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Portugal e Brasil
Características do Barroco:
•A arte da contrarreforma:
•Conflito entre corpo e alma:
•O tema da passagem do tempo:
•Forma tumultuosa:
•Cultismo e conceptismo:
Poesia Cultista:
Ao braço do Menino Jesus de Nossa Senhora
das Maravilhas, A quem infiéis despedaçaram
O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo o todo.
(Gregório de Matos)
Prosa Conseptista:
Para um homem se ver a si mesmo são
necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. Se
tem espelho e é cego, não se pode ver por falta
de olhos; se tem espelhos e olhos, e é de noite,
não se pode ver por falta de luz. Logo, há
mister¹ luz, há mister espelho e há mister
olhos. (Pe. Antônio Vieira)
Portugal e Brasil
Figuras de Linguagem no Barroco:
• Metáfora:
"Se és fogo, como passas brandamente?(...)".
• Antítese:
"Meus olhos andam cegos de te ver(...)".
• Paradoxo:
"Estou cego e vejo(...)".
• Hipérbole:
"Estou morrendo de fome!".
Portugual
Algumas Obras e Principal Personagem da
Época:
➢ Obras do Padre Antônio Vieira:
➢ Padre Antônio Vieira:
➢Sermão da Sexagésima:
(...) Quando Cristo mandou pregar os
Apóstolos pelo Mundo, disse-lhes desta maneira:
Euntes in mundum universum, praedicate omni
creaturae: «Ide, e pregai a toda a criatura».
Como assim, Senhor?!
Os animais não são criaturas?! As árvores não são
criaturas?! As pedras não são criaturas?! Pois hão
os Apóstolos de pregar às pedras?! Hão-de pregar
aos troncos?! Hão-de pregar aos animais?! Sim,
diz S. Gregório, depois de Santo Agostinho.
Porque como os Apóstolos iam pregar a todas as
nações do Mundo, muitas delas bárbaras e
incultas, haviam de achar os homens degenerados
em todas as espécies de criaturas: haviam de achar
homens homens, haviam de achar homens brutos,
haviam de achar homens troncos,haviam de achar
homens pedras. (...) Padre Antônio Vieira
•Sermão de Santo Antônio (1654):
Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os
pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal
da terra, porque quer que façam na terra o que
faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção;
mas quando a terra se vê tão corrupta como está a
nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal,
qual será, ou qual pode ser a causa desta
corrupção? (...) Enfim, que havemos de pregar
hoje aos peixes? Nunca pior auditório. Ao menos
têm os peixes duas boas qualidades de ouvintes:
ouvem e não falam. Uma só cousa pudera
desconsolar o Pregador, que é serem gente os
peixes que se não há-de converter. Mas esta dor
é tão ordinária, que já pelo costume quase se não
sente (...) Suposto isto, para que procedamos
com clareza, dividirei, peixes, o vosso sermão em
dois pontos: no primeiro louvar-vos-ei as vossas
atitudes, no segundo repreender-vos-ei os vossos
vícios. (...)
Padre Antônio Vieira
Brasil
• Algumas Obras e Principais Personagens da
Época:
• Obras do Aleijadinho:
• Obras do Gregório de Matos Guerra:
- Poesia lírico-amorosa
- Poesia lírico-filosófica
- Poesia lírico-religiosa
• Aleijadinho:
• Gregório de Matos Guerra:
Gregório de Matos Guerra
Poema:
O todo sem parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo todo
Em todo sacramento está Deus todo,
E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda parte,
Em qualquer parte sempre fica todo.
O braço de Jesus não seja parte,
Pois que feito Jesus em partes todo,
Assiste cada parte em sua parte.
Não se sabendo parte deste todo,
Um braço que lhe acharam, sendo parte,
Nos disse as partes todas deste todo. (Gregório de Matos Guerra)
• Poesia Lírico-Amorosa:
Anjo no nome, Angélica na cara,
Isso é ser flor, e Anjo juntamente,
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, se não em vós se uniformara?
Quem veria uma flor, que a não cortara
De verde pé, de rama florescente?
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus, o não idolatrara?
Se como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu custódio, e minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.
Mas vejo, que tão bela, e tão galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.
• Poesia lírico-religiosa:Ao mesmo assunto e na Mesma Ocasião
Pequei Senhor: mas não porque hei pecado,
Da vossa Alta Piedade me despido:
Antes, quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida, já cobrada,
Glória tal, e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História,
Eu sou, Senhor, ovelha desgarrada;
Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
• Poesia lírico-filosófica:Moraliza o Poeta nos Ocidentes do Sol a Inconstância dos Bens do Mundo
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
• Biografia de Gregório de Matos Guerra:• É o patrono da cadeira n. 16, por escolha do fundador Araripe Júnior.
• Com seu espírito crítico, satirizava políticos, comerciantes, clero, colonizadores e
até mesmo o povo. Para isso, usava palavrões e um vocabulário bem baixo em
suas obras.
• Nasceu supostamente em 7 de abril de 1633 na Bahia e morreu em Recife
em 1696. Veio de uma família rica que possuía dois engenhos de cana-de-
açúcar e 130 escravos.
• Educou-se em casa e no colégio jesuíta. Formou-se em Direito na Universidade
de Coimbra e lá exerceu a profissão sendo, inclusive, juiz de órfãos.
• Em 1681, quando voltou para o Brasil, foi vigário-geral e tesoureiro-mor,
porém, durante este período recusou-se a usar a batina e denunciou injustiças da
Ordem em que servia. Por causa disso, o Bispo ordenou seu afastamento.
• Escreveu poesia lírica, satírica e religiosa. Suas poesias satíricas possuem um
ótimo material do ponto de vista sociológico e lingüístico (já que o autor usava
um vocabulário bem popular). Nelas o escritor narra episódios da vida popular,
cotidiana e política. Através delas podemos conhecer melhor a sociedade da época
(período colonial).