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Memória Cotidiana Comunidades e comunicação na era das redes

Comunicação, comunidades e memória

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Memória Cotidiana

Comunidades e comunicação na era das redes

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Pierre Lévy

• O desenvolvimento das redes é constante alvo de debates, devido a maneira como rompeu com a forma convencional de se produzir e distribuir conteúdos.

• Esta ruptura por sua vez resultou em uma maneira diferente de se criar memória.

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• As tecnologias da informação são humanistas, têm o ser humano como unidade;

• As fronteiras são flutuantes;• As redes facilitam o processo de

difusão da memória;• As comunidades definem-se por

COMPARTILHAR.

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• Na internet surgem paisagens mentais coletivas – centros de interesses, paixões, competências...

• A conexão é a condição fundamental;

• A proximidade de espírito favorece a proximidade dos corpos;

• A comunicação nas redes permite a melhor distribuição da informação no tempo;

• As interconexões crescentes dão vazão a origem de identidades transversais.

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A comunicação ocorre em vários formatos e plataformas

FOUCAULT

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• A informação, em geral, é "um laço secreto entre almas, um laço virtual preso ao suporte físico da mensagem";

• O que e virtualidade? Pode ser a ausência física?

• A virtualidade é "um mundo de existência independente de coordenadas espaço temporais precisas [...]";

• O ser humano passa seu tempo se relacionando com outros – existem inúmeros tipos de relações;

• A internet serve a todas as relações – mas nem todas as relações passam por ela.

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Falando em relações...

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• O centro gravitacional do ecossistema se deslocará para as telecomunicações e para o ciberespaço;

• Haverá uma metamensagem, em um hipercontexto único, onde tudo estará conectado;

• É bom que se permita esquecer;• Nós sabemos onde estão as informações e

podemos consultá-las sempre que quisermos;

• São os procedimento técnicos, intelectuais, sociais, afetivos que constituem a memória;

• A memória é um processo de síntese, esquematização e interpretação.

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• A memória FAZ o presente e aclara o futuro;• Links são laços;• Memória viva é hipertexto em reconstrução

permanente;• O ciberespaço está se tornando universal;• É difícil entender uma mensagem quando ela

está fora de contexto – quem envia a mensagem tem algo

em mente (imaginário) diferente de quem está recebendo...• Logo, a memória exige contexto.

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Onde está a informação?

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"O ciberespaço é um dispositivo de comunicação que dá a palavra a uma

multidão de vozes."

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Estamos frente a processos de construção de novidades ou de invenções que são coletivos, que reúnem pessoas advindas de horizontes diferentes.

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"Cada um carrega a memória da linhagem a qual pertence e encontra-se

com outros, pertencentes a outras linhagens,

e isso enriquece tanto quanto o trabalho feito comum."

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•• Com a ressalva de que a cultura

não é mais recepção-conservação-transmissão de um fogo sagrado, mas um processo de identificação e de imitação.

Neste cenário onde processos coletivos são redimensionados, a diversidade e a fecundidade cultural encontram solo fértil;

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•A interconexão engendra e favorece os fenômenos de imitação na medida em que ela é um vetor de cultura pulsante, os dois são aspectos indissociáveis. É possível evidenciar claramente este fenômeno nos processos de distribuição de moda, por exemplo.

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Who or what are your friend?

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William J. Mitchell

• Para existir, a comunidade depende de um grupo de pessoas que possuam capacidade de comunicação e interação entre elas;

• Mas atenção: uma comunidade não é apenas uma "coleção randômica de pessoas que interagem por acaso";

• Os membros devem ter algum interesse em permanecer e comprometer-se com a sua continuidade.

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• Para que uma comunidade virtual se transforme em uma comunidade de fato, deve haver interação interna entre seus membros e eles devem tem um LUGAR na comunidade;

• Os chats, por exemplo, não são comunidades, pois as pessoas não têm nenhum suporte neles, entram e saem randomicamente e não interagem;

• Não se deve contrastar as comunidade físicas e virtuais, pois elas se sobrepõem e se interconectam.

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E-mails e chats não são comunidades físicas, porém podem, sim, abrigar comunidades físicas. A virtual reforça a real e vice-versa.

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• A comunicação local sincrônica é chegar junto, ao mesmo tempo, no mesmo local;

• A comunicação local assincrônica se estabelece com os textos, inscrições (nas paredes e em lugares);

• A comunicação remota sincrônica ocorre quando se dá início ao rádio;

• E a comunicação remota assincrônica se amplia com a WWW e a internet.

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Como foi que surgiu tudo isso mesmo?

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• É fundamental para os humanos quererem gravar o que é importante e transmitir aos outros membros da comunidade;

• "Se você não possui uma motivação inerente para criar memória , então você não tem uma comunidade";

• A arquitetura tem papel fundamental. É um "repositório" de memória";

• As instituições (igrejas, governos) constroem websites como se fosse no passado, a construção de monumentos;

• A rede mundial se tornou uma MEMÓRIA GLOBAL.

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They don't have roads, but they have Facebook!

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• Os modos diferentes de memória coexistem;

• A memória é multimídia, mas não é textual;

• Os diferentes níveis técnicos se transformam em dados que explicitam representações sociais e culturais.

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Paul Virilio

• Presença, hic et nunc;

• As novas formas de comunicação estão vivas, no aqui e no agora;

• Crash temporal, novas formas de poluição (flood de informação);

• Comunidade real se refere à dimensão étnica.

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Quanto mais importante a família era, mais rica a memória!

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• A comunidade não é mais de presença, mas de telepresença;

• A verdadeira memória não é mais a de fatos, mas, sim, a de ação – interação;

• Memória do instante presente vai se dilatar – efeito lupa, não sobre um ponto no espaço, mas sobre um instante no tempo;

• A internet possibilita ver o que se passa na comunicação.

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• O fim dos herdeiros e a decadência da família influenciam na construção da memória;

• As relações deixam de ser sexuais e territoriais para privilegiar a técnica – Heidegger;

• Avatares, clones eletrônicos, levam à telepresença;

• O tempo real, estéreo-real, relevo;• "Doravante é a informação que modifica

a massa e os batimentos, não apenas a massa e a energia."

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• Perda da narrativa projetada e da possibilidade de interpretação – perda de memória;

• O vazio – carência de relevo ou volume;• O face a face dá lugar a interface, onde a

comunicação é instantânea, com qualquer um que não está ali e para quem nós estamos ausentes;

• "O conteúdo da memória é a função da velocidade do esquecimento" – Norman E. Spear;

• Não há memória sem esquecimento.

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What do you remember, deary?

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• O sistema de comunicação de massa é um perigo para a democracia;

• Resistência ao sistema;• O sistema é uma espécie de governo

das novas tecnologias, porém não podem controlar o Estado – TIRANIA;

• A tecnologia torna tudo mais tangível;• Internet – exército – guerra;• A memória CIVIL do vivido;• Exibicionismo e voyeurismo –

webcams.

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Que voz é essa vindo da televisão?

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• A moradia será completada pela informação – media buildings;

• Necessidade da narrativa;• "Há relato quando o tempo é mais

curto";• Dilatação da narrativa;• Substância da narrativa.

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André Akoun

• As sociedades se constrõem em cima de quadros rituais, num período – em diferentes tempos sociais;

• TUDO passa;

• As experiências próprias se perdem no fluxo;

• Eu fenomênico.

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• Cosciência do tempo;• A palavra se dá na ordem da

linguagem, que é o que organiza o tempo;

• As coisas são únicas, através da linguagem;

• A linguagem nos confere um lugar;• O espaço se torna triangular e

excludente – simbolismo;• As palavras inscrevem a permanência

de seus traços e relatos.

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A linguagem é a matriz ordinária daquilo que pelo tempo se representa

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• Os rituais das sociedades são exemplificados por calendários;

• Existem 3 tipos de temporalização: mítica ou religiosa, histórica e estética/descontínua;

• A mítica é construida pela repetição, enquanto que a religiosa privilegia a eternidade divina e o tempo humano;

• "O tempo dos homens conserva um laço com uma ordem que se quer atemporal."

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• O homem é a entidade fundadora e legitimadora do discurso?

• Como ocorre o processo temporal da história?

• Palavras sagradas da tribo;• A comunicação funda um espaço de

valores comuns;• O que cria o laço?• Tempo de sucessão de instantes –

momentos qualitativos;• A história coletiva não é mais o lugar de

inscrição do sentido da vida – o vazio;

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"O contexto é o de uma sociedade 'publicitária', que vive em meio a uma superabundância enlouquecida e anoréxica de

informações, em meio a uma profusão de imagens e de palavras, em que o sentido e o tempo se apagam, em que

triunfa o esquecimento."

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Sherry Turkle

• Relação entre homem, tecnologia e computadores;

• Formas de comunicação e interação no ciberespaço;

• Não se deve separar real do virtual – ou teremos uma visão parcial do fenômeno.

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• Usos sociais das redes;• Fronteiras permeáveis;• Interação em rede e a presença na

virtualidade causam problemas na memória do nosso tempo;

• Não existe comunidades na transitoriedade;

• As salas de bate-papo são como salas de aeroportos – não há sentido de permanência, de definir papéis, de se tornar parte da vida dos outros...

• A vida virtual também pode ser real.

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• O ser humano tem habilidades de crias relacionamentos reais em ambientes virtuais;

• Relacionamentos reais são aqueles que as pessoas se sentem conectadas o suficiente para sentirem as consequências dessas relações;

• A cultura acentua a uniformidade ou a multiplicidade das experiências, conforme a época;

• "A vida on-line pega algo do cotidiano e a leva para um 'poder maior'."

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We are all cyborgs!

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•• A tecnologia permite a manipulação dos

textos da memória;• Os objetos da memória adquirem um

novo status – mesmo formato e mesma presença na tela do que os novos objetos.

Sensação de pertencimento: Quando as pessoas estão on-line e participam de uma comunidade virtual, elas estão lá para responderem aos outros;

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A artista Sophie Calle levou um "fora" do namorado por e-mail e, a partir disso, pediu para 107 mulheres de diferentes profissões interpretarem a carta. A atividade deu origem a uma exposição com vídeos, fotos e textos.

Sophie Calle - Cuide de Você

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Socideda Midiatizada

Sobremodernidade: do mundo tecnológico de hoje ao desafio essencial de amanhã

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Marc Augé

• O contexto é planetário;

• A adição de distintas temporalidades configura a modernidade do lugar;

• A modernidade é o desencanto do mundo (Max Weber);

• Desaparecimento dos mitos de origem.

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• Desaparecimento do sistema de crenças;• O homem moderno não tem laços com

deuses, terra, família;• A modernidade também é o

aparecimento de mitos do futuro;• A concepção de progresso até a metade

dos até os anos 50 (sustentada pela ciencia e técnica);

• A ideia se desfaz na segunda metade do século XX : os mitos do futuro eram ilusões (fracasso político, economico e moral).

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• Surgimento da "aldeia global" – McLuhan;

• A antropologia pós-moderna propõe uma ideologia da FRAGMENTAÇÃO;

• Paradoxo do mundo contemporâneo: não é o fim (da história, da modernidade, das ideologias), mas sim uma multiplicação e aceleração dos fatores que constituem a modernidade – "superabundância de causas".

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• A SOBREMODERNIDADE amplia e diversifica a modernidade; lógica do excesso:

Excesso de informaçãoExcesso de imagens

Excesso de individualismo

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Find the cat!

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• O excesso de informação nos dá a impressão de que a história se acelera;

• Necessidade de ESQUECER;• Idade do imediatismo e instantâneo;• O nosso domínio do tempo reduz o

nosso espaço;• Individualização passiva:

consumidores que surgem com o desenvolvimento dos meios de comunicação.

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• A passagem dos LUGARES aos NÃO-LUGARES;

• "O lugar é um espaço em que podemos ler, em parte ou em sua totalidade, a identidade dos que o ocupam. As relações que mantêm e as histórias que compartilham";

• Não-lugares são os espaços onde esta leitura não é possível: auto-estradas, aeroportos, supermercados, hotéis...

• A definição do espaço está em função dos que vivem nele.

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Se nós definimos o espaço, então...

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Essa apresentação é um oferecimento de: Maria Teresa Weidlich, Deborah Cattani e Vanessa Valiati. Nenhum animal ou estagiário foi maltratado durante o processo.