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Coesão e coerência Quando escrevemos um texto, uma das maiores preocupações é como amarrar a frase seguinte à anterior. Isso só é possível se dominarmos os princípios básicos de coesão. A cada frase enunciadas devemos ver se ela mantém um vínculo com a anterior ou anteriores para não perdermos o fio do pensamento. A coesão, no entanto, não é só esse processo de olharmos constantemente para trás. É também o de olhar para adiante, ou seja, um termo pode esclarecer-se somente na frase seguinte. O importante é cada enunciado estabelecer relações estreitas com os outros a fim de tornar sólida a estrutura do texto. No entanto, não basta costurar uma frase a outra para dizer que estamos escrevendo bem. Além da coesão, é preciso pensar na coerência. Você pode escrever um texto coeso sem ser coerente. Redação – Prof. João Mendonça Blog - http://profjcmendonca.blogspot.com

Coesão e coerência

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Coesão e coerência  Quando escrevemos um texto, uma das maiores preocupações é

como amarrar a frase seguinte à anterior. Isso só é possível se dominarmos os princípios básicos de coesão. A cada frase enunciadas devemos ver se ela mantém um vínculo com a anterior ou anteriores para não perdermos o fio do pensamento. A coesão, no entanto, não é só esse processo de olharmos constantemente para trás. É também o de olhar para adiante, ou seja, um termo pode esclarecer-se somente na frase seguinte.

O importante é cada enunciado estabelecer relações estreitas com os outros a fim de tornar sólida a estrutura do texto.

No entanto, não basta costurar uma frase a outra para dizer que estamos escrevendo bem. Além da coesão, é preciso pensar na coerência. Você pode escrever um texto coeso sem ser coerente.

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Veja o exemplo:Os problemas de um povo têm de ser resolvido pelo

presidente. Este deve ter ideais muito elevados. Esses ideais se concretizarão durante a vigência de seu mandato. O seu mandato deve ser respeitado por todos.

Não falta coesão a esse parágrafo. Mas de que ele trata? Dos problemas do povo, do presidente ou do seu mandato? Embora ele tenha coesão, não tem coerência.

Enquanto a coesão se preocupa com a parte visível do texto, sua superfície, a coerência se preocupa com o que se deduz do todo e exige uma concatenação perfeita entre as diversas frases, sempre em busca de uma unidade de sentido.

Os problemas de um povo devem ser resolvidos pelo presidente. Este tem a incumbência de ter ideais elevados, de forma a se concretizarem durante seu mandato, que deve ser respeitado por todos.

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Alguns recursos de coesão  1 – Epítetos – é a palavra ou frase que qualifica pessoa ou coisa.Ex.: Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta

mais famoso do cinema brasileiro tenha morrido tão cedo.2 – Nominalizações – Ocorre nominalização quando se emprega

um substantivo que remete a um verbo enunciado anteriormente.Ex.: Eles foram testemunhar sobre o caso. O juiz disse, porém, que

tal testemunho não era válido por serem parentes do assassino.3 – Palavras ou expressões sinônimas.Ex.: Os quadros de Van Gogh não tinham nenhum valor em sua

época. Houve telas que serviram até de porta de galinheiro.

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4 – Um termo sínteseEx.: O país é cheio de entraves burocráticos.

É preciso preencher um sem-número de papéis. Depois, pagar uma infinidade de taxas. Todas essas limitações acabam prejudicando o importador.

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5 – PronomesEx.:Vitaminas fazem bem à saúde, mas não devemos tomá-las ao

acaso.O colégio é um dos melhores da cidade. Seus dirigentes se

preocupam muito com a educação integral.Aquele político deve ter um discurso muito convincente. Ele já

foi eleito seis vezes.Há uma grande diferença entre Paulo e Maurício. Este guarda

rancor de todos, enquanto aquele tende a perdoar.Durante o passeio de barco, caiu um temporal, que nos

assustou bastante.Chegará amanhã o material de que dependemos para terminar

o projeto.Recuso-me a fazer críticas a uma pessoa a respeito da qual/de

quem não tenho informações.

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7 – NumeraisEx.:Não se pode dizer que toda a turma esteja

preparada. Apenas um terço parece estar dominando o assunto.

Recebemos dois telegramas. O primeiro confirmava a sua chegada; o segundo dizia justamente o contrário.

8 – ElipseEx.: O ministro foi o primeiro a chegar. (Ele)

Abriu a sessão às oito em ponto e (ele) fez então seu discurso emocionado.

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9 – Repetição do nome próprio (ou parte dele).Ex.: Manuel da Silva Peixoto foi um dos ganhadores do maior

prêmio da loto. Peixoto disse que ia gastar todo o dinheiro na compra de uma fazenda.

Lygia Fagundes Telles é uma das principais escritoras brasileiras da atualidade. Lygia é autora de “Antes do baile verde”, um dos melhores livros de contos de nossa literatura.

10 – Metonímia – é o processo de substituição de uma palavra por outra, fundamentalmente numa relação de contiguidade semântica.

Ex.:O governo tem se preocupado com os índices de inflação. O

Planalto diz que não aceita qualquer remarcação de preço.Santos Dumont chamou atenção de toda Paris. O Sena

curvou-se diante de sua invenção.

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11 – Advérbios pronominais (aqui, ali, lá, aí)Ex. Não podíamos deixar de ir ao Louvre. Lá está a

obra-prima de Leonardo da Vinci: a “Mona Lisa”.12 – Associação – Na associação, uma palavra retoma

outra porque mantém com ela, em determinado contexto, vínculos de significação.

Ex. São Paulo é sempre vítima das enchentes de verão. Os alagamentos prejudicam o trânsito, provocando engarrafamentos de até 200 quilômetros.

Obs. A palavra alagamentos surgiu por estar associada a enchentes. Mas poderia ter sido usada outra, como transtornos, acidentes, transbordamento do Tietê etc.

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Atividade 01 – Utilizando os recursos de coesão, substitua

os elementos repetidos quando necessário.A – O Brasil vive uma guerra civil diária e sem

trégua. No país que se orgulha da índole pacífica e hospitaleira de seu povo, a sociedade organizada ou não para esse fim promove a matança impiedosa e fria de crianças e adolescentes. Pelo menos sete milhões de menores, segundo estudos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), vivem nas ruas das cidades brasileiras.

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B – A poesia às vezes se impõe por sua própria força. Mesmo quem nunca leu Carlos Drummond de Andrade sabe que ele é um grande poeta. Drummond marcou não só a literatura brasileira, mas também a vida cotidiana de muitas pessoas com suas crônicas publicadas no Jornal do Brasil. Sua poesia também se preocupou com a nossa vida diária (o nosso dia-a-dia). Nesses momentos a poesia de drummondiana nos faz refletir sobre sentimentos advindos de certos fatos que, ditos de outra forma, não nos teriam ticado tanto.

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Todos ficam sempre atentos quando se fala de mais um casamento de Elizabeth Taylor. Casadoura inveterada, ela já está em sua oitava união. Agora, diferentemente das vezes anteriores, Liz Taylor casou-se com homem do povo que [elipse] encontrou numa clínica para tratamento de alcoólatras, onde ela também estava. Com toda pompa, a cerimônia foi realizada na casa do cantor Michael Jackson e a imprensa ficou proibida de assistir ao enlace da famosa atriz com um homem comum. Ninguém sabe se será o seu último casamento.

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02 – Identifique no texto a seguir todos os termos que retomam as palavras em itálico.

A – Em outubro de 1839 Paris ainda possuía a mesma mística embriagadora que Chopin experimentara ao chegar lá em setembro de 1831. A ausência de 11 meses só servira para aumentar seu apaixonado fascínio pela magnífica metrópole espraiada ao longo das sinuosas margens do Sena. Paris havia-se tornado a amante de Chopin muito antes de ele conhecer Mme. Sand e durante vários anos subsequentes suas afeições ficaram divididas entre as duas. Ambas a adoravam, do mesmo modo que eram, por sua vez, cultuadas por ele, e ambas eram essenciais à sua existência. Com a saúde debilitada, o jovem músico não podia sobreviver ao estímulo de uma sem o amparo da outra.

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Paris – lá ; magnífica metrópole espraiada ao longo das sinuosas margens do Sena; Paris; uma (em “sem o estímulo de uma”).

Chopin – seu (apaixonado fascínio); Chopin; ele (conhecer); suas (afeições); o (adoravam); por ele; sua (experiência); o jovem músico.

Mme. Sand – outra (em “sem o amparo da outra”).

Paris e Mme. Sand – as duas; ambas; elas (“eram cultuadas”); sua (“por sua vez”).

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