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Masculinidades em Corpos Femininos Suely Aldir Messeder [email protected] Universidade do Estado da Bahia OBJETIVOS Este pôster pretende apresentar as atividades desenvolvidas no Projeto Masculinidades em Corpos Femininos: tecendo articulações entre pesquisa, extensão e políticas públicas sobre e com estas mulheres. Estas atividades desenrolam-se em três macro ações: a) Treinamento em Metodologia de Pesquisa em Sexualidades, Gênero e Direitos Humanos; b) A pesquisa quali-quanti; c) Articulação com as Secretarias e o Ministério Público do Estado da Bahia para implementação de políticas públicas com foco nesta população. CONTEXTO Este projeto desenvolve-se em três cidades do Estado da Bahia: Alagoinhas; Camaçari e Salvador. METODOLOGIA Para verificar os procedimentos metodológicos que vêm sendo desenrolados neste projeto serão apresentadas individualmente as duas macro ações. Sobre o treinamento O treinamento ocorreu no período de 29 de maio a 4 de junho de 2012. Teve como um dos seus objetivos selecionar 20 cursistas, e posteriormente dentre eles/as, pinçar 05 destes para tornarem-se bolsistas atuantes na pesquisa. Deve-se acrescentar que o treinamento ocorreu em regime semiaberto. Desenvolvido a partir desta modalidade, oportunizou-se a difusão do conhecimento sobre as temáticas não somente para os 20 cursistas, mas também para um público maior que pôde assistir a programação do Seminário - considerado como a parte do treinamento aberto. Pode-se acrescer que o seminário aconteceu de forma itinerante em três distintos espaços da cidade de Salvador, cujo objetivo era compartilhar o conhecimento sobre sexualidades e direitos humanos, em espaços territoriais com uma forte expressão simbólica no contexto baiano, e com isto, fortalecer a difusão de uma linguagem positiva sobre as sexualidades, além de fortalecê-lo no enlace com as questões raciais. Vejamos os locais: Auditório do Ministério Público da Bahia, auditório da Câmara Municipal de Salvador e o auditório do CEPAIA (Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americano). Este treinamento ensejou a criação da logomarca das mulheres masculinizadas, com a finalidade de deslocar o olhar e entender as masculinidades e as sexualidades desnaturalizadas. Sobre a pesquisa A pesquisa desenrola-se com os procedimentos quali-quanti. Na primeira fase exploratória foram realizadas 08 entrevistas com as histórias de vidas de nossas interlocutoras, cuja análise horizontal possibilitou a formulação do questionário para a pesquisa quantitativa. A segunda fase da pesquisa se desenvolveu com a aplicação de 198 questionários para apreender o perfil das mulheres que participaram da Parada Gay da cidade de Alagoinhas. Esta fase está sendo acompanhada pela consultora da pesquisa, a demógrafa e socióloga Alessandra Chacham. A terceira fase iniciou-se com as entrevistas sendo também realizadas pelas cinco bolsistas que foram selecionadas a partir do Treinamento. RESULTADOS E DISCUSSÕES Sobre o treinamento No regime aberto contamos com a conferência de abertura de Maria Luiza Heilborn, versando sobre sexualidades e as ciências humanas. Tivemos ainda cinco mesas, cujas temáticas tratavam-se dos direitos humanos, nacionalidades, religiosidades, musicalidades e corporalidades, focando o caminho do “fazer metodológico” . No regime fechado trabalhamos com as oficinas de teatro, yoga e capoeira, cujo trabalho incidiu-se na ideia de ato performativo e na biografia dos/as envolvidos/as no treinamento. Além dessas oficinas que visavam a ideia não dicotômica de mente/corpo, foram realizadas oficinas de antropologia e demografia. Os cursistas permaneciam no hotel com intuito de facilitar a imersão total no curso, pelos menos, territorialmente. Sobre a pesquisa As histórias de vidas das nossas interlocutoras tem sido analisadas nas três dimensões dos estudos de gênero: a) relação de poder; b) relação do mundo do trabalho; c) relação de desejo. Na vivência destas mulheres considera-se em suas trajetórias os temas da infância, família, amizades, escola, religiosidade, saúde, experiências amorosas/sexuais, relações raciais e mundo do trabalho. Na pesquisa quantitativa observou-se que a apreensão do universo de mulheres masculinizadas foi bastante reduzido em relação ao universo das outras mulheres. Os resultados serão mitigados posteriormente, considerando a possibilidade desta pesquisa piloto servir de parâmetro para posterior realização da pesquisa na Parada do Orgulho Gay nas cidades de Salvador e Camaçari. Além destas pesquisas na área sócio-antropológica, tem-se empreendido esforços na literatura brasileira que versam sobre a temática de mulheres masculinizadas, com destaque para as obras: Luiza Homem, As Traças, O Gamo e a Gazela, na linguagem cinematográfica e nas telenovelas brasileiras. Sobre as parcerias Nas negociações com as Secretarias do Estado celebramos dois convênios: a) Secretaria de Políticas para as Mulheres; b) Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH). A participação da primeira secretaria ocorreu no Treinamento, mediante a liberação de recurso para três passagens aéreas das convidadas palestrantes. Constrói-se numa perspectiva simbólica no projeto que tem a ver com a ideia conceitual de se discutir a temática de mulheres. A SJCDH tem sua participação desde a elaboração do projeto e efetiva-se através da liberação do recurso para o pagamento das cinco bolsistas do projeto. A parceria com o Ministério Público da Bahia construiu-se com objetivo de elaborar uma Campanha para combater a discriminação da população LGBT, com ênfase nas mulheres masculinizadas. A campanha intitula- se O Fio das Masculinidades, cujo material será divulgado na Campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres: 20 de novembro a 10 de dezembro de 2012. A campanha leva o nome do blog, criado para difundir a pesquisa e seus resultados. CONSIDERAÇÕES FINAIS “Achava que a ciência deveria colaborar contra o preconceito, essa pesquisa parece reafirmar o preconceito, sempre pensei numa ciência sem preconceitos.” Esta frase foi evocada por um professor que estava na plateia da XVI Jornada de Iniciação Científica da UNEB em outubro do corrente ano. A assertiva foi lançada no momento do debate iniciado logo após a apresentação do bolsista de iniciação científica desta pesquisa. Ela causou-me perplexidade e um sentimento de indignação, muito embora não tenha sido a primeira vez que o debate sobre mulheres masculinizadas e sexualidades numa perspectiva desconstrucionista provocasse o excesso de desconforto na audiência, quer seja no senso comum, quer seja por parte de alguns acadêmicos. Fui convidada a posicionar-me diante desta questão, enquanto coordenadora da pesquisa,e, então, pude manifestar-me em quatro direções, cujas bases encontram-se na teoria feminista e na teoria queer. Vejamos: A) A ingenuidade por parte do professor, uma vez que sabemos que ao longo da história das ciências ficou evidenciado a posição androcêntrica, racializada e homofóbica; a exemplo, da tabela de Gobineau, as ideias de Lombroso, a história da Vênus Negra, todas versando sobre as questões raciais e, é bem recente a retirada da homossexualidade do CID (Código Internacional de Doenças), e até o momento a transexualidade é vista como uma patologia. Além de toda a construção de uma linguagem negativa da sexualidade construída pela própria ciência medicalizante; B) A dicotomia masculino e feminino intrinsecamente vinculada ao diformismo sexual, constrói a ficção dos corpos sexuados, masculino e feminino, e, com efeito, deixa na zona do ininteligível as outras formas de reconhecimento de seres humanos, tornando-se seres abjetos as pessoas que vivenciam as fronteiras destas relações de gênero/sexo. C) Advoga-se a descontinuidade entre gênero, sexo e desejo e, desta forma, considero que as interlocutoras desta investigação não deverão ser associadas à famosa dicotomia: de um lado, heterossexual, do outro, a homossexualidade (lesbianidade). D) A necessidade de refinar o vocabulário, ampliar e sofisticar a lente da compreensão sobre as ficções de gênero a partir dos “sujeitos abjetos” , pois sabemos que esta produção desafia o conhecimento outrora produzido por um ideal de dois gêneros humanos: macho e fêmea, idealizados como masculino e feminino, respectivamente. Desta forma, quando o projeto sobre as Masculinidades em Corpos Femininos consolida-se mediante o desenrolar das suas atividades, ora pelo treinamento, ora pela pesquisa quali-quanti, ora pelas articulações para implementação das políticas públicas ver-se-á a construção de um saber implicado com a ética, com a ciência e com a formação de um Estado laico, cuja prioridade é a busca de uma utopia de um mundo mais justo e feliz. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS PRODUZIDAS ATRAVÉS DA PESQUISA MESSEDER, S. A. . Quando as lésbicas entram na cena do cotidiano: uma breve análise dos relatos sobre mulheres com experiências amorosas /sexuais com outras mulheres na heterossexualidade compulsória. Universidade e Sociedade (Brasília), v. 49, p. 152-157, 2012. _____________. . PRECISA ISSO?! : Desconstruindo o fio das masculinidades nas vivências de mulheres masculinizadas na Escola e no Mundo do Trabalho. In: TEREZA RODRIGUES VIEIRA. (Org.). MINORIAS SEXUAIS DIREITOS E PRECONCEITOS. MINORIAS SEXUAIS DIREITOS E PRECONCEITOS. 01ed.Brasilia: Consulex, 2012, v. 01, p. _____________. . Mesa 4 Novas Perspectivas e desafios políticos atuais. In: Colling, Leandro. (Org.). Stonewall 40+ o que no Brasil?. Stonewall 40+ o que no Brasil?. 01ed.Salvador: Edufba, 2011, v. 01, p. 247-257. _____________. Não me acho masculinizada, mas sim arrojada”: Os desafios na pesquisa sobre mulheres masculinizadas In: 28 Reunião da Antropologia Brasileira.- ABA. São Paulo, 2012. _____________. O MUNDO DO TRABALHO DAS MULHERES MASCULINIZADAS: um estudo sobre as masculinidades em corpos femininos. In: XVIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Águas de Lindóia/SP – Brasil, de 19 a 23 de novembro de 2012. _____________. Do “chambrão” á caminhoneira: um estudo sobre as masculinidades vivenciadas em corpos de fêmea. In: 27a Reunião Brasileira de Antropologia (RBA), realizado em Belém, Pará, de 01 a 04 de agosto de 2010. Disponível em: :http://www.abant.org.br/conteudo/ANAIS/CD_Virtual_27_RBA/arquivos/grupos_trabalho/gt29/sam.pdf

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Suely Aldir [email protected]

Universidade do Estado da Bahia

OBJETIVOS

Este pôster pretende apresentar as atividades desenvolvidas no Projeto Masculinidades em Corpos Femininos: tecendo articulações entre pesquisa, extensão e políticas públicas sobre e com estas mulheres. Estas atividades desenrolam-se em três macro ações: a) Treinamento em Metodologia de Pesquisa em Sexualidades, Gênero e Direitos Humanos; b) A pesquisa quali-quanti; c) Articulação com as Secretarias e o Ministério Público do Estado da Bahia para implementação de políticas públicas com foco nesta população.

CONTEXTO

Este projeto desenvolve-se em três cidades do Estado da Bahia: Alagoinhas; Camaçari e Salvador.

METODOLOGIA

Para verificar os procedimentos metodológicos que vêm sendo desenrolados neste projeto serão apresentadas individualmente as duas macro ações.

Sobre o treinamento

O treinamento ocorreu no período de 29 de maio a 4 de junho de 2012. Teve como um dos seus objetivos selecionar 20 cursistas, e posteriormente dentre eles/as, pinçar 05 destes para tornarem-se bolsistas atuantes na pesquisa. Deve-se acrescentar que o treinamento ocorreu em regime semiaberto. Desenvolvido a partir desta modalidade, oportunizou-se a difusão do conhecimento sobre as temáticas não somente para os 20 cursistas, mas também para um público maior que pôde assistir a programação do Seminário - considerado como a parte do treinamento aberto. Pode-se acrescer que o seminário aconteceu de forma itinerante em três distintos espaços da cidade de Salvador, cujo objetivo era compartilhar o conhecimento sobre sexualidades e direitos humanos, em espaços territoriais com uma forte expressão simbólica no contexto baiano, e com isto, fortalecer a difusão de uma linguagem positiva sobre as sexualidades, além de fortalecê-lo no enlace com as questões raciais. Vejamos os locais: Auditório do Ministério Público da Bahia, auditório da Câmara Municipal de Salvador e o auditório do CEPAIA (Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americano). Este treinamento ensejou a criação da logomarca das mulheres masculinizadas, com a finalidade de deslocar o olhar e entender as masculinidades e as sexualidades desnaturalizadas.

Sobre a pesquisa

A pesquisa desenrola-se com os procedimentos quali-quanti. Na primeira fase exploratória foram realizadas 08 entrevistas com as histórias de vidas de nossas interlocutoras, cuja análise horizontal possibilitou a formulação do questionário para a pesquisa quantitativa. A segunda fase da pesquisa se desenvolveu com a aplicação de 198 questionários para apreender o perfil das mulheres que participaram da Parada Gay da cidade de Alagoinhas. Esta fase está sendo acompanhada pela consultora da pesquisa, a demógrafa e socióloga Alessandra Chacham. A terceira fase iniciou-se com as entrevistas sendo também realizadas pelas cinco bolsistas que foram selecionadas a partir do Treinamento.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Sobre o treinamento

No regime aberto contamos com a conferência de abertura de Maria Luiza Heilborn, versando sobre sexualidades e as ciências humanas. Tivemos ainda cinco mesas, cujas temáticas tratavam-se dos direitos humanos, nacionalidades, religiosidades, musicalidades e corporalidades, focando o caminho do “fazer metodológico” . No regime fechado trabalhamos com as oficinas de teatro, yoga e capoeira, cujo trabalho incidiu-se na ideia de ato performativo e na biografia dos/as envolvidos/as no treinamento. Além dessas oficinas que visavam a ideia não dicotômica de mente/corpo, foram realizadas oficinas de antropologia e demografia. Os cursistas permaneciam no hotel com intuito de facilitar a imersão total no curso, pelos menos, territorialmente.

Sobre a pesquisa

As histórias de vidas das nossas interlocutoras tem sido analisadas nas três dimensões dos estudos de gênero: a) relação de poder; b) relação do mundo do trabalho; c) relação de desejo. Na vivência destas mulheres considera-se em suas trajetórias os temas da infância, família, amizades, escola, religiosidade, saúde, experiências amorosas/sexuais, relações raciais e mundo do trabalho. Na pesquisa quantitativa observou-se que a apreensão do universo de mulheres masculinizadas foi bastante reduzido em relação ao universo das outras mulheres. Os resultados serão mitigados posteriormente, considerando a possibilidade desta pesquisa piloto servir de parâmetro para posterior realização da pesquisa na Parada do Orgulho Gay nas

cidades de Salvador e Camaçari. Além destas pesquisas na área sócio-antropológica, tem-se empreendido esforços na literatura brasileira que versam sobre a temática de mulheres masculinizadas, com destaque para as obras: Luiza Homem, As Traças, O Gamo e a Gazela, na linguagem cinematográfica e nas telenovelas brasileiras.

Sobre as parcerias

Nas negociações com as Secretarias do Estado celebramos dois convênios: a) Secretaria de Políticas para as Mulheres; b) Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH). A participação da primeira secretaria ocorreu no Treinamento, mediante a liberação de recurso para três passagens aéreas das convidadas palestrantes. Constrói-se numa perspectiva simbólica no projeto que tem a ver com a ideia conceitual de se discutir a temática de mulheres. A SJCDH tem sua participação desde a elaboração do projeto e efetiva-se através da liberação do recurso para o pagamento das cinco bolsistas do projeto.

A parceria com o Ministério Público da Bahia construiu-se com objetivo de elaborar uma Campanha para combater a discriminação da população LGBT, com ênfase nas mulheres masculinizadas. A campanha intitula-se O Fio das Masculinidades, cujo material será divulgado na Campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres: 20 de novembro a 10 de dezembro de 2012. A campanha leva o nome do blog, criado para difundir a pesquisa e seus resultados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

“Achava que a ciência deveria colaborar contra o preconceito, essa pesquisa parece reafirmar o preconceito, sempre pensei numa ciência sem preconceitos.”

Esta frase foi evocada por um professor que estava na plateia da XVI Jornada de Iniciação Científica da UNEB em outubro do corrente ano. A assertiva foi lançada no momento do debate iniciado logo após a apresentação do bolsista de iniciação científica desta pesquisa. Ela causou-me perplexidade e um sentimento de indignação, muito embora não tenha sido a primeira vez que o debate sobre mulheres masculinizadas e sexualidades numa perspectiva desconstrucionista provocasse o excesso de desconforto na audiência, quer seja no senso comum, quer seja por parte de alguns acadêmicos. Fui convidada a posicionar-me diante desta questão, enquanto coordenadora da pesquisa,e, então, pude manifestar-me em quatro direções, cujas bases encontram-se na teoria feminista e na teoria queer. Vejamos: A) A ingenuidade por parte do professor, uma vez que sabemos que ao longo da história das ciências ficou evidenciado a posição androcêntrica, racializada e homofóbica; a exemplo, da tabela de Gobineau, as ideias de Lombroso, a história da Vênus Negra, todas versando sobre as questões raciais e, é bem recente a retirada da homossexualidade do CID (Código Internacional de Doenças), e até o momento a transexualidade é vista como uma patologia. Além de toda a construção de uma linguagem negativa da sexualidade construída pela própria ciência medicalizante; B) A dicotomia masculino e feminino intrinsecamente vinculada ao diformismo sexual, constrói a ficção dos corpos sexuados, masculino e feminino, e, com efeito, deixa na zona do ininteligível as outras formas de reconhecimento de seres humanos, tornando-se seres abjetos as pessoas que vivenciam as fronteiras destas relações de gênero/sexo. C) Advoga-se a descontinuidade entre gênero, sexo e desejo e, desta forma, considero que as interlocutoras desta investigação não deverão ser associadas à famosa dicotomia: de um lado, heterossexual, do outro, a homossexualidade (lesbianidade). D) A necessidade de refinar o vocabulário, ampliar e sofisticar a lente da compreensão sobre as ficções de gênero a partir dos “sujeitos abjetos” , pois sabemos que esta produção desafia o conhecimento outrora produzido por um ideal de dois gêneros humanos: macho e fêmea, idealizados como masculino e feminino, respectivamente.

Desta forma, quando o projeto sobre as Masculinidades em Corpos Femininos consolida-se mediante o desenrolar das suas atividades, ora pelo treinamento, ora pela pesquisa quali-quanti, ora pelas articulações para implementação das políticas públicas ver-se-á a construção de um saber implicado com a ética, com a ciência e com a formação de um Estado laico, cuja prioridade é a busca de uma utopia de um mundo mais justo e feliz.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS PRODUZIDAS ATRAVÉS DA PESQUISA

MESSEDER, S. A. . Quando as lésbicas entram na cena do cotidiano: uma breve análise dos relatos sobre mulheres com experiências amorosas /sexuais com outras mulheres na heterossexualidade compulsória. Universidade e Sociedade (Brasília), v. 49, p. 152-157, 2012._____________. . PRECISA ISSO?! : Desconstruindo o fio das masculinidades nas vivências de mulheres masculinizadas na Escola e no Mundo do Trabalho. In: TEREZA RODRIGUES VIEIRA. (Org.). MINORIAS SEXUAIS DIREITOS E PRECONCEITOS. MINORIAS SEXUAIS DIREITOS E PRECONCEITOS. 01ed.Brasilia: Consulex, 2012, v. 01, p._____________. . Mesa 4 Novas Perspectivas e desafios políticos atuais. In: Colling, Leandro. (Org.). Stonewall 40+ o que no Brasil?. Stonewall 40+ o que no Brasil?. 01ed.Salvador: Edufba, 2011, v. 01, p. 247-257._____________. Não me acho masculinizada, mas sim arrojada”: Os desafios na pesquisa sobre mulheres masculinizadas In: 28 Reunião da Antropologia Brasileira.- ABA. São Paulo, 2012._____________. O MUNDO DO TRABALHO DAS MULHERES MASCULINIZADAS: um estudo sobre as masculinidades em corpos femininos. In: XVIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Águas de Lindóia/SP – Brasil, de 19 a 23 de novembro de 2012._____________. Do “chambrão” á caminhoneira: um estudo sobre as masculinidades vivenciadas em corpos de fêmea. In: 27a Reunião Brasileira de Antropologia (RBA), realizado em Belém, Pará, de 01 a 04 de agosto de 2010.Disponível em: :http://www.abant.org.br/conteudo/ANAIS/CD_Virtual_27_RBA/arquivos/grupos_trabalho/gt29/sam.pdf