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FILOSOFIA Aula 4 Clássicos gregos III Prof. Ms. Elizeu N. Silva

Aula 04 filosofia clássicos gregos - iii

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FILOSOFIAAula 4 – Clássicos gregos III

Prof. Ms. Elizeu N. Silva

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ARISTÓTELES

Viveu entre 384 a.C. e 322 a.C.

em Estagira, na Macedônia, filho

do médico Nicômaco – que era

amigo pessoal do rei macedônico

Amintas III, que viria a ser o avô

de Alexandre Magno, o grande

imperador responsável pelo

domínio sobre a Grécia e a Pérsia.

A amizade das famílias fez que Aristóteles fosse escolhido como

preceptor do grande Alexandre Magno entre 343 a.C. e 340 a.C.

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Tendo sido aluno de Platão na Academia, Aristóteles funda a sua

própria escola, o Liceu, nos arredores de Atenas.

O Liceu é antes de tudo um centro de estudo das ciências

naturais.

Havia dois tipos de cursos:

• Esotéricos: direcionado ao público mais avançado e restrito,

tratava da lógica, da física e da metafísica, com aulas no

período da manhã.

• Exotéricos: direcionado a um público amplo, com aulas no

período da tarde, discutia temas relacionados à retórica, à

política e literatura.

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A história da Filosofia atribui a Aristóteles a inauguração de uma

nova era no desenvolvimento do conhecimento, chamado

Período Sistemático.

Aristóteles produz uma verdadeira enciclopédia de todo o saber

produzido até à sua época pelos gregos, em todos os ramos do

pensamento e da prática. Para ele, a Filosofia era nada menos

que esse conjunto de saberes.

Não se trata, portanto, de um saber específico, mas uma forma

de conhecer todas as coisas.

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Além de ser o conhecimento da totalidade dos conhecimentos e

das práticas humanas, a Filosofia (em Aristóteles) estabelece

uma diferença entre esses conhecimentos, distribuindo-os numa

escala que vai dos mais simples aos mais complexos e

superiores.

Cada sabe, portanto, possui um objeto específico,

procedimentos específicos, formas próprias de demonstração e

prova. Cada campo de conhecimento é uma ciência – ou, para

os gregos, epistéme.

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Aristóteles afirma que antes de os campos científicos se

constituírem, antes de desenvolverem procedimentos próprios, é

necessário antes conhecer (e respeitar) os princípios gerais que

governam o pensamento – independentemente do conteúdo que

possa vir a ser pensado.

Ele dá o nome de analítica ao estudo dos princípios e das

formas do pensamento, independentemente do conteúdo. Na

Idade Média, a analítica passou a ser chamada de lógica.

A lógica não é uma ciência, mas um instrumento da ciência.

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Classificação aristotélica dos campos do saber:

• Ciências produtivas: estudam as práticas produtivas ou a

técnicas nela envolvidas. Concentra-se nas ações humanas

cuja finalidade ultrapassa a ação em si, objetivando um objeto

ou uma obra.

• Arquitetura (objetiva a edificação de algo);

• Economia (objetiva a produção agrícola, o artesanato, o

comércio, isto é, produções que visam a sobrevivência e

o acúmulo de riqueza);

• Medicina (objetiva a saúde e a cura das doenças);

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• Pintura, escultura, poesia, teatro;

• Oratória;

• Arte da guerra;

• Arte da caça;

• Arte da navegãção.

São objeto das ciências produtivas todas as atividades

humanas, técnicas ou artísticas, que resultam num produto

ou numa obra distintos do produtor.

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• Ciências práticas: estudam as práticas humanas que têm

nelas mesmas seu próprio fim – ou seja, que não têm por

finalidade um produto separado do agente.

Não resultam em obra distinta do agente.

• Ética, cuja ação é realizada pela vontade guiada pela

razão e tendo o bem do indivíduo como finalidade. Este

bem é alcançado pela prática voluntária das virtudes

morais.

• Política, resultante de uma ação racional e voluntária,

tendo como fim o bem da comunidade ou o bem comum.

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• Ciências teoréticas ou contemplativas: estudam as coisas cuja

existência independe dos homens e de suas ações. Não

sendo obra humana, podem ser por estes apenas

contempladas. Na concepção aristotélica, são as verdadeiras

theorias >> que significa contemplação da verdade.

O que existe por si mesmo, independentemente do homem?

São as coisas da natureza e as coisas divinas.

Aristóteles as classifica por ordem de importância, iniciando

na menos importante para a importância mais elevada.

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I. Ciência das coisas naturais submetidas à mudança

(devir):

a. Física;

b. Biologia;

c. Meteorologia;

d. Psicologia (os gregos consideravam a alma,

psyché, como um ser natural e existente sob formas

variadas em todos os seres vivos > homens,

plantas, animais);

II. Ciências das coisas naturais não submetidas à mudança

(devir):

a. Matemática;

b. Astronomia (os gregos consideravam os astros

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III. Ciência da realidade pura: Não é natural mutável, nem

natural imutável, nem resulta da ação ou da fabricação

humana. Trata-se da essência ou substância de tudo

que existe, em toda e qualquer realidade – seja natural,

matemática, ética, política ou técnica.

Aristóteles a chama de Filosofia Primeira.

Nos séculos seguintes, desenvolveu-se uma tradição

entre os bibliotecários de colocar os livros de Filosofia

Primeira logo após os livros de Física. Desta forma,

eles passaram a ser conhecidos como livros de

Metafísica, pois para os gregos meta é o que está além,

o que vem depois.

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IV. Ciência das coisas divinas: São a causa e a finalidade

de tudo o que existe na natureza e no homem. A palavra

grega para Deus é théos e as coisas divinas são

chamadas theion. Por isso, a última ciência aristotélica

recebe o nome de teologia.

Para Aristóteles, a Filosofia tem na Metafísica e na Teologia seus

pontos mais altos.

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A classificação aristotélica permaneceu válida como indicação do

campo de investigação filosófica até o século XIX, quando o

desenvolvimento das ciências particulares propiciou que se

separassem do tronco geral da Filosofia.

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A partir da classificação aristotélica, pode-se delimitar os três

campos de investigação da Filosofia:

1. Conhecimento do ser: realidade fundamental e primordial de

todas as coisas, a essência de toda realidade. Este é o

campo da Ontologia, que abriga a Metafísica e a Teologia.

2. Conhecimento das ações humanas ou dos valores e das

finalidades da ação humana:

a. Ações que têm por finalidade a própria ação: Ética e

Política;

b. Ações que têm por finalidade um produto ou obra: as

técnicas e as artes e seus valores.

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3. Conhecimento da capacidade humana de conhecer:

Conhecimento do próprio pensamento em exercício.

a. Lógica: contém as leis gerais do pensamento;

b. Teoria do conhecimento: procedimentos pelos quais se

pode obter o conhecimento;

c. Ciências diversas;

d. Teoria das ciências (epistemologia): estuda e avalia os

procedimentos empregados pelas diferentes ciências na

busca pelo conhecimento.

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Fontes bibliográficas:

ABRÃO, Bernadette Siqueira. A história da filosofia. São

Paulo, Ed. Nova Fronteira, 2004

CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo, 13ª edição,

Ed. Ática, 2005

GHIRALDELLI JR., Paulo. Introdução à filosofia. Barueri, Ed.

Manole, 2003