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Aula 2 Educação Corporativa e Gestão do Conhecimento Cibercultura: informação e conhecimento Prof. Carlos Luiz Alves

Aula 2 cibercultura: informação e conhecimento

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Aula 2Educação Corporativa e

Gestão do ConhecimentoCibercultura: informação e conhecimento

Prof. Carlos Luiz Alves

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Aula 2

Disciplina: Educação Corporativa e Gestão do Conhecimento

Professor: Carlos Luiz Alves

Tema: Cibercultura, informação e conhecimento

Ementa: Atualmente ninguém pode ignorar que alterações profundas estão ocorrendo na sociedade, em função dos efeitos da globalização, do advento das novas tecnologias da informação e do conhecimento. Entender como a informação e o conhecimento estão sendo produzidos e geridos, pode ser um diferencial às empresas que almejam mais do que um lugar ao sol. Pode significar sua própria sobrevivência.

Objetivos:

- Conceituar Cibercultura

- Diferenciar informação de conhecimento

- Teoria da Criação do Conhecimento

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Introdução

Em um mundo em constante mudança saber apropriar-se de informações e conhecimentos se torna uma habilidade muito importante, tanto para as pessoas, quanto para às organizações.

Mas afinal, informação e conhecimento são as mesmas coisas? Quando falo de informação estou me referindo também a conhecimento?

Questões como essas serão discutidas nesta aula, mas antes de adentrarmos nesses tópicos é importante que entendamos alguns conceitos vinculados a essa Sociedade da Informação e do Conhecimento, que consideramos de suma importância, trata-se da cibercultura.

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Mas afinal o que é cibercultura?

Termo cunhado por Pierre Lévi na década de 1970, cibercultura é um movimento que oferece novas formas de comunicação, principalmente entre os jovens, uma revolução semelhante ao do Rock e de outras mídias, como a do cinema, que alteraram profundamente a nossa maneira de ser e de estar no mundo. Para ele, essas novas tecnologias não são boas ou ruins, fato que só dependerá apenas pela maneira como a utilizamos, pois há inúmeras possibilidades, que apenas começaram recentemente a serem exploradas.

Embora seja uma cultura relacionada ao uso de novas tecnologias da informação, Lévy traz uma importante reflexão no modo como esta cultura tecnológica está sendo negociada, separando a humanidade em duas: aquela que tem acesso ao conhecimento e aquela que estará excluída por falta de acesso ao mesmo conhecimento. Fato que favorece apenas alguns poucos privilegiados, que ganham ou fazem fortunas, concentrando mais poder.

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Lévy sugere a formação de uma rede mais voltada ao mercado do que propriamente à cultura, algo diferente do que ocorreu com a música e o cinema, que aumentou o fosso existente entre ricos e pobres.

Por fim Lévy é otimista, a mesma rede, que causa exclusão, poderá ser aquela que dará voz aos que não a têm. Por meio desse ambiente tecnológico, qualquer pessoa pode produzir dados, informações e compartilhar conhecimentos, eis a mágica deste importante movimento que modificará para sempre o modo como construímos e distribuímos conhecimentos.

Enfim, a cibercultura é uma rede interativa de possibilidades que podem agrupar inúmeras culturas e que, por esta razão, devem ser exploradas.

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Dados, informações e conhecimentos: conceitos

Segundo Angeloni (2008) os dados referem-se a elementos descritivos de um evento e são desprovidos de qualquer tratamento lógico ou contextualização. Eles comunicam um estado da realidade pura e têm base factual. Em outras palavras, dados são as observações da realidade que captamos.

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Informações, cuja raiz etimológica é a palavra latina informatio, que significa dar forma, moldar, corresponde a uma representação mental do mundo empírico. Segundo Angeloni (2008), a construção de uma informação envolve atividades de coleta, classificação e aglutinação de dados, diferente destes, a informação não possui sentido imanente (próprio) é, enfim, um produto de relações sistemáticas entre os dados (fatos).

A informação está inserida em uma rede de relações sistemáticas entre fatos. A informação está inserida em uma rede de relações que lhe confere sentido e, portanto, utilidade. Em outras palavras, a informação pode ser entendida como um conjunto de dados selecionados e agrupados segundo um critério lógico para a consecução de um determinado objetivo. (ANGELONI, 2008, p.1)

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Por fim, conhecimento significa compreender dimensões de uma realidade de forma ampla e integral. Conhecimento não é acúmulo de informações, mas um agrupamento empírico e lógico delas, a partir de um sistema crítico de valores. Em outras palavras, conhecimento é o ato ou efeito de abstrair uma ideia a partir de um conjunto de informações.

A gestão do conhecimento organizacional é um conjunto de processos que governa a aquisição, a criação, o compartilhamento, o armazenamento e a utilização de conhecimentos no âmbito das organizações. Uma organização do conhecimento é aquela em que o repertório de saberes individuais e dos socialmente compartilhados pelo grupo é tratado como um ativo valioso, capaz de entender e vencer as contingências ambientais. Nessa organização se observa uma forte ênfase na criação de condições ambientais, sociais e tecnológicas que viabilizam a geração, a disponibilidade e a internalização de conhecimentos por parte dos indivíduos, com o propósito de subsidiar a tomada de decisões. (ANGELONI, 2008, p.2)

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Conhecimento tácito e explicito

Para Nonaka e Takeuchi (1997, p.67), o conhecimento humano é criado e expandido através da interação social entre conhecimento tácito e o conhecimento explícito.

Esses autores acabam fazendo uma distinção entre os conhecimentos, tratando-os em tácitos e explícitos.

O conhecimento tácito é pessoal, específico ao contexto e, assim, difícil de ser formulado e comunicado. Já o conhecimento explícito ou codificado refere-se ao conhecimento transmissível em linguagem formal e sistemática. (NONAKA e TAKEUCHI, 1997, p. 65).

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A essa interação os autores chamam de conversão do conhecimento, que é um processo social e de interação entre os indivíduos. Neste contexto, a gestão do conhecimento tem como desafio a aquisição e a transferência do conhecimento pessoal do trabalhador (tácito) e do conhecimento declarativo (explícito) ocasionando um processo de transformação em espiral.

Para os autores, existem, pelo menos, quatro modos de conversão do conhecimento:

1 - socialização – de conhecimento tácito em conhecimento tácito, que significa o compartilhamento de experiências entre os trabalhadores.

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2 - externalização – de conhecimento tácito para conhecimento explícito, que é um processo em que se expressa por meio da linguagem escrita as experiências individuais. Isso ocorre por meio de metáforas, analogias, hipóteses e modelos que se constroem por meio do diálogo;

3 - combinação – de conhecimento explícito para conhecimento explícito, é a sistematização de conceitos em um sistema de conhecimento (NONAKA e TAKEUCHI, 1997, p.75). Em outras palavras, é a a reconfiguração das informações existentes através da classificação, do acréscimo, da combinação e da categorização do conhecimento explícito, o que pode levar a novos conhecimentos;

4 -internalização - de conhecimento explícito para conhecimento tácito, é o processo de incorporação do conhecimento explícito no conhecimento tácito (NONAKA e TAKEUCHI, 1997, p.77), provocando mudança e enriquecimento das práticas individuais, grupais e coletivas.

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A gestão do conhecimento, portanto, decorre do entendimento de que o conhecimento é uma mistura fluida de experiência condensada, valores, informação contextual e insight experimentado, a qual proporciona uma estrutura para a avaliação e incorporação de novas experiências e informações. Ele existe dentro das pessoas, faz parte da complexidade e imprevisibilidade humanas. Seus componentes básicos são: experiência – aquilo que fizemos no passado e que proporciona um conjunto de referências que permitem olhar e entender as novas situações; verdade – conhecimento validado pelo grupo na resolução dos problemas cotidianos; discernimento - capacidade de julgamento a partir das referência construídas e que possibilita resposta a novas situações; as normas práticas - maneiras de fazer legitimadas pelo grupo; e valores e crenças - orientações que determinam o que o conhecedor vê, avalia, absorve e conclui a partir de suas observações . (BRITO, 2008, p.140)

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Teoria da Criação do Conhecimento

Essa teoria formulada por Nonaka e Takeuchi supõe cinco fases para o processo de criação do conhecimento organizacional, ou seja:

1 – A primeira fase é o compartilhamento do conhecimento tácito entre pessoas com diferentes histórias e motivações, que supõe o compartilhamento de experiências, emoções, sentimentos e modelos mentais. Nesta fase, os indivíduos obtém confiança mútua, interagem uns com outros por meio dos diálogos pessoais que sincronizam ritmos corporais e mentais (NONAKA e TAKEUCHI, 1997,p. 97).

2 - A segunda fase é a criação dos conceitos, que corresponde à externalização de um modelo mental tácito construído através do diálogo, que pressupõe reflexão coletiva, contradições e paradoxos, em que se obtém uma síntese que acaba sendo verbalizada por meio de enunciados, que se cristalizam em conceitos explícitos. É um processo em espiral, interativo e dialético que propicia a criatividade do pensamento dentro da organização. (NONAKA e TAKEUCHI, 1997,p. 98).

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3 – A justificação dos conceitos, terceira fase, ocorre quando a empresa passa a filtrar informações, conceitos e conhecimento de maneira contínua de forma a justificar a importância deles para a organização. Os autores observam que para organizações de negócios, os critérios normais de justificação incluem custo, margem de lucro e grau de contribuição de um produto para o crescimento da empresa. (NONAKA e TAKEUCHI, 1997, p.99).

4 – A construção de um arquétipo é a quarta fase, que segundo os autores, diz respeito à construção, de forma colaborativa, de um modelo, de um protótipo (arquétipo) que possa mobilizar cooperação interpessoal e interdepartamental, know-how, ferramentas e tecnologias da empresa para viabilizá-lo. (NONAKA e TAKEUCHI, 1997, p.99).

5 - A quinta fase seria a de difusão interativa do conhecimento que, ao se tornar real pode precipitar um novo ciclo de criação de conhecimento em nível ontológico diferente (...) expandindo-se horizontal e verticalmente (NONAKA e TAKEUCHI, 1997, p.101), ocasionando uma difusão interativa do conhecimento dentro de toda a organização e entre organizações afiliadas, clientes, fornecedores, concorrentes e outras.

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Conclusão

Finalmente ignorar esse contexto de produção e circulação da informação e do conhecimento é colocar a organização em uma situação crítica, que pode culminar com sua falência e morte. Para que isso não ocorra, é indispensável que os gestores criam, no âmbito de suas organizações, espaços para que as pessoas possam interagir e ou trocar informações e conhecimentos, que, como vimos até aqui, são indispensáveis para o sucesso e sobrevivência de qualquer empreendimento.

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Revisão

A partir das Memórias de Aula da Profa. Andrea RODRIGUES, FMU-SP

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REFERÊNCIAS

ANGELONI, M. T. (Org.) Organizações do Conhecimento: infraestrutura, pessoas e tecnologia, 2. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2008.

BRITO, L. M. P., Gestão do conhecimento – instrumento de apropriação pelo capital do saber do trabalhador, Cadernos de Educação, FaE/PPGE/UFPel, Pelotas: 135 - 148, janeiro/junho 2008.

NONAKA, I. e TAKEUCHI, H. Criação do Conhecimento na Empresa: como as empresas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus,1997.

RODRIGUES, A., Memórias de Aula 2, Cibercultura, informação e conhecimento, São Paulo: FMU, 2015.