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O CONCEITO ONTOLÓGICO FENOMENOLÓGICO DA INFORMAÇÃO: UMA INTRODUÇÃO TEORICA Robson Ashtoffen Marcos Luiz Mucheroni

Aula de Ontologias Digitais - A Informação e o Ser Robson Ashtoffen

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Sessão de slides da aula de ontologias digitais sobre a palestra baseada no artigo publicado no XII ENANCIB disponível aqui, recomenda-se a leitura:http://rabci.org/rabci/node/284Sendo que o artigo é uma introdução teórica ao texto estendido derivado do TCC "A informação e o Ser", também disponível neste link:http://rabci.org/rabci/node/242

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O CONCEITO ONTOLÓGICO FENOMENOLÓGICO DA

INFORMAÇÃO: UMA INTRODUÇÃO TEORICA

Robson AshtoffenMarcos Luiz Mucheroni

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Questionamentos

• Informação• Sociedade• Fenomenologia• Ser• Técnica• Documento• Ciência• O que é informação? • O que é conceito de informação?

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Ontologia e as ciências

- Crítica de Lúkacs - Ciência em divórcio com a metafísica

Teoria Crítica – Razão Instrumental

Lukács e ontologia do ser social

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Ontologia e as ciências

• “Não pergunteis a um geólogo o que é o tempo: isto o ultrapassa; nem a um profissional da mecânica como são possíveis ações e reações: ele não poderá tratar delas. Muito tem a fazer um psicólogo sem se ocupar da questão de saber como pode ele e as consciências que ele estuda conhecerem um mesmo mundo exterior. Há bastantes problemas que não existem debaixo de certos pontos de vista, são problemas essenciais, e os quebra-cabeças da metafísica são os problemas mais importantes que existem para quem quiser penetrar a fundo na íntima constituição do universo visualizado com um todo.” William James.

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Ontologia e as ciências

• Crítica à ideologia nas ciências• Neopositivismo – Neutralidade• “Tanto desvaneceu o idealismo kantiano no curso do

século XIX que surgiu uma corrente idealista no positivismo dirigida não apenas contra o materialismo, mas com a pretensão de criar um meio filosófico que extradita do campo do conhecimento toda visão de mundo, toda ontologia e, igualmente, cria um - pretenso - terreno gnosiológico que nem materialista-objetivo e que, justamente nesta neutralidade, pode oferecer garantia de um conhecimento científico puro. Os momentos iniciais desta tendência remontam à Mach, Avenarius, Poincaré etc...” (LUKÁCS, 1984, p. 6).

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Henri Bergson – A evolução criadora

• “Nunca será demasiado insistir sobre o que há de artificial na forma matemática de uma lei física e, por consequência, no nosso conhecimento científico das coisas. As nossas unidades de medida são convencionais e, se assim é lícito dizer, alheias às intenções da natureza: como admitir que esta tenha feito depender todas as modalidades de calor da dilatação de uma mesma massa de mercúrio, ou das modificações de pressão de uma mesma massa de ar mantida em um volume constante? (...) medir é uma operação inteiramente humana, que implica sobreporem-se realmente ou idealmente dois objetos um ao outro, um certo número de vezes. A natureza não pensou em tal sobreposição. Ela não mede, tampouco conta. Todavia, a física conta, mede, relaciona umas com as outras variações ‘quantitativas’ para chegar assim a leis e acerta.” (BERGSON, Henri; p.241)

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Henri Bergson – A evolução criadora

• “Se a ordem matemática fosse coisa positiva, se existissem imanentes à matéria, leis comparáveis às dos nossos códigos, o sucesso da nossa ciência seria miraculoso” (BERGSON, Henri; p.241)

• Compreender-se-à assim que a nossa ciência seja contingente, relativa às variáveis por ela escolhidas, relativa à ordem em que pôs sucessivamente os problemas, e que não obstante triunfe.” (BERGSON, Henri; p.242)

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Henri Bergson – A evolução criadora

• “Seja posição em que se coloque um desses bonecos de cortiça com base de chumbo, quer deitemos de costas, ou de cabeça para baixo, quer o lancemos ao ar, ele ficará sempre de pé, automaticamente. O mesmo se passa com a matéria: podemos pegá-la por qualquer ponta e manipulá-la seja de que maneira for, ela recairá sempre em qualquer dos nossos quadros matemáticos, porque tem um lastro de geometria”

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Documento não é memória

• A memória, conforme tentamos provar, não é a faculdade de classificar recordações numa gaveta ou de as inscrever num registro. Não há registro, não há gaveta, não há sequer, aqui, propriamente uma faculdade, porque uma faculdade age por intermitências, quando quer ou quando pode, ao passo que o amontoar-se do passado sobre o passado prossegue sem tréguas. Na realidade, o passado conserva-se por si próprio, automaticamente. Acompanha-nos, sem dúvida, por inteiro, a cada instante: aquilo que sentimos, pensamos e quisemos desde a nossa primeira infância ali está, inclinado sobre o presente que se lhe vai juntar, fazendo pressão sobre a porta da consciência, que pretenderia deixá-lo lá fora. [...] Pois, o que somos nós, o que é o nosso caráter, senão a condensação da história que vivemos desde o nosso nascimento, e até antes de termos nascido, já que trazemos conosco disposições pré-natais? É com o nosso passado inteiro, até mesmo com a curvatura primordial da nossa alma, que desejamos, queremos e agimos.

Henri Bergson – A Evolução Criadora, pgs. 19-20

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Conceito de Informação

•A informação é antes uma questão•O problema da definição – De-finire•Schrader, 1983. Mais de 700

definições

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Conceito de Informação

•Conceito Ontológico-Fenomenológico•Ontologia – Ser•Fenomenologia – Heidegger•Processo – “Pensar informação é

uma ação informativa que através do próprio caminho se descobre as possibilidades de caminhar.” (ASHTOFFEN, 2011).

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Fenomenologia• Método fenomenológico• Fenomenologia como possibilidade• Crítica• Technè é antes um saber• “[...] a transformação do mundo, exige antes,

que o pensamento se transforme, assim como já se oculta uma modificação do pensamento atrás da aludida exigência.” Martin Heidegger

• A questão da instrumentalização da Ciência Moderna

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• Etimologia – BUENO, 1963; MACHADO, 1990; SARAIVA, 1924; SCHELLER, 1835; GLARE, 1982

• Dar forma / idea, representation, to frame in the mind / dar forma no espírito

• In – formare• Relação (separação) Sujeito-Objeto (Adorno)• “Quantificar a informação é criar

enunciados sem um fundamento ontológico; é destituir do conceito de informação sua essência.” (ASHTOFFEN, 2011).

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Conceito de Informação

• Aristóteles• Potência e Ato• “(...) a árvore, a planta que provém da

semente. A semente é a matéria, a planta, a forma. Essa forma é o objetivo, o fim que o desenvolvimento da semente persegue; (...) esse devir tem sua causa na necessidade de realizar a forma, na necessidade de tornar-se planta, de modo que é a atração da forma que causa o movimento e a forma é realmente causa motora, ao mesmo tempo em que causa final.” Henri Bergson

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Conceito de Informação

• Meio Elucidativo – Elucidativus, tornar lúcido.

• A língua• A cultura• A moral• A vivência• A psiqué

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Conceito de Informação

• Informar-se

• Contingências

• Conceito ontológico de Informação, o informar-se

• Ser-no-mundo

• Je est un autre

“Eu é um outro” Rimbaud

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Conceito de Informação

Compreender – cum prehendere – “captar com os co-variantes que se coordenam numa cooperação capaz de criar uma realidade.” Mário Ferreira dos SantosConhecer – co-gnoscere – “Nascer junto”Informar, Comunicar, Conhecer, Questionar, Transformar

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Conceito de Informação

• Informação é essencialmente o questionar-se, é o vir-a-ser da

transformação.

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•Comunicação efetiva (práxis) entre as ciências

•Ciência da Informação?•Especialização•A quem interessa a

“Informação”?

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•A universidade e os problemas da sociedade

•Ética•Ciência articuladora

–Educação–Tecnologia–Cultura

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• Distanciamento ontológico do conceito

• Mudança de visão de mundo• Weltanschauung• Informar – Educar – Criticar –

Transformar• Je est un autre

“Eu é um outro” Rimbaud

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“Pensemos Informação sob a crítica, analisando sua transformação histórica a partir de seu significado etimológico, seus usos pelas ciências, e podendo assim, propor outra abordagem a partir de uma mudança de visão de mundo para com a Informação no movimento contrário ao esquecimento do ser.” (ASHTOFFEN, 2011).

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“Mas onde há perigo, cresce também a salvação”

Friedrich Hölderlin

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