations, to ensure that eco-logical processes remain stable. Manyseabirds are migrants that spend largeportions of their lives flying over the Bra-zilian continental shelf. At least eight glo-bally threatened species of albatrossesand petrels are drowning in Brazilian wa-ters in large numbers after being caughtin the baited hooks of “longline” fishingboats. In 2000, BirdLife International ini-tiated a global campaign7 to improve theconservation status of albatrosses andpetrels by promoting the use of mitigationmeasures to reduce seabird by-catch fromlonglining. The campaign helped to shapethe legally-binding international Agree-ment for the Conservation of Albatrossesand Petrels (ACAP), of which Brazil is asignatory (see chapter 1).
Protection of Sites
Undoubtedly, the most effective way ofconserving species is the protection oflarge tracts of pristine habitat. Accordingto BirdLife International (2000), this mea-sure would favour the majority of globallythreatened birds (Figure 1).
Following the Brazilian legislation, the im-plementation of the National System of
5 For information on the grant scheme, please see www.biodiversitas.org.br or www.cepan.org.br.6 Centro Nacional de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres: www2.ibama.gov.br/cemave.7 “Save the Albatross” campaign. In Brazil, this initiative has been successfully implemented in partner-ship with the Instituto Albatroz (www.projetoalbatroz.com.br).
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Protected Areas (SNUC, Sistema Nacio-nal de Unidades de Conservação, Law n.9985/2000) would partially guarantee theconservation of at least 103 areas of great-est importance for bird and biodiversityconservation in the Atlantic Forest region,through the consolidation and manage-ment of public protected areas of integralprotection (National Parks, Biological Re-serves, and Ecological Stations) by IBAMAand State Environmental Institutes (63%of the IBAs identified in this book are partor within public reserves of integral pro-tection). Furthermore, if protected areasof sustainable use (National Forests –FLONA – and Areas of Relevant Ecologi-cal Interest – ARIE) were also implement-ed following the guidelines and objectivesfor which they were created, an addition-al 3% of important bird conservation ar-eas would be protected (Areas of Envi-ronmental Protection – APA – and PrivateNature Reserves – RPPN – were not con-sidered in this calculation).
Indeed, if legislation was followed in ear-nest, much of the remaining forests andnatural vegetation would receive adequateprotection in the Atlantic Forest, as 20%of the majority of the rural properties (fam-
ily agricultural properties are an exception)would remain intact as the so called Le-gal Reserves (Law n. 4.771/1965). Inaddition, Areas of Permanent Preserva-tion (APP; Brazilian Forestry Code/1965),which include gallery forests and areaswith slopes over 45 degrees, would alsobe protected with the compliance of cur-rent legislation. These instruments areimportant tools to increase total forestcover to form buffer zones surroundingareas of high importance for conservation.
Over the last decade, the private sectorhas contributed significantly towards theconservation of biodiversity through theestablishment of Private Nature Reserves(RPPNs, Reservas Particulares do Patri-mônio Natural) (Morsello 2001), impelledby the Federal Decree 1922/1996. Land-owners receive some benefits in areas setaside for conservation, such as waivingof rural taxes, and opportunities to obtainpublic and private funds to devise conser-vation strategies for the protected area.In the region covered by this book 31 IBAsare partially protected through private na-ture reserves, some of which are of high-est priority for bird conservation. The Pro-gramme of Incentives to the Sustainabili-
Figure 1. Actions for sites and habitats and average number of globally threatened bird spe-cies favoured by them
0 100 200 300 400 500 600
Restore habitat
Extend protected areas
Manage non-protected areas
Manage habitat
Manage protected areas
Establish protected areas
Number of globally threatened species
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ty of Private Nature Reserves (Programade RPPNs)8, coordinated by the Alliancefor the Conservation of the Atlantic For-est (Aliança para a Conservação da MataAtlântica) provides funds to help imple-ment private reserves.
Protected areas, either public or private,which vary in size from kilometres squaredto thousands of hectares, are largely iso-lated patches of forests (especially so inthe north-eastern region of Brazil) withina matrix of agricultural, pastures, and ur-ban areas. Negative effects of fragmen-tation of forests over the flora and faunaare well known, particularly for birds (Lau-rance et al . 2002). Yet, given the largenumber of very local endemic species thatindividual areas support, it is essential tolook at species-specific and site-level con-servation issues (Goerck & Wege 2005),although survival of species in many ofthese fragments will depend on their prox-imity to larger forest tracts. Thus, land-scape level conservation efforts are theultimate long-term goal, so that integrityof the entire ecosystem is maintained.
Landscape-Level Approaches
Recent government landscape initiativesinclude the Ecological (or Biodiversity)Corridors project and the mosaic ap-proach for conservation units, where coreareas are to be protected while land usein the intervening areas shall be regulat-ed through sustainable developmentprojects and other mechanisms that en-sure that forested patches are connect-ed. Three main corridors have been iden-tified in the Atlantic forests:• The Central Atlantic Forest Corridor,
which includes areas in southern Ba-hia, northern Espírito Santo, andnorth-eastern Minas Gerais
• The Serra do Mar Corridor, which fol-lows this mountain range along thecoast of Rio de Janeiro and São Pau-lo, and in south-eastern Minas Gerais,and
• The Alto Rio Paraná Biodiversity Corri-dor (including the Tri-national corridor),which includes the interior Atlanticforests from Rio Grande do Sul to sou-thern São Paulo, together with Argenti-na (Misiones) and eastern Paraguay.
These areas together hold much of theremaining Atlantic Forest remnants, andcontain a great proportion of the fauna andflora diversity. Current activities conduct-ed at the local level in partnership withNGOs9 have proved that this is a viableand important concept, which may bringpositive results.
Another strategic approach to landscapeconservation relates to the ecoregion con-cept, which is, in principle, similar to thecorridor concept, but boundaries of areasto be considered are defined through bio-logical criteria. An ecoregion is a relativelylarge area of land or water that harboursa characteristic set of species, communi-ties, dynamics and environmental condi-tions, identified by a group of experts ledby World Wildlife Fund (www.panda.org).Since the ecoregion limits are defined inbiological terms, an ecoregion focusesattention to conserve biodiversity by de-veloping large-scale strategies to ensurethat entire ecological processes are main-tained. There are nine ecoregions in thearea covered by this book: BrazilianCoastal Atlantic Forests, Brazilian Interi-
8 For more information on this grant, please check www.sosmatatlantica.org.br.9 For an update on the Central Ecological Corridor, please check www.iesb.org.br andwww.conservation.org.br; for the Serra do Mar Ecological Corridor, please check www.micoleao.org.br;and for the Alto Corridor, please check www.maternatura.org.br, www.apoena.org.br, and www.wwf.org.br.
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or Atlantic Forests, Brazilian Atlantic CoastRestingas, Northeastern Brazil Restingas,Mangroves, Brazilian Araucaria Forests,Uruguayan Savannas, Cerrado (BrazilianSavannas) and Caatinga (Brazilian semi-arid vegetation) (Dinerstein et al. 1995).These can be further divided in subsetsthat hold greater biological affinities.
Though landscape-level conservation in-
itiatives are necessary to ensure the long-term survival of species, many criticallythreatened species need immediate atten-tion, so that source populations persist todisperse into restored or corridor-connect-ed areas (Goerck & Wege 2005). Asmentioned above, for the majority of spe-cies, protection and management of thehabitat or areas where they are found is anecessary step towards their conservation.
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FOTOS DAS AVES E DOS HÁBITATSPICTURES OF BIRDS AND HABITATS
Surucuá-de-peito-azul Trogonsurrucura (Adriano Becker)
Serra das Lontras - BA(Jaqueline M. Goerck)
Mata de altitude, Serra doMar - SP(Jaqueline M. Goerck)
48
Tiriba-de-peito-cinzaPyrrhura griseipectus(Ciro Albano)
Serra do Baturité - CE(Ciro Albano)
Soldadinho-do-araripeAntilophia bokermanni(Ciro Albano)
Chapada do Araripe - CE(Ciro Albano)
49
Caatinga na região de Boa Nova - BA(Jaqueline M. Goerck)
Mutum-do-sudeste Craxblumenbachii (Pedro Paz)
Gravatazeiro Rhopornisardesiacus (Edson Endrigo)
Parque Nacional Monte Pascoal - BA(Jaqueline M. Goerck)
50
Serra das Lontras - BA(Jaqueline M. Goerck)
Pintor-verdadeiroTangara fastuosa(Edson Endrigo)
Serra das Lontras - BA(Jaqueline M. Goerck)
51
Parque Nacional do Caparaó - MG(Jaqueline M. Goerck)
Taquaral no ParqueNacional do Caparaó - MG(Jaqueline M. Goerck)
Trepador-coleiraAnabazenops fuscus(Edson Endrigo)
Parque Estadual do RioDoce - MG(Jaqueline M. Goerck)
52
Serra do Rio do Rastro - SC(Jaqueline M. Goerck)
Saíra-sete-coresTangara seledon(Adriano Becker)
Maria-catarinenseHemitriccus kaempferi(Edson Endrigo)
53
Serra dos Órgãos - RJ(Jaqueline M. Goerck)
AssobiadorTijuca atra(Edson Endrigo)
Parque Nacional doIguaçu - PR(Jaqueline M. Goerck)
54
Serra do Mar - SP(Jaqueline M. Goerck)
Mata de baixada, litoralde São Paulo(Jaqueline M. Goerck)
TangarazinhoIlicura militaris(Edson Endrigo)
55
Região de Aparados da Serra - RS(Theodore A. Parker III)
Parque Nacional de Aparados da Serra - RS(Jaqueline M. Goerck)
Região de Aparados da Serra - RS(Jaqueline M. Goerck)
56
Campos da Região de Bagé - RS(Rafael Antunes Dias)
Arredio-de-papo-manchadoCranioleucasulphurifera(Adriano Becker)
Caboclinho Sporophila cinnamomea(Rafael Antunes Dias)
57
Região de Pinheiro Machado - RS(Rafael Antunes Dias)
Estação Ecológica de Itirapina - SP(Glayson A. Bencke)
Junqueiro-de-bico-curvoLimnorniscurvirostris(Adriano Becker)
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Beija-flor-de-gravata-vermelhaAugastes lumachella (Edson Endrigo)
Galo-da-campina Paroaria dominicana(Edson Endrigo)
Gralha-do-campoCyanocorax cristatellus(Edson Endrigo)
59
Estação EcológicaJuréia-Itatins - SP(Pedro F. Develey)
Restinga de Peruíbe - SP(Jaqueline M. Goerck)
Araçari-bananaBaillonius bailloni(Edson Endrigo)
60
Saíra-apunhaladaNemosia rourei(Pedro Paz)
Borralhara-assobiadoraMackenziaena leachii(Edson Endrigo)
Serra do Mar - SP(Jaqueline M. Goerck)
61
Beija-flor-de-topeteStephanoxis lalandi(Adriano Becker)
Formigueiro-do-litoralFormicivora littoralis(Edson Endrigo)
Serra do Mar - SP(Jaqueline M. Goerck)
62
Rabo-mole-da-serraEmbernagra longicauda(Tomaz Vital Aguzzoli)
Chapada Diamantina - BA(Tomaz Vital Aguzzoli)
Lenheiro-da-serra-do-cipóAsthenes luizae(Edson Endrigo)
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IntroduçãoNeste capítulo são descritos os métodosempregados na identificação de ÁreasImportantes para a Conservação dasAves (IBAs) na região da Mata Atlânticabrasileira, as limitações à abordagemadotada e as adaptações metodológicasque se mostraram necessárias para fa-zer face a dificuldades específicas enfren-tadas durante o processo.
Definição da Área de AbrangênciaO limite entre a Mata Atlântica e os bio-mas vizinhos, como o Cerrado e a Caa-tinga, não é nitidamente demarcado namaioria das regiões, mas ocorre sob aforma de uma faixa de transição (ecóto-no) de amplitude variável. Conseqüente-mente, torna-se difícil estabelecer os li-mites precisos das formações vegetaisassociadas à Mata Atlântica. Em virtudedisso, adotaram-se aqui os limites geo-gráficos do Domínio da Mata Atlânticadefinidos pelo Decreto Federal n. 750/93(Figura 1), que considera as florestas edemais ecossistemas associados a essebioma em território brasileiro como res-tritos essencialmente a 15 estados: Piauí,Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia,Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Ja-neiro, São Paulo, Paraná, Santa Catari-na e Rio Grande do Sul. Para os propósi-tos da presente publicação, esses esta-dos serão coletivamente tratados sob adesignação de os “Estados do Domínioda Mata Atlântica”. Dois outros estados
que também fazem parte do Domínio daMata Atlântica (de acordo com o DecretoFederal n. 750/93), a saber Goiás e MatoGrosso do Sul, não foram consideradosporque têm apenas uma parte muito res-trita de seus territórios ocupada por MataAtlântica e são mais adequadamente tra-tados sob outros biomas brasileiros (Cer-rado e Pantanal, respectivamente), comos quais apresentam maiores afinidades.
No presente inventário, identificaram-seas IBAs de cada um desses 15 estados1.Conseqüentemente, a cobertura das Re-giões Nordeste (excluindo o Maranhão,que não faz parte do Domínio da MataAtlântica), Sudeste e Sul do Brasil é con-siderada completa. Como esses estadostambém englobam parte do Cerrado, aCaatinga e o Pampa (IBGE 2004), as IBAsque contêm esses biomas também foramidentificadas durante o processo.
Abordagem MetodológicaEssencialmente, os métodos aqui empre-gados seguiram o procedimento paraidentificação de IBAs tal como descrito naliteratura específica (Grimmett & Jones1989, Fishpool et al. 1998, Heath & Evans2000, Wege 2001) e em conformidadecom o que foi acordado no workshop detreinamento da World Bird Database daBirdLife International, transcorrido noMéxico em abril de 2001.
Fontes de informaçãoUm grande volume de informação sobre
* Com o aporte adicional e editorial de Nigel Varty.1 A identificação de IBAs na escala geopolítica estadual (i.e., gerando listas completas de IBAs porestado) facilita a integração da conservação dessas áreas diretamente às políticas estaduais de meioambiente.
Abordagem Metodológica
Glayson A. Bencke e Giovanni N. Maurício*
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áreas importantes para aves endêmicasou ameaçadas de extinção da Mata Atlân-tica brasileira encontra-se disponível naliteratura científica e a partir de avaliaçõesprévias de áreas prioritárias para a con-servação (notadamente os semináriospromovidos entre 1998 e 2000 pelo Mi-nistério do Meio Ambiente no âmbito doProjeto de Conservação e Utilização Sus-tentável da Diversidade Biológica Brasi-leira – PROBIO; MMA 2002).
Informações sobre espécies e áreasUma revisão e análise completa das in-formações disponíveis foi conduzidacomo parte essencial do processo deidentificação de IBAs nessa região e comoforma de evitar a duplicação de esforços.As principais fontes utilizadas foram:
• Wege & Long (1995) – Key areas forthreatened birds in the Neotropics;
• Relatório técnico sobre aves (Pache-co & Bauer 2000) e base de dados doworkshop “Avaliação e Ações Priori-tárias para Conservação dos BiomasFloresta Atlântica e Campos Sulinos”(promovido pelo Ministério do MeioAmbiente e Conservation Internatio-nal);
• Literatura recente, incluindo resumosde congressos científicos;
• Relatórios não publicados;
Informações s obre o n ível d e proteçãodas IBAsPara avaliar o nível de proteção das IBAspropostas, consideraram-se somente asunidades de conservação federais e es-
Figura 1. Limites do Domínio da Mata Atlântica, segundo o Decreto Federal n. 750/93.60°W
60°W
40°W
40°W
30°S
10°S
30°S
10°S
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taduais de proteção integral (e.g., parquesnacionais, reservas biológicas) e as par-ticulares (e.g., reservas particulares dopatrimônio natural – RPPNs), bem comoáreas de preservação privadas que dis-põem de uma infra-estrutura de proteçãomínima. As unidades de conservação deuso sustentável (e.g., áreas de proteçãoambiental e florestas nacionais), emboralistadas nos textos das IBAs, foram des-consideradas na presente análise porquea grande maioria delas carece de um pla-no de manejo que defina diretrizes de usosustentável e zonas-núcleo para a prote-ção ambiental. Conseqüentemente, nãohá garantia de que os hábitats naturaisdentro dessas unidades de conservaçãoserão mantidos em um estado compatí-vel com a preservação a longo prazo dasaves. Informações sobre a localização ea área das unidades de conservação fo-ram obtidas na internet (www.ibama.gov.br,www.socioambiental.org e sites devárias secretarias estaduais de meio am-biente), no Atlas de Conservação da Na-tureza Brasileira (2004) e em publicaçõesespecíficas disponíveis para alguns es-tados (principalmente São Paulo, Bahiae Espírito Santo).
Informações sobre ameaçasInformações qualitativas sobre as princi-pais ameaças (reais e potenciais) àsáreas e às espécies mais importantesforam compiladas diretamente da litera-tura ou de fontes confiáveis na internet.Muitas informações também foram obti-das através da contribuição de um gran-de número de ornitólogos que colabora-ram com o programa. Estas informaçõessão apresentadas na seção “Ameaças”dos textos das IBAs. Projetos de conser-vação ou práticas de manejo que estão emandamento nas IBAs também são mencio-nados nessa seção, quando relevantes.
As informações reunidas foram classifi-cadas de forma padronizada para simpli-
ficar a sua análise e facilitar futuras com-parações dos dados. As classes de ame-aça definidas para os propósitos destapublicação (listadas no Quadro 1) cobremtodos os tipos relatados para as IBAs dosEstados do Domínio da Mata Atlântica erefletem, em grande parte, o conteúdo domódulo de IBAs da World Bird Database,utilizada pela aliança BirdLife Internatio-nal em todo o mundo.
Um considerável esforço foi despendidona obtenção de informações atualizadassobre ameaças. Contudo, a disponibilida-de de informações sobre os impactos (na-tureza, extensão e importância relativa)que afetam as áreas variou grandemen-te entre as IBAs propostas, e a informa-ção apresentada para algumas áreaspode estar incompleta e/ou desatualiza-da. Pela mesma razão, a falta de infor-mação para uma determinada IBA nãodeve ser tomada como indício de que aárea não sofre ameaças.
TaxonomiaA taxonomia utilizada neste livro segueSibley & Monroe (1990, 1993) para o ní-vel taxonômico de espécie, incorporandoas alterações adotadas pela BirdLife In-ternational até dezembro de 2005, con-forme documentado e historiado em Bird-Life International (2000, 2004) e http://www.birdlife.org/datazone/species/taxonomy.html. Em adição, as seguintesalterações taxonômicas e nomenclatóri-as foram adotadas: Pyrrhura griseipectusé reconhecida como espécie distinta deP. leucotis (Olmos et al. 1997, Joseph2000, Olmos et al. 2005); Phylloscartespaulistus é listado como Phylloscartespaulista, conforme Straube & Pacheco(2001); Lepidocolaptes fuscus é tratadosob o gênero Xiphorhynchus (García-Moreno & Silva 1997, Aleixo 2002);Lepidocolaptes falcinellus é desmembra-do de L. squamatus (Silva & Straube1996); Notharchus swainsoni é desmem-
66
Quadro 1. Classificação das ameaças que incidem sobre as IBAs dos Estados do Domínioda Mata Atlântica1
Nome abreviado2 AmeaçaCaça Caça predatória (de subsistência ou para fins
comerciais)Captura/comércio ilegal Captura de fauna silvestre para o comércio ilegal ou
manutenção em cativeiroConflitos com indígenas Sobreposição com áreas indígenas/invasão por
indígenasConstrução de barragens Construção/impactos da construção de diques,
barragens e reservatóriosCorte seletivo Corte seletivo em florestasDegradação do hábitat Alterações na estrutura do hábitat devido a atividades
humanasDesmatamento Desmatamento para fins comerciais (incluindo a
fabricação de carvão)Drenagem Drenagem de áreas úmidasExpansão agropecuária Expansão/intensificação de atividades agropecuárias
(geralmente levando à conversão de hábitats naturaisem roças, lavouras ou pastagens; inclui irrigação esubstituição de método de cultivo e espécie cultivada)
Exploração de produtos vegetais Exploração não-sustentável de produtos vegetais(incluindo extração de palmito)
Extração de madeira Extração de lenha e madeiraFragmentação/insularização Efeitos da fragmentação/insularização do hábitatImpacto de animais domésticos Impactos de animais domésticos (sobre a estrutura do
hábitat ou populações de plantas)Infra-estrutura Construção/impactos de infra-estruturas (incluindo
estradas, linhas de transmissão, etc.)Mineração MineraçãoPerturbação Perturbação direta às aves (pelo homem ou por
animais domésticos)Plantas/animais introduzidos Conseqüências da introdução de plantas ou animais
exóticosPoluição Poluição (vazamentos de petróleo e contaminação da
água por agrotóxicos e outros insumos agrícolas)Queimadas Queimadas e incêndios causados pelo homemSilvicultura extensiva Silvicultura extensivaSobrepastoreio Sobrepastoreio (em campos naturais)Tráfego de veículos Tráfego veicular (causando perturbação e
atropelamentos da fauna)Turismo Recreação/turismoUrbanização UrbanizaçãoOutras Outras (incluindo conflitos pelo uso da água, abandono
de áreas agrícolas, etc.)
1 Adaptado de Fishpool & Evans (2001).2 Conforme utilizado na Figura 6 do capítulo 5.
67
definida por Whitney et al. 2000), Stym-phalornis acutirostris, Myrmotherula sno-wi (status específico proposto por Whit-ney & Pacheco 1997), Scytalopus iraien-sis, Scytalopus pachecoi, Laniisoma ele-gans (recentemente reinstituído comoespécie independente de L. buckleyi ;Collar et al. 1992, BirdLife International2000) e Phylloscartes beckeri; Cerrado –Arremon franciscanus; Caatinga – Nycti-progne vielliardi, Herpsilochmus sellowi eAntilophia bokermanni.
Aplicação dos critériosA identificação de IBAs nos Estados doDomínio da Mata Atlântica seguiu os cri-térios globais unificados desenvolvidospela BirdLife International ao longo dosúltimos vinte anos (veja o capítulo 2 parauma explicação sobre cada categoria decritério). A aplicação dos critérios nãoapresentou dificuldades, mas em algunscasos pequenos ajustes se mostraramnecessários (descritos a seguir).
Categoria A1. Espécies globalmente ame-açadasA lista oficial das espécies da fauna bra-sileira ameaçadas de extinção (InstruçãoNormativa 3, de 27 de maio de 2003, doMinistério do Meio Ambiente) coincide emgrande parte com a lista mundial da IUCN/BirdLife International. Contudo, há algu-mas diferenças importantes, tais como ainclusão de subespécies na lista nacio-nal, as quais não são tratadas na listamundial. A presente análise baseia-seexclusivamente na lista mundial (BirdLifeInternational 2000, 2004, 2005), de acor-do com o procedimento padrão para clas-sificação de IBAs. O conceito de IBA en-volve uma categorização internacional eas áreas reconhecidas como IBAs no Bra-sil apresentam a mesma importância e omesmo valor de IBAs reconhecidas emqualquer outro lugar do mundo. Conside-rações e especificidades nacionais, por-tanto, não são levadas em conta no pro-
brado de N. macrorhynchos, seguindo aproposta de Alvarenga et al. (2002);Phaethornis margarettae (incluindo P. ca-margoi, de acordo com Hinkelmann 1996)é considerado uma espécie válida, con-forme CBRO (2005), e Thamnophilusambiguus é tratado independentementede T. punctatus, com base em Isler et al.(1997). As populações ainda não nomea-das de Scytalopus que habitam a Cadeiado Espinhaço, há muito reconhecidascomo distintas de S. novacapitalis (Collaret al. 1992), são listadas separadamentecomo uma única entidade taxonômica(Scytalopus sp.), embora mais de umaespécie possa estar envolvida. Por fim,duas espécies recentemente descritaspara a ciência também foram incorpora-das nas análises: Glaucidium mooreorum(Silva et al. 2002) e Scytalopus pachecoi(Maurício 2005).
O tratamento taxonômico utilizado emParker et al. (1996) foi adotado para asespécies endêmicas de biomas (catego-ria A3), com algumas inclusões resultan-tes de desmembramentos taxonômicosou descrições de novas espécies, en-quanto para as espécies de distribuiçãorestrita (categoria A2) seguiu-se Statters-field et al. (1998). As diversas espéciesendêmicas adicionadas para atualizar aslistas de Parker et al. (1996) são listadasa seguir. Todas são espécies novas, des-critas a partir de 1994, exceto quando in-dicado diferentemente. Mata Atlântica –Otus sanctaecatarinae (desmembrada deO. atricapillus; Marshall et al. 1991), Glau-cidium minutissimum (distribuição geográ-fica redefinida por Howell & Robbins1995), G. mooreorum, Thalurania wa-tertonii (veja Pacheco & Whitney 1995),Lepidocolaptes falcinellus (desmembra-do de L. squamatus ; veja acima),Acrobatornis fonsecai, Synallaxis cinerea,Thamnophilus ambiguus (desmembradode T. punctatus; veja acima), Herpsiloch-mus pileatus (distribuição geográfica re-
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cesso de identificação de IBAs, pois vari-am enormemente de um país para outro.A lista das espécies que são alvo de aten-ção conservacionista global registradasnos 15 Estados do Domínio da Mata Atlân-tica, juntamente com suas categorias deameaça, é apresentada no Apêndice 2.
Categoria A2. Espécies de distribuiçãorestritaDefinem-se como espécies de distribui-ção restrita aquelas que apresentam dis-tribuição geográfica global menor do que50 mil km2 e como Áreas de Endemismode Aves (Endemic Bird Areas – EBA) asregiões onde as distribuições de duas oumais dessas espécies se sobrepõem(Stattersfield et al. 1998). Globalmente, há218 EBAs, 9 das quais estão nos Esta-dos do Domínio da Mata Atlântica (Tabe-la 1). No presente contexto, um ajuste foifeito em razão da presença de um núme-ro desigual de espécies de distribuiçãorestrita nas EBAs da região de abrangên-cia do programa. Especificamente, foramconsideradas IBAs as áreas em que onúmero de espécies de distribuição res-trita é igual ou superior a 50% do númeromáximo registrado para uma única área,considerando todas as IBAs identificadas.Por exemplo, áreas com 12 ou mais es-pécies da EBA Mata Atlântica de Planície(075), ou 8 ou mais espécies da EBA MataAtlântica Montana (076), foram classifica-das como IBAs porque estes valores sãoequivalentes ou superiores a 50% dosvalores máximos registrados para essasEBAs entre as IBAs identificadas (24 e16, respectivamente).
Categoria A3. Espécies endêmicas debiomasOs biomas considerados para a aplica-ção dos critérios desta categoria corres-pondem às regiões zoogeográficas defi-nidas em Stotz et al. (1996) (Figura 2),conforme adotado pelo programa de IBAsda BirdLife International nas Américas.
Uma vez que muitas espécies de avesendêmicas estão amplamente distribuí-das ao longo da Mata Atlântica, numero-sas áreas podem ser consideradas repre-sentativas deste bioma e praticamentequalquer fragmento florestal de razoáveltamanho poderia potencialmente ser re-conhecido como uma IBA. Para contor-nar este problema, um procedimento ope-racional similar ao descrito para a aplica-ção do critério A2 foi adotado, ou seja, onúmero de espécies endêmicas de umaárea foi comparado ao número máximoencontrado entre todas as IBAs propos-tas. Áreas onde o número de endemis-mos é igual ou superior a 50% desse va-lor máximo foram consideradas IBAs. Porexemplo, áreas que somam 62 ou maisespécies endêmicas da Mata Atlânticaforam reconhecidas como IBAs pelo cri-tério A3 porque o número máximo encon-trado em uma única área foi 123 (Serrada Bocaina/Paraty/Angra dos Reis). Ado-tou-se o mesmo procedimento para clas-sificar áreas de Cerrado, Caatinga e Pam-pas, embora os limiares quantitativos va-riassem até certo ponto entre estes bio-mas (veja a Tabela 1).
A aplicação do critério A3 exigiu um ajus-te adicional. Dividiu-se a região zoogeo-gráfica Centro da América do Sul (sensuStotz et al. 1996) nas sub-regiões Caa-tinga e Cerrado. O Cerrado possui umnúmero de espécies endêmicas conside-ravelmente maior do que a Caatinga (37contra 23, respectivamente); em conse-qüência, o tratamento desses dois biomasem conjunto resultaria em uma sub-repre-sentação das IBAs da Caatinga. Santos& Silva (2001) e Leal et al. (2003) forne-ceram argumentos adicionais em favor dese considerar a Caatinga como um bio-ma independente.
Os números máximo e mínimo de espé-cies de distribuição restrita e de espéciesendêmicas de biomas nas IBAs propos-
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Tabela 1. Números máximo e mínimo de espécies endêmicas e de distribuição restrita decada Bioma/EBA utilizados para identificar e classificar IBAs
Biomas/EBAs Sigla Número de Máximo Mínimo paraespécies* encontrado classificar
as IBAs
tas são indicados na Tabela 1. Uma listade todas as espécies de distribuição res-trita (critério A2) e endêmicas de biomas(critério A3) que ocorrem nos 15 Estadosdo Domínio da Mata Atlântica é apresen-tada no Apêndice 3.
Categoria A4. Espécies congregantesAs espécies selecionáveis para aplicaçãodesta categoria de critérios (e.g., avesaquáticas, batuíras e maçaricos migrató-rios, aves marinhas coloniais) foram iden-tificadas a partir de consulta à literatura.Wetlands International (2002) serviucomo fonte primária para a compilaçãodos limiares numéricos (correspondentesa 1% das populações biogeográficas)para aves aquáticas.
Análise de complementaridadeHá numerosas espécies ameaçadas, en-
dêmicas e de distribuição restrita nosEstados do Domínio da Mata Atlântica eo grau de sobreposição entre as áreasde ocorrência dessas espécies varia enor-memente. Portanto, é necessária umarede de áreas para assegurar a adequa-da representação de todas as espécies.Embora os critérios de identificação deIBAs sejam direcionados para evitar aseleção de áreas tão-somente pela pre-sença de uma ou algumas poucas espé-cies de interesse que se distribuem poramplas regiões e, portanto, ocorrem emoutras IBAs identificadas, em alguns ca-sos é necessário selecionar áreas adici-onais para assegurar a presença de es-pécies que, de outra forma, estariam sub-representadas2. Por conseguinte, umaanálise de complementaridade foi reali-zada para conferir maior robustez ao pro-cesso de seleção de IBAs.
2 Por exemplo, espécies com requerimentos de hábitat particulares que dependem de áreas críticasonde poucas ou nenhuma outra espécie ameaçada/endêmica está presente (e.g., Formicivora littoralis).
BiomasMata Atlântica ATL 217 123 62Cerrado CER 37 18 9Caatinga CAA 23 12 7Pampas PAM 8 4 3Endemic Bird AreasFernando de Noronha EBA069 2 2 2Caatinga Nordestina EBA070 6 3 3Vertente Atlântica de Alagoas e Pernambuco EBA071 14 12 7Matas Decíduas da Bahia EBA072 2 2 1Serras e Chapadas do Brasil Central EBA073 7 5 4Matas Decíduas de Minas Gerais e Goiás EBA074 2 2 1Mata Atlântica de Planície EBA075 55 24 12Mata Atlântica Montana EBA076 23 16 8Campos da Mesopotâmia Argentina EBA077 3 3 3
* Registradas nos Estados do Domínio da Mata Atlântica. Fontes: Parker et al. (1996), Stattersfield et al. (1998).
70
Figura 2. Regiões zoogeográficas da América do Sul continental, de acordo com Stotz et al.(1996). A região zoogeográfica Centro da América do Sul está dividida nas sub-regiões Caa-tinga e Cerrado. Os 15 Estados do Domínio da Mata Atlântica são mostrados em azul. ATL –Mata Atlântica, CAA – Caatinga, CER – Cerrado, PAM – Pampas.
71
Conservation of Birds in the Atlantic ForestRegion of Brazil
Para os efeitos desta análise, definiu-seque cada espécie globalmente ameaça-da ou quase ameaçada deveria estar re-presentada em um mínimo de três IBAs,e cada espécie de distribuição restrita ouendêmica de bioma em pelo menos umaIBA3. A análise foi conduzida selecionan-do-se inicialmente as IBAs com o maiornúmero de espécies ameaçadas, de dis-tribuição restrita ou endêmicas (um gru-po de espécies de cada vez); a seguir, aslistas de espécies dessas IBAs foramcomparadas com as de outras áreas paraidentificar (pelo critério apropriado) aque-las que contêm o maior número de espé-cies ameaçadas, de distribuição restritaou endêmicas não representadas no con-junto inicial de IBAs (veja o Quadro 2 paraum exemplo prático). Este procedimentofoi repetido até que cada espécie estives-se adequadamente representada no sis-tema de IBAs proposto.
Localização, limites e estimativa deárea das IBAsA coordenada central de cada IBA pro-posta foi obtida diretamente a partir dabase digital de remanescentes da MataAtlântica (Dossiê Mata Atlântica 2001)com o uso do programa ArcView 3.2 (En-vironmental Systems Research Institute,Inc). Para IBAs dos biomas Cerrado, Ca-atinga e Pampa, as coordenadas foramextraídas diretamente da literatura ou dePaynter & Traylor (1990).
Tanto quanto possível, definiram-se os li-mites das IBAs de acordo com o fragmen-to ou conjunto de fragmentos de hábitatremanescente, ou, no caso de unidades
3 Estas metas conservadoras foram estabelecidas em razão da reduzida disponibilidade de inventáriosornitológicos entre as IBAs propostas. Uma vez que não existem inventários para 39% das IBAs, e queestão disponíveis apenas levantamentos preliminares para outros 30% das áreas (veja capítulo 5), émuito provável que algumas espécies ameaçadas e várias espécies endêmicas estejam presentes emIBAs adicionais, onde sua ocorrência permanece desconhecida.4 O mapeamento completo e acurado de todas as IBAs não integrou os objetivos iniciais do programa.Antecipamos que essa tarefa terá lugar na próxima fase do programa, após a publicação do diretóriodas IBAs.
de conservacão, com base em seus limi-tes oficiais4. Os limites das unidades deconservação federais foram obtidos dire-tamente (na forma de arquivos digitais) apartir do site do IBAMA (www.ibama.gov.br/siucweb/). Via de regra, áreas protegidascontíguas em regiões homogêneas ondeo hábitat mantém-se razoavelmente con-tínuo foram agrupadas em uma mesmaIBA. A delimitação de cada IBA tambémlevou em consideração a viabilidade dese implementarem iniciativas práticas deconservação, o que incluiu uma avalia-ção do contexto social e ambiental dasáreas como parte do processo de identi-ficação das IBAs (ainda que apenas da-dos preliminares estivessem disponíveis).Por exemplo, nos casos em que a junçãode duas ou mais áreas vizinhas em umamesma IBA poderia resultar em uma com-plexa combinação de conflitos/cenáriosambientais de natureza muito distinta, oque poderia dificultar o desenvolvimentoe a implementação de planos de conser-vação na área, essas IBAs foram trata-das separadamente.
A superfície de cada IBA proposta foi esti-mada exclusivamente com base em infor-mações obtidas a partir das fontes consul-tadas (não foi efetuado o mapeamento dasáreas em campo). Na maioria dos casos,as estimativas correspondem à área dopolígono que contém os remanescentes dehábitat abrangidos pela IBA, calculada di-retamente a partir da base digital. Conse-qüentemente, a área indicada para uma IBAnem sempre corresponde à extensão exa-ta dos remanescentes de hábitat que abran-ge, podendo ser algo maior.
72
Denominação das IBAsPara cada IBA escolheu-se uma desig-nação o mais informativa e familiar pos-sível. Quando a área correspondia total-mente ou sobrepunha-se em grande par-te a uma unidade de conservação, deu-se preferência ao nome completo dessaárea protegida. Para grandes áreas ho-mogêneas apenas parcialmente cobertaspor unidades de conservação (ainda queextensas), ou protegidas por várias uni-dades de conservação diferentes, adotou-se um nome descritivo relacionado a al-guma característica topográfica, geológi-ca ou geomorfológica da região (e.g. Rasoda Catarina, Maciço Florestal de Parana-piacaba, Região dos Aparados da Serra).
Nível de conhecimento sobrea avifaunaTanto a disponibilidade quanto a qualida-de dos inventários ornitológicos podemlimitar consideravelmente a robustez doprocesso de avaliação das áreas candi-datas pelos critérios de identificação deIBAs. Assim, o nível de conhecimentosobre a avifauna de cada área é indicadoatravés de uma classificação subjetivacom as seguintes categorias:• Representativo – uma lista de espécies
razoavelmente completa ou completaestá disponível para consulta;
• Preliminar – somente uma lista prelimi-nar de espécies está disponível paraconsulta;
• Não disponível – não há listas de espé-cies disponíveis para consulta, maspode haver citações de algumas espé-cies em particular na literatura.
Listas de espécies de distribuição res-trita e endêmicas foram compiladaspara cada IBA que dispõe de pelo me-nos um inventário ornitológico prelimi-nar e recente. Em adição, para tornar aanálise de complementaridade maisconsistente, registros isolados de fon-tes confiáveis foram adicionados às lis-tas de espécies existentes e foram con-siderados também para as IBAs que nãodispõem de inventários divulgados. Fon-tes históricas, por outro lado, foram emgeral desconsideradas5, uma vez quenão fornecem informações atualizadassobre a ocorrência e situação das es-pécies nas IBAs.
Seleção final das IBAsApós o encerramento da primeira fasedo programa, em outubro de 2002, umworkshop foi organizado para revisar asinformações compiladas da literatura eincorporar informações novas e não pu-blicadas que até então não haviam sidoconsideradas6. O workshop resultouem uma lista final de IBAs candida-tas, acompanhada de informaçõesúteis sobre configuração e ações prá-ticas de conservação para muitas áre-as. Uma atualização final da lista deIBAs e da base de dados do progra-ma, bem como dos textos das áreas,foi feita a partir da publicação das lis-tas revisadas de espécies globalmen-te ameaçadas pela BirdLife Interna-tional em 2004 e 2005, quando foramincorporadas as alterações no statusde conservação de algumas espé-cies.
5 Fontes históricas são aqui definidas como aquelas publicadas há 15 anos ou mais e foram consideradassomente se o hábitat (e, portanto, provavelmente também a lista de espécies) permaneceu essencialmenteinalterado desde a divulgação da informação.6 Vinte ornitólogos, representando quase todos os 15 Estados do Domínio da Mata Atlântica, participaramdesse workshop, assegurando que a lista preliminar de IBAs fosse o mais completa possível e, aomesmo tempo, refletisse um aporte eqüitativo de informações de todos os estados.
73
Quadro 2. Exemplo de análise de complementaridadeCódigo da IBA
RJ/
MG
01
RJ/
SP01
SP/M
G01
RS/
SC02
RJ0
4
RJ0
6
PR06
SP04
ES/M
G01
RS/
SC01
BA
22
RS0
5
Espécies de distribuiçãorestrita da EBA076
Amazona pretrei X X XCinclodes pabsti X XLeptasthenura striolata X XLeptasthenura setaria X X X X XOreophylax moreirae X X X XSynallaxis cinerea XDysithamnus xanthopterus X X X X X X XDrymophila genei X X X X X XDrymophila ochropyga X X X X X X X XChamaeza ruficauda X X X X X X X XTijuca atra X X X X XTijuca condita X XNeopelma chrysolophum X X X XPiprites pileata X X X XHemitriccus obsoletus X X X X X XPhyllomyias griseocapilla X X X X X X X XPhylloscartes difficilis X X X X X X X X XPhylloscartes beckeri XPolystictus superciliaris X XPoospiza thoracica X X X X X X X XSporophila melanogaster X XOrthogonys chloricterus X X X X X X XTangara desmaresti X X X X X X X X
Total de espécies 16 14 13 12 11 10 10 8 8 6 3 1
RJ/MG01 – Parque Nacional de Itatiaia; RJ/SP01 – Serra da Bocaina/Paraty/Angra dos Reis; SP/MG01 – Serra daMantiqueira; RS/SC02 – Região dos Aparados da Serra; RJ04 – Serra dos Órgãos; RJ06–Serra do Tinguá; PR06 –Serra do Marumbi; SP04 – Parque Estadual da Serra do Mar (entre Santos e São Sebastião); ES/MG01 – ParqueNacional do Caparaó; RS/SC01 – Campos do Planalto das Araucárias; BA22–Serras das Lontras e do Javi; RS05 –Médio Rio Camaquã.
A tabela acima lista as espécies de aves com distribuição geográfica restrita (<50,000 km2), cujas áreas deocorrência combinadas definem a EBA Mata Atlântica Montana (076), juntamente com as IBAs que satisfazemo critério A2 designadas para essa Área de Endemismo de Aves. As primeiras nove áreas qualificam-secomo IBAs sob o critério A2 porque suportam uma proporção significativa do conjunto de espécies dedistribuição restrita da EBA076 (aqui definida como 8 ou mais espécies, valor correspondente ou superiora 50% do número máximo encontrado em uma única área, considerando todas as IBAs identificadas).Juntas, essas áreas abrigam 21 das 23 espécies constituintes desta EBA. Três outras áreas foramselecionadas através da análise de complementaridade para assegurar a representação adequada detodas as espécies. A IBA Campos do Planalto das Araucárias (RS/SC01) qualifica-se sob o critério A2 poissuporta números significativos de três espécies de distribuição restrita (Amazona pretrei, Cinclodes pabstie Sporophila melanogaster) que habitam principalmente hábitats abertos e, por esta razão, estão parcamenterepresentadas nas outras áreas selecionadas. A IBA Serras das Lontras e do Javi (BA22), embora suporteapenas três espécies constituintes, foi selecionada sob o critério A2 por causa da presença de populaçõesimportantes de Synallaxis cinerea e Phylloscartes beckeri, que são as duas espécies de distribuição restritanão representadas nas outras áreas. Por fim, a IBA Médio Rio Camaquã (RS05) foi selecionada por causade sua importância global como área de reprodução para Amazona pretrei.
74
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IntroductionThis chapter presents a description of themethodology employed to identify Impor-tant Bird Areas (IBAs) in the Atlantic For-est Region, the limitations of the approachtaken, and modifications to the standardIBA methodology to take into account spe-cific problems facing the identification ofIBAs in Brazil.
Definition of Atlantic Forest RegionThe boundary between the Atlantic For-est and neighbouring biomes, such asCerrado and Caatinga, is not sharply de-marcated in most areas but occurs as atransition (ecotone) over varying distances.Consequently, it is difficult to establish theexact limits of the Atlantic Forests. Be-cause of this, the current publication fol-lows the geographic limits of these forestspresented in Federal Decree n. 750/93(Figure 1), which considers the (Brazilian)Atlantic Forests to be essentially restrict-ed to 15 states – Piauí, Ceará, Rio Grandedo Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas,Sergipe, Bahia, Minas Gerais, EspíritoSanto, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná,Santa Catarina, and Rio Grande do Sul.For the purposes of this publication, thesestates are collectively referred to as the“States of the Atlantic Forest Region”. Twoother states which also contain AtlanticForests (according to Federal Decree No750/93), namely Goiás and Mato Grossodo Sul, were not considered here becauseonly a minor part of their territory is cov-
ered with Atlantic Forest and they are bet-ter treated under other Brazilian biomes(Cerrado and Pantanal, respectively), withwhich they show greater affinities.
The IBA Programme identified IBAs foreach of these 15 states1 and consequentlyIBA coverage in North East (excluding theState of Maranhão), South East and SouthBrazil is considered complete. However,these states also contain Cerrado,Caatinga and Pampas biomes (IBGE2004) and IBAs containing these biomeswere also identified in the IBA process.
Methodological ApproachThe methodology essentially followed theprocedure for identifying IBAs describedin the specific literature (Grimmett & Jones1989, Fishpool et al. 1998, Heath & Evans2000, Wege 2001) and as agreed at theBirdLife International’s World Bird Data-base workshop held in Mexico in April2001.
Sources of informationA large amount of information on impor-tant areas for endemic or threatened birdsof the Brazilian Atlantic Forest is readilyavailable in the scientific literature andfrom previous assessments of priority ar-eas for conservation (especially thosefrom workshops organised between 1998and 2000 under the PROBIO project2,Ministry of Environment; MMA 2002).
* With additional and editorial input from Nigel Varty.1 Identifying IBAs at the state level (i.e., producing state lists of IBAs) also facilitates integration of theirconservation directly into state government policy.2 PROBIO – Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira.
Methodological Approach
Glayson A. Bencke and Giovanni N. Maurício*
78
Species and site informationA thorough review and analysis of exist-ing information was undertaken as anessential step in the process of identify-ing IBAs for this region and to avoid dupli-cation of effort. The main sources usedwere:• Wege & Long (1995) – Key areas for
threatened birds in the Neotropics;• Technical report on birds (Pacheco &
Bauer 2000) and database from theworkshop “Evaluation and Priority Ac-tions for the Conservation of the Atlan-tic Forest and Southern GrasslandsBiomes”, held by the Ministry of Envi-ronment and Conservation Internation-al in 1999;
• Recent published literature, includingabstracts from scientific meetings; and
• Unpublished reports.
Information on protection status of IBAsIn order to evaluate the level of protectionof the proposed IBAs, data on federal andstate protected areas (e.g. National Parks,Biological Reserves) as well as privatenature reserves (e.g. Natural HeritagePrivate Reserves – RPPNs3) were con-sidered. Protected areas designated forsustainable use (e.g. Environmental Pro-tection Areas, National Forests), thoughlisted in the IBA accounts, were not con-sidered in the analysis because the ma-jority lack management plans defining
Figure 1. Limits of the Atlantic Forest in Brazil, according to Federal Decree n. 750/93.
3 See chapter 3 for more information on RPPNs.
60°W
60°W
40°W
40°W
30°S
10°S
30°S
10°S
79
core areas for protection and sustainableuse policies. Consequently, there is noguarantee that natural habitats withinthese protected areas will be maintainedin a state compatible with the long termconservation of birds. Information on thelocation and characteristics of each pro-tected area were obtained from the internet(www.ibama.gov.br; www.socioambiental.org),from the Atlas de Conservação da Nature-za Brasileira (2004), from specific publi-cations available in some states (mainlySão Paulo, Bahia and Espírito Santo) orfrom various state-level environmentagency web sites.
Information on threatsQualitative information on the main threats(actual and potential) to sites and key spe-cies were collected directly from the liter-ature or from reliable sources in the inter-net. Also, much information was obtainedthrough the contribution of a large num-ber of ornithologists who have collaborat-ed with the programme. This informationis presented under the “Ameaças” sec-tion of the IBA accounts. Current conser-vation projects or management practicesthat are underway in IBAs are also cov-ered in the site accounts.
The information on threats was catego-rized in a standard way to simplify theanalysis and to facilitate any subsequentcomparison of data. The classes of threatdefined for the purposes of this publica-tion (listed in Box 1) cover all types re-ported for IBAs in the Atlantic Forest Re-gion and reflect as much as possible thecontent of the IBA module of the WorldBird Database, as used by the BirdLifeInternational Partnership worldwide.
Much effort was expended in obtaining themost up-to-date information on threats.However, the availability of information onthreats (nature, extent and relative impor-
tance) impacting on the sites varied greatlyamong the proposed IBAs and the infor-mation presented in some IBA accountsis likely to be incomplete, and possibly out-of-date. For the same reason, a lack ofinformation on threats at an IBA shouldnot be taken to imply that the site facesno significant threats.
TaxonomyBird taxonomy followed Sibley & Monroe(1990, 1993) at the specific level, incor-porating the changes adopted by BirdLifeInternational up to December 2005, asdocumented in BirdLife International(2000, 2004) and available at http://www.birdlife.org/datazone/species/taxonomy.html. In addition, the followingtaxonomic and nomenclatural changeswere adopted: Pyrrhura griseipectus isrecognised as distinct from P. leucotis(Olmos et al. 1997, Joseph 2000, Olmoset al. 2005); Phylloscartes paulistus is list-ed as Phylloscartes p aulista followingStraube & Pacheco (2001); Lepidoco-laptes fuscus is treated under the genusXiphorhynchus (García-Moreno & Silva1997, Aleixo 2002); Lepidocolaptes fal-cinellus is split from L. squamatus (Silva& Straube 1996); Notharchus swainsoniis split from N. macrorhynchos followingthe study of Alvarenga et al. (2002);Phaethornis margarettae (including P. ca-margoi, according to Hinkelmann 1996)is considered a valid species, followingCBRO (2005); and Thamnophilus ambi-guus is treated as independent from T.punctatus, based on Isler et al. (1997).The still unnamed Scytalopus populationsfrom the Espinhaço Range, long recog-nised as distinct from the geographicallyrelated S. novacapit alis (Collar et al.1992), are listed separately as a singletaxonomic entity (Scytalopus sp.), thoughmore than one species may be involved.In addition to these, two species recentlydescribed to science have already been
80
Box 1. Classification of threat s at Important Bird Areas in the S tates of the AtlanticForest Region1
Afforestation Large-scale afforestation
Agricultural expansion Agricultural intensification/expansion (usually leading to
habitat conversion and including irrigation and changes
in crop species or cultivation method)
Animal/plant introduction Consequences of animal/plant introductions
Burning of vegetation Burning of vegetation (not caused by natural events)
Conflicts with indigenous people Overlap with indigenous areas/invasion by indigenous
people
Construction of dam/barrage Construction/impact of dyke/dam/barrage
Deforestation Deforestation for commercial purposes (including
charcoal burning)
Disturbance Disturbance to birds (direct disturbance to birds by man
and domestic animals)
Drainage Drainage of wetlands
Firewood collection Firewood collection
Fragmentation/insularization Effects of habitat fragmentation/insularization
Hunting Unsustainable animal exploitation (limited to hunting for
subsistence or commercial purposes)
Habitat degradation Changes in habitat structure due to human activities
Illegal trapping/trade Illegal trapping of wildlife for trade
Impacts of domestic animals Impacts of domestic animals (on habitat structure or plant
populations)
Infrastructure Construction/impact of infrastructure (including roads,
transmission lines, etc.)
Mining Extraction industry (mining)
Overgrazing Overgrazing (in grasslands)
Pollution Pollution (oil spill and water contamination by fertilizer or
other chemicals used in agriculture)
Vehicle traffic Vehicular traffic (causing disturbance and road deaths)
Tourism Recreation/tourism
Selective logging Selective logging/cutting
Unsustainable plant exploitation Unsustainable plant exploitation (including intensive
collecting of palmito)
Urbanization Urbanization
Other Other (including groundwater abstraction, agricultural
abandonment, etc.)1 Adapted from Fishpool & Evans (2001).2 As used in Figure 6 of chapter 5.
Abridged name2 Threat
81
incorporated into the analysis: Glaucidi-um mooreorum (Silva et al. 2002) andScytalopus pachecoi (Maurício 2005).
The taxonomic arrangement proposed byParker et al. (1996) was adopted for thebiome-restricted species (with some in-clusions resulting from taxonomic splitsor descriptions of new species) and re-stricted-range species followed that pre-sented by Stattersfield et al. (1998). How-ever, several additional species were add-ed as biome endemics, updating the listof Parker et al. (1996). All are new spe-cies, described since 1994, except if oth-erwise noted. For the Atlantic Forest theseare: Otus sanctaecatarinae (split from O.atricapillus; Marshall et al. 1991), Glau-cidium minutissimum (range redefined byHowell & Robbins 1995), G. mooreorum,Thalurania watertonii (see Pacheco &Whitney 1995), Lepidocolaptes falcinellus(split from L. squamatus; see above),Acrobatornis fonsecai, Synallaxis cinerea,Thamnophilus ambiguus (split from T.punctatus; see above), Herpsilochmuspileatus (range redefined by Whitney etal. 2000), Stymphalornis acutirostris, Myr-motherula snowi (specific status proposedby Whitney & Pacheco 1997), Scytalopusiraiensis, Scytalopus pachecoi, Laniisomaelegans (recently reinstated as a speciesdistinct from L. buckleyi; Collar et al. 1992,BirdLife International 2000), and Phyllos-cartes beckeri. For the Cerrado one newspecies – Arremon franciscanus – wasadded, while three more were included forthe Caatinga biome – Nyctiprogne vielliar-di, Herpsilochmus sellowi, and Antilophiabokermanni.
Application of IBA criteriaStandardised global criteria developed byBirdLife International over the last 20 yearswere used to identify candidate IBAs in
the States of the Atlantic Forest Region(see chapter 2 for explanation of each cri-terion). The application of some criteriawas relatively straightforward, but in somecases minor adjustments had to be made(described below).
Category A1. Globally threatened speciesThe Brazilian List of Threatened Species(Ministry of Environment Normative Rul-ing Number 3, dated 27 May 2003) over-laps largely with the IUCN/BirdLife list.However, there are some important dif-ferences, such as the inclusion of subspe-cies in the Brazilian list, which are nottreated in the global list. The analysis pre-sented here is solely based on the globallist (BirdLife International 2000, 2004,2005) following agreed IBA categorizationprocedures. An IBA is an internationalclassification, and sites identified as IBAsin Brazil have global importance and thesame value as IBAs anywhere else in theworld. National considerations and speci-ficities are not taken into account whenidentifying IBAs because these vary enor-mously from country to country. A list ofthe bird species of global conservationconcern recorded within the 15 States ofthe Atlantic Forest Region, together withtheir threat status, is presented in Appen-dix 2.
Category A2. Restricted-range speciesRestricted-range species are defined asspecies occupying less than 50,000 sq kmand Endemic Bird Areas (EBAs) as re-gions where the ranges of two or moresuch species overlap (Stattersfield et al.1998). Globally, there are 218 EBAs, 9 ofwhich occur in the States of the AtlanticForest Region (Table 1). In the currentcontext, an adjustment was applied be-cause uneven numbers of restricted-range species occur in the EBAs within
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the region studied. Specifically, sites wereconsidered IBAs if the number of restrict-ed-range species was equal to or greaterthan 50% of the maximum number of re-stricted-range species reported for any ofthe IBAs identified. For example, areaswith 12 or more species within the Low-land Atlantic Forest EBA (075), or 8 ormore species within the Montane AtlanticForest EBA (076) were classified as IBAsbecause these counts were equal to orgreater than 50% of the maximum num-ber recorded for these EBAs (24 and 16,respectively).
Category A3. Biome-restricted assem-blageThe biomes considered under this cate-gory of criteria correspond to the zoogeo-graphic regions defined in Stotz et al.(1996) (Figure 2), as adopted by BirdLife’sIBA programme in the Americas. Becausemany endemic bird species are widely dis-tributed in the Atlantic Forest, many ar-eas can be regarded as typical of thisbiome and almost all sizeable forest frag-ments could potentially be designated asIBAs. To address this problem, an opera-tional procedure, similar to that describedfor A2, was adopted in which the numberof biome-restricted species in an area wascompared to the maximum number re-ported for any of the proposed IBAs. Ar-eas where the reported number of endem-ic species was equal to or greater than50% of this maximum value were consid-ered IBAs. For example, areas with 62 ormore of the Atlantic Forest endemic spe-cies were considered IBAs because themaximum number recorded for any sin-gle area was 123 (Serra da Bocaina/Paraty/Angra dos Reis). This procedurewas also used to classify areas of Cerra-do, Caatinga, and Pampas, though quan-titative thresholds varied to some extentamong these biomes (see Table 1).
An additional adjustment was made forcriterion A3. The Central South Americazoogeographic region (sensu Stotz et al.1996) was divided into separate Caatin-ga and Cerrado sub-regions. The Cerra-do has a greater number of endemic spe-cies than the Caatinga (37 vs. 23, respec-tively); consequently, treating them togeth-er would have resulted in under-represen-tation of Caatinga IBAs. Santos & Silva(2001) and Leal et al. (2003) provide ad-ditional arguments in favour of treatingCaatinga as an independent biome.
The maximum and minimum numbers ofrestricted-range and endemic species inthe proposed IBAs are given in Table 1. Alist of all restricted-range (A2 criterion) andbiome-restricted (A3 criterion) speciesthat occur in the 15 States of the AtlanticForest Region is given in Appendix 3.
Category A4. Congregatory speciesCongregatory species (e.g., waterfowl,shorebirds, colonial seabirds) were iden-tified from the literature. Wetlands Inter-national (2002) was used as the primarysource for compiling numerical thresholds(corresponding to 1% of biogeographicpopulations) for congregatory waterbirdspecies.
Complementarity analysisThere are many threatened, endemic andrestricted-range species in the States ofthe Atlantic Forest Region and the extentto which the ranges of these species over-lap varies greatly. Therefore, a networkof sites is needed to ensure adequate rep-resentation of all these species. Althoughthe IBA criteria are intended to avoid se-lecting sites solely on the basis of the pres-ence of one or a few threatened or en-demic species that are widespread and,therefore, occur at other chosen sites, itis sometimes necessary to select addition-
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Table 1. Maximum and minimum number of endemic and restricted-range species for eachBiome/Endemic Bird Area used to identify and classify IBAsBiomes and Endemic Bird Areas Reference Number of Maximum Minimum to
Code species* Found classifyIBAs
BiomesAtlantic Forest ATL 217 123 62Cerrado CER 37 18 9Caatinga CAA 23 12 7Pampas PAM 8 4 3Endemic Bird AreasFernando de Noronha EBA069 2 2 2Northeastern Caatinga EBA070 6 3 3Alagoas and Pernambuco Atlantic Slopes EBA071 14 12 7Bahia Deciduous Forest EBA072 2 2 1Mountains and Plateaus of Central Brazil EBA073 7 5 4Minas Gerais and Goiás Deciduous Forest EBA074 2 2 1Lowland Atlantic Forest EBA075 55 24 12Montane Atlantic Forest EBA076 23 16 8Argentine Mesopotamian Grasslands EBA077 3 3 3
* Recorded in the States of the Atlantic Forest Region. Sources: Parker et al. (1996), Stattersfield et al. (1998).
al sites to ensure the presence of spe-cies that would otherwise be under-rep-resented4. Therefore, a complementarityanalysis was undertaken to strengthen theidentification of IBAs.
For this analysis, each globally threatenedspecies needed to be represented at aminimum of three IBAs and restricted-range and endemic species at at least oneIBA5. The analysis was undertaken by firstselecting the IBAs with the largest num-ber of threatened, restricted-range andbiome-restricted species (3 separate ana-lyses) and then comparing their specieslists with those of other areas to select(under the appropriate criteria) the sites
containing the largest number of threat-ened, restricted-range, or endemic spe-cies not represented in the first group ofIBAs (see Box 1 for worked example).This procedure was repeated until eachspecies was fully represented in the pro-posed IBA system.
Location, boundaries and estimation ofthe area of IBAsCentral coordinates for each proposedIBA were obtained directly from the digitaldatabase of Atlantic Forest remnants(Dossiê Mata Atlântica 2001) using Arc-View 3.2 (Environmental Systems Re-search Institute, Inc). For IBAs located innon-forest biomes, namely the Cerrado,
4 For example, species with particular habitat requirements that depend on critical sites where few or noother threatened/endemic species are present (e.g., Formicivora littoralis).5 These conservative targets were chosen because of the poor availability of ornithological inventoriesamong the proposed IBAs. As site inventories are lacking for 39% of IBAs and are only preliminary inanother 30% (see chapter 5), a number of the threatened and many of the endemic species are likely tooccur at additional IBAs from where they remain unrecorded.
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Figure 2. Zoogeographic regions of continental South America, according to Stotz et al. (1996).The Central South America zoogeographic region was divided into the Caatinga and Cerradosubregions. The 15 States of the Atlantic Forest Region are shown in blue. ATL – AtlanticForest, CAA – Caatinga, CER – Cerrado, PAM – Pampas.
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Caatinga, and Pampas, coordinates wereextracted directly from the literature orfrom Paynter & Traylor (1990).
As far as possible, IBA boundaries weredefined according to the fragment or groupof fragments of existing habitat, or, in thecase of protected areas, according to theirofficial gazetted limits6. Boundaries of fed-eral protected areas were taken directly(as digital shape files) from IBAMA’s web-site (www.ibama.gov.br/siucweb/). Con-tiguous protected areas in homogeneousregions where the habitat was more orless continuous were grouped within thesame IBA. The delineation of each IBAalso took into account the feasibility ofapplying practical conservation measures,which included an evaluation of an area’ssocial and environmental context (even ifonly preliminary data existed) as part ofthe IBA identification process. For exam-ple, if grouping two or more neighbouringsites of global importance within a singleIBA would result in an IBA encompassingseveral very distinct environmental con-flicts/scenarios that would hinder the de-velopment and implementation of conser-vation plans for the area, these sites weretreated separately.
The area of each proposed IBA was esti-mated using data obtained from referencesources (no field mapping was undertak-en). In many cases, these estimates cor-respond to the area of the polygon thatcontains the habitat remnants encom-passed by the IBA, calculated directly fromthe digital database. Consequently, thearea of an IBA does not always corre-spond to the exact amount of habitat re-maining in that IBA, and may be some-what greater than the area of remainingAtlantic Forest it contains.
Selection of IBA namesThe IBAs designations were chosen tobe as informative and familiar as possi-ble. When an area completely corre-sponded to or largely overlapped a pro-tected area, the IBA took the full nameof the protected area. For large homo-geneous areas only partially covered byprotected areas (even extensive ones),or including many different protectedareas, a descriptive name related tosome topographic, geological, or geo-morphological feature of the region wasused instead (e.g. Raso da Catarina,Maciço Florestal de Paranapiacaba,Região dos Aparados da Serra).
Impact of information quality on theIBA analysisPoor availability or quality of site invento-ries can significantly limit the power of theIBA approach. Therefore, the extent ofinformation on the avifauna at each IBAwas assessed subjectively according tothe following categories:• Representative – a reasonably complete
list of species available;• Preliminary – only a preliminary list of
species available;• Not available – no lists of species avail-
able, but there may be citations in theliterature of specific species occurringin the area.
Lists of endemic and restricted-range spe-cies were compiled for each IBA that hadat least a preliminary and recently updat-ed inventory. In addition, in order to makethe complementarity analyses more con-sistent, isolated records from reliablesources were added to existing lists ofspecies and were considered for IBAs forwhich bird lists were not available. Histo-rical sources, on the other hand, were
6 A complete and accurate mapping of all IBAs was not part of the initial IBA programme objectives. It isenvisaged that this will take place in the next phase following publication of the IBA directory.
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generally disregarded7, since they did notprovide recent information on species oc-currence and status in the IBAs.
Final Selection of Important Bird AreasAfter the first phase of the IBA identifi-cation programme was completed inOctober 2002, a workshop was held toreview the information compiled to dateand to incorporate new and unpublishedinformation that had not been considered
previously8. The workshop resulted in afinal list of candidate IBAs with additionaluseful information on practical conser-vation actions for many sites. A finalupdate of the IBA list and site accountswas undertaken following the publicationof a revised list of globally threatenedspecies by BirdLife International in 2004and in 2005, which considered thechange in the conservation status ofsome species.
7 Historical sources were defined as greater than 15 years old and were only considered if the habitat(and therefore probably the species list) had remained essentially unaltered since the information waspublished.8 Twenty ornithologists, representing almost all the 15 Atlantic Forest states, participated in this work-shop, ensuring that the preliminary IBA list was both comprehensive and reflected a balanced input fromall relevant states.
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Box 2. An example of complementarity analysisIBA code
RJ/
MG
01
RJ/
SP01
SP/M
G01
RS/
SC02
RJ0
4
RJ0
6
PR06
SP04
ES/M
G01
RS/
SC01
BA
22
RS0
5
Restricted-rangespecies of EBA076
Amazona pretrei X X XCinclodes pabsti X XLeptasthenura striolata X XLeptasthenura setaria X X X X XOreophylax moreirae X X X XSynallaxis cinerea XDysithamnus xanthopterus X X X X X X XDrymophila genei X X X X X XDrymophila ochropyga X X X X X X X XChamaeza ruficauda X X X X X X X XTijuca atra X X X X XTijuca condita X XNeopelma chrysolophum X X X XPiprites pileata X X X XHemitriccus obsoletus X X X X X XPhyllomyias griseocapilla X X X X X X X XPhylloscartes difficilis X X X X X X X X XPhylloscartes beckeri XPolystictus superciliaris X XPoospiza thoracica X X X X X X X XSporophila melanogaster X XOrthogonys chloricterus X X X X X X XTangara desmaresti X X X X X X X X
Total of species 16 14 13 12 11 10 10 8 8 6 3 1
RJ/MG01 – Parque Nacional de Itatiaia; RJ/SP01 – Serra da Bocaina/Paraty/Angra dos Reis; SP/MG01 – Serra daMantiqueira; RS/SC02 – Região dos Aparados da Serra; RJ04 – Serra dos Órgãos; RJ06 – Serra do Tinguá; PR06 –Serra do Marumbi; SP04 – Parque Estadual da Serra do Mar (entre Santos e São Sebastião); ES/MG01 – ParqueNacional do Caparaó; RS/SC01 – Campos do Planalto das Araucárias; BA22–Serras das Lontras e do Javi; RS05 –Médio Rio Camaquã.
The table above lists the bird species with a globally restricted range (<50,000 km2) whose combinedranges define the Endemic Bird Area Montane Atlantic Forest (EBA076), along with the IBAs meetingcriterion A2 that have been selected for this EBA. The first nine sites qualify as IBAs under the A2criteria because they hold a significant proportion of the restricted-range species of the EBA076 (heredefined as 8 or more species, which is equal to or greater than 50% of the maximum number reportedfor any of the proposed IBAs). Together, these sites hold 21 of the 23 constituent species of this EBA.Three more sites were selected by complementarity analysis to ensure adequate representation of allspecies. The IBA Campos do Planalto das Araucárias (RS/SC01) qualifies under criterion A2 becausethis site supports significant numbers of three restricted-range species (namely, Amazona pretrei ,Cinclodes pabsti, and Sporophila melanogaster) that inhabit mainly open habitats and, for this reason,are poorly represented at the other chosen sites. The IBA Serras das Lontras e do Javi (BA22), thoughholding only 3 constituent species, was selected under the criterion A2 because of the presence ofimportant populations of Synallaxis cinerea and Phylloscartes beckeri , which are the two restricted-range species not represented at any of the other sites. Finally, the IBA Médio Rio Camaquã (RS05)was chosen because of its global importance as a breeding area for Amazona pretrei.
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91
IntroduçãoEste capítulo apresenta uma sinopse dosprincipais resultados obtidos a partir daanálise das Áreas Importantes para aConservação das Aves (Important BirdAreas – IBAs) identificadas nos Estadosdo Domínio da Mata Atlântica.
Identificação das IBAsMais de 300 áreas candidatas foram ava-liadas, das quais 1631 apresentaram osrequisitos para serem reconhecidas comoIBAs. A grande maioria foi identificadacom base exclusivamente no critério A1(espécies globalmente ameaçadas) ouatravés de uma combinação dos critériosA1, A2 e A3 (Figuras 1 e 2). Um total de114 áreas previamente identificadas comoprioritárias para a conservação de avesnão foram consideradas IBAs, seja por-que não satisfazem os critérios globais,seja porque não há informações suficien-tes que permitam uma avaliação objetivade sua situação por esses critérios.
Inventários ornitológicos representativos,permitindo a plena aplicação dos critériosA2 e A3, estão disponíveis para 56 (34%)das 163 IBAs identificadas. Inventáriospreliminares existem para outras 44 IBAs(27% do total). Por outro lado, a avifaunade muitas IBAs (63, ou 39% do total) ain-da é pouco conhecida, visto que não hálistas de espécies acessíveis (publicadasou não) para essas áreas. Conseqüente-mente, algumas espécies ameaçadas ou
quase ameaçadas e várias espécies en-dêmicas podem estar mais bem represen-tadas no sistema proposto de IBAs do queatualmente se conhece.
Número, Distribuição, Tamanho eNível de Proteção das IBAs
Número e distribuiçãoTodos os 15 Estados do Domínio da MataAtlântica possuem IBAs (Figura 3). Osdois estados com o maior número de IBAsidentificadas foram Bahia (com 33 áreas,incluindo as IBAs interestaduais2) e Mi-nas Gerais (com 25 áreas), que tambémsão os dois maiores estados no Domínioda Mata Atlântica (Tabela 1). No entanto,a área coberta por IBAs é maior no RioGrande do Sul, São Paulo, Piauí e Bahia(Tabela 1). O número de espécies global-mente ameaçadas de extinção nas IBAspropostas varia de 0 (áreas importantessomente para aves congregantes) até ummáximo de 17 (Guaraqueçaba/Jacupiran-ga/Cananéia). O número de espéciesquase ameaçadas, por sua vez, varia de0 até 29 (Serra da Bocaina/Paraty/Angrados Reis e Maciço Florestal de Paranapi-acaba).
ÁreaA área estimada das IBAs propostas (con-siderando somente as continentais) va-ria de algumas centenas de hectares,como é o caso da Mata do Estado (Per-nambuco), com 600 ha, até centenas de
* Com o aporte adicional e editorial de Nigel Varty.1 Este número pode variar no futuro, uma vez que o processo de identificação de IBAs é dinâmico.Novas áreas podem ser identificadas à medida que mais informações estiverem disponíveis ou IBAs járeconhecidas podem ser desqualificadas no caso de não mais serem viáveis para a conservação.2 IBAs compartilhadas por dois ou mais estados.
Áreas Importantes para a Conservação das Aves nos Estados doDomínio da Mata Atlântica – Síntese dos Resultados
Glayson A. Bencke e Giovanni N. Maurício*
92
Figura 1. Número de áreas que satisfazem os diferentes critérios para identificação de IBAsnos Estados do Domínio da Mata Atlântica.
Figura 2. Número de IBAs que satisfazem cada critério nos Estados do Domínio da MataAtlântica. O número junto ao topo das barras pretas indica a quantidade de IBAs que satisfa-zem somente aquele critério.
24
37
1
18
51 1
5
A1+A
2
A1+A
2+A3
A1+A
2+A3
+A4
A1+A
3
A1+A
3+A4
A1+A
4
A3+A
4
A4
Critérios
71
0
10
20
30
40
50
60
70
80
A1
Nú
me
rod
eIB
As
5
62 62
13
A2 A3 A4
Critérios
71
157
0
20
40
60
80
100
120
140
160
A1
Nú
mer
od
eIB
As
93
Figura 3. Distribuição das IBAs nos Estados do Domínio da Mata Atlântica (total de 163IBAs).
60°W
60°W
40°W
40°W
30°S 30°S
10°S 10°S
milhares de hectares, como é o caso doParque Nacional da Serra das Confusões(Piauí), que protege 502.902 ha de hábi-tats contínuos, e das IBAs interestaduaisNascentes do Rio Parnaíba (730.000 ha)e Campos do Planalto das Araucárias(850.000 ha). A maior parte (78%) dasIBAs continentais, no entanto, são meno-res do que 100.000 ha (Figura 4). A áreatotal coberta pelas IBAs continentais ul-trapassa 8.414.000 ha, o que representapouco mais de 3% da superfície abrangi-da pelos 15 Estados do Domínio da MataAtlântica (ou uma área equivalente à dos
territórios dos estados de Alagoas e Pa-raíba juntos).
Distribuição por biomaQuatro biomas continentais brasileiros (deum total de seis, conforme definido porIBGE 2004), mais as Zonas Costeira eMarinha estão representados no sistemade IBAs proposto (Figura 5). Como espe-rado, a maioria das IBAs identificadas sãorepresentativas da Mata Atlântica ou in-cluem ecossistemas associados a essebioma (Figura 5). A cobertura da MataAtlântica foi praticamente completa em
94
Tabela 1. Número e área das IBAs identificadas em cada um dos Estados do Domínio daMata Atlântica
Estado Número de IBAs Área total (ha)Alagoas 3 13.800Bahia 31 >972.214Ceará 3 137.190Espírito Santo 10 110.700Minas Gerais 18 >543.474Paraíba 3 24.600Paraná 16 >586.445Pernambuco 14 125.561Piauí 3 737.902Rio de Janeiro 9 173.326Rio Grande do Norte 3 39.415Rio Grande do Sul 12 >1.047.051Santa Catarina 7 384.079São Paulo 12 630.525Sergipe 2 17.966
IBAs interestaduais*Alagoas/Pernambuco 2 9.000Ceará/Pernambuco 1 100.000Espírito Santo/Minas Gerais 1 31.850Minas Gerais/Bahia 2 25.000Minas Gerais/Rio de Janeiro 2 40.000Paraná/Mato Grosso do Sul 1 78.875Paraná/São Paulo 1 500.000Piauí/Maranhão/Tocantins 1 730.000Rio de Janeiro/São Paulo 1 150.000Rio Grande do Sul/Santa Catarina 2 1.000.000São Paulo/Minas Gerais 2 >95.000Santa Catarina/Paraná 1 110.000
TOTAL 163 >8.413.973* IBAs compartilhadas por dois ou mais estados.
escala nacional, ou seja, espera-se quesomente algumas poucas IBAs adicionaisvenham a ser identificadas fora dos limi-tes dos 15 estados aqui considerados (es-pecificamente no Mato Grosso do Sul eem Goiás), ao passo que várias outras
deverão ser reconhecidas em países vi-zinhos3. Similarmente, a cobertura dosbiomas Caatinga e Pampa foi completaem escala global e nacional, respectiva-mente. Por outro lado, menos da metadeda superfície do Cerrado foi coberta pela
3 O inventário das IBAs da Argentina, recentemente publicado (Di Giacomo 2005), resultou na identificaçãode 23 IBAs adicionais na Mata Atlântica.
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Indefinido 0 a 9.999 10.000 a99.999
100.000 a499.999
500.000 oumais
Classe de tamanho (ha)
0
10
20
30
40
50
60
70
Nú
mer
od
eIB
As
Figura 4. Distribuição por tamanho das IBAs continentais dos Estados do Domínio da MataAtlântica.
Figura 5. Biomas brasileiros representados no sistema de IBAs proposto. A soma dos valo-res das barras é maior do que 163 porque algumas IBAs incluem mais de um bioma. ATL –Mata Atlântica, CAA – Caatinga, CER – Cerrado, PAM – Pampa, C/M – Zonas Costeira eMarinha.
27 22
8 9
CAA CER PAM C/M
Biomas
123
0
20
40
60
80
100
120
140
ATL
Nú
mer
od
eIB
As
96
presente análise. Conseqüentemente,várias IBAs adicionais são esperadaspara esse bioma, tanto no Brasil como emalguns países vizinhos.
Nível de proteçãoUma grande proporção das IBAs identifi-cadas está totalmente (23%) ou parcial-mente (40%) protegida pelo atual siste-ma de unidades de conservação ou poráreas de preservação privadas. Apesardisso, muitas áreas protegidas sofremcom a degradação do hábitat e a caçapredatória, e vêm perdendo espécies deaves ao longo dos anos devido a estes ea outros fatores antrópicos. Entre essasáreas incluem-se as reservas biológicasdo São Donato, União, e de Poço dasAntas, as estações ecológicas de Itirapi-na e Murici, e os parques nacionais deMonte Pascoal e Serra da Capivara (vejaas descrições dessas IBAs adiante). Ou-tras 60 IBAs (37% do total) não recebemqualquer forma de proteção. A soluçãopara a falta de proteção em muitas IBAs,portanto, não está somente na criação denovas unidades de conservação, mastambém em tornar mais efetivas asáreas protegidas já existentes e em en-corajar o uso sustentável dos recursos na-turais nas áreas de entorno.
Cobertura das Espécies AmeaçadasEsta seção apresenta os resultados daanálise de complementaridade.
Número de espéciesNo Brasil ocorrem 111 espécies de avesglobalmente ameaçadas de extinção (nãoconsiderando espécies marinhas que nãose reproduzem em território nacional) e93 espécies quase ameaçadas (BirdLifeInternational 2005). Destas, 98 espéciesameaçadas são registradas para os Es-tados do Domínio da Mata Atlântica (alémde outras duas, Crax mitu e Anodorhyn-chus glaucus, já seguramente extintas naregião), o que corresponde a 88% do to-
tal de espécies globalmente ameaçadasdo país. O número de espécies quaseameaçadas nessa região também é ele-vado (79, ou 85% do total nacional).
Representatividade das espéciesameaçadas e endêmicas nas IBAsEm média, cada espécie globalmenteameaçada está presente em 7,4 IBAs ecada espécie quase ameaçada em 12,5IBAs (embora faltem inventários ornitoló-gicos completos para muitas áreas e,portanto, estes números estejam sujeitosa alterações).
A meta de ter cada espécie ameaçada ouquase ameaçada (critério A1) represen-tada em pelo menos três IBAs e cadaespécie de distribuição restrita ou endê-mica de bioma (critérios A2 e A3) repre-sentadas em pelo menos uma IBA nãofoi alcançada devido à extrema raridadede algumas espécies (Tabela 2). Das es-pécies globalmente ameaçadas, oito nãopossuem registros conhecidos em nenhu-ma das IBAs identificadas. Entre elas,apenas uma (Myrmotherula fluminensis)é endêmica da Mata Atlântica, mas temseu status taxonômico incerto. Três en-tre as demais espécies (Penelope ochro-gaster, Columbina cyanopis e Eleothrep-tus candicans) são endêmicas do Cerra-do e a identificação de IBAs em outrasregiões do Brasil ou em países vizinhosdeverá revelar áreas importantes para asua conservação. Outras três espécies(Numenius borealis , Alectrurus risora eSturnella defilippii) não têm sido registra-das por vários anos ou décadas e prova-velmente estão extintas no leste e sudestedo Brasil, enquanto Cyanopsitta spixii estáquase certamente extinta na natureza.Somente uma espécie quase ameaçada(Neochen jubata) não está representadanas IBAs propostas. Esse ganso pareceter desaparecido do Brasil oriental masocorre em outras regiões (e.g., no centrodo país e na Bolívia), onde efetivamente
97
Tabela 2. Espécies globalmente ameaçada ou quase ameaçadas não representadas ousub-representadas (i.e., presentes em menos de três áreas) nas IBAs dos Estados do Do-mínio da Mata AtlânticaNome científico Nome em português Categoria Número Justificativa*
de ameaça de IBAsTaoniscus nanusCER Inhambu-carapé VU 1 1Pterodroma arminjonianaATL Grazina-de-trindade VU 1 2Phoenicoparrus andinus Flamingo-grande-dos-andes VU 1 3Mergus octosetaceus Pato-mergulhão CR 2 1Leptodon forbesiATL Gavião-de-pescoço-branco CR 2 4, 5Penelope ochrogasterCER Jacu-de-barriga-castanha VU 0 6, 7Laterallus xenopterus Sanã-de-cara-ruiva VU 1 5, 6Porzana spiloptera Sanã-cinza VU 2 1, 5Numenius borealis Maçarico-esquimó CR(PE) 0 8Larus atlanticusPAM Gaivota-de-rabo-preto VU 2 3, 6Columbina cyanopisCER Rolinha-do-planalto CR 0 7Anodorhynchus hyacinthinus Arara-azul-grande EN 2 6Anodorhynchus leariCAA Arara-azul-de-lear CR 2 5Cyanopsitta spixiiCAA Ararinha-azul CR(PE) 0 8Eleothreptus candicansCER Bacurau-de-rabo-branco EN 0 7Philydor novaesiATL Limpa-folha-do-nordeste CR 2 5Myrmotherula fluminensisATL Choquinha-fluminense CR 0 4Formicivora littoralisATL Formigueiro-do-litoral CR 1 9Formicivora erythronotosATL Formigueiro-de-cabeça-negra EN 1 9Merulaxis stresemanniATL Entufado-baiano CR 2 5Scytalopus psychopompusATL Macuquinho-baiano CR 2 5Tijuca conditaATL Saudade-de-asa-cinza VU 2 5Calyptura cristataATL Tietê-de-coroa CR 1 5Antilophia bokermanniCAA Soldadinho-do-araripe CR 1 5Elaenia ridleyanaATL Cocoruta VU 1 9Alectrurus risora Tesoura-do-campo VU 0 3, 7Gubernatrix cristata Cardeal-amarelo EN 1 6, 10Sporophila zelichiPAM Caboclinho-de-coleira-branca CR 1 3, 5Dendroica cerulea Mariquita-azul VU 2 3, 6Sturnella defilippiiPAM Peito-vermelho-grande VU 0 6, 7Neochen jubata Pato-corredor NT 0 6, 7Ortalis superciliaris Aracuã-de-sobrancelhas NT 1 1, 6Amazona xanthopsCER Papagaio-galego NT 1 6Geobates poecilopterusCER Andarilho NT 2 1Scytalopus novacapitalisCER Tapaculo-de-brasília NT 1 1Polystictus pectoralis Papa-moscas-canela NT 2 1Sporophila ruficollis Caboclinho-de-papo-escuro NT 1 3Sporophila hypochromaCER Caboclinho-de-sobre-ferrugem NT 1 3Oryzoborus maximiliani Bicudo NT 1 10Vireo gracilirostrisATL Juruviara-de-noronha NT 1 9
ATL – Endêmico da Mata Atlântica; CAA – Endêmico da Caatinga; CER – Endêmico do Cerrado; PAM – Endêmico dosPampas; * 1 – Hábitat naturalmente restrito ou atualmente muito reduzido na região; 2 – Não há outras áreas de repro-dução conhecidas; 3 – Não há populações reprodutoras (conhecidas) na região; algumas espécies podem ser apenasvagantes; 4 – Táxon de validade incerta; 5 – Não conhecido de outras áreas (na região ou globalmente); 6 – A maiorparte da população global da espécie ocorre fora da região; 7 – Sem registros recentes na região; pode estar regional-mente extinto; 8 – Provavelmente extinto, pelo menos na natureza; 9 – Espécie historicamente restrita a uma única área;10 – População muito reduzida devido à captura e ao comércio de aves de cativeiro.
98
teiras de Alagoas (Pinto 1978) e podeocorrer em Murici.
Ameaças às IBAsA Figura 6 apresenta um sumário das prin-cipais ameaças que afetam as 163 IBAsidentificadas nos Estados do Domínio daMata Atlântica. A caça de aves e outrosanimais silvestres, a expansão agropecuá-ria (levando à perda e fragmentação dehábitats), os incêndios causados pelo ho-mem e a crescente urbanização das áreasnaturais são os impactos mais freqüente-mente relatados, afetando entre 24% e 33%das IBAs4. Outras ameaças importantes,relatadas para pelo menos cerca de 15%das IBAs, incluem a captura ilegal de ani-mais silvestres (em sua maioria aves), tan-to para manutenção em cativeiro quantopara abastecer o comércio ilegal de faunasilvestre, a extração de lenha e madeira dasmatas nativas e cerrados, e os desmata-mentos para fins comerciais. Estes e ou-tros impactos ocorrem combinados à inefi-cácia de muitas áreas protegidas, que pa-decem de problemas fundiários, falta deinfra-estrutura e proteção ineficiente, pro-blemas freqüentemente relatados nas fon-tes consultadas para a compilação de in-formações sobre ameaças.
É evidente, a partir das informações dis-poníveis, que ações de manejo e/ou pro-teção precisam ser significativamente in-crementadas em muitas IBAs dos Esta-dos do Domínio da Mata Atlântica se qui-sermos que essas áreas mantenham suaimportância para as aves ameaçadas eendêmicas, assim como para toda a bio-diversidade que abrigam.
há oportunidades para a identificação deIBAs que possam protegê-lo. Entre asespécies restritas a biomas (excluindoaquelas que também são globalmenteameaçadas ou quase ameaçadas), so-mente Celeus obrieni está ausente dasIBAs propostas. Não há registros recen-tes desse pica-pau (Whittaker & Oren1999) e a espécie deve ser consideradauma prioridade para a identificação denovas IBAs no Brasil.
Espécies nacionalmente ameaçadasO sistema de IBAs proposto também co-bre a quase totalidade das espécies esubespécies consideradas ameaçadas deextinção em escala nacional (InstruçãoNormativa 03/2003 do Ministério do MeioAmbiente). Dos 142 táxons nacionalmen-te ameaçados que ocorrem nos Estadosdo Domínio da Mata Atlântica (desconsi-derando os extintos e as aves marinhasque não se reproduzem em território na-cional), somente oito (cerca de 6%) nãoestão representados nas IBAs identifica-das. São eles: Penelope ochrogaster ,Columbina cyanopis, Eleothreptus candi-cans, Drymornis bridgesii, Asthenes bae-ri, Leptasthenura platensis, Coryphisteraalaudina e Pseudoseisura lophotes . Astrês primeiras espécies provavelmentenão mais ocorrem no leste e sudeste doBrasil (veja acima). As restantes são as-sociadas ao Chaco e apresentam distri-buição apenas marginal no Brasil. Por fim,não é certo se Sclerurus caudacutus ca-ligineus da Mata Atlântica do Nordesteestá representado no sistema de IBAsproposto. Essa subespécie possui distri-buição geográfica restrita às matas cos-
4 Os valores reais são provavelmente muito mais elevados, visto que as informações compiladas paraalgumas áreas devem estar incompletas (veja capítulo 4).
99
Bibliografia
Di Giacomo, A. S. (ed.) (2005) Áreas importantes para la conservación de las aves en laArgentina: Sitios prioritarios para la conservación de la biodiversidad. Buenos Aires: AvesArgentinas e Asociación Ornitológica del Plata (Temas de la Naturaleza y Conservación5).
BirdLife International (2005) Species factsheets. Disponível em: http://www.birdlife.org/data-zone/index.html.
IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] (2004) Mapa de biomas do Brasil . Pri-meira aproximação. Brasília: IBGE e Ministério do Meio Ambiente.
Pinto, O. M. O. (1978) Novo catálogo das aves do Brasil. 1a Parte. São Paulo: Empr. Gráf.Revista dos Tribunais.
Whittaker, A. & D. C. Oren (1999) Important ornithological records from the Rio Juruá, wes-tern Amazonia, including twelve additions to the Brazilian avifauna. Bull. Brit. Ornith. Club119:235-260.
Figura 6. Ameaças que afetam as IBAs nos 15 Estados do Domínio da Mata Atlântica.
Outras
Perturbação
Tráfego de veículos
Conflitos com indígenas
Degradação do hábitat
Construção de barragens
Silvicultura extensiva
Drenagem
Sobrepastoreio
Turismo
Poluição
Mineração
Impacto de animais domésticos
Plantas/animais introduzidos
Fragmentação/insularização
Corte seletivo
Exploração de produtos vegetais
Desmatamento
Extração de madeira
Captura/comércio ilegal
Urbanização
Queimadas
Expansão agropecuária
Infra-estruturas
Caça
0 10 20 30 40 50 60Número de IBAs
100
IntroductionThis chapter presents a brief summary ofthe main results of the analysis of the Im-portant Bird Areas (IBAs) identified for theStates of the Atlantic Forest Region.
Identification of IBAsMore than 300 candidate areas were anal-ysed, of which 1631 met the requirementsfor IBA status. The great majority of thesewere identified based on the A1 criterionalone (species of global conservation con-cern) or through a combination of the A1,A2, and A3 criteria (Figures 1 and 2). Atotal of 114 areas previously identified aspriority sites were not considered as IBAs,either because they did not meet the glo-bal criteria or because they lacked suffi-cient data to enable an objective assess-ment of their status for IBA designation.
Ornithological inventories, which allowedthe full application of the criteria A2 andA3, were available for 56 (34%) of the 163IBAs identified. Preliminary inventoriesexist for another 44 IBAs (27% of the to-tal). However, the avifauna of many IBAs(63, or 39% of the total) is still poorlyknown, as they do not possess publishedor accessible unpublished species lists.Consequently, some threatened and nearthreatened species and several endemicspecies may be better represented in theproposed IBA system than currentlyknown.
Number, Distribution, Size andProtection Status of IBAs
Number and distributionAll 15 states in the Atlantic Forest Regionpossessed IBAs (Figure 3). The two stateswith the greatest number of IBAs identi-fied were Bahia with 33 areas (includingtransboundary2 IBAs) and Minas Geraiswith 25 areas, which are also the two larg-est states in the Atlantic Forest region (Ta-ble 1). However, the area covered by IBAsis greater in Rio Grande do Sul, São Pau-lo, Piauí, and Bahia (Table 1). The num-ber of globally threatened species in theproposed IBAs varies from 0 (areas im-portant for congregatory species only) upto a maximum of 17 (Guaraqueçaba/Ja-cupiranga/Cananéia). The number of nearthreatened species varies from 0 to amaximum of 29 (Serra da Bocaina/Paraty/Angra dos Reis and Maciço Florestal deParanapiacaba).
AreaThe estimated areas of the proposed IBAs(considering only the continental sites)varies from a few hundred hectares, e.g.the 600 ha fragment of the Mata do Esta-do (Pernambuco), to many thousands ofhectares, e.g. the 502,902 ha of continu-ous habitat of the Parque Nacional daSerra das Confusões (Piauí), and thetransboundary IBAs Nascentes do RioParnaíba (730,000 ha) and Campos do
* With additional and editorial input from Nigel Varty.1 This number may change in the future, since the process of IBA identification is dynamic. New areasmay be identified with increasing knowledge or areas may be disqualified if they become no longer viablefor conservation.2 Transboundary refers to sites that are shared between two or more states.
Important Bird Areas in the States of the Atlantic ForestRegion – Overview of Results
Glayson A. Bencke and Giovanni N. Maurício*
101
Figure 1. Number of sites that meet the different IBA criteria in the States of the AtlanticForest Region.
Figure 2. Number of IBAs that meet each criterion in the States of the Atlantic Forest Region.The number at the top of the black bars indicates the number of IBAs which meet only thiscategory of criteria.
71
A1
24
37
1
18
51 1
5
A1+A
2
A1+A
2+A3
A1+A
2+A3
+A4
A1+A
3
A1+A
3+A4
A1+A
4
A3+A
4 A4
Categories
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Nu
mb
er
of
IBA
s
5
71
13
6262
157
0
20
40
60
80
100
120
140
160
A1 A2 A3 A4
Categories
Nu
mb
ero
fIB
As
102
Conservation of Birds in the Atlantic ForestRegion of Brazil
Planalto das Araucárias (850,000 ha).Most (continental) IBAs (78%), however,are less than 100,000 ha (Figure 4). Thetotal area covered by the continental IBAsis more than 8,414,000 ha, which repre-sents a little over 3% of the area encom-passed by the 15 States of the AtlanticForest Region (or an area equivalent tothe combined territories of the states ofAlagoas and Paraíba).
Distribution according to biomeFour Brazilian biomes (of a total of six, asdefined by IBGE 2004), plus coastal andmarine ecosystems are represented in the
proposed IBA system (Figure 5). As ex-pected, the majority of the IBAs identifiedare representative of the Atlantic Forestor include ecosystems associated with thisbiome (Figure 5). The coverage of theAtlantic Forest was nearly complete at thenational scale, that is only very few addi-tional IBAs are expected to be identifiedoutside the limits of the 15 states con-sidered here. Additional Atlantic ForestIBAs may be identified in the states ofMato Grosso do Sul and Goiás, whileseveral others will likely be identified inneighbouring countries3. Likewise, thecoverage of the Caatinga was complete
Figure 3. Distribution of the IBAs in the 15 States of the Atlantic Forest Region (total of 163IBAs).
60°W
60°W
40°W
40°W
30°S 30°S
10°S 10°S
3 The recently published IBA inventory for Argentina (Di Giacomo 2005) recognized 23 additional IBAswithin this biome.
103
Table 1. Number and total area of IBAs identified in each state of the Atlantic Forest Regionin Brazil
State Number of IBAs Total Area (ha)
at the global scale, while that of the Pam-pas was complete at the national scale.On the other hand, less than half of thearea of the Cerrado has been covered bythis analysis. Consequently, additionalIBAs are expected for this biome.
Protection statusA large proportion of the IBAs identifiedare either totally (23%) or partially (40%)protected within the existing protected ar-eas network or as private reserves. In spiteof this, many protected areas suffer from
Alagoas 3 13,800Bahia 31 >972,214Ceará 3 137,190Espírito Santo 10 110,700Minas Gerais 18 >543,474Paraíba 3 24,600Paraná 16 >586,445Pernambuco 14 125,561Piauí 3 737,902Rio de Janeiro 9 173,326Rio Grande do Norte 3 39,415Rio Grande do Sul 12 >1,047,051Santa Catarina 7 384,079São Paulo 12 630,525Sergipe 2 17,966
Transboundary IBAs*Alagoas/Pernambuco 2 9,000Ceará/Pernambuco 1 100,000Espírito Santo/Minas Gerais 1 31,850Minas Gerais/Bahia 2 25,000Minas Gerais/Rio de Janeiro 2 40,000Paraná/Mato Grosso do Sul 1 78,875Paraná/São Paulo 1 500,000Piauí/Maranhão/Tocantins 1 730,000Rio de Janeiro/São Paulo 1 150,000Rio Grande do Sul/Santa Catarina 2 1,000,000São Paulo/Minas Gerais 2 >95,000Santa Catarina/Paraná 1 110,000
TOTAL 163 >8,413,973* IBAs shared by two or more states.
104
Figure 4. Size distribution of continental IBAs for the 15 States of the Atlantic Forest Region.
Figure 5. Brazilian biomes represented in the proposed IBA system. The sum of the bars isgreater than 163 because some IBAs include more than one biome. ATL – Atlantic Forest,CAA – Caatinga, CER – Cerrado, PAM – Pampas, C/M – Coastal and marine ecosystems.
0
10
20
30
40
50
60
70
Undefined 0 to 9,999 10,000 to99,999
100,000 to499,999
500,000 ormore
Size class (ha)
Nu
mb
ero
fIB
As
27 22
8 9
CAA CER PAM C/M
Biomes
123
0
20
40
60
80
100
120
140
ATL
Nu
mb
er
of
IBA
s
105
habitat degradation and severe hunting,and have lost bird species over the yearsto these and other anthropogenic threats.This includes the São Donato, União, andPoço das Antas biological reserves, theItirapina and Murici ecological stations,and the Monte Pascoal and Serra da Capi-vara national parks (see relevant IBA ac-counts). Another 60 IBAs (37% of the to-tal) do not receive any form of protection.Therefore, the solution to the lack of pro-tection of many IBAs is not simply one ofcreating new protected areas, but ratherexisting ones need more effective man-agement and sustainable use of naturalresources needs to be encouraged in theareas surrounding IBAs.
Coverage of Threatened SpeciesThis section presents the results of thecomplementarity analysis.
Species numberIn Brazil, 111 bird species are globallythreatened with extinction (excluding non-breeding marine species), and an addi-tional 93 are considered near threatened(BirdLife International 2005). Of these, 98globally threatened birds occur in theStates of the Atlantic Forest Region (withtwo others, Crax mitu and Anodorhynchusglaucus, certainly extinct), correspondingto 88% of all threatened species in thecountry. The number of near threatenedspecies in this region is also very high (79,or 85% of the country’s total).
Distribution of threatenedspecies among IBAsOn average, each globally threatenedspecies occurs in 7.4 IBAs, and each nearthreatened species occurs in 12.5 IBAs(although complete ornithological inven-tories are not available for many areas andthese figures may change).
The IBA programme goal of having eachglobally threatened or near threatened
species (A1 criterion) present in at leastthree IBAs, and each restricted-range andendemic species (A2 and A3 criteria) rep-resented in at least one IBA was notachieved due to the extreme rarity of somespecies (Table 2). Of the globally threat-ened species, 8 have not been recordedin any identified IBA. Among them, onespecies, Myrmotherula fluminensis, isendemic to the Atlantic Forest but its tax-onomic status is currently uncertain. Threeof the other species, Penelope ochro-gaster, Columbina c yanopis, and Eleo-threptus candicans , are endemic to theCerrado and the identification of IBAs inthe remaining regions of Brazil or in neigh-bouring countries will likely reveal sites fortheir conservation. Another three species,namely Numenius bo realis, Alectrurusrisora, Sturnella defilippii, have not beenrecorded for a number of years or decadesand are likely to be extinct in eastern andsoutheastern Brazil, while Cyanopsittaspixii is almost certainly extinct in the wild.Only one near threatened species,Neochen jubata, is not represented in theproposed IBAs. This species may alreadybe extinct in eastern Brazil but it does oc-cur in other regions (e.g., Bolivia and cen-tral Brazil), where there are opportunitiesto designate IBAs to protect it. Among thebiome-restricted species (excluding thosewhich are also globally threatened or nearthreatened), only Celeus obrieni is absentfrom the proposed IBAs. There are norecent records of this odd woodpecker(Whittaker & Oren 1999) and the speciesmust be a priority for the identification ofadditional IBAs in Brazil.
National prioritiesThe proposed IBA system also includesalmost all of the species and subspeciesconsidered threatened at the national level(Ministry of Environment Normative Rul-ing Number 3, dated 27 May 2003). Ofthe 142 nationally threatened taxa occur-ring in the States of the Atlantic Forest
106
Table 2. Globally threatened and near threatened species not represented in the identifiedIBAs or present in less than three sites in the States of the Atlantic Forest Region
Taoniscus nanusCER Dwarf Tinamou VU 1 1Pterodroma arminjonianaATL Trindade Petrel VU 1 2Phoenicoparrus andinus Andean Flamingo VU 1 3Mergus octosetaceus Brazilian Merganser CR 2 1Leptodon forbesiATL White-collared Kite CR 2 4, 5Penelope ochrogasterCER Chestnut-bellied Guan VU 0 6, 7Laterallus xenopterus Rufous-faced Crake VU 1 5, 6Porzana spiloptera Dot-winged Crake VU 2 1, 5Numenius borealis Eskimo Curlew CR(PE) 0 8Larus atlanticusPAM Olrog’s Gull VU 2 3, 6Columbina cyanopisCER Blue-eyed Ground-dove CR 0 7Anodorhynchus hyacinthinus Hyacinth Macaw EN 2 6Anodorhynchus leariCAA Lear’s Macaw CR 2 5Cyanopsitta spixiiCAA Spix’s Macaw CR(PE) 0 8Eleothreptus candicansCER White-winged Nightjar EN 0 7Philydor novaesiATL Alagoas Foliage-gleaner CR 2 5Myrmotherula fluminensisATL Rio de Janeiro Antwren CR 0 4Formicivora littoralisATL Restinga Antwren CR 1 9Formicivora erythronotosATL Black-hooded Antwren EN 1 9Merulaxis stresemanniATL Stresemann’s Bristlefront CR 2 5Scytalopus psychopompusATL Bahia Tapaculo CR 2 5Tijuca conditaATL Grey-winged Cotinga VU 2 5Calyptura cristataATL Kinglet Calyptura CR 1 5Antilophia bokermanniCAA Araripe Manakin CR 1 5Elaenia ridleyanaATL Noronha Elaenia VU 1 9Alectrurus risora Strange-tailed Tyrant VU 0 3, 7Gubernatrix cristata Yellow Cardinal EN 1 6, 10Sporophila zelichiPAM Entre Ríos Seedeater CR 1 3, 5Dendroica cerulea Cerulean Warbler VU 2 3, 6Sturnella defilippiiPAM Pampas Meadowlark VU 0 6, 7Neochen jubata Orinoco Goose NT 0 6, 7Ortalis superciliaris Buff-browed Chachalaca NT 1 1, 6Amazona xanthopsCER Yellow-faced Amazon NT 1 6Geobates poecilopterusCER Campo Miner NT 2 1Scytalopus novacapitalisCER Brasília Tapaculo NT 1 1Polystictus pectoralis Bearded Tachuri NT 2 1Sporophila ruficollis Dark-throated Seedeater NT 1 3Sporophila hypochromaCER Grey-and-chestnut Seedeater NT 1 3Oryzoborus maximiliani Great-billed Seed-finch NT 1 10Vireo gracilirostrisATL Noronha Vireo NT 1 9
ATL – Endemic to the Atlantic Forest; CAA – Endemic to the Caatinga CER – Endemic to the Cerrado; PAM – Endemicto the Pampas; * 1 – Habitat naturally restricted or much reduced in the States of the Atlantic Forest Region; 2 – Notknown to breed in other areas; 3 – No (known) breeding populations in the States of the Atlantic Forest Region; some maybe only vagrants; 4 – Taxonomic validity uncertain; 5 – Not known to occur in other areas (within the States of the AtlanticForest Region or globally); 6 – Most of species’ global population is outside the limits of the States of the Atlantic ForestRegion; 7 – No recent records in the States of the Atlantic Forest Region; may be regionally extinct; 8 – Probably extinct(at least in the wild); 9 – Species historically restricted to a single area; 10 – Population much reduced due to cage-birdtraffic.
Scientific name English name Category Number Justification*of IBAs
107
Region (except for extinct and non-breed-ing marine species), only 8 (nearly 6%)are not represented in the IBA list. Theseare: Penelope ochrogaster, Columbinacyanopis, Eleothreptus candicans , Dry-mornis bridgesii, Asthenes baeri, Leptas-thenura platensis, Coryphistera alaudina,and Pseudoseisura lophotes . The firstthree species probably no longer occur ineastern and southeastern Brazil. The re-maining species are associated to theChaco biome and have only a marginaldistribution in Brazil. It is also not certainif Sclerurus caudacutus caligineus of theAtlantic forests of northeastern Brazil isrepresented in the proposed IBA system.This subspecies has a very restricted
range in the coastal forests of Alagoas(Pinto 1978) and may occur at Murici.
Threats at IBAsFigure 6 presents a summary of the mainthreats affecting the 163 IBAs in the Statesof the Atlantic Forest Region. Hunting ofbirds and other fauna, agricultural en-croachment (leading to habitat loss orfragmentation), deliberate setting of fires,and increasing urbanization of natural ar-eas are the most commonly reportedthreats, affecting between 24% and 33%of IBAs4. Other important threats, report-ed to affect around at least 15% of IBAs,include illegal trapping of wildlife (mostlybirds) for the pet trade, extraction of tim-
4 The true figures are probably much higher because the information compiled for some IBAs is likely tobe incomplete (see chapter 4).
Figure 6. Threats affecting IBAs in the 15 States of the Atlantic Forest Region.
Other
Disturbance
Vehicle traffic
Conflicts with indigenous people
Habitat degradation
Construction of dam/barrage
Afforestation
Drainage
Overgrazing
Tourism
Pollution
Mining
Impacts of domestic animals
Animal/plant introduction
Fragmentation/insularization
Selective logging
Unsustainable plant exploitation
Deforestation
Firewood collection
Illegal trapping/trade
Urbanization
Burning of vegetation
Agricultural expansion
Infrastructure
Hunting
0 10 20 30 40 50 60Number of IBAs
108
Bibliography
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ber from native woodlands and Cerrado,and deforestation for commercial purpos-es. These and other threats are com-pounded by the ineffectiveness of manyexisting protected areas, which suffer fromland tenure problems, lack of infrastruc-ture, and inefficient protection and man-agement. All these limitations were wide-ly reported in the sources used to com-
pile the section on threats for the sitesaccounts.
It is clear from current information that man-agement and/or protection needs to begreatly improved at many IBAs in the Statesof the Atlantic Forest Region if they are toretain their value for threatened/endemicbird species and other biodiversity.
109
Os textos sobre cada uma das Áreas Im-portantes para a Conservação das Aves(IBAs) tratadas neste livro estão separa-dos em seções organizadas por estado.A seqüência de apresentação dos 15 es-tados analisados segue uma ordem geo-gráfica de norte a sul (do Piauí ao RioGrande do Sul). A seqüência de apresen-tação das IBAs de cada estado (inclusiveas compartilhadas com estados vizinhos)também obedece à ordem geográfica.
Apresentação por Estado
MapasNo início de cada seção é apresentadoum mapa com a localização de todas asIBAs do estado, incluindo aquelas com-partilhadas com estados vizinhos. Ummapa menor mostra onde o estado seinsere na região do Domínio da MataAtlântica. A localização de cada IBA (iden-tificada pelo código) é mostrada atravésde um círculo cujo diâmetro reflete a clas-se de tamanho da área. Áreas com ta-manho indefinido são representadas poruma estrela.
IlustraçõesJunto aos mapas apresentados na pági-na de abertura de cada seção aparece ailustração de uma ave ameaçada queocorre naquele estado. As ilustraçõescorrespondem em grande parte às utili-zadas no livro Threatened birds of theworld (BirdLife International 2000) e fo-ram gentilmente cedidas por Josep delHoyo (Lynx Edicions – Handbook of birdsof the world), BirdLife International eBritish Birdwatching Fair.
Tabelas dos estadosPara cada estado são apresentadas trêstabelas. A primeira contém o código naci-onal e o nome das IBAs, o bioma no qualestão inseridas e o(s) critério(s) segundoo(s) qual(is) foram definidas. Para as IBAsque satisfazem os critérios das categori-as A2 e A31, o número da Área de Ende-mismo de Aves (EBA – Endemic BirdArea; Stattersfield et al. 1998) e o biomado qual a área é representativa são indi-cados nas colunas A2 e A3, respectiva-mente. Os biomas considerados paraaplicação do critério A3 correspondem àsregiões zoogeográficas definidas para aRegião Neotropical por Stotz et al. (1996)2,que são Mata Atlântica (ATL), Cerrado(CER), Caatinga (CAA) e Pampas (PAM),além das Zonas Costeira e Marinha. AsIBAs interestaduais tratadas em seçõesreferentes a outros estados são relacio-nadas ao final da tabela. O número dapágina onde cada IBA é descrita constano Apêndice 1.
A segunda e a terceira tabelas encontram-se ao final das descrições das IBAs decada estado. A segunda tabela apresen-ta as espécies que são alvo de atençãoconservacionista global (ameaçadas equase ameaçadas de extinção), a suacategoria de ameaça, a(s) IBA(s) ondeocorrem, o número de IBAs do estadoonde estão presentes (coluna a), semconsiderar as IBAs interestaduais trata-das sob outros estados, e o número totalde IBAs em que são encontradas (colunab), considerando a região de abrangên-cia do programa como um todo. Ao finaldessa tabela são apresentados os totais
APRESENTAÇÃO DOS DADOS
1 Os critérios para identificação de IBAs são apresentados no capítulo 2.2 Veja capítulo 4 para mais informações e um mapa dos biomas considerados.
110
de espécies ameaçadas e quase amea-çadas de cada IBA.
A terceira tabela apresenta as espéciesde distribuição restrita (segundo Statter-sfield et al. 1998) e as espécies endêmi-cas dos biomas considerados (de acordocom Stotz et al. 1996), com o número daEBA à qual pertencem (quando for ocaso), as IBAs em que ocorrem, o núme-ro de IBAs do estado onde estão repre-sentadas (coluna a), sem considerar asIBAs interestaduais tratadas sob outrosestados, e o número total de IBAs em quesão encontradas (coluna b), consideran-do a região de abrangência do programacomo um todo. As espécies são listadasseparadamente por bioma. Ao final decada parte da tabela referente a um de-terminado bioma encontram-se os totaisde espécies endêmicas de cada IBA.
Nas tabelas 2 e 3, as espécies são listadassomente pelo nome científico. Os nomesem vernáculos português (segundo CBRO2005) e inglês de todas as espécies amea-çadas, de distribuição restrita ou endêmi-cas constam nos Apêndices 2 e 3. O códi-go das IBAs que dispõem de inventário or-nitológico representativo aparece em negri-to. O número de espécies ameaçadas e en-dêmicas indicado nas tabelas 2 e 3 não ne-cessariamente corresponde ao número to-tal de espécies dessas categorias presen-tes no estado, uma vez que outras espé-cies podem estar presentes em IBAs inte-restaduais tratadas sob outros estados, ouuma determinada espécie pode não estarrepresentada nas IBAs identificadas para oestado.
Descrição das 163 IBAs identificadas
CabeçalhoVeja abaixo um exemplo da informaçãocontida nos cabeçalhos.
DescriçãoAs descrições gerais das IBAs fornecem
informações sucintas e objetivas sobrecada área, como localização geopolítica,características físicas, tipos de vegeta-ção, grau de preservação e dados climá-ticos, entre outras. A disponibilidade deinformações sobre as IBAs não é unifor-me; conseqüentemente, algumas descri-ções são mais completas e detalhadasdo que outras.
AvesEssa seção destaca a importância orni-tológica da área, enfatizando a presençae a situação de espécies ameaçadas deextinção, de distribuição restrita ou endê-micas, em especial daquelas para asquais a área é particularmente importan-te. Quando disponível, a informação so-bre o número total de espécies registra-das na área também é fornecida nessaseção.
AmeaçasÉ apresentada uma listagem ou descriçãosucinta dos principais problemas de con-servação relatados para a IBA e, eventual-mente, para algumas espécies de interes-se especial que ocorrem na área.
ReferênciasAs referências ao final de cada texto inclu-em todas as fontes utilizadas para elaboraros textos descritivos e compor as listas deespécies ameaçadas e endêmicas da área.Números sobrescritos ao longo dos textosdirecionam para as respectivas citações aofinal da descrição de cada IBA. As referên-cias completas são apresentadas na seção“Literatura Consultada”.
IBAs sugeridas pelos colaboradoresA inclusão de algumas IBAs neste inventá-rio resulta da indicação de ornitólogos quecolaboraram com o programa, durante eapós o workshop para revisão do documen-to base (veja capítulo 4). O nome dessesornitólogos é mencionado logo após as re-ferências. Todas as sugestões dos colabo-radores foram cuidadosamente avaliadas
111
pelo compiladores antes de serem incor-poradas ao inventário, para checar se asáreas sugeridas apresentavam de fato osrequisitos necessários para serem reconhe-cidas como IBAs.
Tabelas das IBAsAs seguintes informações são apresen-tadas em tabelas que acompanham adescrição de cada IBA:– Lista e total de espécies globalmenteameaçadas e quase ameaçadas de ex-tinção registradas na IBA, com as princi-pais fontes que documentam e/ou indicamsua ocorrência recente na área. Brevesinformações sobre a situação de cadaespécie na área são adicionadas, quan-do disponíveis.– Total de espécies de distribuição restri-ta e o número da EBA da qual fazem par-te, quando a IBA satisfaz os critérios da
categoria A2; no caso da IBA qualificar-se sob este critério pela análise de com-plementaridade (veja capítulo 4), o núme-ro da EBA aparece entre colchetes e asespécies que justificam essa categoriza-ção são listadas em seguida, tambémentre colchetes.– Total de espécies endêmicas e o biomaao qual estão restritas, quando a IBA sa-tisfaz os critérios da categoria A3; no casoda IBA qualificar-se sob este critério pelaanálise de complementaridade, a sigla dobioma aparece entre colchetes e as es-pécies que justificam essa categorizaçãosão listadas em seguida.– Lista das unidades de conservação (pú-blicas ou particulares) e áreas protegidasprivadas que se sobrepõem à IBA, suacategoria de manejo (proteção integral ouuso sustentável) e superfície (em hecta-res).
Exemplo de um cabeçalho
Nome da IBA
Critérios pelosquais a área sequalifica como IBA
Código nacional da IBA,formado pela sigla do(s)estado(s) onde a área estálocalizada e um númeroindicando a localizaçãogeográfica, de norte a sul
Coordenadasgeográficascentrais daIBA
Número da(s) área(s)-chaves para avesameaçadas no Neotrópico (de acordo com Wege& Long 1995) e das áreas prioritárias para aconservação identificadas pelo Projeto PROBIO(MMA 2002) que correspondem ou se sobrepõemà IBA. As áreas do PROBIO indicadas semparênteses correspondem às áreas identificadascomo prioritárias para a conservação de aves noseminário sobre a Mata Atlântica e os CamposSulinos. Os números indicados entre parêntesesreferem-se a áreas prioritárias para aconservação da biodiversidade em geralidentificadas nos seminários referentes aosbiomas Caatinga, Cerrado e Zonas Costeirae Marinha.
Nível de conhecimentosobre a avifauna daIBA, baseado naexistência deinventários publicadosou disponíveis. Trêscategorias sãoconsideradas:Representativo,Preliminar e Nãodisponível
Nível de proteção da IBA,baseado na existência deunidades de conservaçãode proteção integral eáreas protegidas privadasdotadas de infra-estruturamínima. Três categoriassão consideradas: Total,Parcial e Nenhum (vercapítulo 5)
Municípios onde a IBAestá localizada
Área aproximada daIBA. Em algunscasos, a área édesconhecida
Altitude ou faixaaltitudinal, emrelação aonível do mar
Estação Ecológica de Juréia-Itatins SP11A1, A2, A3 24°30’S, 47°19’W
Área: >80.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Iguape, Peruíbe, Itariri, Miracatu Altitude: 0-1.300 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Representativo
Key Area 111,112, 113/PROBIO 419 (87)
Bioma no qual a IBAestá inserida
112
1 For IBA criteria, please refer to chapter 2.
DATA PRESENTATION
Detailed information on each ImportantBird Area (IBA) is presented in sectionsorganized by state. The sequence of thesections follows the north-southgeographic distribution of the fifteen statesconsidered here (from Piauí to Rio Grandedo Sul). The sequence of IBAs (includingtransboundary IBAs) within each statesection also follows a north-southgeographic order.
Information by State
MapsA map showing the location of the IBAs,including those that are shared with otherstates, is presented at the beginning ofeach section. An insert shows the locationof the state within the Atlantic ForestRegion. The location of each IBA isrepresented by a dot. The size of the dotdepicts the size class into which the sitefalls. If the size of an IBA is unknown, astar is used instead.
IllustrationOn the initial page of each section thereis an illustration of a threatened speciesof bird that occurs in that state. Theillustrations were kindly granted by Josepdel Hoyo (Lynx Edicions – Handbook ofbirds of the world), BirdLife Internationaland British Birdwatching Fair, and wereextracted mainly from the bookThreatened birds of the world (BirdLifeInternational 2000).
Tables for each stateThree tables are presented for each state.The first table contains the national code
and full name of IBAs, the biome wherethey are located, and the criterion(a) usedto define the sites. For sites that meet theA2 and A3 criteria1, the number of theEndemic Bird Area (sensu Stattersfield etal. 1998) and the biome for which theyqualify as IBAs are indicated in thecolumns “A2” and “A3”, respectively. Thebiomes considered in this book (from Stotzet al. 1996) are ATL = Atlantic Forest,CER = Cerrado, CAA = Caatinga, andPAM = Pampa, plus coastal and marineecossystems. Transboundary IBAsdescribed in other sections are listed atthe end of the table. The page whereeach IBA is described is given in theAppendix 1.
The second and third tables are presentedat the end of each section, following theIBA accounts. The second table listsglobally threatened and near threatenedspecies, their threat status, the IBA(s)where they are found, the number ofIBAs in the state where each species ispresent (column a), without consideringtransboundary IBAs treated under otherstates, and the total number of IBAs whereeach species occurs in the States of theAtlantic Forest Region (column b). Totalsof threatened and near threatened speciesare given for each IBA at the end of thetable.
The third table lists the restricted-rangespecies (sensu Stattersfield et al. 1998)and biome-restricted species (sensuParker et al. 1996), together with thenumber of the EBA(s) to which they belong(restricted-range species only), the IBAs
113
where they have been recorded, thenumber of IBAs in the state where eachspecies is present (column a), withoutconsidering transboundary IBAs treatedunder other states, and the total numberof IBAs where each species occurs in theStates of the Atlantic Forest Region(column b). Totals of endemic species aregiven for each IBA at the end of eachbiome section of the table.
Only scientific names are used in thetables. Vernacular names in Portugueseand English are given in Appendices 2 and3. In the tables, the code of the IBAs forwhich representative ornithologicalinventories are available is shown in bold.The number of threatened and endemicspecies listed in tables 2 and 3 do notcorrepond necessarily to the total numberof these species occurring in the state, asother species may be represented intransboundary IBAs treated under otherstates, or there may be no IBAs identifiedfor a given species in the state.
Description of the 163 proposed IBAs
HeaderSee below for an example of theinformation contained in the header.
DescriptionThe IBA accounts give brief informationabout the sites, including location,topographical features, vegetation types,conservation status, etc. The availabilityof information on the proposed IBAs wasuneven, consequently, some descriptionsare more complete and detailed thanothers.
BirdsThis section highlights the ornithologicalimportance of the area, giving emphasisto the occurrence and status ofthreatened, restricted-range, and/or
endemic species for which the site isparticularly important. Where known, thetotal number of species that have beenrecorded from the site is also given.
ThreatsThis section gives a brief description of themain threats reported to affect the area orany of the key species present in the site.
ReferencesThe references section at the end of eachaccount includes all sources used tocompile the information on the site andthe lists of threatened and endemicspecies for the area. Superscript numbersin the text refer the reader to the sourceof the information. The full citations aregiven in the General bibliography section.
IBAs proposed by the collaboratorsOrnithologists who have collaborated withthe programme proposed some IBAsincluded in this directory. The name ofthese ornithologists appears after thereferences section. The importance ofeach proposed site was carefullyevaluated by the compilers beforeincorporation in the IBA system, to checkfor inconsistencies and to ensure that thesite met the global criteria.
IBA tablesThe following tables are presented foreach IBA:– List and total number of species of globalconservation concern, together with thesource(s) of information. A brief commenton the status of each species is alsoprovided, where the information isavailable;– Total number of restricted-range speciesand the EBA to which they belong, forthose IBAs qualifying under the A2criterion. Where the IBA was selected bythe complementarity analysis (see chapter
114
Example of a caption
IBA name
Criteria under whichthe site qualifies asan IBA
National code of the IBA,composed of the State(s)code plus a numberreflecting the north-southsequence of the sites
Centralcoordinatesof the IBA
Code of the Key Area (sensu Wege &Long 1995) or PROBIO priority area thatoverlap the IBA. PROBIO codes givenin parentheses refer to the workshopson Cerrado, Caatinga, and Coastal andMarine Zones. Otherwise, they refer tothe workshop on Atlantic Forest andSouthern Grasslands (see chapter 4).
Extent of informationavailable on the avifaunaof the site. Three classesare considered:Representative,Preliminary, and Notavailable (see chapter 4)
Protection status of the IBA,based on the existence ofprotected areas. Three classesare considered: Total, Partial,and None (see chapter 5)
Municipalities wherethe IBA is located.
Approximate area ofthe IBA (inhectares); the areaof some IBA iscurrently unknown
Biome(s) representedin the IBA
Estação Ecológica de Juréia-Itatins SP11A1, A2, A3 24°30’S, 47°19’W
Área: >80.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Iguape, Peruíbe, Itariri, Miracatu Altitude: 0-1.300 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Representativo
Key Area 111,112, 113/PROBIO 419 (87)
Altitude or altitudinalrange
4), these data and the relevant speciesare given in brackets;– Total number of endemic species andthe biome to which they are confined, forthose IBAs qualifying under the A2
criterion. Where the IBA was selected bythe complementarity analysis (see chapter4), these data and the relevant speciesare given in brackets;– List of protected areas that overlap theIBA, together with their category and area.
115
PIA
UÍ
PIAUÍ
Ano
dorh
ynch
us h
yaci
nthi
nus
OCEANOATLÂNTICO
OCEANOPACÍFICO
PI/MA/TO01
PI03
PI02 PI01
50°W
50°W
45°W
45°W
40°W
40°W
10°S
10°S
5°S5°S
OCEANO
ATLÂNTICO
MA CE
BA
PE
0 150 30075 km
Área (ha)área indefinida< 1.0001.000 a 10.000
10.000 a 100.000
> 100.000
116
PIA
UÍ
DescriçãoO Parque Nacional da Serra da Capiva-ra, mais conhecido por seus importantessítios arqueológicos, está localizado nocentro-sul do Piauí, a 380 km de Teresi-na. O parque cobre parte de uma amplachapada arenítica (Serra da Gurguéia)dissecada por alguns vales e cânions es-treitos1, localmente denominados bai-xões, boqueirões ou grotões. Nas bordasda chapada destacam-se escarpas abrup-tas do tipo cuesta e rochas erodidas. Oclima é semi-árido, com temperaturamédia anual de 28°C e precipitação vari-ando entre 250 mm e 1.260 mm ao ano1.Não há cursos d’água perenes no parque,somente alguns poços e nascentes1. A ve-getação pode ser classificada em cincotipos básicos: caatinga arbóreo-arbusti-va, caatinga arbórea, angical (formaçõesabertas de angico, Anadenantheramacrocarpa), caatinga secundária e flo-resta semidecídua (restrita aos boquei-rões e grotões mais úmidos)1.
AvesO P. N. da Serra da Capivara é uma dasmaiores e mais importantes unidades deconservacão da Caatinga. As 179 espé-
cies listadas para o parque incluem amaioria das aves endêmicas desse bio-ma encontradas no Piauí1. Há relatos fi-dedignos das décadas de 1970 e 1990sobre a presença de uma arara-azul pe-quena na região, que poderia serCyanopsitta spixii (ararinha-azul)1, hojeconsiderada provavelmente extinta na na-tureza2. Os registros de um Synallaxis dogrupo ruficapilla para o parque têm sidorelacionados a S. infuscata (tatac), espé-cie Em Perigo, mas essa população re-quer estudos adicionais e tem seu statustaxonômico ainda indefinido2. Merecedestaque, também, a presença do morfo‘maranhaoensis’ de Phaethornis nattereri(besourão-de-sobre-amarelo), que na re-gião foi observado lado a lado com a for-ma típica dessa espécie1.
AmeaçasA regularização fundiária do parque nãoestá completa e muitos proprietários con-tinuam utilizando a área para a agricultu-ra e criação de gado1. Outros problemassão a caça predatória, os incêndios cri-minosos, a extração seletiva de madeirae a captura de aves para abastecer o co-mércio local de fauna silvestre1. O par-
Parque Nacional da Serra da Capivara PI01A1, A2, A3 8°40’S, 42°34’W
Área: 100.000 ha Bioma: CaatingaMunicípios: João Costa, Coronel José Dias, Altitude: 500-600 mBrejo do Piauí, São Raimundo Nonato Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Total Key Area 024/PROBIO (35)
Tabela 1. Lista das IBAs no Estado do Piauí
* Ver capítulo 2 para explicação dos critérios.
Critérios*
Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4PI01 Parque Nacional da Serra da Capivara CAA X 70 CER, CAA
PI02 Estação Ecológica de Uruçuí-Una CER X CER
PI03 Parque Nacional da Serra das Confusões CAA X 70 CAA
PI/MA/TO01 Nascentes do Rio Parnaíba CER, CAA X CER
117
PIA
UÍEspécies ameaçadas: 2
Penelope jacucaca Aparentemente uma população significativa (Olmos 1993).Carduelis yarrellii Rara (Olmos 1993).
Espécies quase ameaçadas: 8Rhea americana Pequena população remanescente a nordeste do parque
(Olmos 1993).Crypturellus noctivagus Comum (Olmos 1993).Primolius maracana Regular somente no cânion do Varedão, junto ao limite
nordeste do parque (Olmos 1993).Picumnus fulvescens Um registro apenas, para o entorno do parque (F. Olmos);
BirdLife International (2000); Olmos (1993), sob P. limae.Gyalophylax hellmayri Rara (Olmos 1993).Herpsilochmus sellowi Razoavelmente comum (Olmos 1993).Hylopezus ochroleucus Razoavelmente comum (Olmos 1993).Oryzoborus maximiliani Observada em 1986, mas agora provavelmente extinto na
região (Olmos 1993).
Espécies de distribuição restrita: 3 EBA070
Espécies endêmicas: 11 CAA
Espécies endêmicas: 2 [CER] (Phaethornis nattereri)
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Nacional da Serra da Capivara Proteção Integral 100.000 ha
que também sofre graves restrições or-çamentárias e falta de recursos humanos.Recentemente, 79 funcionários que au-xiliavam na manutenção da unidade deconservação tiveram que ser demitidos
por falta de verbas, fato que ganhou re-percussão nacional.Referências1. Olmos (1993); 2. BirdLife International (2000);Wege & Long (1995); Fábio Olmos (verb.).
Estação Ecológica de Uruçuí-Una PI02A1, A3 8°48’S, 45°18’W
Área: 135.000 ha Bioma: CerradoMunicípios: Baixo Grande do Ribeiro, Altitude: 480-650 mRibeiro Gonçalves, Santa Filomena Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Total Key Area 023
DescriçãoEssa extensa unidade de conservaçãoestá localizada no sudoeste do Piauí, en-tre os rios Uruçuí-Preto e das Pedras,ambos pertencentes à bacia do rio Par-naíba. O cerrado é a principal formação
vegetal na região. Ao longo dos cursos-d’água existem matas ripárias, em geralestreitas e de baixo porte. Outros tiposde vegetação encontrados na área inclu-em buritizais de Mauritia vinifera nos bre-jos e campos limpos no alto de alguns
118
PIA
UÍ
morros1,2,3. Matas secas de dossel com-pacto e ricas em bromélias terrestresocorrem limitadamente em áreas comafloramentos rochosos, em geral encai-xadas em vales pouco profundos2.
AvesEmbora situe-se próximo ao limite nortedo domínio do Cerrado, a Estação Ecoló-gica de Uruçuí-Una apresenta uma avi-fauna bastante representativa desse bio-ma. Apenas outras quatro IBAs do Nor-deste/Sudeste do Brasil abrigam maisespécies endêmicas do Cerrado. A áreaé especialmente rica em espécies de psi-tacídeos, 15 ao todo2. A arara-azul-gran-de (Anodorhynchus hyacinthinus) aindaé comum na região, ocupando buritizaise cerrados2. As emas (Rhea americana)são mais numerosas nas áreas de cha-pada. Existem registros de Crypturellusnoctivagus, Penelope jacucaca e Mega-
xenops parnaguae para a Serra do Uru-çuí, que é próxima à estação ecológica,mas do lado oposto do rio Uruçuí-Preto4.
AmeaçasA E. E. de Uruçuí-Una não está efetiva-mente implementada. Em 2001, cerca de40 famílias ainda viviam em seu interior3.São notórios os impactos causados pelogado, pelo corte seletivo de madeira epelos incêndios criminosos2,3. Como re-sultado das queimadas sucessivas, o cer-rado das partes mais altas da estaçãoecológica é hoje pobre em espécies ar-bóreas2. Outras ameaças incluem a caçafurtiva e a captura de araras-azuis paraabastecer o comércio ilegal de animaisde estimação2,3.
Referências1. Novaes (1992); 2. Silveira (2001); 3. Silveira etal. (2001); 4. Santos (2000); Wege & Long (1995);BirdLife International (2000).
Espécie ameaçadaAnodorhynchus hyacinthinus Wege & Long (1995), Novaes (1992).
Espécies quase ameaçadas: 5Rhea americana Silveira (2001).Primolius maracana Silveira (2001).Charitospiza eucosma Novaes (1992).Passerina caerulescens Silveira (2001).Neothraupis fasciata Novaes (1992).
Espécies endêmicas: 9 CER
Área protegida:Nome Categoria ÁreaEstação Ecológica Uruçuí-Una Proteção Integral 135.000 ha
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PIA
UÍParque Nacional da Serra das Confusões PI03
A1, A2, A3 9°09’S, 43°24’W
Área: 502.411 ha Bioma: CaatingaMunicípios: Caracol, Guaribas, Santa Luz, Altitude: 480-710 mCristino Castro Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Total PROBIO 128 (37)
DescriçãoO Parque Nacional da Serra das Confu-sões está situado em uma chapada are-nítica recortada por vales e cânions es-cavados por cursos-d’água, hoje tempo-rários. Predomina na região a caatingaarbóreo-arbustiva, cujo dossel tem emtorno de 6 m de altura. A vegetação setorna mais arbórea em locais com maioracúmulo de umidade, como o sopé deencostas e as depressões do terreno. Nosvales, especialmente os mais estreitos,há encraves de um tipo de floresta semi-decídua (“mata seca”) similar à encontra-da em outras localidades no sul do Piauíe do Maranhão. Esses encraves apresen-tam árvores com mais de 20 m de alturae sub-bosque aberto. Nos afloramentos
rochosos ocorrem formações arbustivasdensas, com muitos cactos e broméliasterrestres. A região possui baixa densi-dade demográfica, mas áreas próximasa fontes de água permanentes historica-mente têm atraído novos habitantes.
AvesA extensão do parque o torna uma daspoucas áreas protegidas da Caatinga como potencial de sustentar populações viá-veis da maior parte de sua biota original,especialmente se puder ser mantido al-gum tipo de conexão com o Parque Naci-onal da Serra da Capivara (PI01), situa-do a cerca de 40 km a leste. Em duasexpedições realizadas em 2000 e 2002,foram registradas 222 espécies de aves
Espécies ameaçadas: 2Penelope jacucaca Raro (Silveira & Santos 2002).Xiphocolaptes falcirostris Localmente comum (Silveira & Santos 2002).
Espécies quase ameaçadas: 5Crypturellus noctivagus Raça C. n. zabele; localmente comum (Silveira & Santos
2002).Primolius maracana Rara (Silveira & Santos 2002).Gyalophylax hellmayri Rara (Silveira & Santos 2002).Herpsilochmus sellowi Comum (Silveira & Santos 2002).Hylopezus ochroleucus Comum (Silveira & Santos 2002).
Espécies de distribuição restrita: 2 EBA070
Espécies endêmicas: 12 CAA
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Nacional da Serra das Confusões Proteção Integral 502.411 ha
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Nascentes do Rio Parnaíba PI/MA/TO01A1, A3 10°00’S, 45°48’W
Área: 730.000 ha Bioma: Cerrado, CaatingaMunicípios: Gilbués, Barreiras do Piauí (PI), Altitude: 400-880 mAlto Parnaíba (MA), Mateiros (TO) Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Total
DescriçãoAs nascentes do rio Paranaíba estão si-tuadas na Chapada das Mangabeiras, umplanalto arenítico que se estende por cer-ca de 300 km ao longo das fronteiras en-tre o sul do Maranhão e Piauí, leste doTocantins e noroeste da Bahia. Essa cha-pada, que se eleva 200 a 400 m acimado terreno circundante, marca o divisorde águas das bacias dos rios Tocantins eParnaíba. É uma região biogeografica-mente complexa, onde ocorre o contatode elementos do Cerrado e da Caatinga.Há uma predominância de cerrados, quevariam de cerradões sobre as encostasaos campos limpos e sujos que dominamo alto da chapada. Os rios situados noalto do planalto formam ravinas margea-das por matas de galeria estreitas. Fon-tes que nascem nas encostas e na baseda chapada dão origem a cursos-d’águaque nutrem uma complexa rede de ma-
tas de galeria e veredas com buritizais ajusante. Até recentemente, a região con-tava apenas com a proteção de duasAPAs (Áreas de Proteção Ambiental), masem 2002 foi criado o Parque Nacional dasNascentes do Rio Parnaíba, que resguar-da uma das maiores e mais conservadasextensões de cerrado no país. O novoparque nacional sobrepõe-se à APA Es-tadual Chapada das Mangabeiras e incor-porou parte da área da APA Serra de Ta-batinga.
AvesForam registradas 254 espécies de avesna região1. A população de Anodorhynchushyacinthinus (arara-azul-grande) estáentre as mais importantes da chamada“Região dos Gerais”. A área abriga váriosendemismos do Cerrado consideradosquase ameaçados de extinção, destacan-do-se Amazona xanthops (papagaio-ga-
no parque, incluindo a forma da Caatingado arapaçu-do-nordeste (Xiphocolaptesfalcirostris)1, presente em somente outrasduas IBAs. A área também é fonte de ru-mores, não substanciados, sobre a pre-sença recente de ararinhas-azuis(Cyanopsitta spixi )2, espécie tida comoextinta na natureza. O parque abriga 12das 23 espécies endêmicas da Caatin-ga, a maioria compartilhada com o vizi-nho P. N. da Serra da Capivara.
AmeaçasAo que parece, a maior parte das famíli-as que residiam no interior do parque jáfoi indenizada, mas ainda há um longo
caminho até a efetiva implantação da uni-dade de conservação, que contava comapenas um funcionário em janeiro de2005. A falta de fiscalização torna a áreamuito visada para a prática da caça comfins comerciais ou recreativos; além dis-so, os incêndios ameaçam especialmen-te os frágeis encraves de florestas semi-decíduas1. A manutenção da conexãocom o P. N. da Serra da Capivara atravésde um corredor ecológico está ameaça-da por planos para estabelecer assenta-mentos da reforma agrária na região.
Referências1. Silveira & Santos (2002); 2. Luís F. Silveira (inlitt.).
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Espécies ameaçadas: 2Penelope jacucaca Santos (1998, 2001).Anodorhynchus hyacinthinus 1.000-2.500 indivíduos no sudoeste do Piauí e áreas
adjacentes da Bahia, Maranhão e Tocantins (Snyder et al.2000); Santos (1998, 2001).
Espécies quase ameaçadas: 7Ortalis superciliaris Santos (2001).Primolius maracana Santos (2001).Amazona xanthops Santos (2001).Euscarthmus rufomarginatus Santos (2001).Charitospiza eucosma Santos (2001).Passerina caerulescens Santos (2001).Neothraupis fasciata Santos (2001).
Espécies endêmicas: 9 CER
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba Proteção Integral 730.000 haAPA Estadual Chapada das Mangabeiras Uso Sustentável 96.742 haAPA Serra de Tabatinga Uso Sustentável c.9.800 ha*
* Originalmente com 61.000 ha, teve parte de sua área incorporada ao P. N. das Nascentes do Rio Parnaíba.
lego), que não ocorre em outras IBAs daregião da Mata Atlântica. Outra espéciequase ameaçada sem registros em ou-tras IBAs identificadas até agora e quepresumivelmente conta com uma popu-lação numerosa na área é Ortalissuperciliaris (aracuã-de-sobrancelhas).Também está presente a araponga-do-nordeste (Procnias a. averano), endêmi-ca da Região Nordeste e consideradaameaçada no Brasil.
AmeaçasA área está inserida em uma das regiõesde expansão da fronteira agrícola brasi-leira. As monoculturas de soja e outroscommodities agrícolas já foram respon-sáveis pelo desmatamento de grandes
extensões do entorno do parque nacio-nal, que ainda não foi implantado. Estefator de pressão se soma à pecuária ex-tensiva, tradicional na região, à qual estáassociada a prática nociva das queima-das freqüentes para renovação de pasta-gens. As matas de galeria e as veredassão os sítios preferenciais para o estabe-lecimento de lavouras de subsistência,que causam danos virtualmente irrepará-veis a esses ambientes. Traficantes deanimais atuam na região, visando princi-palmente espécies como a arara-azul-grande e a araponga-do-nordeste.
Referências1. Santos (1998, 2001); Snyder et al. (2000); PedroC. Lima (in litt.); http://www2.ibama.gov.br/unidades/parques/parnas.htm
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UÍ Tabela 2. Espécies ameaçadas de extinção com ocorrência nas IBAs do Piauí
Espécies Categ.*Código IBA Total**
PI01 PI02 PI03 PI/MA/TO01 a bPenelope jacucaca VU X X X 3 14Anodorhynchus hyacinthinus EN X X 2 2Xiphocolaptes falcirostris VU X 1 5Carduelis yarrellii VU X 1 17Total de espécies 2 1 2 2Rhea americana NT X X 2 13Crypturellus noctivagus NT X X 2 24Ortalis superciliaris NT X 1 1Primolius maracana NT X X X X 4 25Amazona xanthops NT X 1 1Picumnus fulvescens NT X 1 16Gyalophylax hellmayri NT X X 2 10Herpsilochmus sellowi NT X X 2 20Hylopezus ochroleucus NT X X 2 13Euscarthmus rufomarginatus NT X 1 3Charitospiza eucosma NT X X 2 6Oryzoborus maximiliani NT ? 0 1Passerina caerulescens NT X X 2 7Neothraupis fasciata NT X X 2 7Total de espécies 7 5 5 7
* Categorias de ameaça: CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU - vulnerável; NT – quase ameaçada.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a – Piauí; b – Região como um todo.
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UÍ Tabela 3. Espécies endêmicas por IBA no Estado do Piauí, agrupadas por Bioma
Espécies nº EBA*Código IBA Total**
PI01 PI02 PI03 PI/MA/TO01 a bMata AtlânticaCrypturellus noctivagus X X 2 24Total de espécies 1 0 1 0CerradoAmazona xanthops X 1 1Phaethornis nattereri X 1 2Herpsilochmus longirostris X 1 4Melanopareia torquata X X 2 6Antilophia galeata X X 2 6Charitospiza eucosma X X 2 6Passerina caerulescens X X 2 7Neothraupis fasciata X X 2 7Cypsnagra hirundinacea X X 2 8Compsothraupis loricata X X X X 4 15Cyanocorax cristatellus X X 2 8Total de espécies 2 9 1 9CaatingaPenelope jacucaca X X X 3 14Caprimulgus hirundinaceus 70 X X 2 5Phaethornis gounellei X X 2 8Picumnus fulvescens 70, 71 X 1 16Picumnus pygmaeus X X X 3 13Xiphocolaptes falcirostris X 1 3Gyalophylax hellmayri 70 X X 2 10Megaxenops parnaguae X X 2 11Pseudoseisura cristata X X 2 13Sakesphorus cristatus X X 2 12Herpsilochmus sellowi X X 2 20Hylopezus ochroleucus X X 2 13Paroaria dominicana X X X X 4 30Total de espécies 11 2 12 3Total geral de espécies 14 11 14 12
* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998). Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a – Piauí; b – Região como um todo.
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CEARÁ
Ant
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ia b
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CE03
CE02CE01
CE/PE01
40°W
40°W
5°S5°S
OCEANO
ATLÂNTICO
MA
PI
RN
PB
PE
0 100 20050 km
Área (ha)área indefinida< 1.0001.000 a 10.000
10.000 a 100.000
> 100.000
OCEANOATLÂNTICO
OCEANOPACÍFICO
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DescriçãoA Serra de Ibiapaba estende-se no senti-do norte-sul ao longo da divisa entre osEstados do Ceará e Piauí, a cerca de 300km de Fortaleza e a 200 km de Teresina.Geomorfologicamente, é classificadacomo uma cuesta, apresentando uma dasvertentes com declividade suave (no ladopiauiense) e a outra escarpada (no ladocearense). A área abrangida pela IBA cor-
responde à estreita faixa de mata úmidaque se estende por cerca de 160 km nolado cearense, incluindo as escarpas e oplanalto adjacente. O clima nessa parteda serra é quente e úmido, com médiapluviométrica anual superior a 1.100 mm,enquanto no lado piauiense o clima ésemi-árido. Entre as espécies vegetaiscaracterísticas da região destacam-se Gal-lesia gorasema (pau-d’alho), Hymenaea
Serra de Ibiapaba CE01A1, A3 3°42’S, 40°57’W
Área: 100.000-150.000 ha Bioma: Caatinga, Mata AtlânticaMunicípios: Barroquinha, Granja, Viçosa do Ceará, Altitude: 750 mTianguá, Ubajara, Ibiapina, São Benedito, Graça, Inventário ornitológico: Não disponívelGuaraciaba do Norte, Reriutaba, Ipu, Croatá, IpueirasGrau de proteção: Parcial Key Area 027/PROBIO 106 (05)
Espécies ameaçadas: 4Picumnus limae BirdLife International (2000).Xiphocolaptes falcirostris Ubajara (Sales-Jr & Nascimento 2001).Hemitriccus mirandae Localidade-tipo da espécie (Collar et al. 1992).Carduelis yarrellii Ubajara, recentemente (Sales-Jr & Nascimento 2001).
Espécies quase ameaçadas: 3Gyalophylax hellmayri Teixeira (1992a).Herpsilochmus sellowi Girão e Silva & Albano (2002).Hylopezus ochroleucus Krabbe & Schulenberg (2003).
Espécies endêmicas: 8 CAA
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Nacional de Ubajara Proteção Integral 6.298 haAPA Estadual Bica do Ipu Uso Sustentável 3.485 haAPA Serra da Ibiapaba (em parte) Uso Sustentável 1.592.550 ha
Tabela 1. Lista das IBAs no Estado do Ceará Critérios*
Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4CE01 Serra de Ibiapaba CAA, ATL X CAA
CE02 Serras de Maranguape e da Aratanha CAA, ATL X
CE03 Serra do Baturité ATL, CAA X ATL
CE/PE01 Chapada do Araripe ATL, CAA, CER X 70 CAA
* Ver capítulo 2 para explicação dos critérios.
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courbaril (jatobá), Orbignya phalerata (ba-baçu), Chlorophora tinctoria (tatajuba),Zanthoxylum rhoifolium (limãozinho) eMachaerium angustifolium (piquiá-pedra).
AvesO conhecimento sobre a avifauna da Ser-ra de Ibiapaba está baseado principal-mente em coletas antigas realizadas noinício do século passado. A maior partedos levantamentos posteriores não envol-veu coletas e restringiu-se ao ParqueNacional de Ubajara1. A compilação dosdados existentes indica a ocorrência depelo menos cerca de 180 espécies naregião. A área abriga dois endemismosda Caatinga pouco representados emoutras IBAs, que são Picumnus limae(pica-pau-anão-da-caatinga) e a raça no-minal de Xiphocolaptes falcirostris (ara-paçu-do-nordeste). Pyrrhura griseipectus(tiriba-de-peito-cinza), periquito com dis-tribuição relictual nos brejos de altitude
do Ceará e Pernambuco, foi coletado naSerra de Ibiapaba no passado, mas pos-sivelmente está extinto agora2. Há regis-tros de Touit surdus (apuim-de-cauda-amarela) no município de Camocim, umpouco ao norte da área3, assim como in-dícios etnobiológicos da presença dePenelope jacucaca (jacucaca) na região.
AmeaçasO avanço da agricultura sobre as áreasflorestais, sobretudo das culturas de cana-de-açúcar e banana, representa a princi-pal ameaça. Os efeitos do estado avan-çado de fragmentação das florestas so-bre a avifauna da região são desconheci-dos.
Referências1. Sales-Jr. & Nascimento (2001); 2. Olmos et al.(2005); 3. Collar et al. (1992); Teixeira (1992a); Tei-xeira et al. (1993); BirdLife International (2000); Gi-rão e Silva & Albano (2002); Krabbe & Schulen-berg (2003).
Serras de Maranguape e da Aratanha CE02A1 3°53’S, 38°44’W
Área: 4.500 ha Bioma: Caatinga, Mata AtlânticaMunicípios: Maranguape, Caucaia, Pacatuba, Guaiúba Altitude: 200-919 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 105
DescriçãoEssa área engloba dois brejos de altitudecobertos com remanescentes de MataAtlântica, no norte do Ceará. As serrasde Maranguape e da Aratanha são seme-lhantes à Serra do Baturité (CE03) quan-to à geomorfologia, clima e regime pluvi-ométrico, consistindo em maciços crista-linos residuais que se sobressaem emmeio à depressão sertaneja. As serras deMaranguape e da Aratanha são menoresdo que a Serra de Baturité em extensãoe altitude, porém são mais próximas dolitoral, de onde provém a umidade quemantém suas florestas. A fisionomia davegetação muda ao longo do gradiente
de altitude: de caatinga arbórea até os 400m, passando a matas secas entre 400-600 m, até matas úmidas nas regiõesserranas, acima de 600 m1. A Serra daAratanha está melhor conservada que ade Maranguape2. Nessas duas pequenasserras não há cidades no topo, comoacontece na Serra de Baturité.
AvesSegundo levantamentos recentes,Picumnus limae (pica-pau-anão-da-caatin-ga) é comum nas serras e nas áreas doentorno2. Essa espécie é endêmica daCaatinga e está restrita ao território cea-rense, ao norte do paralelo 6º S. Pyrrhura
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Serra do Baturité CE03A1, A3 4°15’S, 38°58’W
Área: 32.690 ha Bioma: Mata Atlântica, CaatingaMunicípios: Aratuba, Baturité, Capistrano, Altitude: 600-1.114 mGuaramiranga, Mulungu, Pacoti, Palmácia, Redenção Inventário ornitológico: Não disponívelGrau de proteção: Parcial Key Area 026/PROBIO 107 (08)
griseipectus (tiriba-de-peito-cinza), peri-quito conhecido com segurança de ape-nas três áreas de brejo do Nordeste, pa-rece ter ocorrido nas serras de Maran-guape e da Aratanha até 15-20 anos atrás,de acordo com relatos de habitantes lo-cais3.
AmeaçasDiferentes ciclos agrícolas têm ameaça-do a avifauna das serras de Maranguapee da Aratanha nos últimos séculos, maso cultivo extensivo da banana é atualmen-te o principal responsável pela supressãodas florestas da região. A especulaçãoimobiliária ainda não representa uma
ameaça tão grave quanto na Serra doBaturité, mas este problema tende a seagravar com a expansão da Região Me-tropolitana de Fortaleza. A caça prejudicaespécies como Penelope jacucaca (jacu-caca), e o tráfico de animais silvestrespode ter sido responsável pela provávelextinção local de Pyrrhura griseipectus.
Referências1. www.pacatuba.ce.gov.br; 2. Weber A. de Girãoe Silva (in litt.); 3. Olmos et al. (2005); Teixeira(1990), BirdLife International (2000), Girão e Silvaet al. (2003); Base de dados do workshop Avalia-ção e Ações Prioritárias para a Conservação dosBiomas Floresta Atlântica e Campos Sulinos.
DescriçãoA Serra do Baturité está localizada a apro-ximadamente 70 km de Fortaleza, no cen-tro-norte do Ceará. Devido à sua altitude,recebe umidade plúvio-nebular suficien-te para a manutenção de uma florestaúmida isolada em meio à planície semi-árida. As áreas de floresta remanescentesomam cerca de 20.000 ha, distribuídosem fragmentos que competem por espa-ço com quatro cidades e seus acessos,localizados acima dos 600 m de altitude.Essas cidades reúnem mais de 30% dos
90.600 habitantes residentes na região erecebem regularmente uma grande quan-tidade de veranistas1. A vegetação úmidada serra inclui plantas encontradas na MataAtlântica do sul do Brasil e na Floresta Ama-zônica, como Podocarpus sellowii (pinhei-ro-bravo) e Stryphnodendron purpureum(favinha), respectivamente. A temperatu-ra média e a precipitação pluviométricana Serra do Baturité atingem valores anu-ais de 24ºC e 1.700 mm, enquanto na ca-atinga circundante os valores são de 28ºCe 800 mm2.
Espécies ameaçadas: 2Penelope jacucaca W. A. de Girão e Silva.Picumnus limae Localidade-tipo da espécie (Serra de Maranguape; Girão e
Silva et al. 2003); Teixeira (1990), BirdLife International (2000).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaAPA da Serra da Aratanha Uso Sustentável 4.448 ha
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Espécies ameaçadas: 5Penelope jacucaca Weber A. de Girão e Silva.Picumnus limae BirdLife International (2000), Whitney & Bevier (2003), W. A.
de Girão e Silva.Xiphocolaptes falcirostris Recentemente apenas em Guaramiranga (BirdLife
International 2000); Wege & Long (1995).Hemitriccus mirandae Razoavelmente comum (Wege & Long 1995).Carduelis yarrellii Weber A. de Girão e Silva.
Espécies endêmicas: 7 [ATL] (Conopophaga cearae, Hemitriccus mirandae)
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Ecológico de Guaramiranga Proteção Integral 3.320 haAPA da Serra do Baturité Uso Sustentável 32.690 ha
AvesA Serra do Baturité tem sido palco de es-tudos ornitológicos há mais de 140 anos,e é freqüentemente visitada por ornitólo-gos e observadores de aves, motivo peloqual sua avifauna é relativamente bemconhecida. Ao todo, 235 espécies já fo-ram registradas na região3. Devido à sualocalização geográfica e relativo isola-mento em relação a outras áres com flo-restas úmidas do Nordeste, a Serra doBaturité abriga uma avifauna singular, quemistura elementos de origem amazônicacom formas endêmicas da Mata Atlânti-ca nordestina, algumas delas descritascom base em exemplares coletados na re-gião, como Conopophaga cearae e a saíraTangara cyanocephala cearensis. A formalocal da choca-da-mata (Thamnophiluscaerulescens cearensis) é conhecida so-mente da Serra do Baturité. A área tam-bém representa o principal reduto atualde outro endemismo das matas de brejode altitude do Nordeste, que é o periquitoPyrrhura griseipectus (tiriba-de-peito-cin-za)4. Das cinco espécies globalmenteameaçadas da Serra do Baturité, apenasHemitriccus mirandae (maria-do-nordes-te) está restrito às matas mais úmidas.Picumnus limae (pica-pau-anão-da-caa-tinga) é comum em ambientes xéricos,
habitando inclusive áreas degradadas3.Xiphocolaptes falcirostris (arapaçu-do-nordeste) foi coletado na caatinga da re-gião5 e teria sido avistado no alto da ser-ra em 19876. Porém, a espécie não foiincluída em uma lista mais recente dasaves da Serra do Baturité7. O quase ame-açado Oryzoborus maximiliani (bicudo)também foi listado entre as aves da ser-ra7,8, mas os indivíduos observados po-deriam ser originários de solturas reali-zadas por criadores de aves na primeirametade dos anos 80.
AmeaçasA principal ameaça à região é a destrui-ção de florestas para a agricultura, favo-recida pelo clima, seguida pela especu-lação imobiliária e o crescimento urbano.A caça de subsistência atinge a jacucaca(Penelope jacucaca), enquanto o tráficode animais silvestres prejudica o pintas-silgo-do-nordeste (Carduelis yarrellii)3.
Referências1. www.ibge.gov.br; 2. Cavalcante (2005); 3. WeberA. de Girão e Silva (dados inéditos); 4. Olmos et al.(2005); 5. Pinto & Camargo (1961); 6. Collar et al.(1992); 7. Otoch (1991); 8. Girão e Silva & Albano(2002); Wege & Long (1995); BirdLife International(2000); Rodrigues et al. (2003); Whitney & Bevier(2003).
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Espécies ameaçadas: 3Penelope jacucaca Nascimento et al. (2000).Antilophia bokermanni Nas porções úmidas da Chapada (Coelho & Silva 1998),
Azevedo Jr. et al. (2000).Carduelis yarrellii População muito diminuída (W. A. Girão e Silva);
Nascimento et al. (2000), Nascimento (1996).
Espécies quase ameaçadas: 7Crypturellus noctivagus Rara e em diminuição (W. A. de Girão e Silva).Primolius maracana Atualmente rara (W. A. de Girão e Silva).Thalurania watertonii Nascimento et al. (2000).Picumnus fulvescens Área importante (BirdLife International 2000), Almeida &
Teixeira (1993), Nascimento et al. (2000).Gyalophylax hellmayri Comum (Whitney & Pacheco 1994); Nascimento et al. (2000);Herpsilochmus sellowi Teixeira et al. (1989), Nascimento et al. (2000), Whitney et al.
(2000).Hylopezus ochroleucus Nascimento et al. (2000).
Espécies de distribuição restrita: 2 EBA070
Espécies endêmicas: 12 CAA
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaFloresta Nacional do Araripe-Apodi Uso Sustentável 39.262 haAPA Chapada do Araripe Uso Sustentável 1.063.000 haRPPN Arajara Park Particular 28 ha
Chapada do Araripe CE/PE01A1, A2, A3 7°15’S, 39°20’W
Área: >100.000 ha Bioma: Mata Atlântica, Caatinga, CerradoMunicípios: Missão Velha, Juazeiro do Norte, Barbalha, Altitude: até 900 mCrato, Jardim, Porteira (CE), Exu, Moreilândia, Serrita (PE) Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Nenhum Key Area 028/PROBIO 117 (12)
DescriçãoLocalizada na fronteira dos Estados doCeará, Pernambuco e Piauí, a Chapadado Araripe reúne carrasco, cerrado e cer-radão como formações vegetais predo-minantes em seu platô. Uma florestaúmida ocorre na borda dos penhascos anordeste e encosta abaixo, onde a preci-pitação média anual é de 1.000 mm. Aconcentração dos recursos hídricos nes-sa parte da chapada, conhecida comovale do Cariri, sustenta uma paisagemverdejante que contrasta com o entorno
semi-árido. No restante da chapada, aquantidade de chuvas varia entre 600 e700 mm anuais, e o clima é quente e semi-árido, com temperaturas médias mensaisoscilando entre 24 e 26ºC. Entre as plan-tas da região, o pequizeiro (Caryocarcoriaceum) se destaca por seu relevantesignificado econômico e social. Outrasplantas conspícuas incluem Parkia p la-tycephala (faveira ou visgueiro) no cerra-do e cerradão, e Hymenaea courbaril (ja-tobá) e Tabebuia serratifolia (pau-d’arcoou ipê-amarelo) na mata úmida. A integri-
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dade da floresta no alto da chapada deve-se, em parte, à existência da FlorestaNacional do Araripe, decretada em 1946,a primeira unidade de conservação de suacategoria no País. As maiores cidades daregião são Juazeiro do Norte, Crato e Bar-balha, distando cerca de 400 km de For-taleza e 500 km de Recife1. A IBA incluisomente a área da Floresta Nacional eadjacências, abrangendo as zonas deencosta onde é encontrado Antilophiabokermanni (soldadinho-do-araripe), aespécie de ave mais significativa e em-blemática da Chapada do Araripe (verabaixo).
AvesXiphocolaptes falcirostris (arapaçu-do-nordeste) foi coletado em Juazeiro doNorte no início do século passado2, masnão tem sido encontrado deste então3. Es-tudos subseqüentes desenvolvidos des-de 1976 confirmaram 241 espécies paraa região4,5,6,7,8. A descrição de Antilophiabokermanni (soldadinho-do-araripe) naChapada do Araripe, em 1998, foi consi-derada uma das mais surpreendentesdescobertas ornitológicas recentes9. Aárea de ocorrência dessa espécie amea-çada abrange apenas as matas úmidas eciliares das encostas da chapada nosmunicípios de Crato, Barbalha e MissãoVelha10. Merece destaque, ainda, a ocor-rência do morfo ‘maranhaoensis’ dePhaethornis nattereri, táxon que carecede estudos taxonômicos adicionais11.
AmeaçasO desenvolvimento das cidades cearen-ses de Juazeiro do Norte, Crato e Barba-lha ocorreu às custas da exploração dosmananciais do vale do Cariri, que anteri-ormente deviam abrigar Antilophia boker-manni. Um fenômeno político-religioso,desencadeado no início do século XX,propiciou um rápido crescimento econô-mico e demográfico da região, resultan-do na sobreexploração dos recursos natu-rais. As três cidades somam hoje mais deum milhão de habitantes, com aumentopopulacional sazonal de 50% devido às ro-marias. O tráfico de animais silvestres pra-ticamente exterminou na região o pintassil-go-do-nordeste (Carduelis yarrellii) e a ma-racanã-do-buriti (Primolius maracana), en-quanto a destruição das matas ciliares pa-rece ser o motivo do desaparecimento deXiphocolaptes falcirostris 3. A caça temafetado as populações da jacucaca(Penelope jacucaca ) e do zabelê(Crypturellus noctivagus ). Na épocaseca, a região torna-se suscetível a in-cêndios3.
Referências1. IPECE (2005); 2. Collar et al. (1992); 3. WeberA. de Girão e Silva (dados inéditos); 4. Coelho(1978); 5. Nascimento (1996); 6. Nascimento etal. (2000); 7. Teixeira et al. (1989); 8. Teixeira et al.(1993); 9. Snow (2004); 10. Azevedo Jr. et al.(2000); 11. Bret M. Whitney (verb.); Almeida & Tei-xeira (1993); Whitney & Pacheco (1994); Coelho& Silva (1998); BirdLife International (2000); Whit-ney et al. (2000); Pacheco & Parrini (2002).
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Tabela 2. Espécies ameaçadas de extinção com ocorrência nas IBAs do Ceará
Espécies Categ.*Código IBA Total**
CE01 CE02 CE03 CE/PE01 a bPenelope jacucaca VU X X X 3 14Picumnus limae VU X X X 3 3Xiphocolaptes falcirostris VU X X 2 5Antilophia bokermanni CR X 1 1Hemitriccus mirandae VU X X 2 8Carduelis yarrellii VU X X X 3 17Total de espécies 4 2 5 3Crypturellus noctivagus NT X 1 24Primolius maracana NT X 1 25Thalurania watertonii NT X 1 13Picumnus fulvescens NT X 1 16Gyalophylax hellmayri NT X X 2 10Herpsilochmus sellowi NT X X 2 20Hylopezus ochroleucus NT X X 2 13Total de espécies 3 0 0 7
* Categorias de ameaça: CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU – vulnerável; NT – quase ameaçada.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a – Ceará; b – Região como um todo.
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Tabela 3. Espécies endêmicas por IBA no Estado de Ceará, agrupadas por Bioma
Espécies nº EBA*Código IBA Total**
CE01 CE02 CE03 CE/PE01 a bMata AtlânticaCrypturellus noctivagus X 1 24Odontophorus capueira X 1 38Pyrrhura griseipectus X 1 2Thalurania watertonii X 1 13Xiphorhynchus fuscus X X 2 60Automolus leucophthalmus X 1 42Sclerurus scansor X X X X 4 36Conopophaga cearae X 1 9Hemitriccus mirandae 71 X X 2 8Tangara cyanocephala X X 2 41Total de espécies 2 3 7 4CerradoPhaethornis nattereri X 1 2Herpsilochmus longirostris X 1 4Total de espécies 0 0 0 2CaatingaPenelope jacucaca X X X 3 14Phaethornis gounellei X 1 8Picumnus fulvescens 70, 71 X 1 16Picumnus limae X X X 3 3Picumnus pygmaeus X X 2 13Xiphocolaptes falcirostris X X 2 3Gyalophylax hellmayri 70 X X 2 10Megaxenops parnaguae X X 2 11Pseudoseisura cristata X 1 13Sakesphorus cristatus X 1 12Herpsilochmus sellowi X X 2 20Hylopezus ochroleucus X X 2 13Antilophia bokermanni X 1 1Paroaria dominicana X X X 3 30Total de espécies 8 2 4 12Total geral de espécies 10 5 11 18
* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998). Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a – Ceará; b – Região como um todo
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RN03
RN02
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35°W
35°W
5°S
5°S
OCEANO
ATLÂNTICO
CE
PB 0 50 10025 km
Área (ha)área indefinida< 1.0001.000 a 10.000
10.000 a 100.000
> 100.000
OCEANOATLÂNTICO
OCEANOPACÍFICO
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DescriçãoSituado a 260 km do continente e a 145km de Fernando de Noronha, o Atol dasRocas é a única estrutura recifal de seutipo no Atlântico Sul ocidental. Crescen-do sobre o topo de um monte submersoa 15-30 m de profundidade, é constituídopor um anel de algas coralíneas e, su-bordinadamente, corais, gastrópodos ver-metíneos e o foraminífero incrustanteHomotrema rubrum. Esse anel envolveuma lagoa com duas ilhas baixas, Farole Cemitério, cada qual com 3 ha1. As ilhassão recobertas por poucas espécies deplantas herbáceas (Crinum sp., Portulacaoleracea, Sesuvium portulacastrum,Cyperus ligularis e Eragostris prolisera).Há alguns coqueiros e casuarinas plan-tadas como aviso visual para as embar-cações2. Marés de sizígia associadas aventos podem resultar em ondas que var-rem parcialmente as ilhas, causandogrande mortalidade entre as aves1,2. OAtol das Rocas é uma conhecida área dereprodução de tartarugas marinhas(Chelonia mydas e Eretmochelys imbri-cata)3 e tubarões-limão (Negaprionbreviceps)4; além disso, é habitado porcinco espécies de peixes recifais compar-tilhados apenas com Fernando de Noro-
nha5. A Reserva Biológia de Atol das Ro-cas, decretada em 1979, foi a primeiraunidade de conservação marinha criadano Brasil4.
AvesO Atol das Rocas abriga a maior concen-tração de aves marinhas nidificando emterritório brasileiro. Cinco espécies repro-duzem-se no atol: Sterna fuscata, Anousstolidus, A. minutus, Sula dactylatra e S.leucogaster. Todas nidificam no solo, ex-ceto A. minutus, que faz seus ninhos so-bre as ruínas de uma antiga construção2.A falta de vegetação arbórea ou arbusti-va adequada impede a reprodução deFregata magnificens (tesourão) e Sulasula (atobá-de-pé-vermelho), que fre-qüentam o atol vindas do arquipélago deFernando de Noronha. O atol também évisitado por um pequeno número de mi-grantes provenientes do hemisfério nor-te, como Pluvialis squatarola, Charadriussemipalmatus, Arenaria interpres, Tringaspp., Calidris spp., Numenius phaeopus,Limosa lapponica, Limnodromus griseuse Sterna albifrons, e foi palco do únicoregistro brasileiro de Glareola pratincola,espécie do Velho Mundo2. A área qualifi-ca-se duplamente pelo critério A4ii, pois
Tabela 1. Lista das IBAs no Estado do Rio Grande do Norte Critérios*
Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4
RN01 Atol das Rocas C/M XRN02 Mata Estrela ATL XRN03 Estação Ecológica do Seridó CAA X 70
* Ver capítulo 2 para explicação dos critérios.
Atol das Rocas RN01A4ii,iii 3°50’S, 33°47’W
Área: 36.249 ha Altitude: nível do marGrau de proteção: Total Inventário ornitológico: RepresentativoBioma: Zonas Costeira e Marinha PROBIO (142)
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Espécies congregantes: 2Anous stolidus Até 18.700 indivíduos reprodutores (Schulz-Neto 1998,
2004a); maiores contagens no verão.Sula dactylatra Em torno de 5.100 indivíduos reprodutores (Antas 1991,
Schulz-Neto 1998, 2004a).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaReserva Biológica de Atol das Rocas Proteção Integral 36.249 ha
abriga mais de 1% da população globalde Anous stolidus (trinta-réis-escuro) eSula dactylatra (atobá-mascarado). A po-pulação reprodutora de Sterna fuscata(trinta-réis-das-rocas), embora não atin-ja 1% da população global, é a maior noAtlântico Sul, com até 140.000 indiví-duos. Por fim, a população de Anous mi-nutus (trinta-réis-preto), com cerca de1.750 aves2, está próxima do limite de 1%da população mundial da espécie.
AmeaçasAntes da criação da reserva biológica, oatol era visitado por pescadores, que aba-tiam tartarugas e recolhiam ovos de avespara consumo, e também apanhavamaves para utilizar como iscas para a pes-ca4. Tais atividades ilegais são atualmen-te coibidas apenas pela presença regularde equipes de fiscalização. Há uma po-pulação abundante de camundongos
(Mus musculus), que subsistem em par-te graças às aves e podem ser um im-portante fator de mortalidade de ovos eninhegos2. O crescimento da frota pes-queira oceânica dedicada à captura detubarões, atuns e outros predadores oce-ânicos com os quais as aves geralmentese associam para pescar pode estar afe-tando estas últimas através da reduçãoda disponibilidade de alimento. Aves su-jas de petróleo são comumente registra-das no atol. Finalmente, a elevação donível do mar associada ao aquecimentoglobal deverá tornar episódios de inun-dação e mortalidade em massa de ninhe-gos e ovos mais freqüentes.
Referências1. Kikuchi (2002); 2. Schulz-Neto (2004a); 3. Belli-ni et al. (1996); 4. Sales (1991); 5. Floeter et al.(2001); Antas (1991); Sick (1997); Schulz-Neto(1998).
Mata Estrela RN02A1 6°22’S, 35°00’W
Área: >2.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Baía Formosa Altitude: próxima do nível do marGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Preliminar
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DescriçãoMata Estrela está situada no extremo suldo Rio Grande do Norte. A região é ca-racterizada por cordões de dunas costei-ras estabilizadas por restingas arbustivasbastante secas. Áreas brejosas ou mes-mo lagoas podem se formar entre as du-
nas. Em algumas depressões estreitas,mais abrigadas do vento, a vegetaçãoadquire caráter arbóreo, sendo comunscajueiros (Anacardium occidentale). Emterrenos mais afastados do mar, as res-tingas gradativamente dão lugar a umafloresta com altura média de 10-12 m, que
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Espécie ameaçadaHerpsilochmus pectoralis “Muito comum nas restingas arbóreas de Baía Formosa”
(Teixeira et al. 1993).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaRPPN Mata Estrela Particular 2.040 ha
cresce sobre solos arenosos pobres emmatéria orgânica. São conspícuos nessasmatas exemplares de pau-brasil (Caesal-pina echinata) e grandes figueiras (Ficusgomeleira)1. Há poucas epífitas e bromé-lias terrestres na floresta, mas são notá-veis agrupamentos de Cryptanthus sp.Não existem cursos-d’água no interior dafloresta. A maior parte da área correspon-de a uma RPPN, a qual abrange restin-gas (82 ha), lagoas (70 ha) e florestas(1.888 ha)1. A Mata Estrela também é deinteresse por abrigar uma população deguaribas (Alouatta belzebul)2.
AvesA avifauna inclui elementos das forma-ções semidecíduas transicionais entre acaatinga e as florestas ombrófilas úmidasque dominavam o litoral de Pernambucoe Alagoas, a maioria com distribuiçãoampla em biomas como o Cerrado. Algu-mas espécies de florestas úmidas(Myrmotherula [axillaris] luctuosa,Conopophaga melanops, etc.) parecemter na área o limite norte de sua distribui-ção. As restingas adjacentes à florestaapresentam espécies que regionalmenteestão mais associadas à Caatinga, comoThryothorus l ongirostris e Polioptila
plumbea. A única espécie ameaçada en-contrada na área é Herpsilochmuspectoralis (chorozinho-de-papo-preto),que parece preferir as restingas mais al-tas, sendo incomum na floresta1. Ocongênere e quase ameaçado H. sellowi(chorozinho-da-caatinga) foi registrado aolado de H. pectoralis em restingas situa-das imediatamente ao norte e tambémdeve ocorrer na área3. Há relatos recen-tes sobre a ocorrência de Tangarafastuosa (pintor-verdadeiro) nas florestasda região, mas poderia tratar-se de avesfugidas de cativeiro4.
AmeaçasA mata é utilizada para coleta de lenhapela população do entorno, que recolheapenas galhos e troncos caídos. Em2002, houve um episódio de roubo demadeira, várias toras cortadas de pau-brasil tendo sido descobertas por agen-tes de fiscalização. Após isso, foram co-locados vigias na reserva.
Referências1. Olmos (2003); 2. Fábio Olmos (in litt.); 3. Whit-ney et al. (2000); 4. Silveira et al. (2003b); Teixeiraet al. (1993); Base de dados do workshop Avalia-ção e Ações Prioritárias para a Conservação dosBiomas Floresta Atlântica e Campos Sulinos.
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Estação Ecológica do Seridó RN03A1, A2 6°37’S, 37°29’W
Área: 1.128 ha Bioma: CaatingaMunicípio: Serra Negra do Norte Altitude: 200 mGrau de proteção: Total Inventário ornitológico: Representativo
PROBIO (17)
DescriçãoA Estação Ecológica do Seridó localiza-se no sudoeste do Estado do Rio Grandedo Norte, a cerca de 260 km de Natal. Aárea foi parte de uma antiga fazenda decriação de gado, o que resultou em gran-des alterações em sua vegetação. O re-levo é levemente ondulado. A região ésemi-árida, com precipitação anual mé-dia em torno de 500 mm, concentradaentre janeiro e abril. A vegetação é se-cundária, destacando-se em meio à pai-sagem do entorno, intensamente degra-dada1. São comuns espécies arbustivase arbóreas baixas características da ca-atinga em regeneração, como marmelei-ros (Croton spp.) e juremas (Mimosaspp.)1.
AvesUm total de 116 espécies de aves já foiregistrado na área1, incluindo metade das
espécies de distribuição restrita que defi-nem a EBA070 (Caatinga Nordestina).Apenas o Parque Nacional da Serra daCapivara (PI01) abriga tantas espéciesendêmicas dessa EBA. A Estação Ecoló-gica do Seridó é a única localidade deocorrência conhecida de Picumnus ful-vescens (pica-pau-anão-canela) no RioGrande do Norte. Emas (Rhea america-na) foram reintroduzidas na área2, masnão há informações sobre se a iniciativafoi bem-sucedida.
AmeaçasO tamanho relativamente pequeno da re-serva e o estado de degradação de seuentorno representam um problema paraa viabilidade futura da área.
Referências1. Nascimento (2000); 2. Bañuelos-Irusta et al.(2000).
Espécies quase ameaçadas: 2Picumnus fulvescens Algumas capturas recentes (Nascimento 2000); Bañuelos-
Irusta et al. (2000).Gyalophylax hellmayri Nascimento (2000).
Espécies de distribuição restrita: 3 EBA070
Área protegida:Nome Categoria ÁreaEstação Ecológica do Seridó Proteção Integral 1.128 ha
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Tabela 2. Espécies ameaçadas de extinção com ocorrência nas IBAs do Rio Grande do Norte
Espécies Categ.*Código IBA Total**
RN01 RN02 RN03 a b
Herpsilochmus pectoralis VU X 1 6
Total de espécies 0 1 0
Picumnus fulvescens NT X 1 16
Gyalophylax hellmayri NT X 1 10
Total de espécies 0 0 2* Categorias de ameaça: CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU – vulnerável; NT – quase ameaçada.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a – Rio Grande do Norte; b – Região como um todo.
Tabela 3. Espécies endêmicas por IBA no Estado do Rio Grande do Norte, agrupadas por Bioma
Espécies nº EBA*Código IBA Total**
RN01 RN02 RN03 a bMata AtlânticaConopophaga cearae X 1 9Conopophaga melanops X 1 39Total de espécies 0 2 0CerradoCompsothraupis loricata X 1 15Total de espécies 0 0 1CaatingaCaprimulgus hirundinaceus 70 X 1 5Picumnus fulvescens 70, 71 X 1 16Gyalophylax hellmayri 70 X 1 10Pseudoseisura cristata X 1 13Herpsilochmus pectoralis X 1 6Paroaria dominicana X 1 30Total de espécies 0 1 5
Total geral de espécies 0 3 6* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998). Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a – Rio Grande do Norte; b – Região como um todo.
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OCEANOATLÂNTICO
OCEANOPACÍFICO
PB03 PB02
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35°W
35°W
OCEANO
ATLÂNTICO
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0 50 10025 km
Área (ha)área indefinida< 1.0001.000 a 10.000
10.000 a 100.000
> 100.000
7°S
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DescriçãoFormada por remanescentes de florestade planície, manguezais, cerrados (“tabu-leiros”) e restingas ao longo dos riosQuandu e Mamanguape, essa área situa-se no litoral setentrional da Paraíba1,2, apoucos quilômetros ao norte da Mata doJacuípe (PB02) e a cerca de 35 km ao
Mamanguape PB01A1 6°45’S, 35°09’W
Área: c.20.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Mamanguape, Rio Tinto Altitude: 0-200 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Não disponível
Key Area 029/PROBIO 113
sul da Mata Estrela (RN02). O clima équente e úmido, com chuvas abundan-tes devido à influência dos ventos alísiosque sopram constantemente de sudeste.As matas da região são do tipo estacio-nal semidecidual e, em sua maior parte,já sofreram corte seletivo ou são secun-dárias2,3. Os maiores remanescentes es-
Espécies ameaçadas: 5Leucopternis lacernulatus Almeida & Teixeira (1994).Touit surdus Braz & Amaral (2004), Pinto & Camargo (1961), Wege &
Long (1995).Myrmeciza ruficauda Braz & Amaral (2004), Pinto & Camargo (1961), Almeida &
Teixeira (1994).Xipholena atropurpurea Alguns indivíduos observados na R. B. Guaribas em 1993-
1994 (Teixeira & Almeida 1997); Pinto & Camargo (1961),Wege & Long (1995).
Carduelis yarrellii Pinto & Camargo (1961), Wege & Long (1995).
Espécies quase ameaçadas: 3Crypturellus noctivagus Almeida & Teixeira (1994).Picumnus fulvescens Braz & Amaral (2004).Iodopleura pipra Coletada na área em 1989 (Teixeira et al. 1993); Almeida &
Teixeira (1994).
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaReserva Biológica Guaribas Proteção Integral 4.028 haReserva Ecológica Mata do Rio Vermelho Proteção Integral 1.500 haAPA Barra do Mamanguape* Uso Sustentável 14.640 haARIE Manguezais da Foz do Rio Mamanguape* Uso Sustentável 5.721 ha
*unidades de conservação sobrepostas.
Tabela 1. Lista das IBAs no Estado da Paraíba Critérios*
Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4PB01 Mamanguape ATL XPB02 Usina Jacuípe ATL XPB03 Mata do Pau-Ferro ATL X
* Ver capítulo 2 para explicação dos critérios.
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tão na Reserva Biológica Guaribas, for-mada por três áreas disjuntas, que cor-respondem a fragmentos florestais com3.016, 673 e 338 ha. Nos manguezaisadjacentes ocorre o peixe-boi-marinho(Trichechus manatus), mamífero aquáti-co ameaçado de extinção.
AvesPoucas informações foram divulgadassobre a avifauna atual de Mamanguape.Um levantamento realizado entre 1989 e1994 apontou a ocorrência de 175 espé-cies na R. B. Guaribas2, enquanto umaavaliação ecológica rápida dessa unida-de de conservação, conduzida em 2002,resultou no registro de 140 espécies, in-cluindo as ameaçadas Touit surdus(apuim-de-cauda-amarela), Myrmecizaruficauda (formigueiro-de-cauda-ruiva) ePicumnus fulvescens (pica-pau-anão-ca-nela)4. Mamanguape parece ser o limite
norte de distribuição de uma série de avesendêmicas da Mata Atlântica, entre asquais estão as ameaçadas M. ruficaudae Xipholena atropurpurea (anambé-de-asa-branca) e a quase ameaçada Iodo-pleura pipra (anambezinho).
AmeaçasA área é cortada pela rodovia BR-101 esofre enorme pressão antrópica1. Um dosproblemas da R. B. Guaribas é o fato deestar dividida em três fragmentos flores-tais isolados por plantios de cana-de-açú-car, estradas e construções3.
Referências1. Base de dados do workshop Avaliação e AçõesPrioritárias para a Conservação dos Biomas Flo-resta Atlântica e Campos Sulinos; 2. Almeida &Teixeira (1994); 3. Atlas de conservação da natu-reza brasileira (2004); 4. Braz & Amaral (2004);Pinto & Camargo (1961); Collar et al. (1992); Tei-xeira et al. (1993); Wege & Long (1995); Teixeira &Almeida (1997).
Usina Jacuípe PB02A1 6°56’S, 35°05’W
Área: c.4.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Santa Rita, Sapé, Rio Tinto Altitude: c.100 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 115
DescriçãoA Mata de Jacuípe, com 3.052 ha, é omaior remanescente de floresta contínuada Paraíba1. Situa-se em terras da UsinaSão João, nos municípios de Santa Ritae Rio Tinto, a noroeste de João Pessoa.A área é isolada da Mata do Jacuipinho(672 ha) pela rodovia BR-101. A sudoes-te de Jacuípe, no município de Sapé, estálocalizada a Mata da Pacatuba (271 ha),de propriedade da Usina Santa Helena2.Esses remanescentes florestais estãoinseridos em uma matriz dominada porgrandes canaviais. Todas as matas daregião sofreram retirada seletiva de ma-deira, sendo consideradas secundárias.A floresta é classificada como estacional
semidecídua, apresentando grande diver-sidade florística1,3. Espécies arbóreas co-muns são Apuleia leiocarpa, Pogonophoraschomburgkiana, Coccoloba c ordata,Tapirira guianensis , Pouteria aff. caimito,Tabebuia aff. avellanedae e Lueheapaniculata. Nas clareiras observam-seprincipalmente indivíduos de Cecropia sp.e Didymopanax morototonii, enquanto nasbordas são muito comuns Plathymeniafoliolosa, Casearia sylvestris e Tremamycrantha3.
AvesNão há um levantamento específico daavifauna local, mas considerando a ex-tensão de hábitat remanescente e os re-
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sultados de inventários realizados na Re-serva Biológica Guaribas e em outras áre-as da região de Mamanguape, é provávela ocorrência de Leucopternis lacernulatus(gavião-pombo-pequeno), Touit surdus(apuim-de-cauda-amarela), Picumnusfulvescens (pica-pau-anão-canela), Xipho-lena atropurpurea (anambé-de-asa-bran-ca), Myrmeciza ruficauda (formigueiro-de-cauda-ruiva) e Iodopleura pipra (anambe-zinho)4. Tangara fastuosa (pintor-verdadei-ro) conta com registros na Mata do Bura-quinho, área urbana de João Pessoa, epode ter seu limite norte de distribuiçãonas matas de Jacuípe5.
AmeaçasTodos os remanescentes florestais daregião sofrem com a ação de caçadores,
sendo a Mata de Jacuípe especialmentevisada. Além disso, ocorre retirada de le-nha e de madeira para confeccionar va-ras e cabos de ferramentas. Incêndiosque se alastram a partir dos canaviaisadjacentes ou da BR-101 são uma ame-aça constante. Por fim, a duplicação daBR-101 inevitavelmente resultará na per-da de parte da área das Matas de Jacuí-pe e Jacuipinho e em seu maior isolamen-to3.
Referências1. Base de dados do workshop Avaliação e AçõesPrioritárias para a Conservação dos Biomas Flo-resta Atlântica e Campos Sulinos; 2. Oliveira &Oliveira (1993); 3. OIKOS Pesquisa Aplicada(2001); 4. IBAMA (1998); 5. Silveira et al. (2003b);Fábio Olmos (verb.).
Mata do Pau-Ferro PB03A1 6°58’S, 35°41’W
Área: > 600 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Areia Altitude: 400-600 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 114
DescriçãoA Mata do Pau-Ferro é um brejo de altitu-de (“Brejo de Areia”) situado na borda ori-ental úmida do Planalto da Borborema1,2.A área foi adquirida pelo governo da Pa-raíba em 1937 a fim de proteger manan-ciais de abastecimento, mas só foi decla-rada reserva ecológica em 1992. É con-siderada a mata de brejo mais represen-tativa do Estado, apesar dos impactossofridos1. Em comparação com outros
brejos de altitude, a floresta ombrófila daárea caracteriza-se pela grande riquezade espécies arbóreas1. No interior damata são freqüentes as trepadeiras, e naspartes mais elevadas é grande o númerode epífitas, principalmente bromélias3. Aárea abrange a Reserva Ecológica Matado Pau-Ferro, que protege o maior rema-nescente de floresta existente na região,e alguns pequenos fragmentos florestaisem seu entorno.
Espécies ameaçadas: 2Hemitriccus mirandae Teixeira et al. (1993), BirdLife International (2000).Tangara fastuosa Vários indivíduos vistos na área em 2001 (Silveira et al. 2003b).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaReserva Ecológica Mata do Pau-Ferro Proteção Integral 607 ha
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AvesHá pouquíssimas informações sobre a avi-fauna da Mata do Pau-Ferro. Hemitriccusmirandae (maria-do-nordeste) foi registra-do na área, provavelmente no início dadécada de 19804. Tangara fastuosa (pin-tor-verdadeiro), por outro lado, foi obser-vada em quatro ocasiões durante um le-vantamento de três dias de duração rea-lizado em 2001; o maior grupo observa-do continha sete indivíduos2. A Mata doPau-Ferro é a única área com registrosrecentes dessa espécie ameaçada naParaíba2.
AmeaçasA área sofreu fortes impactos antrópicos,especialmente antes de sua transforma-ção em reserva ecológica. Vastas áreasde matas ciliares, especialmente nas vár-zeas, foram substituídas por culturas agrí-colas, posteriormente abandonadas. Al-gumas dessas áreas encontram-se toma-das por gramíneas exóticas, que dificul-tam a regeneração da floresta1.
Referências1. Barbosa et al. (2004); 2. Silveira et al. (2003b); 3.http://www.pbtur.pb.gov.br/natural/pau-ferro.htm; 4.Teixeira et al. (1993); BirdLife International (2000).
Tabela 2. Espécies ameaçadas de extinção com ocorrência nas IBAs da Paraíba
Espécies Categ.*Código IBA Total**
PB01 PB02 PB03 a bLeucopternis lacernulatus VU X 1 34Touit surdus VU X 1 35Myrmeciza ruficauda EN X 1 17Xipholena atropurpurea EN X 1 18Hemitriccus mirandae VU X 1 8Tangara fastuosa VU X 1 16Carduelis yarrellii VU X 1 17Total de espécies 5 0 2Crypturellus noctivagus NT X 1 24Picumnus fulvescens NT X 1 16Iodopleura pipra NT X 1 18Total de espécies 3 0 0
* Categorias de ameaça: CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU – vulnerável; NT – quase ameaçada.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a – Paraíba; b – Região como um todo.
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Tabela 3. Espécies endêmicas por IBA no Estado da Paraíba, agrupadas por Bioma
Espécies nº EBA*
* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998). Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a – Paraíba; b – Região como um todo.
Código IBA Total**
PB01 PB02 PB03 a bMata AtlânticaCrypturellus noctivagus X 1 24Leucopternis lacernulatus X 1 34Touit surdus X 1 35Myrmeciza ruficauda 71, 75 X 1 17Iodopleura pipra 71, 75 X 1 18Xipholena atropurpurea 71, 75 X 1 18Hemitriccus mirandae 71 X 1 8Ramphocelus bresilius X 1 36Tangara fastuosa 71 X 1 16Total de espécies 7 0 2CaatingaPicumnus fulvescens 70, 71 X 1 16Total de espécies 1 0 0Total geral de espécies 8 0 2
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PERNAMBUCO
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lydo
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OCEANOATLÂNTICO
OCEANOPACÍFICO
PE14PE13
PE12PE11
PE10
PE09PE08 PE07
PE05 PE04PE03PE02
40°W
40°W
35°W
35°W
10°S
10°S
OCEANO
ATLÂNTICO
BA
SE
AL
PB
RN
CE
PI
0 100 20050 km
Área (ha)área indefinida< 1.0001.000 a 10.000
10.000 a 100.000
> 100.000
PE06
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DescriçãoO Arquipélago de Fernando de Noronhaestá vinculado jurisdicionalmente ao Es-tado de Pernambuco e situa-se a cercade 356 km da costa nordeste do Brasil. Éformado por seis ilhas e 15 ilhotas de ori-gem vulcânica, tendo a maior delas (Fer-nando de Noronha) aproximadamente 9km de extensão ao longo de seu eixomaior e 3 km no menor. O relevo aciden-tado das ilhas é marcado por íngremesparedões e escarpas rochosas, utilizadaspor várias espécies de aves marinhaspara a reprodução. A floresta que origi-
nalmente recobria grande parte do arqui-pélago foi completamente eliminada du-rante o período em que Fernando de No-ronha foi uma colônia penal, e toda a ve-getação hoje existente nas ilhas é secun-dária1,2. O arquipélago conta com umapopulação humana permanente e, alémdisso, recebe visitação turística regular(limitada a 420 pessoas).
AvesFernando de Noronha representa umaimportante área insular de permanência,reprodução, descanso e passagem de
Arquipélago de Fernando de Noronha PE01A1, A2, A3, A4ii,iii 3°51’S, 32°25’W
Área: 1.800 ha Bioma: Zonas Costeira e MarinhaGrau de proteção: Total Altitude: 0-321 m
Inventário ornitológico: RepresentativoPROBIO (141)
Tabela 1. Lista das IBAs no Estado de Pernambuco
* Ver capítulo 2 para explicação dos critérios.
Critérios*
Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4PE01 Arquipélago de Fernando de Noronha C/M X 69 ATL XPE02 Mata do Estado ATL X 71PE03 Serra do Mascarenhas ATL X 71PE04 Igarassu ATL XPE05 Brejo de Taquaritinga ATL XPE06 Tapacurá ATL XPE07 Complexo Gurjaú ATL X 71PE08 Reserva Ecológica Maurício Dantas CAA X 70 CAAPE09 Brejo dos Cavalos ATL, CAA X 71PE10 Guadalupe ATL X ATLPE11 Parque Nacional do Catimbau CAA X 70 CAAPE12 Serra Negra (Floresta) CAA, ATL X 70 CAAPE13 Serra do Urubu ATL X 71PE14 Garanhuns ATL XIBAs interestaduais descritas em seção referente a outro EstadoAL/PE01 São José da Laje/Canhotinho ATL XAL/PE02 Reserva Biológica de Pedra Talhada ATL X 71CE/PE01 Chapada do Araripe ATL, CAA, CER X 70 CAA
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Espécie ameaçadaElaenia ridleyana Endêmica do arquipélago (BirdLife International 2000).
Espécie quase ameaçadaVireo gracilirostris Endêmica do arquipélago (BirdLife International 2000).
Espécie congreganteAnous minutus 10.630 ninhos contados no arquipélago em 1987 (Antas 1991).
Espécies de distribuição restrita: 2 EBA069
Espécies endêmicas: 2 [ATL] (Elaenia ridleyana, Vireo gracilirostris)
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Nacional Marinho de Fernando de Noronha Proteção Integral 11.270 haAPA Fernando de Noronha-Rocas-São Pedro e São Paulo Uso Sustentável 93.000 ha
aves no Atlântico sul3. Duas espécies deaves terrestres, Elaenia ridleyana (cocu-ruta) e Vireo gracilirostris (juruviara-de-noronha, ou sebito), estão inteiramenteconfinadas ao arquipélago, definindo-ocomo uma área de endemismo de aves(EBA069)4. As ilhas também abrigam co-lônias de reprodução de 11 espécies deaves marinhas5, destacando-se numerica-mente a população de Anous minutus (trin-ta-réis-preto), que excede em muito o li-mite correspondente a 1% de sua popu-lação biográfica (critério A4ii). Ao todo,cerca de 30.000 aves marinhas reprodu-zem-se em Fernando de Noronha anual-mente6, o que qualifica a área tambémsob o critério A4iii. A colônia de Phaethonlepturus (rabo-de-palha-de-bico-laranja)do arquipélago, com até 300 indivíduos,é a única conhecida no Brasil6,7, embora
essa espécie já tenha sido encontradanidificando em Abrolhos8.
AmeaçasExpansão urbana, desenvolvimento turís-tico desordenado, risco de incêndios eimpactos de animais introduzidos (porcosdomésticos, cabras, ratos, gatos e lagar-tos)1,4,6,9. A recente disseminação do par-dal (Passer domesticus) no arquipélagorequer monitoramento, pois essa espé-cie poderá representar uma ameaça àsaves endêmicas das ilhas no futuro10.
Referências1. Oren (1982); 2. BirdLife International (2000); 3.Soto et al. (2000); 4. Stattersfield et al. (1998); 5.Vooren & Brusque (1999); 6. Schulz-Neto (2004b);7. Antas (1991); 8. Alves et al. (2000); 9. Funda-ção BIO-RIO et al. (2002); 10. Soto et al. (2001);Oren (1984); Schulz-Neto (1995).
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Mata do Estado PE02A1, A2 7°36’S, 35°30’W
Área: 600 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: São Vicente Ferrer Altitude: 515 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Preliminar
PROBIO 118
DescriçãoA Mata do Estado, também conhecidacomo Mata do Sirigi, compreende umconjunto de fragmentos florestais quesomam cerca de 600 ha de matas bempreservadas no setor oeste da Serra doMascarenhas, próximo à divisa com oEstado da Paraíba. A área guarda as nas-centes do rio Sirigi, principal afluente dabacia hidrográfica do rio Goiana. A Matado Estado é algumas vezes tratada comobrejo de altitude (encrave de floresta úmi-da dentro do domínio da Caatinga)1, em-bora represente uma mera extensão dasflorestas da Zona da Mata norte de Per-nambuco e esteja situada em altitudesconsideravelmente menores do que osautênticos brejos nordestinos. A vegeta-ção é classificada como floresta ombrófi-la densa montana, estando sujeita a umapluviosidade anual média de 1.200 mm2.
AvesNa Mata do Estado foram recentemente
registradas várias das espécies de avesendêmicas e severamente ameaçadas daMata Atlântica nordestina (EBA071), in-cluindo Myrmotherula snowi (choquinha-de-alagoas), conhecida de somente ou-tras duas áreas3,4. Nessa área tambémtêm sido vistos os maiores grupos deTangara fastuosa (pintor-verdadeiro) emPernambuco5.
AmeaçasA Mata do Estado é manejada por umaassociação de moradores, mas a caçafurtiva praticada por pessoas de fora5, aextração ilegal de madeira e os efeitosda fragmentação florestal representamameaças significativas.
Referências1. Pôrto et al. (2004); 2. Silva et al. (2003); 3. Roda(2002); 4. Roda & Carlos (2004); 5. Silveira et al.(2003b); Roda et al. (2003).
IBA sugerida por Sônia A. Roda
Espécies ameaçadas: 7Synallaxis infuscata Roda (2002), Roda et al. (2003).Myrmotherula snowi Roda (2002).Terenura sicki Roda et al. (2003), Roda & Carlos (2004).Myrmeciza ruficauda Roda (2002).Phylloscartes ceciliae Roda et al. (2003), Roda & Carlos (2004).Tangara fastuosa Importante área para a espécie (Silveira et al. 2003b);
Roda (2002).Curaeus forbesi Grupo de 12 indivíduos em área pantanosa adjacente à
mata (Roda et al. 2003).
Espécies quase ameaçadas: 3Thalurania watertonii Roda (2002).Picumnus fulvescens Roda et al. (2003).Herpsilochmus sellowi Roda & Carlos (2004).
Espécies de distribuição restrita: 8 EBA071
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Serra do Mascarenhas PE03A1, A2 7°36’S, 35°26’W
Área: c.3.500 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Timbaúba, Macaparana, Vicência, Altitude: 200-600 mSão Vicente Ferrer Inventário ornitológico: Não disponívelGrau de proteção: Nenhum Key Area 030/PROBIO 118
DescriçãoEssa área engloba diversos remanescen-tes de floresta ombrófila montana situa-dos na região nordeste de Pernambuco,o maior deles com cerca de 500 ha1,2.Compreende as matas do Engenho ÁguaAzul (em Timbaúba), Engenho Indepen-dência e Jundiá (Vicência), Engenho Xixá(Macaparana), Engenho Ribeiro Seco eEngenho Triunfo (Mata da Macambira;São Vicente Ferrer), que estão conecta-das entre si em graus diversos, forman-do um bloco florestal ainda razoavelmen-te contínuo ao longo da Serra do Masca-renhas3. Juntamente com a Mata do Es-tado (PE02), situada imediatamente aoeste, a área compõe a maior faixa defloresta úmida ainda existente em toda aZona da Mata norte de Pernambuco1.
AvesA Serra do Mascarenhas ainda é poucoconhecida quanto à sua avifauna, masapresenta remanescentes de hábitat comgrande potencial para abrigar outras es-
Espécies ameaçadas: 6Leptodon forbesi BirdLife International (2000); a validade do táxon está sob
avaliação (Silveira et al. 2003a).Synallaxis infuscata Registrada recentemente na área (Roda 2002, Roda et al. 2003).Terenura sicki Wege & Long (1995), Teixeira et al. (1993).Myrmeciza ruficauda Registros recentes no Engenho Água Azul (Roda 2002, Roda
et al. 2003); BirdLife International (2000).Tangara fastuosa Recentemente no Engenho Água Azul; grupos de 10 ou mais
indivíduos observados também na Mata da Macambira (Roda2002, Silveira et al. 2003b).
Curaeus forbesi Alguns indivíduos vistos no Engenho Água Azul (Roda 2002,Roda et al. 2003).
Espécies quase ameaçadas: 2Thalurania watertonii Roda (2002).Iodopleura pipra Registrada em 1990 na Usina Cruangi (Eng. Água Azul),
Timbaúba (Collar et al. 1992).
Espécies de distribuição restrita: 7 EBA071
pécies ameaçadas registradas até agorasomente na vizinha Mata do Estado, comoMyrmotherula snowi (choquinha-de-alago-as) e Phylloscartes ceciliae (cara-pintada).Gaviões do gênero Leptodon observadosna área foram relacionados à espécie L.cayanensis4(gavião-de-cabeça-cinza), em-bora haja pelo menos um registro atribuí-vel a L. forbesi (gavião-de-pescoço-bran-co) em Água Azul5.
AmeaçasDesmatamento para expansão da cultu-ra de cana-de-açúcar1. A captura deTangara fastuosa (pintor-verdadeiro) é co-mum na área6.
Referências1. Base de dados do workshop Avaliação e AçõesPrioritárias para a Conservação dos Biomas Flores-ta Atlântica e Campos Sulinos; 2. SECTMA (2002);3. Sônia A. Roda (in litt.); 4. Roda et al. (2003); 5.BirdLife International (2000); 6. Silveira et al. (2003b);Collar et al. (1992); Teixeira et al. (1993); Wege &Long (1995); Roda (2002).
IBA sugerida por Sônia A. Roda
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Espécies ameaçadas: 3Touit surdus Aparentemente existe uma população numerosa na região
(Telino Jr. et al. 2000).Myrmeciza ruficauda Raça M. r. soror; registros recentes em Igarassu (Farias et al.
2002).Tangara fastuosa Registros relativamente recentes (Farias 1996, Silveira et al.
2003b).
Espécies quase ameaçadas: 4Tinamus solitarius Localidade-tipo da raça T. s. pernambucensis, recentemente
invalidada (Amaral & Silveira 2004); ainda encontrado emalguns fragmentos da Usina São José (R. Siqueira per S. A.Roda).
Thalurania watertonii Berla (1946).Picumnus fulvescens Registrado no R. E. Charles Darwin (R. M. L. Neves).Iodopleura pipra Registrado somente no R. E. Charles Darwin, mas
presumivelmente com distribuição mais ampla na área; Neves& Telino Jr. (1997).
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaRefúgio Ecológico Charles Darwin Privada 60 haReserva Ecológica Mata da Usina São José Privada 323 ha
Igarassu PE04A1 7°49’S, 35°00’W
Área: 7.200 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Igarassu, Abreu e Lima Altitude: 25-120 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Preliminar
PROBIO 119
DescriçãoEssa área de matas úmidas de baixadaestá localizada no litoral norte pernambu-cano, a noroeste da capital do Estado e apoucos quilômetros a sudoeste do canalde Santa Cruz. Predominam na regiãopequenas propriedades que ainda man-têm áreas residuais de floresta preserva-da, concentradas ao longo dos cursos deágua e sobre os terrenos mais íngre-mes1,2. Na Usina São José, que tem apro-ximadamente 24.800 ha, ainda restamcerca de 7.200 ha de floresta distribuídosem numerosos fragmentos, a maioria dosquais com menos de 20 ha, mas algunscom até 300 ha1. O Refúgio EcológicoCharles Darwin, distante apenas 4 km da
Usina São José, é uma pequena áreaprivada de mata secundária, isolada emmeio a monoculturas, sobretudo de ca-pim-elefante3.
AvesIgarassu é uma das poucas localidadesde Pernambuco com registros recentesde Touit surdus (apuim-de-cauda-amare-la) e possivelmente a única área do Esta-do onde ainda persiste o macuco(Tinamus solit arius)4. Pela extensãode floresta ainda existente na Usina SãoJosé e propriedades vizinhas, supõe-seque essa área também abrigue popula-ções importantes de Myrmeciza ruficauda(formigueiro-de-cauda-ruiva), Iodopleura
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pipra (anambezinho) e Tangara fastuosa(pintor-verdadeiro). Merece destaque oregistro de Picumnus fulvescens (pica-pau-anão-canela) para o R. E. CharlesDarwin5, por sua proximidade da costa.Curaeus forbesi (anumará) e Procniasnudicollis (araponga) contam apenas comregistros históricos para Igarassu6, masainda podem estar presentes na área.
AmeaçasConversão de florestas em monoculturas7.
Referências1. Silva et al. (2003); 2. Sônia A. Roda (in litt.); 3.Neves et al. (2000a); 4. SECTMA (2002); 5. RachelM. Lyra Neves (in litt.); 6. Berla (1946); 7. Telino Jr. etal. (2000); Collar et al. (1992); Farias (1996); Neves& Telino Jr. (1997); Farias et al. (2002); Silveira et al.(2003b); Amaral & Silveira (2004).
Brejo de Taquaritinga PE05A1 7°54’S, 36°03’W
Área: c.4.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Taquaritinga do Norte Altitude: 870-1.067 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Preliminar
PROBIO 121
DescriçãoEssa área está situada na Serra da Ca-choeira, no nordeste de Pernambuco, erepresenta um brejo de altitude típico, istoé, um encrave de floresta úmida em meioao Semi-Árido nordestino. Nas partesmais elevadas da serra, sujeitas à preci-pitação orográfica, existem florestas mon-tanas úmidas, que gradualmente dão lu-gar a matas de transição e caatinga emaltitudes inferiores1. O Brejo de Taquari-tinga também é conhecido pelo curiosonome de Torre do Microondas.
AvesA área foi pouco amostrada por ornitólo-gos, mas presumivelmente representa umimportante refúgio para algumas avesendêmicas da Mata Atlântica nordestina(EBA071), a julgar pela considerável ex-tensão de floresta remanescente. Vários
pares de Tangara fastuosa (pintor-verda-deiro) foram observados construindo ni-nho na área em janeiro de 20002.
AmeaçasBoa parte da mata já foi cortada para aexpansão da agricultura e pecuária. Porseu potencial turístico, a área tambémsofre pressão devido à especulação imo-biliária, sobretudo visando à instalação dehotéis1,3. A caça e captura de pássaros(incluindo o pintor-verdadeiro) são prati-cadas pela população local2.
Referências1. Base de dados do workshop Avaliação e AçõesPrioritárias para a Conservação dos Biomas Flo-resta Atlântica e Campos Sulinos; 2. Silveira et al.(2003b); 3. Sônia A. Roda (in litt.); SECTMA (2002);Roda (2002); Roda et al. (2003); Roda & Carlos(2004).
Espécies ameaçadas: 2Synallaxis infuscata Roda et al. (2003), Roda & Carlos (2004).Tangara fastuosa Registrada apenas nas áreas mais elevadas (Silveira et al.
2003b).
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Tapacurá PE06A1 8°03’S, 35°11’W
Área: > 776 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: São Lourenço da Mata, Paudalho, Altitude: < 100 mChá de Alegria Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Parcial Key Area 031/PROBIO 119
DescriçãoA Estação Ecológica do Tapacurá é ad-ministrada pela Universidade FederalRural de Pernambuco e situa-se a ape-nas 35 km de Recife, em direção oeste.Juntamente com áreas particulares à suavolta, forma uma constelação de fragmen-tos florestais no entorno do lago de Tapa-curá, originado a partir do represamentodo rio de mesmo nome. As matas maisimportantes são Camucim, do Toró, Ta-pacurá, Outeiro do Pedro e do EngenhoTapacurá, que apresentam tamanho eestado de conservação variados e podemser conectadas entre si e à mata adja-cente do Engenho Mamancona atravésde corredores florestais1. A estação eco-lógica protege cerca de 406 ha da flores-ta remanescente2, estando o restante emmãos de particulares1. Embora a áreaseja relativamente próxima do litoral, a flo-resta é classificada como semidecídua,justificando a presença de algumas avestípicas das matas de brejo do interior.
AvesEntre as cinco espécies de aves global-mente ameaçadas presentes na área es-tão Picumnus fulvescens (pica-pau-anão-canela) e Hemitriccus mirandae (maria-do-nordeste), ambas típicas dos brejos dealtitude do interior e raras em áreas bai-xas mais próximas do litoral. Xipholenaatropurpurea (anambé-de-asa-branca ouescarradeira) possui registro históricopara a área3.
AmeaçasEfeitos da fragmentação florestal.
Referências1. Base de dados do workshop Avaliação e AçõesPrioritárias para a Conservação dos Biomas Flo-resta Atlântica e Campos Sulinos; 2.www.conservation.org; 3. Collar et al. (1992); Co-elho (1987a); Azevedo Jr. (1990); Wege & Long(1995); Farias (1996); BirdLife International (2000);Farias et al. (2002); Roda (2002); Silveira et al.(2003b); Sônia A. Roda (in litt.).
Espécies ameaçadas: 4Myrmeciza ruficauda Registrada pelo menos até meados da década de 1980 (Collar
et al. 1992); Wege & Long (1995).Hemitriccus mirandae Coelho (1987a), Azevedo Jr. (1990), BirdLife International
(2000).Tangara fastuosa Sem registros nos últimos anos (S. A. Roda; Silveira et al.
2003b); Farias (1996), BirdLife International (2000).Carduelis yarrellii Sem registros recentes na área (S. A. Roda); Wege & Long
(1995).
Espécie quase ameaçadaPicumnus fulvescens BirdLife International (2000).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaEstação Ecológica do Tapacurá Privada 776 ha
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Complexo Gurjaú PE07A1, A2 8°12’S, 35°05’W
Área: 1.077 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Altitude: 17-102 mJaboatão dos Guararapes Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Parcial PROBIO 124
DescriçãoO Complexo Gurjaú, também denomina-do Matas do Sistema Gurjaú1, é formadopor um conjunto de pequenos fragmen-tos florestais pertencentes à CompanhiaPernambucana de Abastecimento deÁgua (COMPESA) e está localizado acerca de 28 km ao sul da capital do Esta-do. Com uma área total de pouco maisde 1.000 ha, é o maior conjunto rema-nescente de Mata Atlântica na RegiãoMetropolitana do Recife e integra a zonanúcleo da Reserva da Biosfera da MataAtlântica1. A Reserva Estadual de Gurjaú,que protege uma grande parcela da mataremanescente, possui três açudes queabastecem a Grande Recife: Sucupema,Gurjaú e São Salvador. A maior parte dareserva (c. 87%) está bem preservada,apresentando trechos de vegetação den-
sa2. Espécies de árvores típicas da Zonada Mata Úmida de Pernambuco, como Pla-thymenia foliolosa (amarelo), Parkia pen-dula (visgueiro) e Ballizia pedicellaris (ja-guarana), predominam em todos os re-manescentes. A área engloba a R. E. deGurjaú e alguns fragmentos adjacentescom potencial para serem interligadosatravés da restauração florestal3.
AvesLevantamentos recentes indicam a pre-sença de 220 espécies de aves na re-gião4,5. O Complexo Gurjaú é uma daspoucas áreas onde Synallaxis infuscata(tatac), espécie endêmica do Centro Per-nambuco, ocorre nas baixadas próximasao litoral. Nas partes alagadas da reser-va ecológica, sobretudo em pastos aban-donados, existe uma das mais significati-
Espécies ameaçadas: 6Touit surdus Razoavelmente freqüente (Lyra-Neves et al. 2004).Synallaxis infuscata S. A. Roda.Myrmeciza ruficauda Pouco freqüente (Lyra-Neves et al. 2004).Tangara fastuosa Razoavelmente freqüente e residente na área (Lyra-Neves et
al. 2004).Curaeus forbesi Lyra-Neves et al. (2004), S. A. Roda; Cabo de Santo
Agostinho (Farias et al. 2002).Carduelis yarrellii Roda (2002).
Espécies quase ameaçadas: 3Thalurania watertonii Lyra-Neves et al. (2004).Picumnus fulvescens Razoavelmente freqüente (Lyra-Neves et al. 2004).Iodopleura pipra S. A. Roda.
Espécies de distribuição restrita: 6 EBA071
Área protegida:Nome Categoria ÁreaReserva Estadual de Gurjaú Proteção Integral (COMPESA) 1.077 ha
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Espécies ameaçadas: 2Penelope jacucaca Farias et al. (2001).Carduelis yarrellii Farias et al. (2001).
Espécie quase ameaçadaPicumnus fulvescens Farias et al. (2002).
Espécies de distribuição restrita: 2 EBA070
Espécies endêmicas: 7 CAA
Área protegida:Nome Categoria ÁreaReserva Ecológica Maurício Dantas Particular (RPPN) 1.485 ha
vas populações de Curaeus forbesi (anu-mará) de toda a zona de terras baixas dePernambuco. Xipholena atropurpurea (es-carradeira), registrada na década de19906, não tem sido encontrada em estu-dos recentes2,4.
AmeaçasA área encontra-se cercada por planta-ções de cana-de-açúcar, o que a tornamuito vulnerável a incêndios originadosa partir das queimadas anuais dos cana-viais. As comunidades locais comumen-te abrem clareiras ou utilizam as margens
Reserva Ecológica Maurício Dantas PE08A1, A2, A3 8°18’S, 38°11’W
Área: 1.485 ha Bioma: CaatingaMunicípios: Betânia, Floresta Altitude: 550 mGrau de proteção: Total Inventário ornitológico: Representativo
DescriçãoA Reserva Ecológica Maurício Dantasestá situada a 18 km da cidade de Betâ-nia, no Sertão pernambucano, e protegeuma área de caatinga relativamente ínte-gra e de grande beleza cênica.
AvesEm um recente levantamento de campo,foram registradas 157 espécies de avesna área1, incluindo sete dos cerca de 15
endemismos do bioma Caatinga queocorrem em Pernambuco. Curaeusforbesi (anumará) foi listado para a reser-va1, mas o registro requer confirmação2.
AmeaçasAparentemente não existem ameaças di-retas à área.Referências1. Farias et al. (2001); 2. Sônia A. Roda (in litt.);Farias et al. (2002).
da floresta para o plantio de culturas tem-porárias, como feijão, milho, mandioca ebanana2. A captura de aves e a retirada demadeira são práticas freqüentes na reser-va em virtude da falta de fiscalização.
Referências1. FIDEM (1987); 2. CPRH – Agência Estadual deMeio Ambien te e Recursos Híd r i cos(www.cprh.gov.pe.br); 3. Azevedo Jr. et al. (2004);4. Lyra-Neves et al. (2004); 5. Roda (no prelo); 6.Teixeira & Almeida (1997); Farias et al. (2002);Roda (2002); Sônia A. Roda (in litt.); Severino Men-des de Azevedo Jr., Rachel M. Lyra Neves e Walla-ce Rodrigues Telino Jr. (in litt.).
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Brejo dos Cavalos PE09A1, A2 8°22’S, 36°03’W
Área: 5.200 ha Bioma: Mata Atlântica, CaatingaMunicípios: Caruaru, São Caitano, Altinho Altitude: 800-1.000 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Preliminar
Key Area 032/PROBIO 125 (22)
DescriçãoEssa área de florestas serranas encerra-das no domínio da Caatinga também éconhecida como Serra dos Cavalos ouFazenda Caruaru (em parte) e situa-se aaproximadamente 132 km da cidade doRecife, no Agreste pernambucano. Estáinserida sobre o maciço da Borborema,nas bacias dos rios Ipojuca, Capibaribe eUna1. A área apresenta muitos riachos in-termitentes e três açudes principais, res-ponsáveis pelo abastecimento da cidadede Caruaru e localidades vizinhas1. A fisio-nomia da floresta da região, classificadacomo “brejo de altitude”, é marcada por ár-vores que atingem, em média, 20 a 25mde altura2. Alguns indivíduos emergentespodem atingir 40 m (e.g., Podocarpussellowii e Eriotheca crenulaticalyx)2.
AvesApesar de não haver estudos recentessobre a avifauna do Brejo dos Cavalos,há um acervo bastante representativo deexemplares coletados na região duranteas décadas de 1970 e 19803. Dessa áreaprovém o primeiro registro de Phylloscartesceciliae (cara-pintada) para Pernambuco3.Essa espécie endêmica das matas de al-titude do Nordeste ocorre em somenteoutras cinco IBAs, duas delas em territó-rio pernambucano. Existe uma populaçãobastante significativa de Tangara fastuosa(pintor-verdadeiro) na área4.
AmeaçasAtualmente, a principal ameaça são osdesmatamentos para o plantio de cultu-ras temporárias (sobretudo chuchu, hor-
Espécies ameaçadas: 6Synallaxis infuscata Caruaru (Pacheco & Gonzaga 1995); Roda & Carlos (2004).Myrmeciza ruficauda Wege & Long (1995), BirdLife International (2000).Hemitriccus mirandae Roda (2002), Roda & Carlos (2004).Phylloscartes ceciliae Roda (2002), Roda et al. (2003), Roda & Carlos (2004).Tangara fastuosa Reduto importante (BirdLife International 2000).Carduelis yarrellii Caruaru e, ao menos historicamente, São Caitano (Collar et
al. 1992, BirdLife International 2000).
Espécies quase ameaçadas: 3Thalurania watertonii Roda & Carlos (2004).Picumnus fulvescens Roda & Carlos (2004), Roda et al. (2003).Herpsilochmus sellowi Roda & Carlos (2004).
Espécies de distribuição restrita: 6 EBA071
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaReserva Ecológica Brejo dos Cavalos Privada (UFPE) 450 haParque Natural Ecológico Vasconcelos Sobrinho Municipal 354 ha
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Espécies ameaçadas: 4Synallaxis infuscata Registrada na década de 1980 (Wege & Long 1995); Roda et
al. (2003).Myrmeciza ruficauda Registros recentes (Roda et al. 2003); Wege & Long (1995).Tangara fastuosa Recentemente na Usina Trapiche (Silveira et al. 2003b);
BirdLife International (2000), Roda (2002).Carduelis yarrellii Wege & Long (1995); ainda presente na área (S. A. Roda).
Espécie quase ameaçadaThalurania watertonii Neves et al. (2000b), Roda (2002).
Espécies endêmicas: 15 [ATL] (Glaucidium mooreorum)
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaReserva Biológica de Saltinho Proteção Integral 564 haAPA Estadual de Guadalupe Uso Sustentável 44.255 ha*
*de área continental; apenas parte da APA está incluída na IBA.
taliças e flores), praticado de forma de-sordenada em áreas de fundo de vale evárzeas do Parque Ecológico Vasconce-los Sobrinho1. A captura de aves paracomercialização é bastante intensa naregião, incidindo principalmente sobreTangara fastuosa.
Guadalupe PE10A1, A3 8°36’S, 35°14’W
Área: c.15.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: São José da Coroa Grande, Tamandaré, Altitude: 0-150 mRio Formoso, Sirinhaém Inventário ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Parcial Key Area 034/PROBIO 127
DescriçãoEssa área é constituída por fragmentosde floresta atlântica de baixada no litoralsul de Pernambuco, incluindo a ReservaBiológica de Saltinho e as matas da Usi-na Trapiche (100 ha), Usina Cucaú e En-genho Mamucaba (Mata do Pau Amare-lo), vizinhas à reserva1. Esses fragmen-tos estão incluídos na Área de ProteçãoAmbiental de Guadalupe, que se esten-de até a costa e abrange cinco dos muni-cípios mais promissores para o turismo
no Estado, configurando o Centro Turís-tico de Guadalupe. As chuvas na regiãodistribuem-se por aproximadamente 200dias do ano, com precipitação média anu-al de 2.050 mm2.
AvesA área abrange toda a distribuição conhe-cida de Glaucidium mooreorum (caburé-de-pernambuco), corujinha descrita ape-nas em 2002 a partir de dois exemplarescoletados em 1980 na R. B. de Saltinho3.
Referências1. Gomes (2004); 2. Sales et al. (1998); 3. Roda(2002); 4. A. Galileo Coelho (in litt.); Pacheco &Gonzaga (1995); Wege & Long (1995); BirdLifeInternational (2000); Roda et al. (2003); Silveira etal. (2003b); Cabral et al. (2004); Locatelli & Ma-chado (2004); Roda & Carlos (2004); Sônia A. Roda(in litt.).
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A espécie foi registrada também na Usi-na Trapiche, em 20013. A avifauna dasmatas remanescentes da APA de Guada-lupe tem sido bastante estudada nos últi-mos anos. Inventários recentes aponta-ram a presença de 150 espécies na APAcomo um todo4, 156 espécies em Salti-nho4, 163 na Usina Cucaú5, 210 na UsinaTrapiche6 e 173 na Fazenda Morim7, emSão José da Coroa Grande.
AmeaçasA retirada de madeira das matas rema-nescentes e a captura de aves para co-mercialização são atividades ilegais co-muns na região4. A R. B. de Saltinho é
cortada em dois trechos por rodovias es-taduais. Por fim, a severa fragmentaçãodas florestas da região poderá compro-meter a sobrevivência de Glaucidiummooreorum, espécie descrita já no limiarda extinção3. As unidades de conserva-ção que protegem a Mata Atlântica nor-destina são pequenas (78% são meno-res do que 5 km2) e isoladas3.
Referências1. Sônia A. Roda (in litt.); 2. CPRH (1999); 3. Silvaet al. (2002); 4. Neves et al. (2000b); 5. S. A. Roda(dados inéditos); 6. Roda (2004a); 7. Roda (2004b);Wege & Long (1995); BirdLife International (2000);Farias et al. (2002); Roda (2002); Roda et al.(2003); Silveira et al. (2003b).
Parque Nacional do Catimbau PE11A1, A2, A3 8°30’S, 37°22’W
Área: 62.555 ha Bioma: CaatingaMunicípios: Buíque, Tupanatinga, Ibimirim Altitude: 600-1.000 mGrau de proteção: Total Inventário ornitológico: Representativo
PROBIO (23)
DescriçãoO Parque Nacional do Catimbau, criadoem 2002, situa-se na porção central dePernambuco, em uma região conhecidacomo Chapada de São José. A área érepresentativa das chapadas sedimenta-
res do sertão pernambucano, compreen-dendo morros, vales e tabuleiros, sobreos quais ocorrem quatro tipos principaisde vegetação: caatinga arbustivo-arbórea,campos rupestres (entre 900 e 1.000 m),vegetação arbustiva perenifólia (“refú-
Espécie ameaçadaCarduelis yarrellii Coelho (2002).
Espécies quase ameaçadas: 4Picumnus fulvescens Coelho (2002), S. M. de Azevedo Jr. per R. Neves.Gyalophylax hellmayri Coelho (2002), S. M. de Azevedo Jr. per R. Neves.Herpsilochmus sellowi Coelho (2002).Hylopezus ochroleucus Coelho (2002).
Espécies de distribuição restrita: 2 EBA070
Espécies endêmicas: 9 CAA
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Nacional do Catimbau Proteção Integral 62.555 ha
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Serra Negra (Floresta) PE12A1, A2, A3 8°38’S, 38°02’ W
Área: c.6.000 ha Bioma: Caatinga, Mata AtlânticaMunicípios: Floresta, Inajá, Tacaratu Altitude: 800-1.050 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Representativo
Key Area 033/PROBIO 126 (26)
DescriçãoA Serra Negra é um pequeno platô ou ta-buleiro isolado (“inselberg”) que se elevana divisa dos municípios de Inajá e Flo-resta, no Sertão pernambucano. Seu topomede cerca de 800 m de largura por 3.000m de comprimento1. A área é um brejo dealtitude, ao redor do qual predomina avegetação de caatinga. A floresta existen-te no topo da serra é densa e úmida devi-do à precipitação orográfica, com árvo-res que atingem até 35 m de altura; flo-restas de transição, de dossel mais bai-xo e relativamente aberto, recobrem asencostas adjacentes (especialmente a
escarpa meridional da serra), onde aumidade é menor1. A R. B. de Serra Ne-gra é a mais antiga unidade de conserva-ção de sua categoria no Brasil, tendo sidocriada em 19502.
AvesTalvez devido ao seu isolamento em re-lação a outros brejos de altitude, a SerraNegra abriga poucos endemismos daMata Atlântica nordestina, destacando-se,porém, a ocorrência de Pyrrhura griseipectus(tiriba-de-peito-cinza), psitacídeo extre-mamente ameaçado presentemente co-nhecido com segurança em apenas uma
gios” vegetacionais com elementos da ca-atinga, floresta estacional, campo rupes-tre e cerrado) e vegetação florestal pere-nifólia (no sopé de algumas serras)1,2. Oclima regional é tropical semi-árido, comtemperatura média anual de 23ºC e pre-cipitação variando de 300 a 500 mm anu-ais2. Em Buíque, no entanto, que está acerca de 800 m de altitude, a precipita-ção anual média eleva-se a 1.096 mm1.O Parque Nacional do Catimbau resguar-da cerca de 25 sítios arqueológicos compinturas rupestres e artefatos da ocupa-ção pré-histórica, datados de pelo menos6.000 anos atrás. Além das inscrições ru-pestres, existem também paredões dearenito e formações rochosas esculpidaspela ação erosiva do vento3.
AvesUm levantamento preliminar da avifauna
do parque, ainda não publicado, apontoua ocorrência de 150 espécies de aves naárea4. A maior parte são aves típicas daCaatinga, incluindo um conjunto signifi-cativo de espécies endêmicas desse bio-ma, com destaque para o tiranídeo Stig-matura bahiae, de ocorrência conhecidaem apenas três IBAs.
AmeaçasA regulamentação fundiária do parqueainda não está completa. Há moradoresvivendo no interior da unidade de conser-vação, em situação de extrema pobreza.Também ocorre corte de madeira e caçade subsistência.
Referências1. Rodal et al. (1998); 2. SNE (2002); 3.www.ibama.gov.br; 4. Coelho (2002); SeverinoMendes de Azevedo Jr. per Rachel M. Lyra Neves(in litt.).
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Espécies ameaçadas: 2Penelope jacucaca Roda & Carlos (2004).Carduelis yarrellii Wege & Long (1995).
Espécies quase ameaçadas: 6Primolius maracana Coelho (1987b), Teixeira et al. (1988), BirdLife
International (2000).Baillonius bailloni Sick (1979).Picumnus fulvescens BirdLife International (2000), Farias et al. (2002), Roda (2002);
Roda & Carlos (2004), sob P. limae.Gyalophylax hellmayri Teixeira (1992a), Whitney & Pacheco (1994).Herpsilochmus sellowi Roda & Carlos (2004).Hylopezus ochroleucus Whitney et al. (1995b).
Espécies de distribuição restrita: 2 EBA070
Espécies endêmicas: 9 CAA
Área protegida:Nome Categoria ÁreaReserva Biológica de Serra Negra Proteção Integral 1.100 ha
localidade adicional no Ceará. Por outrolado, a área é rica em espécies endêmi-cas do bioma Caatinga, que localmentese restringem às partes mais baixas daserra.
AmeaçasApesar de ser uma unidade de conserva-ção pública, a reserva encontra-se entre-gue à ação de caçadores e à depreda-ção ambiental por falta de infra-estruturae fiscalização ineficiente3. As ameaçasmais comuns são caça, desmatamentopara plantio de frutíferas, corte de árvo-res, deposição de lixo, extração de plan-
tas ornamentais e entrada de gado do-méstico3,4,5. A área também sofreu inva-são por grupos indígenas6.
Referências1. Rodal & Nascimento (2002); 2.www.ibama.gov.br; 3. Jornal do Commercio (Reci-fe, 22 novembro 1998); 4. Sônia A. Roda (in litt.);5. Base de dados do workshop Avaliação e AçõesPrioritárias para a Conservação dos Biomas Flo-resta Atlântica e Campos Sulinos; 6. S. A. Roda(verb.); Sick (1979); Coelho (1987b); Teixeira etal. (1988); Teixeira (1992a,b); Whitney & Pacheco(1994); Wege & Long (1995); Whitney et al.(1995b); BirdLife International (2000); Farias et al.(2002); Roda (2002); Roda & Carlos (2004).
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Serra do Urubu PE13A1, A2 8°43’S, 35°54’W
Área: > 1.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Jaqueira, Lagoa dos Gatos, Altitude: 500-750 mSão Benedito do Sul Inventário ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Parcial PROBIO 129
DescriçãoA área engloba remanescentes de florestaatlântica montana situados principalmentenos municípios de Jaqueira e Lagoa dosGatos, Zona da Mata sul de Pernambu-co. Esses remanescentes estão inseridosna superfície do Planalto da Borborema,em áreas do complexo das Serras doUrubu e Espelho1. Nessa região, o relevoé montanhoso e acidentado, com predo-mínio de granitos1. O clima é tropicalquente e úmido, com uma estação secaentre outubro e fevereiro e uma estaçãochuvosa de março a setembro1. No mu-nicípio de Jaqueira, as áreas de mataencontram-se circundadas por plantaçõesde cana-de-açúcar, bananais e pequenaslavouras temporárias1. No município de
Lagoa dos Gatos predominam pastagensabandonadas. A área inclui a RPPN FreiCaneca e uma parcela de mata adjacen-te com 440 ha, a qual foi recentementeadquirida pela SAVE Brasil/BirdLife Inter-national e está sendo transformada emuma RPPN. Além dessas áreas, existemalguns outros fragmentos florestais pró-ximos que podem ser considerados emuma estratégia de conservação a longoprazo.
AvesA Serra do Urubu e Murici (AL02) são asúnicas áreas onde ainda podem ser en-contradas todas as quatro espécies con-finadas às florestas montanas de Alago-as e Pernambuco (Philydor n ovaesi,
Espécies ameaçadas: 9Touit surdus Barnett et al. (2005).Synallaxis infuscata Roda (2002), Roda et al. (2003).Philydor novaesi Até 4 indivíduos vistos recentemente na área (Barnett et al.
2005).Myrmotherula snowi Alguns poucos registros em 2003 (Barnett et al. 2005).Terenura sicki Observado em várias ocasiões em 2003 (Barnett et al. 2005).Myrmeciza ruficauda Roda (2002), Roda et al. (2003).Hemitriccus mirandae Barnett et al. (2005).Phylloscartes ceciliae Aparentemente presente em bom número (Barnett et al. 2005).Tangara fastuosa Bando com 12 indivíduos em 1999 (Silveira et al. 2003b).
Espécies quase ameaçadas: 3Leucopternis polionotus S. A. Roda, J. M. Barnett e C. J. Carlos.Thalurania watertonii Roda (2002).Iodopleura pipra Barnett et al. (2005).
Espécies de distribuição restrita: 9 EBA071
Área protegida:Nome Categoria ÁreaRPPN Frei Caneca Particular 630 ha
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Myrmotherula snowi, T erenura sicki ePhylloscartes ceciliae)2,3. Rumores sobrea presença de uma espécie nova de tira-nídeo na área2 não se confirmaram.
AmeaçasA RPPN Frei Caneca encontra-se bempreservada e conta com um funcionárioresponsável pela fiscalização da área. Notrecho de mata mais próximo à Lagoa dosGatos existe exploração de madeira paratransformação em carvão, atividade quejá causou sérios danos à floresta. Umfragmento de mata das proximidades(Mata do Cordeirinho) foi completamente
devastado nos últimos anos apenas pelaatividade dos carvoeiros. Em contraparti-da, uma das ações de conservação quevêm sendo desenvolvidas na região é oreflorestamento de clareiras abertas parafabricação de carvão. A caça para sub-sistência representa uma ameaça adici-onal.
Referências1. www.rppnfreicaneca.org; 2. Neotropical News,Cotinga 20:13; 3. Barnett et al. (2005); Roda (2002);Roda et al. (2003); Silveira et al. (2003b); Sônia A.Roda, Juan M. Barnett e Caio J. Carlos(www.rppnfreicaneca.org).
Garanhuns PE14A1 8°53’S, 36°33’W
Área: c.15.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Garanhuns, Caetés, Brejão Altitude: 840 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 130
DescriçãoLocalizada no Agreste de Pernambuco,essa área de brejo dista aproximadamen-te 230 km do Recife e compreende doisconjuntos principais de remanescentesflorestais, a oeste e sudoeste da cidadede Garanhuns1. A vegetação original naregião é a floresta estacional semideci-dual, que está sujeita a uma precipitaçãopluviométrica média de cerca de 1.000
mm anuais. Devido à altitude, o clima émesotérmico, com temperatura médiaanual de 18°C. A principal atividade eco-nômica da região é a criação de gado deleite e de corte. Nas áreas mais altas sãocultivados café e frutas2.
AvesEssa área foi considerada insuficiente-mente conhecida no Atlas da Biodiversi-
Espécies ameaçadas: 2Hemitriccus mirandae Teixeira et al. (1993), BirdLife International (2000).Tangara fastuosa Collar et al. (1992); sem registros conhecidos nos últimos
25 anos (Silveira et al. 2003b).
Espécies quase ameaçadas: 4Crypturellus noctivagus Provavelmente só registros históricos (Roda & Carlos 2004);
Roda (2002), Farias et al. (2002).Picumnus fulvescens Coletas antigas (Roda & Carlos 2004).Herpsilochmus sellowi Coleta antiga em Garanhuns (Pacheco & Parrini 2002).Iodopleura pipra Aparentemente registrado apenas em 1957 (Teixeira et al.
1993).
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dade de Pernambuco2. Os registros deaves ameaçadas ou quase ameaçadassão todos relativamente antigos, desco-nhecendo-se a situação atual das espé-cies, mas a área ainda apresenta poten-cial para abrigar a maioria delas.
AmeaçasAs áreas de floresta de Garanhuns forambastante reduzidas para o desenvolvi-mento da pecuária e agricultura. Restamfragmentos, localizados principalmente
em propriedades privadas e, portanto,desprotegidos1.
Referências1. Base de dados do workshop Avaliação e AçõesPrioritárias para a Conservação dos Biomas Flores-ta Atlântica e Campos Sulinos; 2. SECTMA (2002);Short & Parkes (1979); Collar et al. (1992); Teixeiraet al. (1993); Teixeira & Almeida (1997); BirdLife In-ternational (2000); Farias et al. (2002); Pacheco &Parrini (2002); Roda (2002); Roda et al. (2003); Sil-veira et al. (2003b); Roda & Carlos (2004); Sônia A.Roda (in litt.).
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DescriçãoEssa área está localizada na divisa deAlagoas com Pernambuco e compreen-de a Mata do Pinto, em São José da Laje,e os remanescentes florestais adjacen-tes no município de Canhotinho. A áreaestá inserida em uma zona de contatoentre a floresta ombrófila aberta, que pre-domina no lado alagoano, e a florestaestacional semidecidual, representadapelas matas mais secas de Canhotinho,já no Agreste pernambucano1. A Mata doPinto possui cerca de 300 ha e situa-seno topo de uma elevação2. A floresta érelativamente alta (c.20 m de altura) e jásofreu corte seletivo no passado2. A exem-plo do Engenho Coimbra (AL01), essaárea pertence à Usina Serra Grande;ambas são relativamente próximas entre
si, embora situem-se em altitudes dife-rentes2.
AvesA Mata do Pinto foi apontada como umdos dois fragmentos florestais mais im-portantes para a conservação de avesentre 15 áreas amostradas no Estado deAlagoas em outubro de 2001, tanto peloelevado número de espécies encontradas(103) quanto pela presença de táxonsendêmicos do “Centro Pernambuco” (flo-restas costeiras e de transição ao nortedo rio São Francisco)2. As espécies glo-balmente ameaçadas Synallaxis infuscata(tatac) e Tangara fastuosa (pintor-verda-deiro) parecem especialmente comuns naárea2,3. Não há informações específicassobre a avifauna que habita os expressi-
São José da Laje / Canhotinho AL/PE01A1 8°57’S, 36°06’W
Área: c.4.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: São José da Laje (AL), Canhotinho (PE) Altitude: 160 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Preliminar
Espécies ameaçadas: 2Synallaxis infuscata Silveira et al. (2003a).Tangara fastuosa Cinco grupos recentemente observados em 5,4 h de
observações (Silveira et al. 2003b).
Espécie quase ameaçadaPicumnus fulvescens Encontrada junto à Mata do Pinto (Roda et al. 2003);
Silveira et al. (2003a).
Tabela 1. Lista das IBAs no Estado de Alagoas Critérios*
Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4AL/PE01 São José da Laje/Canhotinho ATL X
AL01 Engenho Coimbra (Usina Serra Grande) ATL X 71
AL02 Murici ATL X 71 ATL
AL/PE02 Reserva Biológica de Pedra Talhada ATL X 71
AL03 Usina Cachoeira ATL X* Ver capítulo 2 para explicação dos critérios.
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vos remanescentes florestais de Canho-tinho. Porém, dado o caráter mais secoda floresta e a proximidade com a Reser-va Biológica de Pedra Talhada (AL/PE02),é esperada a ocorrência de espécies típi-cas das matas do interior encontradasnessa última área, como Hemitriccus mi-randae (maria-do-nordeste).
AmeaçasIsolamento em relação a outros remanes-centes florestais, afetando principalmen-
te espécies terrícolas e de sub-bosque2.A retirada de lenha ou madeira e a caçaclandestina ainda são ameaças comunsnas matas de Alagoas em geral2.
Referências1. IBGE (2004); 2. Silveira et al. (2003a); 3. Silvei-ra et al. (2003b); SECTMA (2002); Roda & Carlos(2003); Roda et al. (2003); Sônia A. Roda (in litt.).
IBA sugerida por Sônia A. Roda
DescriçãoO Engenho Coimbra resguarda um dosmaiores e mais importantes remanes-centes de floresta montana preservadaem Alagoas, especialmente em face dadevastação continuada das matas deMurici (AL02)1. A floresta encontra-se em
excelente estado de conservação e nãomostra sinais de corte seletivo1. O dosselé formado por árvores de 20-25 m dealtura, com emergentes que chegam aos30 m1. Existem numerosas fontes de águana área1. Uma base de pesquisas daUniversidade Federal de Pernambuco
Espécies ameaçadas: 10Leucopternis lacernulatus Avistada em 2000 (Roda et al. 2003).Touit surdus Bandos de até 6 aves vistas em 2000 (Roda et al. 2003);
Silveira et al. (2003a).Synallaxis infuscata Roda et al. (2003).Terenura sicki Silveira et al. (2003a), Roda et al. (2003).Myrmeciza ruficauda Raça M. r. soror; Silveira et al. (2003a), Roda et al. (2003).Phylloscartes ceciliae Silveira et al. (2003a), Roda et al. (2003).Procnias nudicollis Ouvida na área em 2000 (Roda & Carlos 2003).Xipholena atropurpurea Dois indivíduos observados em 2000 (Roda et al. 2003).Tangara fastuosa Registros recentes (Silveira et al. 2003b).Curaeus forbesi Em canaviais e pastagens próximos à mata (Roda et al. 2003).
Espécies quase ameaçadas: 2Thalurania watertonii Silveira et al. (2003a).Iodopleura pipra C. Marantz per S. A. Roda.
Espécies de distribuição restrita: 8 EBA071
Engenho Coimbra (Usina Serra Grande) AL01A1, A2 8°°°°°59’S, 35°°°°°53’W
Área: c.800 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Ibateguara Altitude: 590 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Preliminar
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Murici AL02A1, A2, A3 9°11’S, 35°53’W
Área: 7.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Murici, Flexeiras, Branquinha, Altitude: 585 mUnião dos Palmares Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Parcial Key Area 035/PROBIO 134
DescriçãoMurici está situada nos contrafortes ori-entais do Planalto da Borborema, a cer-ca de 40 km da costa, no nordeste deAlagoas1,2. Compreende florestas semi-úmidas de altitudes intermediárias,mantidas pelos ventos carregados deumidade que sopram a partir do oceanoAtlântico2. Entre as árvores mais comunsem Murici estão Byrsonima sericea(murici), Eschweilera ovata (embiriba),Didymopanax morototoni (sambacuim),Parkia pendula (visgueiro), Tapiriraguianensis (cupiuba), Himathanthusphagaedenicus (banana-de-papagaio),Bowdichia virgilioides (sucupira) eCupania platycarpa (cabotã)3. O hábitatremanescente é bastante limitado e frag-mentado4, estando atualmente concentra-do em áreas de topografia acidentada3.Em 2000 restavam pouco mais de 7.000ha de florestas distribuídas em quatro blo-cos principais, o maior deles incluindo asfazendas Pedra Branca (localidade-tipode Philydor novaesi, Myrmotherula snowi,
Terenura sicki e Phylloscartes ceciliae5)e Bananeiras3. A Estação Ecológica deMurici, criada em 2001, protege parte dafloresta remanescente na área e tem cer-ca de 50% de sua superfície ainda co-berta por floresta6.
AvesMurici foi palco da descoberta de quatroespécies de aves endêmicas das flores-tas montanas do Nordeste do Brasil, aonorte do rio São Francisco, todas descri-tas somente a partir de 19835. As matasde Murici abrigam mais espécies restri-tas a essas florestas do que qualqueroutra área já amostrada na Mata Atlânti-ca nordestina. Até recentemente, Muricipermaneceu a única área de ocorrênciaconhecida das espécies criticamenteameaçadas M. snowi (choquinha-de-ala-goas) e P. novaesi (limpa-folha-do-nor-deste). Embora ambas tenham sido sub-seqüentemente encontradas em outraslocalidades (apenas uma no caso de P.novaesi), Murici continua sendo a área-
foi instalada no Engenho Coimbra em20002.
AvesOcorrem na área a maioria das espéciesendêmicas e ameaçadas registradas emMurici, situada cerca de 12 km ao sul, asexceções sendo Myrmotherula snowi(choquinha-de-alagoas), Philydor novaesi(limpa-folha-do-nordeste) e Tinamussolitarius (macuco)1. O Engenho Coimbratambém é uma das poucas áreas emAlagoas onde Myrmeciza ruficauda
(formigueiro-de-cauda-ruiva) ainda per-siste em número significativo1.
AmeaçasA longo prazo, os efeitos do isolamentoda área em relação a outros fragmentosflorestais1.
Referências1. Silveira et al. (2003a); 2. Sonia A. Roda (in litt.);Roda & Carlos (2003); Roda et al. (2003).
IBA sugerida por Sônia A. Roda
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Espécies ameaçadas: 14Leptodon forbesi BirdLife International (2000); a validade do táxon encontra-
se sob avaliação (Silveira et al. 2003a).Touit surdus Wege & Long (1995).Synallaxis infuscata Wege & Long (1995).Philydor novaesi Localidade-tipo; Wege & Long (1995), BirdLife International
(2000).Myrmotherula snowi Localidade-tipo; Wege & Long (1995), BirdLife International
(2000).Terenura sicki Localidade-tipo; Wege & Long (1995).Myrmeciza ruficauda Raça M. r. soror; a espécie é regular e reproduz-se na área,
(Buzzetti & Barnett 2003); Wege & Long (1995).Carpornis melanocephala Wege & Long (1995).Xipholena atropurpurea Wege & Long (1995).Procnias nudicollis Almeida & Teixeira (1996); possivelmente extinta na área
(J. F. Pacheco).Phylloscartes ceciliae Localidade-tipo; Wege & Long (1995).Tangara fastuosa Wege & Long (1995), Silveira et al. (2003b).Carduelis yarrellii Wege & Long (1995); presença na área pode ser produto
de solturas; não registrado recentemente (W. A. de Girão eSilva).
Curaeus forbesi Registrada em áreas abertas adjacentes à reserva (Collaret al. 1992), mas não detectado recentemente (W. A. deGirão e Silva).
Espécies quase ameaçadas: 6Tinamus solitarius Subespécie T. s. pernambucensis , recentemente invalidada
(Amaral & Silveira 2004); Collar et al. (1992).Leucopternis polionotus W. A. Girão e Silva.Primolius maracana Assinalada para a área, mas sem registros recentes
(W. A. de Girão e Silva).Thalurania watertonii C. Marantz per S. A. Roda; Whitney & Bevier (2003).Picumnus fulvescens BirdLife International (2000).Iodopleura pipra Wege & Long (1995).
Espécies de distribuição restrita: 12 EBA071
Espécies endêmicas: 36 [ATL]
Área protegida:Nome Categoria ÁreaEstação Ecológica de Murici Proteção Integral 6.116 ha
chave para a conservação dessas espé-cies. O monitoramento contínuo da avi-fauna ameaçada na área tem revelado apresença de M. snowi e P. novaesi so-mente no maciço florestal que inclui aFazenda Bananeira, na parte norte daestação ecológica6. O macuco (Tinamussolitarius), espécie quase ameaçada e
muito visada por caçadores, hoje parecesubsistir em Alagoas somente nas matasde Murici7.
AmeaçasEmbora Murici seja há muito reconheci-da como uma das áreas mais importan-tes para a conservação de aves ameaça-
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DescriçãoA Reserva Biológica de Pedra Talhadaestá inserida em um dos maiores blocosremanescentes de floresta de altitude doNordeste brasileiro. Localizada na fron-teira entre os Estados de Alagoas e Per-nambuco, ao norte da cidade de Quebran-gulo, a área situa-se sobre um maciçomontanhoso granítico conhecido comoSerra das Guaribas1. Devido à altitude, oclima no topo da serra é consideravelmen-te mais ameno e úmido do que nas áreasmais baixas à sua volta, onde predominaa caatinga1. A floresta que recobre a ser-ra apresenta composição mista, sendoformada por elementos da Mata Atlânticaúmida e da floresta estacional semideci-dual1. A área estende-se um pouco alémdos limites da reserva biológica, cobrin-do as porções desprotegidas do conjun-to florestal da Serra das Guaribas (princi-
palmente no município de Lagoa do Ouro)e também os fragmentos florestais situa-dos próximo à unidade de conservação,como a Fazenda Riachão do Cravo e oEngenho Riachão2.
AvesPedra Talhada abriga quase todas as es-pécies que definem a área de endemismoda Mata Atlântica nordestina (EBA071),faltando apenas os elementos de distri-buição mais costeira ou exclusivos dasmatas de baixada, como Crax mitu(mutum-de-alagoas), Philydor novaesi(limpa-folha-do-nordeste) e Myrmotherulasnowi (choquinha-de-alagoas).
AmeaçasA R. B. de Pedra Talhada ainda não dis-põe de um plano de manejo e suas terrasnão foram completamente desapropria-
Reserva Biológica de Pedra Talhada AL/PE02A1, A2 9°12’S, 36°26’W
Área: c.5.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Quebrangulo, Chã Preta (AL), Altitude: 480-882 mLagoa do Ouro, Correntes (PE) Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Parcial Key Area 036/PROBIO 136
das em toda a Região Neotropical, e ape-sar da recente criação da estação ecoló-gica, as matas da região continuam sen-do devastadas7,8. A área sofreu intensoimpacto devido à substituição das flores-tas nativas por plantações de cana-de-açúcar e, mais recentemente, por pasta-gens3. Atualmente, os impactos mais im-portantes são os desmatamentos em pe-quena escala para a ampliação de áreasde cultivo ou pastos, o corte de florestaspara produção de carvão vegetal, a ex-tração ilegal de madeira, os incêndios quese alastram a partir das plantações vizi-nhas, a caça predatória e a captura de
aves para o comércio de fauna silves-tre3,6,8,9. A presença de acampamentos deagricultores sem-terra nas proximidadesda mata representa um elemento de pres-são adicional sobre os remanescentes flo-restais de Murici3.
Referências1. Teixeira & Gonzaga (1983); 2. Whitney & Pa-checo (1995); 3. SNE (2000); 4. BirdLife Interna-tional (2000); 5. Collar et al. (1992); 6. Weber A.de Girão e Silva (in litt.); 7. Silveira et al. (2003a);8. Silveira et al. (2003b); 9. Wege & Long (1995);Calazans (1996); Almeida & Teixeira (1996); Go-erck (2001); Buzzetti & Barnett (2003); Whitney &Bevier (2003); Amaral & Silveira (2004); José Fer-nando Pacheco (verb.); Sônia A. Roda (in litt.).
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Espécies ameaçadas: 11Leucopternis lacernulatus Wege & Long (1995).Touit surdus Wege & Long (1995).Synallaxis infuscata Comum (BirdLife International 2000); Wege & Long (1995).Terenura sicki Regularmente registrada na área (BirdLife International
2000).Myrmeciza ruficauda Raça M. r. soror; Wege & Long (1995).Xipholena atropurpurea Wege & Long (1995).Phylloscartes ceciliae Wege & Long (1995).Hemitriccus mirandae Incomum (BirdLife International 2000).Tangara fastuosa Wege & Long (1995), BirdLife International (2000).Curaeus forbesi Cerca de 150 aves presentes no início da década de 1980,
com posterior declínio (BirdLife International 2004).Carduelis yarrellii Wege & Long (1995).
Espécies quase ameaçadas: 4Tinamus solitarius Subespécie T. s. pernambucensis , recentemente invalidada
(Amaral & Silveira 2004); Studer (1985).Thalurania watertonii Grantsau (1988).Picumnus fulvescens BirdLife International (2000).Herpsilochmus sellowi Studer (1985).
Espécies de distribuição restrita: 9 EBA071
Área protegida:Nome Categoria ÁreaReserva Biológica de Pedra Talhada Proteção Integral 3.757 ha
das. A devastação da floresta é maior nolado pernambucano, onde quase não háações de fiscalização ambiental. A entra-da de animais domésticos é outra amea-ça à reserva. Os impactos na área são,em parte, contrabalançados pelas inicia-tivas bem-sucedidas de reflorestamento
que vêm sendo postas em prática em todaa região nos últimos anos3.
Referências1. Studer (1985); 2. Sônia A. Roda (in litt.); 3. Bird-Life International (2000); Grantsau (1988); Collaret al. (1992); Wege & Long (1995); Amaral & Sil-veira (2004); BirdLife International (2004).
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OA
S
176
DescriçãoEssa área inclui alguns fragmentos de flo-resta ombrófila situados no norte do mu-nicípio de Maceió e em partes adjacen-tes dos municípios vizinhos. A MataBamburral II é o maior remanescente flo-restal da região, com cerca de 500 ha1.Nessa área, a floresta estende-se ao lon-go de um vale estreito e profundo, sendocomposta por grandes árvores emergen-tes dispostas em meio a outras espéciesarbóreas típicas de matas secundárias1.
AvesRecentemente, 69 espécies de aves fo-ram registradas na Mata Bamburral II em2,1 h de observações, incluindo váriostáxons endêmicos da Mata Atlântica do
nordeste do Brasil, ao norte do rio SãoFrancisco1. A área presumivelmente é umimportante reduto para Tangara fastuosa(pintor-verdadeiro), considerando a exten-são de hábitat disponível e a existênciade vários registros recentes para a re-gião2.
AmeaçasNenhuma ameaça é citada especifica-mente para a Mata Bamburral II, mas asflorestas da região sofrem corte seletivoe tanto a caça quanto a captura de avespara o comércio de animais silvestres ain-da são comuns em Alagoas1.
Referências1. Silveira et al. (2003a); 2. Silveira et al. (2003b).
Espécies ameaçadas: 2Touit surdus Silveira et al. (2003a).Tangara fastuosa Silveira et al. (2003a,b).
Espécie quase ameaçadaThalurania watertonii Silveira et al. (2003a).
Usina Cachoeira AL03A1 9°24’S, 35°42’W
Área: c.6.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Maceió, Barra de Santo Antônio, Altitude: 150 mParipueira, Flexeiras Inventário ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Nenhum PROBIO 138
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Tabela 2. Espécies ameaçadas de extinção com ocorrência nas IBAs de Alagoas
Espécies Categ.*Código IBA Total**
AL/PE01 AL01 AL02 AL/PE02 AL03 a bLeptodon forbesi CR X 1 2Leucopternis lacernulatus VU X X 2 34Touit surdus VU X X X X 4 35Synallaxis infuscata EN X X X X 4 11Philydor novaesi CR X 1 2Myrmotherula snowi CR X 1 3Terenura sicki EN X X X 3 6Myrmeciza ruficauda EN X X X 3 17Carpornis melanocephala VU X 1 18Xipholena atropurpurea EN X X X 3 18Procnias nudicollis VU X X 2 39Hemitriccus mirandae VU X 1 8Phylloscartes ceciliae EN X X X 3 6Tangara fastuosa VU X X X X X 5 16Curaeus forbesi EN X X X 3 8Carduelis yarrellii VU X X 2 17Total de espécies 2 10 14 11 2Tinamus solitarius NT X X 2 36Leucopternis polionotus NT X 1 29Primolius maracana NT X 1 25Thalurania watertonii NT X X X X 4 13Picumnus fulvescens NT X X X 3 16Herpsilochmus sellowi NT X 1 20Iodopleura pipra NT X X 2 18Total de espécies 1 2 6 4 1
* Categorias de ameaça: CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU – vulnerável; NT – quase ameaçada.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a – Alagoas; b – Região como um todo.
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Tabela 3. Espécies endêmicas por IBA no Estado de Alagoas, agrupadas por Bioma
Espécies nº EBA*Código IBA Total**
AL/PE01 AL01 AL02 AL/PE02 AL03 a bMata AtlânticaTinamus solitarius X X 2 36Leptodon forbesi 71 X 1 2Leucopternis lacernulatus X X 2 34Leucopternis polionotus X 1 29Ortalis araucuan X X X X 4 22Odontophorus capueira X X X 3 38Brotogeris tirica X X 2 38Touit surdus X X X X 4 35Otus atricapilla X 1 13Phaethornis margarettae X X X 3 9Melanotrochilus fuscus X X X 3 46Thalurania watertonii X X X X 4 13Aphantochroa cirrhochloris X X X 3 29Xiphorhynchus fuscus X X X X 4 60Synallaxis infuscata 71 X X X X 4 11Philydor novaesi 71 X 1 2Automolus leucophthalmus X X X 3 42Hypoedaleus guttatus X 1 22Myrmotherula snowi 71 X 1 3Drymophila squamata X 1 31Terenura sicki 71 X X X 3 6Myrmeciza ruficauda 71, 75 X X X 3 17Conopophaga lineata X 1 49Conopophaga cearae X X 2 9Conopophaga melanops X X X X 4 39Carpornis melanocephala X 1 18Iodopleura pipra 71, 75 X X 2 18Xipholena atropurpurea 71, 75 X X X 3 18Procnias nudicollis X X 2 39Hemitriccus mirandae 71 X 1 8Phylloscartes ceciliae 71 X X X 3 6Saltator fuliginosus X X X X X 5 36Ramphocelus bresilius X X X 3 36Euphonia pectoralis X X 2 39Tangara cyanomelas X X X 3 10Tangara brasiliensis X 1 10Tangara fastuosa 71 X X X X X 5 16Tangara cyanocephala X X X X 4 41Curaeus forbesi 71 X X X 3 8Total de espécies 8 25 36 22 8CaatingaPicumnus fulvescens 70, 71 X X X 3 16Herpsilochmus sellowi X 1 20Paroaria dominicana X X X 3 30Total de espécies 1 1 2 3 0Total geral de espécies 9 26 38 25 8
* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998). Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a – Alagoas; b – Região como um todo.
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SERGIPE
Pyr
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na a
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OCEANOATLÂNTICO
OCEANOPACÍFICO
SE02
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38°W
38°W
36°W
36°W
10°S
10°S
OCEANO
ATLÂNTICO
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0 50 10025 km
Área (ha)área indefinida< 1.0001.000 a 10.000
10.000 a 100.000
> 100.000
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Serra de Itabaiana e Matas de Areia Branca SE01A1 10°41’S, 37°21’W
Área: 7.966 ha Bioma: Mata Atlântica, Caatinga, CerradoMunicípios: Itabaiana, Areia Branca, Itaporanga d’Ajuda, Altitude: até 650 mLaranjeiras, Campo do Brito Inventário ornitológico: Não disponívelGrau de proteção: Total Key Area 38/PROBIO 202 (31)
Tabela 1. Lista das IBAs no Estado de Sergipe Critérios*
Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4SE01 Serra de Itabaiana e Matas de ATL, CAA,
Areia Branca CER XSE02 Mata do Crasto e Restingas
de Itaporanga e Estância ATL, CER X
* Ver capítulo 2 para explicação dos critérios.
DescriçãoA Serra de Itabaiana, na região central doEstado de Sergipe, é constituída por umacadeia de pequenas montanhas, dasquais também fazem parte as SerrasComprida e do Cajueiro. O relevo, climae solo condicionam o mosaico florísticoconstituído de cerrados, elementos dacaatinga e floresta atlântica. No sopé dasserras, a vegetação que cresce sobresolos originados a partir da decomposi-ção dos quartzitos do topo tem aspectode restinga e jundu, com elementos xe-romórficos. Nas encostas e no alto dasserras, a vegetação predominante é o
cerrado, no qual são encontrados repre-sentantes das famílias Ericaceae, Apoci-naceae, Dileniaceae e Malpigiaceae. Aolongo de pequenos riachos e nas depres-sões existem formações florestais semi-decíduas (matas secas), algumas emestádio adiantado de sucessão ecológi-ca. Nas áreas mais baixas, as florestasoriginais, do tipo ombrófila densa, foramsubstituídas por plantações de cana-de-açúcar, pastagens e citricultura, além depequenas lavouras de subsistência. Frag-mentos residuais, já depauperados, sãoencontrados em vales e encostas comacentuada declividade nos municípios de
Espécies ameaçadas: 4Penelope jacucaca M. C. de Sousa.Herpsilochmus pectoralis Registrada na Serra de Itabaiana (Wege & Long 1995) e Matas
de Areia Branca (M. C. de Sousa).Pyriglena atra Serra de Itabaiana e Matas de Areia Branca (M. C. de Sousa).Carduelis yarrellii M. C. de Sousa.
Espécies quase ameaçadas: 2Thalurania watertonii Pacheco & Whitney (1995), M. C. de Sousa.Passerina caerulescens M. C. de Sousa.
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Nacional da Serra de Itabaiana Proteção Integral 7.966 haRPPN Fonte da Bica Particular 13 ha
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Areia Branca e Laranjeiras. Parkia pendula,Ocotea sp. e Lecythis sp. são algumasárvores que testemunham a diversidadeflorística dessas matas. A área foi trans-formada em parque nacional em junho de2005.
AvesAinda não existe uma listagem completadas aves da região, mas sua avifaunacombina endemismos do Cerrado, comoPasserina caerulescens (campainha-azul), da Caatinga, como Penelope jacucaca(jacucaca) e Herpsilochmus pectoralis(chorozinho-de-papo-preto), e da MataAtlântica, como Thalurania watertonii (bei-ja-flor-de-costas-violeta). A área corres-
ponde ao limite norte de distribuição dePyriglena atra (papa-taoca-da-bahia), es-pécie Em Perigo presente em apenas seisIBAs.
AmeaçasPressão antrópica em decorrência do cres-cimento e expansão de núcleos habitaci-onais próximos às matas, além de incên-dios, retirada de madeira e caça ilegal.
ReferênciasPacheco & Whitney (1995); Wege & Long (1995);Marcelo C. de Sousa (dados inéditos; Base de da-dos do workshop Avaliação e Ações Prioritáriaspara a Conservação dos Biomas Floresta Atlânti-ca e Campos Sulinos).
Mata do Crasto e Restingas de Itaporanga e Estância SE02A1 11°30’S, 37°34’W
Área: 10.000-50.000 ha Bioma: Mata Atlântica, CerradoMunicípios: Itaporanga D’Ajuda, Estância, Altitude: próxima do nível do marSanta Luzia do Itanhy, Indiaroba Inventário ornitológico: Não disponívelGrau de proteção: Nenhum PROBIO 203
DescriçãoEssa área caracteriza-se por apresentarum significativo conjunto de ecossistemasjustapostos, entre os quais se destacamos manguezais, restingas, dunas, lagoase brejos litorâneos, cerrado e florestaatlântica1,2. Partindo do litoral em direção
ao interior dos municípios de Itaporangae Estância, diferentes tipos de solo sãorecobertos por vegetação paludícola,manguezais e matas de restingas. Ao lon-go dos tabuleiros sedimentares, devido afatores edáficos, a vegetação predomi-nante é o cerrado, que nessa região ocor-
Espécies ameaçadas: 5Penelope jacucaca M. C. de Sousa.Touit surdus Crasto (M. C. de Sousa); Pacheco & Whitney (1995).Herpsilochmus pectoralis M. C. de Sousa.Pyriglena atra Crasto (M. C. de Sousa); Pacheco & Whitney (1995), BirdLife
International (2000).Xipholena atropurpurea Crasto (M. C. de Sousa); Pacheco & Whitney (1995).
Espécie quase ameaçadaPasserina caerulescens Em cerrados no limite norte da área (Sousa et al. 2002).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaAPA do Litoral Sul Uso Sustentável 54.200 ha
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re próximo ao litoral. No fundo de peque-nos vales e nas encostas baixas, onde háacúmulo de depósitos aluvionais, ocorremmanchas de mata com Sclerolobium sp.,Bowdichia sp., Byrsonima sp. e Cecropiasp. Mais ao sul estão os principais rema-nescentes florestais do Estado, entre osquais destacam-se as matas das fazen-das Sabão e Escôncio, no município deIndiaroba, e a mata do Crasto, em SantaLuzia do Itanhy, além de vários outrospequenos fragmentos isolados, localiza-dos no topo e nas encostas de pequenaselevações. O caráter semidecidual dosfragmentos florestais da região é conferi-do pelo regime de chuvas sazonal3.Annona sp., Pouteria sp., Sclerolobiumsp. e Leccythis sp. são alguns elementosflorísticos encontrados nos remanescen-tes do complexo florestal do Crasto.
AvesEspécies ameaçadas ou quase ameaça-das estão presentes em praticamente to-dos os ecossistemas da área, caracteri-zando-a como uma importante zona de
ecótono. Penelope jacucaca (jacucaca) eHerpsilochmus pectoralis (chorozinho-de-papo-preto) habitam as restingas, ao pas-so que Touit surdus (apuim-de-cauda-amarela), Xipholena atropurpurea (anam-bé-de-asa-branca) e Pyriglena atra (papa-taoca-da-bahia) ocorrem nas florestassemidecíduas2,4.
AmeaçasEspeculação imobiliária, construção deloteamentos para residências de vera-neio, ampliação da malha rodoviária, tu-rismo desordenado, mineração, expan-são da agricultura e pecuária, assenta-mentos rurais, expansão de núcleos ha-bitacionais, retirada de madeira e caça ile-gal.
Referências1. Sousa et al. (2002); 2. Marcelo C. de Sousa(base de dados do workshop Avaliação e AçõesPrioritárias para a Conservação dos Biomas Flo-resta Atlântica e Campos Sulinos); 3. Siqueira &Ribeiro (2001); 4. Pacheco & Whitney (1995); Bird-Life International (2000).
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Tabela 2. Espécies ameaçadas de extinção com ocorrência nas IBAs de Sergipe
Espécies Categ.*
* Categorias de ameaça: CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU – vulnerável; NT – quase ameaçada.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a – Sergipe; b – Região como um todo.
Código IBA Total**
SE01 SE02 a bPenelope jacucaca VU X X 2 14Touit surdus VU X 1 35Herpsilochmus pectoralis VU X X 2 6Pyriglena atra EN X X 2 6Xipholena atropurpurea EN X 1 18Carduelis yarrellii VU X 1 17Total de espécies 4 5Thalurania watertonii NT X 1 13Passerina caerulescens NT X X 2 7Total de espécies 2 1
Tabela 3. Espécies endêmicas por IBA no Estado de Sergipe, agrupadas por Bioma
Espécies nº EBA*
* EBA: Endemic Bird Areas of the World (Stattersfield et al., 1998). Ver capítulo 4.** Número de IBAs em que a espécie se encontra presente em: a – Sergipe; b – Região como um todo.
Código IBA Total**
SE01 SE02 a bMata AtlânticaTouit surdus X 1 35Thalurania watertonii X 1 13Pyriglena atra 75 X X 2 6Xipholena atropurpurea 71, 75 X 1 18Total de espécies 2 3CerradoPasserina caerulescens X X 2 7Cypsnagra hirundinacea X 1 8Total de espécies 1 2CaatingaPenelope jacucaca X X 2 14Herpsilochmus pectoralis X X 2 6Total de espécies 2 2
Total geral de espécies 5 7
vi
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BA
HIA
BAHIA
Rho
porn
is a
rdes
iacu
s
OCEANOATLÂNTICO
OCEANOPACÍFICO
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BA31
BA29
BA27
BA25BA24
BA23BA2
1
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BA17BA16
BA15BA13
BA12 BA11BA09
BA07 BA06BA05 BA04
BA03 BA02
BA01
45°W
45°W
40°W
40°W
35°W
35°W
30°W
20°S
15°S
15°S
10°S
10°S
OCEANO
ATLÂNTICO
PE
AL
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PIMA
TO
GO
MG
ES 0 150 30075 km
BA31
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Área (ha)área indefinida< 1.0001.000 a 10.000
10.000 a 100.000
> 100.000
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8BA0
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2
BA21BA22
BA10
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Tabela 1. Lista das IBAs no Estado da Bahia Critérios*
Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4BA01 Curaçá CAA X
BA02 Raso da Catarina CAA X 70 CAA
BA03 Sento Sé/Campo Formoso CAA X
BA04 Mangue Seco C/M X
BA05 Parque Estadual do Morro do Chapéu CAA, CER X
BA06 Matas de Conde e Baixios ATL X 75 ATL
BA07 Serra de Bonito ATL X
BA08 Itanagra ATL X
BA09 Mata da Campina e Fragmentos Adjacentes ATL X
BA10 Ibiquera/Ruy Barbosa CAA, ATL X
BA11 Santo Amaro/Cachoeira ATL X
BA12 Parque Nacional da Chapada Diamantina CER, ATL, CAA X 73 CER, CAA
BA13 Jaguaquara CAA X 72
BA14 Baixo-Sul ATL X 75 ATL
BA15 Jequié CAA X 72
BA16 Rio Arrojado CER X
BA17 Boa Nova/Serra da Ouricana ATL, CAA X 72 ATL, CAA
BA18 Ilhéus/Itabuna ATL X
BA19 Vitória da Conquista CAA, ATL X CAA
BA20 Serra do Teimoso ATL X
BA21 Una ATL X 75 ATL
BA22 Serras das Lontras e do Javi ATL X 76 ATL
BA23 Serra Bonita ATL X 75
BA24 Foz dos Rios Pardo e Jequitinhonha ATL X ATL
BA25 Santa Cruz Cabrália/Belmonte ATL X
BA26 Estação Veracruz ATL X
BA27 Parque Nacional do Pau-Brasil/Trancoso ATL X
BA28 Parque Nacional de Monte Pascoal ATL X
BA29 Serra de Itamaraju ATL X
BA30 Parque Nacional do Descobrimento ATL X
BA31 Rio Mucuri ATL X
IBAs interestaduais descritas em seção referente a outro Estado
MG/BA01 Bandeira/Macarani ATL X
MG/BA02 Alto Cariri ATL X
* Ver capítulo 2 para explicação dos critérios.
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BA
HIA
Curaçá BA01A1 9°14’S, 39°50’W
Área: >5.000 ha Bioma: CaatingaMunicípios: Curaçá, Juazeiro, Abaré, Chorrocho Altitude: 300-370 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO (32)
Espécie ameaçadaPenelope jacucaca Roos (2000).
Espécies quase ameaçadas: 2Rhea americana Freitas & Barros (2002), J. F. Pacheco.Primolius maracana Status desconhecido; Collar et al. (1992).
DescriçãoLocalizada a cerca de 450 km a noroestede Salvador, essa área está inserida nodomínio da Caatinga, em uma das regi-ões mais secas do Brasil, com pluviosi-dade média anual inferior a 500 mm. Avegetação predominante é a caatinga ar-bórea e arbustiva. Onde cursos d’águatemporários permitem o desenvolvimen-to de uma vegetação de maior porte hátrechos de um tipo peculiar de mata ripá-ria (“vargem de riacho”), em que a carai-beira (Tabebuia caraiba) destaca-se comouma das árvores mais características, aolado de Inga sp., Erythrina velutina ePiptadenia sp.1,2.
AvesCuraçá foi a última área de ocorrência deCyanopsitta spixii (ararinha-azul) na natu-reza. Atualmente, essa espécie subsisteapenas em cativeiro, onde restam cerca de60 aves3. O último exemplar em liberdadede que se tem notícia desapareceu em20003,4. Com a extinção de C. spixii na na-tureza, a área passa a ter importância comohábitat potencial para programas de rein-trodução. Um levantamento preliminar daavifauna identificou 132 espécies na regiãode Curaçá2. Entre as espécies citadas es-tão as ameaçadas Penelope jacucaca (ja-
cucaca), Harpyhaliaetus coronatus (águia-cinzenta) e Xiphocolaptes falcirostris (ara-paçu-do-nordeste)2, mas não são conheci-dos detalhes sobre esses registros.
AmeaçasCuraçá foi alvo da ação intensa de caça-dores interessados na captura de arari-nhas-azuis, o que acabou levando à ex-tinção da espécie na natureza. No inícioda década de 1990, foi iniciado um pro-grama de conservação e educação am-biental na região, com amplo envolvimen-to da população local. Porém, após odesaparecimento da espécie, as açõesde proteção e conservação do hábitat, emespecial as matas de caraibeiras dos ria-chos Melancia e da Vargem, não tiveramcontinuidade. A criação de cabras soltascompromete a regeneração de váriasespécies vegetais, já que os animais sealimentam das plântulas. A incidênciadessa ameaça sobre espécies vegetaisaproveitadas pela ararinha-azul para areprodução ou como alimento pode difi-cultar futuros programas de reintroduçãoda espécie na área.
Referências1. Juniper & Yamashita (1991); 2. Freitas & Bar-ros (2002); 3. BirdLife International (2004); 4. Ya-mashita (2002); Collar et al. (1992); Roos (2000).
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Raso da Catarina BA02A1, A2, A3 9°57’S, 38°59’W
Área: 390.000 ha Bioma: CaatingaMunicípios: Jeremoabo, Canudos, Rodelas, Altitude: 280-800 mPaulo Afonso Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Parcial Key Areas 040, 041/PROBIO (29)
DescriçãoA região do Raso da Catarina, no sertãodo nordeste baiano, é conhecida como apátria da arara-azul-de-lear (Anodorhynchusleari) por ter sido o palco da descobertadessa espécie criticamente em perigo nanatureza, o que aconteceu somente em19781. Antes disso, a arara-azul-de-learera conhecida apenas por exemplares deorigem indeterminada1. A caatinga arbus-tiva é a vegetação típica nas áreas de“raso”, que são as regiões mais planas eelevadas, de solo arenoso. Nas grotas eem terrenos argilosos da calha do rio VazaBarris, que drena a região, existem caa-tingas arbóreas e florestas semidecí-
duas, com árvores que podem ultrapas-sar 20 m de altura. Muito característicosda região são os cânions e desfiladeirosareníticos, com paredões rochosos de até100 m de altura, que servem de dormitó-rio e áreas de nidificação para as araras.O clima é semi-árido quente, com pluvio-sidade anual inferior a 500 mm, podendoocorrer anos completamente secos.
AvesO Raso da Catarina abriga a maior – e,por muito tempo, única – população co-nhecida de A. leari, um dos principaisendemismos da Caatinga. A área ocupa-da pela população remanescente da es-
Espécies ameaçadas: 4Penelope jacucaca Freqüente em Serra Branca (Lima et al. 2003a); Sick et al.
(1987).Anodorhynchus leari Nascimento et al. (2001), Lima et al. (2003a).Herpsilochmus pectoralis Algumas foram capturadas em 2002-2003 (Lima et al.
2003a); Sick et al. (1987).Carduelis yarrellii Próximo a Jeremoabo (BirdLife International 2000).
Espécies quase ameaçadas: 5Rhea americana Lima et al. (2003b).Crypturellus noctivagus Lima et al. (2003a).Primolius maracana Sick et al. (1987), Lima et al. (2003a).Gyalophylax hellmayri Teixeira (1992a), Whitney & Pacheco (1994), Lima et al. (2003a).Herpsilochmus sellowi Algumas foram capturadas em 2002-2003 (Lima et al. 2003a);
Whitney et al. (2000).
Espécies de distribuição restrita: 2 EBA070
Espécies endêmicas: 12 CAA
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaEstação Ecológica Raso da Catarina Proteção Integral 105.283 haEstação Biológica de Canudos Privada (Fundação Biodiversitas) 160 ha
189
BA
HIA
pécie é estimada em cerca de 3.900 km2
e divide-se em dois núcleos principais,localizados em margens opostas do rioVaza Barris: Serra Branca, em Jeremoa-bo, e Toca Velha, em Canudos2,3. Cen-sos realizados em outubro de 2003 esti-maram em cerca de 500 indivíduos o nú-mero de araras que ainda vivem na re-gião do Raso da Catarina4. A Estação Bi-ológica de Canudos protege as áreas dereprodução de A. leari em Toca Velha. AEstação Ecológica Raso da Catarina, si-tuada ao norte do rio Vaza Barris, incluium dormitório e alguns pontos de alimen-tação utilizados pela espécie na SerraBranca, mas a maior parte da área ocu-pada pelas araras nessa região encon-tra-se fora da unidade de conservação.O alimento principal da espécie são os co-cos da palmeira licuri (Syagrus coronata)2,5,que apresenta distribuição agregada.Cerca de 30 manchas de licuri são utili-zadas como pontos de alimentação pe-las araras. A região também abriga umarica avifauna, representativa da Caatin-ga. Há registros de 201 espécies6 e oRaso da Catarina divide com outras duasIBAs o posto de área com maior númerode endemismos da Caatinga.
AmeaçasO problema ambiental mais grave na re-gião é a captura ilegal de A. leari . Em1992, foi criado pelo Ibama o Comitê paraa Recuperação e Manejo da Arara-azul-de-lear, com o objetivo de coordenar eacompanhar os estudos e as ações paraa conservação da espécie. Contudo, mes-mo com a presença de fiscais e pesqui-sadores na área, o tráfico dessa ave con-tinua ocorrendo. Em 2004, seis indivídu-os foram apreendidos pela Polícia Fede-ral na cidade de São Paulo e encaminha-dos ao zoológico local. Além da pressãode captura, também a destruição do há-bitat representa um risco à sobrevivênciadas araras-azuis-de-lear a longo prazo. Acriação extensiva de cabras prejudica aregeneração de diversas plantas nativas,especialmente o licuri, uma vez que es-ses animais se alimentam das plântulas.
Referências1. Sick (1997); 2. BirdLife International (2000,2004); 3. Nascimento et al. (2001); 4. Pedro C.Lima (verb.); 5. Brandt & Machado (1990); 6. Limaet al. (2003a,b); Sick et al. (1987); Collar et al.(1992); Teixeira (1992a); Whitney & Pacheco(1994); Sugieda et al. (2000); Whitney et al. (2000);www.biodiversitas.org.br.
Sento Sé / Campo Formoso BA03A1 10°00’S, 40°34’W
Área: ? Bioma: CaatingaMunicípios: Sento Sé, Campo Formoso Altitude: 350-550 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO (38)
DescriçãoEssa área está localizada a cerca de 200km a oeste do Raso da Catarina (BA02)e não muito distante de Curaçá (BA01).Nessa região, matas ripárias de caraibei-ras (Tabebuia caraiba) e palmares de li-curi (Syagrus coronata) ocorrem lado alado em meio às caatingas ao sul do rioBarra Grande1,2.
AvesA área abrange os palmares de licuri ondeum pequeno número de Anodorhynchusleari (arara-azul-de-lear) se alimenta, as-sim como os paredões rochosos utiliza-dos por essa espécie como dormitórios.Inicialmente, suspeitou-se que as avesdescobertas em Sento Sé/Campo Formo-so em 1995 formassem uma subpopula-
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ção até então desconhecida, mas hojeesses indivíduos são relacionados à po-pulação de Toca Velha/Serra Branca3.Existem congregações de outras espéciesde psitacídeos na área, inclusive da subes-pécie endêmica Aratinga acuticaudatahaemorrhous, restrita a uma pequenaárea do Piauí e Bahia2. Em Sento Sé/Campo Formoso também ocorrem doisendemismos do Cerrado pouco represen-tados em outras IBAs, que são Augasteslumachella (beija-flor-de-gravata-verme-lha) e Knipolegus franciscanus (maria-preta-do-nordeste)2,4.
AmeaçasDa mesma forma que no Raso da Catari-na, a criação extensiva de cabras prejudi-ca o recrutamento de licuris e outras espé-cies vegetais importantes para A. leari. Acaptura para o comércio ilegal de animaissilvestres, porém, continua sendo a amea-ça mais imediata sobre essa espécie.
Referências1. Pedro C. Lima (verb.); 2. Carlos Yamashita(verb.); 3. BirdLife International (2000, 2004); 4.Lima (1999); Lima et al. (2003a).
IBA sugerida por Carlos Yamashita ePedro C. Lima
Espécie ameaçadaAnodorhynchus leari Um dormitório com 22 aves descoberto na área em 1995
(BirdLife International 2000); C. Yamashita, P. C. Lima.
Espécies quase ameaçadas: 2Augastes lumachella C. Yamashita.Knipolegus franciscanus Lima (1999).
Mangue Seco BA04A4ii 11°27’S, 37°21’W
Área: c.1.000 ha Bioma: Zonas Costeira e MarinhaMunicípio: Jandaíra Altitude: nível do marGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Preliminar
PROBIO (045)
DescriçãoMangue Seco é um pontal arenoso quese projeta em direção ao oceano a partirda margem sul do estuário do rio Real,no extremo norte do litoral baiano1. Du-rante a maré baixa, extensos lamaçais ebancos de areia formam-se a oeste dopontal, atraindo grande número de avescosteiras1.
AvesMangue Seco é o primeiro local de con-centração de Sterna dougallii (trinta-réis-róseo) descoberto na costa da Américado Sul e reúne aves invernantes proveni-
entes principalmente das colônias de re-produção do Caribe e Estados Unidos1,2.A agregação de S. dougallii em MangueSeco é a maior que se conhece ao longoda costa sul-americana1, mas outros im-portantes locais de concentração da es-pécie, descobertos mais recentemente,são Cacha Prego (ilha de Itaparica), Pon-ta do Curral (Morro de São Paulo, ao sulda baía de Todos os Santos), baía deCamamu (Ituberá) e Corumbal (PortoSeguro), todos na costa da Bahia2. Nãohá informações precisas sobre o númerode indivíduos que freqüentam cada umadessas áreas, embora elas possam ser
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utilizadas alternadamente pelas aves3.Em Mangue Seco, mais de 5.000 trinta-réis do gênero Sterna, em sua maioria S.hirundo (trinta-réis-boreal), foram conta-dos em fevereiro de 19954 e estimou-seem 10.000 o número de S. hirundo e S.dougallii presentes em fevereiro de 19971.Portanto, a área também reúne mais de1% da população biogeográfica de S.hirundo. As grandes concentrações de S.dougallii e S. hirundo em Mangue Secoocorrem de dezembro a março, períodoem que as aves utilizam o pontal arenosocomo local de repouso, durante a maréalta1. Na área ocorrem pelo menos mais18 espécies de aves migratórias limíco-
las ou costeiras que se reproduzem nohemisfério norte2,3.
AmeaçasO desenvolvimento desordenado da área,estimulado pelo seu alto potencial turísti-co, poderá afetar os importantes locaisde concentração de aves migratórias1,5.Há planos para a construção de uma es-trada de interligação entre a Linha Verde(Bahia) e a rodovia SE-100 (Sergipe),atravessando manguezais e o estuário5.
Referências1. Hays et al. (1999); 2. Lima et al. (2001a); 3.Pedro C. Lima (in litt.); 4. Nascimento (2001); 5.Fundação BIO-RIO et al. (2002).
Espécies congregantes: 2Sterna dougallii Hays et al. (1999), Lima et al. (2001a).Sterna hirundo Hays et al. (1999), Lima et al. (2001a).
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaAPA de Mangue Seco Uso Sustentável c.1.050 ha
Parque Estadual do Morro do Chapéu BA05A1 11°32’S, 41°09’W
Área: 6.000 ha Bioma: Caatinga, CerradoMunicípios: Morro do Chapéu Altitude: 850-1.000 mGrau de proteção: Total Inventário ornitológico: Preliminar
Key Area 042/PROBIO (45)
DescriçãoO Morro do Chapéu está situado sobreum apêndice destacado da Chapada Di-amantina, que diverge do maciço princi-pal a nordeste da Serra do Sincorá. A re-gião possui uma mistura de solos areno-sos e pedregosos e recebe uma quanti-dade de chuvas (cerca de 750 mm/ano)inferior à que cai na chapada adjacente1.A vegetação sobre as escarpas monta-nhosas compreende caatinga, matagaisarbustivos e matas secas, que dão lugara cerrados nas áreas de platô e a cam-
pos rupestres nos topos rochosos daspartes mais elevadas do maciço1.
AvesNo Morro do Chapéu ocorrem espéciesde aves que não são encontradas em ou-tros setores da Chapada Diamantina, comoo ameaçado Herpsilochmus pectoralis(chorozinho-de-papo-preto), habitante dematas secas, e os quase ameaçadosRhea americana (ema) e Gyalophylaxhellmayri (joão-xique-xique)1, este últimoendêmico da Caatinga. Como reflexo da
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diversidade de ambientes, a avifauna daárea é composta por uma mistura de ele-mentos de cerrado, caatinga e campos ru-pestres1. O quase ameaçado Embernagralongicauda (rabo-mole-da-serra), típico deambientes rupestres de altitude, foi coleta-do no Morro do Chapéu em 19282 e aindapode estar presente na área, haja vistaos registros recentes na vizinha Serra doSincorá1.
AmeaçasNa prática, o Parque Estadual do Morro
do Chapéu ainda não está implantado esua situação fundiária não foi regulariza-da. O corte de lenha para produção decarvão está destruindo rapidamente asmatas na parte sul do município de Mor-ro do Chapéu1. A invasão pelo gado e asqueimadas representam problemas adi-cionais.
Referências1. Parrini et al. (1999); 2. Mattos & Sick (1985);Wege & Long (1995); Whitney et al. (2000); Vas-concelos et al. (2003b).
Espécie ameaçadaHerpsilochmus pectoralis Parrini et al. (1999).
Espécies quase ameaçadas: 6Rhea americana Parrini et al. (1999).Aratinga auricapillus Wege & Long (1995).Augastes lumachella Parrini et al. (1999).Gyalophylax hellmayri Parrini et al. (1999).Herpsilochmus sellowi Parrini et al. (1999), Whitney et al. (2000).Polystictus superciliaris Vasconcelos et al. (2003b).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Estadual do Morro do Chapéu Proteção Integral 6.000 ha
Matas de Conde e Baixios BA06A1, A2, A3 11°41’S, 37°35’W
Área: c.3.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Conde, Jandaíra Altitude: 40-120 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 204
DescriçãoSituada sobre os tabuleiros costeiros doextremo norte do litoral baiano, essa áreacompreende um conjunto de remanes-centes de mata semidecidual e ombrófi-la, cuja configuração atual resulta das ati-vidades de monocultura (coco e laranja),silvicultura (pínus e eucalipto), pecuáriae, em menor grau, agricultura de subsis-tência na região. Entre os remanescen-tes, destacam-se por seu tamanho a Re-serva do Bú e a Mata do Bonito, que jun-
tas somam cerca de 1.200 ha1. A primei-ra foi apontada na década de 1990 comoo mais importante remanescente flores-tal do litoral norte da Bahia, segundo cri-térios botânicos. Há outros fragmentosflorestais importantes a oeste e ao nortedessas áreas, mais distantes da costa, amaioria de matas semideciduais2. O cli-ma da região é úmido a sub-úmido, commédias anuais de temperatura e pluvio-sidade em torno de 25°C e 1.400 mm, res-pectivamente.
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AvesApesar do estado de fragmentação dasflorestas, a região ainda abriga popula-ções importantes de Pyriglena atra (papa-taoca-da-bahia), pássaro ameaçado res-trito à faixa costeira entre o rio Paragua-çu, no Recôncavo baiano, e Areia Bran-ca, em Sergipe. Essa espécie, o cotingí-deo Xipholena atropurpurea (anambé-de-asa-branca) e o periquito Touit surdus(apuim-de-cauda-amarela) estão entre as79 espécies registradas na Reserva doBu em um recente levantamento3. Não háoutras informações divulgadas sobre asaves da região, mas visitas sistemáticasrealizadas por pesquisadores da Associ-ação Baiana para Conservação dos Re-cursos Naturais (ABCRN) a partir de ju-nho de 2004 resultaram no mapeamentode cerca de oito novos pontos de ocor-rência de P. atra, distribuídos a oeste deConde, na região de Altamira e a oeste enorte de Jandaíra, próximo ao rio Real,representando os registros mais setentri-onais da espécie em território baiano2.
AmeaçasA supressão ou exploração seletiva das
matas remanescentes, para implantaçãode atividades agropecuárias e venda ile-gal de madeira, aumentam o grau de frag-mentação florestal na região. A Reservado Bu, em particular, vem sendo explora-da ilegalmente nos últimos anos para re-tirada de madeira, a despeito da fiscali-zação por parte dos proprietários2. A caçaainda é uma atividade ilegal freqüente eem algumas áreas ocorre a captura deaves (como Aratinga auricapillus) para ocomércio de fauna silvestre. O fogo utili-zado no manejo e corte das plantaçõesde pínus às vezes invade os fragmentosflorestais. Por fim, a construção da LinhaVerde (rodovia BA-99), que interliga osestados da Bahia e Sergipe, vem sendoo vetor de um novo ciclo de ocupação eexploração em todo o litoral norte baia-no.
Referências1. Pedro C. Lima (in litt.); 2. Sidnei S. dos Santos(in litt.). 3. Lima (2002); Marcelo C. de Sousa (Basede dados do workshop Avaliação e Ações Prioritá-rias para a Conservação dos Biomas FlorestaAtlântica e Campos Sulinos).
IBA sugerida por Pedro C. Lima
Espécies ameaçadas: 3Touit surdus Ocorrência regular (P. Lima).Pyriglena atra M. C. de Sousa.Xipholena atropurpurea M. C. de Sousa.
Espécie quase ameaçadaAratinga auricapillus Ocorrência regular (P. Lima).
Espécies de distribuição restrita: 2 [EBA075] (Pyriglena atra)
Espécies endêmicas: 8 [ATL] (Pyriglena atra)
Área protegida:Nome Categoria ÁreaAPA do Litoral Norte da Bahia (em parte) Uso Sustentável ?
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Serra de Bonito BA07A1 11°58’S, 41°16’W
Área: ? Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Bonito, Utinga, Morro do Chapéu Altitude: 600-1.060 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Preliminar
PROBIO 143 (46)
DescriçãoA Serra de Bonito está localizada entre oParque Nacional da Chapada Diamanti-na (BA12) e o Parque Estadual do Morrodo Chapéu (BA05), no centro da Bahia, ecorresponde à vertente oriental de umapêndice montanhoso que se destaca anordeste do maciço principal da Chapa-da Diamantina. A serra é mais úmida doque a área vizinha de Morro do Chapéu,pois recebe a umidade vinda da costa. Aprecipitação pluviométrica está em tornode 1.000 mm anuais1. Em conseqüênciada maior umidade, florestas semi-úmidasde caráter montano recobrem as partesmais altas da serra, a partir de aproxima-damente 700 m de altitude1.
AvesEm dois pontos da área, amostrados porpouco mais de 25 h entre 1990 e 1996,foram identificadas cerca de 90 espéciesde aves1. As florestas semi-úmidas da
porção setentrional da Chapada Diaman-tina, incluindo a Serra de Bonito, consti-tuem o limite norte de distribuição de umasérie de espécies endêmicas da Mata Atlân-tica, como Hemitriccus diops (olho-falso) eos ameaçados Synallaxis cinerea (joão-baiano) e Phylloscartes beckeri (borbole-tinha-baiana)1, estes descritos apenasrecentemente após inventários pioneirosnas florestas montanas do sudeste daBahia. Uma terceira espécie ameaçada,Carduelis yarrellii (pintassilgo-do-nordes-te), é típica da Caatinga e não foi obser-vada em outras partes da Chapada Dia-mantina1.
AmeaçasCorte de florestas para fabricação de car-vão1.
Referências1. Parrini et al. (1999).
Espécies ameaçadas: 3Synallaxis cinerea Parrini et al. (1999).Phylloscartes beckeri Parrini et al. (1999).Carduelis yarrellii Parrini et al. (1999).
Espécies quase ameaçadas: 3Crypturellus noctivagus Encostas baixas (Parrini et al. 1999).Formicivora iheringi Registrada acima de 800 m de altitude (Parrini et al. 1999).Drymophila ochropyga Associado a brenhas de bambu (Parrini et al. 1999).
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Itanagra BA08A1 12°15’W, 38°00’W
Área: 3.000-6.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Itanagra, Entre Rios, Esplanada Altitude: 60-150 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 204, 205
DescriçãoNa região de Itanagra, situada a meiocaminho entre o Recôncavo baiano e adivisa com Sergipe, são encontrados osprincipais remanescentes de florestaombrófila do litoral norte da Bahia. ARPPN Fazenda Lontra/Saudade, com1.377 ha, é a maior área de floresta parti-cular oficialmente protegida entre os riosParaguaçu (BA) e São Francisco (SE).Nessa área já foram identificadas 183espécies de plantas de 56 famílias, commaior representatividade de Myrtaceae,Fabaceae, Rubiaceae, Melastomataceae,Mimosaceae, Sapotaceae e Flacourtiace-ae1. Há outros remanescentes florestaisnas vizinhanças, com grande possibilida-de de reconexão. As atividades econômi-cas predominantes na região são a cria-ção extensiva de gado bovino, a silvicul-tura (pínus e eucalipto) e a agricultura desubsistência. O clima é mais úmido doque na área próxima de Conde e Baixios(BA06), com pluviosidade média anual de1.800 mm. A região apresenta relevo on-dulado e é drenada por uma complexarede de aqüíferos.
AvesItanagra é uma das áreas mais importan-tes para a conservação de Pyriglena atra(papa-taoca-da-bahia). A RPPN FazendaLontra/Saudade é a maior unidade deconservação onde essa espécie amea-çada ocorre. Recentes inventários con-duzidos por pesquisadores da Associa-ção Baiana para Conservação dos Recur-sos Naturais (ABCRN) revelaram cercade dez novos pontos de ocorrência de P.atra na região, todos descobertos a partirde janeiro de 20022. Na RPPN FazendaLontra/Saudade ocorrem cerca de 190espécies de aves, incluindo todas as es-pécies ameaçadas e quase ameaçadaslistadas abaixo2.
AmeaçasHá corte seletivo de madeira, caça e capturade aves (Aratinga auricapillus e Amazonaamazonica) para o comércio ilegal de fau-na silvestre na RPPN Fazenda Lontra/Saudade, ainda que a área seja fiscaliza-da pelos proprietários. A supressão de flo-restas nativas para fins agropecuários e
Espécies ameaçadas: 4Touit surdus S. S. dos Santos.Pyriglena atra Importante área para a espécie (S. S. dos Santos).Procnias nudicollis S. S. dos Santos.Xipholena atropurpurea S. S. dos Santos.
Espécies quase ameaçadas: 2Crypturellus noctivagus S. S. dos Santos.Aratinga auricapillus S. S. dos Santos.
Área protegida:Nome Categoria ÁreaRPPN Fazenda Lontra/Saudade Particular (Copener Florestal) 1.377 ha
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a atividade de agricultores sem-terra re-presentam outras ameaças aos frag-mentos florestais da região. O acesso aesses fragmentos é facilitado pela exis-tência de uma extensa rede de vias se-cundárias, construídas para atender àsnecessidades de manejo e corte das plan-tações de eucalipto. Felizmente, existeum projeto de reconexão das matas re-
manescentes entre o rio Joanes/Ipitangae a RPPN Fazenda Lontra/Saudade3.
Referências1. Jesus et al. (2000); 2. Sidnei S. dos Santos; 3.COFIC et al. (2005); Pedro C. Lima (in litt.).
IBA sugerida por Pedro C. Lima
Mata da Campina e Fragmentos Adjacentes BA09A1 12°22’W, 38°20’W
Área: 10.000-15.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Pojuca, Catu, São Sebastião do Passé, Altitude: 80-150 mMata de São João Inventário ornitológico: Não disponívelGrau de proteção: Nenhum PROBIO 205
DescriçãoEssa área abrange um conjunto de frag-mentos de floresta atlântica na região deCatu, ao norte do Recôncavo, com des-taque para os remanescentes da Serrado Timbó, em especial a mata da Fazen-da Campina, com cerca de 900 ha. Háoutros fragmentos menores na região,com grande potencial para serem reco-nectados entre si. Das áreas com flores-tas remanescentes do litoral norte daBahia, esta é a mais próxima de Salva-dor, distando cerca de 50 km da capitaldo Estado. A área também é muito próxi-ma da região de Itanagra (BA08), que sesitua a nordeste. Historicamente, a regiãofoi ocupada para cultivo de cana-de-açú-car e pecuária extensiva; mais recente-mente, iniciou-se a exploração de rique-zas do subsolo (sobretudo petróleo) e de
madeira para serrarias. Atualmente, pre-dominam na paisagem as pastagens e asáreas destinadas à produção de culturasanuais (principalmente mandioca). A tem-peratura média anual está em torno de25°C e a região recebe cerca de 1.600mm de chuvas por ano.
AvesA avifauna da área é muito similar àquelada região de Itanagra, incluindo as mes-mas espécies ameaçadas. Já foram iden-tificadas 201 espécies na mata da Faz.Campina, total que inclui também aves deambientes não-florestais1. O papa-formi-gas ameaçado Pyriglena atra (papa-tao-ca-da-bahia), endêmico do nordeste bra-sileiro e presente em apenas seis IBAs,ocorre por toda a extensão da Serra doTimbó1.
Espécies ameaçadas: 4Touit surdus S. S. dos Santos.Pyriglena atra S. S. dos Santos.Procnias nudicollis S. S. dos Santos.Xipholena atropurpurea S. S. dos Santos.
Espécie quase ameaçadaAratinga auricapillus S. S. dos Santos.
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AmeaçasA supressão de vegetação nativa paraampliação das áreas de pecuária, a caçailegal e o corte seletivo de madeira paraabastecer serrarias e fornos são agres-sões freqüentes à maioria dos remanes-centes florestais da região. O acesso aosfragmentos é facilitado pela extensa redede vias secundárias criadas para a ex-ploração do petróleo, que acabaram in-tensificando a fragmentação das flores-tas. O fogo é utilizado para ampliar as
áreas de agricultura de subsistência. Ou-tras ameaçadas incluem a expansão imo-biliária e a atividade de agricultores sem-terra. Não existem unidades de conser-vação na área, mas há interesse na cria-ção de RPPNs.
Referências1. Sidnei S. dos Santos (dados inéditos e per Pe-dro C. Lima e Fábio Olmos).
IBA sugerida por Pedro C. Lima
Ibiquera / Ruy Barbosa BA10A1 12°26’S, 40°43’W
Área: ? Bioma: Caatinga, Mata AtlânticaMunicípios: Ibiquera, Lajedinho, Ruy Barbosa Altitude: 350-600 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO (48)
DescriçãoEssa área está localizada a cerca de 70km a leste do Parque Nacional da Cha-pada Diamantina (BA12), na porção cen-tro-oriental da Bahia. A região está inseri-da no domínio da floresta estacional de-cidual e há bons remanescentes dessaformação entre Ibiquera e Ruy Barbosa,inclusive ao longo da BR-242.
AvesAs poucas informações existentes sobrea área derivam da atividade fortuita deornitólogos e observadores de aves quepassaram pela região. As matas secasentre Ibiquera e Ruy Barbosa parecem
constituir uma importante área de hábi-tat remanescente para Herpsilochmuspectoralis (chorozinho-de-papo-preto), en-demismo da Caatinga restrito ao territóriobrasileiro e presente em apenas seisIBAs.
AmeaçasQueimadas, retirada de madeira e caçade subsistência.
ReferênciasWege & Long (1995); Bret M. Whitney (verb.).
IBA sugerida por Bret M. Whitney
Espécie ameaçadaHerpsilochmus pectoralis Wege & Long (1995), sob Chapada Diamantina; B. M. Whitney.
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Santo Amaro / Cachoeira BA11A1 12°35’W, 38°49’W
Área: 2.000-6.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Santo Amaro, Cachoeira, Saubara Altitude: 30-200 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Não disponível
Key Area 043/PROBIO 206
DescriçãoEssa área inclui os remanescentes flores-tais existentes ao longo das serras doIguape e São Francisco, em Santo Ama-ro, Cachoeira e Saubara, municípios doRecôncavo baiano. A área está inseridaem uma das regiões de ocupação huma-na mais antiga no Brasil e abriga os últi-mos fragmentos de floresta ombrófiladensa das redondezas. Historicamente,as terras da região foram ocupadas commonoculturas de cana-de-açúcar (SantoAmaro) e plantações de fumo (Cachoei-ra). Posteriormente, foram implantadasmonoculturas de bambu para produçãode celulose e, mais recentemente, a pe-cuária extensiva de bovinos. A paisagemnos arredores das serras é hoje caracte-rizada por um mosaico de plantações decana-de-açúcar, pastagens e pequenasáreas de agricultura de subsistência. Par-te das matas da região já passou por cor-te seletivo e alguns trechos são forma-dos por vegetação secundária. O clima éconsiderado úmido a sub-úmido, commédias anuais de temperatura e pluvio-sidade em torno de 24°C e 1.800 mm,respectivamente.
AvesA região inclui a localidade-tipo de Pyriglenaatra (Pitanga, 8 km a oeste de Santo Ama-ro1) e, até meados da década de 1990,foi a origem de todas as informações co-nhecidas sobre essa espécie ameaça-da1,2,3,4. As matas de Saubara constituemo limite sul da distribuição de P. atra, vis-to que o rio Paraguaçu representa umabarreira natural que separa essa espécieda congênere Pyriglena leucoptera, en-contrada na margem oposta do rio, nosfragmentos de São Roque do Paragua-çu. Embora alguns espécimes conserva-dos em museus europeus sejam atribuí-dos a híbridos entre essas duas espéci-es3, até o momento não há registros desimpatria na natureza. Ao longo das ser-ras do Iguape e São Francisco, P. atra foiregistrada em mais de seis pontos, queincluem as duas RPPNs existentes naregião5.
AmeaçasA caça é muito comum na região e ocor-re corte seletivo de madeira para serrari-as e desmatamentos para ampliação dasáreas de pecuária extensiva. Há cinco
Espécies ameaçadas: 4Touit surdus P. Lima, S. S. dos Santos.Mymotherula urosticta P. Lima, BirdLife International (2004).Pyriglena atra Willis & Oniki (1982), Collar et al. (1992), Wege & Long (1995)Xipholena atropurpurea P. Lima, S. S. dos Santos.
Espécie quase ameaçadaAratinga auricapillus P. Lima, S. S. dos Santos.
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaRPPN Reserva da Peninha Particular 350 haRPPN São Joaquim da Cabonha Particular 257 ha
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assentamentos rurais implantados naárea e em todos tem havido supressãode florestas, pois não existe manejo ade-quado das reservas de mata nativa. Oreconhecimento e a regularização de qui-lombolas na região podem levar a impac-tos semelhantes. As unidades de conser-vação existentes (duas RPPNs) cobremapenas 607 ha e não são representativasdos ambientes naturais das serras do
Iguape e São Francisco, as áreas maisimportantes para a conservação da bio-diversidade na região.
Referências1. Collar et al. (1992); 2. Sick & Teixeira (1979); 3.Willis & Oniki (1982); 4. Teixeira et al. (1989); 5.Sidnei S. dos Santos (dados inéditos); Wege &Long (1995); BirdLife International (2004); PedroC. Lima (in litt.).
Parque Nacional da Chapada Diamantina BA12A1, A2, A3 12°50’S, 41°24’W
Área: 150.000-200.000 ha Bioma: Cerrado, Mata Atlântica, CaatingaMunicípios: Lençóis, Andaraí, Itaeté, Ibicoara, Altitude: 400-1.695 mMucugê, Palmeiras, Iraquara Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Parcial Key Area 044/PROBIO 144 (47)
DescriçãoSituada a 300 km do litoral, essa extensaárea engloba o Parque Nacional da Cha-pada Diamantina e algumas localidadesimediatamente vizinhas. A Chapada Dia-mantina se eleva no centro da Bahia comoum prolongamento da Cadeia do Espinha-ço, sendo formada por uma série de ma-ciços montanhosos dispostos em forma-to aproximado de um “Y”. Suas vertentesorientais (p.ex., a Serra do Sincorá) consti-tuem uma barreira ao avanço do ar úmidoproveniente do oceano. Em conseqüência,a umidade não se distribui uniformemen-te pela região, o que, em combinação coma diversidade de solos, dá origem a umcomplexo mosaico de ambientes natu-rais1. A caatinga, as matas secas e ou-tros tipos de vegetação xerofítica predo-minam nas áreas de solos arenosos querecebem menor precipitação pluviométri-ca, cobrindo as partes mais baixas dachapada (tipicamente até 700 m de alti-tude), nas encostas inferiores e na reta-guarda da Serra do Sincorá. A caatingatambém é a vegetação predominante nasbaixadas a leste da Chapada Diamanti-na. Nas zonas mais elevadas, sobre osplatôs e nos cumes rochosos das serras,a caatinga é substituída por cerrados,campinas com arbustos e campos rupes-
tres (estes principalmente entre 900 e1.200 m). Florestas semi-úmidas existemao longo dos rios, nas grotas (falhas geo-lógicas) e sobre as encostas orientais dachapada. No topo da Serra de Sincorá,entre 800 e 1.200 m, há florestas monta-nas com abundantes epífitas e brenhasde taquaras1. De maneira geral, a regiãoencontra-se bem preservada, com gran-de parte da fauna e flora originais aindapresente.
AvesUm listagem das aves da região, baseadaem levantamentos realizados em diversasáreas da Chapada Diamantina, inclui 359espécies, muitas das quais estritamenteassociadas aos biomas vizinhos (Caatinga,Cerrado e Mata Atlântica), que se mistu-ram na chapada1. As florestas semi-úmi-das da região constituem o limite norte dedistribuição de várias aves endêmicas daMata Atlântica, entre as quais destacam-se os ameaçados Synallaxis cinerea (joão-baiano) e Phylloscartes beckeri (borboleti-nha-baiana)1, espécies apenas recente-mente descritas que também têm na regiãoseu ponto de ocorrência mais ocidental. Obeija-flor Augastes lumachella é endêmicoda Bahia2 e ocorre apenas na Chapada Di-amantina (serras do Rio de Contas, Sinco-
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rá e Morro do Chapéu) e na região deSento Sé/Campo Formoso (BA03), nonorte do Estado. Por outro lado, a ocor-rência da ameaçada Neopelma aurifrons(fruxu-baiano), citado para o P. N. daChapada Diamantina3, requer confirma-ção1,4. Em adição, um Scytalopus dogrupo speluncae/novacapitalis, que nãopode ser diretamente atribuído a nenhumadas formas conhecidas até o momento,ocorre na área e encontra-se sob estudo1.
AmeaçasO P. N. da Chapada Diamantina tem ape-
nas cerca de 50% de sua área regulari-zada. A exploração de matas nativas paratransformação em carvão está destruin-do rapidamente as florestas nos arredo-res de Lençóis e Ibicoara, inclusive emáreas onde ocorrem Synallaxis cinerea ePhylloscartes beckeri1. Caminhões carre-gados de madeira nativa ainda são umavisão comum na região1.
Referências1. Parrini et al. (1999); 2. Sick (1997); 3. BirdLifeInternational (2000); Wege & Long (1995); Souza(1999); Carvalhaes (2001); Kirwan et al. (2001);BirdLife International (2004)
Espécies ameaçadas: 8Penelope jacucaca Matas na base e encostas baixas da parte leste da chapada
(Parrini et al. 1999).Leucopternis lacernulatus Parrini et al. (1999).Harpyhaliaetus coronatus Entre Palmeiras e Lençóis (Parrini et al. 1999, Souza 1999).Pyrrhura cruentata Andaraí (Wege & Long 1995); Carvalhaes (2001).Amazona vinacea Florestas da escarpa leste da Serra do Sincorá (Parrini et al. 1999).Synallaxis cinerea Registrada em diversas localidades da parte leste da chapada
(Parrini et al. 1999).Phylloscartes beckeri Florestas montanas, acima de 800 m (Parrini et al. 1999).Procnias nudicollis Parrini et al. (1999).
Espécies quase ameaçadas: 15Crypturellus noctivagus Parrini et al. (1999).Primolius maracana Parrini et al. (1999).Aratinga auricapillus Parrini et al. (1999).Augastes lumachella Campos rupestres (Parrini et al. 1999).Geobates poecilopterus Cerrados perto de Sumidouro, 1.000-1.100 m de altitude
(Parrini et al. 1999).Formicivora iheringi Parrini et al. (1999).Herpsilochmus sellowi Parrini et al. (1999), sob H. pileatus.Drymophila ochropyga Florestas montanas (Parrini et al. 1999).Hylopezus ochroleucus Parrini et al. (1999).Phibalura flavirostris Parrini et al. (1999).Polystictus superciliaris Campos rupestres (Parrini et al. 1999).Euscarthmus rufomarginatus Cerrados perto de Sumidouro (Parrini et al. 1999).Arremon franciscanus No entorno imediato do parque (Kirwan et al. 2001); Parrini et
al. (1999).Embernagra longicauda Campos rupestres (Parrini et al. 1999).Neothraupis fasciata Cerrados perto de Sumidouro (Parrini et al. 1999).
Espécies de distribuição restrita: 4 EBA073
Espécies endêmicas: 10 CEREspécies endêmicas: 11 CAA
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Nacional da Chapada Diamantina Proteção Integral 152.000 ha
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Jaguaquara BA13A1, A2 13°36’S, 40°03’W
Área: 5.000-10.000 ha Bioma: CaatingaMunicípio: Jaguaquara Altitude: 650 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
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DescriçãoLocalizada na borda de uma região ele-vada conhecida como Serra Geral ou Pla-nalto de Maracás, ao norte do rio de Con-tas, Jaguaquara é relativamente próximade Jequié (BA15). A vegetação, tal comonessa última área, é composta principal-mente por caatinga e matas secas, comtrechos de mata-de-cipó nas zonas demaior altitude. O relevo é ondulado e exis-tem poucos rios perenes.
AvesNão existem listas publicadas da avifau-na da área, e sua importância reside prin-cipalmente em abrigar populações peque-nas e isoladas de Rhopornis ardesiacus(gravatazeiro), pássaro de distribuiçãorestrita e endêmico das matas-de-cipó docentro-sul baiano e porção adjacente deMinas Gerais. As poucas informaçõesexistentes sobre a área apontam para
uma avifauna típica da Caatinga, que in-clui os dois endemismos desse bioma quedefinem a EBA072 (Matas Decíduas daBahia): R. ardesiacus e Formicivora iheringi(formigueiro-do-nordeste).
AmeaçasO desmatamento e a descaracterizaçãodo hábitat são as principais ameaças àsobrevivência das espécies restritas àsmatas secas e caatingas na região deJaguaquara. Os poucos fragmentos res-tantes estão sob ameaça constante deincêndios criminosos. Além disso, essesfragmentos já estão isolados daqueles deJequié por lavouras e pastagens.
ReferênciasBret M. Whitney (verb.); Whitney et al. (2000).
IBA sugerida por Bret M. Whitney
Espécie ameaçadaRhopornis ardesiacus B. M. Whitney.
Espécies quase ameaçadas: 3Formicivora iheringi B. M. Whitney.Herpsilochmus sellowi Whitney et al. (2000).Hylopezus ochroleucus B. M. Whitney.
Espécies de distribuição restrita: 2 EBA072
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Baixo-Sul BA14A1, A2, A3 13°50’S, 39°15’W
Área: c.50.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Ituberá, Igrapiúna, Nilo Peçanha, Taperoá Altitude: 0-400 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Preliminar
Key Area 046/PROBIO 210
DescriçãoApresentando relevo formado por colinase morros graníticos relativamente baixos,essa área compreende uma extensa redede remanescentes florestais que ocupaa metade leste dos municípios de Tape-roá e Nilo Peçanha e a metade oeste dosmunicípios de Ituberá e Igrapiúna, a oes-te da rodovia BA-650. A floresta ombrófi-la densa é a formação vegetal dominan-te, ocorrendo, localmente, o contato comos extensos manguezais (formações pi-oneiras) da baixada costeira adjacente.Parte da área pertence à Plantações Mi-chelin da Bahia Ltda., empresa dedicadaà exploração de látex em extensos serin-gais. Como parte da política ambientaldessa empresa, cerca de 1.450 ha de flo-restas nativas são protegidas em Igrapi-
úna e Ituberá. Parte da IBA encontra-sedentro dos limites da APA Estadual doPratigi, criada em 1998 e recentementeampliada.
AvesAlém de Una (BA21), essa é a única áreapara a qual são conhecidos registros re-centes de Scytalopus psychopompus(macuquinho-baiano), táxon criticamenteameaçado cuja distribuição global restrin-ge-se à faixa costeira da Bahia1. Levan-tamentos recentes em uma área da Plan-tações Michelin, em Igrapiúna, resultaramno encontro de quatro territórios da es-pécie, que está associada a ambientesbrejosos com densa vegetação herbáceae arbustiva, pontualmente distribuídos nointerior dos remanescentes florestais1.
Espécies ameaçadas: 8Crax blumenbachii Registro visual e pena encontrada na área (P. C. Lima; Lima
et al. 2001b).Touit surdus Jacaré (Wege & Long 1995); Lima et al. (2001b), sob T.
melanonotus.Thripophaga macroura Jacaré (Wege & Long 1995); Lima et al. (2001b).Myrmotherula urosticta Aparentemente numerosa na área (Lima et al. 2001b).Myrmeciza ruficauda Lima et al. (2001b).Scytalopus psychopompus Lima et al. (2001b), Bornschein et al. (2005).Procnias nudicollis Lima et al. (2001b).Xipholena atropurpurea Teixeira & Almeida (1997), Lima et al. (2001b).
Espécie quase ameaçadaAratinga auricapillus Lima et al. (2001b).
Espécies de distribuição restrita: 6 [EBA075] (Scytalopus psychopompus)
Espécies endêmicas: 26 [ATL] (Scytalopus psychopompus)
Área protegida:Nome Categoria ÁreaAPA Estadual Pratigi Uso Sustentável 85.686 ha
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Todas as espécies ameaçadas listadaspara a área foram recentemente detecta-das nesses fragmentos, onde pesquisasde longo prazo sobre a avifauna local vêmsendo desenvolvidas2. O pica-pau Celeustorquatus tinnunculus , forma rara e en-dêmica do leste do Brasil, foi registradona região3.
AmeaçasA derrubada de florestas nativas em fa-zendas do entorno da propriedade da
Plantações Michelin vem ocorrendo a umritmo preocupante. A expansão dasáreas urbanas dos municípios envolvidosrepresenta uma ameaça potencial adicio-nal aos remanescentes florestais da re-gião.
Referências1. Bornschein et al. (2005); 2. Lima et al. (2001b);3. Teixeira et al. (1989); Teixeira & Carnevalli (1989);Collar et al. (1992); Wege & Long (1995); Teixeira& Almeida (1997); Souza (1999); BirdLife Interna-tional (2000); Pedro C. Lima (verb.).
Jequié BA15A1, A2 13°46’S, 40°07’W
Área: ? Bioma: CaatingaMunicípio: Jequié Altitude: 215 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
Key Area 048/PROBIO 209
DescriçãoJequié situa-se na borda setentrional doPlanalto da Conquista, no vale do rio deContas. A área é muito similar a Jagua-quara (BA13), situada imediatamente aonorte. O relevo é ondulado e a vegetaçãopredominante é a caatinga, embora se-jam encontrados razoáveis trechos dematas secas e mata-de-cipó, esta últimanas porções de maior altitude. A regiãopossui poucos rios perenes e as matasciliares são muito reduzidas.
AvesA avifauna da região de Jequié é poucoconhecida e não existem inventários pu-blicados. Os estudos recentes concentra-ram-se na procura de novas localidades
de ocorrência de Rhopornis ardesiacus(gravatazeiro), registrado em algumasmatas-de-cipó a sudoeste e ao norte dacidade2. A avifauna da região é típica daCaatinga, com a presença de espéciesendêmicas, como Paroaria dominicana(galo-da-campina)1. Não há registros decracídeos, o que pode ser resultado deuma intensa pressão de caça1.
AmeaçasEmbora ainda existam alguns bons tre-chos de caatinga e de mata-de-cipó nosarredores de Jequié, boa parte da regiãoencontra-se completamente descaracte-rizada pelo desmatamento. A retirada delenha para consumo doméstico e cons-trução de cercas ainda é intensa, e algu-
Espécie ameaçadaRhopornis ardesiacus Wege & Long (1995).
Espécies quase ameaçadas: 2Formicivora iheringi Wege & Long (1995).Herpsilochmus sellowi Whitney et al. (2000).
Espécies de distribuição restrita: 2 EBA072
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mas matas em bom estado de conserva-ção estão sendo destruídas também paradar lugar à criação de bovinos e caprinos.
Referências1. Luís F. Silveira (dados inéditos); 2. Collar et al.(1992); Wege & Long (1995); Whitney et al. (2000).
Rio Arrojado BA16A1 13°46’S, 45°57’W
Área: >100.000 ha Bioma: CerradoMunicípio: Correntina Altitude: 600-900 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
DescriçãoEssa área no sudoeste baiano compre-ende a Fazenda Jatobá, situada entre osrios Veredão e Arrojado1, bem como ostrechos desse último rio ocupados pelopato-mergulhão (ver abaixo). A Faz. Ja-tobá possui uma área total de 100.000 ha,dos quais 36.000 ha correspondem aplantações de eucalipto e pínus1. A vege-tação nativa predominante é o cerrado,com matas de galeria e extensas vere-das de buritis ao longo dos rios principaise seus tributários1,2.
AvesO rio Arrojado é um dos quatro afluentesdo rio São Francisco no sudoeste baianopara os quais foram recentemente rela-tados registros de Mergus octosetaceus(pato-mergulhão)2, espécie próxima daextinção, com população mundial estima-da em menos de 250 indivíduos3. Cercade 34 indivíduos, em sua maioria isola-dos, teriam sido observados nessa região
da Bahia, com média de 12 indivíduos porquilômetro de rio2. Na Faz. Jatobá, umlevantamento da avifauna realizado noinício da década de 1990 listou 158 es-pécies, a maioria característica do domí-nio dos cerrados1.
AmeaçasO avanço das culturas da soja e do algo-dão, somado à ausência de áreas prote-gidas, é a principal ameaça aos ecossiste-mas naturais da região, levando inclusive àdescaracterização dos ambientes ribeiri-nhos ocupados por Mergus octosetaceus1,2.Os projetos de aproveitamento hidrelétri-co representam um sério risco adicionalpara essa espécie criticamente ameaça-da2, que requer rios com corredeiras deáguas límpidas3.
Referências1. Antas et al. (1993); 2. Pineschi & Yamashita(1999, 2000); 3. BirdLife International (2004); Car-los Yamashita (verb.); Bianca L. Reinert (verb.).
Espécies ameaçadas: 3Mergus octosetaceus Rio Arrojado (Pineschi & Yamashita 1999, 2000); C. Yamashita,
B. L. Reinert.Harpyhaliaetus coronatus Antas et al. (1993).Culicivora caudacuta Antas et al. (1993).
Espécie quase ameaçadaCharitospiza eucosma Presente no período de seca (maio-setembro) (Antas et al.
1993).
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Boa Nova / Serra da Ouricana BA17A1, A2, A3 14°21’S, 40°12’W
Área: c.15.000 ha Bioma: Mata Atlântica, CaatingaMunicípio: Boa Nova Altitude: 790-1.100 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Representativo
Key Area 050, 051/PROBIO 211
DescriçãoBoa Nova está situada no extremo nor-deste do Planalto da Conquista, ao sul dorio de Contas, em uma região de relevo
bastante irregular. A vegetação é extre-mamente variada. A leste/sudeste da ci-dade, resquícios do que outrora foi umaextensa floresta atlântica montana reco-
Espécies ameaçadas: 10Pyrrhura cruentata Wege & Long (1995).Touit surdus Wege & Long (1995).Synallaxis cinerea Pacheco & Gonzaga (1995).Thripophaga macroura Wege & Long (1995).Rhopornis ardesiacus Willis & Oniki (1981b), Wege & Long (1995), Gonzaga et al.
(1996).Carpornis melanocephala Wege & Long (1995).Procnias nudicollis Gonzaga et al. (1995).Neopelma aurifrons Registro histórico (Whitney et al. 1995a).Phylloscartes beckeri Gonzaga & Pacheco (1995).Hemitriccus furcatus Limite norte de distribuição; Wege & Long (1995); ainda
presente em 2003 (Whitney & Bevier 2003).
Espécies quase ameaçadas: 17Leucopternis polionotus Gonzaga et al. (1995).Primolius maracana Gonzaga et al. (1996).Aratinga auricapillus Wege & Long (1995).Formicivora iheringi Wege & Long (1995), Gonzaga et al. (1996).Dysithamnus stictothorax Gonzaga et al. (1995).Drymophila ochropyga Limite norte de distribuição; Gonzaga et al. (1995).Herpsilochmus sellowi Whitney et al. (2000).Cercomacra brasiliana Gonzaga et al. (1995).Hylopezus ochroleucus Silveira (2003).Scytalopus indigoticus Gonzaga et al. (1995).Laniisoma elegans Wege & Long (1995).Phibalura flavirostris Gonzaga et al. (1995).Lipaugus lanioides Wege & Long (1995); Souza (1999).Iodopleura pipra Wege & Long (1995).Phyllomyias g riseocapilla Limite norte de distribuição; Gonzaga et al. (1995).Phylloscartes oustaleti Gonzaga et al. (1995).Thraupis cyanoptera Gonzaga et al. (1995).
Espécies de distribuição restrita: 2 EBA072
Espécies endêmicas: 7 CAAEspécies endêmicas: 65 ATL
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brem a vertente oriental (voltada para omar) de um contraforte do planalto conhe-cido como Serra da Ouricana. Algunspoucos quilômetros a oeste, na retaguar-da dessa vertente, a floresta úmida dá lu-gar à caatinga e matas mais secas, incluin-do a mata-de-cipó, uma formação vegetalrica em lianas e bromélias terrícolas degrande porte, do gênero Aechmea1,2.
AvesA região de Boa Nova é famosa por suaavifauna peculiar, que congrega elemen-tos de formações vegetais tão distintasquanto a caatinga e a floresta atlânticamontana, e por abrigar as maiores – e,por muito tempo, únicas – populaçõesconhecidas de Rhopornis ardesiacus(gravatazeiro), representante de um gê-nero monotípico e endêmico da mata-de-cipó. Das matas úmidas da região foramdescritas duas espécies novas em meadosda década passada: Synallaxis cinerea(joão-baiano) e Phylloscartes beckeri(borboletinha-baiana)3,4. Ambas são con-sideradas ameaçadas e permanecemconhecidas de menos de dez áreas naBahia e Minas Gerais. Além disso, deze-nas de outras espécies de aves endêmi-
cas da Mata Atlântica e Caatinga são en-contradas na região, tornando-a repre-sentativa de ambos os biomas e tambémda EBA072 (Matas Decíduas da Bahia).
AmeaçasBoa Nova é uma das áreas mais negli-genciadas no que se refere à conserva-ção de aves no Brasil1. Apesar de suaenorme importância ornitológica, reco-nhecida há décadas, a região até agoranão possui unidades de conservação.Desmatamentos ainda ocorrem em todaa área, tanto na porção de Mata Atlânticaquanto nas matas-de-cipó. A extração demadeira para a construção civil e paraconsumo doméstico ainda é comum. Acaça pode estar afetando algumas espé-cies, como jacus e aracuãs (Cracidae), ea extração de bromélias de solo das ma-tas-de-cipó, para uso em paisagismo, temimpacto importante sobre o hábitat de R.ardesiacus.
Referências1. Gonzaga et al. (1995); 2. Silveira (2003); 3. Gonzaga& Pacheco (1995); 4. Pacheco & Gonzaga (1995); Wi-llis & Oniki (1981b); Wege & Long (1995); Whitney et al.(1995a); Gonzaga et al. (1996); Souza (1999); Whitneyet al. (2000); Whitney & Bevier (2003).
Ilhéus / Itabuna BA18A1 14°36’S, 39°20’W
Área: 50.000-100.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Itabuna, Ilhéus, Uruçuca, Itajuípe, Coaraci Altitude: 0-60 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
Key Area 052/PROBIO 210
DescriçãoToda a região entre Itabuna e o rio deContas ainda apresenta extensiva cober-tura florestal, provavelmente formada emsua maior parte por cabrucas e matassecundárias. O clima dessa região de
baixadas é quente e úmido, com pluvio-sidade média anual de 1.700 mm.
AvesNão há levantamentos da avifauna daárea, apenas observações isoladas. Pela
Espécie ameaçadaAcrobatornis fonsecai Pacheco et al. (1996a).
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continuidade do hábitat, porém, a regiãodeve constituir o principal reduto atual deAcrobatornis fonsecai (acrobata). Essaespécie ameaçada foi registrada em vá-rios pontos entre Itabuna e o rio de Con-tas, principalmente ao longo da rodoviaBR-101, e também a oeste, em direção aCoaraci. São conhecidas coletas antigasde Merulaxis stresemanni (entufado-bai-ano) e Scytalopus psychopompus (macu-quinho-baiano) para Ilhéus. Essas espé-cies ainda podem estar presentes na re-gião.
AmeaçasAinda ocorrem desmatamentos por toda
a região. Esta atividade se tornou maiscomum após a crise do cacau. Nas áre-as onde as cabrucas foram mantidas nãoexiste regeneração da vegetação nativa,o que a longo prazo comprometerá amanutenção da cobertura florestal. Tam-bém é intensa a caça de subsistência, acaptura ilegal de aves para criação emcativeiro e a retirada ilegal de palmito.Existem vários acampamentos de agricul-tores sem-terra ao longo da rodovia queliga Ilhéus a Itabuna.
ReferênciasPacheco et al. (1996a).
Vitória da Conquista BA19A1, A3 14°59’S, 40°42’W
Área: 10.000-50.000 ha Bioma: Caatinga, Mata AtlânticaMunicípios: Vitória da Conquista, Barra do Choça Altitude: 720-930 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Preliminar
PROBIO 213 (56)
DescriçãoEssa área inclui diversos fragmentos dematas secas e de transição entre Vitóriada Conquista e Barra do Choça, cidadesdo sudeste baiano situadas sobre o pla-nalto que forma o divisor de águas entreo rio Pardo e o rio de Contas. Nesse pla-
nalto ocorrem a transição entre a florestaestacional com marcada influência atlân-tica e a caatinga, o que resulta em umavegetação variada e de grande comple-xidade1. As matas secas da região sãoconhecidas regionalmente como “matas-de-cipó”, embora sejam bastante diferen-
Espécies ameaçadas: 2Synallaxis cinerea Faz. Pau Brasil (Silveira 2003).Myrmeciza ruficauda Mais de 5 casais detectados na Faz. Pau Brasil em maio de
2003 (Silveira 2003).
Espécies quase ameaçadas: 6Crypturellus noctivagus Silveira (2003).Primolius maracana Seis indivíduos observados na Faz. Pau Brasil em 2003
(Silveira 2003).Aratinga auricapillus Relativamente comum (Silveira 2003).Formicivora iheringi Comum na região (Silveira 2003).Herpsilochmus sellowi Poucos indivíduos observados em 2003, inclusive em áreas
degradadas (Silveira 2003).Hylopezus ochroleucus Whitney et al. (1995b), Silveira (2003).
Espécies endêmicas: 7 CAA
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tes das matas-de-cipó encontradas nosarredores de Boa Nova1, a cerca de 80km a nordeste.
AvesNas matas da região de Vitória da Con-quista, aves endêmicas e ameaçadas daMata Atlântica, como Synallaxis cinerea(joão-baiano) e Myrmeciza ruficauda (for-migueiro-de-cauda-ruiva), ocorrem lado alado com espécies típicas ou exclusivas daCaatinga, como Aratinga cactorum (periqui-to-da-caatinga) e Picumnus pygmaeus(pica-pau-anão-pintado), e das matas-de-cipó, como Formicivora iheringi (formi-gueiro-do-nordeste)1. Esta combinaçãosingular de elementos de biomas tão dis-tintos confere grande importância bioge-ográfica e ecológica à região, tanto maisque boa parte dos ambientes similaresencontrados no nordeste de Minas Ge-rais (antes contíguos à macrorregião deVitória da Conquista) já foram completa-mente destruídos1. Entretanto, o conhecimen-
to sobre as aves dos arredores de Vitória daConquista ainda é insuficiente. Os primeirosrelatos sobre a avifauna da região remontamao início do século XIX e foram feitos peloPríncipe de Wied, que coletou ali espécies deaves até hoje pouco conhecidas, comoNyctibius leucopterus (urutau-de-asa-branca)e Rhopornis ardesiacus (gravatazeiro), esteúltimo associado às matas-de-cipó1. Em umlevantamento recente, cerca de 170 es-pécies de aves foram registradas em trêsfragmentos florestais da região1.
AmeaçasGrande parte da região já está degrada-da. O desmatamento ainda persiste comoa principal ameaça1. Outras ameaças in-cluem a construção de loteamentos, ocorte seletivo de madeira e a captura ile-gal de aves.
Referências1. Silveira (2003); Whitney et al. (1995b).
Serra do Teimoso BA20A1 15°09’S, 39°31’W
Área: 1.000-5.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Jussari Altitude: até 1.000 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Não disponível
DescriçãoSituada a poucos quilômetros a oeste dasSerras das Lontras e do Javi (BA22), nosudeste da Bahia, essa área está inseri-da em uma zona de transição entre asflorestas litorâneas úmidas e as matasmais secas do interior. Toda a região jáfoi intensamente desmatada, e a Serrado Teimoso destaca-se na paisagem re-gional como um dos últimos remanescen-tes florestais ainda bem preservados. Afloresta que recobre a serra possui gran-de diversidade florística, incluindo umaenorme variedade de bromélias e orquí-
deas, além de palmeiras e samambaias.Algumas árvores de maior porte podemultrapassar os 35 m de altura.
AvesOs inventários ornitológicos na Serra doTeimoso iniciaram apenas em 1999 e osresultados obtidos ainda não foram pu-blicados. Entretanto, cerca de 250 espé-cies de aves já foram registradas naRPPN Serra do Teimoso, entre as quais des-tacam-se aves de rapina como Spizaetustyrannus (gavião-pega-macaco) e o ame-açado Leucopternis lacernulatus (gavião-
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pombo-pequeno). Supõe-se que outrasespécies ameaçadas ou quase ameaça-das, além das listadas acima, possamocorrer na área. Há relatos recentes dapresença de Tinamus solitarius (macuco),tinamídeo de grande porte muito visadopor caçadores.
AmeaçasQuase não existem mais fragmentos flo-restais em bom estado de conservaçãona região de Jussari. A criação de uma
RPPN garantiu a preservação do frag-mento florestal da Serra do Teimoso e asameaças atuais restringem-se à retiradaclandestina de madeira e à caça furtiva.
ReferênciasCordeiro (2002); José Fernando Pacheco, Bret M.Whitney e Luís F. Silveira (verb. e in litt.).
IBA sugerida por José F. Pacheco, Bret M.Whitney e Luís F. Silveira
Espécies ameaçadas: 3Leucopternis lacernulatus J. F. Pacheco, B. M. Whitney e L. F. Silveira.Thripophaga macroura J. F. Pacheco, B. M. Whitney e L. F. Silveira.Dysithamnus plumbeus J. F. Pacheco, B. M. Whitney e L. F. Silveira.
Espécies quase ameaçadas: 2Primolius maracana Cordeiro (2002).Aratinga auricapillus Cordeiro (2002).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaReserva Natural da Serra do Teimoso Particular (RPPN) 200 ha
Una BA21A1, A2, A3 15°09’S, 39°09’W
Área: 12.000-15.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Una Altitude: 0-100 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Não disponível
Key Area 053/PROBIO 212
DescriçãoSituada no sudeste baiano, pouco ao sulde Ilhéus, essa área compreende a Re-serva Biológica de Una, a RPPN Ecopar-que de Una e as florestas desprotegidascontíguas a essas reservas, incluindoáreas de cabruca. A paisagem local é ca-racterizada por um relevo ondulado, cujaaltitude aumenta à medida que se avançapara oeste. A floresta atlântica stricto sen-su é a vegetação original característica,apresentando importantes variações estru-turais relacionadas ao substrato onde se de-senvolve. Uma floresta composta por árvo-res de diâmetro reduzido e estatura relati-vamente baixa, crescendo sobre solos are-
nosos, domina grande parte da R. B. deUna. Florestas altas e bem estruturadas de-senvolvem-se, por exemplo, nos valesonde camadas de solo mais rico estãodepositadas. Sobre solos lamacentos oumesmo encharcados que acompanhamcórregos e pequenos rios no fundo devales, são encontradas matas paludosasbaixas que podem ser bastante fechadasou, nos trechos mais saturados, considera-velmente abertas e repletas de herbáceas eplantas palustres. A presença de uma po-pulação significativa do primata amea-çado Leontopithecus chrysomelas (mico-leão-de-cara-dourada) foi um dos fatoresque motivou a criação da R. B. de Una.
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AvesEm 1995, a área foi palco da redescober-ta de Merulaxis stresemanni (entufado-baiano), previamente conhecido apenasdos dois espécimes-tipo obtidos na dé-cada de 1830 e em 1945, em duas locali-dades do litoral baiano1. Apenas muitorecentemente essa espécie foi registra-da em uma quarta localidade, em MinasGerais. Em adição, alguns territórios deScytalopus psychopompus (macuquinho-baiano) foram localizados na área entre2001 e 20052,3. Essa espécie ameaçada foiconstatada em somente uma IBA adicional.Vários indivíduos de Nyctibius leucopterus(urutau-de-asa-branca) foram registrados naR. B. de Una a partir de 19994. A populaçãoatlântica dessa espécie noturna perma-neceu sem registros confirmados pormais de 150 anos, ainda que uma popu-lação amazônica – até então desconhe-
cida – tenha sido descoberta na décadade 19804. Una é uma das três IBAs ondeocorre Herpsilochmus pileatus (chorozi-nho-de-boné), declarada ameaçada apósuma recente revisão de sua situação ta-xonômica5.
AmeaçasDesmatamentos ocorrem no entorno ime-diato das áreas protegidas. A pressão decaça sobre a fauna nativa é bastante altana região. Por fim, a situação fundiáriada R. B. de Una ainda não está totalmen-te regularizada.Referências1. Baudet (2001); 2. Bornschein et al. (2005); 3.Pedro Develey (dados inéditos); 4. Whitney et al.(2003a); 5. Whitney et al. (2000); Wege & Long(1995); Whitney & Pacheco (1995); BirdLife Inter-national (2000); Cordeiro (2000, 2001); Bret M.Whitney, José F. Pacheco e Luís F. Silveira (verb.);Gabriel Rodrigues (IESB) (verb.).
Espécies ameaçadas: 12Crax blumenbachii Visto na área em 2002 (G. Rodrigues); Wege & Long (1995).Pyrrhura cruentata Cordeiro (2001).Touit surdus BirdLife International (2000).Amazona rhodocorytha Cordeiro (2001).Glaucis dohrnii Recentemente registrada (Guy M. Kirwan et al., Neotropical
Notebook, Cotinga 20:109).Myrmotherula urosticta Whitney & Pacheco (1995).Herpsilochmus pileatus B. M. Whitney, J. F. Pacheco e L. F. Silveira.Merulaxis stresemanni Registrada em 1995 na Faz. Jueirana, contígua à R. B. de
Una (Baudet 2001).Scytalopus psychopompus Um exemplar recentemente coletado na área (Bornschein et al. 2005).Carpornis melanocephala Ecoparque de Una (P. Develey), Cordeiro (2001).Xipholena atropurpurea Wege & Long (1995).Sporophila falcirostris Vagante (?), Wege & Long (1995).
Espécies quase ameaçadas: 2Tinamus solitarius Baudet (2001).Aratinga auricapillus Cordeiro (2002).Espécies de distribuição restrita: 7 [EBA075] (Merulaxis stresemanni, Scytalopus
psychopompus)
Espécies endêmicas: 14 [ATL] (Merulaxis stresemanni, Scytalopus psychopompus)
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaReserva Biológica de Una Proteção Integral 11.400 haRPPN Ecoparque de Una Particular 83 ha
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Serras das Lontras e do Javi BA22A1, A2, A3 15°°°°°11’S, 39°°°°°23’W
Área: c.3.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Arataca Altitude: 400-1.000 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Representativo
DescriçãoA Serra das Lontras (localmente conhe-cida como Serra do Mangue) e a Serrado Javi fazem parte de um complexomontanhoso que se eleva próximo à cos-ta sudeste da Bahia, a poucos quilôme-tros de Una (BA21). A região apresentauma paisagem predominantemente flo-restal, formada por um mosaico de ca-brucas, capoeiras e fragmentos de flores-ta, estes últimos concentrados nas par-tes mais altas das serras. A vegetaçãooriginal é a Mata Atlântica úmida. Em alti-tudes maiores, o porte das árvores dimi-
nui e as briófitas tornam-se extremamenteabundantes, devido ao alto índice deumidade1. A densidade do sub-bosquetambém varia de acordo com a cota alti-métrica, sendo este relativamente abertonas áreas mais baixas e mais denso noalto das montanhas, onde há grandequantidade de bambus1. Embora a avi-fauna da região tenha grande similarida-de com aquela das montanhas do sudes-te do país, pelo menos 25% das espé-cies de plantas encontradas nas serrasdas Lontras e do Javi são endêmicas dosudeste da Bahia e nordeste do Espírito
Espécies ameaçadas: 9Leucopternis lacernulatus Develey & Silveira (2001).Touit surdus Develey & Silveira (2001).Acrobatornis fonsecai A área inclui a localidade-tipo da espécie (Pacheco et al.
1996a).Synallaxis cinerea J. F. Pacheco, Goerck (2001), Develey & Silveira (2001).Myrmotherula urosticta Comum (Develey & Silveira 2001).Phylloscartes beckeri J. F. Pacheco, Goerck (2001), Develey & Silveira (2001).Carpornis melanocephala Comum (Develey & Silveira 2001).Procnias nudicollis Rara (Develey & Silveira 2001).Xipholena atropurpurea Rara (Develey & Silveira 2001).
Espécies quase ameaçadas: 7Tinamus solitarius Raro (Develey & Silveira 2001).Leucopternis polionotus Develey & Silveira (2001).Dysithamnus stictothorax Develey & Silveira (2001).Drymophila ochropyga Develey & Silveira (2001).Lipaugus lanioides Comum (Develey & Silveira 2001).Phylloscartes oustaleti Develey & Silveira (2001).Phylloscartes sylviolus Develey & Silveira (2001).
Espécies de distribuição restrita: 3 [EBA076] (Synallaxis cinerea, Phylloscartesbeckeri)
Espécies endêmicas: 61 [ATL] (Acrobatornis fonsecai)
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Santo. O índice pluviométrico anual variade 1.200 a 1.800 mm e a temperaturanunca fica abaixo de 20ºC. Diversos cur-sos-d’água se originam nas serras (rioUna, ribeirões Javi, Pratinha e Santo An-tônio), as quais são uma importante fon-te de recursos hídricos para as localida-des circunvizinhas.
AvesA avifauna das serras costeiras do sudes-te da Bahia, incluindo a Serra da Ourica-na, em Boa Nova (BA17), apresenta maiorafinidade com aquela das montanhas do su-deste brasileiro do que com a das matas debaixada adjacentes do sul da Bahia2. Os en-demismos atlânticos Selenidera maculirostris(araçari-poca),Melanerpes flavifrons (bene-dito-de-testa-amarela), Myrmotherulagularis (choquinha-de-garganta-pintada) ePhylloscartes sylviolus (maria-pequena),esta última próxima da condição de ame-açado, parecem ter nas serras das Lon-tras e do Javi seu limite setentrional deocorrência, estando presentes também navizinha Serra Bonita, em Camacã e PauBrasil (BA23). Ao todo, ocorrem na áreacerca de 223 espécies de aves1, incluin-do as ameaçadas Synallaxis cinerea (joão-baiano) e Phylloscartes beckeri (borboleti-nha-baiana), recentemente descritos daregião de Boa Nova. Acrobatornis fonsecai(acrobata), representante de um gênerodescrito somente em 19963, parece estarassociado ao hábitat de cabruca (siste-ma de cultivo onde o cacau é plantado àsombra de árvores nativas); entretanto,ainda existe pouca informação sobre osrequisitos ecológicos da espécie, sendonecessários mais estudos para verificar
se essa associação de fato existe. Evi-dências recentes, incluindo o registro devocalizações em agosto de 2003, suge-rem a ocorrência de Crax blumenbachii(mutum-de-bico-vermelho) na Serra dasLontras4.
AmeaçasO sudeste baiano foi o maior produtor decacau do mundo no período entre 1930 e1980. Entretanto, devido à praga da vas-soura-de-bruxa (Crinipellis perniciosa), osistema de cabruca entrou em colapso em1980, afetado pela grande queda nos pre-ços mundiais do cacau. Essa crise levouao desemprego de milhares de trabalha-dores rurais, que hoje dependem da agri-cultura (especialmente café e cultivos desubsistência) e da pecuária para sua so-brevivência. Ainda como conseqüência dacrise, muitos proprietários venderam suasáreas de floresta para empresas madei-reiras e converteram suas terras em pas-tagens ou plantações de café, processoque ainda continua ocorrendo na região1.Outras importantes ameaças à avifaunada área são a caça predatória, que certa-mente contribuiu para a redução das po-pulações locais de tinamídeos e crací-deos, e a captura de aves para o comér-cio de animais silvestres, que afeta so-bretudo psitacídeos e Procnias nudicollis(araponga)1.
Referências1. Develey & Silveira (2001); 2. Gonzaga et al.(1995); 3. Pacheco et al. (1996a); 4. MMA (2004);José F. Pacheco (Base de dados do workshopAvaliação e Ações Prioritárias para a Conserva-ção dos Biomas Floresta Atlântica e Campos Suli-nos); Goerck (2001).
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Serra Bonita BA23A1, A2 15°23’S, 39°34’W
Área: c.4.500 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Camacã, Pau Brasil Altitude: 100-900 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Preliminar
PROBIO 214
DescriçãoEssa área é parte de um conjunto de ser-ras que se destacam na paisagem dosudeste baiano. Fazem parte do mesmoconjunto as serras das Lontras, do Javi edo Teimoso (BA20 e BA22). O maciçomontanhoso localmente conhecido comoSerra Bonita inclui um gradiente altitudi-nal significativo, ao longo do qual se de-senvolve uma floresta úmida rica em epí-fitas. Acima dos 600 m, é freqüente a for-mação de neblina densa, o que confere à
essa zona altitudinal caráter mais úmidodo que nas zonas baixas. Uma partesignificativa da IBA está incluída nasRPPNs Serra Bonita I, II, III e IV, ondematas bem preservadas cobrem todo ogradiente de altitude da serra.
AvesA área abriga uma avifauna bastante rica.Estão presentes numerosas espécies tí-picas das florestas montanas do sudestedo Brasil, que na área ocorrem somente
Espécies ameaçadas: 9Synallaxis cinerea Ribon et al. (2002).Acrobatornis fonsecai Pacheco et al. (s.d.).Thripophaga macroura Pacheco et al. (s.d.).Dysithamnus plumbeus Pacheco et al. (s.d.).Myrmotherula minor Pacheco et al. (s.d.).Procnias nudicollis Pacheco et al. (s.d.).Xipholena atropurpurea Pacheco et al. (s.d.).Hemitriccus furcatus Pacheco et al. (s.d.).Phylloscartes beckeri Pacheco et al. (s.d.).
Espécies quase ameaçadas: 9Leucopternis polionotus Pacheco et al. (s.d.).Aratinga auricapillus Pacheco et al. (s.d.).Baillonius bailloni Pacheco et al. (s.d.).Dysithamnus stictothorax Pacheco et al. (s.d.).Drymophila ochropyga Pacheco et al. (s.d.).Cercomacra brasiliana Pacheco et al. (s.d.).Phyllomyias g riseocapilla Pacheco et al. (s.d.).Phylloscartes sylviolus Pacheco et al. (s.d.).Phibalura flavirostris Pacheco et al. (s.d.).
Espécies de distribuição restrita: 11 [EBA075] (Acrobatornis fonsecai, Cercomacrabrasiliana)
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaRPPN Serra Bonita Particular 800 haRPPN Serra Bonita I Particular 200 haRPPN Serra Bonita II Particular 50 haRPPN Serra Bonita III Particular 150 ha
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acima de 600-700 m de altitude, comoPyrrhura frontalis (tiriba-de-testa-verme-lha), Anabazenops fuscus (trepador-colei-ra), Myrmotherula gularis (choquinha-de-garganta-pintada) e Chiroxiphia caudata(dançador). No sopé da serra ocorremaves características das matas de baixa-da, como Pyrrhura leucotis (tiriba-de-ore-lha-branca), Thripophaga macroura (rabo-amarelo) e Dysithamnus plumbeus (cho-quinha-chumbo), todas endêmicas do les-te brasileiro.
AmeaçasDesmatamentos têm sido constatados emalguns pontos no sopé da serra, inclusi-ve em propriedades contíguas às RPPNslocais.
ReferênciasPacheco et al. (s.d.); Ribon et al. (2002).
IBA sugerida por Bret M. Whitney eJosé F. Pacheco.
Foz dos Rios Pardo e Jequitinhonha BA24A1, A3 15°46’S, 38°57’W
Área: 50.000-70.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Canavieiras, Belmonte Altitude: nível do marGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
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DescriçãoEssa área compreende as restingas exis-tentes próximo à foz dos rios Pardo e Je-quitinhonha. A área dista cerca de 60 kmde Porto Seguro, em direção norte. Alémdas restingas, a região também possuiremanescentes de floresta pluvial de bai-xada, manguezais e ambientes paludo-sos costeiros.
AvesEmbora não haja informações específicassobre a avifauna da área, as extensas res-tingas junto à foz dos rios Pardo e Jequiti-nhonha estão localizadas no coração dadistribuição geográfica de Herpsilochmuspileatus (chorozinho-de-boné) e presumi-velmente abrigam uma população expres-siva dessa espécie ameaçada, cujos li-mites taxonômicos e geográficos foram
recentemente redefinidos1. É muito pro-vável que também ocorra Touit surdus(apuim-de-cauda-amarela), psitacídeocaracterístico de matas de restinga e re-gistrado um pouco ao norte e a noroesteda área2.
AmeaçasPoluição dos rios por esgoto doméstico eagrotóxicos e efeitos do desenvolvimen-to turístico mal planejado3. Os mangue-zais da região vêm sendo desmatados eaterrados com a expansão das áreas ur-banas3.
Referências1. Whitney et al. (2000); 2. Cordeiro (2002); 3.Fundação BIO-RIO et al. (2002); Ricardo Parrini(verb.).
IBA sugerida por Bret M. Whitney eJosé F. Pacheco
Espécie ameaçadaHerpsilochmus pileatus Registrado próximo a Canavieiras (Whitney et al. 2000).
Espécies endêmicas: 1 [ATL] (Herpsilochmus pileatus)
Área protegida:Nome Categoria ÁreaAPA de Santo Antônio (estadual) Uso Sustentável ?
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Santa Cruz Cabrália / Belmonte BA25A1 16°06’S, 39°13’W
Área: c.10.000-30.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Santa Cruz Cabrália, Belmonte Altitude: 0-100 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Não disponível
Key Area 054/PROBIO 216
DescriçãoEssa área, em parte conhecida comoBarrolândia, abrange as florestas litorâ-neas (matas de tabuleiro) fragmentadasentre Belmonte e Santa Cruz Cabrália, aleste do baixo curso do rio Jequitinhonha.A área situa-se entre a Estação Veracruz(BA26), ao sul, e as restingas da Foz dosRios Pardo e Jequitinhonha (BA24), aonorte. A Reserva Gregório Bondar prote-ge cerca de 300 ha de floresta de baixa-da com árvores de grande porte e estásituada dentro da Estação Experimentalde CEPLAC/MARA, mas está cercada poráreas extensivamente desmatadas1.Fragmentos florestais maiores, no entan-to, são encontrados a leste dessa reser-va e ao longo do rio Jequitinhonha.
AvesNão há um levantamento atualizado daavifauna que habita a região. A ocorrên-cia de Glaucis dohrnii (balança-rabo-ca-
nela), de presença confirmada em ape-nas seis IBAs, ainda requer comprova-ção2. Tal como as demais espécies men-cionadas para a área, esse raro beija-floré típico das matas de baixada da zona detabuleiros costeiros entre o sul da Bahiae o norte do Rio de Janeiro (subcentro deendemismo Rio Doce).
AmeaçasAinda ocorre intensa atividade madeirei-ra na região, e a maior parte dos rema-nescentes florestais situa-se em terrasparticulares1. A expansão urbana desor-denada também representa uma amea-ça, assim como os assentamentos ruraisestabelecidos na região1.
Referências1. Base de dados do workshop Avaliação e AçõesPrioritárias para a Conservação dos Biomas Flo-resta Atlântica e Campos Sulinos; 2. BirdLife In-ternational (2000); Wege & Long (1995); Whitney& Pacheco (1995).
Espécies ameaçadas: 5Pyrrhura cruentata Wege & Long (1995).Touit surdus Wege & Long (1995).Myrmotherula urosticta Whitney & Pacheco (1995).Cotinga maculata Wege & Long (1995).Xipholena atropurpurea Wege & Long (1995).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaReserva Gregório Bondar Privada (CEPLAC) 350 ha
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Estação Veracruz BA26A1 16°20’S, 39°10’W
Área: 7.214 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Santa Cruz Cabrália, Porto Seguro Altitude: 30-60 mGrau de proteção: Total Inventário ornitológico: Não disponível
Key Area 055/PROBIO 216
DescriçãoEssa área inclui duas reservas florestaiscontíguas no sul da Bahia, que juntas for-mam um bloco florestal com cerca de6.600 ha1, situado logo ao norte de PortoSeguro. A Estação Veracruz, antes reser-va florestal da Floresta Rio Doce S.A.2,foi criada em 1994 e reconhecida peloIBAMA como RPPN em 1998. Quase 80%de sua área são cobertos por mata pri-mária, classificada como floresta ombró-fila densa de terras baixas3. Em trechosde solos arenosos hidromórficos desen-volve-se uma vegetação de porte maisbaixo, conhecida como “mussununga”. Asflorestas primárias situadas sobre os ta-buleiros costeiros e nos vales que os en-trecortam caracterizam-se por apresen-
tar vários estratos (andares) e dossel comaltura superior a 35 m3. Algumas árvorestípicas dessas florestas são Caesalpiniaechinata (pau-brasil), Dalbergia nigra (ja-carandá-da-bahia), Manilkara longifolia(parajú), M. brasiliensis (massaranduba),Arapatiella psilophylla (arapati), Bombaxmacrophyllum (imbiruçu), Virola bicuhyba(bicuíba), Parkia pendula (juerana-verme-lha), Hymenaea rubriflora (jatobá) e Al-chornea iricurana (licurana)3. A outra re-serva é a Estação Ecológica do Pau-Bra-sil, antiga Estação Experimental Pau-Bra-sil, pertencente à Comissão Executiva doPlano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC).Essa área não deve ser confundida como Parque Nacional do Pau-Brasil (BA27),situado poucos quilômetros ao sul. O cli-
Espécies ameaçadas: 10Pyrrhura cruentata População estimada em 317 indivíduos (Marsden et al. 2000);
Collar et al. (1992).Touit surdus Wege & Long (1995).Amazona rhodocorytha População estimada em 238 indivíduos (Marsden et al. 2000);
Collar et al. (1992).Glaucis dohrnii Collar et al. (1992), BirdLife International (2000).Myrmotherula urosticta Whitney & Pacheco (1995).Carpornis melanocephala Collar et al. (1992), BirdLife International (2000).Procnias nudicollis Almeida & Teixeira (1996).Cotinga maculata Importante reduto (Collar et al. 1992); BirdLife International
2000).Xipholena atropurpurea Teixeira & Almeida (1996, 1997), BirdLife International (2000),
Collar et al. (1992).Onychorhynchus swainsoni Importante reduto (BirdLife International 2000).
Espécie quase ameaçadaAratinga auricapillus Cordeiro (2002).
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaRPPN Estação Veracruz Particular (Veracel Celulose) 6.069 haEstação Ecológica do Pau-Brasil Privada (CEPLAC) 1.145 ha
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ma da região é chuvoso e quente, comtemperatura média anual de 22,9°C3.Dados obtidos na E. E. do Pau-Brasil in-dicam um índice pluviométrico de 1.797mm anuais, sendo julho, setembro e ou-tubro os meses mais chuvosos (todoscom precipitação superior a 200 mm)3.
AvesPor ser uma das áreas de mata de tabu-leiro em melhor estado de conservaçãono sul da Bahia, a Estação Veracruz e flo-restas vizinhas protegem populações sig-nificativas da grande maioria das avesameaçadas mais características dessaporção da Mata Atlântica, como os psitací-deosPyrrhura cruentata (tiriba-grande ou fura-mato) e Amazona rhodocorytha (chauá) e oscotingídeosXipholena atropurpurea (anambé-de-asa-branca) e Cotinga maculata (crejoá).As únicas espécies tidas como extintas na áreasão Ara chloroptera (arara-vermelha),Neomorphus geoffroyi (jacu-estalo), Pipilejacutinga (jacutinga) e Crax blumenbachii
(mutum-de-bico-vermelho)3. Este últimoteria sido avistado na E. E. do Pau Brasilem 19984, enquanto diversas linhas deevidência indicam que também Harpiaharpyja (gavião-real) está presente nasmatas da região3. Um levantamento pre-liminar, ainda não publicado, acusou aocorrência de 207 espécies de aves naEstação Veracruz3.
AmeaçasCaça, extração de cipó, roubo de madei-ra e tráfego clandestino de veículos nointerior da Estação Veracruz3. A intensaurbanização das cidades ao redor aumen-ta as pressões sobre a área, como, porexemplo, o roubo de madeira.
Referências1. Marsden et al. (2000); 2. Wege & Long (1995);3. Estação Veracruz – Plano de Manejo; 4. MMA(2004); Collar et al. (1992); Almeida & Teixeira(1996); Teixeira & Almeida (1996, 1997); BirdLifeInternational (2000, 2004); Marsden et al. (2000);Cordeiro (2002).
Parque Nacional do Pau-Brasil / Trancoso BA27A1 16°29’S, 39°17’W
Área: 20.000-30.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Porto Seguro Altitude: 0-132 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Não disponível
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DescriçãoEssa área, em parte conhecida como Bra-landa, situa-se imediatamente a sudoes-te de Porto Seguro, no litoral sul baiano,e inclui o Parque Nacional do Pau Brasile os remanescentes florestais adjacen-tes que se estendem até Trancoso, tota-lizando mais de 22.000 ha de florestasrelativamente contínuas1. A região possuirelevo predominantemente plano, recor-tado por boqueirões de média profundi-dade. Junto à costa há restingas, masmais para o interior a vegetação caracte-rística é a floresta ombrófila densa (ma-tas de tabuleiro). No interior do P. N. do
Pau-Brasil ocorrem mais de 200 espé-cies de árvores, muitas delas endêmicasou ameaçadas de extinção. São encon-trados na área exemplares de braúna(Melanoxylon brauna), paraju (Manilkaralongifolia), maçaranduba (M. brasiliensis),bicuíba (Virola bicuhyba), juerana (Parkiapendula) e arapati (Arapatiella psilophylla),além de uma população significativa depau-brasil (Caesalpinia echinata).
AvesNão há um levantamento abrangente dasaves que habitam o P. N. do Pau Brasil eos remanescentes florestais associados.
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No entanto, presume-se que ocorra ali amaioria das espécies endêmicas e ame-açadas encontradas em outras áreas pro-tegidas do sul da Bahia, como Cotingamaculata (crejoá) e Myrmotherulaurosticta (choquinha-de-rabo-cintado).Há relatos recentes da presença de Craxblumenbachii (mutum-de-bico-vermelho)no parque nacional. Herpsilochmus pi-leatus (chorozinho-de-boné), endêmicoda Bahia e registrado até agora em ape-nas três IBAs, ocorre nas restingas dosarredores de Trancoso. A possibilidade deligação do P. N. do Pau-Brasil com os par-ques nacionais de Monte Pascoal e doDescobrimento, ao sul, confere importân-cia crítica a essas áreas como potenciaiszonas-núcleo de um extenso corredor flo-restal capaz de suportar populações viá-veis das espécies endêmicas das matasde tabuleiros costeiros entre o sul da
Bahia e o norte do Rio de Janeiro (sub-centro de endemismo Rio Doce).
AmeaçasA criação do P. N. do Pau-Brasil é relati-vamente recente (1999), e a unidade deconservação ainda não dispõe de planode manejo. A área é suscetível aos efei-tos do crescimento explosivo e desorde-nado da cidade de Porto Seguro, inseri-da em uma região de intenso desenvolvi-mento turístico (Costa do Descobrimen-to). Por fim, ainda existem problemas re-lacionados à caça e extração ilegal demadeira na área.
Referências1. MMA (2004); BirdLife International (2000); Whi-tney et al. (2000); Cordeiro (2002); Yoshika Onikiper Fábio Olmos (verb.).
Espécies ameaçadas: 5Pyrrhura cruentata Cordeiro (2002).Touit surdus Cordeiro (2002).Amazona rhodocorytha Cordeiro (2002).Glaucis dohrnii Y. Oniki per F. Olmos; ver também BirdLife International (2000).Herpsilochmus pileatus Trancoso (Whitney et al. 2000).
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Nacional do Pau-Brasil Proteção Integral 11.538 haAPA Caraíva/Trancoso (em parte) Uso Sustentável 31.900 ha
Parque Nacional de Monte Pascoal BA28A1 16°52’S, 39°20’W
Área: 22.500 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Porto Seguro Altitude: 0-536 mGrau de proteção: Total Inventário ornitológico: Não disponível
Key Area 056/PROBIO 219
DescriçãoO Parque Nacional de Monte Pascoal estáinserido no Corredor Central da MataAtlântica, que abrange as florestas rema-nescentes do sul da Bahia e norte do Es-pírito Santo. Essas florestas, de caráter
higrófilo, guardam muitas semelhançascom a floresta amazônica de terra firmee são genericamente denominadas ma-tas de tabuleiro por recobrirem planaltoscosteiros de topo aplainado e baixa alti-tude, formados por depósitos de sedimen-
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tos terciários. Além dos tabuleiros, o rele-vo do P. N. de Monte Pascoal compreen-de também depósitos praiais, extensasplanícies costeiras e colinas de rocha cris-talina, incluindo o monte que dá nome aoparque, que é o ponto culminante da área.A floresta atlântica ocupa a maior partedo parque, mas também existem trechossignificativos de restinga, manguezais ecapoeiras. O clima é tropical úmido, comtemperaturas médias anuais entre 21°Ce 24°C e índice pluviométrico variando de1.500 a 1.750 mm anuais.
AvesO P. N. de Monte Pascoal é um importan-te refúgio para várias espécies de avesameaçadas do sul da Bahia. Não há re-gistros recentes para algumas delas,como Pipile jacutinga (jacutinga) e Craxblumenbachii (mutum-de-bico-vermelho),que podem estar localmente extintas. Oameaçado Herpsilochmus pileatus (cho-rozinho-de-boné), restrito às matas derestinga do sudeste baiano, provavelmen-te ocorre no parque, visto que seus limitesestendem-se até a costa e incluem áreasde hábitat potencialmente favorável.
AmeaçasA cobertura florestal no sul da Bahia foireduzida de 85% em 1945 para 6% em19901. O P. N. de Monte Pascoal, assimcomo outras áreas florestadas da região,tem sido alvo da especulação imobiliáriadevido à rápida expansão do turismo emtoda a Costa do Descobrimento. Além dis-so, existem assentamentos rurais ao re-dor da unidade de conservação, agravan-do a situação social e ambiental na re-gião. Parte da área do parque é compar-tilhada com uma reserva indígena de8.600 ha, território tradicional dos índiospataxós. A dependência da população in-dígena local em relação aos recursosnaturais representa uma ameaça à fau-na e flora da área. Há informações sobrecaça (aparentemente em diminuição) ecorte seletivo de madeira dentro do par-que, atividades praticadas sobretudo pelacomunidade indígena local, que somacerca de 5.000 índios2.
Referências1. Mendonça et al. (1994); 2. MMA (2004); Wege& Long (1995); Whitney & Pacheco (1995); BirdLi-fe International (2000); Cordeiro (2002).
Espécies ameaçadas: 13Leucopternis lacernulatus Wege & Long (1995).Crax blumenbachii Sem registros recentes confirmados (MMA 2004); Wege &
Long (1995).Pipile jacutinga Último registro conhecido em 1977 (Wege & Long 1995).Pyrrhura cruentata Baixo número (Wege & Long 1995).Touit surdus Wege & Long (1995).Amazona rhodocorytha Wege & Long (1995).Amazona vinacea BirdLife International (2000).Glaucis dohrnii Wege & Long (1995).Myrmotherula urosticta Whitney & Pacheco (1995).Carpornis melanocephala Wege & Long (1995).Cotinga maculata Wege & Long (1995).Xipholena atropurpurea Wege & Long (1995).Onychorhynchus swainsoni BirdLife International (2000).
Espécie quase ameaçadaAratinga auricapillus Wege & Long (1995).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Nacional de Monte Pascoal Proteção Integral 22.500 ha
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Serra de Itamaraju BA29A1 16°56’S, 39°34’W
Área: c.10.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Itamaraju Altitude: 200-700 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 219
DescriçãoEssa área está localizada no sul da Bahia,próximo aos parques nacionais de MontePascoal e do Descobrimento, e abrangeos remanescentes florestais existentes anorte e noroeste de Itamaraju, sobretudoaqueles a oeste da rodovia BR-101. Avegetação original da região é a florestaombrófila densa, estando alguns trechosjá bastante alterados. O clima local équente e úmido, com índices pluviométri-cos anuais variando entre 1.300 e 1.500mm.
AvesHá pouquíssimas informações sobre aavifauna de Itamaraju. Merece destaqueo registro de Glaucis dohrnii (balança-rabo-canela), beija-flor endêmico das ma-tas de tabuleiro do sul da Bahia e norte doEspírito Santo e conhecido de apenas seis
IBAs. Os psitacídeos Amazona rhodocorytha(chauá) e Aratinga auricapillus (jandaia-de-testa-vermelha) foram registrados na par-te sul do município1 e ocorrem nos par-ques nacionais vizinhos de Monte Pas-coal e do Descobrimento, provavelmenteestando presentes também na Serra deItamaraju.
AmeaçasUma das maiores ameaças é a expan-são das monoculturas de eucalipto paraprodução de celulose e papel. A retiradade madeiras de lei do interior das flores-tas representa uma ameaça adicional.
Referências1. Cordeiro (2002); BirdLife International (2000);Base de dados do workshop Avaliação e AçõesPrioritárias para a Conservação dos Biomas Flo-resta Atlântica e Campos Sulinos.
Espécie ameaçadaGlaucis dohrnii Um registro em 1993; “Serra de Itamaruja” (BirdLife
International 2000).
Parque Nacional do Descobrimento BA30A1 17°04’S, 39°18’W
Área: 25.000-30.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Prado Altitude: 0-100 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 219
DescriçãoJuntamente com os parques nacionais deMonte Pascoal (BA28) e do Pau-Brasil(BA27), essa área protegida forma umdos maiores conjuntos de remanescen-tes florestais na Região Nordeste, inte-
grando o Corredor Central da Mata Atlân-tica1. O parque situa-se a poucos quilô-metros ao sul do P. N. de Monte Pascoal,com o qual apresenta certa conexão atra-vés das matas desprotegidas sobre oscontrafortes orientais da Serra de Itama-
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raju (BA29). A vegetação predominante éa floresta ombrófila densa, havendo tam-bém trechos de restinga arbustiva. As flo-restas da área apresentam dossel com25 a 30 m de altura e sofreram corte se-letivo antes da criação do parque nacio-nal, em 1999. As famílias botânicas maisbem representadas nessas florestas sãoMyrtaceae, Marantaceae, Cyperaceae eArecaceae. O parque abriga numerosas es-pécies de plantas ameaçadas de extinção,como o jacarandá-da-bahia (Dalbergia nigra)e a braúna (Melanoxylon brauna), e é umadas últimas reservas de arruda (Swartziaeuxilophora). O clima local é tropical úmi-do, com índices pluviométricos entre1.100 e 2.000 mm anuais.
AvesO P. N. do Descobrimento ainda é muitopouco conhecido do ponto de vista orni-tológico, mas presumivelmente abrigavárias espécies ameaçadas da MataAtlântica, em especial as associadas àsmatas de tabuleiro do leste do Brasil. Aárea representa um dos últimos redutosde Crax blumenbachii (mutum-de-bico-vermelho), havendo registros recentes eregulares de grupos com 3 a 5 indiví-
duos2. O parque também é uma das áre-as com maior riqueza de psitacídeos nosul da Bahia3.
AmeaçasApesar de ser uma unidade de conserva-ção de proteção integral, ainda ocorre noP. N. do Descobrimento a retirada demadeira nativa para a fabricação de car-vão e para utilização em artesanato. Aoredor do parque existem assentamentosde reforma agrária do INCRA, que cons-tituem uma ameaça em virtude da faltade fiscalização ambiental efetiva. O par-que também foi recentemente invadidopor grupos indígenas2,4. Incêndios que sealastram a partir das propriedades doentorno podem atingir as florestas da uni-dade de conservação, como ocorreu emjaneiro de 20042. A região da Costa doDescobrimento como um todo sofre comas pressões do turismo em massa e aconseqüente urbanização desordenada.
Referências1. www.conservation.org.br/onde/mata_atlantica;2. MMA (2004) ; 3. Corde i ro (2002) ; 4 .www.ambientebrasil.com.br.
Espécies ameaçadas: 4Crax blumenbachii População mínima tentativamente estimada em 35-40
indivíduos (MMA 2004).Pyrrhura cruentata Cordeiro (2002).Touit surdus Cordeiro (2002).Amazona rhodocorytha Cordeiro (2002).
Espécie quase ameaçadaAratinga auricapillus Cordeiro (2002).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Nacional do Descobrimento Proteção Integral 21.129 ha
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Rio Mucuri BA31A1 18°05’S, 39°37’W
Área: 5.000-10.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Mucuri Altitude: 0-100 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Preliminar
PROBIO 222
DescriçãoEssa área compreende as matas frag-mentadas ao longo do rio Mucuri, no ex-tremo sul da Bahia, quase na divisa como Espírito Santo. A região possui climaúmido, com temperaturas ao redor de24°C e um período de chuvas mais abun-dantes entre março e maio. A florestaatlântica de planície cobria originalmentea maior parte da região, intercalada comtrechos da formação vegetal conhecidacomo mussununga. Nas matas nativas aolongo do rio Mucuri ainda existem algu-mas madeiras de lei, como jacarandá(Dalbergia nigra), jequitibá (Cariniana sp.),peroba (Aspidosperma cylindrocarpon),sucupira (Sweetia fruticosa) e ipê (Tabebuiasp.).
AvesQuase nada é conhecido sobre a avifau-na das matas ao longo do rio Mucuri. Noentanto, a área é estrategicamente impor-tante para viabilizar futuros programas de
reflorestamento que tenham por objetivoreconectar as florestas remanescentes dosul da Bahia e norte do Espírito Santo,tendo em vista o extensivo desmatamen-to dessa região. O rio Mucuri parece ser aúnica localidade de onde são conhecidosregistros recentes de Myrmeciza ruficauda(formigueiro-de-cauda-ruiva) no sul daBahia e uma das poucas áreas de ocor-rência da raça nominal dessa espécieameaçada na atualidade1.
AmeaçasDesmatamentos, corte seletivo de madei-ra e fogo proveniente dos pastos adjacen-tes. A inexistência de unidades de con-servação torna a área mais vulnerável aestes impactos.
Referências1. BirdLife International (2000, 2004); Paulo deTarso Z. Antas (Base de dados do workshop Ava-liação e Ações Prioritárias para a Conservação dosBiomas Floresta Atlântica e Campos Sulinos);Maria Martha Argel-de-Oliveira (in litt.).
Espécies ameaçadas: 3Touit surdus Alegadamente a maior população conhecida (P. T. Z. Antas).Amazona rhodocorytha M. M. Argel-de-Oliveira.Myrmeciza ruficauda Registrada a partir de 1997 (BirdLife International 2000).
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Tabela 1. Lista das IBAs no Estado de Minas Gerais
* Ver capítulo 2 para explicação dos critérios.
Critérios*
Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4MG01 Mocambinho CAA X 70 CAA
MG02 Vale do Peruaçu CAA X 74 CER, CAA
MG03 Januária CER, CAA X 74
MG/BA01 Bandeira/Macarani ATL X
MG04 Fazenda Santana ATL X 72
MG05 Reserva Biológica da Mata Escura ATL X
MG/BA02 Alto Cariri ATL X
MG06 Chapada do Catuni CER X
MG07 Botumirim CER X 72, 73
MG08 Baixo Rio das Velhas CAA, CER X 74
MG09 Parque Estadual do Rio Preto CER X
MG10 Parque Estadual do Pico do Itambé e
Serra do Gavião CER X 73
MG11 Serra do Cipó CER, ATL X 73 CER
MG12 Parque Estadual do Rio Doce ATL X
MG13 Caratinga ATL X
MG14 Serra do Caraça CER, ATL X 73
MG15 Serra da Canastra CER X CER X
MG16 Ouro Preto/Mariana ATL, CER X 73
MG17 Parque Estadual da Serra do Brigadeiro ATL X ATL
MG/RJ01 Laranjal/Miracema ATL X 75
MG18 Parque Estadual da Serra do Papagaio ATL XIBAs interestaduais descritas em seção referente a outro Estado
ES/MG01 Parque Nacional do Caparaó ATL X 76
RJ/MG01 Parque Nacional de Itatiaia ATL X 75, 76 ATL
SP/MG01 Serra da Mantiqueira ATL X 76 ATL
SP/MG02 São Francisco Xavier/Monte Verde ATL X
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Mocambinho MG01A1, A2, A3 15°04’S, 44°00’W
Área: 20.000 ha Bioma: CaatingaMunicípio: Jaíba Altitude: 450 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Preliminar
Key Area 063/PROBIO (55)
DescriçãoMocambinho situa-se na margem direitado médio rio São Francisco, no norte deMinas Gerais. A vegetação consiste prin-cipalmente de fragmentos de mata decí-dua secundária, caatinga arbórea densa(“Mata do Jaíba”) e caatinga arbustiva aolongo das margens do rio São Francis-co1,2. O Parque Estadual Lagoa do Caju-eiro, criado em 1998 mas ainda não im-plementando, aparentemente contémhábitats importantes para as espécies ci-tadas abaixo.
AvesA avifauna local é representativa da Caa-tinga e algumas espécies exclusivas des-se bioma têm na região do médio rio SãoFrancisco seu limite sul de distribuição,como Penelope jacucaca (jacucaca),
Picumnus pygmaeus (pica-pau-anão-pin-tado), Gyalophylax hellmayri (joão-chi-que-chique) e Hylopezus ochroleucus (to-rom-do-nordeste)1. A presença de umapopulação significativa de Nyctiprogne vi-elliardi (bacurau-do-são-francisco) quali-fica a área sob o critério A2, uma vez queessa espécie de distribuição restrita nãoocorre em outras áreas representativasda EBA070. Mocambinho parece ser, defato, uma das áreas mais importantespara N. vielliardi na atualidade. Até 150-200 indivíduos podem ser vistos ao mes-mo tempo em trechos restritos da mar-gem do rio São Francisco, e a reprodu-ção da espécie foi recentemente confir-mada na área3.
AmeaçasA implantação do projeto de irrigação do
Espécie ameaçadaPenelope jacucaca Kirwan et al. (2001).
Espécies quase ameaçadas: 7Crypturellus noctivagus Raça C. n. zabele (Kirwan et al. 2001).Primolius maracana Kirwan et al. (2001).Nyctiprogne vielliardi Comum na área (Whitney et al. 2003b); Kirwan et al. (2001).Gyalophylax hellmayri Kirwan et al. (2001).Herpsilochmus sellowi Whitney et al. (2000).Hylopezus ochroleucus Kirwan et al. (2001).Arremon franciscanus Localidade-tipo da espécie (Raposo 1997).
Espécies de distribuição restrita: 2 [EBA070] (Nyctiprogne vielliardi)
Espécies endêmicas: 10 CAA
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Estadual Lagoa do Cajueiro Proteção Integral 20.500 ha
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Vale do Peruaçu MG02A1, A2, A3 15°09’S, 44°15’W
Área: c.60.000 ha Bioma: CaatingaMunicípios: Itacarambi, Januária, São João das Missões Altitude: 455 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Preliminar
Key Area 063/PROBIO 150 (55)
DescriçãoEssa extensa área de matas secas aolongo do baixo curso do rio Peruaçu, nonorte de Minas Gerais, abrange o ParqueNacional Cavernas do Peruaçu e algumaslocalidades adjacentes onde há registrosde espécies ameaçadas, como a Fazen-da Nossa Senhora Aparecida, antes par-
te da Fazenda Olhos d’Água1. O rio Peru-açu, afluente da margem esquerda do rioSão Francisco, nasce no interior do par-que nacional, onde percorre áreas alagá-veis e um cânion cujas paredes se ele-vam a mais de 100 m de altura. O hábitatprincipal é a floresta tropical decídua (ma-tas secas da depressão do rio São Fran-
Espécies ameaçadas: 2Xiphocolaptes falcirostris Andrade et al. (1986), Wege & Long (1995), Kirwan et al.
(2001).Phylloscartes roquettei Ocorrência confirmada recentemente (Fitzpatrick 2004).
Espécies quase ameaçadas: 6Crypturellus noctivagus Raça C. n. zabele; Andrade et al. (1994).Aratinga auricapillus Wege & Long (1995), Kirwan et al. (2001).Herpsilochmus sellowi Andrade et al. (1994), Kirwan et al. (2001).Hylopezus ochroleucus Andrade et al. (1994).Knipolegus franciscanus Silva & Oren (1992).Arremon franciscanus Recentemente registrada no P. N. Cavernas do Peruaçu
(CBRO 2000a, Kirwan et al. 2001).
Espécies de distribuição restrita: 2 EBA074
Espécies endêmicas: 7 CAAEspécies endêmicas: 7 [CER] (Xiphocolaptes [f.] franciscanus, Knipolegus
franciscanus)
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Nacional Cavernas do Peruaçu Proteção Integral 56.800 haAPA Cavernas do Peruaçu Uso Sustentável 143.866 ha
Jaíba, um dos maiores da América Lati-na, resultou na supressão de extensasáreas de hábitats naturais a partir do finalda década de 19904. Em conseqüência,as matas de maior porte persistem hojena região apenas como manchas isola-das em meio a uma paisagem predomi-
nantemente agrícola1. A degradação adi-cional do hábitat e a caça ilegal são ame-aças que ainda se mantêm1.
Referências1. Kirwan et al. (2001); 2. Raposo (1997); 3. Whit-ney et al. (2003b); 4. Ribon & Simon (1997); Wege& Long (1995); Ribon (2000); Whitney et al. (2000).
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AvesA área é de importância crítica para aconservação das florestas decíduas daregião do médio rio São Francisco e atu-almente parece ser o principal reduto daraça local endêmica do arapaçu-do-nordes-te (Xiphocolaptes falcirostris franciscanus)1.A avifauna do Vale do Peruaçu é algo dis-tinta da encontrada em Mocambinho, nolado oposto do rio São Francisco, sobre-tudo pela presença de endemismos as-sociados às matas secas do domínio doCerrado, como o já mencionado X. f.franciscanus (restrito à margem esquer-da do São Francisco2), Hylocryptus recti-rostris (fura-barreira) e Basileuterus leu-cophrys (pula-pula-de-sobrancelha). O P.N. Cavernas do Peruaçu é uma das princi-pais unidades de conservação de proteçãointegral no âmbito da EBA074 (Florestas De-cíduas de Minas Gerais e Goiás)1, servindode refúgio para as duas espécies que defi-nem essa área de endemismo (Knipolegusfranciscanus, maria-preta-do-nordeste, ePhylloscartes roquettei , cara-dourada)1,3. Aocorrência de Nyctiprogne vielliardi (ba-curau-do-são-francisco) é igualmente pro-vável, visto que o P. N. Cavernas do Pe-ruaçu estende-se até a margem do rioSão Francisco no norte do município deJanuária, onde a espécie não parece ter
sido procurada até agora, apesar de ocor-rer na margem oposta do rio, em Mocam-binho4. Similarmente, o quase ameaçadoGyalophylax hellmayri (joão-chique-chi-que) foi recentemente observado entreItacarambi e Manga, possivelmente ocor-rendo no parque nacional e em seu en-torno imediato1. Porém, algumas outrasespécies ameaçadas ou quase ameaça-das mencionadas para a região possu-em ocorrência improvável em termos dis-tribucionais e seus registros requeremconfirmação. É o caso de Amazona vina-cea (papagaio-de-peito-roxo)5,6 e A. xan-thops (papagaio-galego)7,8, e também Pe-nelope ochrogaster (jacu-de-barriga-cas-tanha) e Ramphodon naevius (beija-flor-rajado)6,8.
AmeaçasExtensas áreas da região já foram des-matadas para a criação de gado. Mesmono interior do P. N. Cavernas do Peruaçuos remanescentes de floresta decíduaestão agora bastante isolados, sendonecessário interligá-los por corredores1.A destruição adicional da vegetação nati-va para o aumento de áreas agrícolas,produção de carvão, extração de lenha emineração de calcário representa a prin-cipal ameaça às aves endêmicas e ame-açadas da região9.
Referências1. Kirwan et al. (2001); 2. Ribon (2000); 3. Fitzpa-trick (2004); 4. Whitney et al. (2003); 5. Collar etal. (1992); 6. Andrade et al. (1994); 7. Andrade(1991); 8. Machado et al. (1998); 9. BirdLife Inter-national (2000); Andrade et al. (1986); Silva & Oren(1992); Wege & Long (1995); CBRO (2000a); Ra-poso et al. (2002).
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Espécies ameaçadas: 2Xiphocolaptes falcirostris Localidade-tipo da subespécie X. f. franciscanus; Andrade et
al. (1986), Wege & Long (1995).Phylloscartes roquettei Localidade-tipo da espécie; Willis & Oniki (1991).
Espécies quase ameaçadas: 4Crypturellus noctivagus Raça C. n. zabele; Willis & Oniki (1991).Nyctiprogne vielliardi Comum (Whitney et al. 2003b).Hylopezus ochroleucus Whitney et al. (1995b).Knipolegus franciscanus Silva & Oren (1992), Willis & Oniki (1991).
Espécies de distribuição restrita: 2 EBA074
Januária MG03A1, A2 15°29’S, 44°22’W
Área: ? Bioma: Cerrado, CaatingaMunicípios: Januária, Pedras de Maria da Cruz Altitude: 450-600 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Preliminar
Key Area 064
DescriçãoJanuária está situada às margens do rioSão Francisco, cerca de 30 km ao sul doslimites do Parque Nacional Cavernas doPeruaçu (MG02), no norte de Minas Ge-rais. Nos arredores da cidade, florestastropicais decíduas e semidecíduas (ma-tas secas) com até 20-25 m de altura cres-cem em áreas de solos calcáreos sobreas escarpas e na depressão do vale doSão Francisco, em ambos os lados dorio1. No topo das escarpas e em algumasáreas de solo arenoso da margem lestedo rio existem cerrados, mas grande par-te da planície ao longo do São Franciscoé coberta por caatingas alteradas1.
AvesJanuária é uma das duas áreas onde háregistros confirmados de ambas as es-pécies de distribuição restrita que definema EBA074 (Florestas Decíduas de MinasGerais e Goiás), Knipolegus franciscanus(maria-preta-do-nordeste) e Phylloscartesroquettei (cara-dourada). Porém, desco-nhece-se a situação atual dessas espé-cies e de seu hábitat na região. No finalda década de 1970, P. roquettei ainda eraencontrado em ambos os lados do rio SãoFrancisco, nas proximidades de Brejo doAmparo (a noroeste de Januária) e ao lon-
go da estrada para Montes Claros1, masbuscas mais recentes pela espéciemalograram2,3. O quase ameaçado Nyc-tiprogne v ielliardi (bacurau-do-são-fran-cisco), por outro lado, tem sido observa-do junto ao rio São Francisco4, e aves quepodem ter sido Curaeus forbesi (anuma-rá) foram avistadas em plantações de cana-de-açúcar acima de Brejo do Amparo em19771. Já Penelope ochrogaster (jacu-de-barriga-castanha) e Amazona vinacea(papagaio-de-peito-roxo), citados para aregião5,6,7, não possuem ocorrência con-firmada no norte de Minas Gerais.
AmeaçasA floresta tropical decídua está entre oshábitats mais ameaçados e desprotegi-dos do Brasil. Em meados da década de1980, fornos de carvão estavam em ple-na atividade em Brejo do Amparo, ondeas florestas também estavam sendo der-rubadas para a formação de pastagens eáreas de agricultura3.
Referências1. Willis & Oniki (1991); 2. Raposo et al. (2002); 3.BirdLife International (2004); 4. Whitney et al.(2003b); 5. Collar et al. (1992); 6. Wege & Long(1995); 7. Machado et al. (1998); Andrade et al.(1986); Silva & Oren (1992); Whitney et al. (1995b).
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Espécies ameaçadas: 10Pyrrhura cruentata R. Ribon.Jacamaralcyon tridactyla R. Ribon.Synallaxis cinerea R. Ribon.Acrobatornis fonsecai R. Ribon.Tripophaga macroura R. Ribon.Disythamnus plumbeus R. Ribon.Myrmotherula urosticta R. Ribon.Merulaxis stresemanni R. Ribon.Carpornis melanocephala R. Ribon.Cotinga maculata R. Ribon.
Espécies quase ameaçadas: 3Aratinga auricapillus R. Ribon.Iodopleura pipra Única área de ocorrência recente em Minas Gerais; R. Ribon.Lipaugus lanioides R. Ribon.
Bandeira / Macarani MG/BA01A1 15°48’S, 40°31’W
Área: 3.000-4.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Bandeira (MG), Macarani (BA) Altitude: 750-850 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 217
DescriçãoEsse remanescente florestal relativamen-te extenso está situado na região do mé-dio rio Jequitinhonha, na divisa entre Mi-nas Gerais e Bahia, a cerca de 50 km aonorte de Almenara. A vegetação é classi-ficada como floresta ombrófila densa,sendo mais desenvolvida no fundo dosvales. De forma geral, a mata ainda seencontra bem preservada na área, ape-sar da atividade constante de madeirei-ros em toda a região.
AvesEm um levantamento recente, ainda nãopublicado, 252 espécies de aves foramidentificadas na área1. Entre as váriasespécies ameaçadas encontradas, des-taca-se Merulaxis stresemanni (entufado-baiano), pássaro que permaneceu conhe-cido de apenas dois exemplares antigos
até ser redescoberto em 1995 próximo àReserva Biológica de Una2, na Bahia,onde, porém, não foi mais encontrado.Atualmente, Bandeira/Macarani e Una(BA21) são as duas únicas áreas de ocor-rência conhecida dessa espécie critica-mente ameaçada.
AmeaçasOs desmatamentos e o corte seletivo deárvores ainda são freqüentes na região,sendo praticados tanto por moradoreslocais quanto por pessoas que vêm deoutras regiões da Bahia em busca demadeira. A caça representa uma ameaçaadicional à fauna.
Referências1. Rômulo Ribon (in litt.); 2. Baudet (2001).
IBA sugerida por Rômulo Ribon
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Fazenda Santana MG04A1, A2 16°03’S, 40°02’W
Área: c.5.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Salto da Divisa Altitude: 100 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 217
DescriçãoEssa área de topografia plana é formadapor um conjunto de fragmentos de florestadecídua localizados na margem esquer-da do médio rio Jequitinhonha, junto àdivisa de Minas Gerais com Bahia1. A ve-getação é similar às matas-de-cipó dosudeste baiano, sendo classificada comofloresta estacional decidual de terras bai-xas1. O sub-bosque é rico em broméliasterrestres do gênero Ananas, que atingematé 2 m de altura e formam densas man-chas em meio a arbustos espinhentos, li-anas e touceiras de bambu1,2. O estratosuperior é composto por árvores de até30 m de altura, sendo notável a presençade grandes cactáceas isoladas e da epífitabarba-de-velho (Tillandsia usneoides)1,2. Oprincipal fragmento florestal na área temcerca de 1.100 ha e abrange parte dasfazendas Santana, Ondina e Jaboti, pro-vavelmente constituindo hoje o maior re-manescente de floresta decidual de ter-ras baixas entre os rios Pardo e Jequiti-nhonha1.
AvesA Fazenda Santana é a única área de ocor-rência conhecida de Rhopornis ardesiacus(gravatazeiro) em Minas Gerais e uma daspoucas onde essa espécie típica da mata-de-cipó ocorre. Novas populações de ou-tras espécies ameaçadas também foramrecentemente descobertas na área, inclu-indo algumas típicas de florestas de baixa-da, como Amazona rhodocorytha (chauá),Myrmeciza ruficauda (formigueiro-de-cau-da-ruiva) e Neopelma aurifrons (fruxu-baiano)1,3,4. De resto, a avifauna local di-fere pouco da encontrada nas matas de-cíduas de Boa Nova, na Bahia (BA17),estanto ausentes espécies de zonas maissecas, como Sakesphorus cristatus (cho-ca-do-nordeste), endêmico da Caatinga,e Formicivora iheringi (formigueiro-do-nordeste)1. Um inventário ainda inédito, re-alizado entre 1999 e 2003, apontou a pre-sença de 175 espécies na área2. Merecedestaque a observação de uma águia degrande porte (Harpia ou Morphnus), em19993.
Espécies ameaçadas: 5Pyrrhura cruentata Ribon & Maldonado-Coelho (2001).Amazona rhodocorytha Ribon & Maldonado-Coelho (2001).Rhopornis ardesiacus Ribon & Maldonado-Coelho (2001).Myrmeciza ruficauda Única área de ocorrência em Minas Gerais (Marini et al. 2002).Neopelma aurifrons Ribon & Maldonado-Coelho (2001).
Espécies quase ameaçadas: 3Crypturellus noctivagus Raça C. n. zabele (Ribon & Maldonado-Coelho 2001).Primolius maracana Ribon & Maldonado-Coelho (2001).Aratinga auricapillus Ribon & Maldonado-Coelho (2001).
Espécies de distribuição restrita: 1 EBA072
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AmeaçasA despeito dos numerosos apelos pelaproteção de R. ardesiacus e de seu hábi-tat único, nenhuma unidade de conser-vação protege as matas-de-cipó da Bahiae as florestas deciduais de terras baixasdos vales dos rios Pardo e Jequitinho-nha1,3. Os fragmentos florestais da Fazen-
da Santana estão isolados por pastagensde capim-colonião (Panicum maximum )e sofrem corte seletivo1,2.
Referências1. Ribon & Maldonado-Coelho (2001); 2. Ribon etal. (2003); 3. Ribon & Goerck (2003); 4. Marini etal. (2002); Lopes et al. (2002).
Reserva Biológica da Mata Escura MG05A1 16°21’S, 41°00’W
Área: 51.046 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Jequitinhonha, Almenara Altitude: até 1.000 mGrau de proteção: Total Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 218
DescriçãoA recém-criada Reserva Biológica daMata Escura está situada em uma zonade contato entre os biomas Mata Atlânti-ca, Cerrado e Caatinga, abrangendo umaextensa área de hábitats naturais aindabem preservados na margem esquerdado médio rio Jequitinhonha, ao norte dacidade de Jequitinhonha1.
AvesA R. B. da Mata Escura provavelmente éuma das áreas mais bem preservadasque ainda mantêm gradientes naturaisentre a floresta atlântica, o cerrado e acaatinga1. Não há informações publica-das sobre as aves da região, mas a com-binação de três biomas tão distintos ocor-
rendo a distâncias de apenas 100 m umdo outro1 potencialmente favorece a exis-tência de uma avifauna variada e de com-posição única. A Mata Escura é uma dastrês áreas de ocorrência conhecida de Sy-nallaxis cinerea (joão-baiano) em MinasGerais. Em adição, um Phylloscartes re-centemente encontrado na reserva é, comtoda a probabilidade, P. beckeri1 (borbo-letinha-baiano), espécie ameaçada des-crita somente em 1995 e conhecida deapenas outras cinco áreas na Bahia.
AmeaçasO processo malconduzido de criação dareserva gerou grande descontentamentona comunidade local. Os limites estabe-lecidos para a unidade de conservação
Espécie ameaçadaSynallaxis cinerea Lopes et al. (2002).
Espécies quase ameaçadas: 4Leucopternis polionotus Ribon & Goerck (2003).Aratinga auricapillus Ribon & Goerck (2003).Herpsilochmus sellowi Marcos Maldonado-Coelho in Ribon & Goerck (2003).Lipaugus lanioides Ribon & Goerck (2003).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaReserva Biológica da Mata Escura Proteção Integral 51.046 ha
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incluem muitas áreas produtivas utiliza-das como pastagens e para a agricultu-ra. Como resultado, há tentativas de re-ver esses limites e foi criado o Movimen-to dos Atingidos pela R. B. da Mata Escu-ra. Além disso, há suspeitas de que pro-prietários descontentes estejam ateando
fogo à floresta. Outro risco advém da exis-tência de assentamentos rurais na vizi-nhança imediata da reserva1,2.
Referências1. Ribon & Goerck (2003); 2. Rômulo Ribon (in litt.);Lopes et al. (2002).
Alto Cariri MG/BA02A1 16°22’S, 40°02’W
Área: c.22.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Salto da Divisa, Santa Maria do Salto (MG), Altitude: 700 mGuaratinga (BA) Inventário ornitológico: Não disponívelGrau de proteção: Nenhum PROBIO 217
DescriçãoEssa extensa área de floresta ombrófiladensa na divisa de Minas Gerais comBahia está situada em uma região mon-tanhosa ao sul do médio rio Jequitinho-nha1. Parte do maciço florestal (cerca de600 ha) vem sendo explorada sob regi-me de manejo sustentado desde 19991,2,mas a vegetação é predominantementeprimária2. O Alto Cariri foi declarado umaASPE (Área Sob Proteção Especial) peloIbama devido ao seu grande potencialpara a conservação da biodiversidade noâmbito da Mata Atlântica, sendo uma áreaprioritária para inventários científicos epara a criação de uma unidade de con-servação.
AvesNão há informações publicadas sobre aavifauna do Alto Cariri, mas os resulta-
dos de um levantamento preliminar indi-caram que a área possui grande impor-tância como refúgio para aves endêmi-cas, raras e ameaçadas de extinção daMata Atlântica1,2. Há relatos sobre a ocor-rência histórica de Crax blumenbachii(mutum-de-bico-vermelho) e Pipile jacu-tinga (jacutinga) na região3. O Alto Caririé uma das duas áreas de Minas Geraisonde a ocorrência de Carpornis melano-cephala (sabiá-pimenta) foi constatadaaté o momento.
AmeaçasExploração ilegal de madeira2.
Referências1. Abreu & Ribon (2002); 2. Ribon & Goerck (2003);3. Rômulo Ribon (in litt.).
IBA sugerida por Rômulo Ribon
Espécies ameaçadas: 2Amazona rhodocorytha Abreu & Ribon (2002).Carpornis melanocephala Abreu & Ribon (2002).
Espécies quase ameaçadas: 3Tinamus solitarius Abreu & Ribon (2002).Lipaugus lanioides Abreu & Ribon (2002).Orchesticus abeillei Abreu & Ribon (2002).
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Chapada do Catuni MG06A1 16°24’S, 43°23’W
Área: > 500 ha Bioma: CerradoMunicípios: Francisco Sá, Grão Mogol Altitude: 700-1.050 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
DescriçãoSituada cerca de 60 km a nordeste deMontes Claros, no centro-norte de MinasGerais, a Chapada (ou Chapadão) doCatuni pertence ao setor da Cadeia doEspinhaço localizado ao norte do rio Je-quitinhonha. A área abrange os cerradosabertos do topo da chapada e tambémas caatingas arbóreas existentes em suavertente oeste, a partir de 700 m de alti-tude1,2.
AvesNa Chapada do Catuni ocorrem váriasespécies endêmicas do Cerrado que pre-sentemente são alvo de atenção conser-vacionista e pelo menos duas das seteespécies de distribuição restrita que defi-nem a EBA073 (Serras e Chapadas do Bra-sil Central). Mas um inventário completo daavifauna local ainda não está disponível. Osregistros de Euscarthmus rufomarginatus(maria-corruíra) para a área aparente-
Espécie ameaçadaPoospiza cinerea D’Angelo Neto & Queiroz (2001).
Espécies quase ameaçadas: 6Polystictus superciliaris D’Angelo Neto & Queiroz (2001).Euscarthmus rufomarginatus Restrito às áreas melhor preservadas do topo da chapada
(D’Angelo Neto & Queiroz 2001).Arremon franciscanus D’Angelo Neto & Queiroz (2001), D’Angelo Neto & Vasconcelos
(2003).Embernagra longicauda D’Angelo Neto & Queiroz (2001).Passerina caerulescens D’Angelo Neto & Queiroz (2001).Charitospiza eucosma D’Angelo Neto & Queiroz (2001).
mente são os únicos confirmados emMinas Gerais1. A recente descoberta deArremon franciscanus (tico-tico-do-são-francisco) em uma área de caatinga daFazenda Imburana, a cerca de 1 km dotopo da chapada, estendeu em 110 kmpara o sul a distribuição geográfica atéentão conhecida dessa espécie quaseameaçada3.
AmeaçasA Chapada do Catuni está sob constantepressão antrópica, destacando-se comoameaças à área as queimadas periódi-cas para a formação de pastagens, a ex-pansão dos florestamentos de eucaliptoe pínus e a mineração de quartzito1.
Referências1. D’Angelo Neto & Queiroz (2001); 2. MarceloFerreira de Vasconcelos (verb.); 3. D’Angelo Neto& Vasconcelos (2003).
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Botumirim MG07A1, A2 16°49’S, 43°01’W
Área: 2.000-5.000 ha Bioma: CerradoMunicípio: Botumirim Altitude: 790-1.400 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
DescriçãoBotumirim localiza-se a 90 km de MontesClaros, ao norte do rio Jequitinhonha, nocentro-norte de Minas Gerais. Junto à ci-dade ergue-se uma chapada pertencen-te à Cadeia do Espinhaço, cujo topo éconhecido como Campina do Bananal. Avegetação sobre o platô é de campo ru-pestre típico, onde são abundantes plan-tas das famílias Bromeliaceae, Cacta-ceae, Clusiaceae, Ericaceae, Eriocaula-ceae, Melastomataceae, Orchidacea, Po-aceae, Velloziaceae e Verbenaceae1. ACampina do Bananal é relativamente pró-xima à Chapada do Catuni (MG06), masnão existe continuidade acima dos 1.000m de altitude entre os vários maciçosmontanhosos que formam a Cadeia doEspinhaço nessa região. No sopé da cha-pada e em suas encostas, no vale do Je-quitinhonha, existem matas semidecí-duas fragmentadas. Um dos remanes-centes mais representativos, com 200 ha,é a Mata do Lobo, que se encontra emuma altitude de 790 m e dista cerca de 8
km da Campina do Bananal2. Árvores co-muns na Mata do Lobo incluem Sclerolo-bium rugosum , Hortia arborea ,Emmotum nitens , Anadenanthera sp.,Cariniana estrellensis, Machaerium sp. eVantanea sp.; o sub-bosque é compostoprincipalmente por Miconia sp., Siparunaguianensis e algumas gramíneas2.
AvesA área é representativa de duas EBAs,combinando endemismos dos camposrupestres do Cerrado e das matas decí-duas da Bahia. A ocorrência de uma po-pulação isolada de Asthenes luizae (le-nheiro-da-serra-do-cipó), a primeira des-coberta ao norte do rio Jequitinhonha, foirecentemente documentada na Campinado Bananal1. Essa população difere mor-fologicamente daquela que habita a por-ção meridional da Cadeia do Espinhaço1.Formicivora iheringi (formigueiro-do-nor-deste) é relativamente abundante na Matado Lobo2 e ocorre também em outrasmatas e capoeiras da região3.
Espécie ameaçadaAsthenes luizae 3 indivíduos vistos em uma área de 450 m2 na Campina
do Bananal (Vasconcelos et al. 2002).
Espécies quase ameaçadas: 3Augastes scutatus M. F. de Vasconcelos.Formicivora iheringi Ocorre até c.900 m de altitude (M. F. de Vasconcelos);
D’Angelo Neto et al. (2001).Embernagra longicauda Vasconcelos et al. (2003b).
Espécies de distribuição restrita: 1 EBA072Espécies de distribuição restrita: 3 EBA073
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AmeaçasAs matas secas habitadas por F. iheringivêm sendo degradadas em conseqüên-cia da recente introdução do cultivo decafé na região e, em menor grau, pelofogo e corte seletivo de madeira2, ao pas-so que os campos rupestres da Campina
do Bananal ainda encontram-se bem pre-servados3.
Referências1. Vasconcelos et al. (2002); 2. D’Angelo Neto etal. (2001); 3. Marcelo Ferreira de Vasconcelos(verb. e in litt.); Vasconcelos et al. (2003b).
Baixo Rio das Velhas MG08A1, A2 17°23’S, 44°48’W
Área: < 5.000 ha Bioma: Caatinga, CerradoMunicípios: Pirapora, Várzea da Palma Altitude: 470 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Preliminar
Espécies ameaçadas: 2Phylloscartes roquettei Observado em alguns pontos da área.
(Raposo et al. 2002); BirdLife International (2000), Kirwan etal. (2001).
Curaeus forbesi Registrado em 1998 próximo a Pirapora (BirdLife International2000).
Espécies quase ameaçadas: 2Nyctiprogne vielliardi Kirwan et al. (2001), Whitney et al. (2003b).Phylloscartes eximius Kirwan et al. (2001).
Espécies de distribuição restrita: 1 EBA074
DescriçãoEssa área é próxima a Pirapora e com-preende os fragmentos de floresta decí-dua e as matas ripárias associadas aobaixo curso do rio das Velhas, entre a suafoz no rio São Francisco e Várzea da Pal-ma. Embora ricas florestas tenham sidodescritas para o baixo rio das Velhas nopassado, a região apresenta hoje umapaisagem formada predominantementepor áreas agrícolas e caatingas arbusti-vas, estando os remanescentes florestaisbastante degradados e restritos às mar-gens de cursos-d’água1,2.
AvesO Baixo Rio das Velhas é uma das duasúnicas áreas onde Phylloscartes roquettei(cara-dourada) tem sido encontrado nosúltimos anos. Na região, essa espéciecriticamente ameaçada ocupa principal-mente estreitas faixas de mata de galeria
remanescente que margeiam o rio dasVelhas e alguns de seus tributários, comoo córrego dos Ovos2. O quase ameaça-do Nyctiprogne vielliardi (bacurau-do-são-francisco) tem sido encontrado nessesmesmos ambientes3 e ocorre também aolongo das estradas de terra que percor-rem a área4. Ambas são espécies de dis-tribuição restrita pouco representadas emoutras IBAs. É provável que o registro deCuraeus forbesi (anumará) para a regiãotenha se dado nas proximidades2,5.
AmeaçasDestruição e degradação adicional dasmatas secas.
Referências1. Kirwan et al. (2001); 2. Raposo et al. (2002); 3.Whitney et al. (2003b); 4. www.arthurgrosset.com/sitenotes/northeastbrazil; 5. BirdLife International(2000).
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Parque Estadual do Rio Preto MG09A1 18°12’S, 43°18’W
Área: > 10.755 ha Bioma: CerradoMunicípios: São Gonçalo do Rio Preto Altitude: 730-1.830 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Não disponível
DescriçãoO Parque Estadual do Rio Preto faz parteda Cadeia do Espinhaço e situa-se a ape-nas 20 km ao norte do P. E. do Pico doItambé (MG10), na porção superior dabacia do rio Jequitinhonha. O hábitat con-siste basicamente de campos rupestrese campos cerrados. Existem campos na-turais bem preservados em áreas parti-culares situadas imediatamente ao sul ea sudeste do parque, onde ocorrem avesameaçadas de extinção1.
AvesA avifauna do parque começou a ser in-ventariada há muito pouco tempo1. Osresultados preliminares desse inventário,ainda inéditos, incluem a descoberta deuma nova população de Asthenes luizae
(lenheiro-da-serra-do-cipó) e o registro deCoryphaspiza melanotis (tico-tico-de-máscara-negra), conhecido em MinasGerais em apenas uma IBA adicional.
AmeaçasOs campos naturais, um dos principaisambientes para aves ameaçadas na re-gião, estão apenas parcialmente protegi-dos pela unidade de conservação e so-frem intensa pressão de pastejo, que sesoma aos impactos da erosão decorren-te de atividades de mineração e aberturade estradas1.
Referências1. Marcos Ricardo Bornschein (verb.).
IBA sugerida por Marcos R. Bornschein
Espécies ameaçadas: 3Asthenes luizae M. R. Bornschein.Coryphaspiza melanotis Presente no parque e em seu entorno (M. R. Bornschein).Poospiza cinerea Ocupa as áreas mais baixas do parque (M. R. Bornschein).
Espécie quase ameaçadaAratinga auricapillus Ocupa as áreas mais baixas do parque (M. R. Bornschein).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Estadual do Rio Preto Proteção Integral 10.755 ha
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Parque Estadual do Pico do Itambé e Serra do Gavião MG10A1, A2 18°26’S, 43°25’W
Área: 5.000-10.000 ha Bioma: CerradoMunicípios: Santo Antônio do Itambé, Altitude: 1.000-2.044 mSerro Azul de Minas, Serro Inventário ornitológico: Não disponívelGrau de proteção: Parcial
DescriçãoO Parque Estadual do Pico do Itambé lo-caliza-se próximo a Diamantina, na regiãocentral de Minas Gerais, em um dos se-tores mais elevados da Cadeia do Espi-nhaço. A Serra do Gavião é contígua aoparque e consiste em um platô rochosoque se eleva a 1.000-1.200 m de altitu-de1,2,3. A área é formada quase que exclu-sivamente por campos rupestres, onde sãoabundantes plantas rupícolas dos gênerosAechmaea, Barbacenia, Croton, Euphorbia,Laelia, Mandevilla, Paepalanthus, Vellozia,Vernonia e Vriesea, além de várias outrasdas famílias Apocynaceae, Asteraceae,Cactaceae, Eriocaulaceae, Lamiaceae eVerbenaceae2. Na base do maciço ondese localiza o Pico do Itambé há matassemidecíduas.
Espécie ameaçadaAsthenes luizae Um indivíduo visto na Serra do Gavião, Capivari, em 1998
(Cordeiro et al. 1998) e vários detectados no P. E. do Pico doItambé, em 2000 (Vasconcelos 2002a).
Espécies quase ameaçadas: 3Augastes scutatus Cordeiro et al. (1998), Vasconcelos (2002a).Polystictus superciliaris Cordeiro et al. (1998), Vasconcelos (2002a).Embernagra longicauda Vasconcelos (2002a).
Espécies de distribuição restrita: 4 EBA073
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Estadual do Pico do Itambé Proteção Integral 4.700 ha
AvesO P. E. do Pico do Itambé é uma das trêsunidades de conservação com ocorrên-cia conhecida de Asthenes luizae (lenhei-ro-da-serra-do-cipó), furnarídeo endêmi-co da porção mineira da Cadeia do Espi-nhaço. A área também abriga outras avesendêmicas dos topos de montanha dosudeste do Brasil, como as espécies qua-se ameaçadas listadas abaixo2.
AmeaçasO parque carece de infra-estrutura bási-ca e o controle e fiscalização da área sãoprecários2.
Referências1. Marcelo Ferreira de Vasconcelos (verb.); 2. Vas-concelos (2002a); 3. Cordeiro et al. (1998).
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Serra do Cipó MG11A1, A2, A3 19°22’S, 43°27’W
Área: 50.000-100.000 ha Bioma: Cerrado, Mata AtlânticaMunicípios: Jaboticatubas, Santana do Riacho, Morro do Altitude: 800-1.687 mPilar, Conceição do Mato Dentro, Itambé do Mato Dentro Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Parcial Key Area 066/PROBIO 225
DescriçãoEssa área inclui o Parque Nacional daSerra do Cipó e localidades vizinhas si-tuadas acima da cota de 1.000 m, entreelas Ribeirão do Campo (em Conceiçãodo Mato Dentro) e Alto da Boa Vista (San-tana do Riacho). Tal como outras áreasda porção meridional da Cadeia do Espi-nhaço (p.ex., a Serra do Caraça, MG14),a Serra do Cipó situa-se na faixa de tran-
sição entre os domínios do Cerrado e daMata Atlântica, suportando uma grandevariedade de hábitats1. A floresta atlânti-ca é a formação predominante na vertenteleste da serra, entre 800 e 1.000 m dealtitude, ao passo que a vertente oposta,nessa mesma faixa altitudinal, é recober-ta por cerrados1. Entre 1.000 e 1.300 m,em ambas as vertentes, predomina a ve-getação típica de campo rupestre, corta-
Espécies ameaçadas: 4Nothura minor Registrada na década de 1970 (Willis & Oniki 1991, BirdLife
International 2000) e dada como vista na área em 2001 porobservadores de aves (D. Scott); necessita de uma reavaliaçãode seu status.
Harpyhaliaetus coronatus Itambé do Mato Dentro (Ribeiro 1997, Machado et al. 1998,Andrade & Andrade 1998).
Asthenes luizae Cordeiro et al. (1998), Vielliard (1990), Wege & Long (1995),Andrade et al. (1998).
Poospiza cinerea Wege & Long (1995), Machado et al. (1998), Melo Jr. (1996).
Espécies quase ameaçadas: 7Augastes scutatus Willis & Oniki (1991), Cordeiro et al. (1998), Melo Jr. et al.
(2001).Drymophila ochropyga Melo Jr. et al. (2001).Polystictus superciliaris Willis & Oniki (1991), Vasconcelos (1999a), Melo Jr. et al.
(2001).Charitospiza eucosma Melo Jr. et al. (2001).Passerina caerulescens Melo Jr. et al. (2001).Embernagra longicauda Willis & Oniki (1991), Cordeiro et al. (1998), Melo Jr. et al.
(2001).Neothraupis fasciata Melo Jr. et al. (2001).
Espécies de distribuição restrita: 5 EBA073
Espécies endêmicas: 17 CER
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Nacional da Serra do Cipó Proteção Integral 33.800 haAPA do Morro da Pedreira Uso Sustentável 66.200 ha
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da por estreitas matas ripárias1. Acimadessa faixa altitudinal, onde estão ausen-tes os afloramentos rochosos que carac-terizam os campos rupestres, um amplocampo aberto e úmido abre-se sobre oplatô da serra; áreas brejosas, trechos li-mitados de campo rupestre, estreitasmatas ripárias e pequenas manchas na-turais de floresta completam a paisagemnesse setor1. Os campos rupestres daregião, em particular, concentram um ele-vado número de plantas endêmicas daCadeia do Espinhaço, várias delas intei-ramente restritas à Serra do Cipó2. Nabase da serra são encontrados pequenoslagos, áreas palustres e ambientes antró-picos (plantações e pastagens)1. A tem-peratura média anual varia de 17 a 18,5°Ce a precipitação pluviométrica oscila en-tre 1.450 e 1.850 mm ao ano1.
AvesA Serra do Cipó tem sido alvo da atençãode ornitólogos e observadores de aves hámais de uma década e foi palco da des-coberta, em 1985, de uma das aves en-dêmicas mais notáveis da Cadeia do Es-pinhaço, Asthenes luizae (lenheiro-da-serra-do-cipó). Esse furnarídeo permane-ceu por vários anos conhecido apenas deAlto da Boa Vista (localidade-tipo), situa-da imediatamente a noroeste do parquenacional3,4,5, mas foi posteriormente regis-trado dentro da unidade de conservaçãoe em Ribeirão do Campo, bem como emoutros setores da Cadeia do Espinha-ço5,6,7. Um inventário ornitológico recentedetectou a presença de 273 espécies naSerra do Cipó1. Essa área, juntamentecom a Serra do Caraça, concentra o mai-or número de espécies representativas daEBA073 (Serras e Chapadas do BrasilCentral) entre todas as IBAs identificadas.A Serra do Cipó também abriga o segun-
do maior conjunto de espécies endêmi-cas do Cerrado entre as IBAs na regiãoda Mata Atlântica, ficando atrás apenasda Serra da Canastra (MG15). Duas avesameaçadas mencionadas para a região,Leucopternis l acernulatus (gavião-pom-bo-pequeno) e Lipaugus lanioides (tropei-ro-da-serra), não foram registradas du-rante levantamentos recentes na área,podendo estar localmente extintas8. Aespécie do gênero Scytalopus presentena Serra do Cipó, equivocadamente rela-cionada a S. novacapitalis em algumasfontes4,9, aparentemente representa umtáxon ainda não descrito10, que ocorretambém em outras localidades da Cadeiado Espinhaço, como a Serra do Caraça ea Serra da Piedade1.
AmeaçasA presença de gado, as queimadas ile-gais e a mineração afetam diretamente aintegridade dos ecossistemas do parquee de seu entorno. O desenvolvimento doturismo ecológico sem um planejamentoprévio, facilitado pelo incremento das con-dições de acesso, é apontado como ou-tra importante causa de impactos ambi-entais na região1. As florestas da verten-te leste da serra já foram bastante redu-zidas1, fato que pode ter sido responsá-vel pela aparente extinção local de L.lacernulatus e L. lanioides.
Referências1. Melo Jr. et al. (2001); 2. Giulietti & Pirani (1988);3. Vielliard (1990); 4. Collar et al. (1992); 5. Cor-deiro et al. (1998); 6. Andrade et al. (1998); 7. Vas-concelos et al. (2002); 8. Marcelo Ferreira de Vas-concelos (verb.); 9. Willis & Oniki (1991); 10. Bird-Life International (2000); Wege & Long (1995); MeloJr. (1996); Ribeiro (1997); Andrade & Andrade(1998); Machado et al. (1998); Vasconcelos(1999a); Derek Scott (BirdQuest Trip Report,www.birdquest.co.uk/frameset.cfm?tripReports=0).
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Parque Estadual do Rio Doce MG12A1 19°39’S, 42°33’W
Área: 36.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Marliéria, Timóteo Altitude: 230-515 mGrau de proteção: Total Inventário ornitológico: Preliminar
Key Area 068/PROBIO 228
DescriçãoLocalizado na confluência do rios Doce ePiracicaba, a cerca de 150 km a leste deBelo Horizonte, o Parque Estadual do RioDoce constitui o maior remanescente con-tínuo de floresta atlântica em Minas Ge-rais e um dos maiores em todo o lestebrasileiro1,2. O hábitat principal é a flores-ta semidecídua alta2,3, mas cerca de umterço da área do parque já foi atingida porincêndios e apresenta hoje vegetaçãosecundária4. Mais de 40 lagoas naturaisde vários tamanhos e estádios sucessio-nais distribuem-se através da área, for-mando um complexo sistema lacustre.
AvesA riqueza da avifauna no setor mineiro dabacia do rio Doce foi estimada em 397espécies, das quais 299 ocorrem no par-que5. As únicas espécies com ocorrênciapotencial ou confirmada nessa unidadede conservação e consideradas extintasna região são Harpia harpyja (gavião-real)e Accipiter poliogaster (tauató-pintado)5.Porém, há relativamente poucas informa-ções divulgadas sobre a área e desco-nhece-se a situação atual da maioria desuas aves ameaçadas, embora o hábitatseja suficiente para suportar populaçõessignificativas mesmo das espécies mais
Espécies ameaçadas: 10Leucopternis lacernulatus Wege & Long (1995).Crax blumenbachii Status atual desconhecido (BirdLife International 2004).Pipile jacutinga Status atual desconhecido; Wege & Long (1995).Pyrrhura cruentata Wege & Long (1995).Amazona rhodocorytha Wege & Long (1995).Amazona vinacea Vasconcelos (1998), registro recente; Melo Jr. (1996),
Machado et al. (1998).Jacamaralcyon tridactyla Wege & Long (1995); proximidades do parque (Melo Jr. 1996).Dysithamnus plumbeus Wege & Long (1995), Machado & Fonseca (2000).Neopelma aurifrons Coletada na foz do rio Piracicaba em 1940 (Pinto 1944) e
observado recentemente (Vasconcelos et al. 2004).Curaeus forbesi Willis & Oniki (1991), Collar et al. (1992), Wege & Long (1995).
Espécies quase ameaçadas: 7Tinamus solitarius Willis & Oniki (1991).Crypturellus noctivagus Machado et al. (1998).Primolius maracana Willis & Oniki (1991), Pacheco et al. (1994).Aratinga auricapillus Wege & Long (1995).Triclaria malachitacea Base de dados do workshop PROBIO.Lipaugus lanioides Wege & Long (1995).Oryzoborus maximiliani Ùnica área de ocorrência recente em Minas Gerais (Base de
dados do workshop PROBIO).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Estadual do Rio Doce Proteção Integral 35.973 ha
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exigentes. O P. E. do Rio Doce é a únicalocalidade onde Curaeus forbesi (anuma-rá) tem sido registrado regularmente naparte sul de sua distribuição geográfica1.Na área, essa espécie ameaçada estárestrita principalmente a um pequeno se-tor entre a entrada do parque e a lagoaCarioca6. Já as menções à ocorrência deCotinga maculata (crejoá)1,7 são equivo-cadas, pois o registro histórico em queestão baseadas, para o baixo rio SuaçuíGrande8,9, deu-se a mais de 100 km dedistância do P. E. do Rio Doce.
AmeaçasOs incêndios florestais, a extração de
madeira e a coleta de palmito são as prin-cipais ameaças ao parque. A introduçãode peixes exóticos tem causado gravesimpactos sobre a biota aquática nativa.
Referências1. Wege & Long (1995); 2. Base de dados doworkshop Avaliação e Ações Prioritárias para aConservação dos Biomas Floresta Atlântica e Cam-pos Sulinos; 3. Willis & Oniki (1991); 4. Barbosa &Moreno (s.d.); 5. Machado & Fonseca (2000); 6.BirdLife International (2000); 7. Machado et al.(1998); 8. Pinto (1944); 9. Collar et al. (1992); Pa-checo et al. (1994); Whitney et al. (1995a); MeloJr. (1996); Vasconcelos (1998); BirdLife Internati-onal (2004); Vasconcelos et al. (2004).
Caratinga MG13A1 19°44’S, 41°50’W
Área: 957 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Caratinga, Ipanema Altitude: 340-680 mGrau de proteção: Total Inventário ornitológico: Não disponível
Key Area 067/PROBIO 229
Espécies ameaçadas: 4Pyrrhura cruentata Wege & Long (1995).Amazona vinacea Wege & Long (1995), Machado et al. (1998).Jacamaralcyon tridactyla Aparentemente sem registros recentes (Collar et al. 1992,
Machado et al. 1995).Dysithamnus plumbeus Wege & Long (1995), Machado & Fonseca (2000).
Espécies quase ameaçadas: 6Tinamus solitarius Machado et al. (1998).Crypturellus noctivagus Machado et al. (1998).Aratinga auricapillus Wege & Long (1995).Baillonius bailloni Machado et al. (1998).Laniisoma elegans Wege & Long (1995).Lipaugus lanioides Collar et al. (1992).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaRPPN Feliciano Miguel Abdala Particular 957 ha
DescriçãoEssa área florestal isolada no leste deMinas Gerais engloba a ex-Estação Bio-lógica de Caratinga e partes adjacentesda Fazenda Montes Claros, recentemen-
te transformadas em uma RPPN. De to-pografia montanhosa, a reserva está en-cravada na vertente ocidental do Comple-xo da Mantiqueira e situa-se às margensdo rio Manhuaçu, afluente do rio Doce1. A
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floresta é classificada como tropical se-midecídua1, sendo em grande parte se-cundária2. Em razão do relevo acidenta-do, matas altas e úmidas formam-se nofundo dos vales, enquanto nas cristas demorros e divisores de águas existemmatas mais ralas e secas1. A precipita-ção anual média na reserva gira em tor-no de 1.250 mm, havendo uma estaçãoseca de maio a setembro1,3.
AvesEm Caratinga já foram registradas 204espécies de aves, mas entre elas há re-lativamente poucos endemismos da MataAtlântica3. A área abriga uma populaçãoaparentemente numerosa de Dysithamnusplumbeus (choquinha-chumbo), a julgar
pelos resultados de um recente estudorealizado na reserva3.
AmeaçasEmbora a área seja bem protegida, o seuisolamento poderá comprometer a sobre-vivência a longo prazo de espécies parti-cularmente sensíveis a esse fator, comoTinamus solitarius (macuco) e Crypturellusnoctivagus (jaó-do-litoral).
Referências1. Barbosa & Moreno (s.d.); 2. Wege & Long (1995);3. Machado & Fonseca (2000); Collar et al. (1992);Machado et al. (1995); Melo Jr. (1996); Machadoet al. (1998); Marcelo Ferreira de Vasconcelos (inlitt.).
Serra do Caraça MG14A1, A2 20°03’S, 43°27’W
Área: > 10.000 ha Bioma: Cerrado, Mata AtlânticaMunicípios: Catas Altas, Santa Bárbara Altitude: 750-2.070 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Representativo
Key Area 071/PROBIO 232
DescriçãoA Serra do Caraça é um dos conjuntosmontanhosos mais bem conhecidos daporção sul da Cadeia do Espinhaço, dis-tando cerca de 120 km de Belo Horizon-te1. Destacando-se na paisagem regional,esse maciço encerra um significativo gra-diente altitudinal, ao longo do qual dife-rentes formações florísticas se sucedem.Extensos trechos de floresta atlânticamontana, em sua maior parte secundá-ria, cobrem os setores menos elevadosdas encostas, além dos espigões maisbaixos e vales adjacentes. Matas nebu-lares (floresta alto-montana), repletas debromeliáceas e outras epífitas, alcançamlocalmente altitudes de até 2.000 m, me-drando ao longo de estreitos grotões quesulcam as montanhas. Nas encostas eplatôs pedregosos dominam os camposrupestres, que são substituídos por cam-
pos de altitude ou que se mesclam comestes nos topos das montanhas, especi-almente nos picos do Sol e do Inficiona-do2,3. Além da RPPN Santuário Caraça(antigo Parque Natural do Caraça), per-tencente a uma congregação religiosa, aárea inclui as porções desprotegidas domaciço e estende-se por espigões flores-tados adjacentes até próximo de Brumal(Santa Bárbara), no sopé da serra3.
AvesInventários ornitológicos recentes apon-taram a presença de 286 espécies deaves na área2,4,5. Em comparação comsetores da Cadeia do Espinhaço locali-zados mais ao norte, como a Serra doCipó, a Serra do Caraça diferencia-se porabrigar um número maior de espécies en-dêmicas da Mata Atlântica, ao passo queé mais pobre em endemismos do Cerra-
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ISdo, representados na área principalmen-te por espécies que definem a EBA073(Serras e Chapadas do Brasil Central)2,6.Três espécies quase ameaçadas e/oude distribuição restrita registradas emrelativamente poucas IBAs, Augastesscutatus (beija-flor-de-gravata-verde),Oreophylax moreirae (garrincha-choro-na) e Formicivora serrana (formigueiro-serrano), estão presentes em número sig-nificativo na Serra do Caraça, assim comoScytalopus sp. (tapaculo), táxon endêmi-co da Cadeia do Espinhaço e conhecidode somente quatro IBAs1,2,3. A presençade Primolius maracana (maracanã-do-buriti), recentemente verificada na área,parece ser produto de uma expansão dedistribuição, presumivelmente decorren-te dos desmatamentos ocorridos na re-gião no passado5. Poospiza cinerea (ca-pacetinho-do-oco-do-pau) e o quase ame-açado Passerina caerulescens (campai-
nha-azul), registrados na Serra do Cara-ça na década de 19707, não foram reen-contrados durante levantamentos maisrecentes e podem ter desaparecido, em-bora ocorram em localidades relativamen-te próximas2. A situação de Sporophilafrontalis (pixoxó) é similar. A ocorrênciadessa espécie ameaçada nas matas daregião é assumida com base em relatos,mas a falta de registros há pelo menos25 anos indica que deve estar localmen-te extinta8.
AmeaçasA mineração é a ameaça mais crítica aosambientes preservados da região e temocasionado profundas alterações em al-guns pontos desprotegidos da Serra doCaraça e em seu entorno imediato2,3.Queimadas provocadas nos campos ru-pestres e de altitude representam umaameaça adicional importante, pois elimi-
Espécie ameaçadaHarpyhaliaetus coronatus L. F. Silveira.
Espécies quase ameaçadas: 11Leucopternis polionotus Machado et al. (1998), Vasconcelos & Melo Jr. (2001).Primolius maracana Recentemente registrada na área (Vasconcelos et al.
2003a).Augastes scutatus Melo Jr. et al. (1998), Vasconcelos (1999a), Vasconcelos &
Melo Jr. (2001).Piculus aurulentus Vasconcelos & Melo Jr. (2001).Drymophila ochropyga Melo Jr. et al. (1998).Scytalopus indigoticus Vasconcelos & Melo Jr. (2001).Phibalura flavirostris Carnevalli (1980), Vasconcelos & Melo Jr. (2001).Laniisoma elegans Wege & Long (1995), Melo Jr. et al. (1998), Vasconcelos &
Melo Jr. (2001).Lipaugus lanioides Wege & Long (1995), Melo Jr. et al. (1998), Vasconcelos &
Melo Jr. (2001).Polystictus superciliaris Melo Jr. et al. (1998), Vasconcelos (1999a), Vasconcelos &
Melo Jr. (2001).Embernagra longicauda Melo Jr. et al. (1998).
Espécies de distribuição restrita: 5 EBA073
Área protegida:Nome Categoria ÁreaSantuário Caraça Particular (RPPN) 10.188 ha
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nam a cobertura vegetal nativa e abremcaminho para a invasão de plantas estra-nhas a esses ambientes peculiares2. Avesapreendidas pela polícia ambiental deMinas Gerais são freqüentemente liber-tadas na RPPN Santuário Caraça, expon-do a avifauna autóctone ao risco de hibri-dação com espécies ou populações ori-
ginárias de outras regiões2.Referências1. Melo Jr. et al. (1998); 2. Vasconcelos & Melo Jr.(2001); 3. Marcelo Ferreira de Vasconcelos (verb.);4. Vasconcelos (2001a); 5. Vasconcelos et al.(2003a); 6. Melo Jr. et al. (2001); 7. Carnevalli (1980);8. Vasconcelos (2002b); Whitney et al. (1995a); Ma-chado et al. (1998); Vasconcelos (1999a); Luis Fá-bio Silveira (in litt.).
Serra da Canastra MG15A1, A3, A4i 20°17’S, 46°38’W
Área: c.200.000 ha Bioma: CerradoMunicípios: São Roque de Minas, Delfinópolis, São João Altitude: 900-1.496 mBatista do Glória, Vargem Bonita, Capitólio, Sacramento Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Parcial Key Area 072
DescriçãoO Parque Nacional da Serra da Canastraestá assentado sobre um grande chapa-dão rochoso situado no divisor de águasdas bacias dos rios Paraná e São Fran-cisco, no sudoeste de Minas Gerais. Avegetação do parque consiste de váriasformações de cerrado, predominando oscampos limpos e os campos sujos, compequenas porções de campo rupestre ecerrado stricto sensu1,2,3. O relevo ondu-lado do platô é cortado por cursos de águaencaixados em vales profundos, ao lon-go dos quais existem florestas ripárias ca-racterizadas pela presença de várias es-pécies vegetais da Mata Atlântica1,2. ASerra da Canastra apresenta uma redede drenagem bastante extensa e um dosmais importantes rios brasileiros, o SãoFrancisco, nasce no interior do parque na-cional. O clima regional apresenta notó-ria sazonalidade, havendo uma estaçãochuvosa entre setembro e fevereiro eoutra seca entre março e agosto1.
AvesA Serra da Canastra é a área-chave paraMergus octosetaceus (pato-mergulhão)no sudeste brasileiro. Essa espécie criti-camente ameaçada ocorre tanto no inte-
rior quanto no entorno do parque nacio-nal2,4. A sua população mínima na regiãofoi recentemente estimada em 80 indiví-duos5, mas apenas quatro pares têm sidoobservados no trecho do rio São Francis-co que corre dentro dos limites do par-que6. A avifauna da Serra da Canastra écomposta por pelo menos 290 espécies1,7
e inclui o maior conjunto de espécies en-dêmicas do Cerrado encontrado nas IBAsdo leste e sudeste do Brasil. Além disso,a Canastra é uma das áreas mais impor-tantes para a conservação de aves ame-açadas que habitam os campos e cerra-dos do Brasil central, hábitats que estãodesaparecendo a um ritmo alarmante, eaparentemente também serve como pa-radouro para algumas espécies de cabo-clinhos do gênero Sporophila durantesuas migrações anuais1.
AmeaçasA sobrevivência de M. octosetaceus de-pende da efetiva conservação de áreasnaturais no interior e no entorno do par-que nacional6. A degradação do hábitatcausada pela mineração de diamantes,principalmente através do aumento naturbidez das águas, representa uma ame-aça significativa à espécie6. Embora essa
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atividade tenha sido proibida em 1996,seus efeitos persistem até hoje2,6. Outrasameaças ao pato-mergulhão incluem asalterações hidrológicas, o endocruzamen-to, a caça, a coleta de ovos, os incêndiosflorestais, a poluição, o efeito de pestici-das, a perturbação pela presença huma-na e a construção de hotéis2,6. Um pro-grama de conservação da espécie foi re-
Espécies ameaçadas: 8Nothura minor Silveira (1998), BirdLife International (2000).Taoniscus nanus Silveira (1998), Silveira & Silveira (1998).Mergus octosetaceus Wege & Long (1995), Silveira (1998), Silveira & Bartmann
(2001)Harpyhaliaetus coronatus Silveira (1998); população provavelmente pequena (BirdLife
International 2000).Alectrurus tricolor Migrante comum (Silveira 1998).Culicivora caudacuta Residente razoavelmente comum (Silveira 1998).Anthus nattereri Rara (Silveira 1998).Coryphaspiza melanotis Incomum (Silveira 1998).
Espécies quase ameaçadas: 12Rhea americana Silveira (1998).Primolius maracana Rara (Silveira 1998).Aratinga auricapillus Comum (Silveira 1998).Eleothreptus anomalus Rara (Silveira 1998).Geobates poecilopterus Rara (Silveira 1998).Scytalopus novacapitalis Muito comum (Silveira 1998).Polystictus superciliaris Incomum (Silveira 1998).Phylloscartes eximius Silveira (1998).Sporophila melanogaster Paradouro migratório (Silveira 1998).Sporophila hypochroma Silveira (1998).Passerina caerulescens Rara (Silveira 1998).Neothraupis fasciata Silveira (1998).
Espécie congregante:Mergus octosetaceus A área abriga mais de 1% da população global estimada.
Espécies endêmicas: 18 CER
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Nacional da Serra da Canastra Proteção Integral 71.525 haRPPN Fazenda do Lobo Particular 74 ha
centemente iniciado na Serra da Canas-tra8.
Referências1. Silveira (1998); 2. Silveira & Bartmann (2001); 3.Wege & Long (1995); 4. BirdLife International (2004);5. Lamas (2003); 6. Bruno & Bartmann (2003); 7.Cotinga 12:87 (Neotropical Notebook); 8. TWSG14:11 (News Roundup); Silveira & Silveira (1998);BirdLife International (2000); Andrade & Marini (2001).
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Ouro Preto / Mariana MG16A1, A2 20°25’S, 43°27’W
Área: 50.000-100.000 ha Bioma: Mata Atlântica, CerradoMunicípios: Ouro Preto, Mariana Altitude: 700-1.845 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 232
DescriçãoEssa área engloba um expressivo con-junto de extensos remanescentes flores-tais, em grande parte ainda contíguos,que revestem as serras à volta das cida-des de Mariana e Ouro Preto, no limitesul da Cadeia do Espinhaço. As matasda região, de caráter semidecidual, com-preendem formações montanas e ciliares,sendo localmente substituídas por cam-pos limpos ou sujos1,2. Em setores de mai-or altitude, como na área do Pico do Itaco-lomi, existem campos rupestres típicos2,3,4.
AvesMais de 190 espécies de aves já foram re-gistradas no Parque Estadual do Itacolo-mi5, uma das duas unidades de conserva-ção existentes na área. A julgar pela exten-são de hábitats preservados, as serras deOuro Preto e Mariana apresentam grandepotencial para abrigar populações signifi-cativas de várias espécies de interesse, como
os quase ameaçados Phibalura flavirostris(tesourinha-do-mato) e Lipaugus lanioides(tropeiro-da-serra). Quatro das sete espé-cies de distribuição restrita que definem aEBA073 (Serras e Chapadas do Brasil Cen-tral) são mencionadas para a área2, sendoduas delas, Augastes scutatus (beija-flor-de-gravata-verde) e Scytalopus sp. (tapa-culo), conhecidas em menos de seis IBAs.
AmeaçasA mineração em escala industrial é umaatividade comum em diversos setores daregião, sendo uma ameaça importanteaos ambientes preservados da área6.
Referências1. Pedralli et al. (2000); 2. Vasconcelos et al. (1999);3. Vasconcelos (2001b); 4. Vasconcelos (2001c); 5.Ozório et al. (1994); 6. Marcelo Ferreira de Vascon-celos (verb.); Andrade et al. (1991); Collar et al.(1992); Andrade (1998); Andrade & Andrade (1998);Machado et al. (1998); Vasconcelos et al. (2003b).
Espécie ameaçadaHarpyhaliaetus coronatus Observado em 1997 na E. E. do Tripuí (Andrade & Andrade
1998).
Espécies quase ameaçadas: 7Augastes scutatus Andrade (1998).Drymophila ochropyga Andrade (1998).Phibalura flavirostris Machado et al. (1998), Andrade (1998).Lipaugus lanioides Collar et al. (1992), Andrade (1998), Machado et al. (1998).Polystictus superciliaris Andrade (1998), Vasconcelos et al. (2003b).Embernagra longicauda Andrade (1998), Vasconcelos et al. (2003b).Amaurospiza moesta Andrade et al. (1991) in Machado et al. (1998).
Espécies de distribuição restrita: 4 EBA073
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Estadual do Itacolomi Proteção Integral 7.542 haEstação Ecológica do Tripuí Proteção Integral 337 ha
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Parque Estadual da Serra do Brigadeiro MG17A1, A3 20°41’S, 42°27’W
Área: 13.210 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Araponga, Fervedouro, Miradouro, Ervália, Altitude: 1.000-1.980 mMuriaé, Sericita, Pedra Bonita Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Total PROBIO 242
Espécies ameaçadas: 5Amazona vinacea Pouco numeroso (Simon et al. 1999).Jacamaralcyon tridactyla Collar et al. (1992), Melo Jr. (1996).Procnias nudicollis Rara na área (Simon et al. 1999).Sporophila frontalis Simon et al. (1999).Poospiza cinerea Simon et al. (1999), BirdLife International (2000).
Espécies quase ameaçadas: 12Primolius maracana Simon et al. (1999).Strix hylophila Simon et al. (1999).Baillonius bailloni Simon et al. (1999).Piculus aurulentus Simon et al. (1999).Drymophila genei Machado et al. (1998), mas não mencionado por Simon et al.
(1999).Drymophila ochropyga Simon et al. (1999).Psilorhamphus guttatus Simon et al. (1999).Scytalopus indigoticus Simon et al. (1999).Phibalura flavirostris Simon et al. (1999).Carpornis cucullata Simon et al. (1999).Lipaugus lanioides Simon et al. (1999).Phylloscartes eximius Simon et al. (1999).
Espécies endêmicas: 76 ATL
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Estadual da Serra do Brigadeiro Proteção Integral 13.210 ha
DescriçãoA Serra do Brigadeiro, também conheci-da como Serra da Grama, Serra da Ven-tania ou Serra da Araponga, está inseri-da no Complexo da Mantiqueira e locali-za-se na região leste de Minas Gerais1. Aserra forma parte do divisor de águasentre as bacias dos rios Paraíba do Sul,a leste, e Doce, a oeste, sendo uma dasregiões mais elevadas da Zona da Matamineira1. O Parque Estadual da Serra doBrigadeiro abrange a maior parte da área
e tem cerca de 70% de sua superfíciecobertos por floresta estacional semide-cidual e outros 25% por campos de altitu-de1. O restante é formado por ambientesantrópicos. Em sua maior parte, as flo-restas do parque já sofreram corte seleti-vo e há uma acentuada influência huma-na sobre a vegetação das áreas limítro-fes, onde prevalecem pastagens e lavou-ras1. O clima regional é classificado comomesotérmico, com temperatura médiaanual de 18°C, chegando a 0°C no inver-
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no; a precipitação é de cerca de 1.300mm anuais, ocorrendo chuvas mais inten-sas de novembro a março2.
AvesA Serra do Brigadeiro representa um dosmais importantes remanescentes de flo-resta atlântica na Zona da Mata mineira.Em cerca de 300 horas de levantamentode campo distribuídas ao longo de quase10 anos de pesquisas, foram identifica-das 276 espécies de aves na área, comdestaque para a ocorrência de 19 espé-cies de beija-flores, oito das quais endê-micas da Mata Atlântica1. Um represen-
tante do gênero Leucopternis foi obser-vado no parque, sendo um acréscimo àlista de espécies sob risco de extinçãopresentes na área1.
AmeaçasO parque carece de um plano de explo-ração turística que permita a conciliaçãodo turismo com a preservação de seusecossistemas2.
Referências1. Simon et al. (1999); 2. Rolim & Ribeiro (2001);Collar et al. (1992); Matos & Simon (1994); MeloJr. (1996); Machado et al. (1998); BirdLife Interna-tional (2000).
Laranjal / Miracema MG/RJ01A1, A2 21°20’S, 42°14’W
Área: c.10.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Palma, Barão de Monte Alto, Muriaé, Altitude: 400-860 mLaranjal (MG), Miracema, Laje do Muriaé (RJ) Inventário ornitológico: Não disponívelGrau de proteção: Nenhum PROBIO 247
DescriçãoEssa área de matas semidecíduas na di-visa do Rio de Janeiro com Minas Ge-rais, a noroeste de Miracema, forma odivisor de águas entre os rios Pomba eMuriaé, ambos afluentes do curso inferi-or do rio Paraíba do Sul. A área inclui asserras conhecidas como de Santo Antô-nio e Boqueirão, no lado fluminense, eJosefa, dos Patrícios e Pedra Branca, nolado mineiro.
AvesAves ameaçadas de florestas úmidas ouserranas ocorrem ao lado de espécies tí-picas de matas semi-secas nas serras daregião. Jacamaralcyon tridactyla (cuite-lão) tem sido registrada em diversos pon-
tos ao longo do vale do rio Paraíba do Sulno Rio de Janeiro1,2, inclusive em áreasdegradadas, e está presente também nasabas das serras entre Miracema e Laran-jal3. Por ser uma espécie de distribuiçãorestrita pouco representada em outrasIBAs, sua presença qualifica a área se-gundo o critério A2.
AmeaçasNenhuma ameaça específica é conheci-da.
Referências1. Collar et al. (1992); 2. Wege & Long (1995); 3.José Fernando Pacheco (verb.).
IBA sugerida por José F. Pacheco eMarcelo F. de Vasconcelos
Espécies ameaçadas: 3Amazona vinacea J. F. Pacheco.Jacamaralcyon tridactyla Presente, p. ex., em Conde, Miracema (J. F. Pacheco);
Wege & Long (1995).Dysithamnus plumbeus J. F. Pacheco.
Espécies de distribuição restrita: 2 [EBA075] (Jacamaralcyon tridactyla)
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Parque Estadual da Serra do Papagaio MG18A1 22°02’S, 44°38’W
Área: 22.917 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Aiuruoca, Alagoa, Baependi, Itamonte, Altitude: 1.000-2.357 mPouso Alto Inventário ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Total PROBIO 404
DescriçãoSituada imediatamente ao norte do Par-que Nacional de Itatiaia e integrando ocomplexo da Serra da Mantiqueira, essaárea montanhosa ao sul de Minas Geraisengloba as serras do Garrafão e do Pa-pagaio e o Vale do Matutu1,2,3. Florestasmontanas, distribuídas entre 1.000 e1.900 m de altitude, representam a prin-cipal formação vegetal nativa. Essas flo-restas são mais extensas e encontram-se em melhor estado de conservaçãoacima dos 1.600 m, onde já apresentamcaráter alto-montano3. A área também in-clui trechos de mata com araucária (Arau-caria angustifolia) e campos de altitude,estes ocupando terrenos acima de1.800 m2,3. Nos setores situados em alti-tudes inferiores a 1.600 m são comunsambientes de origem antrópica, como ca-poeiras, matas secundárias e pastagens3.
AvesCerca de 170 espécies de aves já foramregistradas na área2,3. Embora os inven-
tários ornitológicos realizados até agorasejam preliminares, os resultados dispo-níveis sugerem que a composição da avi-fauna local é bastante similar àquela dasmatas de altitude do P. N. de Itatiaia, des-tacando-se a presença de elementosmontanos comuns a ambas as áreas,como Leptasthenura setaria (grimpeiro),Drymophila genei (choquinha-da-serra),Piprites pileata (caneleirinho-de-chapéu-preto) e Poospiza thoracica (peito-pi-nhão), espécies representativas daEBA076 (Floresta Atlântica Montana)2,3.
AmeaçasO gado está presente em áreas do par-que que foram convertidas em pastagens,em altitudes de até 1.750 m; há, também,sinais de corte seletivo de árvores e cole-ta ilegal de plantas ornamentais3.
Referências1. http://www.semad.mg.gov.br; 2. Andrade et al.(1997); 3. Vasconcelos (1999b); Collar et al. (1992);Melo Jr. (1996); Marcelo Ferreira de Vasconcelos(in litt.).
Espécies ameaçadas: 3Leucopternis lacernulatus Andrade et al. (1997).Amazona vinacea Baependi (Melo Jr. 1996); Andrade et al. (1997).Piprites pileata Limite norte de distribuição; Vasconcelos (1999b), Collar et
al. (1992).
Espécies quase ameaçadas: 3Leptasthenura setaria Limite norte de distribuição; Andrade et al. (1997).Drymophila genei Andrade et al. (1997).Polystictus superciliaris Vasconcelos (1999b).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Estadual da Serra do Papagaio Proteção Integral 22.917 ha
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Área: 46.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Sooretama, Linhares Altitude: 28-65 mGrau de proteção: Total Inventário ornitológico: Representativo
Key Areas 076, 077/PROBIO 224
DescriçãoSituadas no centro-leste do Espírito San-to, ao norte do rio Doce, as reservas deSooretama e Linhares formam juntas amaior área de floresta natural contínuaexistente em território capixaba e figuramentre os mais importantes remanescen-tes de mata de baixada da zona de tabu-leiros costeiros entre o sul da Bahia e onorte do Rio de Janeiro (subcentro deendemismo Rio Doce)1,2,3. A vegetaçãopredominante nas reservas é a florestaalta de terra firme (“hiléia baiana”), cujodossel atinge até 40 m de altura3. Em Li-nhares, essa formação florestal é carac-terizada pela alta diversidade florística egrande quantidade de lianas lenhosas,predominando árvores das famílias Legu-minosae, Myrtaceae, Sapotaceae, Bigno-niaceae, Lauraceae, Hippocrateaceae eEuphorbiaceae3. Cerca de 40% das ár-
vores perdem suas folhas durante o in-verno devido à estação seca prolongada,de modo que a mata é parcialmente de-cídua3,4. Outros tipos de vegetação encon-trados nas reservas são as florestas devárzea, as mussunungas (matas de menorporte que acompanham cordões de soloarenoso) e as restingas arbustivas3,5. Parteda vegetação já sofreu corte seletivo ou ésecundária, especialmente em Sooreta-ma4,5. As reservas são cercadas por pasta-gens, extensas plantações de eucalipto eáreas de cultivo, principalmente cafezais1,5.O clima da região é quente e úmido, comprecipitação anual média de 1.400 mm3.
AvesA área é visitada com regularidade porornitólogos e observadores de aves, ten-do sua avifauna relativamente bem co-nhecida. Cerca de 286 espécies já foram
Tabela 1. Lista das IBAs no Estado do Espírito Santo Critérios*
Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4
ES01 Sooretama/Linhares ATL X 75 ATL
ES02 Santa Teresa ATL X 75 ATL
ES03 Itarana ATL X
ES04 Reserva Biológica de Duas Bocas ATL X
ES05 Fazenda Pindobas IV e Arredores ATL X 75 ATL
ES/MG01 Parque Nacional do Caparaó ATL X 76
ES06 Encostas da Região de Domingos Martins ATL X 75
ES07 Complexo Pedra Azul/Forno Grande ATL X 75 ATL
ES08 Trindade e Martim Vaz C/M X ATL X
ES09 Ilhas do Litoral Sul do Espírito Santo C/M X
ES10 Cafundó e Bananal do Norte ATL X* Ver capítulo 2 para explicação dos critérios.
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registradas em Sooretama6 e 369 em Li-nhares7. As únicas aves consideradasextintas na região são Pipile jacutinga (ja-cutinga) e Ara chloropterus (arara-verme-lha-grande)8. O número de espécies ame-açadas presentes nas reservas é o maisalto entre todas as IBAs identificadas na
região da Mata Atlântica, só sendo igua-lado pela área Guaraqueçaba/Jacupiran-ga/Cananéia (PR/SP01), cuja superfície,entretanto, é dez vezes maior. A área res-guarda a maior e mais bem protegidapopulação de Crax blumenbachii (mutum-de-bico-vermelho) existente em liberda-
Espécies ameaçadas: 16Leucopternis lacernulatus Wege & Long (1995).Crax blumenbachii Principal reduto na atualidade (BirdLife International 2004).Pyrrhura cruentata População de 19.000 indivíduos estimada para a área
(Marsden et al. 2000).Touit surdus Wege & Long (1995).Amazona rhodocorytha População de 5.990 indivíduos estimada para a área
(Marsden et al. 2000); Wege & Long (1995).Glaucis dohrnii Linhares (Wege & Long 1995).Thripophaga macroura Sooretama (Wege & Long 1995).Dysithamnus plumbeus Localmente comum (BirdLife International 2000);
Wege & Long (1995).Myrmotherula urosticta Whitney & Pacheco (1995), BirdLife International (2000).Myrmeciza ruficauda Sooretama (Wege & Long 1995).Carpornis melanocephala Wege & Long (1995).Cotinga maculata Wege & Long (1995).Xipholena atropurpurea Wege & Long (1995).Procnias nudicollis Scott & Brooke (1985), Parker & Goerck (1997),
Whiffin et al. (1999).Neopelma aurifrons Sooretama (BirdLife International 2000).Sporophila frontalis Raro (Parker & Goerck 1997).
Espécies quase ameaçadas: 7Tinamus solitarius Scott & Brooke (1985), Parker & Goerck (1997),
Whiffin et al. (1999).Crypturellus noctivagus Scott & Brooke (1985), Parker & Goerck (1997).Morphnus guianensis Parker & Goerck (1997).Harpia harpyja Reproduz-se na área (Galetti et al. 1997b, Pacheco et al.
2003a).Primolius maracana Parker & Goerck (1997), Marsden et al. (2000),
Whiffin et al. (1999), Simão et al. (1997).Triclaria malachitacea Um único registro recente, em Sooretama (Marsden et al.
2000).Lipaugus lanioides Sooretama (Parker & Goerck 1997).
Espécies de distribuição restrita: 15 EBA075
Espécies endêmicas: 66 ATL
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaReserva Biológica de Sooretama Proteção Integral 27.943 haReserva Natural da Vale do Rio Doce Privada (Cia. Vale do Rio Doce) c.22.000 ha
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Santa Teresa ES02A1, A2, A3 19°50’S, 40°32’W
Área: c.14.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Santa Teresa, Santa Leopoldina Altitude: 380-950 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Representativo
Key Area 078/PROBIO 230
DescriçãoEssa área abrange as florestas serranasde Santa Teresa, no centro-sul do Espíri-to Santo. Cerca de 22,5% do territóriodesse município ainda encontram-se re-cobertos por matas nativas1, destacando-se os remanescentes protegidos pelaReserva Biológica Augusto Ruschi (antesR. B. de Nova Lombardia) e pela EstaçãoBiológica de Santa Lúcia, que são inter-conectados por florestas preservadas empropriedades particulares2. Junto aos li-mites da área existem alguns outros frag-mentos florestais privados, especialmentenos arredores do Sítio Rincão do Sera-fim e no Vale do Canaã2. O relevo monta-nhoso da região é marcado por encostasde média a forte declividade, intercaladaspor pequenas várzeas intermontanas1. Oclima é classificado como tropical super-úmido, sendo novembro o mês mais chu-voso e julho o menos úmido1. A precipita-
ção pluviométrica é consideravelmentemaior em Santa Lúcia (média de 1.868mm/ano) e Nova Lombardia (1.566 mm/ano) do que em Santa Teresa (1.360 mm/ano), devido à maior proximidade em re-lação à borda do planalto1,2. Florestasmontanas úmidas, de altíssima diversida-de florística e ricas em epífitas e palmi-teiros (Euterpe edulis), constituem a ve-getação predominante nas áreas preser-vadas1,2,3. Em zonas elevadas, especial-mente da vertente voltada para a costa,forma-se um tipo de mata nebular, sujeitaa freqüentes chuviscos2. Formações her-báceo-arbustivas ocorrem sobre afloramen-tos rochosos e cumes de montanhas3.
AvesAs reservas de Augusto Ruschi e SantaLúcia abrigam cada uma mais de 250 es-pécies de aves2,3. Uma recente análise crí-tica da avifauna dos arredores de Santa Te-
de, estimada em c.160 aves9, assim comoa maior população conhecida do periqui-to Pyrrhura cruentata (tiriba-grande)5. Atu-almente, Sooretama e Linhares tambémapresentam importância crítica para aconservação de Cotinga maculata (cre-joá)9. O conjunto de espécies endêmicasda Mata Atlântica que habita as reservasé representativo do subcentro Rio Docee qualifica a área pelo critério A3.
AmeaçasHá um risco constante de incêndios flo-restais, que atingem as reservas a partirdas propriedades vizinhas. No final dadécada de 1990, um grande incêndio des-truiu 20% da floresta em Sooretama5.
Outras ameaças incluem a extração ile-gal de madeira, a caça10 e a captura depsitacídeos para o comércio ilegal de fau-na silvestre5.
Referências1. Base de dados do workshop Avaliação e AçõesPrioritárias para a Conservação dos Biomas Flo-resta Atlântica e Campos Sulinos; 2. Wege & Long(1995); 3. Peixoto & Gentry (1990); 4. Stotz (1993);5. Marsden et al. (2000); 6. Parker & Goerck (1997);7. Paz & Venturini (2003); 8. Gonzaga & Pacheco(1992); 9. BirdLife International (2004); 10. Chia-rello (2000); Scott & Brooke (1985); Whitney &Pacheco (1995); Whitney et al. (1995a); Galetti &Stotz (1996); Galetti et al. (1997b); Simão et al.(1997); Whiffin et al. (1999); BirdLife International(2000); Pacheco et al. (2003a); Ana Cristina Ven-turini e Pedro Rogerio de Paz (in litt.).
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Espécies ameaçadas: 12Leucopternis lacernulatus Aparentemente vagante nas áreas elevadas (Willis & Oniki
2002); Collar et al. (1992), Wege & Long (1995). Os registrospara Augusto Ruschi foram recentemente consideradosincertos (Willis & Oniki 2002; mas ver Collar et al. 1992 eWege & Long 1995).
Claravis godefrida Observada em 1986 em Nova Lombardia (Collar et al. 1992);pode estar extinta na região (Willis & Oniki 2002), mas umaocorrência ocasional é possível.
Touit melanonotus Simon (2000).Touit surdus BirdLife International (2000).Amazona rhodocorytha Wege & Long (1995), Willis & Oniki (2002).Dysithamnus plumbeus Registrada muito próxima da R. B. Augusto Ruschi (Willis &
Oniki 2002); BirdLife International (2000).Myrmotherula minor Whitney & Pacheco (1995), BirdLife International (2000).Procnias nudicollis Parker & Goerck (1997).Neopelma aurifrons BirdLife International (2000), Whitney et al. (1995a).Platyrinchus leucoryphus R. B. Augusto Ruschi (Wege & Long 1995, Parker & Goerck 1997).Sporophila frontalis Wege & Long (1995), Willis & Oniki (2002).Nemosia rourei Registrada uma vez em Augusto Ruschi (Scott 1997).
Espécies quase ameaçadas: 21Tinamus solitarius Parker & Goerck (1997).Leucopternis polionotus Simon (2000), Willis & Oniki (2002).Triclaria malachitacea Wege & Long (1995).Ramphodon naevius Parker & Goerck (1997).Baillonius bailloni Simon (2000).Piculus aurulentus Simon (2000).Anabacerthia amaurotis Simon (2000).Dysithamnus stictothorax Parker & Goerck (1997).Drymophila ochropyga Simon (2000), Willis & Oniki (2002).Scytalopus indigoticus Registrada recentemente em Augusto Ruschi (Willis & Oniki
2002); Simon (2000).Laniisoma elegans Wege & Long (1995), Simon (2000).Phibalura flavirostris Simon (2000), Willis & Oniki (2002).Carpornis cucullata Parker & Goerck (1997).Iodopleura pipra Bauer (1999); próximo à R. B. Augusto Ruschi (Willis & Oniki 2002).Lipaugus lanioides Wege & Long (1995), Simon (2000).Phyllomyias g riseocapilla Parker & Goerck (1997).Phylloscartes oustaleti Parker & Goerck (1997).Phylloscartes sylviolus Próxima à R. B. Augusto Ruschi (Willis & Oniki 2002).Orchesticus abeillei Aparentemente casual na área (Isler & Isler 1987); pode estar
localmente extinta (Willis & Oniki 2002).Thraupis cyanoptera Parker & Goerck (1997).Dacnis nigripes Parker & Goerck (1997).
Espécies de distribuição restrita: 24 EBA075
Espécies endêmicas: 104 ATL
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaReserva Biológica Augusto Ruschi Proteção Integral 3.572 haEstação Biológica de Santa Lúcia Privada (Museu de
Biologia Prof. Mello Leitão) 440 haAPA Estadual do Pico deGoiapaba-Açu (em parte) Uso Sustentável 3.740 ha
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resa, considerando registros de campo, es-pécimes de museus e dados da literatura,resultou na listagem de 405 espécies paraas áreas montanhosas e de baixada da re-gião2. Destas, Harpia harpyja (gavião-real),Pipile j acutinga (jacutinga), Orthogonyschloricterus (catirumbava), Orchesticusabeillei (sanhaço-pardo) e Sporophila falci-rostris (cigarra-verdadeira) parecem estarregionalmente extintas, enquanto dezenasde outras espécies já desapareceram dasbaixadas da região2,3. Mesmo assim, San-ta Teresa continua sendo um importanterefúgio para várias aves ameaçadas, nota-damente Touit surdus (apuim-de-cauda-amarela), Lipaugus lanioides (tropeiro-da-serra) e Neopelma aurifrons (fruxu-baia-no)2,4. Um possível registro de Nemosia rou-rei (saíra-apunhalada) para a R. B. Augus-to Ruschi, em 19955 é agora assumidocomo certo2,6; as únicas populações conhe-cidas dessa espécie habitam duas áreasprivadas no Espírito Santo: a Fazenda Pin-dobas IV (ES04)4,6 e a mata dos Caetés,nas proximidades do Parque Estadual daPedra Azul (ES06)7. Juntamente com a Ser-ra da Bocaina/Paraty/Angra dos Reis (RJ/
SP01), Santa Teresa é a área que abriga omaior número de espécies de distribuiçãorestrita da EBA075 (Floresta Atlântica dePlanície), incluindo Sporophila ‘ardesiaca’(papa-arroz-de-barriga-branca), considera-do híbrido por alguns autores2,8 e presenteem apenas quatro outras IBAs.
AmeaçasEm Santa Lúcia, há risco de incêndios,caça e insuficiência de guarda-parques;a poluição do rio Timbuí, que atraves-sa a reserva, representa uma amea-ça adicional1. Na R. B. Augusto Rus-chi, a caça e a predação por cãesdomésticos afetam espécies cinegé-t icas e terr ícolas, como Tinamussolitarius (macuco)2.
Referências1. Mendes & Padovan (2000); 2. Willis & Oniki (2002);3. Simon (2000); 4. BirdLife International (2000); 5.Scott (1997); 6. Bauer et al. (2000); 7. Ana CristinaVenturini e Pedro Rogerio de Paz (in litt.); 8. Parkeret al. (1996); Isler & Isler (1987); Collar et al. (1992);Willis (1992); Wege & Long (1995); Whitney & Pa-checo (1995); Whitney et al. (1995a); Parker &Goerck (1997); Bauer (1999).
Itarana ES03A1 20°00’S, 40°54’W
Área: c.5.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Itarana Altitude: 400-1.100 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Representativo
Key Area 079
DescriçãoItarana está localizada na região centro-serrana do Espírito Santo, a 30 km deSanta Teresa. Embora essa parte do ter-ritório capixaba tenha sido extensivamen-te desmatada no passado, ainda restamdiversos e expressivos fragmentos flores-tais nas porções sul e central do municí-pio, destacando-se aqueles existentes
nas localidades de Alto Jatibocas, BarraEncoberta, Santa Joana e Limoeiro, quepertencem a diferentes proprietários1.Esses fragmentos variam em tamanho de100 até pelo menos 600 ha e ainda man-têm certa continuidade entre si1. A vege-tação original na região é a floresta om-brófila densa de elevações intermediá-rias e o clima é subtropical úmido1.
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Espécies ameaçadas: 2Leucopternis lacernulatus Um registro (Venturini et al. 2000/2001).Amazona rhodocorytha Regular entre 400-1.100 m (Venturini et al. 2000/2001).
Espécies quase ameaçadas: 9Primolius maracana Regular (Venturini et al. 2000/2001).Baillonius bailloni Venturini et al. (2000/2001).Piculus aurulentus Venturini et al. (2000/2001).Dysithamnus stictothorax Venturini et al. (2000/2001).Cercomacra brasiliana Venturini et al. (2000/2001).Psilorhamphus guttatus Venturini et al. (2000/2001).Scytalopus indigoticus Venturini et al. (2000/2001).Carpornis cucullata Venturini et al. (2000/2001).Lipaugus lanioides Regular (Venturini et al. 2000/2001).
AvesA avifauna dos remanescentes florestaisde Itarana é composta por pelo menos198 espécies, entre as quais destacam-se as endêmicas Cercomacra brasiliana(chororó-cinzento) e Sporophila ardesia-ca (papa-arroz-de-barriga-branca)1, pou-co representadas em outras IBAs. Nemo-sia rourei (saíra-apunhalada) foi observa-da em Jatibocas (distrito de Itarana) noinício da década de 19402, em um localhoje desmatado3. Apesar de remota, apossibilidade dessa espécie criticamenteameaçada ainda ocorrer nas matas re-manescentes da região não pode ser des-cartada4.
AmeaçasMuitos dos fragmentos florestais em Ita-rana sofrem constante pressão antrópicae não há unidades de conservação naregião1, embora as áreas contíguas deBarra Encoberta e Alto Jatibocas já te-nham sido indicadas especificamentepara esse fim4.
Referências1. Venturini et al. (2000/2001); 2. Sick (1997); 3.Sick & Teixeira (1979); 4. Ana Cristina Venturini ePedro Rogerio de Paz (in litt.); BirdLife Internatio-nal (2004); Sick (1962); Schubart et al. (1965);Wege & Long (1995); Whitney & Pacheco (1995).
Reserva Biológica de Duas Bocas ES04A1 20°17’S, 40°30’W
Área: c.4.100 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Cariacica Altitude: 200-780 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Preliminar
Key Area 080/PROBIO 230
DescriçãoEssa área de florestas úmidas situa-sepróximo à cidade de Cariacica e a cercade 20 km a oeste de Vitória1. Seus limitesabrangem a reserva biológica e os rema-nescentes florestais situados nas propri-edades particulares vizinhas. A vegetação
dominante é a floresta atlântica de encos-ta, com grande diversidade de epífitas epalmeiras2. Parte da mata em Duas Bo-cas é secundária, tendo aproximadamen-te 50 anos de regeneração3. A tempera-tura média na região é de 20,3°C, e a pre-cipitação gira em torno de 1.264 mm anu-
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ais, havendo uma estação chuvosa no ve-rão e outra subseca no inverno2.
AvesPraticamente não há informações publi-cadas sobre a avifauna da reserva4. Ob-servações realizadas na área5, entretanto,têm revelado ou confirmado a presença devárias espécies ameaçadas e quase ame-açadas, incluindo Carpornis melanocephala(sabiá-pimenta), cujos registros recentesno Espírito Santo parecem restringir-seàqueles para Duas Bocas e reservas deSooretama e Linhares (ES01). A faixa dealtitude intermediária em que se situa a re-serva favorece a coexistência de espéciestípicas das baixadas, como Ramphodonnaevius (beija-flor-rajado), Thamnophilusambiguus (choca-de-sooretama) e C.
melanocephala, com outras de distribui-ção mais montana, como Triclariamalachitacea (sabiá-cica), Lipauguslanioides (tropeiro-da-serra) e Tangaracyanoventris (saíra-douradinha).
AmeaçasA área situa-se em uma região muito de-gradada pelo cultivo extensivo de café eeucalipto6.
Referências1. Wege & Long (1995); 2. Lima & Soares (2003);3. Azevedo & Soares (2000); 4. Pacheco & Bauer(2000); 5. Ana Cristina Venturini e Pedro Rogeriode Paz (in litt.); 6. Base de dados do workshopAvaliação e Ações Prioritárias para a Conserva-ção dos Biomas Floresta Atlântica e Campos Suli-nos; BirdLife International (2000).
Espécies ameaçadas: 6Leucopternis lacernulatus A. C. Venturini e P. R. de Paz.Dysithamnus plumbeus BirdLife International (2000).Carpornis melanocephala Wege & Long (1995), A. C. Venturini e P. R. de Paz.Procnias nudicollis A. C. Venturini e P. R. de Paz.Neopelma aurifrons A. C. Venturini e P. R. de Paz.Platyrinchus leucoryphus A. C. Venturini e P. R. de Paz.
Espécies quase ameaçadas: 6Tinamus solitarius A. C. Venturini e P. R. de Paz.Triclaria malachitacea Wege & Long (1995).Ramphodon naevius A. C. Venturini e P. R. de Paz.Piculus aurulentus A. C. Venturini e P. R. de Paz.Dysithamnus stictothorax A. C. Venturini e P. R. de Paz.Lipaugus lanioides Wege & Long (1995), A. C. Venturini e P. R. de Paz.
Área protegida:Nome Categoria ÁreaReserva Biológica Estadual de Duas Bocas Proteção Integral 2.910 ha
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Fazenda Pindobas IV e Arredores ES05A1, A2, A3 20°18’S, 41°17’W
Área: > 4.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Conceição do Castelo, Muniz Freire, Altitude: 1.050-1.160 mBrejetuba Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Nenhum PROBIO 233
DescriçãoA Fazenda Pindobas IV é uma proprieda-de particular situada na região serrana dosul do Espírito Santo, a cerca de 50 km aleste-nordeste do Parque Nacional doCaparaó (ES/MG01). A área da fazendafoi recentemente ampliada de 3.167 hapara cerca de 4.000 ha1, dos quais maisde 1.000 ha são de florestas nativas dis-tribuídas em numerosos fragmentos in-tercalados por plantações de pinheirosexóticos2,3. Uma das maiores e mais im-
portantes áreas de floresta nativa da fa-zenda corresponde ao complexo Pinga-deira, que é contínuo com matas existen-tes em propriedades vizinhas3. PindobasIV situa-se em uma região de transiçãoentre as florestas ombrófila densa e om-brófila aberta, esta última caracterizadaregionalmente pela presença da palmei-ra indaiá-açu, ou inajá (Attalea sp.)2.
AvesNa Fazenda Pindobas IV foi definitiva-
Espécies ameaçadas: 6Leucopternis lacernulatus A. C. Venturini e P. R. de Paz.Touit melanonotus Bauer (1999).Touit surdus A. C. Venturini e P. R. de Paz.Procnias nudicollis A. C. Venturini e P. R. de Paz.Myrmotherula minor Bauer (1999), B. M. Whitney.Nemosia rourei Registrada em pequeno número desde 1998 e aparentemente
residente na área (Bauer et al. 2000, BirdLife International2000).
Espécies quase ameaçadas: 15Primolius maracana A. C. Venturini e P. R. de Paz.Baillonius bailloni Bauer (1999).Piculus aurulentus Bauer (1999).Anabacerthia amaurotis Bauer (1999).Dysithamnus stictothorax A. C. Venturini e P. R. de Paz.Drymophila ochropyga Bauer (1999), Gonzaga & Castiglioni (2001).Psilorhamphus guttatus Bauer (1999).Scytalopus indigoticus Bauer (1999).Carpornis cucullata Bauer (1999), Gonzaga & Castiglioni (2001).Lipaugus lanioides Comum (BirdLife International 2000); Gonzaga & Castiglioni
(2001).Phyllomyias g riseocapilla Bauer (1999).Phylloscartes eximius Pacheco & Bauer (1998).Phylloscartes oustaleti Bauer (1999).Orchesticus abeillei Bauer et al. (2000).Thraupis cyanoptera Bauer et al. (2000).
Espécies de distribuição restrita: 16 EBA075
Espécies endêmicas: 80 ATL
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Parque Nacional do Caparaó ES/MG01A1, A2 20°26’S, 41°47’W
Área: 31.853 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Iúna, Ibitirama, Divino de São Lourenço, Altitude: 1.000-2.890 mDores do Rio Preto (ES), Caparaó, Alto Caparaó, Inventário ornitológico: PreliminarAlto Jequitiba, Espera Feliz (MG)Grau de proteção: Total PROBIO 235
DescriçãoA Serra do Caparaó, na divisa entre Mi-nas Gerais e Espírito Santo, representaa extensão mais setentrional do Comple-xo da Mantiqueira. É o maciço montanho-so onde se registram as maiores eleva-ções do leste brasileiro. Grande parte daserra está inserida no Parque Nacionaldo Caparaó, com quase 32.000 ha, dosquais cerca de um quinto situa-se em ter-ritório mineiro e o restante em territóriocapixaba. O parque inclui o Pico da Ban-deira, o terceiro ponto mais alto do Bra-sil, com 2.890 m. O clima local é classifi-cado como tropical de altitude, com mé-dia anual de temperatura entre 19 e 22°C.Predomina na região a floresta ombrófiladensa montana e altimontana1,2. A partirde 2.000 m de altitude, acima do limitede ocorrência das florestas, surgem cam-pos de altitude, que no Caparaó compre-endem ambientes brejosos, brenhas dobambu Chusquea pinnifolia, áreas de ve-
getação rupestre sobre afloramentos ro-chosos (“páramos brasileiros”) e forma-ções herbáceo-arbustivas, com predomí-nio de melastomatáceas, ciperáceas eericáceas1,2.
AvesA área abriga uma avifauna ainda poucoconhecida, mas possui extensas porçõesde florestas montanas e campos de alti-tude bem preservados. O Caparaó é o li-mite norte de distribuição de várias espé-cies endêmicas da Mata Atlântica e se-tentrionalmente montícolas, como Ma-cropsalis forcipata (bacurau-tesoura-gi-gante), Oreophylax moreirae (garrincha-chorona), Mackenziena leachii (borralha-ra-assobiadora), Drymophila genei (cho-quinha-da-serra), Phylloscartes difficilis(estalinho), Saltator maxillosus (bico-gros-so) e Poospiza thoracica (peito-pinhão)3.Pelo menos 49 espécies de aves habi-tam os campos de altitude da serra, algu-
mente redescoberto, em 1998, o raro trau-pídeo Nemosia rourei (saíra-apunhalada),desaparecido desde 19413. A área abrigauma das duas únicas populações conhe-cidas dessa espécie criticamente amea-çada, que até sua redescoberta havia sidoencontrada somente na localidade-tipo eem outros dois locais no centro-sul doEspírito Santo3.
AmeaçasO pequeno tamanho populacional e a distri-buição extremamente restrita de Nemosiarourei tornam essa espécie particularmen-
te vulnerável4. As florestas nativas da Fa-zenda Pindobas IV vêm sendo protegidaspelos proprietários e existe a intenção decriar uma RPPN na área3,4. A situação dohábitat de N. rourei nas propriedades vi-zinhas, por outro lado, é desconhecida.
Referências1. Ana Cristina Venturini e Pedro Rogerio de Paz(in litt.); 2. Bauer (1999); 3. Bauer et al. (2000); 4.BirdLife International (2000); Pacheco & Bauer(1998); Gonzaga & Castiglioni (2001); Venturini etal. (2002); Bret M. Whitney (verb.).
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Espécies ameaçadas: 2Amazona vinacea C. Bauer; Melo Jr. (1996), Bauer (1999), Collar et al. (1992).Procnias nudicollis Bauer (1999).
Espécies quase ameaçadas: 19Primolius maracana C. Bauer.Aratinga auricapillus R. Parrini (in Bauer 1999).Piculus aurulentus Bauer (1999).Anabacerthia amaurotis Bauer (1999).Dysithamnus stictothorax Bauer (1999).Drymophila genei Numerosa na área (Pacheco & Bauer 1998).Drymophila ochropyga Bauer (1999).Psilorhamphus guttatus Bauer (1999).Merulaxis ater Bauer (1999).Laniisoma elegans Bauer (1999).Phibalura flavirostris Coletada na década de 1920 (Chapman 1930 in Mitchell 1957)
e presumivelmente ainda presente.Carpornis cucullata Bauer (1999).Lipaugus lanioides C. Bauer.Phyllomyias g riseocapilla Bauer (1999).Phylloscartes paulista Registro histórico (Collar et al. 1992, Bauer 1999).Phylloscartes difficilis Conhecida através de coletas antigas (Pacheco & Bauer
1998).Embernagra longicauda Vasconcelos (2003).Orchesticus abeillei Bauer (1999).Thraupis cyanoptera Bauer (1999).
Espécies de distribuição restrita: 8 EBA076
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Nacional do Caparaó Proteção Integral 31.853 ha
mas com distribuição global restrita, comoO. moreirae , D. genei e Tangara desma-resti (saíra-lagarta)2. A avifauna florestal,por outro lado, foi relativamente poucoamostrada, podendo incluir mais espé-cies ameaçadas do que as registradas atéagora.
AmeaçasAs queimadas freqüentes afetam princi-palmente as espécies que vivem na in-terface entre as florestas altimontanas eos campos de altitude2. Outras ameaças
significativas são os desmatamentos, apresença de animais domésticos (mulase cavalos), a disseminação de plantasexóticas (favorecida pelos incêndios) e oimpacto do turismo não-organizado2.
Referências1. Bauer (1999); 2. Vasconcelos (2003); 3. Pache-co & Bauer (1998); Mitchell (1957); Collar et al.(1992); Melo Jr. (1996); Cláudia Bauer (base dedados do workshop Avaliação e Ações Prioritáriaspara a Conservação dos Biomas Floresta Atlânti-ca e Campos Sulinos).
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Espécies ameaçadas: 2Touit surdus A. C. Venturini e P. R. de Paz.Amazona rhodocorytha C. Bauer.
Espécies quase ameaçadas: 8Ramphodon naevius Bauer (1999).Baillonius bailloni Bauer (1999).Piculus aurulentus Bauer (1999).Dysithamnus stictothorax Bauer (1999).Carpornis cucullata A. C. Venturini e P. R. de Paz.Lipaugus lanioides C. Bauer.Phylloscartes oustaleti A. C. Venturini e P. R. de Paz.Thraupis cyanoptera Bauer (1999).
Espécies de distribuição restrita: 12 EBA075
Encostas da Região de Domingos Martins ES06A1, A2 20°26’S, 40°40’W
Área: c.24.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Domingos Martins, Marechal Floriano, Altitude: 250-750 mAlfredo Chaves, Guarapari, Viana Inventário ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Nenhum PROBIO 237
DescriçãoEssa região de florestas úmidas fragmen-tadas inicia próximo à cidade de Domin-gos Martins e estende-se para o sul atéos confins entre os municípios de Guara-pari e Alfredo Chaves, na porção meridi-onal do Estado1. O relevo é marcado pe-los patamares escalonados da região daMantiqueira Setentrional, que ocupa todoo sudoeste capixaba2. A área é relativa-mente próxima à Reserva Biológica deDuas Bocas (ES03) e inclui a Serra doBatatal, na divisa de Guarapari com Al-fredo Chaves, e as matas existentes naslocalidades de Bom Jesus e Sítio Cacho-eira Alta (em Domingos Martins), PeixeVerde (Viana), Deserto (Guarapari) e Apa-recida (Alfredo Chaves), entre outras1,2.
AvesTal como na Reserva Biológica de DuasBocas (ES03), a avifauna da região com-bina endemismos atlânticos típicos dasmatas de baixa altitude, como Amazona
rhodocorytha (chauá) e Ramphodonnaevius (beija-flor-rajado), com outros dedistribuição mais montana, como as saírasTangara desmaresti e T. c yanoventris.Tinamus solitarius (macuco), espéciequase ameaçada, foi registrado um pou-co ao norte dos limites da área2 e aindapode estar presente nas encostas ao sulde Domingos Martins.
AmeaçasNenhuma ameaça tem sido especifica-mente relacionada à área, mas os efei-tos da fragmentação excessiva do hábi-tat e a caça podem levar ao desapareci-mento das espécies mais sensíveis aesses fatores.
Referências1. Cláudia Bauer (Base de dados do workshopAvaliação e Ações Prioritárias para a Conserva-ção dos Biomas Floresta Atlântica e Campos Suli-nos); 2. Bauer (1999); Ana Cristina Venturini ePedro Rogerio de Paz (in litt.).
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Complexo Pedra Azul / Forno Grande ES07A1, A2, A3 20°27’S, 41°00’W
Área: c.10.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Domingos Martins, Vargem Alta, Castelo, Altitude: 900-2.000 mAlfredo Chaves Inventário ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Parcial PROBIO 236
DescriçãoO Parque Estadual da Pedra Azul situa-se aproximadamente a meio caminhoentre a Fazenda Pindobas IV (ES04) eas encostas da região de Domingos Mar-tins (ES05). Juntamente com o ParqueEstadual de Forno Grande (a sudoeste)
e os importantes remanescentes de flo-resta primária existentes nas proprieda-des vizinhas, compõe uma das maioresmanchas florestais razoavelmente contí-nuas em todo o sul do Espírito Santo1,2,3.Fora das áreas oficialmente protegidas,destacam-se por sua extensão a mata
Espécies ameaçadas: 6Leucopternis lacernulatus Mata dos Caetés (A. C. Venturini e P. R. de Paz).Touit melanonotus Bauer (1999).Touit surdus A. C. Venturini e P. R. de Paz, J. F. Pacheco.Amazona vinacea C. Bauer e J. F. Pacheco.Procnias nudicollis Bauer et al. (1997).Nemosia rourei Mata dos Caetés (A. C. Venturini e P. R. de Paz).
Espécies quase ameaçadas: 17Strix hylophila Bauer (1999).Baillonius bailloni Bauer (1999).Piculus aurulentus Bauer (1999).Anabacerthia amaurotis Bauer (1999).Dysithamnus stictothorax A. C. Venturini e P. R. de Paz.Drymophila genei Pacheco & Bauer (1998).Drymophila ochropyga Bauer (1999).Psilorhamphus guttatus Bauer (1999).Scytalopus indigoticus Bauer (1999).Laniisoma elegans Bauer et al. (1997).Phibalura flavirostris Bauer et al. (1997).Carpornis cucullata Bauer et al. (1997).Lipaugus lanioides Bauer et al. (1997), A. C. Venturini e P. R. de Paz.Phyllomyias g riseocapilla Bauer (1999).Phylloscartes oustaleti Bauer (1999).Orchesticus abeillei Bauer (1999).Thraupis cyanoptera Bauer (1999).
Espécies de distribuição restrita: 15 EBA075
Espécies endêmicas: 79 ATL
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Estadual da Pedra Azul Proteção Integral 1.240 haParque Estadual de Forno Grande Proteção Integral 730 ha
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Trindade e Martim Vaz ES08A1, A3, A4ii 20°30’S, 29°18’W
Área: 1.500 ha Altitude: 0-620 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: RepresentativoBioma: Zonas Costeira e Marinha PROBIO (152)
DescriçãoAs ilhas oceânicas da Trindade e MartimVaz representam os pontos mais orien-tais do território brasileiro. Trindade acha-se a pouco mais de 1.000 km de distân-cia da costa do Espírito Santo, aproxima-damente na latitude geográfica de Vitó-
ria. Possui área de 13,5 km2 e relevo irre-gular e fortemente escarpado1. A vegeta-ção da ilha é hoje essencialmente rastei-ra ou arbustiva, composta por ervas, gra-míneas e ciperáceas, mas consta que85% de sua superfície encontravam-serecobertos por densas florestas até o iní-
dos Bellon, de aproximadamente 500 ha,e a mata dos Caetés, na Fazenda MonteVerde, que se estende dos 900 aos 1.200m de altitude e forma um grande blocoflorestal entre os Parques Estaduais daPedra Azul e Forno Grande, com pelomenos 2.000 ha2,4. As principais forma-ções vegetais encontradas na área são afloresta ombrófila densa montana e alto-montana (mata de neblina) e os camposde altitude2,5. A mata varia entre 5 e 20 mde altura, sendo rica em epífitas, musgose líquens5. Os campos de altitude estãopresentes no topo da Pedra Azul (1.822m), da Pedra das Flores (1.909 m) e deoutras formações rochosas de granito egnaisse dispersas pela região. Nessesambientes singulares, é característica apresença de Baccharis sp., Sinningiamagnifica e Tibouchina sp., além de bre-nhas do bambu Chusquea5.
AvesEm um breve levantamento realizado noP. E. da Pedra Azul e arredores em outu-bro de 1996 foram identificadas 204 es-pécies3, que incluem endemismos tipica-mente montícolas do sudeste do Brasil,como Scytalopus speluncae (tapaculo-preto) e Drymophila genei (choquinha-da-serra)2,5,6, além de vários cotingídeos sen-
síveis à fragmentação e perturbação dohábitat, cuja presença reflete a qualidadedas florestas da região3. O mais notávelachado na área, contudo, é o de uma novapopulação de Nemosia rourei (saíra-apu-nhalada), recentemente descoberta namata dos Caetés4. Essa espécie critica-mente ameaçada, que até pouco tempoatrás se acreditava estar extinta, tem sidoencontrada com regularidade apenas napresente área e na Fazenda Pindobas IV(ES04), 35 km a noroeste.
AmeaçasA preservação das florestas primárias doentorno do P. E. da Pedra Azul foi especi-almente recomendada devido a sua im-portância para a manutenção da avifau-na regional dependente do hábitat flores-tal3. Presentemente, as matas mais ex-tensas e melhor conservadas da regiãoencontram-se desprotegidas e sob domí-nio privado4.
Referências1. Cláudia Bauer e José Fernando Pacheco (Basede dados do workshop Avaliação e Ações Prioritá-rias para a Conservação dos Biomas FlorestaAtlântica e Campos Sulinos); 2. Bauer (1999); 3.Bauer et al. (1997); 4. Ana Cristina Venturini ePedro Rogerio de Paz (in litt.); 5. Vasconcelos &Pontes Jr. (não publicado); 6. Pacheco & Bauer(1998); J. F. Pacheco (in litt.).
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cio do século XVIII1,2,3. Em algumas par-tes elevadas da ilha (p.ex., na vertente oestedo Pico do Desejado) ainda existem forma-ções subarbóreas dominadas por Myrsinefloribunda e matas da samambaia endê-mica Cyathea copelandii, que atinge até6 m de altura1,2,3. Martim Vaz, situada acerca de 47 km a leste de Trindade, écomposta por três pequenas ilhas e vá-rios rochedos4. A ilha maior tem 800 m decomprimento e 500 m de largura. Trinda-de e Martim Vaz não contam com popu-lação humana residente, mas há umabase avançada da Marinha instalada naprimeira, responsável pela vigilância per-manente das ilhas1,4.
AvesA avifauna autóctone das ilhas é compos-ta exclusivamente por espécies mari-nhas5, oito das quais pelo menos nidifi-cantes4. Trindade e Martim Vaz são osúnicos sítios de reprodução confirmadosde Pterodroma arminjoniana (grazina-de-trindade)6, considerada endêmica dessaporção do Atlântico Sul. Ao lado de Sternafuscata (trinta-réis-das-rocas) e Anousstolidus (trinta-réis-escuro), é a espéciemais numerosa nas ilhas2,5,7,8. Sua popu-lação foi estimada em 2.000-5.000 indi-víduos em meados da década de 19906
e em 6.500 aves na virada do século7. Acolônia local de Gygis a lba (grazina) é,possivelemente, a segunda maior doAtlântico Sul7. Fregata minor (tesourão-grande) e F. ariel (tesourão-pequeno) têm
em Trindade e Martim Vaz seus únicoslocais de reprodução no oceano Atlânti-co, ocorrendo como as subespécies en-dêmicas F. m. nicolli e F. a. trinitatis4. Am-bas parecem ter sofrido um severo declí-nio, ainda não adequadamente avaliado, epodem estar em risco2,8. Pterodromahasitata, espécie Em Perigo, foi observa-da em alto-mar nas vizinhanças do arqui-pélago no final da década de 1980, masnão são conhecidos maiores detalhessobre esse registro10. Especula-se, inclu-sive, que esse petrel possa nidificar nasilhas4, mas é mais provável que ocorraapenas acidentalmente7. Como espéciesintroduzidas, são encontradas em Trinda-de a galinha-d’angola, o pombo-domésti-co, o canário-da-terra (Sicalis flaveola) eo bico-de-lacre (Estrilda astrild)11.
AmeaçasAs queimadas, o corte indiscriminado deárvores e a introdução de animais domés-ticos (caprinos, ovinos e suínos) pratica-mente eliminaram a cobertura florestaloriginal da ilha da Trindade, levando aforte erosão em toda a sua superfície,com perda significativa de solo e esgota-mento de mananciais hídricos1,3,11. Atual-mente, a ilha é alvo de um plano de recu-peração ambiental que visa reconstituir avegetação original em pontos onde o soloainda se mostra favorável3. Os mamífe-ros domésticos introduzidos na ilha já fo-ram, em sua maior parte, erradicados6.Pterodroma arminjoniana, a única espé-
Espécie ameaçadaPterodroma arminjoniana Ainda numerosa nas ilhas (Sick 1997, BirdLife International
2000).
Espécies congregantes: 2Pterodroma arminjoniana As ilhas abrigam toda a população reprodutiva conhecida da
espécie.Gygis alba População de 800 aves (Fonseca Neto 2004).
Espécies endêmicas: 1 [ATL] (Pterodroma arminjoniana)
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Espécie congreganteSterna sandvicensis De 10.000 a 13.000 indivíduos nidificam nas ilhas anualmente
(Nascimento et al. 1992, Efe & Musso 1994, Efe et al. 2000,2001, Efe 2004).
cie globalmente ameaçada com nidifica-ção confirmada nas ilhas, possui umaárea de reprodução muito pequena, o quea torna particularmente vulnerável6.
Referências1. Almeida (2000); 2. Goerck (1992); 3. Flora e ve-
Ilhas do Litoral Sul do Espírito Santo ES09A4ii 20°42’S, 40°24’W
Área: < 100 ha Bioma: Zonas Costeira e MarinhaMunicípios: Vila Velha, Guarapari, Itapemirim, Marataízes Altitude: 0-15 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Representativo
DescriçãoEssa área inclui várias pequenas ilhasrochosas dispersas ao longo de uma ex-tensão de aproximadamente 100 km dacosta meridional do Espírito Santo, entreVila Velha e Marataízes. As Ilhas Itatiaiaformam um arquipélago composto porsete ilhas, situadas a cerca de 1 km dolitoral de Vila Velha1. A ilha Escalvada dista8 km da praia de Setiba, em Guarapari1.A ilha Branca, ou dos Ovos, é a mais me-ridional de todas e está localizada a 1,4km da foz do rio Itapemirim, no municípiode Marataízes1. As ilhas são relativamentedistantes umas das outras, mas seu usoalternado pelas aves (ver abaixo) justifi-ca sua conservação conjunta.
AvesAs ilhas abrigam as maiores colônias re-produtivas de Sterna sandvicensis conhe-cidas no Brasil e no Atlântico Sul1, cor-respondendo a mais de 1% da popula-ção global da espécie e a mais de umquarto da população estimada para a su-bespécie S. s. eurygnatha (trinta-réis-de-
bico-amarelo). A localização das colôni-as está sujeita a certa variação a cadatemporada reprodutiva, sendo as Ilhas Ita-tiaia e a Ilha Escalvada utilizadas commaior regularidade1. Em determinadosanos, pode haver reprodução simultâneaem duas ou até três ilhas1,2. A colônia re-produtiva de Sterna hirundinacea (trinta-réis-de-bico-vermelho) das ilhas, com 980adultos contados em 19943, reúne pertode 1% da população global da espécie emarginalmente qualifica a área duplamen-te pelo critério A4ii. A reprodução de Puffinuslherminieri (pardela-de-asa-larga) foi recen-temente constatada no arquipélago dasilhas Itatiaia4, sendo esta uma das duasáreas de nidificação da espécie conheci-das no Brasil.
AmeaçasO alastramento de espécies invasoras deplantas e animais comprometiam o am-biente de reprodução das aves1. O capim-colonião (Panicum sp.), em particular,ameaçava ocupar completamente asilhas1. Através da atuação de uma asso-
getação da ilha da Trindade, recuperação e mane-jo – Plano Piloto (http://acd.ufrj.br/~mndb/trimanpo.html); 4. Vooren & Brusque (1999); 5. No-vaes (1952); 6. BirdLife International (2000); 7.Fonseca Neto (2004); 8. Antas (1991); 9. Luigi &Nacinovic (1997); 10. CBRO (2000); 11. Sick(1997); Moreira et al. (1995); Fundação BIO-RIOet al. (2002).
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ciação local, no entanto, esses impactosforam recentemente neutralizados5. A co-leta de ovos por pescadores, principalameaça às colônias de trinta-réis há al-guns anos, foi interrompida graças a cam-panhas bem-sucedidas de educação am-biental e mediante o rígido controle do de-sembarque de pessoas nas ilhas duran-
Cafundó e Bananal do Norte ES10A1 20°43’S, 41°13’W
Área: 2.000-3.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Cachoeiro do Itapemirim Altitude: 55-200 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Representativo
PROBIO 239
DescriçãoA RPPN Fazenda Cafundó, nas fazendasCafundó e Boa Esperança, e a antigaÁrea de Preservação Ambiental da Fazen-da Bananal do Norte são fragmentos qua-se interligados de floresta semidecidualde baixada situados no vale do rio Itape-mirim, na porção meridional do Estado1,2.Essas áreas estão entre os últimos re-manescentes dessa formação vegetal noEspírito Santo e constituem hoje verda-deiras ilhas verdes em meio à paisagem
extensivamente desmatada do sul capi-xaba1,2.
AvesEm face da destruição quase total dasmatas de baixa altitude em todo o sul doEspírito Santo e norte do Rio de Janeiro,a área adquire particular importânciacomo refúgio para espécies restritas aesse ambiente, como as ameaçadasThripophaga macroura (rabo-amarelo) eNeopelma aurifrons (fruxu-baiano) e o bei-
te o período de atividade reprodutiva dascolônias (maio a setembro)1,5.
Referências1. Efe et al. (2000); 2. Musso et al. (1997); 3. Efe &Musso (1996); 4. Efe & Musso (2001); 5. Efe(2004); Nascimento et al. (1992); Efe & Musso(1994); Efe et al. (2001).
Espécies ameaçadas: 5Pyrrhura cruentata Bauer (1999).Amazona rhodocorytha População significativa (J. F. Pacheco).Thripophaga macroura A. C. Venturini e P. R. de Paz.Dysithamnus plumbeus Bauer (1999).Neopelma aurifrons Bauer (1999).
Espécies quase ameaçadas: 4Tinamus solitarius Bauer (1999).Crypturellus noctivagus A. C. Venturini e P. R. de Paz.Primolius maracana Originalis Natura (1998, s.d.).Hemitriccus orbitatus Bauer (1999).
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaRPPN Fazenda Cafundó Particular 517 haFloresta Nacional de Pacotuba Uso Sustentável 450 ha
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ja-flor endêmico Phaethornis idaliae(rabo-branco-mirim). Um levantamentocompleto da avifauna de Cafundó e Ba-nanal do Norte, ainda inédito, apontou apresença de 247 espécies2.
AmeaçasA longo prazo, o isolamento das matasda região poderá comprometer a sobre-vivência de algumas espécies ameaça-
das. A desapropriação da Fazenda Ca-fundó para fins de reforma agrária foi de-cretada em 1997, mas o decreto foi sub-seqüentemente revogado diante da trans-formação de parte da área em RPPN.
Referências1. Bauer (1999); 2. Ana Cristina Venturini e PedroRogerio de Paz (in litt.); Originalis Natura (1998,s.d.); José Fernando Pacheco (verb.).
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Parque Estadual do Desengano e Entorno RJ01A1, A2 21°52’S, 41°48’W
Área: > 22.500 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Santa Maria Madalena, Campos dos Altitude: 40-1.750 mGoytacazes, São Fidelis Inventário ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Parcial Key Area 084/PROBIO 402
DescriçãoO maciço do Desengano é o segmentomais setentrional da Serra do Mar e estálocalizado no norte fluminense, ao sul dovale do rio Paraíba do Sul. O P. E. doDesengano abrange somente terras apartir de 200 m de altitude, mas impor-tantes remanescentes florestais à suavolta estendem-se até cotas altimétricasmínimas de 40 m (e.g., em São Julião,no rio Mocotó)1. Nas áreas montanhosas,o relevo é marcado por linhas de cumea-da angulosas, elevações do tipo “pão deaçúcar”, pontões, escarpas e patamaresescalonados2. A cobertura vegetal é for-mada principalmente pela floresta ombró-fila densa submontana (até 500 m de alti-tude) e montana (c.500-1.500 m); acima
de 1.600 m, existem campos de altitude2.
AvesA depressão do rio Paraíba do Sul repre-senta uma importante fronteira ornitoge-ográfica3. Várias espécies de aves daMata Atlântica têm nessa região seu limi-te norte de distribuição, tais como Helio-bletus contaminatus (trepadorzinho),Myrmotherula unicolor (choquinha-cin-zenta), Dysithamnus xanthopterus (cho-quinha-de-asa-ferrugem) e Tijuca atra(saudade), enquanto outras não avançamem direção ao sul, como Thripophagamacroura (rabo-amarelo) e Formicivoraserrana (formigueiro-da-serra), localmen-te representada pela raça interposita4,5,6. Atu-almente, também o cotingídeo Xipholena
Tabela 1. Lista das IBAs no Estado do Rio de Janeiro Critérios*
Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4
RJ01 Parque Estadual do Desengano e Entorno ATL X 75
RJ/MG01 Parque Nacional de Itatiaia ATL X 75, 76 ATL
RJ02 Região Serrana do Rio de Janeiro ATL X (ATL)
RJ03 Reserva Biológica União ATL X
RJ04 Serra dos Órgãos ATL X 75, 76 ATL
RJ05 Reserva Biológica de Poço das Antas ATL X
RJ06 Serra do Tinguá ATL X 75, 76 ATL
RJ07 Maciços da Tijuca e Pedra Branca ATL X 75 ATL
RJ08 Restinga de Maçambaba e Ilha de Cabo Frio ATL X 75 ATL
RJ09 Ilha Grande ATL X
RJ/SP01 Serra da Bocaina/Paraty/Angra dos Reis ATL X 75, 76 ATL
IBA interestadual descrita na seção referente a outro Estado
MG/RJ01 Laranjal/Miracema ATL X 75* Ver capítulo 2 para explicação dos critérios.
301
RIO
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Espécies ameaçadas: 15Leucopternis lacernulatus Wege & Long (1995).Pyrrhura cruentata Observada no entorno do parque (Wege & Long 1995).Touit melanonotus Observada no entorno do parque (Wege & Long 1995).Touit surdus Wege & Long (1995), Pacheco et al. (1996b).Amazona rhodocorytha Observada no entorno do parque (Wege & Long 1995).Thripophaga macroura Presente até 800 m de altitude, aparentemente em pequeno
número (Collar et al. 1992, BirdLife International 2000).Biatas nigropectus Wege & Long (1995).Myrmotherula urosticta Whitney & Pacheco (1995), Pacheco et al. (1992b).Carpornis melanocephala Collar et al. (1992), Pacheco et al. (1992b).Xipholena atropurpurea Wege & Long (1995), Pacheco et al. (1992b).Hemitriccus furcatus Wege & Long (1995), Pacheco et al. (1992b).Platyrinchus leucoryphus Wege & Long (1995).Sporophila falcirostris Wege & Long (1995).Sporophila frontalis Wege & Long (1995).Tangara peruviana Wege & Long (1995).
Espécies quase ameaçadas: 13Leucopternis polionotus Pacheco et al. (1996b).Triclaria malachitacea Wege & Long (1995).Ramphodon naevius Pacheco et al. (1996b).Myrmotherula unicolor Whitney & Pacheco (1995).Dysithamnus stictothorax Pacheco et al. (1996b).Scytalopus indigoticus Pacheco et al. (1996b).Laniisoma elegans Wege & Long (1995).Tijuca atra Pacheco et al. (1992b).Iodopleura pipra Wege & Long (1995).Phylloscartes paulista Wege & Long (1995).Phylloscartes eximius Pacheco et al. (1992b).Hemitriccus orbitatus Pacheco et al. (1996b).Dacnis nigripes Wege & Long (1995).
Espécies de distribuição restrita: 21 EBA075
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Estadual do Desengano Proteção Integral 22.500 ha
atropurpurea (anambé-de-asa-branca), en-dêmico do Brasil, tem seu limite meridionalde distribuição na região do Desengano.A área possui uma avifauna extremamen-te rica, que inclui um grande número deespécies ameaçadas. Um levantamentorealizado no P. E. do Desengano e imedi-ações no final da década de 1980 apon-tou a presença de 405 espécies5. A avi-fauna das zonas de encosta do parque(200-800 m) combina elementos pró-
prios da baixada e das montanhas7, masboa parte dos registros ornitológicos demaior interesse provém de remanescen-tes de floresta de planície situados forados limites da unidade de conservação8.
AmeaçasNo que concerne à conservação de avesna Mata Atlântica, a consolidação do P.E. do Desengano foi considerada a mai-or prioridade de ação no Estado do Rio
302
RIO
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Parque Nacional de Itatiaia RJ/MG01A1, A2, A3 22°22’S, 44°39’W
Área: 30.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Itatiaia, Resende (RJ), Itamonte, Altitude: 650-2.791 mBocaina de Minas (MG) Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Total Key Area 086/PROBIO 404
DescriçãoEsse antigo parque nacional está locali-zado sobre a Serra da Mantiqueira, noextremo oeste do Rio de Janeiro e emáreas adjacentes de Minas Gerais. O re-levo é montanhoso, com encostas íngre-mes e elevações rochosas abruptas, sen-do o Pico das Agulhas Negras (2.791 m)o ponto culminante de toda a região. Oclima e a vegetação local variam bastan-te conforme a altitude, originando umaevidente zonação ecológica. As encostasinferiores da vertente sul da serra, até al-titudes de 1.100 m, são revestidas por flo-restas montanas1. Devido ao histórico deocupação da área, essas florestas são,em sua maior parte, secundárias2. De1.100 a 2.000 m (ou de 1.500 a 2.200 mno norte e até 2.700 m no oeste do par-que) existem florestas alto-montanas, oumatas nebulares, que gradativamente di-minuem de porte e dão lugar aos cam-pos de altitude, a partir de 1.600-2.400m1,2. Em alguns setores elevados do par-que, principalmente no norte e no extre-mo oeste, ocorrem indivíduos esparsos ouagrupamentos de Araucaria angustifolia(araucária ou pinheiro-do-paraná)1, mas
essa conífera foi intensamente explora-da no passado3 e hoje é mais abundanteem algumas áreas do entorno, como Vis-conde de Mauá4. O clima regional é me-sotérmico, com verões brandos; as gea-das são comuns nas partes mais altas daserra durante o inverno e podem ocorrerbreves nevadas5.
AvesMais de 250 espécies de aves vivem naárea6. O parque abriga o maior conjuntode espécies de distribuição restrita da flo-resta atlântica montana (EBA076) entretodas as IBAs já identificadas e se quali-fica duplamente sob o critério A2. Tam-bém a proporção de espécies endêmicasda Mata Atlântica na avifauna local – aci-ma de 40% – é extremamente alta. A com-plexa estrutura da vegetação, que incluidiversas espécies de taquaras, propor-ciona os hábitats essencias para váriosespecialistas de bambu, como Claravisgodefrida (pararu-espelho), Biatasnigropectus (papo-branco), Sporophilafrontalis (pixoxó), S. falcirostris (cigarra-verdadeira) e Amaurospiza moesta (ne-grinho-do-mato)6. A jacutinga (Pipile
de Janeiro, tendo em vista os problemasfundiários e de fiscalização que afetamcronicamente essa importante área depreservação1,9. As terras baixas que cer-cam o parque têm sido sistematicamentedesmatadas1,10. Nos últimos anos, porém,o avanço das pastagens sobre as áreasde floresta tem diminuído significativa-mente como resultado da implementaçãode um programa regional de desenvolvi-mento sustentado; além disso, campa-
nhas têm estimulado a criação de RPPNsna região11.
Referências1. Pacheco et al. (1992a); 2. Fundação InstitutoEstadual de Florestas (www.ief.rj.gov.br); 3. Silva& Straube (1996); 4. Bauer (1999); 5. Pacheco etal. (1992b); 6. Gonzaga & Pacheco (1990); 7. Pa-checo et al. (1996b); 8. Wege & Long (1995); 9.Pacheco & Bauer (2000); 10. BirdLife Internatio-nal (2000); 11. www.pronatura.org.br; Collar et al.(1992); Pacheco et al. (1996c); Whitney & Pache-co (1995).
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Espécies ameaçadas: 8Claravis godefrida Wege & Long (1995).Touit melanonotus Wege & Long (1995), Machado et al. (1998).Biatas nigropectus Wege & Long (1995).Piprites pileata Wege & Long (1995).Onychorhynchus swainsoni Importante reduto (BirdLife International 2000).Hemitriccus furcatus Wege & Long (1995).Sporophila falcirostris Wege & Long (1995).Sporophila frontalis Regular na área (BirdLife International 2000); Willis & Oniki
(1983).
Espécies quase ameaçadas: 28Tinamus solitarius Pinto (1954), Parker & Goerck (1997).Leucopternis polionotus Parker & Goerck (1997).Harpia harpyja Observado no parque e imediações em 1984 e 2000
(Marigo 2002, Pacheco et al. 2003a).Primolius maracana Parker & Goerck (1997).Strix hylophila Parker & Goerck (1997).Baillonius bailloni Parker & Goerck (1997).Piculus aurulentus Parker & Goerck (1997).Anabacerthia amaurotis Parker & Goerck (1997).Leptasthenura setaria Sick (1997), Pacheco & Parrini (2000).Dysithamnus stictothorax Parker & Goerck (1997).Drymophila genei Parker & Goerck (1997).Drymophila ochropyga Parker & Goerck (1997).Merulaxis ater Parker & Goerck (1997).Scytalopus indigoticus Pinto (1954), Parker & Goerck (1997).Laniisoma elegans Wege & Long (1995).Lipaugus lanioides Wege & Long (1995).Iodopleura pipra Wege & Long (1995).Phibalura flavirostris Até oito indivíduos vistos em uma única árvore frutífera
(Parker & Goerck 1997).Tijuca atra Parker & Goerck (1997).Contopus cooperi Observado em 1986 e 1992 (Willis et al. 1993, Pacheco &
Parrini 1998).Phyllomyias g riseocapilla Parker & Goerck (1997).Polystictus superciliaris Vasconcelos et al. (2003b).Phylloscartes difficilis Parker & Goerck (1997).Phylloscartes eximius Pinto (1954), Parker & Goerck (1997).Amaurospiza moesta Parker & Goerck (1997).Orchesticus abeillei Parker & Goerck (1997).Thraupis cyanoptera Pinto (1954); Visconde de Mauá (Bauer & Pacheco 2000).Dacnis nigripes Wege & Long (1995).
Espécies de distribuição restrita: 18 EBA075Espécies de distribuição restrita: 16 EBA076
Espécies endêmicas: 116 ATL
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Nacional de Itatiaia Proteção Integral 30.000 haAPA da Serra da Mantiqueira (em parte) Uso Sustentável 422.873 haAPA da Serrinha [do Alambari] (em parte) Uso Sustentável (Municipal) 4.500 ha
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jacutinga) ocorria na região até pelo me-nos 19787, mas é agora dada como ex-tinta em todo o Estado do Rio de Janei-ro8. A quase ameaçada Cercomacra bra-siliana (chororó-cinzento) foi registradaem Serrinha9, nos contrafortes orientaisdo maciço do Itatiaia, mas deve haverpouco hábitat adequado para essa espé-cie típica de matas semidecíduas no in-terior do parque. Touit surdus (apuim-de-cauda-amarela) é mencionada para amesma localidade7,10, aparentementecom base em uma única fonte; entretan-to, não há outros registros desse psitací-deo ameaçado em todo o maciço da Man-tiqueira, e sua presença requer confirma-ção. Por outro lado, a ocorrência de Har-pyhaliaetus coronatus (águia-cinzenta),observada em 1988 a menos de 5 km doslimites do parque11, é mais provável.
AmeaçasIncêndios que se alastram a partir de pro-priedades vizinhas ou originam-se da ati-vidade de turistas causam sérios danosaos ecossistemas do parque e são umaameaça constante1. Outro problema crô-nico é a falta de regularização fundiária.Em 2000, ainda restavam 20.000 dos30.000 ha do parque por serem desapro-priados12. Em conseqüência disso, a área
sul (antigo Núcleo Colonial de Itatiaia) estáagora quase totalmente ocupada por pro-priedades particulares, sítios de veraneioe hotéis1. O parque é atravessado pormuitas estradas e trilhas, dificultando ocontrole sobre a entrada e o trânsito depessoas1. Outras ameaças incluem osefeitos da poluição atmosférica causadapor Volta Redonda, a instalação desorde-nada de hotéis e pousadas, a presençade animais domésticos e a extração pre-datória de palmito e madeiras12. No en-torno da unidade de conservação, os cri-mes ambientais mais freqüentes são ocorte de vegetação em áreas de preser-vação permanente, a abertura de estra-das, a extração clandestina de palmito eas queimadas não-autorizadas de pasta-gens5.
Referências1. dos Santos (2000); 2. www.jbrj.gov.br/pesquisa/pma/itatiaia.htm; 3. www.lsi.usp.br/econet/snuc/ucrj/pni/pni.htm; 4. Bauer & Pacheco (2000); 5.Santos & Zikan (2000); 6. Parker & Goerck (1997);7. Wege & Long (1995); 8. Alves et al. (2000a); 9.Pacheco & Fonseca (1992); 10. Collar et al. (1992);11. Pacheco et al. (2003a); 12. Crespo & Carneiro(2000); Pinto (1954); Willis & Oniki (1983); Pines-chi (1990); Sick (1997); Machado et al. (1998);Pacheco & Parrini (1998, 2000); BirdLife Interna-tional (2000); Marigo (2002); Vasconcelos et al.(2003b).
Região Serrana do Rio de Janeiro RJ02A1, (A3) 22°23’S, 42°41’W
Área: c.55.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Teresópolis, Nova Friburgo, Cachoeiras Altitude: 35-2.310 mde Macacu, Silva Jardim, Guapimirim Inventário ornitológico: Não disponívelGrau de proteção: Parcial PROBIO 402
DescriçãoEssa área abrange a porção central docorredor florestal da Serra do Mar no Riode Janeiro, estendendo-se desde os limi-tes do Parque Nacional da Serra dos Ór-gãos, em Guapimirim e Teresópolis, atéas serras de Macaé de Cima, Rio Bonito,São João, Santana e da Botija, nos muni-
cípios de Nova Friburgo, Cachoeiras deMacacu e Silva Jardim. Sua superfíciecorresponde, em grande parte, às áreascombinadas da Estação Ecológica doParaíso e do recentemente criado Par-que Estadual dos Três Picos, maior uni-dade de conservação de proteção inte-gral no Rio de Janeiro1. Este último so-
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brepõe-se parcialmente à Reserva Eco-lógica de Macaé de Cima (municipal) e àReserva Ecológica de Guapi-Açu, área depreservação privada mantida pela orga-nização anglo-brasileira Brazilian RainforestTrust2,3. A paisagem da região é domina-da por um extraordinário conjunto mon-tanhoso, que inclui o ponto culminante detoda a Serra do Mar, o Pico Maior de Fri-burgo, com 2.310 m. A vegetação é mui-to variada devido às grandes diferençasde altitude. Predominam a floresta om-brófila densa montana e as matas de ne-blina, mas há pequenos trechos de for-mações campestres naturais (campos dealtitude) nos picos das serras, acima de1.500 m1,2. Localmente, existem matas debaixa altitude ainda preservadas, comoem Guapi-Açu e nos vales dos rios Para-íso, Anil e Caboclo, próximo à E. E. doParaíso2,3.
AvesA área seguramente abriga populaçõesexpressivas de várias espécies ameaça-das e também um grande número de en-demismos da Mata Atlântica, em virtudede sua cobertura florestal ainda vasta econtínua, que se estende por um amplo
gradiente altitudinal. A notável diversida-de de aves encontrada em setores adja-centes da Serra do Mar (p.ex., no P. N.da Serra dos Órgãos) constitui outro cla-ro indicativo da grande riqueza da avifau-na local. No entanto, a única localidadeda região que conta com um inventárioornitológico relativamente recente divul-gado na literatura é a Serra da Sibéria4,em Nova Friburgo, situada alguns quilô-metros a nordeste da área5. As espéciesameaçadas Biatas nigropectus (papo-branco) e Sporophila f rontalis (pixoxó)foram observadas em Teresópolis, nãolonge dos limites do P. E. dos Três Picos,e presumivelmente ocorrem também emseu interior, enquanto Piprites pileata (ca-neleirinho-de-chapéu-preto) foi coletadaem Nova Friburgo no final do século XIXmas ainda pode estar presente nas flores-tas altimontanas da região6. Calypturacristata (tietê-de-coroa), recentementeredescoberta nas imediações do P. N. daSerra dos Órgãos, deve ser procurada naárea, visto que a distribuição históricadessa espécie diminuta e inconspícuaestendia-se até Nova Friburgo6. Em adi-ção, foi recentemente sugerido que Ma-caé de Cima poderia ser a verdadeira lo-
Espécie ameaçadaNeopelma aurifrons Anil (Whitney et al. 1995a).
Espécies quase ameaçadas: 3Laniisoma elegans Rio Bonito, em 1985 e 1990 (Collar et al. 1992).Iodopleura pipra Macaé de Cima, em 1986 (Collar et al. 1992).Dacnis nigripes Uma ave avistada em Macaé de Cima em 1985
(Collar et al. 1992).
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Estadual dos Três Picos Proteção Integral 46.350 haEstação Ecológica Estadual do Paraíso Proteção Integral 4.920 haReserva Ecológica de Macaé de Cima Municipal 7.200 haReserva Ecológica de Guapi-Açu Privada 7.385 haRPPN Fattoria Grigea Particular 25 haAPA Região Serrana de Petrópolis (em parte) Uso Sustentável 59.049 haAPA Floresta do Jacarandá Uso Sustentável 2.700 haAPA da Bacia do Rio dos Frades Uso Sustentável 7.500 haAPA de Macaé de Cima Uso Sustentável 35.037 ha
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calidade de origem do exemplar-tipo deNemosia rourei (saíra-apunhalada)7,8,outra espécie redescoberta há pouco tem-po e cuja ocorrência nas matas da regiãoé considerada possível8. A R. E. de Gua-pi-Açu, localizada na parte central do cor-redor florestal entre Teresópolis e NovaFriburgo, é a única área onde alegada-mente Myrmotherula fluminensis (choqui-nha-fluminense) tem sido observada, masos registros conhecidos permanecemnão-documentados e têm sido postos emdúvida, assim como a validade do pró-prio táxon9,10. Por fim, a área inclui a úni-ca localidade com registros atuais deNeopelma aurifrons (fruxu-baiano) no Riode Janeiro (Anil)11.
AmeaçasJunto aos limites leste e oeste da área, aprincipal ameaça parece ser a crescenteocupação humana de zonas primitivas;em Macaé de Cima, a lenha extraída dasmatas nativas é utilizada para abasteceros fornos de olarias e padarias da região,e ocorre coleta predatória de palmito, bro-mélias, orquídeas e xaxim2.
Referências1. Fundação Instituto Estadual de Florestas(www.ief.rj.gov.br); 2. Lima & Guedes-Bruni (1997);3. www.worldlandtrust.org; 4. Scott & Brooke (1985);5. Vanzolini (1992); 6. Collar et al. (1992); 7. Pache-co (1999); 8. Bauer et al. (2000); 9. BirdLife Interna-tional (2000); 10. Zimmer & Isler (2003); 11. Whitneyet al. (1995a).
Reserva Biológica União RJ03A1 22°24’S, 42°02’W
Área: 3.126 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Casimiro de Abreu, Rio das Ostras Altitude: 10-350 mGrau de proteção: Total Inventário ornitológico: Preliminar
Key Area 087/PROBIO 403
DescriçãoA Reserva Biológica União foi criada em1998 para resguardar um dos maiores –e também um dos últimos – fragmentosrepresentantivos de floresta ombrófila debaixada que restam no Rio de Janeiro1.Dos 3.216 ha da reserva, aproximada-mente 2.400 ha são cobertos por flores-tas. A área, anteriormente denominadaFazenda União, foi por muito tempo man-tida pela Rede Ferroviária Federal comoreserva de madeira para a fabricação dedormentes2,3. Está localizada próximo àrodovia BR-101, a cerca de 25 km a nor-deste de Poço das Antas (RJ05).
AvesApesar de algumas espécies terem sofri-do um marcante declínio nos últimosanos, três delas podendo já estar local-mente extintas (ver quadro), a reserva
ainda mantém sua importância como re-fúgio para aves ameaçadas ou endêmi-cas encontradas apenas em matas debaixa altitude (e.g., Amazona rhodocorytha,Phaethornis idaliae, Myrmotherula urostictae Tangara mexicana)4 e como hábitat deinvernagem para migrantes altitudinais(e.g., Laniisoma elegans)5. A R. B. Uniãoé a única área onde Myrmotherula unicolor(choquinha-cinzenta), M. minor (choquinha-pequena) e M. urosticta (choquinha-de-rabo-cintado), três espécies do gênerosujeitas a algum grau de ameaça no su-deste brasileiro, ocorrem lado a lado2.
AmeaçasOs incêndios florestais (o último ocorreuno início de 2003) e a fiscalização defici-ente são os problemas mais sérios. Alémdisso, a área aparentemente vem se tor-nando menos úmida nos últimos anos6,
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presumivelmente em conseqüência deseu isolamento.
Referências1. Base de dados do workshop Avaliação e Ações
Serra dos Órgãos RJ04A1, A2, A3 22°29’S, 43°03’W
Área: c.16.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Petrópolis, Teresópolis, Guapimirim, Magé Altitude: 190-2.263 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Representativo
Key Area 088/PROBIO 402
DescriçãoO maciço da Serra dos Órgãos, famosopor seus pináculos rochosos de formasinusitadas, está situado a apenas 50 kmda cidade do Rio de Janeiro, no centrodo Estado. Juntamente com a Serra doTinguá (RJ06), a oeste, e as florestasentre Teresópolis e Nova Friburgo (RJ02),a leste, forma um bloco florestal pratica-mente contínuo ao longo da Serra do Mar
fluminense, que somente é interrompidoou estreitado pelas áreas urbanas dePetrópolis, Teresópolis e Guapimirim. OParque Nacional da Serra dos Órgãosabrange principalmente terras acima de900 m de altitude1,2, mas a área estende-se além dos limites dessa unidade deconservação, incluindo remanescentesdesprotegidos de floresta baixo-montanano sopé da serra. Em alguns pontos, es-
Espécies ameaçadas: 8Leucopternis lacernulatus Não registrada nos últimos 10 anos (Pacheco et al. 2003b);
Collar et al. (1992).Pyrrhura cruentata Wege & Long (1995); declínio acentuado nos últimos anos
(J. F. Pacheco).Touit surdus Sem registros recentes (J. F. Pacheco); Wege & Long
(1995), Pacheco et al. (1996b).Amazona rhodocorytha Importante população no Rio de Janeiro (J. F. Pacheco);
Wege & Long (1995).Myrmotherula minor Whitney & Pacheco (1995).Myrmotherula urosticta Whitney & Pacheco (1995); declínio acentuado nos últimos
anos (J. F. Pacheco).Procnias nudicollis Pacheco et al. (2003b).Carpornis melanocephala Collar et al. (1992); talvez extinto na área (J. F. Pacheco).
Espécies quase ameaçadas: 4Myrmotherula unicolor Whitney & Pacheco (1995).Laniisoma elegans Wege & Long (1995).Hemitriccus orbitatus Pacheco et al. (2003b).Dacnis nigripes Wege & Long (1995).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaReserva Biológica União Proteção Integral 3.126 ha
Prioritárias para a Conservação dos Biomas Flo-resta Atlântica e Campos Sulinos; 2. Whitney &Pacheco (1995); 3. Wege & Long (1995); 4. Pa-checo et al. (2003b); 5. José Fernando Pacheco(verb.); 6. J. F. Pacheco (in litt.); Collar et al. (1992);Pacheco et al. (1996b).
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Espécies ameaçadas: 8Leucopternis lacernulatus Wege & Long (1995); aparentemente não incomum em
altitudes menores (Mallet-Rodrigues & Noronha 2003).Claravis godefrida Scott & Brooke (1985), Wege & Long (1995).Touit melanonotus Wege & Long (1995).Biatas nigropectus Wege & Long (1995).Tijuca condita Área-chave para a espécie; Scott & Brooke (1985), Wege &
Long (1995).Procnias nudicollis Snow (1982); raro no sopé da serra (Mallet-Rodrigues &
Noronha 2003).Calyptura cristata Única área com registros atuais (Sick 1997, BirdLife
International 2000).Sporophila frontalis Ocorrência regular (BirdLife International 2000); Raposo et
al. (1994b), Wege & Long (1995).
Espécies quase ameaçadas: 20Leucopternis polionotus Scott & Brooke (1985), Noronha et al. (1996).Ramphodon naevius Scott & Brooke (1985).Baillonius bailloni Scott & Brooke (1985).Piculus aurulentus Scott & Brooke (1985).Anabacerthia amaurotis Scott & Brooke (1985).Myrmotherula unicolor Scott & Brooke (1985); comum no sopé da Serra dos
Órgãos (Mallet-Rodrigues & Noronha 2003).Dysithamnus stictothorax Scott & Brooke (1985).Drymophila genei Scott & Brooke (1985).Drymophila ochropyga Scott & Brooke (1985).Tijuca atra Scott & Brooke (1985).Laniisoma elegans Noronha et al. (1996), Raposo et al. (1994b), Mallet-
Rodrigues & Noronha (2003).Carpornis cucullata Scott & Brooke (1985).Iodopleura pipra Wege & Long (1995); regular no sopé da serra (Mallet-
Rodrigues & Noronha 2003).Phibalura flavirostris Scott & Brooke (1985), Raposo et al. (1994b).Hemitriccus orbitatus Comum no sopé da serra (Mallet-Rodrigues & Noronha 2003);
Scott & Brooke (1985).Phylloscartes difficilis Scott & Brooke (1985).Phyllomyias g riseocapilla Scott & Brooke (1985).Thraupis cyanoptera Scott & Brooke (1985).Orchesticus abeillei Scott & Brooke (1985).Dacnis nigripes Wege & Long (1995).
Espécies de distribuição restrita: 19 EBA075Espécies de distribuição restrita: 11 EBA076
Espécies endêmicas: 104 ATL
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Nacional da Serra dos Órgãos Proteção Integral 10.527 haAPA Região Serrana de Petrópolis (em parte) Uso Sustentável 59.049 haRPPN El Nagual Particular 17 haRPPN Maria Francisca Guimarães Particular 20 ha
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ses remanescentes prolongam-se de for-ma ininterrupta até c.190 m de altitude2.Mais abaixo, a floresta já se encontraquase inteiramente fragmentada, ao pas-so que nas baixadas adjacentes existemapenas manchas esparsas de mata se-cundária2. A Serra dos Órgãos, entretan-to, ainda apresenta grandes extensões defloresta primária, sobretudo a partir dos400 m de altitude1. Acima de 1.830 m, asflorestas de encosta dão lugar a matasnebulares e brenhas de bambus (até2.100 m), e após a campos de altitudecom charcos turfosos, nos cumes dasmontanhas1.
AvesHá registro de 372 espécies de aves naSerra dos Órgãos2. Algumas estão apa-rentemente extintas na região, como Pipilejacutinga (jacutinga), Pyroderus scutatus(pavó) e Lipaugus lanioides (tropeiro-da-serra)2,3,4, mas a área ainda abriga maisde uma centena de endemismos da MataAtlântica e pelo menos trinta espécies dedistribuição restrita das EBAs 075 e 076.A notável redescoberta de Calypturacristata (tietê-de-coroa) em uma encostada Serra dos Órgãos em 1996, mais decem anos após o último registro confir-mado, deu-se em um condomínio parti-cular situado próximo a um trecho da es-trada Rio–Teresópolis conhecido como“curva do Garrafão”, pouco abaixo dos li-mites do parque nacional5. Lamentavel-mente, essa espécie criticamente amea-çada não foi mais vista desde então, adespeito das buscas movidas por ornitó-logos e observadores de aves. Há evidên-cias de prováveis migrações altitudinaisna Serra dos Órgãos2, o que confere im-portância extra às florestas de planície eencostas baixas da região como hábitatsde invernagem de aves que se deslocamsazonalmente ao longo do gradiente dealtitude, como Dacnis nigripes (saí-de-per-nas-pretas)6. Myrmotherula fluminensis(choquinha-fluminense), espécie conside-rada criticamente ameaçada mas de va-lidade questionável, foi descrita a partirde um macho coletado em Magé, em um
fragmento de floresta de baixada situadomuito próximo à base da Serra dos Ór-gãos7. A busca por populações remanes-centes dessa espécie enigmática nasencostas inferiores da serra pode ajudara elucidar o seu status taxonômico e deconservação. Por fim, a presença de Harpiaharpyja (gavião-real) na área deve ser con-firmada. Um exemplar foi observado nasimediações do P. N. da Serra dos Órgãosem 19808, mas esse registro aparente-mente deu-se em circunstâncias que nãopermitiam a identificação segura da es-pécie9.
AmeaçasA área confronta-se com núcleos urba-nos de alta densidade populacional. Aexpansão descontrolada das áreas deocupação humana através da favelizaçãono entorno das grandes cidades e do au-mento de condomínios residenciais e par-ques industriais é a principal ameaça àsencostas florestadas da Serra dos Ór-gãos8,10. As mantidas nebulares, hábitatde Tijuca condita (saudade-da-asa-cinza),são particularmente vulneráveis a incên-dios causados por campistas que visitamas partes altas da serra em períodos se-cos11. Tendo em vista que as matas debaixada desempenham um importantepapel ao hospedarem migrantes altitudi-nais durante o inverno, a excessiva frag-mentação dessas florestas é uma amea-ça significativa às espécies que realizamdeslocamentos altitudinais na região2. Nosopé da Serra dos Órgãos, a destruiçãodo hábitat vem sendo intensificada pelaconstrução de sítios de lazer e vilas, pelocultivo de banana e pela extração ilegalde madeira2. A captura para o comércioilegal também afeta algumas espécies emparticular2.Referências1. Scott & Brooke (1985); 2. Mallet-Rodrigues &Noronha (2003); 3. Wege & Long (1995); 4. Collaret al. (1992); 5. Pacheco & Fonseca (2000); 6.Gonzaga (1983); 7. Gonzaga (1988); 8. Raposo etal. (1994a); 9. Pacheco et al. (2003a); 10. Raposoet al. (1994b); 11. BirdLife International (2000);Snow (1982); Noronha et al. (1996); Sick (1997);Ferreira et al. (2000).
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Reserva Biológica de Poço das Antas RJ05A1 22°32’S, 42°17’W
Área: 5.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Silva Jardim Altitude: 20-300 mGrau de proteção: Total Inventário ornitológico: Representativo
Key Area 089/PROBIO 403
Espécies ameaçadas: 4Leucopternis lacernulatus Wege & Long (1995); provavelmente apenas vagante na área.Procnias nudicollis Scott & Brooke (1985); migrante altitudinal, presente durante
o inverno (Pacheco et al. 2003b).Sporophila frontalis Wege & Long (1995); provavelmente apenas vagante na área.Tangara peruviana Visitante de inverno (Pacheco et al. 2003b).
Espécies quase ameaçadas: 3Myrmotherula unicolor Scott & Brooke (1985).Laniisoma elegans Migrante altitudinal, presente durante o inverno (Pacheco et
al. 2003b).Hemitriccus orbitatus Scott & Brooke (1985).
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaReserva Biológica de Poço das Antas Proteção Integral 5.500 haAPA da Bacia do Rio São João / Mico-leão-dourado Uso Sustentável 150.700 ha
DescriçãoA Reserva Biológica de Poço das Antasfoi criada em 1974 principalmente paraassegurar a sobrevivência do mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), sendouma das últimas manchas de floresta debaixada em território fluminense. Locali-zada na planície costeira interna do Riode Janeiro, a cerca de 100 km da capitaldo Estado, essa área de relevo plano asuavemente ondulado é um mosaico decapoeiras, capoeirões e matas secundá-rias em diferentes estádios de matura-ção1,2,3. Florestas melhor estruturadasexistem somente sobre as encostas dosmorrotes mamelonares que caracterizamos setores mais elevados da reserva2,3,4.Boa parte das matas remanescentes emPoço das Antas situa-se sobre terrenosalagadiços, mas a construção da repre-sa de Juturnaíba, há cerca de 20 anosatrás, eliminou extensas áreas pantano-sas no interior e no entorno da unidadede conservação2,3.
AvesSegundo uma recente reavaliação da avi-fauna de Poço das Antas5, várias espé-cies aparentemente desapareceram dareserva nas últimas duas décadas, entreelas os endêmicos Odontophorus capuei-ra, Ramphodon naevius, Automolus leu-cophthalmus, Pyriglena leucoptera ,Myrmotherula minor, Phylloscartes paulis-ta (os dois últimos ameaçados), Tangaraseledon e Haplospiza unicolor. Apesar daforte interferência antrópica, porém, asflorestas de Poço das Antas ainda man-têm-se importantes como refúgio para es-pécies próprias de florestas de baixada ecomo hábitat de inverno de aves que rea-lizam migrações sazonais. Invernam naárea, aparentemente procedentes da Ser-ra do Mar adjacente, Pyrrhura frontalis(tiriba-de-testa-vermelha), Procnias nudico-llis (araponga), Laniisoma elegans (chiban-te), Tachyphonus coronatus (tiê-preto) eHemithraupis ruficapilla (saíra-ferrugem),além de outras espécies não-endêmicas;
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já Tangara peruviana (saíra-sapucaia),outro visitante de inverno, deve ser pro-veniente do sul5.
AmeaçasPoço das Antas é cronicamente ameaça-da por incêndios que se alastram a partirdas fazendas vizinhas4. Consta que acontrução da barragem de Juturnaíbaocasionou a drenagem de uma vasta área
de matas inundáveis a jusante, onde hojeocorrem os grandes incêndios que asso-lam a reserva6.
Referências1. Wege & Long (1995); 2. www.jbrj.gov.br/pesqui-sa/pma/rebio.htm; 3. Scott & Brooke (1985); 4.Whitney & Pacheco (1995); 5. Pacheco et al.(2003b); 6. www2.ibama.gov.br/unidades/biolog/reuc/39.htm
Serra do Tinguá RJ06A1, A2, A3 22°33’S, 43°23’W
Área: 28.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Altitude: 40-c.1.600 mPetrópolis, Miguel Pereira Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Total Key Area 090/PROBIO 402
DescriçãoA Serra do Tinguá é adjacente à Serrados Órgãos (RJ04), da qual é separadaprincipalmente pela zona urbana de Pe-trópolis. Há, entretanto, alguma conexãoflorestal entre ambas através das matasexistentes no norte do município de Magée em áreas adjacentes de Petrópolis eDuque de Caxias. A Serra do Tinguá res-guarda atualmente alguns dos melhorese mais extensos remanescentes de flo-resta primária de elevações intermediá-rias em todo o Estado do Rio de Janeiro,a maior parte concentrada acima de 500m de altitude1. Entre 40 e 750 m, predo-minam matas alteradas ou secundárias,entremeadas com áreas já desmatadas1.A vegetação varia ao longo do gradientede altitude, sendo classificada como flo-resta ombrófila densa submontana (50–500 m), montana (acima de 500 m) e alto-montana, ou mata de neblina (1.270–1.600 m)2. Acima do limite das florestasexistem campos de altitude2. As duasunidades de conservação de proteçãointegral existentes na Serra do Tinguá sãopraticamente contíguas e protegem qua-se toda a floresta que resta na região, ex-ceto alguns remanescentes de floresta de
baixa altitude na transição para a baixa-da litorânea.
AvesÀ exemplo da vizinha Serra dos Órgãos(RJ04), a área se qualifica duplamentepelo critério A2, abrigando um componen-te significativo do conjunto de espéciesde distribuição restrita que define as EBAs075 (Floresta Atlântica de Planície) e 076(Floresta Atlântica Montana). O cotingídeoameaçado Tijuca condita (saudade-de-asa-cinza), cuja área de distribuição co-nhecida soma menos de 1.000 km2, ocor-re somente nas serras do Tinguá e dosÓrgãos, onde restringe-se à mata alto-montana1,3, formação arbórea baixa quereveste as encostas superiores e o topodas montanhas, freqüentemente envoltosem densos nevoeiros. Existe um registroantigo de Touit surdus (apuim-de-cauda-amarela) para a baixada adjacente à Re-serva Biológica do Tinguá4, sendo possí-vel que esse psitacídeo ainda ocorra naárea.
AmeaçasA Serra do Tinguá está semi-isolada emmeio a uma matriz urbana, o que pode
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Espécies ameaçadas: 9Leucopternis lacernulatus Mendonça-Lima & Pacheco (2003).Harpyhaliaetus coronatus Status desconhecido, provavelmente não residente;
Wege & Long (1995).Touit melanonotus Registrada em Xerém, muito próximo da R. B. do Tinguá
(Collar et al. 1992).Myrmotherula minor Ocorre até 500 m de altitude (Scott & Brooke 1985);
Wege & Long (1995).Procnias nudicollis Scott & Brooke (1985).Tijuca condita Ocorre acima de 1.320 m de altitude (Scott & Brooke 1985);
Wege & Long (1995).Sporophila frontalis Collar et al. (1992); J. F. Pacheco.Sporophila falcirostris Collar et al. (1992).Dendroica cerulea Observada na área em 1980 (Scott & Brooke 1985).
Espécies quase ameaçadas: 21Tinamus solitarius Scott & Brooke (1985).Leucopternis polionotus Scott & Brooke (1985).Triclaria malachitacea Wege & Long (1995).Ramphodon naevius Scott & Brooke (1985).Baillonius bailloni Scott & Brooke (1985).Piculus aurulentus Scott & Brooke (1985).Anabacerthia amaurotis Scott & Brooke (1985).Myrmotherula unicolor Wege & Long (1995).Dysithamnus stictothorax Scott & Brooke (1985).Drymophila genei Scott & Brooke (1985).Drymophila ochropyga Scott & Brooke (1985).Laniisoma elegans Wege & Long (1995).Phibalura flavirostris Scott & Brooke (1985).Tijuca atra Scott & Brooke (1985).Carpornis cucullata Scott & Brooke (1985).Hemitriccus orbitatus Scott & Brooke (1985).Phylloscartes oustaleti Scott & Brooke (1985).Phylloscartes difficilis Scott & Brooke (1985).Orchesticus abeillei Scott & Brooke (1985).Thraupis cyanoptera Scott & Brooke (1985).Dacnis nigripes Wege & Long (1995).
Espécies de distribuição restrita: 19 EBA075Espécies de distribuição restrita: 10 EBA076
Espécies endêmicas: 97 ATL
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaReserva Biológica do Tinguá Proteção Integral 26.000 haReserva Biológica de Araras Proteção Integral 2.068 haAPA Região Serrana de Petrópolis (em parte) Uso Sustentável 59.049 ha
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comprometer a sobrevivência futura deespécies que requerem grandes áreas devida5. As principais ameaças à área sãoa ação de caçadores, palmiteiros, grilei-ros e madeireiros, as queimadas e a de-posição de lixo doméstico, hospitalar eindustrial1,5,6.
Referências1. Scott & Brooke (1985); 2. http://www.jbrj.gov.br/pesquisa/projetos especiais/tingua; 3. BirdLife In-ternational (2000); 4. Collar et al. (1992); 5. Men-donça-Lima & Pacheco (2003); 6.www.socioambiental.org/website/noticias; Willis etal. (1993); Wege & Long (1995); José FernandoPacheco (verb.).
Maciços da Tijuca e Pedra Branca RJ07A1, A2, A3 22°56’S, 43°27’W
Área: 15.700 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Rio de Janeiro Altitude: 80-1.024 mGrau de proteção: Total Inventário ornitológico: Preliminar
Key Area 092/PROBIO 407
DescriçãoOs conjuntos orográficos da Tijuca e daPedra Branca formam um bloco isoladoda Serra do Mar a oeste da baía da Gua-nabara. Ambos são revestidos por flores-tas úmidas de encosta, existindo certaconexão entre os dois maciços florestais1,embora as unidades de conservação queos protegem não sejam contíguas. OParque Nacional da Tijuca, consideradopor muitos a maior floresta tropical urba-na do mundo, está encravado no cora-ção da metrópole do Rio de Janeiro e si-tua-se em uma área que já foi praticamen-te toda desmatada e ocupada por planta-ções de café, chá e cana-de-açúcar2. Asflorestas hoje existentes, em avançadoestádio de regeneração, são o resultadode um programa de reflorestamento ini-ciado em 1862. O Parque Estadual daPedra Branca, por sua vez, está localiza-do na porção central do município, limi-tando-se com vários bairros da zona oesteda capital e da baixada de Jacarepaguá3.O parque compreende áreas de encostaacima da cota de 100 m de altitude e in-clui o pico da Pedra Branca, ponto culmi-nante do município, com 1.024 m. Aexemplo do P. N. da Tijuca, essa áreatambém foi em grande parte ocupada porplantações no passado, sendo formada
hoje principalmente por florestas secun-dárias3.
AvesEmbora não especialmente rico em es-pécies de aves, o P. N. da Tijuca abrigapraticamente todas as espécies ameaça-das ou quase ameaçadas listadas abai-xo e sua avifauna é representativa da áreade endemismo Mata Atlântica de Planí-cie (EBA075). O P. E. da Pedra Branca,por outro lado, ainda é muito pouco co-nhecido, mas potencialmente possui umaavifauna tão ou mais diversificada que aencontrada no vizinho P. N. da Tijuca epresumivelmente comporta populaçõesmaiores das espécies ameaçadas. Essaárea é às vezes confundida com a locali-dade de Pedra Branca, que fica no muni-cípio de Paraty, litoral sul do Estado.
AmeaçasOs parques são áreas de alto risco deincêndios florestais, causados principal-mente por balões. O P. N. da Tijuca, cer-cado por áreas urbanas, está permanen-temente sob a ameaça de ser invadidopelas favelas vizinhas. A situação é simi-lar no P. E. da Pedra Branca, onde caça-dores circulam livremente e plantações debanana, pastos, favelas e condomínios de
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luxo avançam sobre a área do parque,devido à falta de fiscalização4. Felizmen-te, o P. E. da Pedra Branca tornou-se alvode um projeto de recuperação e revitali-zação que prevê sua gestão compartilha-da pelo Estado, empresas privadas e en-tidades conservacionistas.
Espécies ameaçadas: 6Leucopternis lacernulatus Wege & Long (1995).Touit melanonotus Collar et al. (1992), BirdLife International (2000).Procnias nudicollis Parker & Goerck (1997).Platyrinchus leucoryphus Wege & Long (1995).Sporophila frontalis Irregular na área (J. F. Pacheco); Wege & Long (1995),
BirdLife International (2000).Tangara peruviana Wege & Long (1995).
Espécies quase ameaçadas: 10Ramphodon naevius Parker & Goerck (1997).Baillonius bailloni Parker & Goerck (1997).Myrmotherula unicolor Whitney & Pacheco (1995).Dysithamnus stictothorax Parker & Goerck (1997).Drymophila ochropyga Sick (1997).Laniisoma elegans Wege & Long (1995), Parker & Goerck (1997).Hemitriccus orbitatus Parker & Goerck (1997).Phylloscartes sylviolus Pacheco (1988a).Thraupis cyanoptera Pacheco (1988a).Dacnis nigripes Wege & Long (1995).
Espécies de distribuição restrita: 12 EBA075
Espécies endêmicas: 68 ATL
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Nacional da Tijuca Proteção Integral 3.200 haParque Estadual da Pedra Branca Proteção Integral 12.500 ha
Referências1. José Fernando Pacheco (verb.); 2. Parker &Goerck (1997); 3. Fundação Instituto Estadual deFlorestas (www.ief.rj.gov.br); 4. Folha de S. Paulo(www1. fo lha .uo l . com.b r / f o l ha /co t i d i ano /ult95u95631.shtml); Sick (1985, 1997); Pacheco(1988a); Collar et al. (1992); Wege & Long (1995);Whitney & Pacheco (1995); BirdLife International(2000); Gagliardi & Pacheco (2003).
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Restinga de Maçambaba e Ilha de Cabo Frio RJ08A1, A2, A3 22°56’S, 42°12’W
Área: c.9.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Arraial do Cabo, Araruama, Saquarema Altitude: nível do marGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Preliminar
Key Areas 091, 093/PROBIO 406 (73)
DescriçãoEssa área consiste em uma estreita faixade restingas litorâneas com mais de 40km de extensão, que se estende desde aEstação Ecológica de Jacarepiá, em Sa-quarema, até a ilha de Cabo Frio, em Ar-raial do Cabo, no médio litoral fluminen-se. A longa restinga de Maçambaba, naporção central dessa faixa, separa a la-goa de Araruama do oceano, configuran-do um dos últimos sistemas lagunaresbem preservados no Estado do Rio deJaneiro. A ilha de Cabo Frio, com 5,6 km2,situa-se na extremidade leste da área edista apenas 400 m da costa1.
AvesA área compreende praticamente toda aextensão de ocorrência de Formicivoralittoralis (formigueiro-do-litoral)2, papa-for-miga endêmico das restingas do comple-xo da lagoa de Araruama3. A espécie é
encontrada em altas densidades nos há-bitats favoráveis e tem sido consideradaabundante na ilha de Cabo Frio4, ondeaparentemente existe uma população vi-ável3. O acesso à ilha é restrito pela Ma-rinha brasileira1,2, o que tem garantido apreservação da área3,4.
AmeaçasA restinga de Maçambaba está sujeita aalta pressão antrópica por especulaçãoimobiliária, desenvolvimento turístico eocupação irregular2,4,5.
Referências1. Coelho et al. (1991); 2. Gonzaga & Pacheco(1990); 3. José Fernando Pacheco (base de da-dos do workshop Avaliação e Ações Prioritáriaspara a Conservação dos Biomas Floresta Atlânti-ca e Campos Sulinos); 4. BirdLife International(2000); 5. Fundação BIO-RIO et al. (2002); Wege& Long (1995).
Espécies ameaçadas: 2Formicivora littoralis Gonzaga & Pacheco (1990), BirdLife International (2000).Tangara peruviana Registrada durante o inverno (Wege & Long 1995).
Espécies de distribuição restrita: 2 [EBA075] (Formicivora littoralis)
Espécies endêmicas: 6 [ATL] (Formicivora littoralis)
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaReserva Ecológica de Jacarepiá Proteção Integral 1.267 haReserva Ecológica de Maçambaba Proteção Integral 1.680 haAPA Estadual de Maçambaba Uso Sustentável 7.630 ha
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Ilha Grande RJ09A1 23°09’S, 44°14’W
Área: c.19.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Angra dos Reis Altitude: 0-1.030 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Preliminar
PROBIO 410
Espécies ameaçadas: 4Leucopternis lacernulatus Coelho et al. (1991), Alves (2001).Amazona rhodocorytha Comum (BirdLife International 2000); Collar et al. (1992).Procnias nudicollis Coelho et al. (1991), Buzzetti (2000).Tangara peruviana M. A. dos S. Alves.
Espécies quase ameaçadas: 4Tinamus solitarius Buzzetti (2000).Myrmotherula unicolor Buzzetti (2000).Lipaugus lanioides Buzzetti (2000).Thraupis cyanoptera Buzzetti (2000).
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Estadual de Ilha Grande Proteção Integral 5.594 haReserva Biológica de Praia do Sul Proteção Integral 3.600 haAPA de Tamoios Uso Sustentável 21.400 ha
DescriçãoA Ilha Grande é a maior das ilhas da baíaque leva o seu nome, na região de Angrados Reis, litoral sul do Rio de Janeiro. Ailha possui quase metade de sua superfí-cie protegida por unidades de conserva-ção de proteção integral e é separada docontinente por um canal de aproximada-mente 3 km de largura. Densas florestasem diferentes fases de regeneração co-brem a maior parte de sua extensão1, masremanescentes da mata original aindapouco alterados são encontrados apenasem algumas áreas de difícil acesso naporção central da ilha1,2. Localmente, exis-tem também manguezais e restingas. Aprecipitação anual é de aproximadamen-te 2.200 mm e a temperatura média estáem torno de 23oC1. Há uma base de pes-quisas da Universidade do Estado do Riode Janeiro na ilha2.
AvesEm virtude do seu tamanho e extensivacobertura florestal, a Ilha Grande presu-mivelmente é um importante reduto paraespécies da Mata Atlântica que dependemde florestas de baixa altitude, comoLeucopternis lacernulatus (gavião-pom-bo-pequeno) e Myrmotherula unicolor(choquinha-cinzenta).
AmeaçasA área sofre alta pressão pelo turismo2.
Referências1. Alves et al. (2000b); 2. Alves (2001); Coelho etal. (1991); Collar et al. (1992); Almeida et al. (2000);Antonini et al. (2000); BirdLife International (2000);Buzzetti (2000); Maria Alice dos Santos Alves (basede dados do workshop Avaliação e Ações Prioritá-rias para a Conservação dos Biomas FlorestaAtlântica e Campos Sulinos).
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Serra da Bocaina / Paraty / Angra dos Reis RJ/SP01A1, A2, A3 23°09’S, 44°46’W
Área: c.150.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Paraty, Angra dos Reis (RJ), Cunha, Altitude: 0-2.200 mAreias, São José do Barreiro, Bananal (SP) Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Parcial Key Areas 094, 095, 100/PROBIO 409
DescriçãoEssa extensa área compreende a planí-cie costeira em torno da baía da Ilha Gran-de, no litoral sul-fluminense, bem comoos maciços montanhosos circunvizinhosao longo da divisa entre o Rio de Janeiroe São Paulo, que fazem parte das serrasdo Mar e da Bocaina. Em razão do amplogradiente altitudinal que abrange, a áreapossui grande variação de clima e rele-vo, incluindo desde praias arenosas e flo-restas litorâneas de baixada, sujeitas aum clima tropical superúmido, até matascom araucária e campos de altitude naspartes mais altas da Serra da Bocaina,onde chega a nevar no inverno. Os limi-tes da área abrangem as baixadas aindaflorestadas de Paraty e Angra dos Reis(para leste até além dos vales dos riosFlorestão e Ariró), o Parque Nacional daSerra da Bocaina, exceto a sua porçãopaulista que se sobrepõe ao Parque Es-tadual da Serra do Mar, em Ubatuba, eos altiplanos desprotegidos da Serra daBocaina, no sul dos municípios de Bana-nal e São José do Barreiro. Os principaishábitats são manguezais, restingas, flo-resta ombrófila densa aluvial, submonta-na, montana e alto-montana, e camposde altitude acima dos 1.800 m1,2.
AvesA avifauna da área figura entre as maisrepresentativas e diversificadas da MataAtlântica. Cerca de 57% das espéciesendêmicas desse bioma ocorrem na re-gião, o mais alto percentual encontradoentre as IBAs já identificadas. A área tam-bém suporta o maior conjunto de espé-cies da EBA075 (Floresta Atlântica de Pla-
nície) – equiparando-se a Santa Teresa(ES02) – e um dos maiores da EBA076(Floresta Atlântica Montana), qualificando-se duplamente pelo critério A2. Uma dasaves endêmicas, Formicivora erythronotos(formigueiro-de-cabeça-negra), é exclusi-va da área e está inteiramente restrita àestreita faixa costeira ao redor da baía daIlha Grande, aproximadamente entre ovale do rio Taquari (Paraty), no P. N. daSerra da Bocaina, e o rio Ariró, em Angrados Reis, com as maiores densidadesocorrendo nessa última localidade e emMambucaba3,4,5. A notável diversidade daavifauna (há registros de mais de 420 es-pécies6) deve-se em parte à existência deum gradiente altitudinal completo na área,onde estão presentes desde aves típicasdas baixadas quentes, como F. erythro-notos, Tangara peruviana (saíra-sapu-caia) e as subespécies endêmicas Ama-zilia fimbriata tephrocephala (beija-flor-de-garganta-verde) e Hylophilus t. thoracicus(vite-vite), até espécies de distribuiçãoestritamente alto-montana, como Drymo-phila genei (choquinha-da-serra), Pipritespileata (caneleirinho-de-chapéu-preto) eTijuca atra (saudade)1. O amplo gradien-te de altitude também oferece oportuni-dade à ocorrência de casos de substitui-ção altitudinal envolvendo várias espé-cies congenéricas, como acontece como gênero Drymophila, com cinco repre-sentantes na área1, todos endêmicos daMata Atlântica. No limite sul da área, omaciço do Cairuçu projeta-se em direçãoao mar na divisa Rio de Janeiro/São Pauloe atinge até 1.000 m de altitude, potenci-almente atuando como barreira geográfi-ca à dispersão de espécies que se distri-
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buem ao longo da planície costeira mas nãoocorrem ao sul de Paraty, como Veniliornismaculifrons, Thamnophilus palliatus, F.erythronotos, H. thoracicus e Saltator ma-ximus1. Tal descontinuidade na avifaunajustifica a separação da área em relaçãoàs florestas adjacentes em Caraguatatu-ba e Picinguaba (SP02), apesar da conti-nuidade de hábitat que existe ao longodas serras litorâneas. A menção de Touitmelanonotus (apuim-de-costas-pretas)para a localidade de Pedra Branca, Para-ty2, resulta de uma interpretação errôneado registro existente para o parque esta-dual homônimo, situado no município doRio de Janeiro7, e deve ser desconside-rada.
AmeaçasA contínua perda de hábitat ocasionada
Espécies ameaçadas: 13Leucopternis lacernulatus Buzzetti (2000).Harpyhaliaetus coronatus Registrada no P. N. da Bocaina no final da década de 1980
(Wege & Long 1995).Pipile jacutinga Wege & Long (1995); considerada rara ou extinta na
área (Galetti et al. 1997a), mas ainda ocorre emáreas adjacentes de São Paulo.
Touit surdus Pedra Branca (Pacheco et al. 1997).Amazona rhodocorytha Wege & Long (1995).Myrmotherula minor BirdLife International (2000), Buzzetti (2000).Formicivora erythronotos Única área de ocorrência (BirdLife International 2000,
Buzzetti 2000).Procnias nudicollis Buzzetti (2000).Piprites pileata Sick (1997), BirdLife International (2000).Onychorhynchus swainsoni BirdLife International (2000), Buzzetti (2000).Platyrinchus leucoryphus Angra dos Reis somente (Wege & Long 1995).Hemitriccus furcatus Ocorre até c.500-700 m (Buzzetti 2000).Tangara peruviana Somente em Angra dos Reis (rio Florestão); Wege & Long
(1995), Pacheco et al. (1997).
Espécies quase ameaçadas: 29Tinamus solitarius Buzzetti (2000).Triclaria malachitacea Buzzetti (2000).Ramphodon naevius Buzzetti (2000).Baillonius bailloni Buzzetti (2000).Piculus aurulentus Buzzetti (2000).Anabacerthia amaurotis Buzzetti (2000).Myrmotherula unicolor BirdLife International (2000), Buzzetti (2000).Dysithamnus stictothorax Buzzetti (2000).
pelo crescimento da infraestrutura turís-tica e das residências de veraneio na pla-nície costeira é a principal ameaça àsaves típicas das baixadas litorâneas, es-pecialmente F. erythronotos1,4. O proble-ma é agravado pela inexistência de uni-dades de conservação que contemplemáreas de planície ao nível do mar1. No res-tante da área, as ameaças são a desca-racterização da vegetação nativa, os des-matamentos para o plantio de bana-na, a exploração ilegal de palmito e a caçapredatória1.
Referências1. Buzzetti (2000); 2. Wege & Long (1995); 3. Pa-checo (1988b); 4. BirdLife International (2004); 5.Mendonça & Gonzaga (2000); 6. Pacheco et al.(1997); 7. Collar et al. (1992); Berla (1944); Galettiet al. (1997a); Sick (1997); Buzzetti (1998); Vas-concelos et al. (2003b).
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Drymophila genei Buzzetti (2000).Drymophila ochropyga Buzzetti (2000).Psilorhamphus guttatus Buzzetti (2000), Pacheco et al. (1997).Merulaxis ater Buzzetti (2000).Laniisoma elegans BirdLife International (2000), Buzzetti (2000).Lipaugus lanioides Laranjeiras, Paraty (Pacheco et al. 1997).Iodopleura pipra Historicamente em Pedra Branca (Berla 1944) e
recentemente em Mambucaba, Angra dos Reis (Wege& Long 1995, Mendonça & Gonzaga 2000).
Tijuca atra Buzzetti (2000).Carpornis cucullata Buzzetti (2000).Phibalura flavirostris Angra dos Reis, coleta antiga (Pacheco et al. 1997).Phyllomyias g riseocapilla Buzzetti (2000), Pacheco et al. (1997).Polystictus superciliaris Vasconcelos et al. (2003b).Phylloscartes paulista Buzzetti (1998, 2000).Phylloscartes oustaleti Buzzetti (2000).Phylloscartes difficilis Buzzetti (2000).Phylloscartes sylviolus São Roque, Paraty (Pacheco et al. 1997).Contopus cooperi Observada em 1990 (Pacheco et al. 1997).Hemitriccus orbitatus Buzzetti (2000).Orchesticus abeillei Buzzetti (2000).Thraupis cyanoptera Buzzetti (2000).Dacnis nigripes Registrada em Angra dos Reis (Wege & Long 1995).
Espécies de distribuição restrita: 24 EBA075Espécies de distribuição restrita: 14 EBA076
Espécies endêmicas: 123 ATL
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Nacional da Serra da Bocaina Proteção Integral 110.000 haReserva Ecológica de Juatinga Proteção Integral 8.000 haEstação Ecológica de Bananal Proteção Integral 884 haAPA de Cairuçu Uso Sustentável 32.688 ha
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Itirapina SP01A1, A3 22°14’S, 47°53’W
Área: > 2.300 ha Bioma: CerradoMunicípios: Itirapina, Brotas Altitude: 700-830 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Representativo
Key Area 096
DescriçãoA Estação Ecológica de Itirapina está si-tuada sobre o topo da Chapada de Itira-pina, um tabuleiro arenoso isolado nocentro do Estado de São Paulo1, a apro-ximadamente 200 km da capital. Diver-sas fitofisionomias pertencentes ao do-mínio do Cerrado configuram a paisagemlocal e compõem um mosaico ou “espec-tro” de hábitats naturais formado por cam-
pos limpos, campos com arbustos espar-sos (campos cerrados), capinzais úmidosque secam durante o inverno e áreas pan-tanosas, além de matas de galeria1. Aonorte, os limites da área estendem-se atéa margem da represa de Broa; a leste e aoeste, a área confronta-se, respectiva-mente, com plantações de pínus (à mar-gem direita do rio Itaqueri) e com a matade galeria do córrego do Lobo. Ao sul, os
Tabela 1. Lista das IBAs no Estado de São Paulo
* Ver capítulo 2 para explicação dos critérios.
Critérios*
Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4SP01 Itirapina CER X CER
SP/MG01 Serra da Mantiqueira ATL X 76 ATL
SP/MG02 São Francisco Xavier/Monte Verde ATL X
SP02 Parque Estadual da Serra do Mar
(entre Caraguatatuba e Picinguaba) ATL X 75 ATL
SP03 Serra da Cantareira ATL X ATL
SP04 Parque Estadual da Serra do Mar
(entre Santos e São Sebastião) ATL X 75, 76 ATL
SP05 Bertioga ATL X
SP06 Parque Estadual de Ilhabela ATL X ATL
SP07 Parque Estadual da Serra do Mar
(entre Pedro de Toledo e Cubatão) ATL X
SP08 Itanhaém/Mongaguá ATL X
SP09 Arquipélago dos Alcatrazes C/M X
SP10 Maciço Florestal de Paranapiacaba ATL X 75 ATL
SP11 Estação Ecológica de Juréia-Itatins ATL X 75 ATL
SP12 Ilhas Comprida e Cananéia ATL X X
IBAs interestaduais descritas em seção referente a outro Estado
RJ/SP01 Serra da Bocaina/Paraty/Angra dos Reis ATL X 75, 76 ATL
PR/SP01 Guaraqueçaba/Jacupiranga/Cananéia ATL X 75 ATL
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remanescentes de campos cerrados ecapinzais úmidos avançam por proprie-dades particulares além dos limites da E.E. de Itirapina, até pouco ao sul da rodo-via Itirapina–Brotas1. A Estação Experi-mental de Itirapina, com 3.212 ha, é con-tígua à estação ecológica mas inclui prin-cipalmente plantios de eucalipto e pinhei-ros exóticos. O clima da região é meso-térmico, com uma estação seca definidaentre abril e novembro.
AvesO amplo espectro ecológico formado porhábitats instáveis que formam gradaçõesé o principal fator responsável pela pre-sença de uma grande variedade de avesem Itirapina1. Um estudo de longo prazoapontou a ocorrência de 231 espécies naárea, das quais 163 foram consideradasregulares1. Itirapina é um dos últimos re-
Espécies ameaçadas: 8Nothura minor Não registrada desde 1990 (Willis 2004).Laterallus xenopterus Uma ave foi encontrada morta na área em 1994 (Oniki &
Willis 1996); status desconhecido.Alectrurus tricolor Willis (2004), Parker & Willis (1997).Culicivora caudacuta Willis (2004), Parker & Willis (1997).Anthus nattereri Último registro na área em 1988 mas presente na região
até 2000 (Willis 2004).Sporophila palustris Ocorre em migração; não registrada nos últimos anos
(Willis & Oniki 1993, Willis 2004).Sporophila cinnamomea Ocorre em migração; não registrada nos últimos anos
(Willis & Oniki 1993, Willis 2004).Coryphaspiza melanotis Não registrada após 1999 (Willis 2004); Willis (1995).
Espécies quase ameaçadas: 7Rhea americana Granzinolli et al. (2001), Willis (2004).Geobates poecilopterus Não registrada após 1987 (Willis 2004).Polystictus pectoralis Willis (2004), Parker & Willis (1997).Sporophila melanogaster Paradouro migratório (Willis & Oniki 1993, Willis 2004).Sporophila ruficollis Migrante rara; Willis & Oniki (1993), Willis (2004).Charitospiza eucosma Não registrada após 1988 (Willis 2004); Willis (1995).Neothraupis fasciata Willis (2004).
Espécies endêmicas: 13 CER
Área protegida:Nome Categoria ÁreaEstação Ecológica de Itirapina Proteção Integral 2.300 ha
fúgios no Estado de São Paulo para avescaracterísticas dos campos naturais dodomínio do Cerrado, sobretudo Polystictuspectoral is (papa-moscas-canela),Alectrurus tricolor (galito) e Culicivoracaudacuta (papa-moscas-do-campo), quepermanecem comuns na área. Por outrolado, alterações ambientais ocorridas naárea e em seu entorno ao longo das últi-mas duas décadas levaram ao declínioou fizeram desaparecer diversas outrasespécies. Sumiram principalmente avesque dependem de hábitats específicos outransitórios, como Nothura minor (codor-na-mineira), Geobates poecilopterus (an-darilho) e Charitospiza eucosma (minei-rinho), a primeira pela conversão de cam-pos cerrados em granjas de avicultura oueucaliptais e os dois últimos aparentemen-te pela falta de campos recém-queimadosou moderadamente pastoreados na paisa-
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gem regional1. Também desapareceramlocalmente ou tendem a desaparecer Rheaamericana (ema), Anthus nattereri (cami-nheiro-grande) e Coryphaspiza melanotis(tico-tico-de-máscara-negra)1. Entre as IBAsda região da Mata Atlântica, Itirapina ocu-pa a terceira posição em número de es-pécies endêmicas do Cerrado, emboratrês dos 13 endemismos desse bioma ci-tados para a área não sejam registradoshá 15 anos ou mais e provavelmente jádesapareceram1. Seis espécies migrató-rias de caboclinhos do gênero Sporophila,incluindo os ameaçados ou quase amea-çados S. palustris, S. cinnamomea e S.melanogaster, passam por Itirapina em di-reção ao sul durante a primavera, forman-do concentrações consideráveis em de-terminados anos1,2. Ao que tudo indica, aárea é um importante paradouro de ali-mentação ou descanso ao longo da rotade migração dessas espécies2,3. Infeliz-mente, também esses caboclinhos torna-ram-se incomuns nos últimos anos1.
AmeaçasItirapina é um dos últimos testemunhosde campos naturais em São Paulo. Em1992, as fisionomias campestres repre-sentavam apenas 2% da área de cerra-dos no Estado. Além disso, ao longo dasúltimas duas décadas e meia, mais de95% da superfície coberta por campos ecampos cerrados em São Paulo foi des-truída, principalmente para dar lugar apastagens e plantações. Na E. E. de Iti-rapina, amplas áreas de campo foramconvertidas em plantações de eucalipto
e pínus ou transformadas em granjas eáreas agrícolas1. Atualmente, plantas exó-ticas invasoras, especialmente Brachia-ria e Melinis minutiflora, grassam ao lon-go das estradas e aceiros, invadindo tam-bém terras recém-aradas1. As plantaçõesde pínus no interior da área e nas redon-dezas são a fonte para a invasão doscampos naturais por essa espécie exóti-ca. Por causa do controle rigoroso de in-cêndios, a vegetação campestre vem setornando progressivamente mais alta edensa desde 1995, e algumas áreas ten-dem ao cerradão, o que elimina o hábitatdas aves de campos baixos. A caça, acaptura de aves por passarinheiros e acolisão com linhas de transmissão repre-sentam outras ameaças à avifauna de Iti-rapina1. Nas áreas privadas do entornoda estação ecológica, os campos e ca-pinzais úmidos estão sendo convertidosem plantações de arroz, soja, milho oularanja, causando erosão e perda adicio-nal de hábitats importantes para as avesameaçadas. A mineração de areia já cau-sou sérios danos ambientais e poderáresultar em mais destruição no futuro.Além disso, a região parece estar se tor-nando mais seca com o passar dos anos,o que pode fazer parte de um ciclo natu-ral ou ser conseqüência de mudanças cli-máticas globais relacionadas ao efeito es-tufa1.
Referências1. Willis (2004); 2. Willis & Oniki (1993); 3. Benckeet al. (2003); Willis (1995); Oniki & Willis (1996);Parker & Willis (1997); BirdLife International (2000);Granzinolli et al. (2001).
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Serra da Mantiqueira SP/MG01A1, A2, A3 22°40’S, 45°29’W
Área: c.95.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Pindamonhangaba e Campos do Jordão Altitude: 800-2.400 ma Queluz (SP), e Piranguçu a Passa Quatro (MG) Inventário ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Parcial Key Area 097/PROBIO 404
DescriçãoEssa área abrange uma grande extensãoda Serra da Mantiqueira ao longo da divi-sa entre São Paulo e Minas Gerais, es-tendendo-se de Campos do Jordão atéQueluz (SP) e Passa Quatro (MG), nadivisa com o Rio de Janeiro. A área prati-camente interliga a região de São Fran-cisco Xavier/Monte Verde (SP/MG02) aoParque Nacional de Itatiaia (RJ/MG01)através das encostas e cumes da Serrada Mantiqueira. Seus limites são forma-
dos pelos parques estaduais justapostosde Campos do Jordão e Mananciais deCampos do Jordão e pela porção da APAda Serra da Mantiqueira que se estendeao longo da divisa São Paulo–Minas Ge-rais. A Serra da Mantiqueira ainda possuiextensas áreas de floresta, concentran-do as maiores manchas de mata comaraucária (Araucaria angustifolia) do Es-tado de São Paulo. Desde o Vale do Pa-raíba até o alto das montanhas existe umgradiente altitudinal bem definido, com flo-
Espécies ameaçadas: 2Amazona vinacea Cerca de 20 pares no P. E. de Campos do Jordão (Snyder et
al. 2000); Willis & Oniki (1981a), Wege & Long (1995).Piprites pileata Willis & Oniki (1981a), Wege & Long (1995).
Espécies quase ameaçadas: 9Strix hylophila Willis & Oniki (1981a).Piculus aurulentus Willis & Oniki (1981a).Anabacerthia amaurotis Willis & Oniki (1981a).Leptasthenura setaria Willis & Oniki (1981a).Drymophila genei Willis & Oniki (1981a).Phibalura flavirostris Willis & Oniki (1981a).Tijuca atra Willis & Oniki (1981a).Phylloscartes difficilis Willis & Oniki (1981a).Phyllomyias g riseocapilla Willis & Oniki (1981a).
Espécies de distribuição restrita: 13 EBA076
Espécies endêmicas: 68 ATL
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Estadual de Campos do Jordão Proteção Integral 8.386 haParque Estadual Mananciais de Campos do Jordão Proteção Integral c.23.000 haFloresta Nacional de Passa Quatro Uso Sustentável 345 haAPA Serra da Mantiqueira (em parte) Uso Sustentável 422.873 haAPA Federal Mananciais do Vale do Paraíba (em parte) Uso Sustentável 367.000 haAPA Estadual Campos do Jordão Uso Sustentável 28.800 haAPA Estadual Sapucaí-Mirim (em parte) Uso Sustentável 39.800 ha
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São Francisco Xavier / Monte Verde SP/MG02A1 22°54’S, 46°02’W
Área: ? Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: São José dos Campos, Joanópolis (SP), Altitude: 1.200-2.080 mCamanducaia, Sapucaí-Mirim (MG) Inventário ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Nenhum Key Area 099/PROBIO 404
DescriçãoSão Francisco Xavier, em São José dosCampos, e Monte Verde, em Camandu-caia, são distritos turísticos situados so-bre o maciço da Mantiqueira, junto à divi-sa entre São Paulo e Minas Gerais. SãoFrancisco Xavier localiza-se na vertenteatlântica do maciço, voltada para o valedo rio Paraíba do Sul, ao passo que Mon-te Verde situa-se na vertente oposta, emterritório mineiro. As cristas montanhosasque se elevam acima dessas localidades,
incluindo as serras de Poncianos e doSelado, apresentam extensos remanes-centes florestais que permanecem bempreservados. Predomina a floresta ombró-fila densa montana, mas há também ma-tas de neblina e trechos restritos de flores-ta com araucária (Araucaria angustifolia),além de campos de altitude. A área é mui-to próxima à anterior (SP/MG01) e fica acerca de 35 km de Campos do Jordão, emdireção sudoeste. Merece destaque a pre-sença do primata ameaçado Brachyteles
restas latifoliadas nas encostas da serra,matas com araucárias e Podocarpuslamberti nos vales de altitudes intermedi-árias e florestas alto-montanas ricas embromélias entre 1.700-2.000 m1. Sobre osespigões da serra há campos de altitu-de1. Nas zonas mais elevadas, a tempe-ratura média anual é de apenas 13°C,ocorrendo temperaturas abaixo de zerono inverno.
AvesA avifauna da área é representativa dafloresta atlântica montana (EBA076). Ape-sar de não haver um inventário completodas aves da região, a Serra da Mantiquei-ra é a terceira IBA em número de espé-cies endêmicas dessa EBA, ficando atrásapenas do P. N. de Itatiaia e da Serra daBocaina/Paraty/Angra dos Reis (RJ/SP01). Entre os endemismos de distribui-ção restrita presentes na área estãoOreophylax moreirae (garrincha-choro-na), Tijuca atra (saudade) e Pipritespileata (caneleirinho-de-chapéu-preto),
que ocorrem em um número relativamen-te reduzido de IBAs (cinco a oito).
AmeaçasAnualmente, a Serra da Mantiqueira re-cebe um grande número de turistas, atra-ídos pelo clima e pela paisagem de mon-tanha da região. Em conseqüência, exis-te intensa especulação imobiliária no en-torno dos principais pólos turísticos, so-bretudo visando à construção de casasde veraneio, o que leva a desmatamen-tos e alterações na paisagem. Fora dasunidades de conservação de proteção in-tegral, a paisagem natural já se encontrabastante fragmentada devido à ocupaçãopor propriedades rurais e loteamentos dealto padrão. Em algumas áreas, a coletaem grande escala dos pinhões da arau-cária pode afetar a taxa de recrutamentoda espécie.
Referências1. Willis & Oniki (1981a); Wege & Long (1995);Snyder et al. (2000).
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Espécies ameaçadas: 3Touit melanonotus F. Olmos; Wege & Long (1995), sob T. surdus.Amazona vinacea Wege & Long (1995).Biatas nigropectus Registrada recentemente em S. F. Xavier (F. Olmos e P.
Martuscelli).
Espécies quase ameaçadas: 8Triclaria malachitacea F. Olmos e P. Martuscelli.Strix hylophila F. Olmos e P. Martuscelli.Leptasthenura setaria F. Olmos e P. Martuscelli.Drymophila ochropyga F. Olmos e P. Martuscelli.Scytalopus indigoticus F. Olmos e P. Martuscelli.Phylloscartes oustaleti F. Olmos e P. Martuscelli.Phylloscartes difficilis F. Olmos e P. Martuscelli.Orchesticus abeillei F. Olmos e P. Martuscelli.
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaAPA Mananciais do Vale do Paraíba do Sul (em parte) Uso Sustentável 367.000 haAPA Estadual de São Francisco Xavier Uso Sustentável ?
arachnoides (muriqui), o que confere im-portância extra à preservação das matasde São Francisco Xavier/Monte Verde.
AvesA avifauna da área é similar à encontradamais a leste ao longo da Serra da Manti-queira e inclui diversas espécies genuina-mente montanas da Mata Atlântica, comoStrix hylophila (coruja-listrada),Leptasthenurasetaria (grimpeiro), Phylloscartes difficilis(estalinho) e Poospiza thoracica (peito-pi-nhão). Particularmente relevante é o regis-tro recente de Biatas nigropectus (papo-branco), pela raridade dessa espécieameaçada associada a taquarais. Os re-gistros de Touit surdus para a Serra dePoncianos1 devem referir-se mais segu-
ramente a T. melanonotus (apuim-de-cos-tas-pretas)2, a única espécie do gênerocom ocorrência confirmada na Serra daMantiqueira.
AmeaçasHá uma crescente demanda turística so-bre a região. O crescimento das cidadese a ocupação não planejada poderão re-presentar uma ameaça no futuro, levan-do ao aumento da fragmentação das flo-restas, como já aconteceu em outros se-tores da Serra da Mantiqueira.
Referências1. Wege & Long (1995); 2. Fábio Olmos (in litt.);Gridi-Papp et al. (2004); F. Olmos e Paulo Martus-celli (in litt.).
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Parque Estadual da Serra do Mar (entre Caraguatatuba e Picinguaba) SP02A1, A2, A3 23°24’S, 45°12’W
Área: c.85.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Caraguatatuba, Natividade, São Luís Altitude: 0-1.300 mdo Paraitinga, Cunha, Ubatuba Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Parcial Key Areas 102, 103, 105/PROBIO 409
DescriçãoEssa área engloba a porção mais orien-tal do Parque Estadual da Serra do Mar(núcleos Picinguaba, Indaiá, Cunha, San-ta Virgínia, Natividade da Serra e Cara-guatatuba) e alguns remanescentes con-tíguos de floresta de baixada, estenden-do-se aproximadamente da rodovia SP-99, que liga Paraibuna a Caraguatatuba,até a divisa com o Rio de Janeiro. Nessetrecho da Serra do Mar, as maiores ex-tensões de floresta estão situadas sobreencostas de acentuada declividade, umavez que do vale do rio Paraíba do Sul atéo alto da serra quase já não restam maisflorestas nativas e as áreas de planícielitorânea sofreram grande pressão pelaespeculação imobiliária. Alguns trechosde mata de baixada ainda bem preserva-da são encontrados em Picinguaba, ondeos limites do P. E. da Serra do Mar alcan-çam a orla marítima, e nos arredores deUbatuba (p. ex., na Fazenda Capricórnioe na base do Pico do Corcovado). A ve-getação predominante é a floresta tro-pical pluvial costeira, cujas característi-cas variam ao longo do gradiente altitudi-nal. As matas mais desenvolvidas e exu-berantes estão no sopé da serra e na pla-nície litorânea adjacente, enquanto emaltitudes intermediárias e no alto da serraexistem matas de menor porte e floristi-camente menos diversas. As famílias maisbem representadas nas florestas pré-mon-tanas e de terras baixas são Myrtaceae,Rubiaceae, Fabaceae, Euphorbiaceae eLauraceae1. Já na meia encosta predomi-nam plantas das famílias Bombacaceae eSapotaceae2. As matas de altitude (aci-ma de 950 m) possuem dossel baixo, ra-
ramente ultrapassando 10 m de altura. Asfamílias mais representativas nessasmatas são Nyctaginaceae, Myrtaceae eMelastomataceae2. Em Picinguaba, hátambém praias, dunas, ambientes estua-rinos, trechos restritos de mangue e ve-getação típica de restinga1. Dados cole-tados na Estação Experimental de Uba-tuba indicam uma precipitação anualmédia de 2.100 mm, com uma estaçãosuperúmida entre outubro e abril e umaestação menos chuvosa de maio a se-tembro3.
AvesUbatuba é bastante visitada por observa-dores de aves, existindo muitas informa-ções isoladas sobre a avifauna da região.Há, porém, poucos levantamentos orni-tológicos publicados para esse trecho daSerra do Mar. Para as matas nos arredo-res do Pico do Corcovado (0-1.150 m), asudoeste de Ubatuba, foram listadas 254espécies, cerca de 40% das quais endê-micas da Mata Atlântica2. Entre as IBAsjá identificadas, a área ocupa o segundolugar em número de espécies de distri-buição restrita da Mata Atlântica de bai-xada (EBA075), posição que divide como Maciço Florestal de Paranapiacaba(SP10) e as florestas da região de Gua-raqueçaba/Jacupiranga/Cananéia (PR/SP01). Boa parte dos registros de espé-cies ameaçadas conhecidos para a regiãoprovém justamente de áreas com matasde baixa altitude (< 100 m), que em suamaior parte estão fora dos limites do P.E. da Serra do Mar. Dentre as espéciesde distribuição restrita, sobressaem-sePhacellodomus e. erythrophthalmus (joão-
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Espécies ameaçadas: 13Leucopternis lacernulatus Escasso (Goerck 1999).Pipile jacutinga Registros recentes (Galetti et al. 1997a, Pinheiro et al. 2001).Claravis godefrida Goerck (1999), Naka et al. (2000).Touit melanonotus Goerck (1999).Biatas nigropectus Registrada em 1991 (Goerck 1999).Myrmotherula minor Goerck (1999), Whitney & Pacheco (1995).Procnias nudicollis Goerck (1999); localmente comum (G. A. Bencke).Hemitriccus furcatus Goerck (1999).Onychorhynchus swainsoni Estação Experimental de Ubatuba (BirdLife International 2000).Platyrinchus leucoryphus Goerck (1999).Sporophila frontalis Incomum; matas de baixada (Goerck 1999).Sporophila falcirostris Incomum; matas de baixada (Goerck 1999).Tangara peruviana Caraguatatuba (Wege & Long 1995) e Picinguaba (G. A.
Bencke).
Espécies quase ameaçadas: 25Tinamus solitarius Goerck (1999).Leucopternis polionotus Goerck (1999).Triclaria malachitacea Goerck (1999).Ramphodon naevius Comum nas matas de baixada (Goerck 1999).Baillonius bailloni Goerck (1999).Piculus aurulentus Goerck (1999).Myrmotherula unicolor Goerck (1999).Dysithamnus stictothorax Goerck (1999).Drymophila ochropyga Na base da escarpa e em matas de altitude (Goerck 1999; G.
A. Bencke).Drymophila genei Goerck (1999).Psilorhamphus guttatus Matas de baixada (Goerck 1999).Merulaxis ater Goerck (1999).Scytalopus indigoticus Ocorre nas matas de restinga alagadas em Picinguaba (G. A.
Bencke).Carpornis cucullata Comum em altitudes intermediárias e nas matas de altitude
(Goerck 1999).Laniisoma elegans Goerck (1999).Lipaugus lanioides Historicamente (Wege & Long 1995).Iodopleura pipra Goerck (1999).Contopus cooperi Observada nas imediações do P. E. da Serra do Mar
(Willis et al. 1993).Phylloscartes paulista Goerck (1999).Phyllomyias g riseocapilla Goerck (1999).Phylloscartes eximius Registro requer confirmação (Goerck 1999).Phylloscartes sylviolus Goerck (1999).Phylloscartes oustaleti Goerck (1999).Hemitriccus orbitatus Goerck (1999), Willis & Oniki (1981a).Dacnis nigripes Faz. Capricórnio (Wege & Long 1995).
Espécies de distribuição restrita: 23 EBA075
Espécies endêmicas: 109 ATL
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Estadual da Serra do Mar (em parte) Proteção Integral 315.390 haParque Nacional da Serra da Bocaina (em parte) Proteção Integral 110.000 ha
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botina-da-mata) e Hemitriccus f urcatus(papa-moscas-estrela), que ocorrem emnúmero relativamente reduzido de IBAs.Essa última espécie é ainda razoavelmen-te comum nas matas de Picinguaba.
AmeaçasA crescente especulação imobiliária temlevado a desmatamentos para construçãode grandes condomínios nas áreas deplanície e encostas baixas, sobretudo pró-ximo ao mar. Em alguns trechos do litoralnorte paulista vem ocorrendo um proces-so de favelização das encostas inferioresda Serra do Mar, com o conseqüenteavanço das áreas de ocupação humanasobre as florestas. O fato de apenas umapequena parcela dos remanescentes de
floresta de baixada estarem incluídos noP. E. da Serra do Mar é preocupante, umavez que tanto a riqueza como a abundân-cia de espécies ameaçadas e endêmicassão proporcionalmente maiores nessasmatas do que nas encostas adjacentes2.Por causa disso, já existe a sugestão deestender o limite do P. E. da Serra do Marde modo a incorporar as florestas no sopédo Pico do Corcovado, abaixo dos 100 mde altitude2.
Referências1. Morellato et al. (2000); 2. Goerck (1999); 3. Ben-cke & Morellato (2002); Willis & Oniki (1981a); Williset al. (1993); Wege & Long (1995); Galetti et al.(1997a); BirdLife International (2000); Naka et al.(2000); Pinheiro et al. (2001); Glayson A. Bencke(dados inéditos).
Serra da Cantareira SP03A1, A3 23°25’S, 46°38’W
Área: > 8.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: São Paulo, Guarulhos, Mairiporã Altitude: 800-1.200 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Representativo
PROBIO 411
DescriçãoSituada em plena Região Metropolitanade São Paulo, a apenas 10 km da Praçada Sé, a Cantareira é uma das maiores flo-restas tropicais urbanas do mundo. A ve-getação é classificada com floresta pluvialmontana. Árvores dos gêneros Vochysia,Cariniana, Ocotea e Nectandra estão en-tre as mais características do dossel, quepossui altura média de 14 m1,2. Alguns tre-chos da mata são dominados por toucei-ras de taquaras, pertencentes aos gêne-ros Guadua e Merostachys. Há tambémum bosque plantado de araucárias(Araucaria angustifolia), com cerca de 78ha. A temperatura média na região é de21,3ºC nos meses mais quentes e 14,7ºCnos meses mais frios. A pluviosidade anu-al está em torno de 1.570 mm, havendoum período chuvoso bem marcado entreoutubro e março. A Serra da Cantareira,que pertence ao maciço da Mantiqueira,
é um bom exemplo de como a vegetaçãonatural pode se regenerar. No final doséculo XIX, a área era ocupada por chá-caras produtoras de café e chá. Após adesapropriação pelo Estado, essas áre-as se recuperaram, dando lugar à matanativa. A Cantareira foi decretada reser-va florestal em 1896 e, em 1963, passouà categoria de parque estadual. Atualmen-te, a área é dominada por matas secun-dárias e está isolada dos remanescentesde floresta primária mais próximos. Alémde sua importância para a conservaçãoda fauna e flora da Mata Atlântica, a Ser-ra da Cantareira é um dos principais ma-nanciais que abastecem a cidade de SãoPaulo.
AvesApesar das matas da Serra da Cantarei-ra serem em grande parte secundárias,a avifauna da área é bastante diversifica-
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da, incluindo espécies sensíveis à pertur-bação humana, como Baillonius bailloni(araçari-banana), Procnias nudicollis (ara-ponga) e Tinamus solitarius (macuco).Este último ainda permanece razoavel-mente comum, refletindo a baixa pressãode caça a que está sujeito localmente2.Merece destaque, também, o registro deClaravis godefrida (pararu-espelho), pom-ba rara associada a taquarais, ainda pre-sente no município de São Paulo na pri-meira metade da década de 19903. Umlevantamento realizado no Parque Esta-dual da Serra da Cantareira listou 215espécies de aves, mais da metade dasquais foram consideradas estritamenteflorestais1. Adicionando-se a esse total asespécies registradas em outras ocasiõespor ornitólogos e observadores de aves,a riqueza da avifauna da Cantareira che-ga a 250 espécies3.
AmeaçasExiste grande pressão de ocupação hu-
mana nas bordas do P. E. da Serra daCantareira, ameaça que advém de suaproximidade em relação às áreas urbani-zadas da Região Metropolitana de SãoPaulo. Algumas favelas vêm crescendorapidamente e avançam sobre os limitesdo parque, enquanto loteamentos de altopadrão causam desmatamentos em seuentorno. O traçado projetado para o tre-cho norte do anel viário da cidade de SãoPaulo (Rodoanel) atravessa a Serra daCantareira. Atualmente, alternativas vêmsendo discutidas para minimizar os im-pactos ambientais desse empreendimen-to; porém, ainda não há um consensoquanto à melhor maneira de conciliar aconstrução da rodovia e a questão ambi-ental.
Referências1. Graham (1991); 2. Develey (2004b); 3. Figuei-redo & Lo (2000); Develey & Endrigo (2004).
Espécies ameaçadas: 4Leucopternis lacernulatus Graham (1991).Claravis godefrida Aparentemente sem registros recentes; Graham (1991).Amazona vinacea C. Yamashita (Figueiredo & Lo 2000).Procnias nudicollis Graham (1991).
Espécies quase ameaçadas: 9Tinamus solitarius Graham (1991).Baillonius bailloni Ainda relativamente comum (Develey & Endrigo 2004);
Graham (1991).Piculus aurulentus Graham (1991).Anabacerthia amaurotis Graham (1991).Dysithamnus stictothorax Graham (1991).Phibalura flavirostris Nidifica na área durante a primavera e verão (Develey &
Endrigo 2004); Figueiredo & Lo (2000).Phylloscartes eximius Razoavelmente freqüente (Develey & Endrigo 2004); Graham
(1991).Hemitriccus orbitatus Develey & Endrigo (2004), Graham (1991).Orchesticus abeillei Develey & Endrigo (2004), Graham (1991).
Espécies endêmicas: 65 ATL
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Estadual Alberto Löfgren Proteção Integral 174 haParque Estadual da Serra da Cantareira Proteção Integral 7.900 ha
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Parque Estadual da Serra do Mar (entre Santos e São Sebastião) SP04A1, A2, A3 23°40’S, 45°53’W
Área: c.110.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Santos a São Sebastião Altitude: 100-1.200 mGrau de proteção: Total Inventário ornitológico: Representativo
Key Area 106/PROBIO 415
DescriçãoAbrangendo matas úmidas situadas so-bre as encostas e no alto da escarpaatlântica, essa área corresponde em gran-de parte à porção central do Parque Es-tadual da Serra do Mar (Núcleo São Se-bastião e vizinhanças), estendendo-se deSantos a São Sebastião e Caraguatatu-ba. Outras duas reservas pequenas situ-adas na transição entre a escarpa e o pla-nalto são praticamente contíguas ao par-que estadual e fazem parte do mesmomaciço florestal: a Estação Biológica deBoracéia, em Salesópolis, que pertenceao Museu de Zoologia da Universidadede São Paulo, e a Reserva Biológica doAlto da Serra de Paranapiacaba, locali-zada em frente ao vale do rio Moji, emSanto André. De um modo geral, as ma-tas da região encontram-se em bom es-tado de conservação, existindo um gran-de bloco florestal ainda razoavelmentecontínuo entre Salesópolis e São Sebas-tião. Há, contudo, muitos trechos de ma-tas degradadas com taquarais, florestassecundárias e capoeiras1,2. No alto daserra existem pequenas campinas natu-rais em meio à floresta2. As matas da pla-nície de Bertioga não estão incluídas noP. E. da Serra do Mar e compõem outraIBA (SP05).
AvesA região abriga uma avifauna represen-tativa tanto das baixadas quanto das zo-nas montanhosas do domínio da MataAtlântica (EBAs 075 e 076), qualificando-se duplamente sob o critério A2. O nú-mero de espécies endêmicas desse bio-ma também é elevado na área. Desco-
nhece-se a situação atual de algumas dasaves ameaçadas de extinção listadas abai-xo, como Leucopternis lacernulatus (gavião-pombo-pequeno), Claravis godefrida (para-ru-espelho), Touit surdus (apuim-de-cauda-amarela) e Myrmotherula minor (choqui-nha-pequena), mas a existência de grandesextensões de hábitat propício faz supor queainda estejam presentes. Dendroica ceru-lea, parulídeo migratório ameaçado de ex-tinção que se reproduz na América doNorte e inverna principalmente no sopédos Andes da Venezuela, Colômbia ePeru, pode ser mais freqüente nas matasmontanas da região do que se supõe, di-versos indivíduos tendo sido avistados emBoracéia em 19913. A menção de Hemitric-cus furcatus (papa-moscas-estrela) paraessa mesma localidade4,5, porém, pare-ce produto de um equívoco. De outubroa dezembro de 1988, um total de 188 es-pécies de aves foi registrado entre 550 e1.200 m de altitude ao longo de uma es-trada de terra que corta o parque estadu-al e liga Salesópolis à enseada de Cara-guatatuba, acima da Serra de Juquerique-rê1. Na E. B. de Boracéia ocorrem pelomenos 221 espécies6. Essa reserva foibastante visitada por ornitólogos, masapenas uma lista preliminar de sua avi-fauna foi publicada até o momento2.
AmeaçasAs florestas sobre as encostas voltadaspara a Baixada Santista foram bastanteatingidas pelos poluentes atmosféricosemanados do pólo industrial de Cubatão,mas agora encontram-se em recupera-ção. Outros problemas são a extração ile-gal de palmito e a caça.
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Espécies ameaçadas: 8Leucopternis lacernulatus Boracéia (Collar et al. 1992).Pipile jacutinga Boracéia (Collar et al. 1992); Salesópolis (Höfling & Lencioni
1992); Galetti et al. (1997a).Claravis godefrida Um par em Boracéia, em 1987 (Wege & Long 1995).Touit surdus Boracéia (Collar et al. 1992).Myrmotherula minor Boracéia (Whitney & Pacheco 1995).Procnias nudicollis Höfling & Lencioni (1992).Onychorhynchus swainsoni Poucos registros (Willis & Oniki 1981a, Höfling & Lencioni
1992).Dendroica cerulea Boracéia (Willis et al. 1993, Robbins et al. 1992, CBRO 2000b).
Espécies quase ameaçadas: 21Tinamus solitarius Höfling & Lencioni (1992).Leucopternis polionotus Boracéia (Willis & Oniki 1981a).Triclaria malachitacea Boracéia (Camargo 1976); Collar et al. (1992), Höfling &
Lencioni (1992).Ramphodon naevius Höfling & Lencioni (1992).Baillonius bailloni Höfling & Lencioni (1992).Piculus aurulentus Höfling & Lencioni (1992).Anabacerthia amaurotis Höfling & Lencioni (1992), Willis & Oniki (1981a).Myrmotherula unicolor Boracéia e, historicamente, São Sebastião (Whitney &
Pacheco 1995).Drymophila ochropyga Höfling & Lencioni (1992).Psilorhamphus guttatus Höfling & Lencioni (1992).Merulaxis ater Höfling & Lencioni (1992).Laniisoma elegans Höfling & Lencioni (1992).Carpornis cucullata Höfling & Lencioni (1992).Contopus cooperi Registrada algumas vezes na E. B. de Boracéia
(Willis et al. 1993).Hemitriccus orbitatus Höfling & Lencioni (1992).Phyllomyias g riseocapilla Willis & Oniki (1981a).Phylloscartes paulista Boracéia (Collar et al. 1992).Phylloscartes oustaleti Höfling & Lencioni (1992).Phylloscartes difficilis Höfling & Lencioni (1992).Thraupis cyanoptera Höfling & Lencioni (1992).Euphonia chalybea Höfling & Lencioni (1992).
Espécies de distribuição restrita: 16 EBA075Espécies de distribuição restrita: 8 EBA076
Espécies endêmicas: 95 ATL
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Estadual da Serra do Mar (em parte) Proteção Integral 315.390 haReserva Biológica [do Alto] da Serra de Paranapiacaba Proteção Integral 336 haEstação Biológica de Boracéia Privada (MZUSP) 805 ha
Referências1. Höfling & Lencioni (1992); 2. Willis & Oniki(1981a); 3. Robbins et al. (1992); 4. Wege & Long(1995); 5. BirdLife International (2000); 6. Douglas
Stotz (in litt.); Camargo (1976); Collar et al. (1992);Willis et al. (1993); Whitney & Pacheco (1995);Galetti et al. (1997a); BirdLife International (2000);CBRO (2000b).
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Espécies ameaçadas: 7Leucopternis lacernulatus Wege & Long (1995).Touit surdus Wege & Long (1995).Myrmotherula minor Varjão do Guaratuba; sem registros recentes (Whitney &
Pacheco 1995).Carpornis melanocephala Wege & Long (1995).Hemitriccus furcatus Limite sul de distribuição; Wege & Long (1995).Sporophila frontalis Registrada como migrante (Wege & Long 1995).Tangara peruviana Wege & Long (1995).
Espécies quase ameaçadas: 2Triclaria malachitacea P. Develey.Myrmotherula unicolor Varjão do Guaratuba (Whitney & Pacheco 1995).
Bertioga SP05A1 23°45’S, 45°55’W
Área: c.6.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Bertioga Altitude: 0-50 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
Key Area 106/PROBIO 415
DescriçãoEssa área inclui as matas de baixada deBertioga que estão fora do Parque Esta-dual da Serra do Mar e, portanto, despro-tegidas. Os melhores trechos de florestaestão localizados entre a rodovia Rio–Santos (BR-101) e as encostas da Serrado Mar, onde existem grandes extensõesflorestadas. Quanto maior a distância emrelação à rodovia, melhor o estado deconservação da vegetação, estando al-guns trechos do sopé da serra ainda co-bertos por floresta primária. Próximo àcosta, por outro lado, a região já se en-contra intensamente ocupada por gran-des loteamentos.
AvesAs matas da região de Bertioga presumi-velmente representam um importante re-duto para espécies ameaçadas e endê-micas da Mata Atlântica restritas às bai-xadas, como Carpornis melanocephala(sabiá-pimenta) e Tangara peruviana (sa-íra-sapucaia), sobretudo considerandoque áreas florestadas de planície, emgeral, estão pouco representadas emunidades de conservação. Porém, talcomo em várias outras áreas de MataAtlântica no litoral paulista, não estão dis-
poníveis informações atualizadas sobrea avifauna da região. Os poucos dadosexistentes resultam de observações oca-sionais e isoladas, sendo esperado quemais espécies ameaçadas venham a serregistradas na região à medida que suaavifauna for melhor estudada.
AmeaçasA principal ameaça à área é a especula-ção imobiliária. Na maior parte, as terrasestão em poder de empresas que têminteresse em construir grandes condomí-nios na região. Atualmente, diversos em-preendimentos imobiliários desse tipo es-tão sendo projetados para a área, com oapoio de lideranças políticas locais. Osestudos de impacto ambiental em geralchamam a atenção para a presença deespécies ameaçadas de extinção, o queaté certo ponto restringe a implantaçãodesses empreendimentos. Mesmo assim,a área de ocupação humana na regiãovem aumentando, seja de forma legal ouilegal, levando a significativos desmata-mentos.
ReferênciasWege & Long (1995); Whitney & Pacheco (1995);Pedro Develey (dados inéditos).
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Parque Estadual de Ilhabela SP06A1, A3 23°51’S, 45°19’W
Área: 27.025 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Ilhabela Altitude: 0-1.379 mGrau de proteção: Total Inventário ornitológico: Representativo
Key Area 107/PROBIO 414
DescriçãoIlhabela, também chamada de ilha de SãoSebastião, é uma das maiores ilhas dolitoral brasileiro, com 336 km2. Dista ape-nas 1,7 km do litoral do município de SãoSebastião, em seu ponto mais próximodo continente. A ilha apresenta relevobastante acidentado, tendo poucasáreas planas. O ponto culminante da ilha(pico de São Sebastião) é mais alto doque as encostas adjacentes da Serra doMar, no continente. O clima é tropicalúmido, com temperatura média de 22ºCe pluviosidade anual em torno de 1.350
mm. Mais de 80% da ilha estão incluídosno Parque Estadual de Ilhabela, que seestende desde o nível do mar (na baía deCastelhanos) até o topo dos morros. Asáreas mais bem preservadas encontram-se acima da cota de 500 m, onde predo-minam florestas primárias e secundáriastardias, com dossel variando entre 15 e20 m de altura. Nessas matas, é abun-dante o taquaraçu (Guadua sp). Nas par-tes mais baixas, são comuns espéciesvegetais características de matas degra-dadas, como o guapuruvu (Schizolobiumparahyba) e Croton spp. (Euphorbiaceae).
Espécies ameaçadas: 5Pipile jacutinga Densidade média (Galetti et al. 1997a).Touit surdus Somente no verão (Wege & Long 1995).Procnias nudicollis Rara (Olmos 1996).Sporophila frontalis Migratória (Wege & Long 1995).Tangara peruviana Rara migrante ou vagante (Olmos 1996).
Espécies quase ameaçadas: 12Tinamus solitarius Olmos (1996).Leucopternis polionotus Olmos (1996).Ramphodon naevius Olmos (1996).Anabacerthia amaurotis Olmos (1996).Drymophila ochropyga Olmos (1996).Merulaxis ater Olmos (1996).Laniisoma elegans Registrado em 1901, talvez ainda presente (Wege & Long
1995).Lipaugus lanioides Registrada recentemente; rara (Olmos 1996).Carpornis cucullata Ocorre até o nível do mar (Olmos 1996).Phibalura flavirostris Registros anteriores a 1966 (Olmos 1996).Phylloscartes oustaleti Olmos (1996).Thraupis cyanoptera Olmos (1996).
Espécies endêmicas: 66 ATL
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Estadual de Ilhabela Proteção Integral 27.025 ha
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Parque Estadual da Serra do Mar (entre Pedro de Toledo e Cubatão) SP07A1 24°00’S, 46°48’W
Área: c.140.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: de Pedro de Toledo a Cubatão Altitude: 100-900 mGrau de proteção: Total Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 415
DescriçãoEssa área compreende toda a porção sulda Serra do Mar no Estado de São Pau-lo, correspondendo aos núcleos Serra doMar, Queirós (ou Pilões), São Vicente,Cubatão, Itanhaém, Curucutu, Itariru ePedro de Toledo do Parque Estadual daSerra do Mar. Ao longo desse trecho daserra, ainda existe uma faixa relativamen-te contínua de florestas baixo-montanas,submontanas e alto-montanas, concen-tradas nas áreas de maior declividade.Mais próximo às cidades de São Paulo eSão Bernardo do Campo, a maior parteda mata é secundária devido à retiradaseletiva de madeira e ao corte para fabri-
cação de carvão. Atualmente, essas ati-vidades não mais ocorrem e a vegetaçãovem se recuperando. Nas áreas de rele-vo mais plano do alto da serra, como noNúcleo Curucutu, as condições climáticassão mais severas e ocorre freqüentemen-te a formação de neblina, levando ao de-senvolvimento de uma vegetação carac-terística (mata nebular), com árvoresmenores e grande variedade de líquens,briófitas, orquídeas e bromélias. Local-mente também ocorrem campos naturais.A região é rica em recursos hídricos,abastecendo de água cidades populosascomo Cubatão e Santos. Duas importan-tes rodovias (Imigrantes e Anchieta) cor-
Em comparação com as matas do conti-nente, a vegetação de Ilhabela é algo maisseca, havendo menor quantidade de epí-fitas. O palmito (Euterpe edulis), abundan-te no continente, não ocorre na ilha. Asáreas de maior ocupação humana estãona face voltada para o continente, ondetambém está a sede do município. Atual-mente, a população da ilha é de 14.000habitantes, mas esse número aumentaconsideravelmente durante a temporadade veraneio.
AvesA avifauna de Ilhabela é bem conhecida,contando-se 209 espécies já identificadasna área1. Estão ausentes, porém, váriasespécies que ocorrem nas matas adja-centes do continente, faltando principal-mente aves com limitada capacidade dedispersão, como furnarídeos e formicarí-deos de solo e sub-bosque, ou sensíveis
a alterações no hábitat, como alguns fru-gívoros de dossel1. Ainda assim, a avi-fauna local é representativa da MataAtlântica. Apesar de não ocorrerem jacus(Penelope spp.) na ilha, uma populaçãode Pipile jacutinga (jacutinga) ainda re-produzia-se em Ilhabela em meados dadécada passada1,2. Myrmotherula minor(choquinha-pequena), por outro lado, pro-vavelmente extinguiu-se localmente1.
AmeaçasA tendência ao aumento da ocupaçãohumana nas áreas de baixada da facenorte da ilha poderá levar a uma situaçãode conflito com o parque estadual adja-cente, caso esse crescimento não se dêde maneira ordenada.
Referências1. Olmos (1996); 2. Galetti et al. (1997a); Olmos(1994); Wege & Long (1995).
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Espécies ameaçadas: 3Pipile jacutinga Uma ave abatida em Mongaguá em 1995 (Galetti et al. 1997a).Biatas nigropectus Núcleo Curucutu (Figueiredo & Lo 2000).Myrmotherula minor Pedro de Toledo, historicamente (Whitney & Pacheco 1995).
Espécies quase ameaçadas: 2Triclaria malachitacea Núcleo Curucutu (Figueiredo & Lo 2000).Myrmotherula unicolor Registro anterior a 1970, para Pedro de Toledo (Whitney &
Pacheco 1995).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Estadual da Serra do Mar (em parte) Proteção Integral 315.390 ha
tam a área, ligando a cidade de São Pau-lo à Baixada Santista.
AvesApesar de parte da área estar situada en-tre a Região Metropolitana de São Pauloe a Baixada Santista, o trecho da Serrado Mar entre Pedro de Toledo e Cubatãoé, ao que tudo indica, o setor do P. E. daSerra do Mar menos conhecido ornitolo-gicamente. Não existem listas de aves pu-blicadas para a área, e as poucas infor-mações disponíveis derivam de ativida-des fortuitas de coleta ou observação naregião. No entanto, a grande extensão dosremanescentes florestais protegidos, es-pecialmente nos municípios de Pedro deToledo e Itanhaém, faz supor que a áreaseja importante para a conservação deespécies endêmicas e/ou ameaçadas daMata Atlântica. Os recentes registros deTriclaria malachit acea (sabiá-cica) eBiatas nigropectus (papo-branco) no Nú-cleo Curucutu1 são evidências disso. Aexistência de um gradiente altitudinal quecompreende desde as matas submonta-nas no sopé das encostas até os campose matas nebulares no topo da escarpa
atlântica é outro fator que deve contribuirpara a presença de uma avifauna rica evariada nesse trecho da Serra do Marpaulista.
AmeaçasApesar de estarem inseridos em umaunidade de conservação de proteção in-tegral, alguns trechos da área encontram-se bastante degradados e sofrem as con-seqüências de uma ocupação humanaintensa. Este é o caso do Núcleo Cuba-tão, onde moradias, favelas e bairros ocu-pam toda a extensão da serra até a cotade 600 m. A poluição proveniente do pólopetroquímico de Cubatão também causousérios danos à floresta. Atualmente, osíndices de poluição são menores e a ve-getação vem se recuperando lentamen-te. Nas áreas mais preservadas de Ita-nhaém e Pedro de Toledo ocorre a extra-ção ilegal do palmito (Euterpe edulis) e acaça.
Referências1. Figueiredo & Lo (2000); Whitney & Pacheco(1995); Galetti et al. (1997a).
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Espécies ameaçadas: 4Leucopternis lacernulatus Buzzetti (1996).Amazona brasiliensis Pelo menos 80 indivíduos em Itanhaém em meados da década
de 1990 (Buzzetti 1996).Carpornis melanocephala Buzzetti (1996).Tangara peruviana D. R. C. Buzzetti in Argel-de-Oliveira (1999).
Espécies quase ameaçadas: 3Crypturellus noctivagus Buzzetti (1996).Triclaria malachitacea Buzzetti (1996).Myrmotherula unicolor Isler & Whitney (2002), P. Develey.
Itanhaém / Mongaguá SP08A1 24°06’S, 46°45’W
Área: c. 8.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Itanhaém, Mongaguá Altitude: 10 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 415
DescriçãoA área de Itanhaém/Mongaguá, no litoralmédio de São Paulo, engloba a extensaplanície arenosa localizada entre a rodo-via Padre Manuel da Nóbrega (SP-55) eas encostas baixas adjacentes não pro-tegidas pelo Parque Estadual da Serra doMar. Essa parte da planície litorânea pau-lista ainda apresenta remanescentes sig-nificativos de floresta de restinga, cujodossel atinge até 20 m de altura nos tre-chos menos alterados1. Algumas árvorese arvoretas típicas na região são Ocoteasp. (Lauraceae), Syagrus romanzoffiana(Arecaceae), Eugenia sp., Psidium sp.(Myrtaceae) e Rapanea sp. (Myrsinace-ae). Devido à drenagem deficiente e aoalto índice pluviométrico (1.960 mm anu-ais, em média), grande parte das restin-gas permanecem alagadas durante lon-gos períodos.
AvesAs matas de Itanhaém/Mongaguá repre-sentam o limite norte de distribuição dealgumas espécies de aves ameaçadas ouquase ameaçadas no litoral paulista,como Crypturellus noctivagus (jaó-do-li-toral) e Cyanocorax caeruleus (gralha-azul), que não ocorrem na porção norte
da planície costeira de São Paulo. As res-tingas da região também abrigam a po-pulação mais setentrional de Amazonabrasiliensis (papagaio-de-cara-roxa), psi-tacídeo ameaçado, atualmente restrito àestreita faixa costeira entre Mongaguá eo litoral sul do Paraná2,3. Em um levanta-mento realizado em Itanhaém entre 1987e 1995, totalizando 320 h de observações,foram identificadas 225 espécies de aves,mas os resultados deste inventário nãoestão inteiramente disponíveis.
AmeaçasEmbora seja contígua ao P. E. da Serrado Mar, a área é distinta em termos deameaças (principalmente especulaçãoimobiliária e captura de papagaios). Acrescente ocupação humana que decor-re da construção de loteamentos e daampliação das áreas de agricultura desubsistência é facilitada pela topografiaplana, facilidade de acesso rodoviário eproximidade em relação a grandes cen-tros urbanos1.
Referências1. Buzzetti (1996); 2. Martuscelli (1995); 3. BirdLi-fe International (2004); Argel-de-Oliveira (1999);Isler & Whitney (2002); Pedro Develey (verb.).
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Arquipélago dos Alcatrazes SP09A4ii 24°08’S, 45°42’W
Área: 200 ha Bioma: Zona Costeira e MarinhaMunicípios: São Sebastião Altitude: 0-316 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Preliminar
PROBIO 417(156)
DescriçãoSituado a 33 km da costa do litoral médiode São Paulo, o arquipélago dos Alcatra-zes é formado pela ilha principal (Alca-trazes), com cerca de 170 ha, pelas ilhasdo Oratório, da Sapata (ou dos Amigos),do Paredão (ou da Tartaruga), do Porto(ou do Farol) e Rasa, e por mais uma ilho-ta, cinco lajes e dois parcéis1,2. A vegeta-ção primitiva na ilha principal é classifica-da como Mata Atlântica, ainda que sejabem menos diversa e exuberante do queno continente. Entre as espécies arbóre-as mais comuns em Alcatrazes estão amaria-mole (Guapira opposita) e a palmei-ra Syagrus romanzoffiana (gerivá)1,2. Emdecorrência dos desmatamentos e quei-madas, boa parte das áreas originalmen-te florestadas da ilha foi transformada emambientes abertos, onde hoje alastram-se o capim-gordura (Melinis minutiflora)e outras plantas exóticas1. Há várias es-pécies de plantas e animais endêmicasdo arquipélago, incluindo um anfíbio euma espécie recentemente descrita dejararaca2.
AvesAlcatrazes abriga o maior ninhal de avesmarinhas da Região Sudeste e um dosmaiores do Brasil, totalizando pouco maisde 10.000 indivíduos reprodutivamente
ativos de cinco espécies diferentes2. Ascolônias de Sula leucogaster (atobá-par-do) e Fregata magnificens (tesourão) con-têm mais de 1% das populações mundi-ais dessas espécies. A primeira reproduz-se em todas as ilhas do arquipélago e nailhota da Caranha, enquanto a segundanidifica apenas em Alcatrazes. O arqui-pélago também abriga uma das poucascolônias de reprodução de Sterna maxi-ma (trinta-réis-real) conhecidas no Bra-sil, com pouco mais de 60 pares2.
AmeaçasA maior ameaça ao arquipélago advémdos exercícios de tiro da Marinha brasi-leira, que usa os rochedos da ilha princi-pal como alvo. Além do impacto direto,esses disparos causam incêndios quepodem se alastrar rapidamente, sobretu-do pelas áreas abertas, retardando ouimpedindo a regeneração florestal1. Osexercícios militares haviam sido suspen-sos em março de 2005, mas um recenteacordo entre os ministérios da Defesa edo Meio Ambiente pôs fim ao embargodo Ibama e a Marinha voltou a utilizar oarquipélago como alvo.
Referências1. www.alcatrazes.org.br; 2. Campos et al. (2004);Martuscelli et al. (2000); Campos et al. (2002).
Espécies congregantes: 2Sula leucogaster 1.500 pares reprodutivos (Martuscelli et al. 2000, Campos et
al. 2004).Fregata magnificens 3.000 pares reprodutivos (Martuscelli et al. 2000, Campos et
al. 2004).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaEstação Ecológica Tupinambás Proteção Integral 28 ha
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Maciço Florestal de Paranapiacaba SP10A1, A2, A3 24°18’S, 48°24’W
Área: 140.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Sete Barras, Eldorado, Capão Bonito, Altitude: 20-1.095 mIporanga, São Miguel Arcanjo, Apiaí, Tapiraí, Inventário ornitológico: RepresentativoPilar do Sul, JuquiáGrau de proteção: Parcial Key Areas 108, 109 110/PROBIO 419
DescriçãoO maciço florestal da Serra de Paranapi-acaba, no sudeste de São Paulo, consis-te de quatro unidades de conservação deproteção integral e alguns remanescen-tes florestais contíguos situados em ter-ras particulares, que juntos formam umadas maiores e mais bem conservadasfaixas contínuas de Mata Atlântica preser-vada, com aproximadamente 140.000ha1. A área estende-se desde o ParqueEstadual Turístico do Alto Ribeira (PE-TAR), quase na divisa com o Paraná, atéa Serra de Juquiá, no sul do município dePilar do Sul e oeste do município de Tapi-raí, incluindo as matas de baixada de El-dorado e os remanescentes florestais nosul do município de Capão Bonito. Nessaárea estão preservadas desde florestasde planície costeira, como as existentesnos arredores das bases do Quilombo eSaibadela do Parque Estadual Intervales,no vale do rio Ribeira de Iguape, até flo-
restas montanas sobre o divisor de águasentre as bacias hidrográficas dos rios Ri-beira e Paranapanema1,2. A maior partedo maciço é formada por florestas primá-rias ou secundárias tardias de grande di-versidade florística. No fundo dos vales,onde os solos são profundos, as matassão mais desenvolvidas e podem atingiraté 35-40 m de altura2. As famílias botâ-nicas com maior número de representan-tes nas matas primárias em Saibadelasão Lauraceae, Myrtaceae, Sapotaceae,Euphorbiaceae, Arecaceae, Rubiaceae eLeguminosae1,2. Nas encostas as matassão algo mais baixas, tendo entre 18 e30 m de altura, e comportam grandes bre-nhas de taquaras, principalmente em cla-reiras e ao longo das trilhas1. No alto dasmontanhas ocorre a chamada mata ne-bular, assim chamada por permanecer amaior parte do tempo envolta em nebli-na. Tal como em outras partes da Serrado Mar, a pluviosidade na Serra de Para-
Espécies ameaçadas: 14Pipile jacutinga Wege & Long (1995), Galetti et al. (1997a).Touit surdus Wege & Long (1995).Touit melanonotus Aleixo & Galetti (1997).Amazona vinacea Principalmente em Eldorado (Galetti 1997); Wege & Long
(1995).Dryocopus galeatus Wege & Long (1995), Willis (1989).Myrmotherula minor Aleixo & Galetti (1997).Biatas nigropectus Taquarais em matas de altitude (Willis 1989); Wege & Long
(1995).Carpornis melanocephala Comum em Saibadela (Aleixo & Galetti 1997); Wege & Long
(1995).Procnias nudicollis Provavelmente migrante altitudinal (Aleixo & Galetti 1997).Onychorhynchus swainsoni BirdLife International (2000).Platyrinchus leucoryphus Florestas primárias sem corte seletivo (Aleixo 1999).Sporophila frontalis Wege & Long (1995).Sporophila falcirostris F. Olmos (in litt.).Tangara peruviana Poucos registros (Aleixo & Galetti 1997).
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Espécies quase ameaçadas: 29Tinamus solitarius Aleixo & Galetti (1997).Crypturellus noctivagus Comum nas áreas de baixada (Aleixo & Galetti 1997).Leucopternis polionotus Aleixo & Galetti (1997).Morphnus guianensis Um registro em 1995 (Galetti et al. 1997b).Triclaria malachitacea Comum nas baixadas (Aleixo & Galetti 1997); Wege & Long
(1995).Strix hylophila Aleixo & Galetti (1997).Ramphodon naevius Muito comum em Saibadela (Aleixo & Galetti 1997).Baillonius bailloni Principalmente entre 400-600 m (Aleixo & Galetti 1997).Piculus aurulentus Aleixo & Galetti (1997).Anabacerthia amaurotis Aleixo & Galetti (1997).Myrmotherula unicolor Aleixo & Galetti (1997).Drymophila ochropyga Pacheco & Fonseca (2002).Dysithamnus stictothorax Aleixo & Galetti (1997).Psilorhamphus guttatus Aleixo & Galetti (1997).Merulaxis ater Aleixo & Galetti (1997).Scytalopus indigoticus Aleixo & Galetti (1997).Phibalura flavirostris Provavelmente migrante altitudinal (Aleixo & Galetti 1997).Lipaugus lanioides Principalmente nas áreas mais elevadas (Aleixo & Galetti
1997); Wege & Long (1995).Carpornis cucullata Aleixo & Galetti (1997).Contopus cooperi Observada em Intervales (Willis et al. 1993).Hemitriccus orbitatus Florestas primárias sem corte seletivo (Aleixo 1999).Phylloscartes paulista Áreas baixas (Aleixo & Galetti 1997); Wege & Long (1995).Phylloscartes sylviolus Aleixo & Galetti (1997).Phylloscartes oustaleti Aleixo & Galetti (1997).Phyllomyias g riseocapilla Aleixo & Galetti (1997).Orchesticus abeillei Aleixo & Galetti (1997), Willis (1989).Thraupis cyanoptera Aleixo & Galetti (1997).Dacnis nigripes Wege & Long (1995).Cyanocorax caeruleus Rara (Aleixo & Galetti 1997).
Espécies de distribuição restrita: 23 EBA075
Espécies endêmicas: 121 ATL
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Estadual Turístico do Alto Ribeira Proteção Integral 35.712 haParque Estadual Intervales Proteção Integral 49.888 haParque Estadual Carlos Botelho Proteção Integral 37.644 haEstação Ecológica de Xitué Proteção Integral 3.095 haAPA Serra do Mar Uso Sustentável ?
napiacaba é alta. Em Saibadela, a preci-pitação anual ultrapassa os 4.000 mm. Oregime de chuvas exibe certa sazonali-dade, havendo um período superúmidode janeiro a março (média de 1.000 mm)
e outro menos chuvoso entre junho eagosto (cerca de 300 mm). Nas áreasmais elevadas do P. E. Intervales, porém,a precipitação é consideravelmente me-nor (1.600-1.800 mm)2,3. A temperatura
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média na planície está em torno de 24°C,mas geadas e temperaturas abaixo dezero grau ocorrem nas zonas mais ele-vadas (p.ex., ao redor da base do Car-mo)2. Toda a região é bem conhecidadevido ao grande número de cavernascalcáreas, constituindo uma das princi-pais províncias espeleológicas do Brasil.
AvesO maciço florestal de Paranapiacaba éuma das mais importantes reservas deMata Atlântica da Região Sudeste, emrazão da grande extensão, da continui-dade e do estado de conservação dasmatas. Embora não haja um inventáriocompleto das aves de todo o maciço, ariqueza da avifauna local deve estar pró-xima de 400 espécies. Somente no P. E.Intervales, foram detectadas 338 espé-cies nas matas serranas e de encosta4 e234 espécies nas florestas de planície2.No P. E. Carlos Botelho, 200 espéciesforam observadas em 18 h de observa-ções em janeiro de 19905. A Serra deParanapiacaba é uma das áreas commaior número de endemismos da MataAtlântica, só sendo superada pela áreada Serra da Bocaina/Paraty/Angra dosReis (RJ/SP01). Em adição, o número deespécies de distribuição restrita faz des-sa IBA uma das áreas mais representati-vas da EBA075 (Floresta Atlântica de Pla-nície). A área é de crítica importância paraa conservação de Pipile jacutinga (jacu-tinga), abrigando uma população estima-da em pouco mais de 2.000 a 3.520 indi-víduos6,7. O tinamídeo quase ameaçadoCrypturellus n. noctivagus (jaó-do-litoral)também parece ter nas matas costeirasdo sul de São Paulo, juntamente com asdo leste do Paraná, seu principal redutona atualidade2. Outras espécies que têmno maciço florestal de Paranapiacaba im-portantes populações em nível global inclu-em Triclaria malachit acea (sabiá-cica),Dryocopus galeatus (pica-pau-de-cara-
amarela), Biatas nigropectus (papo-branco)e Lipaugus lanioides (tropeiro-da-serra)2,8.Em São Paulo, D. galeatus conta comregistros recentes apenas no maciço deParanapiacaba e na Ilha do Cardoso9. Aobservação de um Morphnus guianensis(uiraçu-falso) na parte serrana do P. E.Intervales representa um dos poucos re-gistros recentes dessa ave de rapina raraem toda a região da Mata Atlântica, ondeé conhecida de apenas três IBAs.
AmeaçasA extração ilegal e predatória do palmito(Euterpe edulis) afeta aves e mamíferosque consomem os seus frutos. Um estu-do mostrou redução na abundância deCarpornis melanocephala (sabiá-pimen-ta) e Ramphastos vitellinus (tucano-de-bico-preto) em parcelas de floresta ondehouve extração dessa palmeira10. A caçaocorre mesmo dentro das áreas oficialmen-te protegidas da região e representa umsério risco à população de Pipile jacutinga.Outras ameaças são a mineração de cal-cário para a fabricação de cimento e aconstrução de usinas hidrelétricas no rioRibeira de Iguape. Há planos de se insta-lar um complexo industrial para produçãode cimento a menos de 5 km dos limitesdo P. E. de Intervales. A recente onda deinvasões em áreas protegidas de SãoPaulo e Paraná por grupos indígenas tam-bém causa preocupação11. Por volta dofinal de 1999, um pequeno grupo de índi-os Guarani Mbyá provenientes da Ilha doCardoso invadiu a área do núcleo Quilom-bo do P. E. Intervales. Em novembro de2002 já havia 117 índios no parque, con-tando-se 37 novas edificações associa-das12. Os índios praticam diversas ativi-dades que conflitam com os objetivos daunidade de conservação, como a agricul-tura de coivara, as queimadas, a caça eo extrativismo, resultando em danos aoambiente e levando ao empobrecimentoda fauna e flora local11,12.
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Referências1. Mateos et al. (2002); 2. Aleixo & Galetti (1997);3. Rodrigues (1995); 4. Vielliard & Silva (2001); 5.Pacheco & Fonseca (2002); 6. Galetti et al. (1997a);7. Sánchez-Alonso et al. (2002); 8. BirdLife Inter-national (2000); 9. Wege & Long (1995); 10. Ga-
Estação Ecológica de Juréia-Itatins SP11A1, A2, A3 24°30’S, 47°19’W
Área: > 80.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Iguape, Peruíbe, Itariri, Miracatu Altitude: 0-1.300 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Representativo
Key Areas 111,112, 113/PROBIO 419 (87)
DescriçãoSituada no litoral sul paulista, a poucomais de 100 km da capital, a EstaçãoEcológica de Juréia-Itatins protege umdos maiores blocos de Mata Atlântica con-tínua ainda bem conservada no Estadode São Paulo. Uma das característicasmais marcantes da paisagem local é aexistência de um gradiente altitudinal to-talmente preservado, que começa naspraias, onde há vegetação típica de du-nas, e estende-se até as matas baixas evegetação arbustiva sobre os topos dosmorros, a mais de 1.000 m de altitude,passando por matas de restinga, man-gues e florestas altas. A vegetação sobreas encostas, serras e morros isoladoscorresponde às florestas baixo-montana,montana e alto-montana, com pequenostrechos de campos de altitude nos cumes.Nas planícies, existem matas de restingae manguezais, estes restritos às margensdos rios Una, Verde e Guaraú. Uma flo-resta exuberante e extremamente diver-sa em número de espécies e formas devida desenvolve-se nas áreas de menoraltitude, abaixo da cota de 300 m. Nessaáreas, a estratificação da vegetação é cla-ra, originando três andares bem definidos.A altura das copas varia de 20 a 30 m,mas algumas árvores emergentes, comoo jequitibá (Cariniana estrellensis), a copa-íba (Copaifera trapezifolia) e o jatobá
(Hymenaea courbaril), atingem até 40 m.Outras árvores comuns no dossel são oguapuruvu (Schizolobium parahyba), bocu-va (Virola bicuhyba), várias figueiras (Ficusspp.), embiruçu (Eriotheca penthaphila ),rameira (Didimopanax culvus ) e canela(Cryptocarya moschata). Sobre estas árvo-res crescem numerosas epífitas das fa-mílias Orquidaceae e Bromeliaceae, alémde diversos tipos de lianas. O palmito(Euterpe edulis) é encontrado desde asrestingas até as florestas no alto da ser-ras, sendo a palmeira mais abundante emalguns trechos. Fora dos limites da esta-ção ecológica existem outras áreas devegetação nativa bem preservada, comoo extenso trecho de mata de restinga aolongo da praia da Juréia, que se estendeaté a foz do rio Ribeira de Iguape, ao sul.O clima da região é classificado como tro-pical chuvoso. A precipitação anual ultra-passa 3.000 mm em anos muito úmidos,estando normalmente entre 2.400 e 2.900mm na maior parte da área.
AvesA avifauna da E. E. de Juréia-Itatins é bemconhecida e soma 314 espécies1. Alémdo excelente estado de conservação dasflorestas, também a grande diversidadede hábitats contribui para a presença deum elevado número de espécies. Algu-mas aves ameaçadas de extinção, como
letti & Aleixo (1998); 11. Olmos (2005); 12. Olmoset al. (2004); Willis & Oniki (1981a); Willis (1989);Willis & Schuchmann (1993); Willis et al. (1993);Galetti (1997); Galetti et al. (1997b); Aleixo (1999);Machado (1999); Pisciotta (2002); Pedrocchi et al.(2002); Fábio Olmos (in litt.).
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Espécies ameaçadas: 12Leucopternis lacernulatus Comum (Develey 2004a); Wege & Long (1995).Pipile jacutinga Develey (2004a); Wege & Long (1995).Touit melanonotus Rara (Develey 2004a); Wege & Long (1995).Amazona brasiliensis Wege & Long (1995).Myrmotherula minor Incomum (Develey 2004a).Biatas nigropectus Rara (Develey 2004a); BirdLife International (2000).Carpornis melanocephala Comum (Develey 2004a); Wege & Long (1995).Procnias nudicollis Comum (Develey 2004a).Phylloscartes kronei Willis & Oniki (1992); raro (Develey 2004a).Sporophila frontalis Wege & Long (1995).Sporophila falcirostris Wege & Long (1995).Tangara peruviana Incomum (Develey 2004a); Wege & Long (1995).
Espécies quase ameaçadas: 24Tinamus solitarius Muito comum (Develey 2004a).Crypturellus noctivagus Comum (Develey 2004a).Leucopternis polionotus Rara (Develey 2004a).Triclaria malachitacea Comum (Develey 2004a); Wege & Long (1995).Ramphodon naevius Muito comum (Develey 2004a).Baillonius bailloni Comum (Develey 2004a).Piculus aurulentus Rara (Develey 2004a).Anabacerthia amaurotis Incomum (Develey 2004a).Myrmotherula unicolor Muito comum (Develey 2004a).Drymophila ochropyga Incomum (Develey 2004a).Dysithamnus stictothorax Comum (Develey 2004a).Merulaxis ater Comum (Develey 2004a).Scytalopus indigoticus Comum (Develey 2004a).Laniisoma elegans Anciães & Marini (2000)Iodopleura pipra Registrada na década de 1960, em Iguape (Wege &
Long 1995).Lipaugus lanioides Comum (Develey 2004a).Carpornis cucullata Muito comum (Develey 2004a).Hemitriccus orbitatus Comum (Develey 2004a).Phylloscartes paulista Comum (Develey 2004a); BirdLife International (2000).Phylloscartes sylviolus Incomum (Develey 2004a).Phylloscartes oustaleti Incomum (Develey 2004a).Phyllomyias g riseocapilla Rara (Develey 2004a).Thraupis cyanoptera Comum (Develey 2004a).Cyanocorax caeruleus Muito comum (Develey 2004a).
Espécies de distribuição restrita: 22 EBA075
Espécies endêmicas: 106 ATL
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaEstação Ecológica de Juréia-Itatins Proteção Integral 79.270 haAPA Cananéia-Iguape-Peruíbe (em parte) Uso Sustentável 234.000 ha
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Leucopternis lacernulatus (gavião-pom-bo-pequeno) e Carpornis melanocephala(sabiá-pimenta), ainda permanecem co-muns e são facilmente observadas nasmatas de restinga ao pé da Serra daJuréia1. Espécies muito perseguidas porcaçadores em vários setores da Serra doMar, como Tinamus solitarius (macuco)e Pipile jacutinga (jacutinga), são encon-tradas com freqüência na estação ecoló-gica, principalmente na Serra dos Itatins,onde estão os trechos mais isolados emelhor preservados de floresta. A áreaabriga um grande número de endemis-mos da Mata Atlântica e está entre as seisIBAs com maior número de espécies re-presentativas da EBA075 (Floresta Atlân-tica de Planície).
AmeaçasAs principais ameaças são a caça preda-tória, o corte ilegal de palmito e a derru-bada de florestas por moradores locais,para abertura de roças (cerca de 310 fa-mílias residem na E. E. de Juréia-Ita-tins)2. As matas de restinga que se es-tendem do limite sul da estação ecológi-ca ao rio Ribeira de Iguape – importan-tes, por exemplo, para Phylloscarteskronei (maria-da-restinga) – não estãoprotegidas, o que as torna vulneráveis adesmatamentos e outras formas de de-gradação. Já existe a idéia, por parte doórgão administrador da unidade de con-
servação (Instituto Florestal), de incluiressa área na estação ecológica. O turis-mo e a ocupação não planejada, prove-nientes de Peruíbe, exercem forte pres-são sobre o limite nordeste da área, pró-ximo ao rio Guaraú. A E. E. de Juréia-Ita-tins apresenta sobreposição parcial coma Terra Indígena de Itariri, na vertentenordeste da Serra dos Itatins, situaçãoque resulta da desarticulação entre osórgãos públicos quando da demarcaçãodas áreas2. Além disso, em 2000, índiosGuarani oriundos da Aldeia Bananal (Pe-ruíbe) foram autorizados a ocupar o Nú-cleo Itinguçú da E. E. de Juréia-Itatins porordem do Ministério Público Federal, cri-ando um precedente que dá margem anovas invasões e põe em risco inclusiveoutras unidades de conservação2. Os ín-dios desse assentamento e de outras áre-as indígenas da região utilizam a estaçãoecológica como área de caça e extraçãode palmito2. Por fim, está em tramitaçãona Assembléia Legislativa de São Pauloum projeto de lei para a desafetação decertas áreas da estação ecológica, trans-formando-as em reservas de uso susten-tável para que possam ser ocupadas porpopulações tradicionais.
Referências1. Develey (2004a); 2. Olmos et al. (2004); Wege& Long (1995); Develey (1997); Anciães & Marini(2000); BirdLife International (2000); Develey &Peres (2000); Marques & Duleba (2004).
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Ilhas Comprida e Cananéia SP12A1, A4ii 24°54’S, 47°47’W
Área: c.24.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Cananéia, Ilha Comprida Altitude: 0-50 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Preliminar
Key Area 115/PROBIO 419 (86)
DescriçãoEssa área, localizada no litoral sul de SãoPaulo, compreende a Ilha Comprida, aIlha de Cananéia e as matas de planícieem frente à ilha do Cardoso, que não es-tão incluídas nas unidades de conserva-ção de proteção integral existentes naregião. A Ilha Comprida é uma longa eestreita faixa arenosa com cerca de 65km de extensão e 3 km de largura, situa-da em frente aos municípios de Iguape e
Cananéia. Vários ambientes se sucedema partir da costa oceânica em direção aointerior da ilha, formando um complexomosaico de hábitats composto por praiascosteiras, dunas, restingas arbustivas,brejos, matas de restinga e manguezais1.A porção norte da ilha, onde está situadaa cidade de Ilha Comprida, é a mais ha-bitada e desenvolvida, abrigando umapopulação fixa de 8 mil habitantes. A Ilhade Cananéia é menor, tendo cerca de 27
Espécies ameaçadas: 10Leucopternis lacernulatus Wege & Long (1995).Pipile jacutinga Galetti et al. (1997a).Touit melanonotus Residente de verão (?) (Wege & Long 1995).Amazona brasiliensis Wege & Long (1995), Martuscelli (1995).Carpornis melanocephala BirdLife International (2000).Procnias nudicollis Avanzo & Sanfilippo (2000).Phylloscartes kronei A área inclui a localidade-tipo da espécie (Willis & Oniki 1992).Sporophila frontalis Status desconhecido (Wege & Long 1995).Sporophila falcirostris Em florestas brejosas, no verão (Wege & Long 1995).Tangara peruviana Residente (Wege & Long 1995).
Espécies quase ameaçadas: 9Tinamus solitarius Avanzo & Sanfilippo (2000).Leucopternis polionotus Avanzo & Sanfilippo (2000).Ramphodon naevius Avanzo & Sanfilippo (2000).Phylloscartes paulista Avanzo & Sanfilippo (2000).Phylloscartes oustaleti Avanzo & Sanfilippo (2000).Euphonia chalybea Avanzo & Sanfilippo (2000).Thraupis cyanoptera Avanzo & Sanfilippo (2000).Dacnis nigripes Wege & Long (1995).Cyanocorax caeruleus Avanzo & Sanfilippo (2000).
Espécie congreganteSterna sandvicensis Até 3.000 indivíduos, com maior abundância no alto verão
(Barbieri et al. 2002).
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaAPA de Ilha Comprida Uso Sustentável 19.375 haAPA de Cananéia-Iguape-Peruíbe (em parte) Uso Sustentável 234.000 ha
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km de extensão em seu eixo maior. Aporção continental da área, em adição aosmanguezais e matas de restinga, com-preende também florestas de planície li-torânea, cujo dossel atinge até 20-25 mde altura. Em toda a região existem gran-des áreas de florestas permanentemen-te alagadas dominadas por Tabebuiacassinoides (caixetais) e matas sazonalmen-te inundadas de Calophyllum brasiliense(guanandizais)2. O clima é quente e úmi-do, sem estação seca definida. As chu-vas não se distribuem de forma regularao longo do ano. Na Ilha Comprida, a pre-cipitação pluviométrica é de 1.500 a 1.800mm na estação chuvosa (outubro a mar-ço) e de 500 mm no restante do ano1.
AvesEm um inventário de um ano de duraçãoforam encontradas 224 espécies de avesna Ilha Comprida, total que inclui espé-cies marinhas e também vários migran-tes do hemisfério norte, que encontramabrigo e alimento nas praias da ilha1. Aregião abriga o grosso da população pau-lista de Amazona brasiliensis (papagaio-de-cara-roxa), estimada em cerca de1.550 indivíduos no início da década de19902. Esse psitacídeo ameaçado depen-de do complexo de hábitats formado pe-los manguezais, caixetais, guanandizaise outros tipos de florestas litorâneas daregião, os quais utiliza diferentementepara a reprodução, alimentação e comodormitório2,3. O tiranídeo ameaçadoPhylloscartes kronei (maria-da-restinga)foi descrito em 1992 com base em exem-plares coletados nas restingas da IlhaComprida4. Essa ilha, juntamente com aIlha de Cananéia, forma um dos princi-pais redutos da espécie. As praias da Ilha
Comprida, principalmente em seus extre-mos sul e norte – que estão sob influên-cia dos canais de Cananéia e Icapara –,são uma importante área de alimentaçãoe descanso pós-reprodutivo para a popu-lação de Sterna sandvicensis eurygnatha(trinta-réis-de-bando) que se reproduz nasilhas do sudeste brasileiro5, concentran-do sazonalmente entre 10 e 30% da po-pulação extra-caribenha dessa subespé-cie.
AmeaçasNão existem unidades de conservação deproteção integral na área e as duas APAsexistentes não garantem a conservaçãodos ambientes importantes para as aves.A especulação imobiliária e a ocupaçãodesordenada são os maiores problemasna IIha Comprida, levando a desmata-mentos devido à abertura de estradas eimplantação de condomínios de casas deveraneio. A pressão de ocupação cres-ceu muito após a inauguração da ponteque liga a ilha ao continente, em 2001.Também ocorre exploração comercial –apesar de ilegal – da caixeta (Tabebuiacassinoides) e do palmito (Euterpeedulis). A caça e a captura para o tráficoclandestino de animais silvestres repre-sentam as principais ameaças para apopulação local de Amazona brasiliensis.Em 1991-1992, 356 filhotes dessa espé-cie foram retirados de seus ninhos emIguape, Cananéia e Ilha Comprida2.
Referências1. Avanzo & Sanfilippo (2000); 2. Martuscelli (1995);3. BirdLife International (2000); 4. Willis & Oniki(1992); 5. Barbieri et al. (2002); Wege & Long(1995); Galetti et al. (1997a).
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Área: 78.875 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Vila Alta, Altônia, Icaraíma, São Jorge do Altitude: 300 mPatrocínio (PR), Eldorado, Mundo Novo, Naviraí, Itaquiraí (MS) Inventário ornitológico: Não disponívelGrau de proteção: Total PROBIO 319
DescriçãoAbrangendo parte do noroeste do Para-ná e do sudeste de Mato Grosso do Sul,essa ampla área de terrenos sedimenta-res representa o último trecho significati-vo do rio Paraná livre de represamentosem território brasileiro1. A maior parte daárea é um arquipélago fluvial formado porcentenas de ilhas, entre as quais desta-ca-se a ilha Grande, com cerca de 120
km de extensão, mas também estão in-cluídas várzeas da margem esquerda dorio Paraná2. Planícies de inundação, pân-tanos e lagoas marginais são os ambien-tes predominantes, havendo trechos defloresta estacional – em grande parte de-gradados – em alguns setores2,3. A áreacompõe a parte central do Corredor daBiodivesidade do Rio Paraná, do qualtambém fazem parte o Parque Nacional
Tabela 1. Lista das IBAs no Estado do Paraná
* Ver capítulo 2 para explicação dos critérios.
Critérios*
Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4PR/MS01 Parque Nacional de Ilha Grande ATL X
PR01 Jaguariaíva CER, ATL X
PR02 Cânion do Guartelá CER, ATL X
PR03 Parque Estadual das Lauráceas e Entorno ATL X
PR/SP01 Guaraqueçaba/Jacupiranga/Cananéia ATL X 75 ATL
PR04 Campos Gerais do Paraná ATL, CER X ATL
PR05 Várzeas da Região Metropolitana de Curitiba ATL X
PR06 Serra do Marumbi ATL X 75, 76 ATL
PR07 Parque Estadual do Rio Guarani ATL X
PR08 Baixo Curso do Rio Nhundiaquara ATL X
PR09 Parque Nacional do Iguaçu ATL X ATL
PR10 Corredor do Iguaçu ATL X
PR11 Rio Guaraguaçu ATL X
PR12 APA de Guaratuba ATL X 75 ATL
PR13 Ilhas dos Currais C/M X
PR14 Várzeas do Curso Médio-Superior do Rio Iguaçu ATL X
PR15 Várzeas em Tijucas do Sul ATL X
PR16 General Carneiro ATL X
IBA interestadual descrita na seção referente a outro Estado
SC/PR01 Campos de Água Doce e Palmas ATL X
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Espécies ameaçadas: 3Xolmis dominicanus Provavelmente vagante na região (Straube et al. 1996).Alectrurus tricolor Um único registro (Straube et al. 1996).Sporophila cinnamomea B. L. Reinert; Straube et al. (2004).
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Nacional de Ilha Grande Proteção Integral 78.875 haAPA Ilhas e Várzeas do Rio Paraná (em parte) Uso Sustentável 1.063.059 ha
do Iguaçu (PR09) e a região do Pontal doParanapanema2. O P. N. de Ilha Grandeestá inteiramente inserido em uma Áreade Proteção Ambiental federal com pou-co mais de um milhão de hectares, a qualse estende desde o reservatório de Itai-pu até a foz dos rios Paranapanema eIvinhema.
AvesUm grande número de aves aquáticas fre-qüenta as extensas áreas úmidas do par-que e seus arredores3. Caboclinhos dogênero Sporophila, como S. cinnamomea(caboclinho-de-chapéu-cinzento) e S.hypoxantha (caboclinho-de-barriga-ver-melha), contam com registros isolados naárea4,5, mas podem ter ali um importanteparadouro durante suas migrações entreos sítios reprodutivos ao sul e as áreasde invernagem ao norte4. Registros daprimeira espécie no Refúgio Biológico deMbaracaju (praticamente contíguo ao ex-tremo sul do parque) e em outras áreas
adjacentes do Paraguai6,7,8 reforçam ahipótese de uma presença regular dessecaboclinho ameaçado na região. A igual-mente ameaçada Sporophila palustris(caboclinho-de-papo-branco) foi recente-mente registrada na várzea do rio Para-ná, a nordeste do P. N. de Ilha Grande, etem ocorrência esperada na área9.
AmeaçasA caça e as queimadas são práticas ile-gais comuns na área3. Apenas cerca de60% da área do parque estão com situa-ção fundiária regularizada1.
Referências1. www2.ibama.gov.br/unidades/parques/reuc/106.htm; 2. www.maternatura.org.br/qfazemos/pro-jetos/proj_pnig.htm; 3. Marcos R. Bornschein (verb.);4. Bencke et al. (2003); 5. Straube et al. (1996); 6.Pérez & Colmán (1995); 7. Lowen et al. (1997); 8.Hayes (1995); 9. Straube et al. (2004); Bianca L.Reinert (Base de dados do workshop Avaliação eAções Prioritárias para a Conservação dos BiomasFloresta Atlântica e Campos Sulinos).
Jaguariaíva PR01A1 24°12’S, 49°39’W
Área: 5.000 ha Bioma: Cerrado, Mata AtlânticaMunicípios: Sengés, Jaguariaíva Altitude: 900 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Representativo
DescriçãoEssa área está situada no nordeste doParaná, perto da divisa com São Paulo.Compreende remanescentes de campo,cerrado e matas com araucária dispersos
nas cabeceiras do rio das Cinzas (inclu-indo o Parque Estadual do Cerrado), bemcomo áreas intermediárias já convertidaspara uso agrícola1,2. Os cerrados da re-gião representam uma das ocorrências
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mais meridionais desse ecossistema,muito embora o clima local não apresen-te uma estação seca definida, condiçãotípica no domínio do Cerrado2.
AvesA avifauna de Jaguariaíva inclui tanto ele-mentos característicos do Cerrado (e.g.,Cypsnagra hirundinacea , Neothraupisfasciata e Cyanocorax cristatellus) comoda Mata Atlântica (e.g., Pionopsitta pileata,Ramphastos dicolorus e Clibanornis den-drocolaptoides)1,3. Os campos naturais daregião aparentemente servem como pa-radouro migratório para pequenos pássa-ros granívoros que se reproduzem no suldo Brasil e, em parte, também em paísesvizinhos, e que invernam no centro daAmérica do Sul, notadamente Sporophilacinnamomea (caboclinho-de-chapéu-cin-zento), S. palustris (caboclinho-de-papo-branco) e S. melanogaster (caboclinho-
de-barriga-preta)4,5,6.
AmeaçasOs campos e cerrados de Jaguariaívatêm sido descaracterizados pela explora-ção agropecuária, principalmente atravésdo uso de práticas de manejo nocivascomo as queimadas freqüentes e descon-troladas. A extração de essências vege-tais nativas também contribui para a de-gradação da vegetação1. Como possívelresultado de alterações ambientais, ex-tinções locais de algumas espécies deaves já foram constatadas na região1.
Referências1. Scherer-Neto et al. (1996); 2. Straube (1998); 3.Urben-Filho et al. (2000); 4. Carrano & Ribas(2000); 5. Bencke et al. (2003); 6. Straube et al.(2004); Base de dados do workshop Avaliação eAções Prioritárias para a Conservação dos Bio-mas Floresta Atlântica e Campos Sulinos; Eduar-do Carrano (verb.).
Espécies ameaçadas: 5Culicivora caudacuta E. Carrano.Xolmis dominicanus Scherer-Neto et al. (1996).Anthus nattereri E. Carrano.Sporophila palustris E. Carrano, Straube et al. (2004).Sporophila cinnamomea Carrano & Ribas (2000), Straube et al. (2004).
Espécies quase ameaçadas: 9Rhea americana Presente até a década de 1970; sem registros recentes
(Scherer-Neto et al. 1996).Strix hylophila Carrano & Ribas (2000).Picumnus nebulosus Scherer-Neto et al. (1996).Eleothreptus anomalus E. Carrano.Piculus aurulentus Scherer-Neto et al. (1996).Leptasthenura setaria Scherer-Neto et al. (1996).Clibanornis dendrocolaptoides Scherer-Neto et al. (1996).Sporophila melanogaster Provavelmente um importante paradouro migratório da espécie
(Carrano & Ribas 2000).Neothraupis fasciata Scherer-Neto et al. (1996), Straube et al. (2004).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Estadual do Cerrado Proteção Integral 420 ha
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Cânion do Guartelá PR02A1 24°30’S, 50°18’W
Área: 20.000-30.000 ha Bioma: Cerrado, Mata AtlânticaMunicípios: Tibagi, Castro Altitude: 700-1.280 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Não disponível
DescriçãoParte dessa área, que inclui um trechodo extenso e profundo cânion do Guarte-lá, é protegida pelo Parque Estadual doGuartelá, situado no segundo planaltoparanaense, à margem direita do rio Ti-bagi. A área engloba uma considerávelextensão de campos nativos, em meioaos quais há numerosos capões disper-sos de mata com araucária, brejos e la-goas naturais. Matas de caráter mais tro-pical aparecem encravadas em vales egrotões do rio Iapó e seus tributários, en-quanto áreas descontínuas de cerradoestão presentes tanto dentro quanto forados limites do parque.
AvesOcorrem na área espécies campestres ame-açadas, como Harpyhaliaetus coronatus(águia-cinzenta), aparentemente visitante re-gular de inverno, Xolmis dominicanus (noivi-nha-de-rabo-preto) e Anthus nattereri (ca-minheiro-grande)1. Em virtude da exten-são dos campos da região, as duas últi-mas espécies podem ter populações lo-calmente numerosas1. Um inventário pre-liminar, ainda não divulgado, resultou noregistro de 227 espécies de aves na área1.
AmeaçasA região é particularmente visada para aconstrução de hidrelétricas, já que os cur-
Espécies ameaçadas: 3Harpyhaliaetus coronatus Até 6 indivíduos regularmente observados durante o inverno
desde 1999 (M. R. Bornschein e B. L. Reinert).Xolmis dominicanus Moderadamente comum (M. R. Bornschein e B. L. Reinert).Anthus nattereri Dois registros em 2002 (M. R. Bornschein e B. L. Reinert).
Espécies quase ameaçadas: 10Eleothreptus anomalus Comum (M. R. Bornschein e B. L. Reinert).Piculus aurulentus Incomum (M. R. Bornschein e B. L. Reinert).Leptasthenura setaria Moderadamente comum (M. R. Bornschein e B. L. Reinert).Clibanornis dendrocolaptoides Incomum (M. R. Bornschein e B. L. Reinert).Scytalopus indigoticus Incomum (M. R. Bornschein e B. L. Reinert).Phibalura flavirostris Um registro em 1999 (M. R. Bornschein e B. L. Reinert).Polystictus pectoralis Provavelmente uma migrante de inverno rara
(M. R. Bornschein e B. L. Reinert).Sporophila melanogaster Straube et al. (2004).Euphonia chalybea Moderadamente comum (M. R. Bornschein e B. L. Reinert).Cyanocorax caeruleus Incomum (M. R. Bornschein e B. L. Reinert).
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Estadual do Guartelá Proteção Integral 799 haRPPN Itáytyba Particular 1.090 haRPPN Fazenda Mocambo Particular 2.772 ha
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Espécies ameaçadas: 5Pipile jacutinga Faz. Primavera (Urben-Filho & Abe 2001).Amazona vinacea Bandos com mais de 100 aves em meados da década de
1990 (Wege & Long 1995); também presente na vizinha Faz.Primavera (Urben-Filho & Abe 2001).
Piprites pileata Registrada no P. E. das Lauráceas (Straube et al. 2004).Onychorhynchus swainsoni Coletado próximo ao P. E. das Lauráceas (Straube et al. 2004).Sporophila frontalis Straube et al. (2004).
Espécies quase ameaçadas: 6Tinamus solitarius Faz. Primavera (Urben-Filho & Abe 2001).Triclaria malachitacea Faz. Primavera (Urben-Filho & Abe 2001).Dysithamnus stictothorax Faz. Primavera (Urben-Filho & Abe 2001).Drymophila ochropyga Faz. Primavera (Urben-Filho & Abe 2001).Psilorhamphus guttatus Straube et al. (2004).Lipaugus lanioides Faz. Primavera (Urben-Filho & Abe 2001).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Estadual das Lauráceas Proteção Integral 27.524 ha
sos de água dos setores médio e superi-or da bacia do rio Tibagi correm por valesrelativamente profundos. A construção daUsina Hidrelétrica de Telêmaco Borba, seconcretizada, resultará no alagamento departe do baixo curso do rio Iapó. A con-versão dos campos nativos em áreas demonoculturas cíclicas (como a soja) oude silvicultura tem-se tornado comum naregião e já foi responsável pela desca-racterização de vastas áreas campes-tres1. Outras ameaças incluem a drena-
gem dos brejos, o sobrepastoreio doscampos por gado bovino, as queimadas,o extrativismo de madeira, a invasão devegetais exóticos, o uso excessivo dedefensivos agrícolas e a caça1.
Referências1. Marcos R. Bornschein e Bianca L. Reinert (inlitt.).
IBA sugerida por Bianca L. Reinert eMarcos R. Bornschein
Parque Estadual das Lauráceas e Entorno PR03A1 24°49’S, 48°40’W
Área: c.40.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Adrianópolis, Tunas do Paraná Altitude: 100-1.226 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Não disponível
Key Area 118/PROBIO 419
DescriçãoSituada no trecho médio-superior da ba-cia do rio Ribeira de Iguape, essa exten-sa área florestada abrange o Parque Es-tadual das Lauráceas e propriedades ad-jacentes, como a Fazenda Primavera(pertencente à Berneck Aglomerados
S/A), sendo praticamente contígua à áreaGuaraqueçaba/Jacupiranga/Cananéia(PR/SP01). O relevo é montanhoso e avegetação inclui a floresta atlânticastricto sensu e a mata com araucária, quese destacam pelo bom estado de conser-vação1.
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AvesUm inventário preliminar, ainda não divul-gado na íntegra, apontou a presença de230 espécies de aves na área1. Entre aspoucas espécies cuja ocorrência foi di-vulgada estão vários endemismos daMata Atlântica. Tendo em vista o tama-nho e o grau de conservação de suas flo-restas, o Parque Estadual das Laurá- cease propriedades vizinhas presumivelmenteabrigam uma parcela significativa da avi-fauna montana registrada na área vizinha
de Guaraqueçaba/Jacupiranga/Cananéia.
AmeaçasO P. E. das Lauráceas possui infra-estru-tura deficiente, limites precariamente de-marcados e fiscalização ineficiente2, es-tando, portanto, vulnerável a atividadesilegais como desmatamento e caça.
Referências1. Urben-Filho & Abe (2001); 2.www.ambientebrasil.com.br; Wege & Long (1995);Straube et al. (2004).
Guaraqueçaba / Jacupiranga / Cananéia PR/SP01A1, A2, A3 25°08’S, 48°15’W
Área: 500.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Iporanga, Jacupiranga, Cajati, Eldorado, Altitude: 0-1.500 mCananéia, Barra do Turvo (SP), Guaraqueçaba, Antonina, Inventário ornitológico: PreliminarParanaguá (PR)Grau de proteção: Parcial Key Areas 114, 116, 120, 123, 124/PROBIO 419, 421 (89)
DescriçãoEssa extensa área compreende um dosmaiores maciços florestais do leste bra-sileiro, que inclui grande parte dos terre-nos continuamente florestados da meta-de norte do litoral do Paraná e do sudes-te de São Paulo, desde as baixadas até oalto das montanhas. Seus limites são for-mados, fundamentalmente, pela justapo-sição dos perímetros da APA de Guara-queçaba, no Paraná, e dos parques esta-duais de Jacupiranga e da Ilha do Cardo-so, em São Paulo, mas também estãoincluídos remanescentes contíguos a es-sas unidades de conservação, que se es-tendem ao norte até o rio Ribeira de Igua-pe. A área abrange ambientes de influên-cia fluviomarinha (manguezais e lodaçaisàs margens da baía de Guaraqueçaba)e, principalmente, matas úmidas, as quaisse apresentam mais extensas e em me-lhor estado de conservação sobre as en-costas (até o alto das serras) do que nasbaixadas, muito embora nessas últimasa cobertura florestal possa ser conside-
rada bastante significativa se comparadaà de outras áreas do sudeste do Brasil.
AvesOs inventários ornitológicos disponíveis,embora preliminares ou referentes a se-tores específicos da área, indicam a ocor-rência de mais de 100 espécies endêmi-cas da Mata Atlântica, sendo 23 delasrepresentativas da EBA075 (FlorestaAtlântica de Planície), valor muito próxi-mo do máximo encontrado entre as IBAsidentificadas até agora (24). A populaçãoparanaense de Amazona brasiliensis (pa-pagaio-de-cara-roxa), estimada em 4.500aves, tem sua maior fração concentradano setor leste da área1. A julgar pela ex-tensão de hábitat disponível, o maciço flo-restal de Guaraqueçaba/Jacupiranga/Cananéia presumivelmente abriga núme-ros significativos de Pipile jacutinga (ja-cutinga), espécie que se extinguiu emvários setores do leste brasileiro, e dePhylloscartes kronei (maria-da-restinga),pássaro de distribuição restrita presente
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em um total de nove IBAs. O trecho para-naense da área representa o limite sul dadistribuição de Carpornis melanocephala(sabiá-pimenta) e o limite norte da distri-buição de Stymphalornis acutirostris (bi-cudinho-do-brejo)2, ambas espécies glo-balmente ameaçadas.
AmeaçasO desenvolvimento dos setores industri-al e portuário na região de Antonina eParanaguá pode gerar degradação am-biental local, sobretudo nos ambientes deinfluência fluviomarinha, como brejos emanguezais. Vazamentos de derivadosde petróleo nas águas da baía represen-tam uma ameaça constante para os ecos-sistemas estuarinos. Em 2004, um vaza-mento de óleo atingiu uma grande super-
fície da baía de Paranaguá, gerando im-pactos visíveis sobre aves aquáticas, con-forme amplamente divulgado na mídia.Há pequenos focos de desmatamento naárea, especialmente nos arredores deParanaguá, em decorrência da expansãourbana desordenada. A caça é praticadacomumente em toda a região.
Referências1. Straube et al. (2004); 2. Marcos R. Bornschein(verb.); Willis & Oniki (1981a); Moraes (1991); Willis& Oniki (1992); Bornschein et al. (1993); Straube &Scherer-Neto (1995); Wege & Long (1995); Whitney& Pacheco (1995); Galetti et al. (1997b); Moraes &Krul (1997); Snyder et al. (2000); Martuscelli et al.(s.d.); Bianca L. Reinert e Marcos R. Bornschein (da-dos inéditos); M. R. Bornschein, Mauro Pichorim eGiovanni N. Maurício (dados inéditos).
Espécies ameaçadas: 17Leucopternis lacernulatus Wege & Long (1995), Straube et al. (2004).Pipile jacutinga Wege & Long (1995), Straube et al. (2004).Touit melanonotus Ilha do Cardoso (Wege & Long 1995).Touit surdus Jacupiranga (Wege & Long 1995).Amazona brasiliensis Principal reduto da espécie (Wege & Long 1995).Amazona vinacea 180 indivíduos em Jacupiranga (Snyder et al. 2000);
Wege & Long (1995).Dryocopus galeatus Ilha do Cardoso (Wege & Long 1995).Biatas nigropectus M. R. Bornschein, M. Pichorim e G. N. Maurício.Stymphalornis acutirostris B. L. Reinert e M. R. Bornschein.Carpornis melanocephala Wege & Long (1995).Procnias nudicollis Willis & Oniki (1981a).Phylloscartes kronei Superagüi (BirdLife International 2000); Willis & Oniki (1992).Onychorhynchus swainsoni Straube et al. (2004).Platyrinchus leucoryphus Wege & Long (1995).Sporophila frontalis Wege & Long (1995), Straube et al. (2004).Sporophila falcirostris Wege & Long (1995), Straube et al. (2004).Tangara peruviana Ilha do Cardoso (Wege & Long 1995); ilha do Mel
(Moraes & Krul 1997).
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Espécies quase ameaçadas: 27Tinamus solitarius Willis & Oniki (1981a), Straube et al. (2004).Crypturellus noctivagus Straube et al. (2004).Leucopternis polionotus Willis & Oniki (1981a).Morphnus guianensis Galetti et al. (1997b).Harpia harpyja Varadouro, Cananéia (Galetti et al. 1997b).Triclaria malachitacea Wege & Long (1995), Straube & Scherer-Neto (1995).Strix hylophila Martuscelli et al. (s.d.).Ramphodon naevius Martuscelli et al. (s.d.).Anabacerthia amaurotis Willis & Oniki (1981a).Myrmotherula unicolor Whitney & Pacheco (1995).Dysithamnus stictothorax Martuscelli et al. (s.d.).Drymophila ochropyga Antonina, PR, na borda da IBA (Bornschein et al. 1993).Merulaxis ater Martuscelli et al. (s.d.).Psilorhamphus guttatus Straube et al. (2004).Scytalopus indigoticus Martuscelli et al. (s.d.).Phibalura flavirostris Martuscelli et al. (s.d.).Carpornis cucullata Willis & Oniki (1981a)Lipaugus lanioides Jacupiranga (Wege & Long 1995).Laniisoma elegans População pequena mas estável (BirdLife International 2000);
Wege & Long (1995).Phyllomyias g riseocapilla Martuscelli et al. (s.d.).Phylloscartes paulista Jacupiranga (Wege & Long 1995).Phylloscartes oustaleti Willis & Oniki (1981a).Orchesticus abeillei Willis & Oniki (1981a).Thraupis cyanoptera Willis & Oniki (1981a).Euphonia chalybea Martuscelli et al. (s.d.).Dacnis nigripes Wege & Long (1995), Scherer-Neto & Straube (1995).Cyanocorax caeruleus Martuscelli et al. (s.d.).
Espécies de distribuição restrita: 23 EBA075
Espécies endêmicas: 108 ATL
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Nacional do Superagüi Proteção Integral 33.988 haParque Estadual de Jacupiranga Proteção Integral 150.000 haParque Estadual da Ilha do Cardoso Proteção Integral 22.500 haParque Estadual da Ilha do Mel Proteção Integral 338 haEstação Ecológica dos Chauás Proteção Integral 2.700 haEstação Ecológica da Ilha do Mel Proteção Integral 2.240 haEstação Ecológica de Guaraqueçaba Proteção Integral 4.835 haReserva Natural da Serra do Itaqui Privada (SPVS) 6.800 haReserva Natural do Rio Cachoeira Privada (SPVS) ?Reserva Natural Salto Morato Particular (Fundação O Boticário) 2.340 haReserva Ecológica Sebuí Particular (RPPN) 400 haAPA Guaraqueçaba Uso Sustentável 283.014 haAPA Estadual Cananéia/Iguape/Peruíbe Uso Sustentável 234.000 haAPA Estadual de Guaraqueçaba Uso Sustentável 191.595 ha
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Campos Gerais do Paraná PR04A1, A3 25°15’S, 50°00’W
Área: > 6.000 ha Bioma: Mata Atlântica, CerradoMunicípios: Palmeira, Campo Largo, Ponta Grossa Altitude: 900-1.100 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Representativo
Key Area 121/PROBIO 502
DescriçãoO Parque Estadual de Vila Velha e a Fa-zenda Santa Rita, que são praticamentecontíguas, compõem a porção principaldessa área, a qual se estende para o sulaté a reserva particular Papagaios Velhos.A área compreende campos abertos, bre-jos de pequena extensão, capões natu-rais de mata com araucária dispersos noscampos e matas com araucária mais ex-tensas, destacando-se uma mancha comcerca de 800 ha dentro do perímetro daFaz. Santa Rita1. Apesar de estar situadasobre o planalto, onde a mata com arau-cária é a formação florestal característi-ca, essa área recebe influência das ma-tas litorâneas por incluir cabeceiras da altabacia do rio Ribeira de Iguape, atravésdas quais a floresta atlântica penetra atéa borda do planalto.
AvesA avifauna das florestas da região possuiuma composição mista muito peculiar, in-cluindo tanto elementos típicos da flores-ta atlântica costeira, como Cichlocolaptesleucophrus (trepador-sobrancelha),Hemitriccus nidipendulus (tachuri-campa-inha) e Phylloscartes oustaleti (papa-mos-cas-de-olheiras), quanto elementos ca-racterísticos ou exclusivos das matas comaraucária, como Leptasthenura set aria(grimpeiro), L. striolata (grimpeirinho) e
Clibanornis dendrocolaptoides (cisquei-ro)1. Várias espécies associadas a ambi-entes abertos (campos e brejos) foramregistradas na área, notadamente as ame-açadas Xolmis dominicanus (noivinha-de-rabo-preto), Culicivora caudacuta (papa-moscas-do-campo), Alectrurus tricolor (ga-lito) e Anthus nattereri (caminheiro-gran-de)1. Dados recentes indicam que o P. E.de Vila Velha pode abrigar a maior popula-ção conhecida de Eleothreptus anomalus(curiango-do-banhado), espécie quase ame-açada que no Brasil possui registros para umpequeno número de localidades2,3. O cabo-clinho migratório Sporophila melanogasteraparenta ter nos campos da região umimportante paradouro no período de suamigração1.
AmeaçasMuitas áreas de campo nativo da regiãoforam recentemente convertidas em la-vouras, inclusive na Faz. Santa Rita4.
Referências1. Anjos & Graf (1993); 2. Buzzetti et al. (2001); 3.Straube et al. (2004); 4. Marcos R. Bornschein(verb.); Scherer Neto et al. (1994); Wege & Long(1995); Anjos et al. (1997); Anjos & Bóçon (1999);Anjos (2001a, b); Carrano et al. (2001); FernandoC. Straube, Pedro Scherer-Neto, Bianca L. Reinert(Base de dados do workshop Avaliação e AçõesPrioritárias para a Conservação dos Biomas Flo-resta Atlântica e Campos Sulinos).
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Espécies ameaçadas: 9Harpyhaliaetus coronatus Registros recentes na RPPN Papagaios Velhos e P. E. de
Vila Velha (Carrano et al. 2001).Amazona vinacea Nidificante na área (Wege & Long 1995, Anjos & Bóçon 1999).Biatas nigropectus Anjos & Bóçon (1999)Piprites pileata Faz. Santa Rita (Anjos & Graf 1993).Procnias nudicollis Anjos & Graf (1993).Xolmis dominicanus Anjos & Graf (1993).Culicivora caudacuta Eventual na área (Anjos & Graf 1993).Alectrurus tricolor Anjos & Graf (1993).Anthus nattereri Anjos & Graf (1993).
Espécies quase ameaçadas: 17Tinamus solitarius Anjos & Graf (1993).Strix hylophila Anjos & Graf (1993).Eleothreptus anomalus Buzzetti et al. (2001).Baillonius bailloni Anjos & Graf (1993).Picumnus nebulosus Anjos & Graf (1993).Piculus aurulentus Anjos & Graf (1993).Leptasthenura setaria Anjos & Graf (1993).Clibanornis dendrocolaptoides Bem distribuída na região (Anjos & Bóçon 1999).Anabacerthia amaurotis Anjos & Graf (1993).Psilorhamphus guttatus Anjos & Graf (1993).Scytalopus indigoticus Anjos & Graf (1993).Phylloscartes eximius Anjos & Graf (1993).Phylloscartes oustaleti Anjos & Graf (1993).Sporophila melanogaster Ocorre em migração (Anjos & Graf 1993).Amaurospiza moesta Anjos & Graf (1993).Euphonia chalybea Anjos & Graf (1993).Cyanocorax caeruleus Anjos & Graf (1993).
Espécies endêmicas: 73 ATL
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Estadual de Vila Velha Proteção Integral 3.803 haReserva Papagaios Velhos Particular (RPPN) 153 ha
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Várzeas da Região Metropolitana de Curitiba PR05A1 25°24’S, 49°09’W
Área: ? Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: São José dos Pinhais Altitude: 850-950 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
Key Area 122/PROBIO 504
DescriçãoCuritiba e cidades vizinhas estão situa-das sobre terrenos suavemente ondula-dos do primeiro planalto paranaense, ime-diatamente à retaguarda da Serra do Mar.As microbacias hidrográficas responsá-veis pela drenagem da região são contri-buintes do alto curso do rio Iguaçu, es-tando em parte envolvidas pela RegiãoMetropolitana de Curitiba. As áreas demaior interesse para a conservação deaves incluem as várzeas dos rios Mirin-guava e Miringuava-Mirim, bem como tre-chos dos rios Pequeno e Purgatório, en-tre outros de menor extensão1,2. Forma-ções herbáceas bastante densas, compredomínio de ciperáceas e gramíneas,caracterizam fisionomicamente os tre-chos de várzea mais preservados, poden-do haver matas ciliares estreitas associ-adas aos cursos de água1,2.
AvesO rinocriptídeo Scytalopus iraiensis (ma-cuquinho-da-várzea) foi descrito em 1998a partir de espécimes obtidos na RegiãoMetropolitana de Curitiba1. As densas for-mações herbáceas que constituem o há-
bitat da espécie atualmente ocorrem soba forma de manchas isoladas ao longodas várzeas. Como resultado, a distribui-ção local desse pequeno pássaro amea-çado é agora descontínua, muito emborasua presença tenha sido constatada emvários pontos da área.
AmeaçasA localidade-tipo de S. iraiensis (trechode várzea à margem direita do rio Iraí) foisubmersa para formação de um reserva-tório; outros empreendimentos desse tipo,cujo objetivo seria o de aumentar a dis-ponibilidade de água para o abastecimen-to público das cidades próximas, estãoprojetados para outros rios da região,notadamente o Miringuava e o Pequeno1.A expansão urbana sobre as várzeas daRegião Metropolitana de Curitiba, junta-mente com a exploração mineral do sub-solo, tem contribuído decididamente paraa descaracterização e redução do hábi-tat de S. iraiensis1.
Referências1. Bornschein et al. (1998); 2. Bornschein et al.(2001).
Espécies ameaçadas: 2Scytalopus iraiensis Diversas localidades de registro (Bornschein et al. 1998,
Bornschein et al. 2001).Culicivora caudacuta Bornschein et al. (1998)
Espécie quase ameaçadaEleothreptus anomalus Bornschein et al. (1998)
Área protegida:Nome Categoria ÁreaAPA Estadual do Rio Pequeno Uso Sustentável ?
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Serra do Marumbi PR06A1, A2, A3 25°24’S, 48°56’W
Área: 66.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Antonina, Campina Grande do Sul, Altitude: 200-1.539 mMorretes, Quatro Barras, Piraquara, São José dos Pinhais Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Parcial PROBIO 419, 424
DescriçãoEsse extenso maciço florestal correspon-de, essencialmente, à Área Especial deInteresse Turístico do Marumbi, acresci-da dos remanescentes florestais contí-guos que se estendem até a localidadevizinha de Porto de Cima. A coberturavegetal predominante é a floresta ombró-fila densa, com variações na estrutura ecomposição florística relacionadas aoexpressivo gradiente altitudinal. De formamais localizada, também estão presen-tes trechos de floresta com araucária,além de campos planálticos e de altitude.No interior da área encontram-se as ca-beceiras de parte dos mananciais queabastecem a Região Metropolitana deCuritiba.
AvesUm inventário ornitológico recente listou 314espécies de aves para a área1, a qual ocu-pa a terceira posição em número de espé-cies endêmicas da Mata Atlântica entre asIBAs já identificadas (117), embora tenhamenos da metade da superfície das duasáreas com maior número de endemismos(Serra da Bocaina/Paraty/Angra dos Reis
e Maciço Florestal de Paranapiacaba, com123 e 121 espécies endêmicas, respecti-vamente). Além disso, um total de 35 es-pécies que presentemente são alvo de aten-ção conservacionista ocorrem na área. Aavifauna da Serra do Marumbi inclui ele-mentos das matas com araucária (e.g.,Leptasthenura set aria e Clibanornisdendrocolaptoides), da floresta atlânticamontana (e.g., Dysithamnus xanthopterus,Phylloscartes difficilis e Poospizathoracica) e da floresta atlântica de terrasbaixas (e.g., Myrmotherula unicolor eDrymophila squamata)1.
AmeaçasA extração ilegal de espécies vegetais,como o palmiteiro (Euterpe edulis) e al-gumas variedades de orquídeas e bromé-lias – muitas das quais são comercializa-das ao longo da rodovia que liga Curitibaao litoral –, vem sendo praticada na área.A caça ilegal também constitui uma ame-aça a certas espécies.
Referências1. Straube (2003); Straube & Scherer-Neto (1995);Reinert et al. (1996); Barnett et al. (2004); Straubeet al. (2004); Bianca L. Reinert (verb.).
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Espécies ameaçadas: 7Pipile jacutinga P. E. da Graciosa (Straube et al. 2004).Touit melanonotus Barnett et al. (2004).Procnias nudicollis Straube (2003).Onychorhynchus swainsoni Straube (2003).Platyrinchus leucoryphus Straube (2003).Xolmis dominicanus Ocorre marginalmente na área (Straube 2003).Sporophila frontalis Straube (2003).
Espécies quase ameaçadas: 28Tinamus solitarius Straube (2003).Leucopternis polionotus Straube (2003).Triclaria malachitacea Straube & Scherer-Neto (1995).Strix hylophila Straube (2003).Ramphodon naevius Straube (2003).Baillonius bailloni Straube (2003).Picumnus nebulosus Straube (2003).Piculus aurulentus Straube (2003).Leptasthenura setaria Straube (2003).Clibanornis dendrocolaptoides Mananciais da Serra (Reinert et al. 1996; B. L. Reinert).Anabacerthia amaurotis Straube (2003).Myrmotherula unicolor Straube (2003).Dysithamnus stictothorax Straube (2003).Drymophila ochropyga Straube (2003).Merulaxis ater Straube (2003).Psilorhamphus guttatus Straube (2003).Scytalopus indigoticus Straube (2003).Carpornis cucullata Straube (2003).Phyllomyias g riseocapilla Straube (2003).Phylloscartes paulista Straube (2003).Phylloscartes oustaleti Straube (2003).Phylloscartes difficilis Straube (2003).Hemitriccus orbitatus Straube (2003).Amaurospiza moesta Straube (2003).Orchesticus abeillei Straube (2003).Thraupis cyanoptera Straube (2003).Euphonia chalybea Straube (2003).Cyanocorax caeruleus Straube (2003).
Espécies de distribuição restrita: 18 EBA075Espécies de distribuição restrita: 10 EBA076
Espécies endêmicas: 117 ATL
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Estadual Pico do Marumbi Proteção Integral 2.342 haParque Estadual da Graciosa Proteção Integral 1.189 haParque Estadual Roberto Ribas Lange Proteção Integral 2.699 haParque Estadual do Pau Oco Proteção Integral 905 haÁrea Especial de Interesse Turístico do Marumbi Uso Sustentável 66.733 ha
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Parque Estadual do Rio Guarani PR07A1 25°26’S, 53°07’W
Área: 2.235 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Três Barras do Paraná, Quedas do Iguaçu Altitude: 400-500 mGrau de proteção: Total Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 324
Espécies ameaçadas: 2Dryocopus galeatus Pichorim et al. (2000).Biatas nigropectus População aparentemente viável (M. Pichorim).
Espécies quase ameaçadas: 6Tinamus solitarius Pichorim et al. (2000).Leucopternis polionotus Pichorim et al. (2000).Clibanornis dendrocolaptoides Pichorim et al. (2000), Bóçon et al. (1994).Psilorhamphus guttatus Pichorim et al. (2000).Polioptila lactea Pichorim et al. (2000).Amaurospiza moesta Pichorim et al. (2000).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Estadual do Rio Guarani Proteção Integral 2.235 ha
DescriçãoO Parque Estadual do Rio Guarani, cria-do como medida compensatória pelaconstrução de uma usina hidrelétrica norio Iguaçu, situa-se entre a cidade de TrêsBarras do Paraná e o rio Guarani, a cer-ca de 70 km a leste do Parque Nacionaldo Iguaçu (PR09). Compreende um re-manescente de floresta primária alteradacom aproximadamente 2.200 ha, à mar-gem direita do rio Guarani1. A floresta es-tacional semidecidual é a formação ve-getal característica, embora a área este-ja inserida no domínio da floresta ombró-fila mista (mata com araucária)2. O par-que é circundado por propriedades rurais,sendo que na margem oposta do rio Gua-rani existem numerosos remanescentesde mata nativa em meio a áreas de reflo-restamento com essências florestais exó-ticas1,2.
AvesA área abriga uma população significati-
va de Biatas nigropectus (papo-branco)3,espécie rara ao longo de sua distribuiçãogeográfica. A avifauna local inclui elemen-tos típicos das florestas semidecíduas dointerior do bioma Mata Atlântica, comoCaprimulgus sericocaudatus (bacurau-rabo-de-seda) e Polioptila lactea (balan-ça-rabo-leitoso), assim como espéciescaracterísticas das matas com araucária,como Clibanornis dendrocolaptoides (cis-queiro) e, possivelmente, Amazona vinacea(papagaio-de-peito-roxo), cuja presençana área é indicada apenas por relatos1,3.
AmeaçasA falta de infra-estrutura e fiscalizaçãofacilitam a prática de atividades ilegaiscomo a caça dentro do parque.
Referências1. Pichorim et al. (2000); 2. Castella & Britez (2004);3. Mauro Pichorim (per Bianca L. Reinert, in litt.);Bóçon et al. (1994).
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Baixo Curso do Rio Nhundiaquara PR08A1 25°28’S, 48°44’W
Área: 1.200-1.500 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Antonina Altitude: 0-3 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 419 (89)
Espécies ameaçadas: 2Stymphalornis acutirostris B. L. Reinert e M. R. Bornschein.Phylloscartes kronei M. R. Bornschein.
Área protegida:Nome Categoria ÁreaRPPN Sítio do Bananal Particular 29 ha
DescriçãoEssa área compreende a planície aluvialdo baixo curso do rio Nhundiaquara (an-tigamente denominado rio Cubatão), oqual nasce ao pé do pico Marumbi e de-ságua na baía de Paranaguá, no litoralnorte do Paraná. Banhados sob influên-cia fluviomarinha e manguezais são osambientes predominantes, exceto junto àfoz do rio, onde ocorrem apenas mangue-zais, que são contíguos àqueles da orlada baía de Paranaguá. Os banhados, ain-da em razoável estado de conservação,são dominados por Typha dominguensis(taboa) e Schoenoplectus californicus (piriou junco).
AvesA população local de Stymphalornisacutirostris (bicudinho-do-brejo) é nume-ricamente expressiva, embora pareçaestar isolada de outras populações conhe-
cidas da espécie1. A área ocupada pelohábitat específico de S. acutirostris (ba-nhados com taboais e juncais) no baixocurso do rio Nhundiaquara foi calculadaem 547 ha1.
AmeaçasA introdução de gramíneas exóticas(como Brachiaria sp.) para a formação depastos no entorno da área é uma amea-ça à vegetação dos banhados aos quaisS. acutirostris está associado. Um oleo-duto da Petrobras que atravessa a regiãovem provocando derramamentos de óleono rio Nhundiaquara e representa um ris-co permanente.
Referências1. Bianca L. Reinert e Marcos R. Bornschein(verb.).
IBA sugerida por Bianca L. Reinert eMarcos R. Bornschein
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Parque Nacional do Iguaçu PR09A1, A3 25°30’S, 54°00’W
Área: 185.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Céu Azul, Matelândia, Santa Tereza do Altitude: 200-600 mOeste, Serranópolis de Iguaçu, São Miguel do Iguaçu, Inventário ornitológico: RepresentativoFoz do IguaçuGrau de proteção: Total Key Area 126/PROBIO 323
DescriçãoLocalizado no extremo oeste do Paraná,o Parque Nacional do Iguaçu resguardao maior remanescente contínuo de MataAtlântica inteiramente contido em umaunidade de conservação de proteção in-tegral. Nos limites do parque com a Ar-gentina, próximo à cidade de Foz do Igua-çu, estão as mundialmente famosas ca-taratas do trecho final do rio Iguaçu, queanualmente atraem milhares de turistas
à região. O clima local é úmido, sem es-tação seca definida. A vegetação predo-minante no parque, embora luxuriante,carece do caráter sempre-verde típico dasflorestas litorâneas e é classificada comofloresta estacional semidecidual, sendorica em epífitas, lianas e bambus1,2. Nossetores mais elevados da parte norte doparque existem trechos razoavelmenteextensos de mata com araucária. A co-bertura florestal da área é contígua à do
Espécies ameaçadas: 6Pipile jacutinga Wege & Long (1995).Claravis godefrida Wege & Long (1995).Dryocopus galeatus Wege & Long (1995).Biatas nigropectus Wege & Long (1995), Parker & Goerck (1997).Procnias nudicollis Parker & Goerck (1997), J. Mähler Jr. in Koch & Bóçon (1994).Platyrinchus leucoryphus Wege & Long (1995).
Espécies quase ameaçadas: 14Tinamus solitarius Parker & Goerck (1997), J. Mähler Jr. in Koch & Bóçon (1994).Leucopternis polionotus Parker & Goerck (1997).Strix hylophila J. Mähler Jr. in Koch & Bóçon (1994).Baillonius bailloni Parker & Goerck (1997), J. Mähler Jr. in Koch & Bóçon (1994).Piculus aurulentus J. Mähler Jr. in Koch & Bóçon (1994).Clibanornis dendrocolaptoides J. Mähler Jr. in Koch & Bóçon (1994).Dysithamnus stictothorax J. Mähler Jr. in Koch & Bóçon (1994).Psilorhamphus guttatus Parker & Goerck (1997).Phibalura flavirostris J. Mähler Jr. in Koch & Bóçon (1994).Phylloscartes paulista Wege & Long (1995).Phylloscartes eximius Parker & Goerck (1997), J. Mähler Jr. in Koch & Bóçon (1994).Phylloscartes sylviolus Parker & Goerck (1997), J. Mähler Jr. in Koch & Bóçon (1994).Polioptila lactea Parker & Goerck (1997), J. Mähler Jr. in Koch & Bóçon (1994).Euphonia chalybea Parker & Goerck (1997), J. Mähler Jr. in Koch & Bóçon (1994).
Espécies endêmicas: 73 ATL
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Nacional do Iguaçu Proteção Integral 185.262 ha
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vizinho Parque Nacional Iguazú, na Ar-gentina.
AvesA julgar pela extensão do maciço flores-tal existente ao longo do baixo curso dorio Iguaçu, que inclui o parque brasileiroe áreas florestadas adjacentes em terri-tório argentino, várias das espécies ame-açadas listadas abaixo podem ter nessaregião um de seus principais redutos po-pulacionais em nível mundial. De fato, ogrande número de registros de Dryocopusgaleatus (pica-pau-de-cara-canela), tan-to no P. N. do Iguaçu quanto no vizinhoparque argentino, sugere que esse maci-ço possa abrigar a maior população daespécie na atualidade1. Seis espéciesameaçadas até agora não encontradasno P. N. do Iguaçu são mencionadas paraa porção argentina do maciço florestal3,melhor explorada ornitologicamente, al-gumas das quais com ocorrência bastan-te provável no lado brasileiro. Tigrisomafasciatum fasciatum (socó-boi-escuro),
garça rara com poucos registros recen-tes, foi mencionada para o parque4.
AmeaçasA caça ilegal e o movimento intenso deveículos ao longo das auto-estradas quemargeiam o parque foram identificadoscomo fontes de impacto sobre a faunasilvestre5. O palmiteiro (Euterpe edulis) éilegalmente explorado dentro dos limitesda unidade de conservação, mais inten-samente em seu setor sudeste, nas pro-ximidades de Capanema. A Estrada doColono, via que corta o parque, foi porlongo tempo utilizada e ilegalmente man-tida em atividade pelas comunidades doentorno, mas recentemente teve seu lei-to destruído em vários pontos, por inicia-tiva governamental, visando sua desati-vação definitiva.Referências1. Collar et al. (1992); 2. Parker & Goerck (1997);3. Saibene et al. (1996); 4. Straube et al. (2004).5. www2.ibama.gov.br/unidades/parques/reuc/17.htm; Koch & Bóçon (1994); Wege & Long(1995); Straube & Urben-Filho (2004).
Corredor do Iguaçu PR10A1 25°30’S, 52°37’W
Área: > 5.151 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Rio Bonito do Iguaçu, Nova Laranjeiras, Altitude: 500-600 mQuedas do Iguaçu Inventário ornitológico: Não disponívelGrau de proteção: Parcial PROBIO 325
DescriçãoEssa área é formada por um bloco flo-restal remanescente na margem norte dorio Iguaçu, junto à divisa dos municípiosde Rio Bonito do Iguaçu, Nova Laranjei-ras e Quedas do Iguaçu, no centro-oestedo Paraná. A RPPN Corredor do IguaçuI, pertencente à Araupel S/A, é uma dasmaiores RPPNs da região da Mata Atlân-tica e abrange a maior parte do remanes-cente que compõe a área. Está situadajunto ao reservatório de Salto Caxias, cuja
formação foi responsável pela inundaçãode florestas contíguas antes existentes aolongo do rio Iguaçu. Há outros remanes-centes florestais relativamente extensosna porção média da bacia do rio Iguaçu,aos quais o Corredor do Iguaçu poderiaser reconectado, destacando-se um blo-co no norte do município de Espigão Altodo Iguaçu e o Parque Estadual do RioGuarani (PR07), que se situam a cercade 15 km ao norte e 30 km a oeste, res-pectivamente. A área está inserida numa
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faixa de transição entre a floresta estaci-onal semidecidual e a floresta ombrófilamista (mata com araucária)1,2.
AvesUm levantamento ornitológico recente-mente conduzido na RPPN Corredor doIguaçu resultou no registro de 168 espé-cies de aves. Contudo, apenas uma pe-quena parte de seus resultados estão dis-poníveis1, presumindo-se que uma par-cela significativa das espécies ameaça-das presentes no Parque Nacional doIguaçu (PR09) e P. E. do Rio Guarani tam-bém ocorram na área. Além do P. N. doIguaçu, essa é a única área do interior do
Espécie ameaçadaPipile jacutinga Belin et al. (2003).
Espécies quase ameaçadas: 3Tinamus solitarius Belin et al. (2003).Baillonius bailloni Belin et al. (2003).Amaurospiza moesta Belin et al. (2003).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaReserva Particular Corredor do Iguaçu I Particular (RPPN) (Araupel S. A.) 5.151 ha
Paraná onde Pipile jacutinga (jacutinga)tem sido registrada em anos recentes.
AmeaçasA taxa de desmatamento no entorno daárea parece ser alta. Uma área expressi-va de floresta nativa foi recentementedesmatada no município de Rio Bonito doIguaçu por grupos de trabalhadores doMovimento dos Sem Terra, que obtiverama posse de setores antes pertencentes àempresa Araupel S/A2.
Referências1. Belin et al. (2003); 2. Castella & Britez (2004).
Rio Guaraguaçu PR11A1 25°35’S, 48°30’W
Área: c.5.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Paranaguá, Pontal do Paraná Altitude: 0-8 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 424 (92)
DescriçãoSituada na planície costeira paranaense,logo ao sul da baía de Paranaguá, essaárea compreende a Estação Ecológica deGuaraguaçu e matas contíguas que seestendem além dos limites dessa unida-de de conservação para sul e sudeste.Matas primárias de baixada cobrem amaior parte da área. Ao longo do baixocurso do rio Guaraguaçu existem banha-dos de pequena extensão, os quais são
pouco representados dentro dos limitesda estação ecológica.
AvesUma pequena população de Stymphalornisacutirostris (bicudinho-do-brejo), pássa-ro descrito em 1995 e presente em ape-nas cinco IBAs, ocupa os banhados emgrande parte desprotegidos do baixo cur-so do rio Guaraguaçu1. É bastante prová-vel que ocorra também Tangara peruviana
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Espécies ameaçadas: 5Amazona brasiliensis Utiliza a área (M. R. Bornschein).Stymphalornis acutirostris População pequena e isolada (B. L. Reinert).Platyrinchus leucoryphus M. R. Bornschein.Phylloscartes kronei Comum em toda a área (M. R. Bornschein).Sporophila frontalis Straube et al. (2004).
Espécies quase ameaçadas: 2Myrmotherula unicolor Comum em toda a área (M. R. Bornschein).Scytalopus indigoticus M. R. Bornschein.
Área protegida:Nome Categoria ÁreaEstação Ecológica de Guaraguaçu Proteção Integral c.2.400 ha
(saíra-sapucaia), espécie típica de matasde restinga que conta com registros re-centes na localidade vizinha de Pontal doSul2.
AmeaçasFocos de desmatamento têm sido detec-tados na área, resultado da expansão ur-bana, da instalação de sítios de lazer eda ampliação de pastagens. Outras ame-
aças incluem a abertura de estradas e osvazamentos de produtos químicos nabaía de Paranaguá1,3.
Referências1. Bianca L. Reinert e Marcos R. Bornschein(verb.). 2. Moraes & Krul (1997); 3. Fundação BIO-RIO et al. (2002).
IBA sugerida por Bianca L. Reinert
APA de Guaratuba PR12A1, A2, A3 25°44’S, 48°44’W
Área: 130.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Guaratuba, Matinhos, Paranaguá, Morretes, Altitude: 0-1.502 mS. José dos Pinhais, Tijucas do Sul Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Parcial PROBIO 424 (92)
DescriçãoEssa área abrange uma vasta porção dolitoral sul do Paraná e engloba um con-junto de serras costeiras – incluindo asserras da Prata, da Igreja, do Engenho,do Cubatão, Guaraparim, Grande, Arara-quara e Canavieiras – e as terras baixassituadas entre o sopé dessas elevaçõese a baía de Guaratuba, bem como tre-chos de planície que se estendem ao lon-go da margem meridional da baía. A no-roeste, a área confronta com a Serra doMarumbi (PR06), dali estendendo-se aosul até o rio Cubatão, que a delimita a
sudoeste. A área corresponde a uma ex-tensa parte da APA Estadual de Guaratu-ba e envolve ainda três unidades de con-servação de proteção integral existentesna região. Devido às grandes variaçõesde altitude, estão representadas diferen-tes formações da floresta ombrófila den-sa, como florestas de terras baixas, sub-montanas, montanas e alto-montanas.Nas baixadas, em terrenos inundáveis,outros tipos de vegetação são encontra-dos, em geral associados aos setoresmais interiores da baía de Guaratuba eaos trechos inferiores dos rios que nela
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Espécies ameaçadas: 13Leucopternis lacernulatus Straube (1990).Pipile jacutinga Straube (1990), Straube et al. (2004).Claravis godefrida Straube (1990).Amazona brasiliensis B. L. Reinert, Straube (1990).Stymphalornis acutirostris A área inclui a localidade-tipo da espécie (Bornschein et al.
1995, BirdLife International 2000).Procnias nudicollis Straube (1990).Phylloscartes kronei B. L. Reinert.Hemitriccus kaempferi B. L. Reinert.Platyrinchus leucoryphus B. L. Reinert.Onychorhynchus swainsoni Straube (1990), BirdLife International (2000).Sporophila frontalis Straube et al. (2004).Sporophila falcirostris Straube et al. (2004).Tangara peruviana Isfer (2000).
Espécies quase ameaçadas: 23Tinamus solitarius Straube (1990).Crypturellus noctivagus Straube (1990, 1991).Leucopternis polionotus Straube (1990).Triclaria malachitacea Straube & Scherer-Neto (1995).Strix hylophila Straube (1990).Ramphodon naevius Straube (1990).Baillonius bailloni Straube (1990).Piculus aurulentus Straube (1990).Myrmotherula unicolor Straube (1990).Drymophila ochropyga Serra da Prata (Bornschein et al. 1993).Dysithamnus stictothorax Straube (1990).Psilorhamphus guttatus Straube (1990).Scytalopus indigoticus Straube (1990).Carpornis cucullata Straube (1990).Lipaugus lanioides Straube et al. (2004).Phyllomyias g riseocapilla Straube (1990).Phylloscartes paulista Straube (1990).Phylloscartes oustaleti Straube (1990).Orchesticus abeillei Straube (1990).Thraupis cyanoptera Straube (1990).Euphonia chalybea Straube (1990).Dacnis nigripes Straube et al. (2004).Cyanocorax caeruleus Straube (1990).
Espécies de distribuição restrita: 18 EBA075
Espécies endêmicas: 110 ATL
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Nacional Saint-Hilaire/Lange Proteção Integral 25.000 ha*Parque Estadual do Rio da Onça Proteção Integral 118 haParque Estadual do Boguaçu Proteção Integral 6.661 haAPA Estadual de Guaratuba Uso Sustentável 199.586 ha
*Existe uma proposta de adequação dos limites do parque, ampliando-o para 35.888 ha.
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deságuam. Esses ambientes incluem osmanguezais, os caxetais (áreas domina-das pela caxeta, Tabebuia cassinoides),os guanandizais (formações de guanan-di, Calophyllum brasiliense), os ariticun-zais (formações de ariticum-do-brejo,Annona glabra) e os brejos, estes forma-dos principalmente por grupamentos depiri (Schoenoplectus californicus), cebo-lama (Crinum salsum), capim-pernambu-co (Panicum sp.) e capim-serra (Cladiummariscus)1. O clima local sofre variaçãoconforme a altitude, estando as tempera-turas médias em torno de 21ºC na baixa-da e 11ºC nas partes mais altas2. Os riosda região têm importância fundamentalpara o abastecimento dos centros urba-nos próximos.
AvesA área abriga a maior população conhe-cida de Stymphalornis acutirostris (bicu-dinho-do-brejo), que se distribui ao longoda orla da porção interna da baía de Gua-ratuba e nos trechos médio e inferior dosrios que para ela confluem, a leste atéBoguaçu1,3. Das matas de baixada ao lon-go do rio São João e no entorno da lagoado Parado provêm os registros mais seten-trionais de Hemitriccus kaempferi (maria-catarinense)1,3, espécie criticamente ame-açada com presença confirmada em ape-nas outras duas IBAs, ambas em Santa Ca-tarina. O raro socó Tigrisoma fasciatumfasciatum (socó-boi-escuro) foi observadonas cabeceiras do rio Cubatãozinho, a oes-te da Serra da Prata4,5. O registro deJacamaralcyon tridactyla (cuitelão) paraa região6,7, por outro lado, não foi confir-mado na mais recente revisão sobre a dis-tribuição geográfica da espécie no Para-ná5. A considerável heterogeneidade am-biental é responsável pela existência deuma combinação bastante singular de es-pécies na área, que inclui aves caracte-rísticas de ambientes palustres (e.g.,Phleocryptes melanops e Tachurisrubrigastra), de matas de baixada (comoo ameaçado Amazona brasiliensis e
Chloroceryle inda) e de al t i tude(Scytalopus speluncae e Poospizathoracica, entre outros)1.
AmeaçasA caça, a especulação imobiliária e a con-taminação das águas da baía de Guara-tuba pelo despejo de efluentes domésti-cos e pelo aporte de resíduos de agrotó-xicos são alguns dos problemas ambien-tais listados para a região8. Potenciaisvetores de expansão urbana em direçãoàs encostas do recentemente criado Par-que Nacional Saint-Hilaire/Lange foramidentificados nos fundos dos principaisbalneários e ao longo das rodovias daregião de Matinhos e Guaratuba2. A ex-ploração ilegal do palmito (Euterpe edulis)e a expansão das plantações de banana earroz representam impactos pontualmenteimportantes; um remanescente de mata deplanície onde H. kaempferi era comum foieliminado recentemente para dar lugar a umbananal1. Nos últimos anos, a retirada deareia do leito dos rios e a contaminaçãobiológica decorrente da invasão de capinsexóticos (e.g., Urochloa arrecta) têm con-tribuído significativamente para a desca-racterização de ambientes exclusivos dasbaixadas. A lagoa do Parado e entorno, im-portante área de ocorrência de S. acutirostrise H. kaempferi, ficaram fora dos limitesdo P. N. Saint-Hilaire/Lange; uma propos-ta de ampliação dos limites dessa unida-de de conservação, visando à incorpora-ção de áreas como a lagoa do Parado eos manguezais entre os rios União e dosMeros, foi recentemente elaborada2.
Referências1. Marcos R. Bornschein e Bianca L. Reinert (inlitt. e verb.); 2. Siedlecki et al. (2003); 3. Bianca L.Reinert (Base de dados do workshop Avaliação eAções Prioritárias para a Conservação dos Bio-mas Floresta Atlântica e Campos Sulinos); 4. Strau-be (1991); 5. Straube et al. (2004); 6. Collar et al.(1992); 7. BirdLife International (2000); 8. Funda-ção BIO-RIO et al. (2002); Straube (1990); Borns-chein et al. (1993); Bornschein et al. (1995); Strau-be & Scherer-Neto (1995); Bornschein & Reinert(1997); Isfer (2000).
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Ilhas dos Currais PR13A4ii 25°°°°°44’S, 48°°°°°22’W
Área: < 100 ha Altitude: nível do marGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponívelBioma: Zonas Costeira e Marinha PROBIO (90)
Espécie congreganteFregata magnificens 2.640 ninhos ativos (Krul 1997).
DescriçãoAs lhas dos Currais formam um pequenoarquipélago ao largo do litoral sul do Pa-raná, a pouco mais de 10 km de distân-cia da costa. O arquipélago é compostopor três ilhas, duas delas de pequenasdimensões e constituídas por maciçosrochosos. A ilha principal é consideravel-mente maior do que as demais (5,7 ha) eabriga a maior parte da fauna e da floralocais. A vegetação limita-se a formaçõesherbáceas e arbustivas.
AvesNo auge do período reprodutivo, congre-ga-se nas ilhas mais de 1% da popula-ção mundial de Fregata magnificens (te-sourão) e pouco menos de 1% daquelade Sula leucogaster (atobá). Também foiconstatada no arquipélago a nidificação
de outras quatro espécies de aves colo-niais: Larus dominicanus (gaivotão),Sterna hirundinacea (trinta-réis-de-bico-vermelho), Ardea alba (garça-branca-grande) e Nycticorax nycticorax (savacu).
AmeaçasPor serem ilhas oceânicas pequenas erelativamente próximas à costa, as Ilhasdos Currais mostram-se particularmentevulneráveis a atividades humanas e in-vasões por espécies exóticas. Embora oarquipélago esteja desprotegido, encon-tra-se em tramitação um processo quepropõe a sua transformação em uma uni-dade de conservação.
ReferênciasKrul (1997); Fundação BIO-RIO et al. (2002).
Várzeas do Curso Médio-Superior do Rio Iguaçu PR14A1 25°48’S, 50°14’W
Área: ? Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: São João do Triunfo, Lapa Altitude: 750 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 505
Espécie ameaçadaScytalopus iraiensis Bornschein et al. (2001).
DescriçãoEssa área está situada a cerca de 100km a sudoeste de Curitiba e inclui as vár-zeas de ambas as margens do rio Igua-
çu, entre a foz do rio Água Branca e amargem esquerda do baixo curso do rioda Vargem. Uma densa vegetação her-bácea, característica das várzeas da alta
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bacia do rio Iguaçu, ocorre de forma dis-persa através da região, representandoremanescentes de um ambiente que ou-trora provavelmente cobria superfíciesbem maiores.
AvesSão conhecidos registros recentes deScytalopus iraiensis (macuquinho-da-vár-zea) em três pontos da área1, todos com-preendidos em um segmento de aproxi-
madamente 6 km da planície de inunda-ção do rio Iguaçu.
AmeaçasLocalmente, a expansão da agriculturapode levar à descaracterização ou mes-mo à eliminação dos ambientes ocupa-dos por S. iraiensis.
Referências1. Bornschein et al. (2001).
Várzeas em Tijucas do Sul PR15A1 25°50’S, 49°12’W
Área: c.20.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Tijucas do Sul Altitude: 800-900 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 422
DescriçãoSituada a cerca de 30 km ao sul da Re-gião Metropolitana de Curitiba, essa áreaestá inserida na porção superior da baciado rio da Várzea, afluente da margemesquerda do rio Iguaçu. Abrange as vár-zeas dos rios de Una (baixo e médio cur-sos), Abaixo (proximidades da foz) e dopróprio rio da Várzea, em seu trecho com-preendido entre a foz dos rios do Colonoe da Contenda. As várzeas da regiãoapresentam densa vegetação herbácea,em que são dominantes plantas das fa-mílias Poaceae e Cyperaceae.
AvesScytalopus iraiensis (macuquinho-da-vár-zea), conhecida por enquanto apenas noParaná e Rio Grande do Sul, foi registra-
do em pelo menos sete trechos de vár-zea em Tijucas do Sul, distribuídos ao lon-go das planícies de inundação dos riosmencionados acima1. A existência de há-bitat adequado entre alguns dos pontosde registro conhecidos sugere que a es-pécie possa ter uma distribuição maisampla na área.
AmeaçasQueimadas, drenagem de várzeas, ins-talação de pequenas barragens para aformação de lagos destinados à piscicul-tura2.
Referências1. Bornschein et al. (2001); 2. Marcos R. Borns-chein (verb.).
Espécie ameaçadaScytalopus iraiensis Bornschein et al. (2001).
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General Carneiro PR16A1 26°28’S, 51°25’W
Área: 100.000-150.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: General Carneiro, Bituruna Altitude: 1.000-1.200 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
Key Area 127/PROBIO 507
Espécies ameaçadas: 2Amazona vinacea Seger & Bóçon (1993), Wege & Long (1995).Scytalopus iraiensis M. R. Bornschein, G. N. Maurício e B. L. Reinert.
Espécies quase ameaçadas: 8Leucopternis polionotus Seger & Bóçon (1994).Picumnus nebulosus Luçolli (1991).Piculus aurulentus Luçolli (1991).Leptasthenura setaria G. N. Maurício e M. R. Bornschein.Clibanornis dendrocolaptoides Residente (Arruda & Luçolli 1991); Straube & Bornschein
(1992).Phibalura flavirostris Arruda & Luçolli (1991), Straube et al. (2004).Amaurospiza moesta Luçolli (1991).Cyanocorax caeruleus G. N. Maurício e M. R. Bornschein.
DescriçãoA região de General Carneiro, no extre-mo sul do Paraná, apresenta relevo on-dulado a montanhoso, rico em vales egrotões profundos. A paisagem regionalé marcada por uma rede praticamentecontínua de remanescentes de florestaombrófila mista (mata com araucária), quecobre o município de General Carneiro eo setor sudeste do município vizinho deBituruna. Esses remanescentes com-põem um dos maiores núcleos de matacom araucária – se não o maior – exis-tentes na atualidade, o qual se estendepor uma vasta área da porção média dabacia do rio Iguaçu. Entretanto, apesar decerca de 50% da superfície da área esta-rem cobertos por florestas, a maior partedessa cobertura florestal é formada porvegetação secundária e alterada, restan-do apenas uma pequena parcela de ma-tas em bom estado de conservação1.Pastagens e plantações de árvores exó-ticas (especialmente pínus) intercalam-seaos remanescentes de mata nativa. Vár-zeas brejosas estreitas mas relativamen-te extensas ocorrem, por exemplo, em
meio às matas das fazendas São Pedroe Santa Cândida, ambas de propriedadedas Indústrias Pedro N. Pizzatto. Contu-do, a maior parte dos terrenos original-mente brejosos encontra-se submersadevido à construção de pequenas barra-gens.
AvesUm estudo realizado em propriedadesdas Indústrias Pedro N. Pizzatto, situa-das na parte central da área, estimou apresença de 250 a 300 indivíduos deAmazona vinacea (papagaio-de-peito-roxo)2. Isto sugere que a região como umtodo, com sua cobertura florestal aindaextensiva, possa representar um impor-tante reduto para esse psitacídeo amea-çado. Uma pequena população deScytalopus iraiensis (macuquinho-da-vár-zea) foi recentemente encontrada naárea3. Em edição, há notícias sobre aocorrência recente de Harpia harpyja emGeneral Carneiro4.
AmeaçasA exploração das florestas nativas da re-
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gião é intensa, tanto em termos de extra-ção de madeira quanto de xaxim, erva-mate e pinhão1. Os brejos naturais estãofragmentados pelo represamento de ex-tensos segmentos de várzeas, o que setraduz no confinamento da população lo-cal de S. iraiensis a trechos restritos dehábitat remanescente; ademais, o secci-onamento dos brejo pela construção deestradas de serviço provoca a inundação
e a conseqüente descaracterização dohábitat da espécie3.
Referências1. Castella & Britez (2004); 2. Seger & Bóçon(1993); 3. Marcos R. Bornschein, Giovanni N. Mau-rício e Bianca L. Reinert (dados inéditos); 4.www.ambientebrasil.com.br (25.01.2005); Luçolli(1991); Arruda & Luçolli (1991); Straube & Borns-chein (1992); Seger & Bóçon (1994); Wege & Long(1995); Straube et al. (2004).
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Área: 30.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Guaruva, Itapoá, São Francisco do Sul Altitude: 0-500 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 424 (95)
DescriçãoA Baía da Babitonga, ou de São Francis-co do Sul, situa-se no litoral norte de SantaCatarina. Ao longo do trecho inferior dorio Palmital e na extensa planície costei-ra ao norte da baía, em direção à divisacom o Paraná, existem importantes re-manescentes ainda bem preservados deMata Atlântica de baixada, vegetação derestinga e ambientes alagados sob influ-ência fluviomarinha (brejos e mangues).A área inclui o fundo da Baía da Babiton-ga, nos municípios de Guaruva e SãoFrancisco do Sul, e estende-se a leste,até a RPPN Volta Velha (também chama-da “Ponta Velha” em algumas fontes), ea nordeste, através de uma pequena ser-ra litorânea isolada, até a foz dos rios Saí-Mirim e Saí-Guaçu, incorporando os re-manescentes florestais às margens des-
ses cursos de água1. A área é contígua àIBA APA de Guaratuba (PR12), que co-bre a porção adjacente do território para-naense.
AvesO fundo da Baía da Babitonga e o trechofinal do rio Itapocu, a cerca de 45 km aosul, abrigam as populações mais austraisde Stymphalornis acutirostris (bicudinho-do-brejo), papa-formigas ameaçado res-trito aos brejos litorâneos do Paraná enorte de Santa Catarina, descrito apenasem 19951,2. Na RPPN Volta Velha, foramregistradas recentemente várias espé-cies ameaçadas típicas ou exclusivas dasflorestas de planície, destacando-seHemitriccus kaempferi (maria-catarinen-se), atualmente conhecido em apenastrês áreas em Santa Catarina e extremo
Tabela 1. Lista das IBAs no Estado de Santa Catarina
* Ver capítulo 2 para explicação dos critérios.
Critérios*
Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4SC01 Baía da Babitonga ATL X
SC02 Salto do Piraí ATL X
SC/PR01 Campos de Água Doce e Palmas ATL X
SC03 Região de Blumenau ATL X ATL
SC04 Parque Estadual da Serra do Tabuleiro ATL X ATL
SC05 Painel/Urupema ATL X
SC06 Urubici ATL X
SC07 Parque Nacional de São Joaquim ATL X
IBAs interestaduais descritas na seção referente a outro Estado.
RS/SC01 Campos do Planalto das Araucárias ATL X 76
RS/SC02 Região dos Aparados da Serra ATL X 76 ATL
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Espécies ameaçadas: 5Dryocopus galeatus Naka et al. (2000), B. Reinert.Stymphalornis acutirostris B. Reinert, Bornschein & Reinert (1997).Hemitriccus kaempferi RPPN Volta Velha (Barnett et al. 2000).Phylloscartes kronei B. Reinert.Tangara peruviana RPPN Volta Velha (Naka et al. 2000).
Espécies quase ameaçadas: 3Crypturellus noctivagus RPPN Volta Velha (Naka et al. 2000).Myrmotherula unicolor RPPN Volta Velha (Naka et al. 2000).Hemitriccus orbitatus RPPN Volta Velha (Naka et al. 2000).
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaRPPN Volta Velha Particular 1.500 haRPPN Fazenda Palmital Particular 591 ha
sul do Paraná3,4. Esta também é a únicaárea com registros recentes de Dryoco-pus galeatus (pica-pau-de-cara-canela)em território catarinense.
AmeaçasExpansão urbana, loteamentos com ob-jetivos turísticos, despejo de efluentes in-
dustriais e domésticos, derrames de pe-tróleo e atividades portuárias5.Referências1. Bianca L. Reinert (Base de dados do workshopAvaliação e Ações Prioritárias para a Conserva-ção dos Biomas Floresta Atlântica e Campos Suli-nos); 2. Bornschein et al. (1995); 3. Barnett et al.(2000); 4. Naka et al. (2000); 5. Fundação BIO-RIO et al. (2002); Bornschein & Reinert (1997).
Salto do Piraí SC02A1 26°18’S, 48°50’W
Área: 5.000-10.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Joinville, Schroeder Altitude: c.100-800 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Não disponível
Key Area 128/PROBIO 424
DescriçãoEssa área inclui a Estação Ecológica doBracinho e remanescentes de floresta debaixada existentes em vales e planíciesadjacentes, a oeste da cidade de Joinvil-le. Criada com o objetivo de manter opotencial hídrico dos rios que alimentamas pequenas hidrelétricas locais, a E. E.do Bracinho é administrada pela CELESC(Centrais Elétricas de Santa Catarina)1.Essa área de preservação possui relevomontanhoso e resguarda considerável
extensão de florestas montanas e sub-montanas em excelente estado de con-servação2. As matas de baixada que res-tam no fundo do vale adjacente do rio Pi-raí, por outro lado, são em sua maior par-te secundárias ou perturbadas e situam-se fora dos limites da estação ecológica2.
AvesHemitriccus kaempferi (maria-catarinen-se), descrito com base em material cole-tado na área em 1929, foi observado re-
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gularmente nas matas do fundo do valedo rio Piraí ao longo da década de 19901,2.Os registros recentes dessa espécie cri-ticamente ameaçada, que incluem a ob-servação de um par em atividade repro-dutiva, ocorreram a poucas centenas demetros da E. E. do Bracinho, onde suapresença não foi constatada até agora1.
AmeaçasAs matas de fundo de vale, ambiente ao
qual H. kaempferi parece estar confina-do, ainda recebem o impacto de ativida-des humanas: trechos de mata secundá-ria do vale do rio Piraí têm sido elimina-dos para dar lugar a residências, pasta-gens e plantações de banana1.
Referências1. Collar et al. (1992); 2. Barnett et al. (2000); Ro-sário (1996); Naka et al. (2000); Naka et al. (2001).
Espécies ameaçadas: 4Leucopternis lacernulatus Collar et al. (1992), Barnett et al. (2000)Myrmotherula minor Limite sul da distribuição atual; Barnett et al. (2000), Naka et
al. (2000).Platyrinchus leucoryphus Um registro (Collar et al. 1992).Hemitriccus kaempferi Collar et al. (1992), Barnett et al. (2000).
Espécies quase ameaçadas: 12Tinamus solitarius Rosário (1996).Triclaria malachitacea Rosário (1996).Myrmotherula unicolor Barnett et al. (2000), Naka et al. (2000).Dysithamnus stictothorax Registrada em 1928 (Rosário 1996) mas presumivelmente
ainda presente na região.Merulaxis ater Naka et al. (2000).Phyllomyias g riseocapilla Naka et al. (2000).Phylloscartes paulista Collar et al. (1992), Naka et al. (2000).Phylloscartes eximius Naka et al. (2000).Phylloscartes oustaleti Naka et al. (2000).Phylloscartes sylviolus Naka et al. (2001).Hemitriccus orbitatus Naka et al. (2000).Orchesticus abeillei Rosário (1996).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaEstação Ecológica do Bracinho Privada (CELESC) 4.606 ha
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Espécies ameaçadas: 3Harpyhaliaetus coronatus Rosário (1996), M. R. Bornschein.Xolmis dominicanus M. R. Bornschein e B. L. Reinert.Anthus nattereri População significativa (G. N. Maurício e M. R. Bornschein).
Espécies quase ameaçadas: 5Eleothreptus anomalus M. R. Bornschein e G. N. Maurício.Leptasthenura setaria M. R. Bornschein e G. N. Maurício.Clibanornis dendrocolaptoides Ocorrência marginal na área (M. R. Bornschein e B. L. Reinert).Sporophila melanogaster Água Doce (Rosário 1996).Cyanocorax caeruleus M. R. Bornschein e G. N. Maurício.
Campos de Água Doce e Palmas SC/PR01A1 26°38’S, 51°38’W
Área: 110.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Água Doce (SC), Palmas (PR) Altitude: 1.100-1.400 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 507
DescriçãoA região de Água Doce e Palmas, na divi-sa entre Santa Catarina e Paraná, abran-ge uma ampla área do setor mais eleva-do do planalto que forma o divisor deáguas das bacias dos rios Iguaçu e Uru-guai. Compreende principalmente cam-pos planálticos, mas áreas brejosas ecapões de mata com araucária estão dis-seminados por toda a região1. Fisionomi-camente, a área é muito similar aos Cam-pos de Cima da Serra (RS03) e aos Cam-pos do Planalto das Araucárias (RS/SC01), situados mais ao sul. A zona ocu-pada pelos campos é cercada em quasetodas as direções por áreas de relevo dis-secado originalmente cobertas por matascom araucária contínuas, como porexemplo a região de General Carneiro(PR16).
AvesEspécies ameaçadas de áreas abertas,como Xolmis dominicanus (noivinha-de-rabo-preto) e Anthus nattereri (caminhei-ro-grande), presumivelmente contam compopulações significativas na região. A pri-meira foi registrada em diversos setores
da área, enquanto a segunda mostra-senumerosa durante o período reprodutivonas cabeceiras do rio Chapecó, próximoa Herciliópolis, município de ÁguaDoce1,2,3. A quase ameaçada Sporophilamelanogaster (caboclinho-de-barriga-pre-ta), cujas áreas de reprodução conheci-das restringem-se aos altiplanos do su-deste de Santa Catarina e nordeste doRio Grande do Sul, poderia estar presen-te nos campos de Água Doce tambémcomo espécie reprodutora.
AmeaçasAté muito recentemente, a região de ÁguaDoce e Palmas era uma das áreas decampos planálticos menos alteradas dosul do Brasil. A partir do final da décadade 1990, entretanto, amplas áreas come-çaram a ser convertidas para uso agríco-la (culturas anuais e florestamento compínus), processo que atualmente prosse-gue a um ritmo alarmante1.
Referências1. Marcos R. Bornschein e Giovanni N. Maurício(dados inéditos); 2. M. R. Bornschein e Bianca L.Reinert (verb.); 3. Rosário (1996).
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Região de Blumenau SC03A1, A3 27°06’S, 49°07’W
Área: 57.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Ascurra, Blumenau, Botuverá, Indaial, Altitude: 200-1.050 mGaspar, Guabiruba, Presidente Nereu, Apiúna, Vidal Ramos Inventário ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Total PROBIO 424, 426
DescriçãoEssa área corresponde ao grande maci-ço de Mata Atlântica existente ao sul dacidade de Blumenau, onde recentemen-te foi criado o Parque Nacional da Serrado Itajaí. A região apresenta relevo mon-tanhoso, revestido com florestas monta-nas e submontanas úmidas ainda bem
preservadas. O Parque das Nascentes,antes denominado Parque Ecológico Ar-tex, foi englobado pela nova unidade deconservação federal.
AvesExistem listas de aves para áreas prote-gidas do setor nordeste do maciço (e.g.,
Espécies ameaçadas: 3Leucopternis lacernulatus P. M. São Francisco de Assis (Carrano et al. 2001).Procnias nudicollis Zimmermann (1993, 1995a).Sporophila frontalis Sul de Blumenau; Zimmermann (1992), Rosário (1996).
Espécies quase ameaçadas: 18Tinamus solitarius Zimmermann (1995a).Leucopternis polionotus Zimmermann (1992, 1993).Strix hylophila Rosário (1996).Ramphodon naevius Zimmermann (1993).Baillonius bailloni Zimmermann (1992), Rosário (1996).Piculus aurulentus Zimmermann (1995a).Anabacerthia amaurotis Zimmermann et al. (2003).Dysithamnus stictothorax Zimmermann (1995a).Drymophila ochropyga Botuverá (Rosário 1996).Scytalopus indigoticus Zimmermann (1995a).Lipaugus lanioides Collar et al. (1992), Rosário (1996), Zimmermann et al. (2003)Carpornis cucullata Zimmermann (1993, 1995a).Hemitriccus orbitatus Zimmermann et al. (2003).Phylloscartes paulista Parques Spitzkopf e Artex (Zimmermann 1992, 1993, 1995a).Phylloscartes difficilis Zimmermann (1993, 1995a), Zimmermann et al. (2003).Thraupis cyanoptera Zimmermann et al. (2003).Euphonia chalybea Coleta antiga (Rosário 1996); presumivelmente ainda presente
na região.Dacnis nigripes Zona urbana de Blumenau (Zimmermann 1995b).
Espécies endêmicas: 85 ATL
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Nacional da Serra do Itajaí Proteção Integral 57.374 haParque Ecológico Spitzkopf Privada 500 haFazenda Faxinal Privada 2.208 haReserva Burgerkopf Particular (RPPN) 82 ha
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Parque Estadual da Serra do Tabuleiro SC04A1, A3 27°53’S, 48°47’W
Área: 87.405 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Águas Mornas, Santo Amaro da Altitude: 0-1.268 mImperatriz, Palhoça, Paulo Lopes, São Bonifácio, Inventário ornitológico: RepresentativoFlorianópolis, São Martinho, GaropabaGrau de proteção: Total PROBIO 426
DescriçãoO Parque Estadual da Serra do Tabuleirodestaca-se como um dos maiores blocosremanescentes de floresta atlântica con-tínua no Estado de Santa Catarina. Situ-ado próximo à costa, a sudoeste da ilhade Santa Catarina, o parque abrange umgradiente altitudinal amplo e diversifica-do, que inclui desde vegetação de restin-ga, banhados litorâneos e matas de bai-xada (na Restinga do Maciambu) até flo-restas alto-montanas, matas com arau-cária e campos de altitude (1.000-1.200m de elevação), nas encostas e no topode serras graníticas dissecadas1. Embo-ra as matas de encosta estejam em bomestado de conservação, as matas comaraucária encontram-se bastante altera-das pela exploração madeireira, ativida-de que persistiu na região até recente-mente1. A área abrange apenas a partecontinental do P. E. da Serra do Tabulei-
ro, no qual estão incluídas também algu-mas ilhas costeiras.
AvesA avifauna da área inclui tanto elementosde matas de restinga e terras baixas,como Myrmotherula unicolor (choquinha-cinzenta) e Phylloscartes kronei (maria-da-restinga), quanto espécies montícolas,como Piprites pileat a (caneleirinho-de-chapéu-preto) e Phylloscartes difficilis(estalinho)1,2,3. Vários endemismos daMata Atlântica têm na Serra do Tabuleiroo seu limite meridional de ocorrência,entre eles Glaucidium minutissimum (ca-buré-miudinho), Malacoptila striata (bar-budo-rajado), Ilicura militaris (tangarazi-nho) e Tangara desmaresti (saíra-lagar-ta)1. Dados recentes indicam que a áreaabriga uma população significativa dePipile jacutinga (jacutinga), a única conhe-cida em Santa Catarina na atualidade.
Parque das Nascentes e Parque Ecoló-gico Spitzkopf), que juntas somam cercade 220 espécies1. Entretanto, o númerode espécies presentes na região deve sermaior, considerando as dimensões domaciço florestal. Ainda podem ocorrer naárea espécies ameaçadas que contamapenas com registros históricos para Blu-menau, como Pipile jacutinga (jacutinga),Claravis godefrida (pararu-espelho), Triclariamalachitacea (sabiá-cica) e Biatasnigropectus (papo-branco)2,3.
AmeaçasO P. N. da Serra do Itajaí começou a ser
implantado apenas recentemente, apósterem sido derrubadas as liminares judi-ciais que suspendiam o decreto de suacriação; acredita-se que os limitados re-cursos financeiros possam prolongar oprocesso de sua implementação4. A ex-pansão urbana, especialmente no entor-no da cidade de Blumenau, representauma ameaça potencial aos remanescen-tes desprotegidos do maciço.
Referências1. Zimmermann et al. (2003); 2. Collar et al. (1992);3. Rosário (1996); 4. www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=27989; Zimmermann (1992, 1993,1994, 1995a,b); Carrano et al. (2001).
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AmeaçasConsta que madeireiras ainda atuam den-tro dos limites do parque1. A pressão decaça na área alcança níveis alarmantese representa uma séria ameaça a umadas espécies que mais tem declinado aolongo da Mata Atlântica: cerca de 100 ja-cutingas teriam sido abatidas em 2001,
Espécies ameaçadas: 6Pipile jacutinga Residente (Albuquerque & Brüggemann 1996).Amazona vinacea Albuquerque & Brüggemann (1996).Procnias nudicollis Albuquerque & Brüggemann (1996).Piprites pileata Albuquerque & Brüggemann (1996).Platyrinchus leucoryphus Albuquerque & Brüggemann (1996).Phylloscartes kronei Bencke et al. (2000), Naka et al. (2000).
Espécies quase ameaçadas: 14Tinamus solitarius Albuquerque & Brüggemann (1996).Leucopternis polionotus Albuquerque & Brüggemann (1996).Harpia harpyja Albuquerque (1995).Triclaria malachitacea Albuquerque & Brüggemann (1996).Piculus aurulentus Albuquerque & Brüggemann (1996).Anabacerthia amaurotis Albuquerque & Brüggemann (1996).Scytalopus indigoticus Albuquerque & Brüggemann (1996).Myrmotherula unicolor BirdLife International (2000).Carpornis cucullata Albuquerque & Brüggemann (1996).Phylloscartes difficilis Albuquerque & Brüggemann (1996).Hemitriccus orbitatus Albuquerque & Brüggemann (1996).Thraupis cyanoptera Albuquerque & Brüggemann (1996).Dacnis nigripes BirdLife International (2000), Albuquerque & Brüggemann
(1996).Cyanocorax caeruleus Albuquerque & Brüggemann (1996).
Espécies endêmicas: 80 ATL
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Estadual da Serra do Tabuleiro Proteção Integral 87.405 ha
estimando-se que outras tantas tiveramo mesmo destino em 20024.
Referências1. Albuquerque & Brüggemann (1996); 2. BirdLifeInternational (2000). 3. Bencke et al. (2000); 4.Tormin-Borges et al. (2002); Albuquerque (1995);Naka et al. (2000).
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Painel / Urupema SC05A1 27°54’S, 49°55’W
Área: 135.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Painel, Urupema, Lages Altitude: 900-1.300 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 510, 513
Espécies ameaçadas: 3Amazona pretrei Até 19.500 indivíduos concentram-se na região durante o
inverno (Martinez & Prestes 2002).Amazona vinacea Martinez & Prestes (2002).Xolmis dominicanus M. R. Bornschein, G. N. Maurício e B. L. Reinert.
Espécie quase ameaçadaLeptasthenura setaria M. R. Bornschein, G. N. Maurício.
DescriçãoA região de Painel e Urupema localiza-sea oeste-noroeste do Parque Nacional deSão Joaquim (SC07) e logo ao norte doscampos do município de Lajes (RS/SC01). A área está situada no topo doPlanalto Meridional, apresentando relevocom superfície plana a ondulada. O cli-ma é temperado. A pluviosidade está emtorno de 1.500 mm ao ano, e a tempera-tura média anual é de 15,6ºC. A vegeta-ção se caracteriza pela presença de ca-pões de matas com araucária (Araucariaangustifolia) dispersos em meio aos cam-pos naturais.
AvesA região constitui atualmente a principalárea de invernagem de Amazona pretrei(charão), papagaio migratório que temseus principais territórios de reproduçãono Rio Grande do Sul. Entre abril e julho,na época da maturação dos pinhões dasaraucárias, virtualmente toda a populaçãomundial dessa espécie ameaçada con-centra-se no Planalto catarinense em umúnico grande dormitório de inverno, cujalocalização oscila através de uma áreaque abrange parte dos municípios dePainel, Urupema, São Joaquim e Lages1.Supõe-se que essa região seja vital parao desenvolvimento do ciclo anual da es-
pécie, já que os papagaios obteriam aligrande parte da reserva energética ne-cessária para a reprodução, que ocorrenos meses subseqüentes1. Não existemoutras informações divulgadas sobre aavifauna da área, mas estão presentestanto espécies características das flores-tas com araucária, como Leptasthenurasetaria (grimpeiro), quanto espécies de cam-pos naturais, como Xolmis dominicanus(noivinha-de-rabo-preto).
AmeaçasOs grandes bandos de charão passarama invernar no sudeste catarinense ape-nas a partir do início da década de 1990,supostamente porque as áreas utilizadasanteriormente, no nordeste gaúcho, nãomais apresentam reservas de araucáriasem quantidade suficiente1. A exploraçãoda araucária ainda representa uma ame-aça às matas de Painel/Urupema, princi-palmente considerando que não existemunidades de conservação na região. Ainvasão de espécies de gramíneas exóti-cas e o sobrepastoreio ameaçam as áre-as de campo nativo.
Referências1. Martinez & Prestes (2002); Marcos R. Born-schein, Giovanni N. Maurício e Bianca L. Reinert(dados inéditos).
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Urubici SC06A1 27°58’S, 49°39’W
Área: 20.000-30.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Urubici, Bom Retiro Altitude: 900-1.827 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Não disponível
PROBIO 426, 514
Espécie ameaçadaClaravis godefrida Alguns indivíduos recentemente avistados (Naka et al. 2000).
Espécies quase ameaçadas: 5
Picumnus nebulosus Naka et al. (2000).Clibanornis dendrocolaptoides Razoavelmente comum e regular nos arredores de Urubici
(Naka et al. 2000).Drymophila ochropyga Naka et al. (2000).Merulaxis ater Naka et al. (2000).Phylloscartes paulista Naka et al. (2000).
DescriçãoNos arredores de Urubici, a pouco maisde 100 km de Florianópolis, existem doisgrandes conjuntos de remanescentes flo-restais situados em lados opostos do altocurso do rio Canoas, que apresentam al-guma conexão entre si apenas junto àscabeceiras desse rio. A área limita-se aosul com o Parque Nacional de São Joa-quim (SC07) e áreas abertas adjacentes,ao norte com o rio João Paulo, a oestecom os confins do município de Rio Rufi-no e a leste com a escarpa do Planaltobasáltico. Estão incluídas nessa área prin-cipalmente florestas montanas (com ousem a araucária, Araucaria angustifolia),havendo campos naturais no alto dasserras.
AvesEmbora seja contígua com o P. N. de SãoJoaquim, a área é mais florestada, abri-gando uma avifauna algo distinta. Espé-cies importantes de Urubici não foram
registradas até agora no parque nacionalvizinho, como Claravis godefrida (pararu-espelho) e Phylloscartes paulista (não-pode-parar); ambas têm na região o limi-te sul de sua distribuição conhecida. Uru-bici é uma das nove IBAs da Mata Atlânti-ca brasileira – e a única em Santa Catarina– com registros recentes de C. godefrida,espécie criticamente ameaçada intima-mente associada a taquarais1. A julgarpelo tamanho dos remanescentes flores-tais e o grau de conexão com maciçosflorestais próximos (p.ex., a escarpa ad-jacente do Planalto basáltico), presu-me-se que a área possa abrigar popula-ções importantes dessa e das outras es-pécies listadas abaixo.
AmeaçasA exploração ilegal da araucária ocorrena região de São Joaquim ainda hoje.
Referências1. Naka et al. (2000).
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Parque Nacional de São Joaquim SC07A1 28°12’S, 49°30’W
Área: 49.300 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Urubici, Bom Jardim da Serra, Grão Altitude: 350-1.822 mPará, Orleans Inventário ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Total Key Area 131/PROBIO 426, 514
DescriçãoTal como a área de Urubici (SC06), oParque Nacional de São Joaquim abran-ge os setores mais elevados do planaltobasáltico sul-brasileiro, no sudeste cata-rinense. Conseqüentemente, ali são re-gistradas as mais baixas temperaturas doBrasil. O parque compreende importan-tes remanescentes de floresta com arau-cária, destacando-se por sua extensãoaqueles do setor norte, que apresentamligação com as matas de Urubici. A meta-de leste do parque é marcada por um re-levo profundamente dissecado (escarpado Planalto), abrangendo um gradientealtitudinal de 1.500 m. Esse declive acen-tuado é responsável pela presença dasformações submontana, montana e alto-montana (mata nebular) da floresta atlân-tica. Campos de altitude existem acimados 1.600 m1. Em meio aos campos dosetor sudoeste do parque, que se inter-calam com manchas de mata com arau-cária, ocorrem banhados de extensõesvariáveis1.
AvesA avifauna do P. N. de São Joaquim ain-da é pouco conhecida. Contudo, as ex-tensas áreas florestadas das partes nor-te e leste do parque, contíguas com ma-ciços florestais ao norte e ao sul, presu-mivelmente abrigam várias das espéciesregistradas, por exemplo, na Região dosAparados da Serra (RS/SC02) e em Uru-bici (SC06). A área potencialmente é umreduto importante para Amazona vinacea(papagaio-de-peito-roxo), psitacídeo vul-nerável que no sul do Brasil está associ-ado às matas com araucária.
AmeaçasA caça e as queimadas nos campos nati-vos são ameaças identificadas no parque,que tem apenas 10% de sua área regula-rizada2.Referências1. Giovanni N. Maurício e Marcos R. Bornschein(dados inéditos); 2. http://www2.ibama.gov.br/uni-dades/parques/reuc/61.htm; Wege & Long (1995);Radtke & Weber (1993); BirdLife International(2000); Naka et al. (2000).
Espécies ameaçadas: 2Amazona vinacea Wege & Long (1995).Xolmis dominicanus BirdLife International (2000).
Espécies quase ameaçadas: 6Leucopternis polionotus Radtke & Weber (1993).Strix hylophila G. N. Maurício.Picumnus nebulosus Naka et al. (2000).Leptasthenura setaria G. N. Maurício.Phylloscartes difficilis G. N. Maurício.Cyanocorax caeruleus G. N. Maurício.
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Nacional de São Joaquim Proteção Integral 49.300 ha
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Parque Estadual do Turvo RS01A1, A3 27°12’S, 53°55’W
Área: 17.491 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípio: Derrubadas Altitude: 100-400 mGrau de proteção: Total Inventário ornitológico: Representativo
PROBIO 326
DescriçãoEssa área protegida no curso superior dorio Uruguai está localizada junto à divisado Rio Grande do Sul com a Argentina eo estado vizinho de Santa Catarina. O par-que é contíguo às extensas florestas docentro-leste da província argentina deMisiones, com as quais forma um únicobloco florestal de mais de 300.000 ha. Oterreno é acidentado, formado basica-mente por uma seqüência de longos es-pigões que se projetam em direção ao rioUruguai e intercalam-se com vales estrei-tos e profundos. A floresta estacional dabacia do rio Paraná, também denomina-da floresta subtropical pluvial ou MataAtlântica interior, recobre praticamente
toda a área do parque, sendo regional-mente caracterizada pelo predomínio deespécies decíduas no dossel1,2,3. Árvorestípicas das florestas do alto Uruguai in-cluem Apuleia leiocarpa (grápia), Pa-rapiptadenia rigida (angico-vermelho),Peltophorum dubium (canafístula),Cabralea canjerana (canjerana), Cordiatrichotoma (louro), Nectandra megapota-mica (canela-louro) e Jacaratia spinosa(jacaratiá), entre outras1,2,3. Densos taqua-rais dominam o sub-bosque, dificultandoo deslocamento pelo interior da mata. Oclima é subtropical, com temperaturamédia anual entre 18 e 20oC e precipita-ção pluviométrica superior a 1.800 mmao ano.
Tabela 1. Lista das IBAs no Estado do Rio Grande do Sul Critérios*
Código Nome Bioma A1 A2 A3 A4RS01 Parque Estadual do Turvo ATL X ATL
RS/SC01 Campos do Planalto das Araucárias ATL X 76
RS02 Banhado São Donato PAM X 77 PAM
RS03 Campos de Cima da Serra ATL X
RS/SC02 Região dos Aparados da Serra ATL X 76 ATL
RS04 Banhado dos Pachecos ATL, PAM X
RS05 Médio Rio Camaquã PAM X 76
RS06 Parque Nacional da Lagoa do Peixe C/M X PAM X
RS07 Campos da Região de Bagé PAM X
RS08 Região de Pinheiro Machado PAM X
RS09 Estuário da Laguna dos Patos C/M X PAM X
RS10 Várzea do Canal São Gonçalo PAM X PAM X
RS11 Banhado do Maçarico e Cordões
Litorâneos Adjacentes PAM X ATL, PAM
RS12 Banhado do Taim PAM PAM X
* Ver capítulo 2 para explicação dos critérios.
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Espécies ameaçadas: 2Pipile jacutinga Registros recentes; a população do parque é reduzida (Bencke
et al. 2003).Dryocopus galeatus Registros recentes; poucos indivíduos vistos no parque
(Mähler Jr. 1996, Bencke et al. 2003).
Espécies quase ameaçadas: 10Tinamus solitarius Razoavelmente comum (Bencke et al. 2003); Albuquerque
(1981), Belton (1994).Strix hylophila Albuquerque (1981); G. A. Bencke e G. N. Maurício.Baillonius bailloni Pouco comum (Albuquerque 1981, Bencke et al. 2003).Piculus aurulentus G. A. Bencke, G. N. Maurício; Albuquerque (1981).Clibanornis dendrocolaptoides Três registros em meados da década de 1990 (Mähler Jr. 1996,
Bencke et al. 2003).Phibalura flavirostris Ocasional (Albuquerque 1981, Pacheco & Fonseca 2002).Phylloscartes eximius Incomum (Bencke et al. 2003).Polioptila lactea Razoavelmente comum (Bencke et al. 2003).Amaurospiza moesta Incomum (G. A. Bencke, G. N. Maurício).Euphonia chalybea Incomum (G. A. Bencke, G. N. Maurício; Pacheco & Fonseca
2002).
Espécies endêmicas: 67 ATL
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Estadual do Turvo Proteção Integral 17.491 ha
AvesA avifauna do parque se mantém relati-vamente íntegra graças à continuidadedas florestas no lado argentino do rio Uru-guai. Ao todo, 284 espécies já foram re-gistradas na área4, das quais mais de umquinto são endêmicas da Mata Atlântica.Atualmente, o parque é a única área noRio Grande do Sul onde ainda persisteDryocopus galeatus (pica-pau-de-cara-canela), restrito à porção meridional daMata Atlântica, e uma das poucas ondePipile jacutinga (jacutinga) ainda pode serencontrada5. Polioptila lactea (balança-rabo-leitoso), presente em apenas outrasduas IBAs na Mata Atlântica brasileira,ocorre em números substanciais5. Há re-latos sobre a ocorrência de Harpiaharpyja (gavião-real) e Procnias nudico-llis (araponga) no parque5.
AmeaçasO risco de insularização que decorre daintensa exploração madeireira e da cres-
cente ocupação humana no território ar-gentino adjacente é a principal ameaça alongo prazo. No lado brasileiro do rio Uru-guai, o parque está inteiramente cercadopor áreas agrícolas e as oportunidadesde reconexão com outros fragmentos flo-restais são limitadas. O antigo projeto deconstrução da usina hidrelétrica binacio-nal de Roncador permanece uma amea-ça latente à área, especialmente em facedo recente reavivamento dos planos deaproveitamento hidrelétrico integral docurso médio e superior do rio Uruguai, aolongo da divisa entre o Rio Grande do Sule Santa Catarina. A caça ilegal ainda écomum no parque, que sofre de limita-ção crônica no número de guarda-par-ques.
Referências1. Klein (1972); 2. Irgang (1980); 3. Reitz et al. (1988);4. Glayson A. Bencke, Giovanni N. Maurício e Jan K.F. Mähler Jr. (dados inéditos); 5. Bencke et al. (2003);Albuquerque (1981, 1983); Belton (1994); Mähler Jr.(1996); Pacheco & Fonseca (2002).
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Espécies ameaçadas: 6Harpyhaliaetus coronatus Ocorre esparsamente na região (Bencke et al. 2003).Amazona pretrei Importante área de invernagem da espécie (Varty et al. 1994).Amazona vinacea Ocorre nos capões e matas ripárias da região (Belton 1994,
Bencke et al. 2003).Xolmis dominicanus Principal reduto no Brasil, juntamente com os Campos de Cima
da Serra (RS03) (Collar et al. 1992, Belton 1994, Bencke etal. 2003).
Anthus nattereri Uma das maiores populações conhecidas atualmente no Brasil(G. N. Maurício; Bencke et al. 2003).
Xanthopsar flavus Belton (1994), Bencke et al. (2003).
Espécies quase ameaçadas: 10Rhea americana Atualmente incomum na região (G. A. Bencke, G. N. Maurício);
Belton (1994).Leucopternis polionotus Ocorrência marginal (G. A. Bencke, G. N. Maurício).Strix hylophila G. A. Bencke e G. N. Maurício.Picumnus nebulosus Belton (1994).Piculus aurulentus G. N. Maurício.Leptasthenura setaria Abundante (Belton 1994, Rosário 1996).Clibanornis dendrocolaptoides Ocorre nos capões de mata da porção oeste da área
(Belton 1994).Limnoctites rectirostris Comum em pequenos banhados de Eryngium (Belton 1994,
Rosário 1996, Bencke et al. 2003).Sporophila melanogaster Amplamente distribuído (Belton 1994, Rosário 1996, Bencke
et al. 2003).Cyanocorax caeruleus Comum (Belton 1994, Rosário 1996).
Espécies de distribuição restrita: 6 [EBA076] (Amazona pretrei, Cinclodes pabsti,Sporophila melanogaster)
Campos do Planalto das Araucárias RS/SC01A1, A2 28°23’S, 50°32’W
Área: 850.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Lages, São Joaquim, Capão Alto (SC), Altitude: 900-1.450 mVacaria, Bom Jesus, São José dos Ausentes, Muitos Inventário ornitológico: PreliminarCapões, Esmeralda, Campestre da Serra (RS)Grau de proteção: Parcial Key Areas 133, 135/PROBIO 510, 513
DescriçãoEssa extensa área é constituída por doisnúcleos de campos de altitude do Planal-to das Araucárias. O núcleo meridional,em território gaúcho, compreende a Co-xilha de Bom Jesus (porção mais eleva-da do divisor de águas entre as bacias dorio Pelotas-Uruguai e do sistema lagunarPatos-Mirim) e os terrenos contíguos atéa calha do rio Pelotas, estendendo-sedesde Vacaria até a borda leste do Pla-
nalto. O núcleo setentrional correspondea terrenos majoritariamente abertos dre-nados pelas cabeceiras dos rios Pelotas,Canoas e seus tributários, em territóriocatarinense, a leste da BR-116. Os doisnúcleos conectam-se apenas marginal-mente através de uma estreita faixa decampo paralela à borda do Planalto, sen-do separados em sua maior parte pelovale florestado do rio Pelotas. Além doscampos, a área inclui florestas com arau-
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cária sob a forma de capões dispersosna paisagem ou associados às drena-gens. Banhados de tamanhos variáveissão ambientes comuns em meio aoscampos.
AvesOs Campos do Planalto das Araucárias,juntamente com os Campos de Cima daSerra (RS03), têm importância chave paraa conservação de Xolmis dominicanus(noivinha-de-rabo-preto), Anthus nattereri(caminheiro-grande) e Xanthopsar flavus(veste-amarela) no contexto global. A pri-meira e a última estão amplamente dis-tribuídas na região, ocorrendo onde cam-pos e banhados naturais estão associa-dos1,2. Anthus nattereri foi recentementeregistrada em vários pontos ao longo daCoxilha de Bom Jesus, sendo especial-mente numeroso na localidade de Passodo Capão, Vacaria1, mas conta com umúnico registro (década de 1990) para onúcleo catarinense da IBA2. Uma grandeparcela da distribuição global de Cinclodespabsti (pedreiro ou teresinha), se não amaior, está contida nessa área, que podeser considerada de importância funda-mental para a conservação a longo prazodesse endemismo dos altiplanos do suldo Brasil. Durante o inverno, ocorrem con-
centrações expressivas de Amazona pre-trei (charão), que também tem importan-tes sítios de reprodução na região1,3.
AmeaçasO avanço das monoculturas de soja, pí-nus e batata sobre os campos nativos,tradicionalmente utilizados para a pecuá-ria extensiva, está suprimindo a cada anoconsideráveis porções do hábitat das es-pécies campestres e palustres1. A drena-gem de banhados tem-se tornado umaprática cada vez mais comum na região,fato que, em conjunto com a eliminaçãodos campos, presumivelmente resultaráem taxas mais acentuadas de declínio po-pulacional de espécies ameaçadas comoXolmis dominicanus e Xanthopsar flavus,bem como das quase ameaçadasLimnoctites rectirostris (junqueiro-de-bico-reto) e Sporophila melanogaster (cabo-clinho-de-barriga-preta)1. Anualmente, oscampos nativos são queimados, especi-almente pelos pecuaristas. A degradaçãodos capões naturais de mata pelo gadotem sido verificada na região3.
Referências1. Bencke et al. (2003); 2. Rosário (1996); 3. Vartyet al. (1994); Collar et al. (1992); Belton (1994);Giovanni N. Maurício e Glayson A. Bencke (dadosinéditos).
Banhado São Donato RS02A1, A2, A3 29°01’S, 56°10’W
Área: 17.500 ha Bioma: PampaMunicípios: Itaqui, Maçambará Altitude: 80 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Representativo
PROBIO 601
DescriçãoO Banhado São Donato situa-se junto aobaixo curso do rio Butuí (afluente do rioUruguai), na região da Campanha Gaú-cha, a cerca de 40 km de São Borja. Aszonas pantanosas ocupam aproximada-mente 6.800 ha, hoje repartidos em ba-nhados naturais, lavouras de arroz e pas-
tagens alagadas1. Cerca de três quintosdessa superfície correspondem à áreaatual da Reserva Biológica do São Dona-to1,2. Extensos campos nativos, utilizadospara a pecuária, recobrem as colinas bai-xas (“coxilhas”) que delimitam o banha-do. A área inclui ainda um bloco florestalcom cerca de 2.000 ha, que protege as
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cabeceiras dos principais formadores dosistema1. O ambiente de banhado é forma-do por um mosaico de comunidades vege-tais herbáceas altas e densas, com predo-mínio da ciperácea Scirpus giganteus, aqual ocorre associada ou entremeada avárias outras plantas palustres, sobretudoCyperus giganteus (Cyperaceae), Thaliageniculata (Marantaceae), Panicumgrumosum e P. prionitis (Poaceae)1,2.Também estão presentes macrófitas flu-tuantes e submersas nos locais onde aprofundidade da lâmina-d’água é maior1.A área é atravessada pela rodovia BR-472.
AvesO Banhado São Donato é a única área noBrasil onde foram registradas as três espé-cies de caboclinhos do gênero Sporophilaque definem a EBA077 (Campos da Me-sopotâmia Argentina), todas ameaçadas deextinção. Sporophila cinnamomea (cabocli-nho-de-chapéu-cinzento) e a criticamenteameaçada S. zelichi (caboclinho-de-colar)parecem ocorrer apenas de passagemdurante suas migrações anuais, mas S.palustris (caboclinho-de-papo-branco)está presente em número razoável duran-
te o período reprodutivo e provavelmentenidifica localmente2,3. Xanthopsar flavus(veste-amarela) foi coletada na área nadécada de 1970, mas parece estar extin-ta agora3. As áreas mais densas do Ba-nhado São Donato servem à reproduçãode diversas aves aquáticas, sobretudoCiconia maguari (maguari ou joão-grande) eRostrhamus sociabilis (gavião-caramujei-ro), enquanto os campos alagados juntoao trecho inferior do banhado são freqüen-tados por números expressivos de anatí-deos. Um bando invernante de Sarkidiornismelanotos (pato-de-crista) com cerca de500 indivíduos foi observado nessa partedo banhado em julho de 20023.
AmeaçasO Banhado São Donato já teve mais de70% de sua área convertida em lavourasde arroz desde 1975, quando foi declara-do uma reserva biológica, atualmente res-tando apenas cerca de 1.700 ha de ba-nhados em condição próxima da origi-nal1,3. As tentativas de drenagem e apro-veitamento da área para a agricultura con-tinuam ainda hoje, favorecidas pelas se-veras estiagens dos últimos anos, quan-do extensas áreas normalmente alagadas
Espécies ameaçadas: 3Sporophila zelichi Um par observado em novembro de 2002, provavelmente em
trânsito (Bencke 2004).Sporophila palustris População aparentemente significativa (Bencke et al. 2003);
Belton (1994).Sporophila cinnamomea Alguns indivíduos recentemente observados na primavera
(Bencke 2004).
Espécie quase ameaçadaRhea americana Alguns indivíduos usam a área (G. A. Bencke).
Espécies de distribuição restrita: 3 EBA077
Espécies endêmicas: 4 PAM
Área protegida:Nome Categoria ÁreaReserva Biológica do São Donato Proteção Integral 4.392 ha
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secaram completamente. O gado, pre-sente em grande parte da área, altera avegetação de banhado, tornando-a me-nos densa, sobretudo ao longo das bor-das1,3. O fogo é uma ameaça em perío-dos de seca, principalmente entre janeiroe março. Por fim, a área da R. B. do SãoDonato é insuficiente para garantir a inte-
gridade do sistema, havendo uma propos-ta de ampliação de seus limites1.
Referências1. Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul(2002); 2. Bencke (2004); 3. Bencke et al. (2003);Belton (1994); Glayson A. Bencke (dados inédi-tos).
Campos de Cima da Serra RS03A1 29°08’S, 50°27’W
Área: 200.000-250.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: São Francisco de Paula, Cambará do Altitude: 800-1.000 mSul, Jaquirana Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Parcial Key Area 138/PROBIO 513
DescriçãoFisionomicamente, essa vasta área decampos planálticos no nordeste do RioGrande do Sul é muito similar à regiãodos campos de Bom Jesus e Lajes (RS/SC01), da qual é separada pela calha flo-restada do rio das Antas, sendo em geral
mais baixa. O relevo é relativamente aplai-nado e apresenta poucas variações de al-titude. Entre as pequenas colinas reco-bertas por vegetação campestre inter-põem-se depressões brejosas densa-mente preenchidas por gravatás, pteridó-fitas e macegas. Capões de mata com
Espécies ameaçadas: 6Harpyhaliaetus coronatus Registros recentes (Belton 1994; Bencke et al. 2003).Amazona pretrei Importante área de invernagem da espécie (Varty et al. 1994).Amazona vinacea Ocorre marginalmente na área (Belton 1994).Xolmis dominicanus População ainda numerosa, espalhada por toda a região
(Collar et al. 1992, Belton 1994, BirdLife International 2000,Bencke et al. 2003).
Anthus nattereri Vários registros recentes; localmente distribuído (Belton 1994;Bencke et al. 2003).
Xanthopsar flavus População ainda numerosa (Belton 1994).
Espécies quase ameaçadas: 5Picumnus nebulosus Comum (Bencke & Kindel 1999).Leptasthenura setaria Abundante (Belton 1994).Limnoctites rectirostris Comum em pequenos banhados de Eryngium e amplamente
distribuído na região (Belton 1994, Bencke et al. 2003).Sporophila melanogaster Uma das principais áreas de reprodução da espécie;
amplamente distribuída (Belton 1994, Bencke et al. 2003).Cyanocorax caeruleus Comum (Belton 1994).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Estadual do Tainhas Proteção Integral 4.924 ha
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araucária ocorrem dispersos por toda aregião. A área é contígua à Região dosAparados da Serra (RS/SC02).
AvesA avifauna é muito similar à que ocorrenos campos de altitude situados mais aonorte e apresenta várias espécies emcomum com a região do Pampa1. As es-pécies ameaçadas dos Campos de Cimada Serra encontram-se esparsamentedistribuídas através de toda a região eocupam diferentes hábitats1,2, necessitan-do de vastas áreas preservadas para man-terem níveis populacionais adequados. Aspopulações de Xolmis dominicanus (noivi-nha-de-rabo-preto), Xanthopsar flavus (ves-te-amarela) e Limnoctites rectirostris (jun-queiro-de-bico-reto) da região presumivel-mente representam uma parcela conside-rável das populações mundiais dessasespécies2,3. A área também é de extremaimportância para Sporophila melanogas-ter (caboclinho-de-barriga-preta), espéciequase ameaçada com área de reprodu-
ção limitada aos campos planálticos doRio Grande do Sul e Santa Catarina2.
AmeaçasOs campos da região, tradicionalmenteutilizados para a pecuária extensiva, vêmsendo substituídos por extensos plantioscomerciais de pínus a um ritmo alarman-te2,4. Vastas áreas no entorno do ParqueNacional de Aparados da Serra e ao lon-go do rio Tainhas já foram completamen-te florestadas. O alastramento espontâ-neo dessa conífera exótica sobre os cam-pos adjacentes aos plantios agrava a si-tuação. As queimadas anuais para reno-vação das pastagens nativas e a drena-gem ou represamento dos banhados dosquais dependem várias espécies amea-çadas da região são impactos adicionaisde grande repercussão sobre a avifauna2.
Referências1. Belton (1994); 2. Bencke et al. (2003); 3. BirdLi-fe International (2000); 4. Bencke & Kindel (1999);Collar et al. (1992); Varty et al. (1994); Wege &Long (1995).
Região dos Aparados da Serra RS/SC02A1, A2, A3 29°13’S, 50°10’W
Área: 150.000 ha Bioma: Mata AtlânticaMunicípios: Maquiné e São Francisco de Paula (RS) Altitude: 40-1.500 maté Lauro Müller (SC) Inventário ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Parcial Key Areas 136, 137/PROBIO 514
DescriçãoAs florestas que recobrem a borda lestedo Planalto Meridional, ou Serra Geral,configuram um corredor de Mata Atlânti-ca ainda bem preservada que se esten-de de forma praticamente contínua des-de a Serra do Rio do Rastro, em SantaCatarina, até o vale do rio Maquiné, noRio Grande do Sul. A paisagem dessa por-ção do sul do Brasil é marcada por umconjunto espetacular de cânions profun-dos e íngremes, delimitados por penhas-cos verticais que parecem ter sido apara-dos a faca, daí o nome pelo qual a região
é conhecida. A vegetação varia da flores-ta atlântica de encosta a matas monta-nas, que passam a florestas com arau-cária nas altitudes superiores a 800 m daporção meridional do maciço1. Autênticasmatas de neblina revestem certos trechosda orla do Planalto voltados diretamentepara o mar. Localmente, o maciço flores-tal estende-se até áreas de baixada e in-corpora remanescentes de floresta atlân-tica de terras baixas, como na ReservaBiológica Estadual da Mata Paludosa, noRio Grande do Sul. Os campos de altitu-de ocorrem apenas marginalmente, nos
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Espécies ameaçadas: 10Pipile jacutinga Um registro recente (G. A. Bencke).Amazona pretrei Presente principalmente durante o inverno, em número
reduzido (Belton 1994, Varty et al. 1994).Amazona vinacea Principalmente na porção sul da área (Belton 1994, Parker &
Goerck 1997).Scytalopus iraiensis Presente em pequenos banhados de altitude do P. N. de
Aparados da Serra (G. N. Maurício e M. R. Bornschein).Procnias nudicollis Razoavelmente comum em algumas áreas (Belton 1994,
Bencke & Kindel 1999, Bencke et al. 2003).Piprites pileata Escasso na porção sul da área (Belton 1994, Bencke & Kindel
1999).Phylloscartes kronei Ocorrência ocasional na R. B. E. Mata Paludosa (Bencke et
al. 2003).Xolmis dominicanus Ocorrência marginal na IBA (Belton 1994, Parker & Goerck
1997, Bencke & Kindel 1999).Anthus nattereri Ocorrência marginal (P. N. da Serra Geral; Bencke et al. 2003).Xanthopsar flavus Ocorrência marginal (Belton 1994, Parker & Goerck 1997,
Bencke & Kindel 1999).
Parques Nacionais de Aparados da Ser-ra e da Serra Geral. Tal como a vegeta-ção, o clima também varia conforme a al-titude, de úmido e relativamente quentenas baixadas a superúmido e temperadonas partes mais elevadas. Um cordão deáreas protegidas quase contíguas prote-ge a parte sul do maciço florestal.
AvesAinda persistem no maciço florestal daSerra Geral espécies que requerem ex-tensas áreas de hábitat bem preservadopara sobreviver, como Pipile jacutinga (ja-cutinga) e grandes falconiformes flores-tais2. A área abriga o maior conjunto deespécies características da EBA076 (Flo-resta Atlântica Montana) entre as IBAs dosul do Brasil. As matas com araucária queorlam o topo do Planalto na porção gaú-cha do maciço propiciam a ocorrência deespécies típicas desse ambiente, comoos endêmicos Amazona vinacea (papa-gaio-de-peito-roxo), Strix hylophila (coru-
ja-listrada), Leptasthenura setaria (grim-peiro) e L. striolata (grimpeirinho). O qua-se ameaçado Morphnus guianensis (ui-raçu-falso) foi avistado em Siderópolis(SC) no início da década de 19803, po-dendo ainda estar presente nos valesmais protegidos da parte norte da área.
AmeaçasConstrução de estradas, desmatamentospara ampliação de áreas de cultivo, caçapredatória e corte seletivo em florestas2.As unidades de conservação da regiãocarecem de fiscalização adequada e, emgeral, apresentam problemas de regula-rização fundiária e implementação.
Referências1. Bencke & Kindel (1999); 2. Bencke et al.(2003); 3. Albuquerque (1983); Belton (1994);Varty et al. (1994); Parker & Goerck (1997), Vosset al. (1998); Kirwan & Williams (1999); Benckeet al. (2000); Glayson A. Bencke (dados inédi-tos); Giovanni N. Maurício e Marcos R. Born-schein (dados inéditos).
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Espécies quase ameaçadas: 20Tinamus solitarius Bencke & Kindel (1999).Leucopternis polionotus Registrada nas imediações do P. N. da Serra Geral (Kirwan &
Williams 1999).Triclaria malachitacea Comum na escarpa do Planalto (G. A. Bencke).Strix hylophila Parker & Goerck (1997).Picumnus nebulosus Parker & Goerck (1997).Piculus aurulentus Parker & Goerck (1997).Leptasthenura setaria Abundante (Belton 1994, Parker & Goerck 1997, Bencke &
Kindel 1999).Limnoctites rectirostris Ocorrência marginal (Belton 1994, Parker & Goerck 1997).Anabacerthia amaurotis Na base da escarpa do Planalto apenas (Bencke & Kindel
1999, Bencke et al. 2003).Scytalopus indigoticus R. B. E. Mata Paludosa (Bencke & Kindel 1999).Psilorhamphus guttatus Raro (Bencke & Kindel 1999, Bencke et al. 2000).Myrmotherula unicolor Ocorrência local (R. B. E. Mata Paludosa; Bencke & Kindel
1999).Carpornis cucullata Bencke & Kindel (1999).Phyllomyias g riseocapilla Recentemente registrada na R. B. da Serra Geral, limite sul
de distribuição da espécie (G. A. Bencke).Phylloscartes difficilis Localmente comum (Belton 1994, Voss et al. 1998; G. N.
Maurício).Sporophila melanogaster Ocorrência marginal (Belton 1994, Parker & Goerck 1997).Amaurospiza moesta Incomum (G. A. Bencke).Euphonia chalybea Bencke & Kindel (1999).Thraupis cyanoptera Belton (1994), G. A. Bencke.Cyanocorax caeruleus Comum (Belton 1994, Parker & Goerck 1997, Bencke & Kindel
1999).
Espécies de distribuição restrita: 12 EBA076
Espécies endêmicas: 87 ATL
Áreas protegidas:Nome Categoria ÁreaParque Nacional de Aparados da Serra Proteção Integral 10.250 haParque Nacional da Serra Geral Proteção Integral 17.300 haEstação Ecológica Estadual Aratinga Proteção Integral 5.882 haReserva Biológica da Serra Geral Proteção Integral 4.846 haReserva Biológica Estadual Mata Paludosa Proteção Integral 113 haReserva Biológica Estadual de Aguaí Proteção Integral 7.672 haCPCN-Pró-Mata Privada (PUC/RS) 4.500 haAPA Rota do Sol (em parte) Uso Sustentável 52.355 ha
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Banhado dos Pachecos RS04A1 30°06’S, 50°52’W
Área: 2.560 ha Bioma: Mata Atlântica, PampaMunicípios: Viamão Altitude: 15-30 mGrau de proteção: Total Inventário ornitológico: Não disponível
DescriçãoO Banhado dos Pachecos está situadojunto à localidade de Águas Claras, a pou-cos quilômetros de Porto Alegre, e fazparte do Sistema Banhado Grande, com-plexo de áreas alagadas que dá origemao rio Gravataí. O banhado é uma turfei-ra (área pantanosa com grande acúmulode matéria vegetal em decomposição) ecorresponde a uma das cabeceiras dosistema1,2. A vegetação palustre é bastan-te densa, sendo composta principalmen-te por ciperáceas, gramíneas e pteridófi-tas1,2,3. Grande parte do Banhado dosPachecos já foi convertida em lavourasou açudes, restando atualmente cerca de1.685 ha de banhados naturais2. Em2002, toda a área remanescente de ba-nhado, juntamente com os campos ematas de restinga adjacentes, foi trans-formada em uma unidade de conserva-ção estadual, principalmente para prote-ger o último refúgio do cervo-do-pantanal
(Blastocerus dichotomus) no Rio Grandedo Sul.
AvesA área apresenta grande importânciacomo hábitat de aves que dependem debanhados densos e capinzais úmidos.Levantamentos recentes ao longo de todaa área de distribuição de Scytalopus irai-ensis (macuquinho-da-várzea), descritoapenas em 1998, evidenciaram que o Ba-nhado dos Pachecos abriga uma das mai-ores populações conhecidas dessa espé-cie ameaçada4. A população local de Eleo-threptus anomalus (curiango-do-banha-do), recentemente descoberta3, é a únicaconhecida atualmente no Rio Grande doSul e habita principalmente uma faixa re-lativamente estreita de hábitat que abran-ge a margem do banhado e os camposde restinga adjacentes3,5. Há um registrode Leucopternis polionotus (gavião-pom-bo-grande) para o Banhado dos Pache-
Espécies ameaçadas: 3Scytalopus iraiensis Accordi et al. (2003).Xolmis dominicanus Iury A. Accordi in Bencke et al. (2003).Xanthopsar flavus População residual de menos de 100 indivíduos (I. A. Accordi
in Bencke et al. 2003).
Espécies quase ameaçadas: 3Rhea americana Voss et al. (1981).Eleothreptus anomalus Até 6 indivíduos observados em um mesmo dia (Accordi 2002).Limnoctites rectirostris Belton (1994), Bencke et al. (2003).
Área protegida:Nome Categoria ÁreaRefúgio de Vida Silvestre Banhado dos Pachecos Proteção Integral 2.543 ha
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Médio Rio Camaquã RS05A1, A2 30°50’S, 53°07’W
Área: 450.000 ha Bioma: PampaMunicípios: Caçapava do Sul, Santana do Livramento, Altitude: 50-400 mEncruzilhada do Sul, Amaral Ferrador, Canguçu Inventário ornitológico: RepresentativoGrau de proteção: Nenhum Key Areas 140, 141, 142/PROBIO 602
Espécie ameaçadaAmazona pretrei Uma das principais áreas de reprodução da espécie
(Varty et al. 1994).
Espécies quase ameaçadas: 6Strix hylophila Belton (1994).Picumnus nebulosus Belton (1994), Maurício & Dias (2001a).Piculus aurulentus Maurício & Dias (2001a).Carpornis cucullata Incomum e local (Maurício & Dias 2001a).Euphonia chalybea Maurício & Dias (2001a).Cyanocorax caeruleus Maurício & Dias (2001a).
Espécies de distribuição restrita: 1 [EBA076] (Amazona pretrei)
DescriçãoEssa área abrange a porção média dabacia hidrográfica do rio Camaquã, entreos municípios de Amaral Ferrador e Ca-çapava do Sul, e compreende principal-mente os terrenos drenados pelo cursoinferior dos afluentes da margem nortedesse rio. Um mosaico de ambientes ca-racteriza a região. As extensas e amplasmatas ripárias ao longo do rio Camaquã
e de seus tributários, em grande parteainda bem preservadas, assim comomatas de encosta semi-isoladas, marcamuma paisagem predominantemente aber-ta de campos naturais. No município deCaçapava do Sul, as florestas recobremuma proporção maior da paisagem. Em-bora as matas da região sejam semide-cíduas, o clima local é úmido, não apre-sentando uma estação seca1.
cos, datado da década de 19706, masessa espécie não ocorre regularmente naárea.
AmeaçasNúcleos urbanos estão crescendo rapi-damente e sem planejamento adequadono entorno da área5. Em adição, o Refú-gio de Vida Silvestre Banhado dos Pache-cos é quase todo cercado por um assen-tamento rural de 376 famílias, cujas ativi-dades agrícolas são conflitantes com osobjetivos da unidade de conservação1,2.Impactos advindos da ocupação humanadesordenada, como deposição de lixo,
queimadas e presença de animais do-mésticos, podem estar afetando espéci-es como E. anomalus, que ocupam prin-cipalmente a faixa marginal do banhado5.As queimadas, em particular, represen-tam um problema sério, pela freqüênciacom que ocorrem. Por fim, extensos ca-nais de drenagem ainda permanecemativos em vários setores da área2,5.
Referências1. Accordi et al. (2003); 2. Fundação Zoobotânicado Rio Grande do Sul (2002); 3. Accordi (2002); 4.Marcos R. Bornschein e Giovanni N. Maurício (da-dos inéditos); 5. Bencke et al. (2003); 6. Voss etal. (1981); Belton (1994).
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AvesA bacia do rio Camaquã é uma das prin-cipais áreas de reprodução de Amazonapretrei (charão), que ocorre dispersa portoda a região, reproduzindo-se em flores-tas ripárias e capões de mata2. Grandesdormitórios pós-reprodutivos desse papa-gaio formam-se nas Serras dos Vargas edos Pedrosos entre janeiro e março2,3.Tais concentrações antecedem a migra-ção da população regional do charão parao nordeste do Rio Grande do Sul e su-deste de Santa Catarina, em busca dospinhões da araucária (Araucaria angusti-folia). Mais de 200 espécies de aves jáforam detectadas na região, incluindoPicumnus nebulosus (pica-pau-anão-ca-rijó), pouco representado em outras IBAsmas localmente comum4.
AmeaçasEmbora em pequena escala, a extração
de lenha das florestas nativas é comumem toda a região, tendo-se intensificadocom o recente assentamento de colonossem-terra no vale do rio Camaquã. A cap-tura de filhotes de charão para abastecero comércio ilegal de aves silvestres é umaprática antiga e bem disseminada na área,sendo comum ainda hoje2,3. Ao saquea-rem os ninhos, os coletores de filhotesmuitas vezes danificam as árvores, o quereduz a oferta de ocos adequados para areprodução da espécie2. O uso generali-zado das matas como abrigo para o gadoprejudica a regeneração natural da vege-tação, comprometendo a manutenção alongo prazo desses ambientes2,3.
Referências1. IBGE (1986); 2. Varty et al. (1994); 3. Bencke etal. (2003); 4. Maurício & Dias (2001a); Belton(1994); BirdLife International (2000).
Parque Nacional da Lagoa do Peixe RS06A1, A3, A4i,iii 31°14’S, 50°57’W
Área: 34.400 ha Bioma: Zonas Costeira e MarinhaMunicípios: Tavares, Mostardas Altitude: 0-15 mGrau de proteção: Total Inventário ornitológico: Representativo
PROBIO 604 (111)/RAMSAR 603
DescriçãoEssa unidade de conservação costeirasitua-se no litoral médio do Rio Grandedo Sul, ao longo da estreita península are-nosa que separa a laguna dos Patos dooceano Atlântico, conhecida como restin-ga de São José ou península de Mostar-das. Uma laguna rasa e salina (lagoa doPeixe), de características únicas no con-texto da costa brasileira, está inteiramenteinserida no parque. Variações sutis nonível da água da laguna ou na direção eintensidade dos ventos expõem extensosbancos de lodo, utilizados por aves cos-teiras como áreas de alimentação1. A la-guna também apresenta grande importân-
cia como abrigo e área de reproduçãopara uma variada gama de organismosmarinhos e estuarinos (e.g., crustáceose peixes). A ligação da Lagoa do Peixecom o mar é intermitente e se dá pelorompimento da barra, que antigamenteocorria somente de forma natural, mashoje é feita artificialmente durante o in-verno, para garantir a alta produtividadeprimária das águas2. Além do ambientelagunar, o parque inclui banhados de águadoce, marismas (banhados salobres),campos úmidos, alagados temporários,matas de restinga e paludosas, dunasmóveis e fixas e um extenso segmentode praia oceânica. Na região da barra
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existe uma pequena comunidade de pes-cadores artesanais dedicados à pesca decamarão3. No entorno da unidade de con-servação são desenvolvidas principalmen-te a silvicultura e a pecuária extensiva.
AvesA Lagoa do Peixe constitui um dos maisespetaculares refúgios para aves migra-tórias em toda a costa leste da Américado Sul2,3. Várias espécies limícolas oriun-das do sul do continente ou da região ne-ártica congregam-se em números signifi-cativos nessa área, ali invernando ou re-
Espécies ameaçadas: 3Phoenicoparrus andinus Alguns indivíduos visitam a área durante o inverno, em certos
anos (Belton 1994).Porzana spiloptera Pequena população residente (S. B. Scherer); BirdLife
International (2000).Larus atlanticus Vários indivíduos observados recentemente (Barnett et al.
2004); Nascimento (1995).
Espécies quase ameaçadas: 3Phoenicopterus chilensis Algumas centenas de indivíduos ocorrem regularmente no
inverno (Belton 1994).Tryngites subruficollis Uma das principais áreas de invernagem da espécie (Lanctot
et al. 2002).Spartonoica maluroides Maurício & Bencke (2000).
Espécies congregantes: 6Calidris canutus Ocorre principalmente durante a migração para o norte; mais
de 11.000 indivíduos utilizam a área regularmente comoparadouro migratório (Harrington et al. 1986).
Calidris alba Acima de 5.000 aves utilizam a lagoa regularmente (Harringtonet al. 1986).
Calidris fuscicollis Acima de 6.000 aves utilizam a lagoa regularmente (Harringtonet al. 1986).
Limosa haemastica Mais de 1.000 indivíduos usam a área como paradouromigratório (Harrington et al. 1986, Belton 1994).
Tryngites subruficollis Área de invernagem muito importante (Lanctot et al. 2002).Sterna hirundo Até 12.000-14.000 indivíduos presentes no verão austral
(Harrington et al. 1986, Lara-Resende & Leeuwenberg 1987).
Espécies endêmicas: 4 PAM
Área protegida:Nome Categoria ÁreaParque Nacional da Lagoa do Peixe Proteção Integral 34.400 ha
alizando escala durante suas migraçõesaté regiões mais austrais1,3,4. Pelo menosseis espécies migratórias concentram-sena área em números que excedem 1%de suas populações biogeográficas. Aconcentração de Sterna hirundo (trinta-réis-boreal) é a maior da costa gaúcha3,5,6.Tryngites subruficollis (maçarico-acane-lado), espécie quase ameaçada com po-pulação global reduzida, tem nos camposúmidos à volta da Lagoa do Peixe um deseus principais sítios de invernagem emescala mundial7. A área também é o prin-cipal ponto de parada para repouso e ali-
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mentação de Calidris canutus (maçarico-de-papo-vermelho) no Brasil3. Por sua im-portância para as aves migratórias, a La-goa do Peixe foi incluída na Rede Hemis-férica de Reservas para Aves Limícolas,em 1991, e reconhecida como Sítio Ram-sar em 19933. Adicionalmente, o ParqueNacional da Lagoa do Peixe abriga umgrande número de espécies limícolas eaquáticas residentes, além de uma dasduas únicas populações de Porzana spi-loptera (sanã-cinza) conhecidas no Bra-sil8,9.
AmeaçasA situação fundiária do parque está ape-nas parcialmente regularizada. As áreascom ocupação humana incluem não só apequena comunidade de pescadores ar-tesanais estabelecidos junto à barra, queaumenta durante a safra do camarão coma afluência de pescadores temporários,mas também casas de veraneio constru-ídas após criação do parque, sobretudo
na área conhecida como Talha-mar2. Ogado está presente em muitos setores,mas não se sabe até que ponto sua pre-sença aumenta as áreas de hábitat favo-rável a Tryngites subruficollis7. Talhões depínus, estabelecidos antes da criação daunidade de conservação, ainda permane-cem em seu interior e são fonte para adisseminação espontânea dessa conífe-ra exótica, que já invade grandes áreasdo parque. Outros problemas incluem otrânsito de veículos na praia e através daLagoa do Peixe, a pesca predatória nafaixa de oceano abrangida pelo parque,a caça clandestina e a drenagem deáreas úmidas para o cultivo de arroz3.
Referências1. Harrington et al. (1986); 2. Leonardo V. Mohr (inlitt.). 3. Nascimento (1995); 4. Morrison & Ross(1989); 5. Lara-Resende & Leeuwenberg (1987);6. Belton (1994); 7. Lanctot et al. (2002); 8. Bird-Life International (2000); 9. Bencke et al. (2003);Hays et al. (1997); Maurício & Bencke (2000);Barnett et al. (2004); Scherezino B. Scherer (verb.).
Campos da Região de Bagé RS07A1 31°24’S, 53°48’W
Área: c.82.000 ha Bioma: PampaMunicípios: Bagé, Candiota, Hulha Negra Altitude: 200 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Preliminar
PROBIO 603
DescriçãoLocalizada a sudeste da cidade de Bagé,essa área compreende as cabeceiras dorio Jaguarão, estendendo-se da regiãocarbonífera de Candiota, na borda do Pla-nalto Sul-Rio-Grandense, até próximo dafronteira uruguaia, ao longo da depres-são drenada pelos arroios Candiota, Ja-guarão e Jaguarão do Meio. Campos na-turais sobre terrenos suavemente ondu-lados formam a paisagem dominante, naqual se inserem áreas úmidas de confor-mação dendrítica. Muito característicosdo trecho superior da bacia do arroio Can-diota são os gravatazais, densas forma-
ções herbáceas da umbelífera Eryngiumpandanifolium (gravatá), as quais ocupamas vertentes úmidas em meio aos cam-pos. A IBA Região de Pinheiro Machado(RS08) situa-se um pouco a leste, já notopo do Planalto Sul-Rio-Grandense, ouSerra do Sudeste.
AvesSporophila cinnamomea (caboclinho-de-chapéu-cinzento) ocorre disperso princi-palmente através da região carboníferade Candiota, junto às cabeceiras do ar-roio homônimo, onde ocupa os gravata-zais e capinzais úmidos adjacentes1. Esta
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Região de Pinheiro Machado RS08A1 31°46’S, 53°27’W
Área: 100.000-150.000 ha Bioma: PampaMunicípios: Pinheiro Machado, Piratini, Herval Altitude: 100-480 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Preliminar
DescriçãoEssa área, a cerca de 80 km de Pelotas,situa-se na porção meridional da Serra doSudeste, um planalto granítico baixo ondepredominam formações vegetais semi-abertas. A área estende-se aproximada-mente da Serra das Asperezas, a leste,até a Coxilha Pedras Altas, a oeste, e darodovia BR-293, ao norte, até a fronteiracom o Uruguai, ao sul. A paisagem localé marcada por um relevo ondulado e ricoem afloramentos rochosos, sobre o qualcrescem matas baixas e matagais arbus-tivos entremeados por áreas abertas. Flo-restas mais altas ocorrem associadas agrotas. A região é relativamente erma,tendo como principal atividade econômi-
ca a pecuária extensiva, desenvolvida emmédias e grandes propriedades.
AvesA área abrange a única região do Brasilonde a ocorrência de Gubernatrix cristata(cardeal-amarelo) tem sido relatada comcerta regularidade1. Um exemplar dessepássaro ameaçado e em acentuado de-clínio foi coletado em Herval na décadade 1970, e vários relatos recentes de cap-turas por passarinheiros levam a crer queuma população da espécie ainda persis-te na região1,2. A IBA é definida pelos limi-tes aproximados da área presumivelmen-te ocupada pela população remanescen-te do cardeal-amarelo.
Espécies ameaçadas: 3Xolmis dominicanus Belton (1994); G. A. Bencke.Sporophila cinnamomea Escassa mas amplamente distribuído na região (Bencke et
al. 2003).Xanthopsar flavus Atualmente muito rara (Belton 1994).
Espécies quase ameaçadas: 2Rhea americana Em declínio (G. A. Bencke).Limnoctites rectirostris Comum (Bencke et al. 2003; G. A. Bencke).
é a única população reprodutora conhe-cida no Brasil até o momento. A quaseameaçada Limnoctites rectirostris (jun-queiro-de-bico-reto) está presente em vir-tualmente todos os gravatazais densos daregião, ocupando exclusivamente estehábitat2. Xanthopsar flavus (veste-amare-la) foi registrada na área fronteiriça aoUruguai, mas não tem sido observada re-centemente3.
AmeaçasSobrepastoreio dos campos e sua subs-tituição por pastagens de forrageiras exó-ticas, conversão dos banhados em áreasagrícolas, mineração de carvão e assen-tamentos rurais desordenados2,3.
Referências1. Bencke et al. (2003); 2. Glayson A. Bencke (da-dos inéditos); 3. Belton (1994).
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Espécie ameaçadaGubernatrix cristata Bencke et al. (2003).
Espécies quase ameaçadas: 4Picumnus nebulosus Razoavelmente comum (G. N. Maurício).Piculus aurulentus G. N. Maurício.Limnoctites rectirostris População significativa (G. N. Maurício).Cyanocorax caeruleus G. N. Maurício.
AmeaçasO cardeal-amarelo está sujeito a uma altapressão de captura na região1, que pre-sumivelmente poderá levá-lo à extinçãolocal em breve. Portanto, a avaliação desua área de ocupação e situação popula-cional, assim como o combate intensivoà captura e ao comércio ilegal da espé-cie, são ações urgentes na área1. Recen-temente, a região de Pinheiro Machado eoutros setores da metade sul do Rio Gran-de do Sul foram eleitos por empresas pri-vadas para o desenvolvimento de gran-des empreendimentos de silvicultura, vi-sando à ampliação do setor industrial de
base florestal do Estado. O programa deexpansão da atividade conta com fomen-to do governo estadual e, se implemen-tado sem uma preocupação com a con-servação dos ecossistemas originais daregião, poderá levar à eliminação do há-bitat de espécies ameaçadas como G.cristata e Limnoctites rectirostris (junquei-ro-de-bico-reto) por vastas áreas contí-nuas.
Referências1. Bencke et al. (2003); 2. Belton (1994); GiovanniN. Maurício (dados inéditos).
Estuário da Laguna dos Patos RS09A1, A3, A4i 32°01’S, 52°09’W
Área: ? Bioma: Pampa, Zonas Costeira e MarinhaMunicípios: Rio Grande, São José do Norte Altitude: 0-10 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Representativo
PROBIO 604 (123)
DescriçãoA área corresponde à orla da extremida-de meridional da laguna dos Patos, apro-ximadamente entre a barra do canal SãoGonçalo e a foz da laguna no oceanoAtlântico. Compreende ambientes estua-riais cuja distribuição no Brasil se restrin-ge à costa do Rio Grande do Sul, desta-cando-se as marismas, pântanos salobrescaracterizados por vegetação halófila (e.g.Spartina densiflora, S. alterniflora, Scirpusmaritimus e S. olneyi) e profundidade in-fluenciada pelas oscilações da maré. Asrasas enseadas do estuário, regionalmen-
te denominadas sacos, e as marismas ad-jacentes abrigam variada fauna eurialina,constituindo um importante local de repro-dução para peixes e crustáceos estuari-nos. Pântanos de água doce e manchasde floresta palustre ou psamófila (de res-tinga) distribuem-se esparsamente naperiferia do estuário.
AvesEntre as cerca de 190 espécies de avesregistradas na área destacam-se váriasmigratórias, tanto visitantes austrais(Phoenicopterus chilensis, Charadrius
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modestus, Larus atlanticus) quanto seten-trionais (Pluvialis spp., Calidris spp.,Tryngites subruficollis, Sterna hirundo),muitas delas congregando-se em núme-ros expressivos1. Larus atlanticus (gaivo-ta-de-rabo-preto) parece ter no estuárioda laguna dos Patos sua única área deinvernagem regular em território brasilei-ro. A Ilha da Torotama acolhe regularmen-te a maior concentração de Tryngitessubruficollis (maçarico-acanelado) noBrasil, embora o número total de indiví-duos seja inferior ao registrado em outrasáreas do Rio Grande do Sul2. Em anos deestiagem, Cygnus melancoryphus (cisne-de-pescoço-preto) refugia-se em grandenúmero nas enseadas do estuário; asconcentrações registradas em determina-dos anos provavelmente correspondema grande parte da população do Estado3,4.
AmeaçasA expansão de áreas urbanas e do distri-to industrial da cidade portuária de RioGrande atualmente está se processandoem direção às marismas onde Porzanaspiloptera (sanã-cinza) tem sido registra-da; vários trechos de marismas no entor-no do saco da Mangueira, junto a RioGrande, já foram descaracterizados oucompletamente destruídos5. O pisoteiopelo gado e as queimadas freqüentes têmlevado à alteração da cobertura vegetalde amplas áreas desses ambientes salo-bres singulares5.
Referências1. Dias & Maurício (1998); 2. Lanctot et al. (2002);3. Dias & Fontana (2002); 4. Rafael A. Dias (verb.);5. Bencke et al. (2003); Maurício & Dias (1996,2001b); Giovanni N. Maurício e Rafael A. Dias (da-dos inéditos).
Espécies ameaçadas: 3Porzana spiloptera Alguns registros visuais em marismas; status indeterminado
(Bencke et al. 2003).Larus atlanticus Invernante escassa; 20-50 indivíduos freqüentam
anualmente a área (G. N. Maurício; Dias & Maurício 1998,Bencke et al. 2003).
Xolmis dominicanus Um registro de uma ave possivelmente vagante (G. N.Maurício; Dias & Maurício 1998).
Espécies quase ameaçadas: 3Phoenicopterus chilensis Ocorre irregularmente em pequeno número (R. A. Dias e G.
N. Maurício).Tryngites subruficollis Lanctot et al. (2002).Spartonoica maluroides Comum no período não-reprodutivo; dezenas a algumas
centenas de indivíduos em marismas (G. N. Maurício e R. A.Dias).
Espécie congreganteTryngites subruficollis Invernante regular; 400-800 indivíduos anualmente,
concentrados sobretudo na ilha da Torotama (R. A. Dias;Lanctot et al. 2002).
Espécies endêmicas: 4 PAM
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Várzea do Canal São Gonçalo RS10A1, A3, A4i,iii 32°04’S, 52°29’W
Área: c.70.000 ha Bioma: PampaMunicípios: Rio Grande, Pelotas, Capão do Leão, Altitude: 0-20 mArroio Grande Inventário ornitológico: PreliminarGrau de proteção: Nenhum PROBIO 604 (124)
DescriçãoLigação natural entre a laguna dos Patose a lagoa Mirim, o canal São Gonçalopercorre ao longo de seus cerca de 75km uma ampla várzea formada por terre-nos sedimentares relativamente jovens.Em sua maior parte, essa várzea é deli-mitada por uma barreira de sedimentosmais antigos, de idade pleistocênica, quenão está sob a influência do regime deinundações periódicas do canal. Camposinundáveis e banhados com diferentes fi-sionomias, desde aqueles caracterizadospor amplos espelhos-d’água até os cons-tituídos por espessas turfeiras e densacobertura vegetal, dominam a paisagemlocal, a qual é marcada aqui e ali por ca-pões de mata palustre ou psamófila. Jun-to à barreira pleistocênica desenvolvem-se, em muitos trechos, longos cordões demata, que localmente dão lugar a dunas
fósseis de considerável altura. A Várzeado Canal São Gonçalo engloba o segmen-to final da mata de galeria do rio Piratini,o maior e mais caudaloso curso de águaque deságua nesse canal, e também in-clui duas lagoas razoavelmente extensas,Formosa e do Fragata. A salinização tem-porária de grande parte das águas docanal São Gonçalo e da lagoa Mirim, fe-nômeno anteriormente regular durante overão, é impedida por uma eclusa cons-truída nas imediações da cidade de Pe-lotas.
AvesLevantamentos ornitológicos conduzidosem diferentes localidades, cujos resulta-dos encontram-se apenas parcialmentedivulgados, apontam a ocorrência de cer-ca de 260 espécies de aves na área1,2,3. Adiversidade de ambientes límnicos é res-
Espécies ameaçadas: 2Xolmis dominicanus População pequena (G. N. Maurício e R. A. Dias).Sporophila palustris Possivelmente uma população significativa; sofre pressão
de captura; Belton (1994).
Espécies quase ameaçadas: 7Rhea americana G. N. Maurício.Tryngites subruficollis Lanctot et al. (2002).Picumnus nebulosus G. N. Maurício.Piculus aurulentus G. N. Maurício.Spartonoica maluroides Belton (1994), Bencke et al. (2003).Limnoctites rectirostris Ocorrência pontual (Bencke et al. 2003).Carpornis cucullata Possivelmente de ocorrência apenas irregular em pontos
periféricos da área (G. N. Maurício).
Espécie congregantePlegadis chihi A área presumivelmente concentra mais de 1% da
população global da espécie (R. A. Dias e G. N. Maurício).
Espécies endêmicas: 4 PAM
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Banhado do Maçarico e Cordões Litorâneos Adjacentes RS11A1, A3 32°16’S, 52°24’W
Área: 41.100 ha Bioma: PampaMunicípios: Rio Grande Altitude: 0-20 mGrau de proteção: Nenhum Inventário ornitológico: Preliminar
PROBIO 604
DescriçãoEssa ampla área úmida é formada porbanhados e campos litorâneos dispostosalternamente sob a forma de longas eestreitas faixas paralelas (cordões), con-
figuradas pelas microoscilações do níveldo mar durante a fase de regressão ma-rinha holocênica. Situa-se entre a costaoceânica e os terrenos mais elevados daplanície costeira, de idade pleistocênica.
ponsável pela presença de um elevadonúmero de espécies de aves de áreasúmidas, destacando-se alguns gruposcomo Ardeidae (11 espécies), Anatidae(16 espécies) e Rallidae (14 espécies),assim como a excepcional representativi-dade de passeriformes paludícolas das fa-mílias Furnariidae (6 espécies), Tyrannidae(7 espécies) e Icteridae (5 espécies). Vá-rias espécies florestais, inclusive algumasendêmicas da Mata Atlântica, ocorremespecialmente ao longo do baixo cursodo rio Piratini, alcançando marginalmen-te a várzea do canal São Gonçalo. Aárea abriga populações expressivas deLimnornis curvirostris (junqueiro-de-bico-curvo) e Cranioleuca sulphurifera (arre-dio-de-papo-manchado), dois endemis-mos do Pampa presentes em apenas ou-tras cinco IBAs brasileiras. Gubernatrixcristata (cardeal-amarelo), conhecidopara a extremidade sul dessa área atra-vés de um espécime coletado na décadade 19304, parece estar extinto, não só lo-calmente mas também em toda a planí-cie costeira do Rio Grande do Sul5. Asduas espécies ameaçadas atualmentepresentes, Xolmis dominicanus (noivinha-de-rabo-preto) e Sporophila palustris (ca-boclinho-de-papo-branco), contam comregistros apenas para os extremos nortee sul da área5, que correspondem aossetores melhor explorados ornitologica-mente, mas é possível que ocorreram
também em trechos intermediários comhábitat adequado.
AmeaçasAlguns milhares de hectares de banha-dos já foram drenados e descaracteriza-dos para a expansão de lavouras de ar-roz, que ocupam a maior parte das áreasde entorno. Recentemente, novos canaisde drenagem foram abertos ilegalmenteem vários pontos da várzea. A cada ano,produtores de arroz utilizam grandes vo-lumes de água dos mananciais locais (ba-nhados e lagoas) para a irrigação das la-vouras, justamente no período de déficithídrico natural na região. A expansão ur-bana foi responsável pela eliminação deconsideráveis porções de banhados na-turais e ameaça trechos ainda bem pre-servados na Região Metropolitana dePelotas. A captura ilegal de aves paramanutenção em cativeiro e para abaste-cer o comércio clandestino de espéciessilvestres é comum na área, especialmen-te nos arredores da localidade de SantaIsabel, onde Sporophila palustris foi re-gistrada5.
Referências1. Maurício (1993); 2. Maurício & Dias (1996); 3.Giovanni N. Maurício e Rafael A. Dias (dados iné-ditos); 4. Collar et al. (1992); 5. Bencke et al. (2003);Belton (1994); Lanctot et al. (2002).
IBA sugerida por Rafael A. Dias
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Espécies ameaçadas: 4Scytalopus iraiensis Aparentemente uma população viável (Maurício & Dias 2001b).Xolmis dominicanus Algumas centenas de indivíduos presentes na área (G. N.
Maurício e R. A. Dias; Bencke et al. 2003).Anthus nattereri Pequena população residente (G. N. Maurício e R. A. Dias;
Bencke et al. 2003).Sporophila palustris Entre 200-300 indivíduos na área (Maurício & Dias 2000; G.
N. Maurício e R. A. Dias).
Espécies quase ameaçadas: 2Tryngites subruficollis Status indefinido (G. N. Maurício, R. A. Dias).Spartonoica maluroides Raro (G. N. Maurício e R. A. Dias).
Espécies endêmicas: 4 PAM
Espécies endêmicas: 4 [ATL] (Phacellodomus ferrugineigula)
aves nessa área1. Em sua grande maio-ria, são espécies aquáticas ou campes-tres, havendo poucos representantes flo-restais. A população local de Sporophilapalustris (caboclinho-de-papo-branco) re-presenta, aparentemente, a maior con-centração da espécie em território brasi-leiro durante o período reprodutivo1,2.
AmeaçasSobrepastoreio pelo gado bovino nas bor-das dos banhados (principais áreas dealimentação de S. palustris); florestamen-to com pínus (momentaneamente restri-to a alguns setores) e, marginalmente,cultivo de arroz irrigado1,2,3.
Referências1. Maurício & Dias (2000, 2001b); 2. Giovanni N.Maurício e Rafael A. Dias (dados inéditos); 3. Ben-cke et al. (2003).
A faixa palustre localizada junto à barrei-ra, mais antiga do que aquelas situadasmais a leste, constitui o banhado do Ma-çarico propriamente dito, sendo caracte-rizada por uma turfeira espessa densa-mente coberta por vegetação palustreemergente (especialmente ciperáceas egramíneas) e esparsas manchas de flo-resta paludosa. As faixas subseqüentesde banhado apresentam fisionomia dife-renciada, com cobertura vegetal menosdensa e diversificada. Áreas relativamen-te restritas com águas abertas tambémestão presentes. Essa área situa-se ime-diatamente ao norte da Estação Ecológi-ca do Taim (RS12) e ao sul do estuárioda laguna dos Patos (RS09), onde estálocalizada a cidade de Rio Grande.
AvesUm inventário preliminar registrou a pre-sença de pelo menos 170 espécies de
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Banhado do Taim RS12A3, A4i,iii 32°41’S, 52°27’W
Área: 32.000 ha Bioma: PampaMunicípios: Rio Grande, Santa Vitória do Palmar Altitude: 0-20 mGrau de proteção: Parcial Inventário ornitológico: Representativo
PROBIO 604 (131)
DescriçãoO Banhado do Taim é um amplo comple-xo de lagoas e banhados costeiros situa-do entre a margem leste da lagoa Mirime o oceano Atlântico. A área abrange oextremo norte da lagoa Mangueira e tre-chos de praia oceânica e lacustre, emgrande parte inseridos nos limites da Es-tação Ecológica do Taim, assim comoáreas particulares adjacentes onde ocor-rem espécies de aves de interesse. Alémdos ambientes acima, o Banhado do Taimcomporta formações florestais restritas(matas de restinga e paludosas), camposúmidos e dunas. No entorno imediato daunidade de conservação predominamáreas agrícolas, nas quais o cultivo doarroz irrigado, em geral consorciado à
pecuária extensiva, é a principal ativida-de econômica. A E. E. do Taim teve suaárea ampliada para quase 100.000 ha em2003, mas o decreto de ampliação foi re-vogado no ano seguinte.
AvesCerca de 230 espécies de aves ocorremna área, total que inclui cerca de 77 es-pécies aquáticas (excluindo passerifor-mes), muitas das quais se reproduzemlocalmente1,2. Por essa razão, o Banha-do do Taim é considerado de grande im-portância para a conservação de aves deáreas úmidas, inclusive espécies migrató-rias, como o quase ameaçado Tryngitessubruficollis (maçarico-acanelado), queocupa principalmente campos úmidos em
Espécie ameaçadaXolmis dominicanus Alguns registros durante o inverno (Mähler Jr. et al. 1996).
Espécies quase ameaçadas: 3Phoenicopterus chilensis Registros de indivíduos isolados (Belton 1994).Tryngites subruficollis Lanctot et al. (2002).Spartonoica maluroides Existem coletas dessa espécie na Estação Ecológica do Taim
(Belton 1994).
Espécies congregantes: 3Cygnus melancoryphus Cerca de 1.270 indivíduos contados na área em novembro de
2000, mas números maiores podem estar presentes duranteo inverno (Dias & Fontana 2002).
Coscoroba coscoroba Cerca de 1.460 indivíduos contados na área em novembro de2000, mas números maiores podem estar presentes duranteo inverno (Dias & Fontana 2002).
Tryngites subruficollis Centenas presentes no verão austral (Lanctot et al. 2002).
Espécies endêmicas: 3 PAM
Área protegida:Nome Categoria ÁreaEstação Ecológica do Taim Proteção Integral 32.000 ha
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terras privadas vizinhas à estação ecoló-gica1,3,4. Embora os censos de aves reali-zados na região cubram somente partedos ambientes úmidos disponíveis ou fo-calizem apenas grupos específicos daavifauna (p.ex., anatídeos), o Banhado doTaim seguramente suporta concentraçõesde mais de 20.000 aves aquáticas, quali-ficando-se sob o critério A4iii como áreaúmida de importância internacional. Ascontagens de Cygnus melancoryphus(cisne-de-pescoço-preto) e Coscorobacoscoroba (capororoca) excedem o limi-te estimado de 1% da população globaldessas espécies, as quais também se re-produzem na área5. A única espécie amea-çada registrada (Xolmis dominicanus) pa-rece ter ocorrência ocasional1. Contudo,ambientes adequados presumivelmente
capazes de suportar populações peque-nas dessa espécie ocorrem na periferiada estação ecológica4.
AmeaçasA captação ilegal de água nos banhadose lagoas para a irrigação de lavouras dearroz é uma prática comum durante operíodo de safra, o que contribui para adiminuição da altura da lâmina d’água dosistema na época em que há déficit hídri-co na região (verão). A caça e a pescapredatórias são praticadas em toda aárea, inclusive dentro da E. E. do Taim.
Referências1. Mähler et al. (1996); 2. Belton (1994); 3. Lanctotet al. (2002); 4. Bencke et al. (2003); 5. Dias &Fontana (2002).
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479
Apêndice 1. Áreas Importantes para a Conservação das Aves (IBAs) nos Estados do Domínioda Mata AtlânticaCódigo Nome Bioma1 Inventário2 Proteção3 Área mínima Páginada IBA (ha)
1 Bioma: ATL (Mata Atlântica), CER (Cerrado), CAA (Caatinga), PAM (Pampa), C/M (Zonas costeira e marinha).2 Inventário ornitológico: ND (não disponível), PR (preliminar), RE (representativo).3 Grau de proteção: N (nenhum), P (parcial), T (total).
AL/PE01 São José da Laje/Canhotinho ATL PR N 4.000 170AL01 Engenho Coimbra (Usina Serra Grande) ATL PR N 800 171AL02 Murici ATL RE P 7.000 172AL/PE02 Reserva Biológica de Pedra Talhada ATL RE P 5.000 174AL03 Usina Cachoeira ATL PR N 6.000 176BA01 Curaçá CAA ND N 5.000 187BA02 Raso da Catarina CAA RE P 390.000 188BA03 Sento Sé/Campo Formoso CAA ND N ? 189BA04 Mangue Seco C/M PR N 1.000 190BA05 Parque Estadual do Morro do Chapéu CAA, CER PR T 6.000 191BA06 Matas de Conde e Baixios ATL ND N 3.000 192BA07 Serra de Bonito ATL PR N ? 194BA08 Itanagra ATL ND P 3.000 195BA09 Mata da Campina e Fragmentos Adjacentes ATL ND N 10.000 196BA10 Ibiquera/Ruy Barbosa CAA, ATL ND N ? 197BA11 Santo Amaro/Cachoeira ATL ND P 2.000 198BA12 Parque Nacional da Chapada Diamantina CER, ATL, CAA RE P 152.000 199BA13 Jaguaquara CAA ND N 5.000 201BA14 Baixo-Sul ATL PR N 50.000 202BA15 Jequié CAA ND N ? 203BA16 Rio Arrojado CER ND N 100.000 204BA17 Boa Nova/Serra da Ouricana ATL, CAA RE N 15.000 205BA18 Ilhéus/Itabuna ATL ND N 50.000 206BA19 Vitória da Conquista CAA, ATL PR N 10.000 207BA20 Serra do Teimoso ATL ND P 1.000 208BA21 Una ATL ND P 12.000 209BA22 Serras das Lontras e do Javi ATL RE N 3.000 211BA23 Serra Bonita ATL PR P 4.500 213BA24 Foz dos Rios Pardo e Jequitinhonha ATL ND N 50.000 214BA25 Santa Cruz Cabrália/Belmonte ATL ND P 10.000 215BA26 Estação Veracruz ATL ND T 7.214 216BA27 Parque Nacional do Pau-Brasil/Trancoso ATL ND P 20.000 217BA28 Parque Nacional de Monte Pascoal ATL ND T 22.500 218BA29 Serra de Itamaraju ATL ND N 10.000 220BA30 Parque Nacional do Descobrimento ATL ND P 25.000 220BA31 Rio Mucuri ATL PR N 5.000 222CE01 Serra de Ibiapaba CAA, ATL ND P 100.000 126CE02 Serras de Maranguape e da Aratanha CAA, ATL ND N 4.500 127CE03 Serra do Baturité ATL, CAA ND P 32.690 128CE/PE01 Chapada do Araripe ATL, CAA, CER RE N 100.000 130ES01 Sooretama/Linhares ATL RE T 46.000 272ES02 Santa Teresa ATL RE P 14.000 274ES03 Itarana ATL RE N 5.000 276ES04 Reserva Biológica de Duas Bocas ATL PR P 4.100 277ES05 Fazenda Pindobas IV e Arredores ATL RE N 4.000 279ES/MG01 Parque Nacional do Caparaó ATL PR T 31.850 28ES06 Encostas da Região de Domingos Martins ATL PR N 24.000 282ES07 Complexo Pedra Azul/Forno Grande ATL PR P 10.000 283ES08 Trindade e Martim Vaz C/M RE N 1.500 284ES09 Ilhas do Litoral Sul do Espírito Santo C/M RE N 100 286
480
Apêndice 1. (continuação) Áreas Importantes para a Conservação das Aves (IBAs) nosEstados do Domínio da Mata AtlânticaCódigo Nome Bioma1 Inventário2 Proteção3 Área mínima Páginada IBA (ha)
1 Bioma: ATL (Mata Atlântica), CER (Cerrado), CAA (Caatinga), PAM (Pampa), C/M (Zonas costeira e marinha).2 Inventário ornitológico: ND (não disponível), PR (preliminar), RE (representativo).3 Grau de proteção: N (nenhum), P (parcial), T (total).
ES10 Cafundó e Bananal do Norte ATL RE P 2.000 287MG01 Mocambinho CAA PR P 20.000 235MG02 Vale do Peruaçu CAA PR P 60.000 236MG03 Januária CER, CAA PR N ? 238MG/BA01 Bandeira/Macarani ATL ND N 3.000 239MG04 Fazenda Santana ATL ND N 5.000 240MG05 Reserva Biológica da Mata Escura ATL ND T 50.890 241MG/BA02 Alto Cariri ATL ND N 22.000 242MG06 Chapada do Catuni CER ND N 500 243MG07 Botumirim CER ND N 2.000 244MG08 Baixo Rio das Velhas CAA, CER PR N 5.000 245MG09 Parque Estadual do Rio Preto CER ND P 12.000 246MG10 Parque Estadual do Pico do Itambé e Serra do Gavião CER ND P 5.000 247MG11 Serra do Cipó CER, ATL RE P 50.000 248MG12 Parque Estadual do Rio Doce ATL PR T 36.000 250MG13 Caratinga ATL ND T 957 251MG14 Serra do Caraça CER, ATL RE P 10.000 252MG15 Serra da Canastra CER RE P 200.000 254MG16 Ouro Preto/Mariana ATL, CER ND P 50.000 256MG17 Parque Estadual da Serra do Brigadeiro ATL RE T 13.210 257MG/RJ01 Laranjal/Miracema ATL ND N 10.000 258MG18 Parque Estadual da Serra do Papagaio ATL PR T 22.917 259PB01 Mamanguape ATL ND P 20.000 142PB02 Usina Jacuípe ATL ND N 4.000 143PB03 Mata do Pau-Ferro ATL ND P 600 144PE01 Arquipélago de Fernando de Noronha C/M RE T 1.800 148PE02 Mata do Estado ATL PR N 600 150PE03 Serra do Mascarenhas ATL ND N 3.500 151PE04 Igarassu ATL PR P 7.200 152PE05 Brejo de Taquaritinga ATL PR N 4.000 153PE06 Tapacurá ATL RE P 776 154PE07 Complexo Gurjaú ATL RE P 1.700 155PE08 Reserva Ecológica Maurício Dantas CAA RE T 1.485 156PE09 Brejo dos Cavalos ATL, CAA PR P 5.200 157PE10 Guadalupe ATL PR P 15.000 158PE11 Parque Nacional do Catimbau CAA RE T 62.300 159PE12 Serra Negra (Floresta) CAA, ATL RE P 6.000 160PE13 Serra do Urubu ATL PR P 1.000 162PE14 Garanhuns ATL ND N 15.000 163PI01 Parque Nacional da Serra da Capivara CAA RE T 100.000 116PI02 Estação Ecológica de Uruçuí-Una CER RE T 135.000 117PI03 Parque Nacional da Serra das Confusões CAA RE T 502.902 119PI/MA/TO01Nascentes do Rio Parnaíba CER, CAA RE T 730.000 120PR/MS01 Parque Nacional de Ilha Grande ATL ND T 78.875 370PR01 Jaguariaíva CER, ATL RE P 5.000 371PR02 Cânion do Guartelá CER, ATL ND P 20.000 373PR03 Parque Estadual das Lauráceas e Entorno ATL ND P 40.000 374PR/SP01 Guaraqueçaba/Jacupiranga/Cananéia ATL PR P 500.000 375PR04 Campos Gerais do Paraná ATL, CER RE P 6.000 378PR05 Várzeas da Região Metropolitana de Curitiba ATL ND N ? 380
481
Apêndice 1. (continuação) Áreas Importantes para a Conservação das Aves (IBAs) nosEstados do Domínio da Mata AtlânticaCódigo Nome Bioma1 Inventário2 Proteção3 Área mínima Páginada IBA (ha)
1 Bioma: ATL (Mata Atlântica), CER (Cerrado), CAA (Caatinga), PAM (Pampa), C/M (Zonas costeira e marinha).2 Inventário ornitológico: ND (não disponível), PR (preliminar), RE (representativo).3 Grau de proteção: N (nenhum), P (parcial), T (total).
PR06 Serra do Marumbi ATL RE P 66.000 381PR07 Parque Estadual do Rio Guarani ATL ND T 2.235 383PR08 Baixo Curso do Rio Nhundiaquara ATL ND N 1.200 384PR09 Parque Nacional do Iguaçu ATL RE T 185.000 385PR10 Corredor do Iguaçu ATL ND P 6.000 386PR11 Rio Guaraguaçu ATL ND P 5.000 387PR12 APA de Guaratuba ATL RE P 130.000 388PR13 Ilhas dos Currais C/M ND N 10 391PR14 Várzeas do Curso Médio-Superior do Rio Iguaçu ATL ND N ? 391PR15 Várzeas em Tijucas do Sul ATL ND N 20.000 392PR16 General Carneiro ATL ND N 100.000 393RJ01 Parque Estadual do Desengano e Entorno ATL PR P 22.500 300RJ/MG01 Parque Nacional de Itatiaia ATL RE T 30.000 302RJ02 Região Serrana do Rio de Janeiro ATL ND P 55.000 304RJ03 Reserva Biológica União ATL PR T 3.126 306RJ04 Serra dos Órgãos ATL RE P 16.000 307RJ05 Reserva Biológica de Poço das Antas ATL RE T 5.000 310RJ06 Serra do Tinguá ATL RE T 28.000 311RJ07 Maciços da Tijuca e Pedra Branca ATL RE T 15.700 313RJ08 Restinga de Maçambaba e Ilha de Cabo Frio ATL PR P 9.000 315RJ09 Ilha Grande ATL PR P 19.000 316RJ/SP01 Serra da Bocaina/Paraty/Angra dos Reis ATL RE P 150.000 317RN01 Atol das Rocas C/M RE T 36.249 136RN02 Mata Estrela ATL PR P 2.000 137RN03 Estação Ecológica do Seridó CAA RE T 1.166 139RS01 Parque Estadual do Turvo ATL RE T 17.491 424RS/SC01 Campos do Planalto das Araucárias ATL PR P 850.000 426RS02 Banhado São Donato PAM RE P 17.500 427RS03 Campos de Cima da Serra ATL RE P 200.000 429RS/SC02 Região dos Aparados da Serra ATL PR P 150.000 430RS04 Banhado dos Pachecos ATL, PAM ND T 2.560 433RS05 Médio Rio Camaquã PAM RE N 450.000 434RS06 Parque Nacional da Lagoa do Peixe C/M RE T 34.400 435RS07 Campos da Região de Bagé PAM PR N 82.000 437RS08 Região de Pinheiro Machado PAM PR N 100.000 438RS09 Estuário da Laguna dos Patos C/M RE N ? 439RS10 Várzea do Canal São Gonçalo PAM PR N 70.000 441RS11 Banhado do Maçarico e Cordões Litorâneos Adjacentes PAM PR N 41.100 442RS12 Banhado do Taim PAM RE P 32.000 444SC01 Baía da Babitonga ATL ND P 30.000 406SC02 Salto do Piraí ATL ND P 5.000 407SC/PR01 Campos de Água Doce e Palmas ATL ND N 110.000 409SC03 Região de Blumenau ATL PR T 57.374 410SC04 Parque Estadual da Serra do Tabuleiro ATL RE T 87.405 411SC05 Painel/Urupema ATL ND N 135.000 413SC06 Urubici ATL ND N 20.000 414SC07 Parque Nacional de São Joaquim ATL PR T 49.300 415SE01 Serra de Itabaiana e Matas de Areia Branca ATL, CAA, CER ND T 7.966 180SE02 Mata do Crasto e Restingas de
Itaporanga e Estância ATL, CER ND N 10.000 181
482
Apêndice 1. (continuação) Áreas Importantes para a Conservação das Aves (IBAs) nosEstados do Domínio da Mata AtlânticaCódigo Nome Bioma1 Inventário2 Proteção3 Área mínima Páginada IBA (ha)
1 Bioma: ATL (Mata Atlântica), CER (Cerrado), CAA (Caatinga), PAM (Pampa), C/M (Zonas costeira e marinha).2 Inventário ornitológico: ND (não disponível), PR (preliminar), RE (representativo).3 Grau de proteção: N (nenhum), P (parcial), T (total).
SP01 Itirapina CER RE P 2.300 332SP/MG01 Serra da Mantiqueira ATL PR P 95.000 335SP/MG02 São Francisco Xavier/Monte Verde ATL PR N ? 336SP02 Parque Estadual da Serra do Mar
(entre Caraguatatuba e Picinguaba) ATL RE P 85.000 338SP03 Serra da Cantareira ATL RE P 8.000 340SP04 Parque Estadual da Serra do Mar
(entre Santos e São Sebastião) ATL RE T 110.000 342SP05 Bertioga ATL ND N 6.000 344SP06 Parque Estadual de Ilhabela ATL RE T 27.025 345SP07 Parque Estadual da Serra do Mar
(entre Pedro de Toledo e Cubatão) ATL ND T 140.000 346SP08 Itanhaém/Mongaguá ATL ND N 8.000 348SP09 Arquipélago dos Alcatrazes C/M PR P 200 349SP10 Maciço Florestal de Paranapiacaba ATL RE P 140.000 350SP11 Estação Ecológica de Juréia-Itatins ATL RE P 80.000 353SP12 Ilhas Comprida e Cananéia ATL PR N 24.000 356
Total 8.413.973
483
Apêndice 2. Espécies globalmente ameaçadas (Critério A1) com ocorrência nos Estadosdo Domínio da Mata Atlântica
1 Categoria de ameaça, segundo IUCN (2004)*: CR (criticamente em perigo), EN (em perigo), VU (vulnerável), NT (quase ameaçada), PE(possivelmente extinta), EW (extinta na natureza).* IUCN (2004) 2004 IUCN Red List of Threatened Species. <www.iucnredlist.org> Acessado em: 31 dezembro 2005.
Espécies ameaçadasNothura minor Codorna-mineira Lesser Nothura VUTaoniscus nanus Inhambu-carapé Dwarf Tinamou VUPterodroma arminjoniana Grazina-de-trindade Trindade Petrel VUPhoenicoparrus andinus Flamingo-grande-dos-andes Andean Flamingo VUMergus octosetaceus Pato-mergulhão Brazilian Merganser CRLeptodon forbesi Gavião-de-pescoço-branco White-collared Kite CRLeucopternis lacernulatus Gavião-pombo-pequeno White-necked Hawk VUHarpyhaliaetus coronatus Águia-cinzenta Crowned Eagle ENPenelope ochrogaster Jacu-de-barriga-castanha Chestnut-bellied Guan VUPenelope jacucaca Jacucaca White-browed Guan VUPipile jacutinga Jacutinga Black-fronted Piping-guan ENCrax (=Mitu) mitu Mutum-do-nordeste Alagoas Curassow EWCrax blumenbachii Mutum-de-bico-vermelho Red-billed Curassow ENLaterallus xenopterus Sanã-de-cara-ruiva Rufous-faced Crake VUPorzana spiloptera Sanã-cinza Dot-winged Crake VUNumenius borealis Maçarico-esquimó Eskimo Curlew CR(PE)Larus atlanticus Gaivota-de-rabo-preto Orlog´s Gull VUColumbina cyanopis Rolinha-do-planalto Blue-eyed Ground-dove CRClaravis godefrida Pararu-espelho Purple-winged Ground-dove CRAnodorhynchus hyacinthinus Arara-azul-grande Hyacinth Macaw ENAnodorhynchus leari Arara-azul-de-lear Lear´s Macaw CRAnodorhynchus glaucus Arara-azul-pequena Glaucous Macaw CRCyanopsitta spixii Ararinha-azul Spix´s Macaw CR(PE)Pyrrhura cruentata Tiriba-grande Blue-chested Parakeet VUTouit melanonotus Apuim-de-costas-pretas Brown-backed Parrotlet ENTouit surdus Apuim-de-cauda-amarela Golden-tailed Parrotlet VUAmazona pretrei Papagaio-charão Red-spectacled Amazon VUAmazona rhodocorytha Chauá Red-browed Amazon ENAmazona brasiliensis Papagaio-de-cara-roxa Red-tailed Amazon VUAmazona vinacea Papagaio-de-peito-roxo Vinaceous Amazon VUEleothreptus (=Caprimulgus) candicans Bacurau-de-rabo-branco White-winged Nightjar ENGlaucis dohrnii Balança-rabo-canela Hook-billed Hermit ENJacamaralcyon tridactyla Cuitelão Three-toed Jacamar VUPicumnus limae Pica-pau-anão-da-caatinga Ochraceous Piculet VUDryocopus galeatus Pica-pau-de-cara-canela Helmeted Woodpecker VUXiphocolaptes falcirostris Arapaçu-do-nordeste Moustached Woodcreeper VUSynallaxis cinerea (=whitneyi) João-baiano Bahia Spinetail VUSynallaxis infuscata Tatac Plain Spinetail ENAcrobatornis fonsecai Acrobata Pink-legged Graveteiro VUAsthenes luizae Lenheiro-da-serra-do-cipó Cipó Canastero VUThripophaga macroura Rabo-amarelo Striated Softtail VUPhilydor novaesi Limpa-folha-do-nordeste Alagoas Foliage-gleaner CRBiatas nigropectus Papo-branco White-bearded Antshrike VUDysithamnus plumbeus Choquinha-chumbo Plumbeous Antvireo VUMyrmotherula snowi Choquinha-de-alagoas Alagoas Antwren CRMyrmotherula fluminensis Choquinha-fluminense Rio de Janeiro Antwren CRMyrmotherula minor Choquinha-pequena Salvadori´s Antwren VUMyrmotherula urosticta Choquinha-de-rabo-cintado Band-tailed Antwren VU
Nome vulgar
Português InglêsNome científico
Categoriade
ameaça1
484
Apêndice 2. (continuação) Espécies globalmente ameaçadas (Critério A1) com ocorrêncianos Estados do Domínio da Mata Atlântica
1 Categoria de ameaça, segundo IUCN (2004)*: CR (criticamente em perigo), EN (em perigo), VU (vulnerável), NT (quase ameaçada), PE(possivelmente extinta), EW (extinta na natureza).* IUCN (2004) 2004 IUCN Red List of Threatened Species. <www.iucnredlist.org> Acessado em: 31 dezembro 2005.
Espécies ameaçadasHerpsilochmus pileatus Chorozinho-de-boné Bahia Antwren VUHerpsilochmus pectoralis Chorozinho-de-papo-preto Pectoral Antwren VUStymphalornis acutirostris Bicudinho-do-brejo Marsh Antwren ENFormicivora littoralis Formigueiro-do-litoral Restinga Antwren CRFormicivora erythronotos Formigueiro-de-cabeça-negra Black-hooded Antwren ENTerenura sicki Zidedê-do-nordeste Orange-bellied Antwren ENPyriglena atra Papa-taoca-da-bahia Fringe-backed Fire-eye ENRhopornis ardesiacus Gravatazeiro Slender Antbird ENMyrmeciza ruficauda Formigueiro-de-cauda-ruiva Scalloped Antbird ENMerulaxis stresemanni Entufado-baiano Stresemann´s Bristlefront CRScytalopus iraiensis Macuquinho-da-várzea Tall-grass Wetland Tapaculo ENScytalopus psychopompus Macuquinho-baiano Bahia Tapaculo CRTijuca condita Saudade-de-asa-cinza Grey-winged Cotinga VUCarpornis melanocephala Sabiá-pimenta Black-headed Berryeater VUCalyptura cristata Tietê-de-coroa Kinglet Calyptura CRCotinga maculata Crejoá Banded Cotinga ENXipholena atropurpurea Anambé-de-asa-branca White-winged Cotinga ENProcnias nudicollis Araponga Bare-throated Bellbird VUAntilophia bokermanni Soldadinho-do-araripe Araripe Manakin CRNeopelma aurifrons Fruxu-baiano Wied’s Tyrant-manakin VUPiprites pileata Caneleirinho-de-chapéu-preto Black-capped Manakin VUHemitriccus mirandae Maria-do-nordeste Buff-breasted Tody-tyrant VUHemitriccus kaempferi Maria-catarinense Kaempfer’s Tody-tyrant CRHemitriccus furcatus Papa-moscas-estrela Fork-tailed Pygmy-tyrant VUElaenia ridleyana Cocoruta Noronha Elaenia VUCulicivora caudacuta Papa-moscas-do-campo Sharp-tailed Grass-tyrant VUPhylloscartes roquettei Cara-dourada Minas Gerais Tyrannulet CRPhylloscartes ceciliae Cara-pintada Alagoas Tyrannulet ENPhylloscartes beckeri Borboletinha-baiana Bahia Tyrannulet ENPhylloscartes kronei Maria-da-restinga Restinga Tyrannulet VUPlatyrinchus leucoryphus Patinho-gigante Russed-winged Spadebill VUOnychorhynchus swainsoni Maria-leque-do-sudeste Atlantic Royal Flycatcher VUXolmis dominicanus (=Heteroxolmis dominicana) Noivinha-de-rabo-preto Black-and-white Monjita VUAlectrurus tricolor Galito Cock-tailed Tyrant VUAlectrurus risora Tesoura-do-campo Strange-tailed Tyrant VUAnthus nattereri Caminheiro-grande Ochre-breasted Pipit VUGubernatrix cristata Cardeal-amarelo Yellow Cardinal ENCoryphaspiza melanotis Tico-tico-de-máscara-negra Black-masked Finch VUPoospiza cinerea Capacetinho-do-oco-do-pau Cinereous Warbling-finch VUSporophila frontalis Pixoxó Buffy-fronted Seedeater VUSporophila falcirostris Cigarra-verdadeira Temminck’s Seedeater VUSporophila palustris Caboclinho-de-papo-branco Marsh Seedeater ENSporophila cinnamomea Caboclinho-de-chapéu-cinzento Chestnut Seedeater VUSporophila zelichi Caboclinho-de-coleira-branca Entre Ríos Seedeater CRNemosia rourei Saíra-apunhalada Cherry-throated Tanager CRTangara fastuosa Pintor-verdadeiro Seven-coloured Tanager VUTangara peruviana Saíra-sapucaia Black-backed Tanager VUDendroica cerulea Mariquita-azul Cerulean Warbler VU
Nome vulgar
Português InglêsNome científico
Categoriade
ameaça1
485
Apêndice 2. (continuação) Espécies globalmente ameaçadas (Critério A1) com ocorrêncianos Estados do Domínio da Mata Atlântica
1 Categoria de ameaça, segundo IUCN (2004)*: CR (criticamente em perigo), EN (em perigo), VU (vulnerável), NT (quase ameaçada), PE(possivelmente extinta), EW (extinta na natureza).* IUCN (2004) 2004 IUCN Red List of Threatened Species. <www.iucnredlist.org> Acessado em: 31 dezembro 2005.
Espécies ameaçadas
Nome vulgar
Português InglêsNome científico
Xanthopsar flavus Veste-amarela Saffron-cowled Blackbird VUSturnella defilippii Peito-vermelho-grande Pampas Meadowlark VUCuraeus forbesi Anumará Forbes’s Blackbird ENCarduelis yarrellii Pintassilgo-do-nordeste Yellow-faced Siskin VU
Espécies quase ameaçadasRhea americana Ema Greater Rhea NTTinamus solitarius Macuco Solitary Tinamou NTCrypturellus noctivagus Jaó-do-sul, zabelê Yellow-legged Tinamou NTPhoenicopterus chilensis Flamingo-chileno Chilean Flamingo NTNeochen jubata Pato-corredor Orinoco Goose NTLeucopternis polionotus Gavião-pombo-grande Mantled Hawk NTMorphnus guianensis Uiraçu-falso Crested Eagle NTHarpia harpyja Gavião-real Harpy Eagle NTOrtalis superciliaris Aracuã-de-sobrancelhas Buff-browed Chachalaca NTTryngites subruficollis Maçarico-acanelado Buff-breasted Sandpiper NTPrimolius (=Propyrrhura) maracana Maracanã-do-buriti Blue-winged Macaw NTAratinga auricapillus Jandaia-de-testa-vermelha Golden-capped Parakeet NTAmazona xanthops Papagaio-galego Yellow-faced Amazon NTTriclaria malachitacea Sabiá-cica Blue-bellied Parrot NTStrix hylophila Coruja-listrada Rusty-barred Owl NTNyctiprogne vielliardi Bacurau-do-são-francisco Plain-tailed Nighthawk NTEleothreptus anomalus Curiango-do-banhado Sickle-winged Nightjar NTRamphodon naevius Beija-flor-rajado Saw-billed Hermit NTThalurania watertonii Beija-flor-de-costas-violeta Long-tailed Woodnymph NTAugastes lumachella Beija-flor-de-gravata-vermelha Hooded Visorbearer NTAugastes scutatus Beija-flor-de-gravata-verde Hyacinth Visorbearer NTBaillonius bailloni Araçari-banana Saffron Toucanet NTPicumnus fulvescens Pica-pau-anão-canela Tawny Piculet NTPicumnus nebulosus Pica-pau-anão-carijó Mottled Piculet NTPiculus aurulentus Pica-pau-dourado Yellow-browed Woodpecker NTGeobates poecilopterus Andarilho Campo Miner NTLeptasthenura setaria Grimpeiro Araucaria Tit-spinetail NTGyalophylax hellmayri João-xique-xique Red-shouldered Spinetail NTClibanornis dendrocolaptoides Cisqueiro Canebreak Grouncreeper NTSpartonoica maluroides Boininha Bay-capped Wren-spinetail NTLimnoctites rectirostris Junqueiro-de-bico-reto Straight-billed Reedhaunter NTAnabacerthia amaurotis Limpa-folha-miúdo White-browed Foliage-gleaner NTDysithamnus stictothorax Choquinha-de-peito-pintado Spot-breasted Antvireo NTMyrmotherula unicolor Choquinha-cinzenta Unicoloured Antwren NTHerpsilochmus sellowi Chorozinho-da-caatinga Caatinga Antwren NTFormicivora iheringi Formigueiro-do-nordeste Narrow-billed Antwren NTDrymophila genei Choquinha-da-serra Rufous-tailed Antbird NTDrymophila ochropyga Choquinha-de-dorso-vermelho Ochre-rumped Antbird NTCercomacra brasiliana Chororó-cinzento Rio de Janeiro Antbird NTHylopezus ochroleucus Torom-do-nordeste White-browed Antpitta NTPsilorhamphus guttatus Tapaculo-pintado Spotted Bamboowren NTMerulaxis ater Entufado Slaty Bristlefront NT
Categoriade
ameaça1
486
Apêndice 2. (continuação) Espécies globalmente ameaçadas (Critério A1) com ocorrêncianos Estados do Domínio da Mata Atlântica
Espécies quase ameaçadasScytalopus novacapitalis Tapaculo-de-brasília Brasília Tapaculo NTScytalopus indigoticus Macuquinho White-breasted Tapaculo NTLaniisoma elegans Chibante Elegant Mourner NTPhibalura flavirostris Tesourinha-da-mata Swallow-tailed Cotinga NTTijuca atra Saudade Black-and-gold Cotinga NTCarpornis cucullata Corocoxó Hooded Berryeater NTIodopleura pipra Anambezinho Buff-throated Purpletuft NTLipaugus lanioides Tropeiro-da-serra Cinnamon-vented Piha NTHemitriccus orbitatus Tiririzinho-do-mato Eye-ringed Tody-tyrant NTPhyllomyias griseocapilla Piolhinho-serrano Grey-capped Tyrannulet NTPolystictus pectoralis Papa-moscas-canela Bearded Tachuri NTPolystictus superciliaris Papa-moscas-de-costas-cinzentas Grey-backed Tachuri NTEuscarthmus rufomarginatus Maria-corruíra Rufous-sided Pygmy-tyrant NTPhylloscartes eximius Barbudinho Southern Bristle-tyrant NTPhylloscartes paulista Não-pode-parar São Paulo Tyrannulet NTPhylloscartes oustaleti Papa-moscas-de-olheiras Oustalet’s Tyrannulet NTPhylloscartes difficilis Estalinho Serra do Mar Tyrannulet NTPhylloscartes sylviolus Maria-pequena Bay-ringed Tyrannulet NTContopus cooperi Piuí-boreal Olive-sided Flycatcher NTKnipolegus franciscanus Maria-preta-do-nordeste Brazilian Black-tyrant NTPolioptila lactea Balança-rabo-leitoso Creamy-bellied Gnatcatcher NTArremon franciscanus Tico-tico-do-são-francisco São Francisco Sparrow NTCharitospiza eucosma Mineirinho Coal-crested Finch NTEmbernagra longicauda Rabo-mole-da-serra Pale-throated Pampa-finch NTSporophila ruficollis Caboclinho-de-papo-escuro Dark-throated Seedeater NTSporophila hypochroma Caboclinho-de-sobre-ferrugem Grey-and-chestnut Seedeater NTSporophila melanogaster Caboclinho-de-barriga-preta Black-bellied Seedeater NTOryzoborus maximiliani Bicudo Great-billed Seed-finch NTAmaurospiza moesta Negrinho-do-mato Blackish-blue Seedeater NTPasserina (=Porphyrospiza) caerulescens Campainha-azul Yellow-billed Blue Finch NTOrchesticus abeillei Sanhaço-pardo Brown Tanager NTNeothraupis fasciata Cigarra-do-campo White-banded Tanager NTThraupis cyanoptera Sanhaço-de-encontro-azul Azure-shouldered Tanager NTEuphonia chalybea Cais-cais Green-chinned Euphonia NTDacnis nigripes Saí-de-pernas-pretas Black-legged Dacnis NTVireo gracilirostris Juruviara-de-noronha Noronha Vireo NTCyanocorax caeruleus Gralha-azul Azure Jay NT
1 Categoria de ameaça, segundo IUCN (2004)*: CR (criticamente em perigo), EN (em perigo), VU (vulnerável), NT (quase ameaçada), PE(possivelmente extinta), EW (extinta na natureza).* IUCN (2004) 2004 IUCN Red List of Threatened Species. <www.iucnredlist.org> Acessado em: 31 dezembro 2005.
Nome vulgar
Português InglêsNome científico
Categoriade
ameaça1
487
Apêndice 3. Espécies endêmicas e de distribuição restrita (Critérios A2 e A3) com ocorrêncianos Estados do Domínio da Mata Atlântica
* EBA: Endemic Bird Area (Stattersfield et al. 1998).
Mata Atlântica
Nome vulgar
Português InglêsNome científico EBA*
Tinamus solitarius Macuco Solitary TinamouCrypturellus noctivagus Jaó-do-sul Yellow-legged TinamouPterodroma arminjoniana Grazina-de-trindade Trindade PetrelLeptodon forbesi Gavião-de-pescoço-branco White-collared Kite 71Leucopternis lacernulatus Gavião-pombo-pequeno White-necked HawkLeucopternis polionotus Gavião-pombo-grande Mantled HawkOrtalis araucuan (inclui squamata) Aracuã-de-barriga-branca East Brazil ChachalacaPipile jacutinga Jacutinga Black-fronted Piping-guanCrax (=Mitu) mitu Mutum-do-nordeste Alagoas Curassow 71Crax blumenbachii Mutum-de-bico-vermelho Red-billed Curassow 75Odontophorus capueira Uru Spot-winged Wood-quailAramides saracura Saracura-do-mato Slaty-breasted Wood-railClaravis godefrida Pararu-espelho Purple-winged Ground-dovePyrrhura cruentata Tiriba-grande Blue-chested ParakeetPyrrhura frontalis Tiriba-de-testa-vermelha Maroon-bellied ParakeetPyrrhura leucotis Tiriba-de-orelha-branca White-eared ParakeetPyrrhura griseipectus(=anaca) Tiriba-de-peito-cinza Gray-breasted ParakeetBrotogeris tirica Periquito-rico Plain ParakeetTouit melanonotus Apuim-de-costas-pretas Brown-backed Parrotlet 75Touit surdus Apuim-de-cauda-amarela Golden-tailed ParrotletPionopsitta pileata Cuiú-cuiú Pileated ParrotAmazona pretrei Papagaio-charão Red-spectacled Amazon 76Amazona rhodocorytha Chauá Red-browed AmazonAmazona brasiliensis Papagaio-de-cara-roxa Red-tailed Amazon 75Amazona vinacea Papagaio-de-peito-roxo Vinaceous AmazonTriclaria malachitacea Sabiá-cica Blue-bellied Parrot 75Otus atricapilla Corujinha-sapo Black-capped Screech-owlOtus sanctaecatarinae Corujinha-do-sul Long-tufted Screech-owlStrix hylophila Coruja-listrada Rusty-barred OwlPulsatrix koeniswaldiana Murucututu Tawny-browed Owl 75Glaucidium minutissimum Caburé-miudinho Least Pygmy-owlGlaucidium mooreorum Caburé-de-pernambuco Pernambuco Pygmy OwlMacropsalis forcipata Bacurau-tesoura-gigante Long-trained NightjarPhaethornis eurynome Rabo-branco-de-garganta-rajada Scale-throated HermitPhaethornis squalidus Rabo-branco-pequeno Dusky-throated HermitPhaethornis margarettae (inclui camargoi) Rabo-branco-de-margarette Margarette´s HermitPhaethornis idaliae Rabo-branco-mirim Minute Hermit 75Ramphodon naevius Beija-flor-rajado Saw-billed Hermit 75Glaucis dohrnii Balança-rabo-canela Hook-billed Hermit 75Melanotrochilus fuscus Beija-flor-preto Black JacobinStephanoxis lalandi Beija-flor-de-topete PlovercrestThalurania glaucopis Beija-flor-de-fronte-violeta Violet-capped WoodnymphThalurania watertonii Beija-flor-de-costas-violeta Long-tailed WoodnymphLeucochloris albicollis Beija-flor-de-papo-branco White-throated HummingbirdAphantochroa cirrhochloris Beija-flor-cinza Sombre HummingbirdClytolaema rubricauda Beija-flor-rubi Brazilian RubyTrogon surrucura Surucuá-variado Surucua TrogonBaryphthengus ruficapillus Juruva-verde Rufous-capped Motmot
488
Apêndice 3. (continuação) Espécies endêmicas e de distribuição restrita (Critérios A2 e A3)com ocorrência nos Estados do Domínio da Mata Atlântica
* EBA: Endemic Bird Area (Stattersfield et al. 1998).1 Estas duas espécies são tratadas em conjunto nas tabelas de endemismos apresentadas nas seções dos estados pela impossibilidadede se atribuir a uma ou outra forma os registros compilados para o nordeste do Estado de São Paulo.
Mata Atlântica
Nome vulgar
Português InglêsNome científico EBA*
Jacamaralcyon tridactyla Cuitelão Three-toed Jacamar 75Notharchus swainsoni Macuru-de-barriga-castanha Buff-bellied PuffbirdMalacoptila striata Barbudo-rajado Crescent-chested PuffbirdBaillonius bailloni Araçari-banana Saffron ToucanetSelenidera maculirostris Araçari-poca Spot-billed ToucanetRamphastos dicolorus Tucano-de-bico-verde Red-breasted ToucanPicumnus temminckii Pica-pau-anão-de-coleira Ochre-collared PiculetMelanerpes flavifrons Benedito-de-testa-amarela Yellow-fronted WoodpeckerVeniliornis spilogaster Picapauzinho-verde-carijó White-spotted WoodpeckerVeniliornis maculifrons Picapauzinho-de-testa-pintada Yellow-eared Woodpecker 71Piculus aurulentus Pica-pau-dourado Yellow-browed WoodpeckerDryocopus galeatus Pica-pau-de-cara-canela Helmeted WoodpeckerCampephilus robustus Pica-pau-rei Robust WoodpeckerDendrocincla turdina Arapaçu-liso Thrush-like WoodcreeperLepidocolaptes squamatus/falcinellus1 Arapaçu-escamoso Scaled WoodcreeperXiphorhynchus (=Lepidocolaptes) fuscus Arapaçu-rajado Lesser WoodcreeperCampylorhamphus falcularius Arapaçu-de-bico-torto Black-billed ScythebillCinclodes pabsti Pedreiro Long-tailed Cinclodes 76Leptasthenura striolata Grimpeirinho Striolated Tit-spinetail 76Leptasthenura setaria Grimpeiro Araucaria Tit-spinetail 76Oreophylax (=Schizoeaca) moreirae Garrincha-chorona Itatiaia Thistletail 76Synallaxis ruficapilla Pichororé Rufous-capped SpinetailSynallaxis infuscata Tatac Plain Spinetail 71Synallaxis cinerea (=whitneyi) João-baiano Bahia Spinetail 76Acrobatornis fonsecai Acrobata Pink-legged Graveteiro 75Cranioleuca pallida Arredio-pálido Pallid SpinetailCranioleuca obsoleta Arredio-oliváceo Olive SpinetailThripophaga macroura Rabo-amarelo Striated Softtail 75Phacellodomus erythrophthalmus João-botina-da-mata Red-eyed Thornbird 75Phacellodomus ferrugineigula João-botina-do-brejo Orange-eyed ThornbirdClibanornis dendrocolaptoides Cisqueiro Canebrake Groundcreeper 75Cichlocolaptes leucophrus Trepador-sobrancelha Pale-browed Treehunter 75Anabacerthia amaurotis Limpa-folha-miúdo White-browed Foliage-gleaner 75Philydor lichtensteini Limpa-folha-ocráceo Ochre-breasted Foliage-gleanerPhilydor atricapillus Limpa-folha-coroado Black-capped Foliage-gleanerPhilydor novaesi Limpa-folha-do-nordeste Alagoas Foliage-gleaner 71Anabazenops fuscus Trepador-coleira White-collared Foliage-gleanerAutomolus leucophthalmus Barranqueiro-de-olho-branco White-eyed Foliage-gleanerSclerurus scansor Vira-folha Rufous-breasted LeaftosserHeliobletus contaminatus Trepadorzinho Sharp-billed TreehunterHypoedaleus guttatus Chocão-carijó Spot-backed AntshrikeMackenziaena severa Borralhara Tufted AntshrikeMackenziaena leachii Borralhara-assobiadora Large-tailed AntshrikeThamnophilus ambiguus Choca-de-sooretama Sooretama Slaty AntshrikeBiatas nigropectus Papo-branco White-bearded Antshrike 75Dysithamnus stictothorax Choquinha-de-peito-pintado Spot-breasted Antvireo 75Dysithamnus xanthopterus Choquinha-de-asa-ferrugem Rufous-backed Antvireo 76Dysithamnus plumbeus Choquinha-chumbo Plumbeous Antvireo 75
489
Apêndice 3. (continuação) Espécies endêmicas e de distribuição restrita (Critérios A2 e A3)com ocorrência nos Estados do Domínio da Mata Atlântica
* EBA: Endemic Bird Area (Stattersfield et al. 1998).
Mata Atlântica
Nome vulgar
Português InglêsNome científico EBA*
Myrmotherula snowi Choquinha-de-alagoas Alagoas Antwren 71Myrmotherula gularis Choquinha-de-garganta-pintada Star-throated Antwren 75Myrmotherula fluminensis Choquinha-fluminense Rio de Janeiro Antwren 75Myrmotherula minor Choquinha-pequena Salvadori’s Antwren 75Myrmotherula unicolor Choquinha-cinzenta Unicoloured Antwren 75Myrmotherula urosticta Choquinha-de-rabo-cintado Band-tailed Antwren 75Stymphalornis acutirostris Bicudinho-do-brejo Marsh AntwrenHerpsilochmus pileatus Chorozinho-de-boné Bahia AntwrenFormicivora littoralis Formigueiro-do-litoral Restinga Antwren 75Formicivora serrana Formigueiro-da-serra Serra Antwren 75Formicivora erythronotos Formigueiro-de-cabeça-negra Black-hooded Antwren 75Drymophila ferruginea Trovoada Ferruginous AntbirdDrymophila rubricollis Trovoada-de-bertoni Bertoni’s Antbird 75Drymophila genei Choquinha-da-serra Rufous-tailed Antbird 76Drymophila ochropyga Choquinha-de-dorso-vermelho Ochre-rumped Antbird 76Drymophila malura Choquinha-carijó Dusky-tailed AntbirdDrymophila squamata Pintadinho Scaled AntbirdTerenura maculata Zidedê Streak-capped AntwrenTerenura sicki Zidedê-do-nordeste Orange-bellied Antwren 71Cercomacra brasiliana Chororó-cinzento Rio de Janeiro Antbird 75Pyriglena leucoptera Papa-taoca-do-sul White-shouldered Fire-eyePyriglena atra Papa-taoca-da-bahia Fringe-backed Fire-eye 75Myrmeciza ruficauda Formigueiro-de-cauda-ruiva Scalloped Antbird 71, 75Myrmeciza loricata Formigueiro-assobiador White-bibbed Antbird 75Myrmeciza squamosa Papa-formiga-de-grota Squamate Antbird 75Chamaeza meruloides Tovaca-cantadora Such’s Antthrush 75Chamaeza ruficauda Tovaca-de-rabo-vermelho Rufous-tailed Antthrush 76Hylopezus nattereri Pinto-do-mato Speckle-breasted AntpittaConopophaga lineata Chupa-dente Rufous GnateaterConopophaga cearae Cuspidor-do-nordeste Caatinga GnateaterConopophaga melanops Cuspidor-de-máscara-preta Black-cheeked GnateaterPsilorhamphus guttatus Tapaculo-pintado Spotted Bamboowren 75Merulaxis ater Entufado Slaty Bristlefront 75Merulaxis stresemanni Entufado-baiano Stresemann’s Bristlefront 75Scytalopus iraiensis Macuquinho-da-várzea Tall-grass Wetland TapaculoScytalopus speluncae Tapaculo-preto Mouse-coloured TapaculoScytalopus sp. nov. Macuquinho TapaculoScytalopus psychopompus Macuquinho-baiano Bahia Tapaculo 75Scytalopus indigoticus Macuquinho White-breasted TapaculoLaniisoma elegans Chibante Elegant MournerTijuca atra Saudade Black-and-gold Cotinga 76Tijuca condita Saudade-de-asa-cinza Grey-winged Cotinga 76Carpornis cucullata Corocoxó Hooded Berryeater 75Carpornis melanocephala Sabiá-pimenta Black-headed BerryeaterIodopleura pipra Anambezinho Buff-throated Purpletuft 71, 75Calyptura cristata Tietê-de-coroa Kinglet Calyptura 75Lipaugus lanioides Tropeiro-da-serra Cinnamon-vented PihaCotinga maculata Crejoá Banded Cotinga 75
490
Apêndice 3. (continuação) Espécies endêmicas e de distribuição restrita (Critérios A2 e A3)com ocorrência nos Estados do Domínio da Mata Atlântica
* EBA: Endemic Bird Area (Stattersfield et al. 1998).
Mata Atlântica
Nome vulgar
Português InglêsNome científico EBA*
Xipholena atropurpurea Anambé-de-asa-branca White-winged Cotinga 71, 75Pyroderus scutatus Pavó Red-ruffed FruitcrowProcnias nudicollis Araponga Bare-throated BellbirdSchiffornis virescens Flautim Greenish SchiffornisChiroxiphia caudata Tangará Swallow-tailed ManakinIlicura militaris Tangarazinho Pin-tailed ManakinNeopelma chrysolophum Fruxu Serra do Mar Tyrant-manakin 73, 76Neopelma aurifrons Fruxu-baiano Wied’s Tyrant-manakinPiprites pileata Caneleirinho-de-chapéu-preto Black-capped Manakin 76Mionectes rufiventris Abre-asa-de-cabeça-cinza Grey-hooded FlycatcherHemitriccus diops Olho-falso Drab-breasted Bamboo-tyrantHemitriccus obsoletus Catraca Brown-breasted Bamboo-tyrant 76Hemitriccus orbitatus Tiririzinho-do-mato Eye-ringed Tody-tyrantHemitriccus nidipendulus Tachuri-campainha Hangnest Tody-tyrantHemitriccus mirandae Maria-do-nordeste Buff-breasted Tody-tyrant 71Hemitriccus kaempferi Maria-catarinense Kaempfer’s Tody-tyrant 75Hemitriccus furcatus Papa-moscas-estrela Fork-tailed Pygmy-tyrant 75Todirostrum poliocephalum Teque-teque Yellow-lored Tody-flycatcherPhyllomyias virescens Piolhinho-verdoso Greenish TyrannuletPhyllomyias griseocapilla Piolhinho-serrano Grey-capped Tyrannulet 76Elaenia ridleyana Cocoruta Noronha Elaenia 69Phylloscartes eximius Barbudinho Southern Bristle-tyrantPhylloscartes paulista Não-pode-parar São Paulo TyrannuletPhylloscartes oustaleti Papa-moscas-de-olheiras Oustalet’s Tyrannulet 75Phylloscartes difficilis Estalinho Serra do Mar Tyrannulet 76Phylloscartes ceciliae Cara-pintada Alagoas Tyrannulet 71Phylloscartes beckeri Borboletinha-baiana Bahia Tyrannulet 76Phylloscartes kronei Maria-da-restinga Restinga Tyrannulet 75Phylloscartes sylviolus Maria-pequena Bay-ringed TyrannuletMyiornis auricularis Miudinho Eared Pygmy-tyrantPlatyrinchus leucoryphus Patinho-gigante Russet-winged SpadebillOnychorhynchus swainsoni Maria-leque-do-sudeste Atlantic Royal FlycatcherKnipolegus nigerrimus Maria-preta-de-garganta-vermelha Velvety Black-tyrantMuscipipra vetula Tesoura-cinzenta Shear-tailed Grey TyrantAttila rufus Capitão-de-saíra Grey-hooded AttilaTurdus subalaris Sabiá-ferreiro Eastern Slaty-thrushPolioptila lactea Balança-rabo-leitoso Creamy-bellied GnatcatcherArremon semitorquatus Tico-tico-do-mato Half-collared SparrowHaplospiza unicolor Cigarra-bambu Uniform FinchPoospiza thoracica Peito-pinhão Bay-chested Warbling-finch 76Sporophila frontalis Pixoxó Buffy-fronted Seedeater 75Sporophila falcirostris Cigarra-verdadeira Temminck’s Seedeater 75Sporophila ardesiaca Papa-capim-de-costas-cinza Dubois’s Seedeater 75Sporophila melanogaster Caboclinho-de-barriga-preta Black-bellied Seedeater 76Amaurospiza moesta Negrinho-do-mato Blackish-blue SeedeaterSaltator fuliginosus Pimentão Black-throated GrosbeakSaltator maxillosus Bico-grosso Thick-billed SaltatorOrchesticus abeillei Sanhaço-pardo Brown Tanager
491
Apêndice 3. (continuação) Espécies endêmicas e de distribuição restrita (Critérios A2 e A3)com ocorrência nos Estados do Domínio da Mata Atlântica
* EBA: Endemic Bird Area (Stattersfield et al. 1998).
Mata Atlântica
Nome vulgar
Português InglêsNome científico EBA*
Pyrrhocoma ruficeps Cabecinha-castanha Chestnut-headed TanagerHemithraupis ruficapilla Saíra-ferrugem Rufous-headed TanagerNemosia rourei Saíra-apunhalada Cherry-throated Tanager 75Orthogonys chloricterus Catirumbava Olive-green Tanager 76Tachyphonus coronatus Tiê-preto Ruby-crowned TanagerRamphocelus bresilius Tiê-sangue Brazilian TanagerThraupis cyanoptera Sanhaço-de-encontro-azul Azure-shouldered Tanager 75Thraupis ornata Sanhaço-de-encontro-amarelo Golden-chevroned TanagerEuphonia chalybea Cais-cais Green-chinned EuphoniaEuphonia pectoralis Ferro-velho Chestnut-bellied EuphoniaTangara cyanomelas (=cyanomelaena) Saíra-diamante Silvery-breasted TanagerTangara brasiliensis Cambada-de-chaves White-bellied TanagerTangara fastuosa Pintor-verdadeiro Seven-coloured Tanager 71Tangara seledon Saíra-sete-cores Green-headed TanagerTangara cyanocephala Saíra-militar Red-necked TanagerTangara desmaresti Saíra-lagarta Brassy-breasted Tanager 76Tangara cyanoventris Saíra-douradinha Gilt-edged Tanager 75Tangara peruviana Saíra-sapucaia Black-backed Tanager 75Dacnis nigripes Saí-de-pernas-pretas Black-legged Dacnis 75Basileuterus leucoblepharus Pula-pula-assobiador White-browed WarblerVireo gracilirostris Juruviara-de-noronha Noronha Vireo 69Hylophilus poicilotis Verdinho-coroado Rufous-crowned GreenletCuraeus forbesi Anumará Forbes’s Blackbird 71Cyanocorax caeruleus Gralha-azul Azure Jay
Nothura minor Codorna-mineira Lesser NothuraTaoniscus nanus Inhambu-carapé Dwarf TinamouPenelope ochrogaster Jacu-de-barriga-castanha Chestnut-bellied GuanColumbina cyanopis Rolinha-do-planalto Blue-eyed Ground-doveAmazona xanthops Papagaio-galego Yellow-faced AmazonEleothreptus (=Caprimulgus) candicans Bacurau-de-rabo-branco White-winged NightjarPhaethornis nattereri (inclui maranhaoensis) Besourão-de-sobre-amarelo Cinnamon-throated HermitAugastes lumachella Beija-flor-de-gravata-vermelha Hooded Visorbearer 73Augastes scutatus Beija-flor-de-gravata-verde Hyacinth Visorbearer 73Xiphocolaptes franciscanus Arapaçu Snethlage’s WoodcreeperGeobates poecilopterus Andarilho Campo MinerAsthenes luizae Lenheiro-da-serra-do-cipó Cipó Canastero 73Philydor dimidiatum Limpa-folha-do-brejo Russet-mantled Foliage-gleanerHylocryptus rectirostris Fura-barreira Chestnut-capped Foliage-gleanerHerpsilochmus longirostris Chorozinho-de-bico-comprido Large-billed AntwrenMelanopareia torquata Tapaculo-de-colarinho Collared Crescent-chestScytalopus novacapitalis Tapaculo-de-brasília Brasília TapaculoScytalopus sp. Macuquinho Tapaculo 73Culicivora caudacuta Papa-moscas-do-campo Sharp-tailed Grass-tyrantPolystictus superciliaris Papa-moscas-de-costas-cinzentas Grey-backed Tachuri 73, 76Phylloscartes roquettei Cara-dourada Minas Gerais Tyrannulet 74Knipolegus franciscanus Maria-preta-do-nordeste Brazilian Black-tyrant 74Alectrurus tricolor Galito Cock-tailed Tyrant
Cerrado
492
Apêndice 3. (continuação) Espécies endêmicas e de distribuição restrita (Critérios A2 e A3)com ocorrência nos Estados do Domínio da Mata Atlântica
* EBA: Endemic Bird Area (Stattersfield et al. 1998).
Cerrado
Nome vulgar
Português InglêsNome científico EBA*
Gubernetes yetapa Tesoura-do-brejo Streamer-tailed TyrantAntilophia galeata Soldadinho Helmeted ManakinArremon franciscanus Tico-tico-do-são-francisco São Francisco SparrowPoospiza cinerea Capacetinho-do-oco-do-pau Cinereous Warbling-finchEmbernagra longicauda Rabo-mole-da-serra Pale-throated Pampa-finch 73Sporophila hypochroma Caboclinho-de-sobre-ferrugem Grey-and-chestnut SeedeaterCharitospiza eucosma Mineirinho Coal-crested FinchPasserina (=Porphyrospiza) caerulescens Campainha-azul Yellow-billed Blue FinchNeothraupis fasciata Cigarra-do-campo White-banded TanagerCypsnagra hirundinacea Bandoleta White-rumped TanagerCompsothraupis loricata Carretão Scarlet-throated TanagerBasileuterus hypoleucus Pula-pula-de-barriga-branca White-bellied WarblerBasileuterus leucophrys Pula-pula-de-sobrancelha White-striped WarblerCyanocorax cristatellus Gralha-do-campo Curl-crested Jay
Penelope jacucaca Jacucaca White-browed GuanAnodorhynchus leari Arara-azul-de-lear Lear’s Macaw 70Cyanopsitta spixii Ararinha-azul Spix’s Macaw 70Caprimulgus hirundinaceus Bacurauzinho-da-caatinga Pygmy Nightjar 70Nyctiprogne (=Chordeiles) vielliardi Bacurau-do-são-francisco Plain-tailed Nighthawk 70Phaethornis gounellei Rabo-branco-de-cauda-larga Broad-tipped HermitPicumnus fulvescens Pica-pau-anão-canela Tawny Piculet 70, 75Picumnus limae Pica-pau-anão-da-caatinga Ochraceous PiculetPicumnus pygmaeus Pica-pau-anão-pintado Spotted PiculetCeleus obrieni Pica-pau-do-parnaíba Caatinga WoodpeckerXiphocolaptes falcirostris Arapaçu-do-nordeste Moustached WoodcreeperGyalophylax hellmayri João-xique-xique Red-shouldered Spinetail 70Megaxenops parnaguae Bico-virado-da-caatinga Great XenopsPseudoseisura cristata Casaca-de-couro Rufous CacholoteSakesphorus cristatus Choca-do-nordeste Silvery-cheeked AntshrikeHerpsilochmus pectoralis Chorozinho-de-papo-preto Pectoral AntwrenHerpsilochmus sellowi Chorozinho-da-caatinga Caatinga AntwrenFormicivora iheringi Formigueiro-do-nordeste Narrow-billed Antwren 72Rhopornis ardesiacus Gravatazeiro Slender Antbird 72Hylopezus ochroleucus Torom-do-nordeste White-browed AntpittaAntilophia bokermanni Soldadinho-do-araripe Araripe ManakinStigmatura bahiae Alegrinho Wagtail-tyrantParoaria dominicana Cardeal-do-nordeste Red-cowled Cardinal
Larus atlanticus Gaivota-de-rabo-preto Olrog’s GullLimnornis curvirostris Junqueiro-de-bico-curvo Curve-billed ReedhaunterSpartonoica maluroides Boininha Bay-capped Wren-spinetailCranioleuca sulphurifera Arredio-de-papo-manchado Sulphur-bearded SpinetailSporophila cinnamomea Caboclinho-de-chapéu-cinzento Chestnut Seedeater 77Sporophila palustris Caboclinho-de-papo-branco Marsh Seedeater 77Sporophila zelichi Caboclinho-de-coleira-branca Entre Ríos Seedeater 77Sturnella defilippii Peito-vermelho-grande Pampas Meadowlark
Caatinga
Pampas
493
Apêndice 3. (continuação) Espécies endêmicas e de distribuição restrita (Critérios A2 e A3)com ocorrência nos Estados do Domínio da Mata Atlântica
* Conforme Stotz et al. (1996)** EBA: Endemic Bird Area (Stattersfield et al. 1998).1 Provavelmente extinta.2 Ocorre ocasionalmente na IBA Parque Nacional da Lagoa do Peixe (RS06).
Outros Biomas
Nome vulgar
Português InglêsNome científico EBA**
Xolmis coronatus Noivinha-coroada Black-crowned Monjita PatagôniaNeoxolmis rufiventris Gaúcho-chocolate Chocolate-vented Tyrant Patagônia 42Spiziapteryx circumcincta Falcãozinho-cinza Spot-winged Falconet ChacoAnodorhynchus glaucus1 Arara-azul-pequena Glaucous Macaw ChacoDrymornis bridgesii Arapaçu-platino Scimitar-billed Woodcreeper ChacoPoospiza melanoleuca Capacetinho Black-capped Warbling-finch ChacoPhoenicoparrus andinus2 Flamingo-grande-dos-andes Andean Flamingo Andes Centrais
Bioma*
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Lista dos Colaboradores para a Elaboração do DiretórioList of Collaborators for the Elaboration of the Accounts
Fábio OlmosPB02, PB03, PI02, PI04, RN01, RN02,RN03
Luis Fábio SilveiraBA13, BA15, BA17, BA19, BA20
Marcelo Cardoso de SouzaSE01, SE02
Pedro F. DeveleyBA01, BA02, BA03, BA05, BA07, BA10,BA12, BA16, BA18, BA24, BA25, BA30,BA31, PE13, PR06, PR07, PR08, PR10,PR11, PR12, PR13, PR14, PR15, PR16,SC01, SC05, SP/MG01, SP/MG02, SP02,SP03, SP04, SP05, SP06, SP07, SP08,SP09, SP10, SP11, SP12.
Priscila NapoliBA22
Rafael G. PimentelBA26, BA27, BA28, BA29, PR06, PR07,PR08, PR10, PR11, PR12, PR13, PR14,PR15, PR16
Sidnei S. SantosBA06, BA08, BA09, BA11
Sonia RodaPE07, PE08, PE09, PE10, PE14
Weber A. de G. SilvaCE01, CE02, CE03, CE/PE01
• O que é a Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil – SAVE Brasil?A Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil) é uma organização da sociedade civilsem fins lucrativos, que tem um foco especial na conservação das aves brasileiras. A SAVE Brasil faz parteda aliança global da BirdLife International e compartilha suas prioridades, políticas e programas deconservação, trocando informações, conhecimentos e experiências, para implementar os objetivos globaisda aliança no âmbito nacional, adequando-os às necessidades do cenário brasileiro. Seguindo os princípiosda BirdLife International, a SAVE Brasil atua de maneira participativa e elabora e implementa estratégias eações de conservação em conjunto com organizações locais e nacionais, órgãos governamentais, líderescomunitários, pesquisadores e demais instituições e membros da sociedade civil, visando sua capacitaçãoe fortalecimento institucional como forma de assegurar a continuidade das ações no longo prazo.
• Qual é o objetivo da SAVE Brasil? – MissãoA SAVE Brasil visa promover a conservação das aves, de seus hábitats e da biodiversidade em geral,trabalhando com as pessoas para o uso sustentável dos recursos naturais.
• Qual é o caminho da SAVE Brasil? – VisãoCom o enfoque nas aves, nas áreas onde elas ocorrem, e nos hábitats dos quais elas dependem, a SAVEBrasil trabalha para conservar os ambientes naturais e para melhorar a qualidade de vida das pessoas deum modo geral.
• O que é o Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica?O Museu de Ciências Naturais foi criado em 5 de novembro de 1955. Em 1972, tornou-se um dos órgãosoperacionais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, instituição pública vinculada à Secretaria deMeio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul.
• Qual é o objetivo da Fundação Zoobotânica e do Museu de Ciências Naturais? – MissãoA Fundação Zoobotânica tem por missão gerar e disponibilizar conhecimento sobre a biodiversidade do RioGrande do Sul e atuar em prol de sua conservação e utilização sustentável. Ao Museu de Ciências Naturaiscabe a responsabilidade de realizar estudos e pesquisas sobre a fauna, flora e ecossistemas naturais, mantercoleções científicas zoológicas, botânicas e paleontológicas de referência e colaborar com a preservação econservação da biodiversidade.
• Qual é a contribuição do Museu de Ciências Naturais?O Museu de Ciências Naturais (MCN) está entre as sete principais instituições de pesquisa do país, que emconjunto agregam metade de todo o acervo científico nacional. As suas coleções científicas, construídas aolongo de mais de meio século de pesquisas, constituem o maior acervo de material-testemunho dabiodiversidade do Rio Grande do Sul e perfazem hoje quase 400.000 registros, entre os quais estão cerca de1.850 exemplares-tipo. Além de executar pesquisas sobre os mais variados grupos da fauna e flora gaúchas,desde algas até vertebrados (atuais e fósseis), o MCN realiza inventários biológicos, diagnósticos ambientaise o biomonitoramento da qualidade ambiental, elabora planos de gestão de unidades de conservação esubsidia a conservação e o manejo de recursos naturais em diversas escalas geográficas, além de possuirdestacada atuação no campo da educação ambiental. O MCN edita dois periódicos científicos, IheringiaSérie Zoologia e Iheringia Série Botânica, que publicam artigos elaborados pelos pesquisadores da própriainstituição e de outras instituições nacionais e do exterior. A partir de 2002, a Iheringia Série Zoologia passoua integrar o sistema Sciello/FAPESP de publicações on-line, sendo a primeira revista científica do Brasil naárea de Zoologia a aderir a esta iniciativa.
M U S E UD E C I Ê N C I A S
N A T U R A I SF u n d a ç ã o Z o o b o t â n i c a - R S - B r a s i l
Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil – SAVE BrasilRua Fernão Dias, 219, Conjunto 2, Pinheiros, 05427-010, São Paulo, SP, Brasil - Tel: 55 11 38152862; Fax: 55 11 38150343
Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do SulRua Dr. Salvador França, 1427, Jardim Botânico, 90.690-000, Porto Alegre, RS, Brasil - Tel: 55 51 33202033; [email protected]
www.savebrasil.org.brFotos 4ª capa (da esquerda para a direita): Pyrrhura griseipectus (C. Albano), Asthenes luizae (E. Endrigo) e Limnornis curvirostris (A.Becker).
• 163 IBAs identificadas no domínio da Mata Atlântica, incluindo áreas de Cerrado, Caatinga e Pampas
• Informações sobre localização, mapas, tamanho, espécies ameaçadas e status atual de proteção de todas as áreas
• 98 espécies ameaçadas localizadas nas áreas identificadas, representando 83% do total existente no Brasil
• O mais completo estudo sobre as aves ameaçadas da Mata Atlântica
• Uma ferramenta prática para a formulação de estratégias de conservação
O Programa de Áreas Importantes para a Conservação das Aves (Important Bird Areas – IBAs) visa a identificação, o monitoramento e a proteção de uma rede de áreas para a conservação das aves e da biodiversidade em geral.
Os critérios para a seleção das IBAs são universais e, portanto, as IBAs são prioridades globais para a conservação. As IBAs são áreas que possuem uma ou mais das seguintes características:
• Possuem populações viáveis de uma ou mais espécies globalmente em perigo de extinção
• Fazem parte de uma rede de áreas que, juntas, englobam um grupo de espécies de distribuição restritas ou endêmicas
• Possuem grandes concentrações de espécies migratórias ou congregantes
Áreas Importantes para a Conservação das Aves no Brasil
ISBN 85-9980801-X