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ATA DA XLVII REUNIÃO ORDINÁRIA DO FÓRUM INTERINSTITUCIONAL DE DEFESA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO EM PERNAMBUCO Aos vinte e um dias do mês de setembro do ano de dois mil e onze às 09h, na sede da CPRH em Recife-PE, estavam presentes as seguintes Instituições: CPRH, MPPE-CAOPMA, MPPE-13ª PSMA, FUNDAJ, DNOCS, CODEVASF, 1ª CIPOMA, FUNDARPE, EMBRAPA, APEVISA, SUDENE, IPHAN, MGO – Consultorias, representadas pelos signatários desta ata, se reuniram com o objetivo previamente definido e antecipadamente agendado em reunião de agosto/2011 para discutir a seguinte pauta: 1. Abertura. 2. Palestra: “Impactos da Energia Nuclear no Nordeste” – Heitor Scalambrini Costa (Professor da Universidade Federal de Pernambuco); 3. Leitura e aprovação da Ata da reunião anterior (17.08); 4. Informes Gerais; 5. Aprovação do Novo Regimento Interno; 6. Definição do local da reunião do mês de outubro/2011; 7. Encerramento. Iniciando os trabalhos, o Presidente do Fórum, Marcelo Teixeira (Codevasf), deu boas vindas aos presentes e agradeceu à CPRH por sediar a XLVII REUNIÃO ORDINÁRIA DO FÓRUM INTERINSTITUCIONAL DE DEFESA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO EM PERNAMBUCO. A seguir foi feita a entrega de um exemplar do Livro Patrimônio da Bacia do São Francisco ao Presidente do Fórum pela FUNDARPE. Feito isso, como segundo ponto de pauta, foi realizada a apresentação do Professor Heitor Scalambrini Costa (Professor da Universidade Federal de Pernambuco), que ministrou a Palestra: “Impactos da Energia Nuclear no Nordeste”. O Palestrante iniciou sua fala destacando a importância da energia nuclear para diversos usos, como sendo, construção, medicina, alimentos, energia elétrica, etc., e fez um resumo da situação no mundo enfatizando a existência de 443 reatores instalados em 29 países, assim distribuídos: 104 nos Estados Unidos, 58 na França que é responsável por 76% do suprimento de energia elétrica daquele país e 54 no Japão. Informa o palestrante que, 15% da geração de energia no mundo é proveniente de usinas nucleares acrescentando que 65 novas usinas nucleares estavam planejadas para instalação, antes do acidente de Fukushima no Japão, tendo este fato motivado o arrefecimento de implantação dos projetos. Informa ainda que, 3 ou 4 fabricantes no mundo detém a tecnologia de fabricação. No caso do Brasil, destaca o professor, a 1

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Ata da XLVII Reunião Ordinária do Fórum BHSF

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ATA DA XLVII REUNIÃO ORDINÁRIA DO FÓRUM INTERINSTITUCIONAL DE DEFESA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO EM PERNAMBUCO

Aos vinte e um dias do mês de setembro do ano de dois mil e onze às 09h, na sede da CPRH em Recife-PE, estavam presentes as seguintes Instituições: CPRH, MPPE-CAOPMA, MPPE-13ª PSMA, FUNDAJ, DNOCS, CODEVASF, 1ª CIPOMA, FUNDARPE, EMBRAPA, APEVISA, SUDENE, IPHAN, MGO – Consultorias, representadas pelos signatários desta ata, se reuniram com o objetivo previamente definido e antecipadamente agendado em reunião de agosto/2011 para discutir a seguinte pauta:

1. Abertura. 2. Palestra: “Impactos da Energia Nuclear no Nordeste” – Heitor Scalambrini Costa (Professor da Universidade Federal de Pernambuco); 3. Leitura e aprovação da Ata da reunião anterior (17.08); 4. Informes Gerais; 5. Aprovação do Novo Regimento Interno; 6. Definição do local da reunião do mês de outubro/2011; 7. Encerramento.

Iniciando os trabalhos, o Presidente do Fórum, Marcelo Teixeira (Codevasf), deu boas vindas aos presentes e agradeceu à CPRH por sediar a XLVII REUNIÃO ORDINÁRIA DO FÓRUM INTERINSTITUCIONAL DE DEFESA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO EM PERNAMBUCO. A seguir foi feita a entrega de um exemplar do Livro Patrimônio da Bacia do São Francisco ao Presidente do Fórum pela FUNDARPE. Feito isso, como segundo ponto de pauta, foi realizada a apresentação do Professor Heitor Scalambrini Costa (Professor da Universidade Federal de Pernambuco), que ministrou a Palestra: “Impactos da Energia Nuclear no Nordeste”. O Palestrante iniciou sua fala destacando a importância da energia nuclear para diversos usos, como sendo, construção, medicina, alimentos, energia elétrica, etc., e fez um resumo da situação no mundo enfatizando a existência de 443 reatores instalados em 29 países, assim distribuídos: 104 nos Estados Unidos, 58 na França que é responsável por 76% do suprimento de energia elétrica daquele país e 54 no Japão. Informa o palestrante que, 15% da geração de energia no mundo é proveniente de usinas nucleares acrescentando que 65 novas usinas nucleares estavam planejadas para instalação, antes do acidente de Fukushima no Japão, tendo este fato motivado o arrefecimento de implantação dos projetos. Informa ainda que, 3 ou 4 fabricantes no mundo detém a tecnologia de fabricação. No caso do Brasil, destaca o professor, a energia nuclear é responsável por apenas 2% da geração de energia no país e que a definição da instalação das nossas 3 usinas em Angra dos Reis, se deu pela sua localização estratégica (disponibilidade de água, condição para evacuação e proximidade de grandes centros urbanos) quando temos instaladas ou em fase de instalação as Usinas de Angra 1, de 1985 com capacidade de geração de 657MW, Angra -2 , de 2000 que gera 1350MW e Angra - 3 , 2015 com capacidade de 1350MW, onde o programa nuclear tem o objetivo de atender interesses políticos/ militares, empresariais, meio científico, sendo a produção de energia um objetivo secundário, embora utilizado para justificar esses diversos interesses. Dando prosseguimento a palestra, tratou de informações técnicas, esclarecendo que: não existem estudos definitivos dos impactos sobre a água quente liberada pelo sistema no meio ambiente; diferença entre fissão e fusão nuclear; ciclo do combustível nuclear desde a mineração (urânio na natureza 99,7% não é fóssil e 0,3%), enriquecimento – conversão e reconversão, fabricação do elemento combustível; e, lixo atômico. Sobre este tópico foi destacado a quantidade de lixo produzido (roupas, ferramentas, materiais gerados no interior do reator) que levam cerca de 230 milhões de anos para se degradar. Chama atenção o palestrante para o plutônio, elemento fabricado no interior do reator que não existe na natureza e sobre desenvolvimentos de tecnologias que poderão reduzir o tempo de degradação do lixo gerado, para até 300 anos, embora não exista nenhum local e nenhuma tecnologia barata que garanta a segurança do

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lixo. Em continuação a palestra o Professor Scalambrini destaca que no Brasil existe a controvérsia de que não há necessidade desse tipo de energia em que pese o seu planejamento energético, que inclui a construção de usinas e termoelétricas, sem, contudo incentivar a melhoria da eficiência per capita. Informa que o maior consumidor no Brasil (42%) é a indústria, principalmente as de alumínio e metalúrgica onde apenas 5 empresas consomem 65% deste total. Destaca ainda sobre esse tema que no Brasil temos o Programa PROCEL, onde os recursos aplicados e metas atingidas são pífias e que as projeções são superestimadas, com destaque para 1987 a 2005 o consumo efetivo previsto foi 54% menor que o projetado e de 1999 a 2005 foi superestimada em 14% maior. As outras formas de energia limpa e alternativa como a eólica é menos de 1% da potência instalada no país, destacando o menor custo se comparada a outros tipos de R$ 100,00/MW/h, hidroelétrica R$104,00MW/H e nuclear e termoelétrica com R$130,00/MW/h. Informa também a existência de projeto para construção de 4 usinas até 2030 sendo 02 no Nordeste, Projeto de Lei nº 630/2003 tramitando no Congresso Nacional. Destaca ainda que no Brasil a política de energia seja decidida por apenas 8 pessoas no Conselho Nacional de Energia. Como outras desvantagens deste tipo de geração de energia o palestrante evidencia o alto custo de implantação (R$10 bilhões iniciais), vida útil de no máximo 30 a 40 anos, não ser competitiva sem subsídio, alto custo com a deposição do lixo, alto custo com segurança e pesquisa e não é energia limpa, onde no processo de fabricação do elemento radioativo, desde a mineração, emite gases do efeito estufa, e oferece, segundo a OIT e PNUMA, a geração de menos empregos que a energia solar além do custo com geração de energia que será mais alto após o acidente de Fukushima. Em seguida o palestrante discorre sobre o relatório de 2006 do Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável que o Brasil está longe de ter estrutura para garantir a segurança das atividades e instalações nucleares uma vez que temos uma única instituição pública, o CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear, que é ao mesmo tempo o requerente, o operador, o prestador de serviço, o que emite a licença e o fiscal de todo o processo. No caso de Pernambuco, onde existe o projeto de instalação em Itacuruba, entende que o estado é socialmente complicado, que acidentes poderão ceifar milhares de vidas, além do dano a natureza com destaque ao rio São Francisco e ao Raso da Catarina e, dentro de sua ótica, não trará desenvolvimento social haja vista, que a mão de obra requisitada é especializada não tendo impacto, portanto, quanto à geração de emprego na região. O Professor Scalambrini conclui sua palestra dizendo que não existe fonte de energia que não impacte o homem e o meio ambiente, mas destaca o uso da energia solar nas residências e das cidades solares. Finalizando, disponibilizou seu endereço eletrônico [email protected] e [email protected] para contatos e consultas. Em prosseguimento a reunião do Fórum foi feita a leitura da ata da última reunião, tendo sido feitos ajustes de redação ficando para ser assinada na próxima reunião. Em seguida, como quarto ponto de pauta, foi feitos os informes gerais: 1- Marta Hazin (IPHAN) informa que o MMA irá desenvolver no próximo mês de outubro, atividades de mobilização para a revitalização, comemorativas do São Francisco , quando poderia ser apresentado uma carta de apresentação do Fórum com as suas propostas para a área, ficando a Codevasf como a instituição representativa do Fórum no evento; 2- João Suassuna (Fundaj) informa que participou de programa de TV (canal 22) que tratou sobre as ações do rio São Francisco juntamente com o representante da OAB Antônio Beltrão; 3- Augusto Paashaus (Fundarpe) propõe convidar representante da OAB para compor o Fórum; 4- Marcelo Teixeira (Codevasf) informa sobre a realização do XIV Congresso Mundial da Água que será realizado em Porto de Galinhas -PE no período de 25 a 29/09/2011. 5º ponto de pauta foi a definição da próxima reunião do Fórum no dia 19/10/2011 (quarta-feira) na Fundaj, a partir das 08:30hs e a do mês de novembro com data definida para o período de 08 a 10/11/2011 no município de Itacuruba (PE), ficando do CAOPMA entrar em contato com a Promotoria de Justiça para a logística, quando será cumprida a seguinte programação: 1º dia - viagem e visita a área, 2º dia - oficina com a participação da população e representantes, e , a noite reunião do Fórum, 3º dia - retorno. Foi sugerido o contato com o CNEN para a participação durante a visita e apresentação do projeto de instalação da usina nuclear em Itacuruba. Não havendo

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mais tempo para o desenvolvimento das atividades previstas na pauta, o regimento interno ficou para ser discutido na próxima reunião que terá a seguinte pauta: Assinatura da ata da reunião 17/08/2011; Leitura, aprovação e assinatura desta ata; Informes gerais; Preparação da viagem a Itacuruba; e, Regimento Interno. Encerrando a reunião faz-se o registro da participação pela primeira vez no Fórum BHSF, da Apevisa – Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária, através de seus representantes, José Pereira de Souza e Elias Pereira da Silva. Sem mais nada a tratar foi encerrada a presente reunião, sendo redigida esta ata e por todos os presentes assinada.

Marcelo Luiz C. TeixeiraCODEVASF

Geraldo MargelaPromotor de Justiça da 13ª PJ Capital

João SuassunaFUNDAJ

Erica MeloCIPOMA

Márcia Maria Vieira HazinIPHAN

Marcio Roberto Uchôa BorgesCODEVASF

Ulisses P. MeloFUNDARPE

Augusto E. NetoFUNDARPE

Kátia Távora MaiaDNOCS

André Silvani CarneiroMPPE-CAOPMA

João Francisco S. de MoraesCPRH

Ademar Barros da SilvaEMBRAPA SOLOS

José Pereira de SouzaAPEVISA

Elias Pereira da SilvaAPEVISA

Victor UchôaSUDENE

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