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Aula 1 narrativa jurídica (1)

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Propriedade da língua como sistema, como “totalmente sistemática, cujas partes estão em coerência” (GUILLAUME, 1992, p.4).

Nas práticas discursivas tem mais a ver com uma análise do discurso atenta ao gênero do discurso, ao objetivo do texto, aos saberes recíprocos dos co-enunciadores no contexto de uma dada interação.

Situada entre o cruzamento da linguística textual e da análise do discurso.

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O conjunto dos meios lingüísticos que asseguram as ligações intra e interfrásticas, que permitem a um enunciado oral ou escrito aparecer como um texto (CHARAUDEAU; MAINGUENEAU, 2004)

União íntma das partes de um todo. Harmonia, concordância, união. Conexão, nexo, coerência. HOLANDA, 1998, p.426.

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Termo Geral

Termo Específico

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Narrativos

Ações que se sucedem temporalmente.

Descritivos

Retrata pessoas, coisas ou ambientes.

Dissertativos

Lida com pressupostos, argumentos, dados, opiniões. Têm por objetivo defender uma ideia ou questionar determinado assunto.

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O que é linguagem?

A linguagem é algo eminentemente social.O homem precisa para viver e

comunicar-se com seus semelhantes.

Pode ser VERBAL e NÃO VERBAL .

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O que é língua?

É o tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por meio

do qual as pessoas se comunicam e interagem entre si.

A língua representa a parte social da linguagem, é exterior ao indivíduo.

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O que é Fala?

Ao contrário da língua, a fala é um ato intencional, em nível individual, de

vontade e de inteligência.

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O texto é um todo articulado,

onde o valor de cada elemento

depende não apenas de sua

natureza ou de sua forma

própria, mas também de seu

lugar e de suas relações com o

conjunto.

TEXTO designa um enunciado

qualquer, oral ou escrito.

Concretiza-se numa

cadeia sintagmática

de extensão variável.

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No plano semiótico, de sentido

multidimensional, texto ou

discurso é sinônimo de

processo que engloba as

relações sintagmáticas de

qualquer natureza de signos.

De um lado, sistema concluído,

conjunto hierarquizado de

configurações estruturais

internas.

De outro lado, objeto aberto,

plural, dialongante, ligado ao

contexto extraverbal.

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FOGO!

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O que é Comunicação Jurídica?

A busca pela interação social é considerada uma compulsão natural do ser humano.

A comunicação é o meio para esta interação.A comunicação é a troca de mensagens entre duas

ou mais pessoas ou grupos.

“(...) Porque o homem é um ser essencialmente político, a comunicação só pode ser um ato político, uma prática social

básica. Nesta prática social é que se assentam as raízes do Direito, conjunto de normas reguladoras da vida social”

(DAMIÃO e HENRIQUES, 2004, p.19)

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Todas as peças processuais organizam-se em uma estrutura textual composta por:

Narração dos fatos; importantes do conflito analisado;

Fundamentação de uma tese;

Aplicação da norma.

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2º. Período – Teoria e Prática da Narrativa Jurídica;

3°. Período – Teoria e Prática da Argumentação Jurídica;

4°. Período – Teoria e Prática da Redação Jurídica.

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As disciplinas juntas buscam acumular repertório necessário à:Organização das idéias;

Seleção e combinação de informações;

Redação de textos jurídicos;

Produção convincente dos argumentos;

Identificação das características estruturais de cada peça;

Redação em conformidade com a norma culta da língua.

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A boa redação deve necessariamente respeitar a verdade.

Quando se trata de textos jurídicos, é imposição legal que os fatos devem ser expostos em juízo conforme a verdade; não podem ser formuladas pretensões, nem alegada defesa, destituídas de fundamento (artigo 14 do Código de Processo Civil); a lei pune o litigante de má-fé, ou seja, aquele que alterar a verdade dos fatos (art. 17, II do mesmo Código).

Então, o primeiro dever do bom redator é procurar alcançar a verdade naquilo que escreve, evitando todo desvio de argumentação, sofismas ou imprecisões, que

esvaziam o bom texto.

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O segundo princípio da boa redação é a clareza. Expressar o pensamento sem obscuridade é uma arte, que exige muito exercício, até que o redator

se acostume a escrever de forma simples, com frases curtas e objetivas, de fácil compreensão

para o leitor.

A apresentação gráfica do texto é fundamental para a clareza.

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Uma boa redação deve ser coerente. A palavra “coerência” indica a conexão ou nexo entre os fatos.

Ou seja: é necessário ter um discurso lógico, se possível calcado no modelo do silogismo, pelo qual, postas duas

premissas, segue-se uma conclusão. Vale lembrar que o Código de Processo Civil considera inepta a petição inicial, entre outras hipóteses, quando

“da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão”, ou quando “contiver pedidos incompatíveis entre si” (incisos II e IV do parágrafo único, do art. 295).

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Daí a responsabilidade do advogado ao redigir a inicial, sem dúvida a peça mais importante do processo. E a

própria escolha do tipo de ação a ser ajuizada é tarefa das mais árduas, que exige o máximo de cuidados

técnicos, bom senso e diligência.

O mesmo ocorre com o juiz, que deverá observar os requisitos essenciais da sentença (art. 458 do CPC), o que às vezes envolve questões muito complexas, nas quais a

lógica e a clareza da expressão disputam, ao lado da verdade, a primazia da boa redação.

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A palavra CONCISÃO indica o ato de cortar, de partir em pedaços; conciso significa

cortado, curto, limitado.

Escrever de forma concisa quer dizer ser objetivo, direto, não repetir idéias ou

palavras, não alongar o texto desnecessariamente.

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O jurista Moniz de Aragão (Revista da AMB, n. 8, 2000, p. 58) apontou o defeito da falta

de objetividade:

"A leitura de peças forenses é desanimadora. Escritas em linguagem que

beira o ridículo pelo palavreado, falta-lhes a limpidez necessária a esclarecer as

questões submetidas a julgamento"

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A correção constitui o quinto princípio da boa redação. É preciso escrever em linguagem correta, que observe as regras gramaticais básicas; caso contrário, o leitor,

se tiver razoável conhecimento do idioma, logo perceberá a insegurança do redator e não confiará no texto que está lendo. Se o leitor não confia em quem

escreve, fica incompleta a comunicação emissor-receptor e ambos perdem tempo.

A experiência indica que primeiro se deve escrever, Compor um texto, em torno do qual se irá trabalhar.

Daí vem a segunda etapa: ler o que está escrito e começar a corrigir.

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A precisão indica a idéia da redação planejada e incisiva. No texto, é

empregada com o sentido de exatidão, rigor sóbrio de linguagem.

Em primeiro lugar, é necessário planejar o texto a ser escrito: breve resumo, um

esquema, anotações, um rascunho, há de seguir um roteiro, pelo qual se definirão as

dimensões do trabalho.

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Em segundo lugar, a precisão importa no uso de substantivos e verbos, em

lugar de adjetivos, advérbios e outras expressões vagas e vazias.

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Não se devem usar expressões como:

•“um grave acidente aéreo, no qual Morreram todos os ocupantes do avião” (todo acidente aéreo é grave); •“um incêndio pavoroso destruiu totalmente a favela” (o fato em si dispensa o comentário “pavoroso”; o advérbio “totalmente” é dispensável, pois “destruiu a favela” já indica sua destruição total);

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“E não há mal em repetir palavras de uso específico (ex. hipoteca, penhora,

usucapião), como aliás determina a lei: “expressar a idéia, quando repetida no texto,

por meio das mesmas palavras, evitando o emprego de sinonímia com propósito

meramente estilístico”(Lei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de 1998) (ver “Redação de atos normativos”,

neste volume).

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A palavra “simples” indica exatamente o que é natural, não artificial, não composto.Escrever com simplicidade é uma das coisas mais difíceis que existem, pois a tendência

natural dos que se consideram eruditos parece levá-los a complicar um pouco o

texto, usar palavras difíceis, citações excessivas, como se isso significasse

valorizar o que escrevem.

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Então, um dos segredos da boa redação está resumido na sábia lição de Paul

Valery, citado na epígrafe:

“Entre duas palavras, escolha sempre a mais simples; entre duas palavras

simples, escolha a mais curta”.

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Conhecer é SABER.

Através do aprendizado formal, da leitura e da pesquisa sobre determinado assunto.

Não existe técnica que supere por si só a falta do conhecimento.

A falta de conhecimento traz a VULNERABILIDADE.Na redação, é indispensável conhecer o tema sobre

o qual vamos escrever.

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A boa redação é elegante. Escrever com elegância significa escrever com

escolha, com gosto, com distinção.A linguagem elegante é elevada, trata os temas com dignidade, usa palavras selecionadas. Na

redação jurídica, acadêmica ou formal, não se deve empregar gíria, gracejos, modismos; nesses casos,

é preciso que o texto obedeça aos rigores da linguagem culta, sem exagero de preciosismos, mas sem o abuso da vulgaridade e do popular.

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Escrever é criar: criar é um ato de amor.

O bom estudante é sempre um estudioso; o bom profissional (advogado, magistrado, professor),

dedica-se à leitura, à pesquisa e ao esforço de renovação de idéias e conceitos, o que se reflete na redação de textos, nos quais se descortinam novos

pedaços de infinito.

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Unidade I – Estrutura das peças processuais

A contribuição das disciplinas de Português Jurídico

Teoria Tridimensional do Direito, gênero e tipologia textuais

Macroestrutura da petição inicial, da contestação, da sentença, do parecer e do acórdão

Características linguísticas das peças processuais e questões gerais de norma culta jurídico aplicadas ao português

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Unidade 2 – Tipos de narrativa jurídica

Narrativa jurídica simples

Narrativa jurídica valorada

Características da narrativa da acusação

Características da narrativa de defesa

Modalização

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Unidade 3 – Características da narrativa jurídica

Polifonia e intertextualidade

Seleção dos fatos juridicamente importantes e dos demais fatos esclarecedores

Organização dos fatos a serem narrados

Uso da pessoa e do tempo verbais

Paragrafação

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Unidade 4 – Narrativa a serviço da argumentação

Função argumentativa da narração

Relação fato – Argumento

Fundamentação simples: argumentos pró-tese, autoridade e oposição concessiva

Introdução ao texto jurídico argumentativo