Considerações sobre identidade profissional e mercado de trabalho jornalísticos: um estudo de caso com profissionais formados pela PUC-Rio ou pela UFF entre 2012 e 2015 (TCC - Jornalismo

DEZ/2016

CONSIDERAÇÕES SOBRE IDENTIDADE PROFISSIONAL E MERCADO DE TRABALHO JORNALÍSTICOS: um estudo de caso com profissionais formados pela PUC-Rio ou pela UFF entre 2012 e 2015

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – COMUNICAÇÃO SOCIAL / JORNALISMO – RAFAEL BOLSONI BASTOS

DEZ/2016 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – COMUNICAÇÃO SOCIAL / JORNALISMO – RAFAEL BOLSONI BASTOS

INTRODUÇÃO

REFERENCIAL TEÓRICO

ESTUDO DE CASO E RESULTADOS

CONSIDERAÇÕES FINAIS

AGENDA

Como está o mercado de trabalho para os jornalistas recém-formados?

Em média, 15 mil novos jornalistas se formam anualmente no Brasil (Waltz, 2015)

Inspiração: “Perfil do jornalista brasileiro: características demográficas, políticas e do

trabalho jornalístico em 2012”


Objetivo inicial: descobrir o perfil do jornalista formado pela PUC-Rio ou pela UFF

entre 2012 e 2015


86 profissionais (de um universo de 780 possíveis)

Metodologia de Pesquisa

Amostragem em bola de neve


HIPÓTESES

parcela considerável não encontrou empregos na área e migrou

2015: a maior parcela do total de desempregados

maior parte dos jornalistas não atua em mídia tradicional, mas em assessorias de empresa e empresas privadas


jornalistas recém-formados: busca por especialização

jornalistas sobrecarregados de tarefas – profissionais “multiplataforma” ou “multimídia”


INTRODUÇÃO




AGENDA



Ser jornalista: identidade profissional e os mitos da profissão (Lopes, 2013; Marcondes Filho, 2009; Travancas, 2009; Waltz, 2015)

Capítulo 1


Que fazeres, valores, crenças, mitos ajudaram a moldar as características distintivas do jornalismo enquanto profissão?

De que maneira esses elementos foram construídos ao longo do tempo?


Criação da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) em 1908

Decreto 910, de 1938, por meio do qual o então presidente Getúlio Vargas regulamentou a profissão

Consolidação do modelo de jornalismo impessoal, direto e alinhado à lógica empresarial – influência estadunidense – Pompeu de Souza – Diário Carioca

MARCOS

Caso Watergate

Ditadura civil-militar brasileira (1964-1985) e o fortalecimento dos mitos da profissão



Encarando a realidade: os desafios do mercado jornalístico no século XXI (Anderson, Bell e Shirky, 20131; Görgen, 2009; Anuário Brasileiro da Comunicação Corporativa, 2014; Lopes, 2013; Marcondes Filho, 2009; Projeto Intermeios; Waltz, 2015)

Capítulo 2


Pagando as contas: a dependência da publicidade e a migração das verbas para a internet

Jornalismo na internet: novos papéis, novas rotinas e novas possibilidades

Um mercado concentrado

Muita gente para poucas vagas: o boom das faculdades de jornalismo nos últimos 20 anos


INTRODUÇÃO




AGENDA



Objeto da pesquisa: Jornalista formado pela PUC-Rio ou pela UFF entre 2012 e 2015

Motivo para esta escolha: Série de inquietações


Há emprego para todos ou os jornalistas estão tendo de abandonar a profissão?

Em que segmentos os recém-formados estão atuando majoritariamente?

Quanto eles ganham?

Será que essas pessoas estão satisfeitas com seus ofícios?


Critério de escolha: entre as instituições de ensino mais conhecidas do estado do Rio, selecionar uma pública federal (UFF) e uma privada (PUC-Rio)

Seleção do intervalo – 2012 a 2015: jornalistas formados nos últimos anos constituem um grupo que busca ingressar e se estabelecer no mercado de trabalho


Observação: amostragem e coleta dos dados

Primeiro passo: descobrir a dimensão do universo a ser estudado (contato com Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio e Pró-reitoria de Graduação da UFF) – 780 pessoas ao todo


Desafio: seria possível chegar a todas essas pessoas e estudá-las? Como seríamos bem-sucedidos nessa tarefa se não tínhamos seus nomes nem contatos pessoais?

Necessidade: delimitar o “universo de investigação”, a amostra que selecionaríamos para analisar


Problema: impossibilidade de utilização da técnica de amostragem probabilística – ausência da chamada moldura de amostragem

Saída: amostragem em bola de neve (técnica não probabilística) – processo “barato e custo-eficiente”, mas que não permite uma generalização a partir da amostra para a população como um todo


Definição da semente da amostra – ou a chamada onda zero: amigos e conhecidos do autor/grupos do Facebook (Jornalismo IACS UFF, Jornalismo PUC-Rio, PUC-Rio – Ex-Alunos de Comunicação e Jornalistas RJ)

Coleta dos dados: questionário auto-aplicável por meio da ferramenta Formulários Google, composto por 25 perguntas


Enquete online ficou disponível para respostas entre os dias 13 e 25 de outubro de 2016 e foi encerrada quando se alcançou o número de 86 respondentes (pouco mais de 11% do universo – 780)


RESULTADOS DA PESQUISA

Feminino

Masculino

Sexo

60 70%

26 30%

Total

19 63%

11 37%

UFF

41 73%

15 27%

PUC-Rio


Idade


7 8%

63 73%

16 19%

21 e 22 anos

23 a 26 anos

27 a 33 anos


Ano de formatura


18 21%

14 16%

20 23%

34 40% 2012

2013

2014

2015

Grau de instrução formal

9 10,5%

21 24,4%

56 65,1%

Total

Lato sensu

Stricto sensu

Superior completo


8 26,7%

3 10,0%

19 63,3%

UFF 1

1,8%

18 32,1%

37 66,1%

PUC-Rio

Estágio profissional


58% 42% 41%

33% 16% 16% 9% 6% 5% 3% 3%

Ass

ess

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pre

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TV

Sit

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Jorn

al

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Co

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nic

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corp

ora

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Áreas de estágio mais citadas - Total



67%

37% 37% 23% 23%

7% 3% 3% 3% 3% 3% A

sse

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Jorn

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ng

Ou

tro

s

Pu

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ida

de

Co

mu

nic

açã

o

corp

ora

tiva

Áreas de estágio mais citadas - UFF



54% 52% 43%

30% 23%

13% 13% 5% 5% 4% 4%

Ass

ess

ori

a d

e im

pre

nsa

/ co

mu

nic

açã

o

TV

Sit

e

Jorn

al

Rád

io

Rev

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Mar

keti

ng

Rel

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s

Ou

tro

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Pu

blic

ida

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Co

mu

nic

açã

o

corp

ora

tiva

Áreas de estágio mais citadas - PUC-Rio


Participação em programa de trainee


Sim

Não

68 79%

18 21%

Total

26 87%

4 13%

UFF

42 75%

14 25%

PUC-Rio

Empregados, desempregados e acadêmicos


20 23%

7 8% 53

62%

6 7%

Empregado em outra área

Empregado na área

Desempregado

Carreira acadêmica

4 13% 3

10%

18 60%

5 17% 16

29%

4 7%

35 62%

1 2%

PUC-Rio UFF Total



32%

10%

Superior Completo Pós-graduação lato sensu

Desemprego por grau de instrução formal - PUC-Rio + UFF



22%

14%

25% 26%

2012 2013 2014 2015

Desempregados por ano de conclusão da graduação (%)

Vínculo empregatício*


11 21%

42 79%

Total

Sim

Não

6 33%

12 67%

UFF

5 14%

30 86%

PUC-Rio

*Atenção: deste tópico até o penúltimo (Pontos positivos e negativos), consideraremos apenas os 62% de respondentes que estão empregados na área

Remuneração


48 91%

5 9%

Fontes de renda

1 fonte de renda

2 fontes de renda

2 3,8%

8 15,1%

17 32,1%

17 32,1%

7 13,2%

2 3,8% Total

Até 1 salário mínimo (R$ 880,00)

De 1 a 2 salários mínimos (R$ 880,01 a R$ 1760,00)



De 4 a 5 salários mínimos (R$ 3520, 01 a R$ 4400,00)



Remuneração


1 5,6%

7 38,9%

7 38,9%

3 16,7%




De 4 a 5 salários mínimos (R$3520,01 a R$ 4400,00)



PUC-Rio UFF 2

5,7%

7 20,0%

10 28,6%

10 28,6%

4 11,4%

2 5,7%


Remuneração






1 9,1%

4 36,4% 4

36,4%

2 18,2%

Formados em 2012


Remuneração







1 11,1% 1

11,1%

5 55,6%

1 11,1%

1 11,1%

Formados em 2013


Remuneração








1 7,1%

1 7,1%

3 21,4%

6 42,9%

2 14,3%

1 7,1%

Formados em 2014


Remuneração







1 5,3%

5 26,3%

9 47,4%

2 10,5%

2 10,5%

Formados em 2015

Benefícios


77% 70% 58%

19% 17% 17% 9% 6% 2% V

ale

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Val

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efe

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rech

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u

cre

che

Benefícios que os empregados na área recebem

Forma de ingresso no trabalho


42%

34%

25%

13%

2% 2% 2%

Em continuação a estágio ou trainee

Indicação de amigo ou colega

Processo seletivo realizado pelo

contratante

Fui convidado Seleção por empresa

de recrutamento

Concurso público Abri uma empresa/ empreendi

2%

2%

2%

4%

6%

6%

9%

13%

13%

21%

25%

25%

Revista

Agência de notícias

Empresa ou órgão público que possua área de comunicação/jornalismo ou que não tenha setor específico de comunicação/jornalismo, mas que empregue profissional(ais) de comunicação/jornalismo

Organização do terceiro setor

Agência de publicidade

Outras

Rádio

Empresa de assessoria de imprensa/assessoria de comunicação que presta serviços para terceiros

TV

Empresa privada que possua área de comunicação/jornalismo ou que não tenha setor específico de comunicação/jornalismo, mas que empregue profissional(ais) de comunicação/jornalismo

Jornal

Site Natureza da empresa


Natureza da empresa


20%

33%

PUC-Rio UFF

Jornal

26%

22%

PUC-Rio UFF

Site

Atividades que exerce no trabalho


79%

53% 53% 49%

25% 19% 17% 15% 11% 9% 8% 17%

Re

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Atividades que exerce no trabalho


19 36% 34

64%

Profissional multimídia*

Multimídia

Normal

*Chamamos de “multimídia” aqueles profissionais que, além de exercerem as atividades típicas do jornalismo em suas rotinas de trabalho – redação, reportagem, edição de texto etc –, também exercem pelo menos uma das seguintes atividades: fotografia, cinegrafia, edição de imagem, edição de vídeo ou diagramação/design gráfico

Pontos positivos e negativos


43%

15% 9% 8%

Conhecer novos assuntos,

pessoas, lugares

Prestar serviço para a sociedade/

transformar a vida das pessoas

Opções diferentes de emprego

Contar histórias

Pontos positivos da profissão mais citados

Pontos positivos e negativos


43%

30% 30%

17%

Baixa remuneração Pouco reconhecimento

Carga horária e de trabalho excessivas

Escassez de vagas

Pontos negativos da profissão mais citados

Arrependimento com a escolha profissional


48 56%

38 44%

Não

Sim

34 57%

26 43% 10

50%

10 50%

Entre os empregados Entre os desempregados Total


INTRODUÇÃO




AGENDA


Das 86 pessoas que responderam ao questionário, 70% estão empregadas, sendo que 62% estão trabalhando na área de formação. Outras 23% estão desempregadas e 7% seguiram carreira acadêmica

Mesmo profissionais formados por duas das principais escolas de jornalismo do Rio de Janeiro têm encontrado dificuldade em conseguir emprego (seja em jornalismo, seja em qualquer outra área) dados da Pnad Contínua, do IBGE, referentes ao terceiro trimestre de 2016: 25,7% da população entre 18 e 24 anos estava desempregada à época



Entre os jornalistas do grupo analisado que trabalham na área, 79% possuem vínculo empregatício, o que poderia enfraquecer o argumento da tendência a uma “pejotização” citada por alguns autores*


Diferentemente do que imaginávamos no início da pesquisa, os tipos de empresa que mais empregam os profissionais que consultamos são jornal e site, ambos citados por 25% dos jornalistas. TV (13%) e rádio (9%)

*Ressalva: fenômeno da “pejotização” costuma estar associado a salários mais altos, quando as despesas das empresas com encargos trabalhistas ficam bastante elevadas. Como profissionais mais novos tendem a ganhar menos, o baixo percentual de indivíduos trabalhando como Pessoa Jurídica se justifica


Somente na UFF, 33% dos participantes da pesquisa que estão empregados na área trabalham em jornal espaço para outra pesquisa: reflexo das características da própria formação oferecida pelo curso de jornalismo da UFF, como maior número de disciplinas voltadas para o impresso?



Percepção sobre o trabalho Ponto positivo: “conhecer novos assuntos, pessoas e lugares” (43%) – visão individualista Pontos negativos: “baixa remuneração” (43%), “pouco reconhecimento” e “carga horária e de trabalho excessivas” (30%)



Se quase metade se arrependeu, por que entraram no curso? E por que outros tantos continuam ingressando ano após ano? Brechas para futuras pesquisas

De concreto, apenas uma certeza: a profissão “jornalista” não está mais tão fascinante


44% do total disseram que, se pudessem voltar no tempo, teriam feito outra graduação em vez de jornalismo


Fim

CONSIDERAÇÕES SOBRE IDENTIDADE PROFISSIONAL E MERCADO DE TRABALHO JORNALÍSTICOS:

um estudo de caso com profissionais formados pela PUC-Rio ou pela UFF entre 2012 e 2015

Autor: Rafael Bolsoni Bastos [email protected]

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Carla Baiense Felix

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Considerações sobre identidade profissional e mercado de trabalho jornalísticos: um estudo de caso com profissionais formados pela PUC-Rio ou pela UFF entre 2012 e 2015 (TCC - Jornalismo