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Cesario Verde foi um escritor e poeta português. Neste trabalho podemos encontrar a análise de um dos poemas dele: I Avé Maria
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Realizado por: André Rocha 11ºP nº2João Maia 11ºP Nº7Maria Inês 11ºP Nº8
Cesário Verde
(1885 – 1886)
*Nome: José Joaquim Cesário Verde
*Nascimento: 25-02-1855, Lisboa
*Morte: 19-07-1886
*A literatura de Cesário só foi reconhecida após a sua morte;
*Dificilmente cabe nas classificações da história literária;
*A representação dos ambientes e a descrição da realidade aproximam do Realismo e do Parnasianismo.
*Filho de um comerciante com loja de ferragens em Lisboa e uma exploração agricola em Linha-a-
Pastora.
*Passou a sua infância em ambientes rurais e citadinos.
* 1873 matricola-se no Curso Superior de Letras, não consegui concluir- conheceu Silva Pinto
*Durante a juventude viaja por Paris e Londres .
*Deixa vários poemas em jornais: Diário de Noticias, Diário da Tarde, Tribuna, A ilustração
* 1874 anunciada a primeira edição do seu livro- não acontece;
* 1879 desiludido com o mundo inteletual começa a ajudar mais o pai na loja;
* 1882 morre o seu irmão devida a tubercolose , tal como sua irmã;
*Aos 31 anos morre devido á mesma doença;
* 1887 Silva Pinto publica a primeira edição de O Livro de Cesário Verde
*O livro é uma compilação de poesas de Cesário;
*Foram escritas entre 1873 e 1886 - foi organizada e posfaciada por Silva
Pinto;
*A primeira edição foi em 1887 para oferta a amigos de escritor
*Segunda edição – 1901 – destinada ao publico
*O livro de Cesário Verde é contituido por 22 composições, repartidas em
duas secções, “crise romanesca” e “naturais”.
* 1886- Já tinha introduzido em Lisboa algumas nas inovações que facilitavam a vida urbana;
* 1848- primeiros candeeiros a gás;
* 1878- haviam sido instalados no Chiado 6 candeeiros elétricos;
*Grande parte das ruas da cidade eram de terra, a muitas vielas e escadinhas a civilização não chegara;
* 18 de julho – habitantes de Alfama pediram insistentemente à Câmara de Lisboa que mandasse regar as ruas do bairro, pois o vento estava a levantar enormes ondas de poeiras.
*Nos mercados as condições sanitárias eram péssimas.
* 17 de julho- no mercado central tinham sido inutilizadas, como próprias para consumo, 1357 peixes.
*O contraste entre pobres e ricos era enorme.
*No centro da cidade amontoava-se crianças abandonadas, cegos, velhos.
*Alimentação má (pão, sopa e batata) – taxa de mortalidade em Lisboa e Porto aumentava;
*No trabalho a duração do dia de trabalho era longuíssima e a segurança nas oficinas inextstente.
*Foi uma experiência espontânea e localizada por pintores franceses no final de
oitocentos.
*Ganhou uma dimensão internacional
*Expandiu-se a outras manifestações artísticas
*O mais importante na impressionismo é o instantâneo e único
*Não é o objeto, mas as sensações e emoções que ele desperta, num dado instante,
que é por ele reproduzido caprichosa e vagamente
*Não se trata de apresentar o objeto tal como visto, mas como é visto e sentido
num dado momento.
Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.
O céu parece baixo e de neblina,
O gás extravasado enjoa-me, perturba;
E os edifícios, com as chaminés, e a turba
Toldam-se duma cor monótona e londrina.
Batem carros de aluguer, ao fundo,
Levando à via-férrea os que se vão. Felizes!
Ocorrem-me em revista, exposições, países:
Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo!
Semelham-se a gaiolas, com viveiros,
As edificações somente emadeiradas:
Como morcegos, ao cair das badaladas,
Saltam de viga em viga os mestres carpinteiros.
Voltam os calafates, aos magotes,
De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos;
Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos,
Ou erro pelos cais a que se atracam botes.
E o fim da tarde inspira-me; e incomoda!
De um couraçado inglês vogam os escaleres;
E em terra num tinir de louças e talheres
Flamejam, ao jantar alguns hotéis da moda.
Num trem de praça arengam dois dentistas;
Um trôpego arlequim braceja numas andas;
Os querubins do lar flutuam nas varandas;
Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!
Vazam-se os arsenais e as oficinas;
Reluz, viscoso, o rio, apressam-se as obreiras;
E num cardume negro, hercúleas, galhofeiras,
Correndo com firmeza, assomam as varinas.
Vêm sacudindo as ancas opulentas!
Seus troncos varonis recordam-me pilastras;
E algumas, à cabeça, embalam nas canastras
Os filhos que depois naufragam nas
tormentas.
Descalças! Nas descargas de carvão,
Desde manhã à noite, a bordo das fragatas;
E apinham-se num bairro aonde miam gatas,
E o peixe podre gera os focos de infecção
Cesário Verde.in op, cit
E evoco, então, as crónicas navais:
Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado!
Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado!
Singram soberbas naus que eu não verei jamais!
*Este poema é constituído por 11 quadras.
*Cesário Verde escreve poemas muito longos e este pertence a um poema
(Avé Marias) que tem muitos outros poemas.
*Este poema pertence á Ave Maria I
Ave Marias
*O sujeito poético vai passeando pela cidade de Lisboa observando e dando a sua
opinião (criticando) o que vê:
Cidade escura e triste – da-lhe vontade de “sofrer”
O “gás” das lanternas enjoa-o, perturba-o
“os edificios, as chaminés e a multidão”- “.. Cor monótona e londrina”
As pessoas que se vão embora vão felizes.
“o fim da tarde inspira-me, incomoda-me!”
Fala das peixeiras (varinas) e da forma como vivem
Ganha-se doenças nos bairros
“Há tal soturnidade, há tal melacolia”
Significa que as ruas da cidade tinham um ar triste e escuro, criando um ambiente melancólico e doentio, como se nada mudasse com o passar do
tempo.
“Os filhos que depois naufragam nas tormentas”
Os filhos das varinas iam para o mar pescar deixando as mães sozinhas, estas ficavam com medo de perder os filhos.
Este é um verso de tristeza
“Levando à via-férrea os que se vão. Felizes!”
As pessoas que se vão embora, de comboio, vão felizes por se ir pois esperam que as coisas sejam diferentes de Lisboa e que possam ter uma vida melhor.
“Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado”
Camões estava para Sul e salvou um dos livros, hoje mais importante, Os Lusíadas. A sociedade não se mostravam dignada de tal vitória pois estava a
tornar-se cada vez pior, sem esperança e cada vez mais triste.
“”Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia”
Sinestesia
Fusão de sensações decorrentes da perceção de diferentes sentidos
“”O gás extravasado enjoa-me, perturba;”
Assíndeto
Supressão intencional de articuladores entre palavras, expressões ou frases sucessivas
“”Ocorrem-me em revista exposições, países, Madrid, Paris,
Berlim, Petersburgo, o mundo!”
Gradação
Sucessão de palavras ou de grupos de palavras, em ordem ascendente ou descendente, que amplificam
ou diminuem o significado de uma ideia.
“Batem os carros de aluguer, ao fundo” Realismo
Palavra utilizada como sinónimo de “arte nova” ou “estilo coimbrão”, que pretendeu responder a novas aspirações e agir como regenerador da consciência social, pintando a realidade objetivamente. Corresponde à proscrição do sentimentalismo, a favor da “anatomia do caráter” que nos permite conhecermo-nos.
“E o fim da tarde inspira-me; incomoda-me” Impressionismo
Escola de pintura surgida em França, por volta de 1870, que visava captar a impressão visual produzida por cenas e formas da natureza, e as variações nelas provocadas pela incidência da luz. Estendeu-se, depois, à literatura e à música, onde se relaciona co a expressão das impressões subjetivas e/ou sensoriais.
“Nas nossas ruas, ao anoitecer,…” Deambulando pela
cidade
O poeta ao longo do poema vai descrevendo Lisboa, passeando (deambulando) por ela.