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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA AVALIAÇÃO DO EFEITO ANALGÉSICO DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA (TENS) E DA CORRENTE INTERFERENCIAL NA CERVICALGIA POR OSTEOARTROSE CERVICAL LAURA SANTOS DE MORAES PAOLA KARYNNE PINHEIRO MONTEIRO Belém – Pará 2007

Corrente interferencial

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE FISIOTERAPIA

AVALIAÇÃO DO EFEITO ANALGÉSICO DA ESTIMULAÇÃO

ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA (TENS) E DA CORRENTE

INTERFERENCIAL NA CERVICALGIA POR OSTEOARTROSE

CERVICAL

LAURA SANTOS DE MORAES PAOLA KARYNNE PINHEIRO MONTEIRO

Belém – Pará

2007

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE FISIOTERAPIA

AVALIAÇÃO DO EFEITO ANALGÉSICO DA ESTIMULAÇÃO

ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA (TENS) E DA CORRENTE

INTERFERENCIAL NA CERVICALGIA POR OSTEOARTROSE

CERVICAL

LAURA SANTOS DE MORAES PAOLA KARYNNE PINHEIRO MONTEIRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Fisioterapia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA (UNAMA), como requisito para a obtenção do grau de Fisioterapeuta, orientado pelo professor e fisioterapeuta Paulo Eduardo Santos Avila e co – orientado pela fisioterapeuta Ana Júlia Cunha Brito.

Belém – Pará 2007

AVALIAÇÃO DO EFEITO ANALGÉSICO DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NERVOSA

TRANSCUTÂNEA (TENS) E DA CORRENTE INTERFERENCIAL NA CERVICALGIA

POR OSTEOARTROSE CERVICAL

LAURA SANTOS DE MORAES

PAOLA KARYNNE PINHEIRO MONTEIRO

Avaliado por:

___________________________________________

Data: ______/______/______

Belém – Pará

Universidade Da Amazônia – UNAMA

2007

DEDICATÓRIA

De Laura:

À DEUS, primeiramente,por ter me dado força durante esses quatro anos de curso, a meio

de dificuldades. Por ter me iluminado nas decisões mais difícies e por ter me guiado ao longo do

curso para trilhar o caminho mais correto possível.

Aos meus pais, WALDIR MORAES E HELENA SANTOS, pelo amor e dedicação e por

ter me proporcionado essa oportunidade de um futuro promissor, principalmente meu pai, que fez

dele todos os esforços possíveis para dá continuidade a essa jornada, me dando todo apoio e força

para pleitear essa formação.

Ao meu marido, JOSIAS COELHO, pelo amor e compreensão sempre, me deixando mais

tranqüila nos momentos mais díficies do curso e até mesmo no decorrer do projeto. Dando – me

apoio nas minhas decisões, por mais que algumas prejudiquem algumas das partes.

De Paola:

AGRADEÇO A DEUS, por toda proteção durante a minha jornada acadêmica, que entre

tantos problemas, me deu força e iluminou os meus passos desde o ínicio da minha trajetória.

AOS MEUS PAIS, HEYDER MONTEIRO E SANDRA MONTEIRO, por todo o apoio

dado, na escolha da minha profissão, estando nos momentos mais felizes até os mais dificies da

minha trajetória acadêmica.

AGRADECIMENTOS

De Laura:

Ao meu irmão, WALDIR JUNIOR, pelo amor e carinho, pelos conselhos, enfim por tudo,

pois foste e sempre serás meu espelho e meu exemplo de pessoa e profissional.

A minha amiga e companheira de TCC, PAOLA MONTEIRO, por ter me aturado

durante essa jornada estressante, por ter me compreendido nas piores situações possíveis, por ter

superado as brigas normais de convivência.

A minha orientadora Fisioterapeuta, ANA JÚLIA, por ter grande participação não tão

somente nesse projeto, mas sim na minha jornada acadêmica, me dando apoio e carinho e além

de tudo me dando conhecimento imprescindíveis na área.Acima de tudo sendo um espelho e

exemplo de profissional pra mim.

Ao meu orientador Fisioterapeuta, PAULO ÁVILA, pelo conhecimento dado na vida

acadêmica, e pela compreensão em muitos momentos difícies.

A TODOS OS MEUS PROFESSORES, que colaboram e muito para a minha formação

acadêmica, me dando perspectiva de um futuro promissor nesta profissão.

De Paola:

AOS MEUS IRMÃOS, HEYDER JUNIOR E ANA GABRIELA, por terem contribuído

para a finalização da primeira etapa da minha vida, me ajudando, mesmo que em um simples

sorriso.

A MINHA IRMÃ ANA PAULA, por todo carinho e dedicação, incentivando, aplaudindo

e dando suas opiniões durante toda a minha vida acadêmica.

AO MEU TIO HÉLCIO, por tornar meu sonho realidade.

AOS MEUS TIOS E AVÓS, pelo incentivo e ajuda no dia –a dia.

A MINHA AMIGA LAURA MORAES, que apesar de todos os obstáculos superados

ajudou a realizar nosso sonho, alcançando nosso objetivo.

AO MEU AMIGO RODRIGO CORRÊA, pela preocupação e zelo, presente em todos os

momentos.

A ORIENTADORA ANA JÚLIA BRITO, pela ajuda e colaboração para que o projeto se

concretizasse da melhor maneira possível, e por todos os conhecimentos dados durante a vida

acadêmica.

AO MEU ORIENTADOR PAULO AVILA, que desde o começo acreditou, incentivando

- me sempre a busca de novos conhecimentos, me dando conselhos, contribuindo para o meu

crescimento na vida acadêmica.

A TODOS OS PROFESSORES DO CURSO, os conhecimentos que transmitiram – me

desempenharam especial sucesso em minha formação.

Sem sonhos, a vida não tem brilho.

Sem metas, os sonhos não tem alicerces.

Sem prioridade, os sonhos não se tornam reais.

Sonhe, trace metas, estabeleça prioridade e corra

riscos para executar seus sonhos.

Melhor é errar por tentar do que errar por se omitir!

Não tenhas medo dos tropeços da jornada.

Não podemos esquecer que nós, ainda que incompleto,

fomos o maior aventureiro da história.

Augusto Cury

LISTA DE TABELAS

Tabela I – Estatística Descritiva das variáveis nos dois métodos de tratamento............

........................................................................................................................................... 57

Tabela II- Análise de Variância entre as diferenças entre antes e depois das dez sessões

de tratamento nos dois métodos de tratamento..................................................................59

Tabela III- Estatística Descritiva e Comparativa nos dois métodos de tratamento............

........................................................................................................................................... 61

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Queixa principal nos dois grupos ...........................................................

..................................................................................................................................... 52

Gráfico 2 – Localização da dor nos dois grupos .........................................................

..................................................................................................................................... 53

Gráfico 3 – Horário de ocorrência da dor nos dois grupos .........................................

..................................................................................................................................... 54

Gráfico 4 – Ínicio da dor nos dois grupos ..................................................................

..................................................................................................................................... 55

Gráfico 5 –.Fatores da piora nos dois grupos................................................................

..................................................................................................................................... 56

Gráfico 6 –.Evolução da dor na diferença entre as sessões, nos dois métodos..............

......................................................................................................................................58

LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Parâmetros de um pulso elétrico da TENS ....................................................

........................................................................................................................................... 37

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Vértebras cervicais....................................................................................... 19

Figura 2 – Visão esquemática lateral da coluna cervical.............................................. 20

Figura 3 – Flexão cervical............................................................................................. 21

Figura 4 – Extensão cervical......................................................................................... 21

Figura 5 – Inclinação à direita....................................................................................... 22

Figura 6 – Inclinação à esquerda................................................................................... 22

Figura 7 – Rotação à direita.......................................................................................... 22

Figura 8 – Rotação à esquerda...................................................................................... 22

Figura 9 – Processo de degeneração da cartilagem....................................................... 25

Figura10 – Fisiopatologia da Osteartrose..................................................................... 26

Figura 11 – Demonstração da evolução do processo articular degenerativo................

....................................................................................................................................... 27

Figura 12 – AP: Osteoartrose de coluna cervical e Perfil: Osteofitose.........................

....................................................................................................................................... 30

Figura 13 – Osteoartrose de coluna cervical................................................................. 30

Figura 14 – Sistema de Controle das Comportas.......................................................... 39

Figura 15 – Onda de amplitude modulada (c) gerada pela interferência entre as ondas (a) e (b),

defasadas................................................................................................................ 41

Figura 16 – Dois circuitos dispostos perpendicularmente entre si, com interseção na área-

alvo............................................................................................................................... 43

Figura 17 – Instalação da varredura em vetor.............................................................. 44

Figura 18 – Representação da onda quadrada, processos crônicos.............................

..................................................................................................................................... 46

Figura 19 – Aparelho de Infravermelho da Marca CARCI.........................................

..................................................................................................................................... 49

Figura 20 – Aparelho de TENS/ FES Neurodyn portable...........................................

..................................................................................................................................... 49

Figura 21 – Aparelho Neurovector, geração 2000......................................................

..................................................................................................................................... 50

Figura 22 – Aplicação tetrapolar transversa na Cervicalgia.......................................

..................................................................................................................................... 50

Figura 23 – Aplicação tetrapolar na Cervicalgia........................................................

...................................................................................................................... 51

LISTA DE ABREVIATURAS

IASP Associação Internacional para o Estudo da Dor

CI Corrente Interferencial

TENS Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea

EMS Estimulação Muscular Eletrônica

AMF Freqüência de Modulação da Amplitude

CERIR Centro de Estudos de Reciclagem e de Investigação em Reumatologia

EVA Escala Visual Analógica

UNAMA Universidade da Amazônica

FISIOCLÍNICA Clínica Escola de Fisioterapia

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

RESUMO

MORAES, Laura Santos de; MONTEIRO, Paola Karynne Pinheiro. Avaliação do efeito analgésico da Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) e da Corrente Interferencial na cervicalgia por Osteoartrose cervical. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), Dezembro de 2007.

A coluna cervical é uma área com alto potencial para lesões graves, o que a torna uma

região que precisa ser abordada com cuidado. O sintoma mais comum de distúrbios cervicais é a

dor contínua, que acompanhada de dor músculo esquelética levanta a possibilidade de

cervicalgia. As alterações degenerativas da coluna cervical ocorrem em 75% das pessoas com

mais de 65 anos. Porém não é a essa idade que corresponde o pico de prevalência de dores, que é

de pessoas mais jovens (média 35 anos). Este estudo teve como objetivo verificar qual método

de aplicação de eletroestimulação proporcionará maior alívio ao processo doloroso em pacientes

com cervicalgia por osteoartrose. Para tal, foi realizado um estudo de ensaio clínico controlado e

randomizado, do tipo experimental, a partir da coleta de dados por meio de pesquisa de campo,

realizada na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade da Amazônia – FISIOCLÍNICA, no

período de 01 março a 27 de agosto de 2007, contendo uma amostra de 30 pacientes com

osteoartrose cervical, encaminhados por médicos traumatologistas. Submetidos a uma conduta

eletroterapêutica, durante 10 sessões. Dentre os principais resultados obtidos, observou que em

todas as sessões, nos dois métodos, ocorreram reduções na sensação subjetiva de dor, com uma

tendência de reduzir estas diferenças, em função do fato de que com o avanço das sessões, a dor

foi reduzindo, mesmo antes da sessão de tratamento propriamente dita. Portanto, ao comparar os

métodos para o tempo de dor e para a eficiência dos métodos, não se verificou diferença

estatística, não permitindo-se assim, afirmar que um método é estatisticamente melhor que o

outro.

Palavras – Chave: osteoartrose cervical, TENS, corrente interferencial

ABSTRACT

MORAES, Laura Santos de; MONTEIRO, Paola Karynne Pinheiro. Evaluation of the analgesic effect of the Electric Stimulation Nervous Transcutânea (TENS) and of the Interferencial Chain in the cervicalgia for cervical Osteoartrose. Work of Conclusion of Curso (TCC), December of 2007.

The cervical column is an area with high potential for serious injuries, what it becomes it

a region that it needs to be boarded with care. The symptom most common of cervical riots is the

continuous pain, that folloied of esquelética pain muscle raises the cervicalgia possibility. The

degenerative alterations of the cervical column occur more than in 75% of the people with 65

years. However it is not to this age that corresponds the peak of prevalence of pains, that is of

younger people (average 35 years). This study it had as objective to verify which method of

stimulation application it will provide to greater relief to the painful process in patients with

cervicalgia for osteartrose. For such, a study of controlled clinical assay was carried through and

randomizado, of the experimental type, from the collection of data by means of research of field,

carried through in the Clinical School of Fisioterapia of the University of Amazônia -

FISIOCLÍNICA, in the year of 2007, where one shows of 30 patients, had been submitted to a

eletroterapeutic behavior to the patients with osteartrose cervical directed by traumatologist

doctors, taken care of in period 01 of March the 27 of August of 2007. Amongst the main gotten

results, it observed that in all the sessions, in the two methods, had occurred reductions in the

subjective sensation of pain, with a trend to reduce these differences, in function of the fact of

that with the advance of the sessions, pain was reducing, same before the session of treatment

properly said. Therefore, when comparing the methods for the time of pain and the efficiency of

the methods, difference was not verified statistics, not allowing itself thus, affirming that a

method is statistical better that the other.

Words - Key: cervical osteoartrose, TENS, interferencial chain.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 16

2 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................16

2.1 COLUNA VERTEBRAL .......................................................................................... 18

2.1.1 Coluna Cervical .....................................................................................................18

2.1.2 Biomecânica da coluna cervical ......................................................................... 20

2.1.3 Funções da coluna cervical ................................................................................. 23

2. 1. 4 Incidência de dor na coluna cervical ............................................................... 23

2.2. OSTEOARTROSE CERVICAL ...............................................................................24

2.2.1 Fisiopatologia da Osteoartrose Cervical ...........................................................25

2.2.2 Classificação da Osteoartrose ..............................................................................28

2.2.2.1 Osteoartrose Primária ........................................................................................... 28

2.2.2.2 Osteoartrose Secundária.........................................................................................28

2.2.3 Sinais Clínicos ........................................................................................................29

2.2. 4 Sinais Radiológicos ................................................................................................29

2.3 CERVICALGIAS ........................................................................................................31

2.3.1 Tipos de dor cervical ............................................................................................33

2.4 CORRENTES ELÉTRICAS .......................................................................................33

2.4.1 Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) ........................................35

2.4.1.1 Parâmetros de um pulso elétrico de TENS ............................................................36

2.4.1.2 Modalidade de TENS Acupuntura .........................................................................37

2.4.1.3 Teoria do controle da comporta de dor .................................................................38

2.4.2 Corrente Interferencial ......................................................................................... 40

2.4.2.1 Definição .............................................................................................................. 40

2.4.2.2 Freqüência de Modulação da Amplitude ............................................................ 41

2.4.2.3 Intensidade ........................................................................................................... 42

2.4.2.4 Distribuição da Corrente ..................................................................................... 42

2.4.2.5 Campo Interferencial Dinâmico: Tetrapolar com Vetor manual ou automático .. 43

2. 4.2.6 Escolha da AMF ou Freqüência de Tratamento ................................................. 44

2.4.2.7 Sweep ou Espectro de Freqüência ........................................................................ 45

2.4.2.8 Programas da Sweep – Sweep programado ......................................................... 45

2.4.2.9 Efeitos Fisiológicos .............................................................................................46

3. METODOLOGIA .......................................................................................................47

3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO ........................................................................... 47

3.2 LOCAL DE REALIZAÇÃO .................................................................................... 47

3.3 AMOSTRA ................................................................................................................ 47

3.4 PROTOCOLO DE ATENDIMENTO ....................................................................... 48

3.4.1 GRUPO DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA (TENS) .........50

3.4.2 GRUPO DA CORRENTE INTERFERENCIAL ................................................ 51

3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ....................................................................................... .51

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 52

5. CONCLUSAO ............................................................................................................ 63

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 64

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ...............................................................................70

APÊNDICES

APÊNDICE 1 – ACEITE DO COMITÊ DE ÉTICA ................................................ 74

APÊNDICE 2 – ACEITE DA CLÍNICA ESCOLA DA UNAMA – FISIOCLÍNICA

................................................. .........................................................................................75

APÊNDICE 3 – ACEITE DO ORIENTADOR ........................................................... 76

APÊNDICE 4 – ACEITE DO CO – ORIENTADOR ................................................. 77

APÊNDICE 5 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

.......................................................................................................................................... 78

APÊNDICE 6 – FICHA DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA ...................... 82

APÊNDICE 7 – FICHA DE AVALIAÇÃO DA DOR ............................................... 84

1. INTRODUÇÃO

Atualmente, de acordo com a “International Association for the Study of Pain (IASP),

cerca de 90 milhões de pessoas sofrem de dor crônica nos Estados Unidos, o que representa

custos anuais de 1,25 bilhões de dólares com o tratamento destes pacientes (TRIBIOLI, 2003).

No Brasil, a dor crônica atinge cerca de 30% a 40% da população, sendo a principal causa

de absenteísmo, afastamentos e incapacidades (TRIBIOLI, 2003).

A dor, quando crônica, consiste num dos maiores problemas de saúde pública da

sociedade moderna. É mais agravante do que preocupante e possui características como: sua

intensidade varia de leve a moderada, em geral, possui duração limitada, embora possa persistir

por longos períodos de tempo, o local da dor não causa alarmes e não há alarmantes associados

(DUTTON, 2006; CASTRO et al, 2003; STARKEY, 2001).

A coluna cervical é uma área com alto potencial para lesões graves, o que a torna uma

região que precisa ser abordada com cuidado. O sintoma mais comum de distúrbios cervicais é a

dor contínua, que acompanhada de dor músculo esquelética levanta a possibilidade de cervicalgia

(DUTTON, 2006).

A cervicalgia, ou seja, a dor na região cervical, pode ser gerada por vários fatores, um

desses consiste no processo de artrose, isto é, a perda progressiva da cartilagem articular,

provocando um contato direto entre as extremidades ósseas, o que poderá ocasionar dores fortes e

possíveis deformidades (KNOPLICH, 2003).

A percepção da dor não é meramente o resultado da quantidade de tecido lesado, mas um

mecanismo complexo, determinado por muitos fatores, incluindo idade, sexo, cultura, influências

ambientais e múltiplas variáveis ambientais (DUTTON, 2006).

Segundo o autor acima, pode ser caracterizada como um sintoma individual e subjetivo,

sua avaliação deve ser sistemática, continuada, registrada de forma detalhada e visa à

compreensão e diagnóstico etiológicos do quadro álgico, implementação de medidas analgésicas

e avaliação terapêutica.

Para a promoção da analgesia nesses pacientes, a utilização de várias modalidades

elétricas para o alívio da dor tem sido uma prática, em geral, aceita por muitos anos, bem antes de

MELZACK e WALL terem apresentado sua teoria das comportas da modulação da dor em 1965

(ANDREWS, 2000).

Segundo o autor acima, desde então, o número e a variedade de modalidades elétricas

usadas para proporcionar analgesia para o alívio de todos os tipos de dor proliferaram com um

ritmo impressionante.

Das várias formas de correntes, a Corrente Interferencial (CI) é, juntamente, com a

Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS), umas das modalidades mais utilizadas na

prática clínica (FIRMINO & ESTEVES, 2007).

Segundo FIRMINO & ESTEVES, 2007, esta preferência poderá pressupor a existência de

evidência científica que sustente a aplicação destas modalidades, identificando os mecanismos

subjacentes à diminuição da dor. No entanto, grande parte dos estudos, abordam os efeitos e

mecanismos de ação da TENS, extrapolando os seus resultados para a CI.

Sendo assim, devido à falta de conhecimentos e reconhecendo a importância desses

recursos na prática fisioterapêutica, justifica-se esse estudo, a busca de parâmetros de estimulação

mais adequados no quadro doloroso ocasionado pelo processo de artrose na coluna cervical,

fazendo assim, uma comparação entre as propriedades individuais das correntes para a promoção

da analgesia.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 COLUNA VERTEBRAL

A coluna vertebral é uma série de ossos individuais, chamados vértebras que, ao serem

articulados, constituem o eixo central esquelético do corpo. A coluna vertebral é flexível, porque

as vértebras são móveis, mas a sua estabilidade depende principalmente dos músculos e

ligamentos (MOORE, 2001).

Embora seja uma entidade puramente esquelética, do ponto de vista prático, quando nos

referimos à “coluna vertebral”, na verdade estamos também nos referindo ao seu conteúdo e aos

seus anexos, que são os músculos, nervos e vasos a ela relacionados (NAUTOR, 2004).

A coluna vertebral do adulto apresenta quatro curvaturas sagitais: cervical, torácica,

lombar e sacral. A curvatura torácica e sacral, convexas posteriormente, são denominadas

primárias, porque apresentam a mesma direção da coluna vertebral fetal e decorrem da diferença

de altura entre as partes anteriores e posteriores dos corpos vertebrais (NAUTOR, 2004).

Segundo o autor acima, as curvaturas cervical e lombar, côncavas posteriormente, formam

- se após o nascimento e decorrem da diferença de espessura entre as partes anteriores e

posteriores dos discos intervertebrais.

2.1.1 Coluna Cervical

A coluna cervical é constituída, do ponto de vista ósseo, de sete vértebras, e formam o

esqueleto ósseo. As menores das 24 vértebras móveis, as vértebras cervicais, estão localizadas

entre o crânio e o tórax (MOORE, 2001; KNOPLICH, 2003).

Segundo LIPPERT, 1996, é composta primeiramente por duas articulações bem

diferentes. A articulação atlantooccipital, formada pelos côndilos do occipital articulando-se com

as facetas superiores do atlas, esta união é forte e suporta o peso da cabeça. E a articulação

atlantoaxial, do tipo sinovial, localizada entre o processo odontoíde (dente) do áxis e o arco

anterior do atlas, anteriormente, e o ligamento transverso, posteriormente.

Comparados com o restante da coluna, os corpos vertebrais da coluna cervical são

pequenos e constituídos, de forma predominante, de osso trabecular. Da terceira até a sexta

vértebras cervicais podem ser consideradas típicas, enquanto a sétima é atípica. O áxis é a

segunda vértebra cervical e recebe esse nome porque forma um pivô (processo odontoíde ou

dente) em torno do qual o atlas gira, levando consigo o crânio (DUTTON, 2006).

Da terceira a sexta vértebras cervicais, cada uma apresenta um corpo vertebral pequeno e

largo, um grande forame vertebral triangular e um processo espinhoso curto e bífido. A sétima

vértebra cervical é conhecida como vértebra proeminente, possui um processo espinhoso longo,

visível na anatomia de superfície, principalmente com o pescoço flexionado (HOPPENFELD,

1999; NAUTOR, 2004) (Figura 1).

Fig. 1: Vértebras cervicais

Fonte: João, 2007.

Segundo os autores acima, os corpos vertebrais estão envolvidos no seu aspecto anterior e

posterior por dois ligamentos: longitudinal anterior e longitudinal posterior.As articulações entre

os arcos vertebrais são sustentadas pelo ligamento supra - espinhoso, que se torna o ligamento

nucal na coluna cervical, pelos ligamentos interespinhosos, pelo ligamento amarelo e pelas

articulações interfacetárias e suas cápsulas. (Figura 2).

Fig. 2: Visão esquemática lateral da coluna cervical Fonte: Silva, 2004.

2.1.2 Biomecânica da coluna cervical

O alcance normal dos movimentos do pescoço, além de permitir um amplo campo de

visão, promove também um apurado senso de equilíbrio (HOPPENFELD, 1999).

Segundo o autor acima, a movimentação do pescoço se compõe, basicamente, dos

seguintes movimentos: flexão, extensão, rotação lateral para a direita e para a esquerda e

inclinação lateral da cabeça para a direita e para a esquerda. Estes movimentos são utilizados

combinadamente, dando à cabeça e ao pescoço uma ampla diversificação de movimentos

(DUTTON, 2006).

A flexão é descrita como uma inclinação de balanço osteocinemática da vértebra superior

do plano sagital, um deslizamento supero – anterior das duas facetas superiores das articulações

zigoapofisiais e um deslizamento de translação anterior da vértebra (Figura 3) (DUTTON, 2006).

Fig. 3: Flexão cervical Fonte: Nautor, 2004.

A extensão é descrita como balanço sagital osteocinemático posterior, deslizando inferior

– posterior e aproximação das facetas superiores das articulações zigoapofisiais e translação

posterior das vértebras sobre o disco (Figura 4) (DUTTON, 2006).

Figura 4: Extensão cervical Fonte: Nautor, 2004.

A inclinação lateral é o balanço osteocinemático ipsilateral, o deslizamento supero –

anterior da faceta superior contralateral e o deslizamento postero – inferior da faceta ipsilateral

(FIGURA 5) (FIGURA 6) (DUTTON, 2006).

Fig. 5: Inclinação à direita Fig. 6: Inclinação à esquerda

Fonte: Nautor, 2004. Fonte: Nautor, 2004.

A rotação é, principalmente, o movimento osteocinemático da vértebra ao redor de um

eixo vertical, que é acoplado com flexão lateral para o mesmo lado (FIGURA 7) (FIGURA 8)

(DUTTON, 2006).

Fig. 7: Rotação à direita Fig. 8: Rotação à esquerda Fonte: Nautor, 2004. Fonte: Nautor, 2004.

2.1.3 Funções da coluna cervical

A coluna vertebral tem duas funções básicas. A primeira serve como eixo de sustentação

da estrutura corporal. Para agilizar os movimentos, o corpo realiza complexos movimentos no

sentido antero-posteiror (flexão e extensão) como no sentido lateral e rotacional. Para que esses

movimentos se realizem, verifica-se um deslocamento menor na porção anterior e um

deslocamento intervertebral mais amplo na região posterior, onde –se localizam as apófises

articulares, apófises transversas e posteriores (VALENÇA, 2003).

Segundo o autor acima, a segunda função da coluna vertebral está relacionada com a

condução das estruturas nervosas através do canal vertebral e dos foramens intervertebrais, visto

que a estrutura medular nervosa, estende-se desde C1 (primeira vértebra cervical) até L1

(primeira vértebra lombar).

2. 1. 4 Incidência de dor na coluna cervical

É a causa mais comum de comprometimento articular. Estima-se que a incidência nos

Estados Unidos atinja aproximadamente 28 milhões de indivíduos e, no Brasil, este índice é de

aproximadamente 16,49%, sendo responsável por 7,5% do afastamento do trabalho (MOREIRA

e CARVALHO, 1996; ALMEIDA et al., 2001).

As alterações degenerativas da coluna cervical ocorrem em 75% das pessoas com mais de

65 anos; porém, não é a essa idade que corresponde o pico de prevalência de dores, que é de

pessoas mais jovens (média 35 anos) (KNOPLICH, 2003).

Saase e Col, em estudo, constataram que 14% das pessoas com alterações degenerativas

na radiografia da coluna cervical queixam-se de dores, com freqüência, na idade média de 35

anos, havendo uma proporção de 1,8 mulher para um homem (KNOPLICH, 2003).

A prevalência da osteoartrose aumenta com a idade, sendo pouco comum em indivíduos

abaixo dos 40 anos de idade e mais freqüente após os 60 anos, sendo que aos 75 anos, 85% das

pessoas têm evidência radiológica ou clínica da doença (MOREIRA e CARVALHO, 1996;

BROSSEAU et al, 2002).

Ocorre com maior freqüência de C4 a C7, onde esse processo degenerativo está

relacionado diretamente com a idade, ampliando-se com a degeneração de outras estruturas,

como os ligamentos amarelos, as artérias vertebrais e até as próprias meninges, fatores esses que

podem desencadear um possível quadro de dor (KNOPLICH, 2003).

Atinge ambos os sexos, mas o padrão de distribuição articular é diferente. Nos homens, o

maior comprometimento é o quadril, joelho, coluna vertebral, tornozelo, ombro e dedos; nas

mulheres, a ordem do acometimento difere, sendo o joelho primeiramente mais acometido,

posteriormente dedos, coluna vertebral, quadril, tornozelo e ombros (THONSON e SKINNER,

1994).

2.2. OSTEOARTROSE CERVICAL

Durante o processo de envelhecimento, ocorre uma redução progressiva do conteúdo de

água do núcleo pulposo e uma diminuição na capacidade de embebição do disco, associada a um

aumento do número de fibras colágenas, determinando uma menor elasticidade e

compressibilidade (NAUTOR, 2004).

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, 2003, a osteoartrose pode ser definida

como uma doença crônica, multifatorial. Gerando uma afecção dolorosa das articulações que

ocorre por insuficiência da cartilagem, ocasionada por um desequilíbrio entre a formação e a

destruição dos seus principais elementos, associada a uma variedade de condições como:

sobrecarga mecânica, alterações bioquímicas da cartilagem e membrana sinovial e fatores

genéticos, levando à incapacidade funcional progressiva.

Esta afecção articular é comumente uma conseqüência inevitável do envelhecimento, do

desgaste articular anormal ou resultado de uma mecânica articular anormal (SKARE, 1999).

As principais manifestações clinicas são dor, limitação de movimento, perda da função

articular, assim como deformidade articular, principalmente nas articulações da coluna vertebral e

das extremidades inferiores por serem articulações de grande sustentação de peso (SNIDER,

2000; ALMEIDA et al., 2001).

2.2.1 Fisiopatologia da Osteoartrose Cervical

Nos estágios iniciais a, patologia é assintomática, pois a cartilagem é avascular e aneural.

Com a progressão da doença, ocorre frouxidão capsular devido à neoformação óssea, o que

resulta em hipermobilidade ou instabilidade articular, desencadeando o quadro álgico, assim

como contratura da cápsula e da musculatura adjacente (KISNER e COLBY, 1998).

Fig. 9: Processo de degeneração da cartilagem. Fonte: Albuquerque, 2004.

A partir do momento em que a osteoartrose é desencadeada, ela pode evoluir até a

destruição da articulação, pode parar em qualquer ponto do processo evolutivo, ou mesmo, em

situações raras, o processo degenerativo pode reverter (SKARE, 1999).

O processo da osteoartrose desencadeia um evento onde a matriz cartilaginosa próxima da

superfície é alterada devido ao aumento da atividade enzimática, agressão dos condrócitos pelas

enzimas proteolíticas dos lisossomos ,e isto contribui com a absorção dos constituintes do fluido

sinovial (YOSHINARI e BONFÁ, 2000; COSSERMELLI, 2000).

Segundo SWEZEY, 1994, a osteoartrose é desencadeada devido a um distúrbio onde a

proliferação óssea nas margens articulares e do osso subcondral é uma conseqüência da

deterioração na cartilagem articular, as alterações primárias são: despolimerização de

glicoproteína ao redor dos condrócitos, desgaste da superfície cartilaginosa e proliferações ósseas

que podem levar à formação de cistos ósseos justa – articulares com subseqüente colapso dos

mesmos e desarranjos das superfícies articulares.

Fig 10: Fisiopatologia da osteoartrose

Fonte: Pastor, 1994.

As proliferações, nas margens articulares, aparentam ser uma tentativa de aumentar a

superfície de suporte de peso, mas, na verdade, comprometem a elasticidade e aumentam a

rigidez do osso e conseqüentemente desenvolve microfraturas (SKARE, 1999).

As células da sinóvia na periferia da articulação tornam – se metaplásicas e produzem

osteófitos, o líquido sinovial é empurrado pelas fendas da cartilagem até o osso subcondral nos

pontos de microfraturas, os elementos da articulação ligamentos, cápsula, tendões e músculos

sofrem hipertrofia (SKARE, 1999).

Embora os mecanismos envolvidos na formação da osteoartrite ainda sejam

desconhecidos, sabe-se que fatores genéticos, bioquímicos, fatores mecânicos, tais como:

traumatismos, instabilidade articular, lesões ocupacionais e esportivas podem estar inter

relacionados com o efeito do envelhecimento e o desenvolvimento da osteoartrose (ALMEIDA et

al., 2001).

Fig 11: Demonstração da evolução do processo articular degenerativo Fonte: www.anato.ufrj.br

2.2.2 Classificação da Osteoartrose

2.2.2.1 Osteoartrose Primária

É dita primária, quando o fator etiológico é idiopático, porém quase sempre é hereditária e

principalmente associada a nódulos de Heberden. Devido ao seu padrão de hereditariedade

genética dominante, ela é normalmente expressa em mulheres após a menopausa e menos

freqüente nos homens (SKARE, 1999; GOLDING, 2001; SWEZEY, 1994).

FELICE et al, 2002, sugerem que o fator hormonal relacionado à menopausa possa ter

algum papel na predisposição da osteoartrite. A queda dos níveis de estrógeno, um hormônio com

ação anabolizante, pode ter alguma ação sobre o metabolismo da cartilagem.

2.2.2.2 Osteoartrose Secundária

O termo secundária é usado para designar todas as situações em que um fator inicial pode

ser identificado: como um processo traumático, infeccioso, inflamatório e metabólico (SWEZEY,

1994 ; HETTINGA, 1993).

Surge devido a fatores subjacentes que aceleram a degeneração da cartilagem relacionada

à idade, fatores esses como osteoartrite por artrites inflamatórias (como artrite inflamatória ou

espondiloartrite), secundária a doenças metabólicas (como acromegalia, diabetes ou

hemocromatose) e secundária a anormalidades congênitas da articulação, alterando tanto as

margens da articulação quanto acelerando o dano à cartilagem em áreas específicas. Como causa

secundária, ainda temos os traumas após lesão grave, traumas de repetições ou ocupacionais que

podem alterar as forças que atuam nas articulações (ALBUQUERQUE, 2004).

2.2.3 Sinais Clínicos

O sintoma dominante da osteoartrose é a dor articular de duração e intensidade variáveis,

de acordo com o estágio evolutivo da patologia. A dor é fugaz e episódica nas fases iniciais e,

com a progressão da doença, torna-se contínua e difusa, com características basicamente

mecânicas e melhora com o repouso (ALBUQUERQUE, 2004).

Em alguns indivíduos, a dor provém do estiramento de terminações nervosas existentes no

periósteo que cobre os osteófitos, pode dever-se a fraturas de stress que ocorrem na região

subcondral ou até mesmo pela hipertensão intramedular, causada por trabéculas hipertróficas

subcondrais que alteram o fluxo sangüíneo (SKARE, 1999).

A rigidez pela parte da manhã ou após um período prolongado de imobilização é comum,

porém persiste por curto período (geralmente menos de 20 minutos), sendo aliviada pela

realização de movimentos. A partir do momento em que ocorre hipertrofia dos tecidos da

articulação, há perda da mobilidade articular e da congruência articular que leva à instabilidade

do segmento articular (SKARE, 1999; KAUFFMAN, 2001).

2.2. 4 Sinais Radiológicos

Estudos radiográficos são de suma importância para o diagnóstico radiológico da artrite

degenerativa, onde poderá ser identificado osteófitos, redução assimétrica do espaço articular, o

que traduz degeneração e desaparecimento gradual da cartilagem articular, esclerose óssea e

cistos subcondrais, como pode ser observado na radiografia e ressonância magnética,

respectivamente (Figura 11) (Figura 12) (NAIDES et al., 2000)

Fig. 12 :AP: Osteoartrose de coluna cervical e Perfil: Osteofitose

Fonte: Nautor, 2004.

Fig. 13: Osteoartrose de coluna cervical. Fonte: Nautor, 2004.

Os osteófitos têm aspecto radiológico bem definido, podem atingir vários tamanhos e

geralmente são recobertos na sua extremidade por uma camada de cartilagem hialina, podendo

aparecer nas bordas das articulações, classificados como osteófitos marginais ou crescer dentro

do espaço sinovial. (FELICE et al., 2002).

Segundo FRONTEIRA, DAUSON e SLOVICK, 2001, dois terços dos pacientes com

características radiográficas não têm sintomas ou são oligossintomáticos. De acordo com Greve e

Amatuzzi (1999) apenas 50% dos pacientes com alterações radiológicas graves apresentam

sintomatologia dolorosa.

A presença ou ausência das manifestações radiológicas torna-se possível indicar o grau de

comprometimento articular, quanto maior o número de alterações radiológicas maior será o grau

de envolvimento radiológico articular (RAMOS, 2003).

2.3 CERVICALGIAS

A cervicalgia é uma síndrome caracterizada por dor e rigidez transitória na região da

coluna cervical, na maioria das vezes auto limitada. Acomete 12 a 34% de uma população adulta

em alguma fase da vida, tendo maior incidência no sexo feminino (DUTTON, 2006).

Há uma grande dificuldade em obter dados fiéis para a estimativa da real prevalência das

cervicalgias, visto que se trata de um grupo de doenças com aspectos clínicos multifatoriais,

envolvendo desde fatores de risco individuais, como características físicas e psicossociais, até

fatores relacionados com a ergonomia e atividades laborativas (NAUTOR, 2004).

A cervicalgia é menos freqüente que a lombalgia. Sua prevalência atual na população

geral é estimada em 29% nos homens e 40% nas mulheres, embora estes índices possam ser ainda

maiores quando avaliamos populações selecionadas de acordo com as atividades exercidas no

trabalho (NAUTOR, 2004).

Embora haja uma clara relação entre as queixas musculoesqueléticas e fatores

ocupacionais, muitos estudos apresentam baixa qualidade metodológica, sendo que até o presente

momento existem evidências positivas de cervicalgias relacionadas com posturas fixas e

prolongadas, curvatura aumentada do tronco, flexão cervical acentuada durante atividades por

períodos longos, ergonomia inadequada e atividades que envolvam vibração contínua das mãos e

dos braços (NAUTOR, 2004).

A maioria dos estudos indica a necessidade urgente de orientação e de programas de

reeducação postural, com finalidade de diminuição dos custos gerados pelas síndromes dolorosas

cervicais (NAUTOR, 2004).

Os pacientes apresentando queixas de dor cervical devem ser avaliados no sentido de

descartarmos possíveis condições orgânicas subjacentes que podem ser responsáveis pelo seu

quadro clínico, seja por meio de propedêutica clínica ou armada (NAUTOR, 2004).

São inúmeros os sinais que têm como origem a patologia cervical, podendo estes, muitas

vezes, apresentarem – se de maneira inespecífica, dificultando o diagnóstico preciso e ampliando

o espectro do diagnóstico diferencial (NAUTOR, 2004).

A classificação quanto ao tipo de dor cervical facilita a determinação da entidade

patológica. Compressões extrínsecas em estruturas vasculares ou em nervos periféricos são as

principais causas que mimetizam cervicobraquialgia (NAUTOR, 2004).

2.3.1 Tipos de dor cervical

A IASP publicou a seguinte definição de dor, que reflete o que se aprendeu sobre dor nos

últimos quatro séculos: “Dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a

um dano tecidual real ou potencial, ou descrita em termos de tal dano” (MERSKEY e SPEAR

Apud MELLO FILHO, 1992, p.165; ANDRADE FILHO et al, 2001).

Para RODRIGUES E GUIMARÃES, 1998, a dor pode ser classificada, quanto à duração,

em dor aguda ou crônica. A dor, quando crônica, consiste num dos maiores problemas de saúde

pública da sociedade moderna.

Definida por sua persistência, geralmente está associada a processos degenerativos. “Em

termos simples, é a dor que dura mais de quatro a seis meses”, persistindo além do tempo

razoável para a cura de uma lesão, ou que está associadas a processos patológicos crônicos que

causam dor contínua ou recorrente em intervalos de meses ou anos (TRIBIOLI, 2003).

Os objetivos do tratamento da dor crônica têm consistido não na cura, mas no controle,

bem como na eliminação do uso excessivo e abusivo de medicamentos. De acordo com MELLO

FILHO et al, 1992, a dor crônica é difícil de ser localizada em um ponto preciso, devido à

conectividade multissináptica, envolvendo várias estações intermediárias (formação reticular,

hipotálamo e sistema límbico), antes de atingir o córtex sensório motor.

2.4CORRENTES ELÉTRICAS

Embora se possa pensar que a estimulação elétrica de músculos seja uma matéria de

estudo recente, a verdade é que a idéia de utilizar a eletricidade para tratamento de problemas

musculares é bastante antiga. Algumas experiências de eletroterapia foram conduzidas pelo físico

grego Aetius, o qual estabeleceu um tratamento para a gota sob a forma de descarga elétrica em

peixes (MATIAS, 2002).

Em 1780, Galvani, um professor da Universidade de Bolonha, observou a contração da

perna de uma rã sob a influência de eletricidade, abrindo caminho para todo um conjunto de

novas técnicas aplicáveis desde o âmbito da fisioterapia de reabilitação e manutenção física até

ao desportivo (MATIAS, 2002).

Vários sistemas de estimulação muscular começam igualmente a ser aceitos no ramo da

fisioterapia no tratamento de lesões, como inibidor de atrofia muscular ou efeito analgésico

(MATIAS, 2002).

A redução de dores pelo uso de correntes elétricas pode ajudar a melhorar a qualidade

analgésica de pacientes até mesmo no período pós-operatório. Além disso, o uso combinado aos

tratamentos analgésicos convencionais tende a diminuir a quantidade de medicamentos ingeridos

com esta finalidade (SANTANA).

Segundo o autor acima, a eficiência da corrente elétrica tem surpreendido especialista em

dor no mundo inteiro e os resultados são cada vez mais promissores. A Estimulação elétrica é

segura, não-invasiva, não causa efeitos adversos e nem dependência física ou química. As

principais desvantagens da terapia de correntes elétricas são o efeito de tolerância, assim no uso

dos fármacos, e a necessidade de associação à medicação para tratamento de dores mais severas.

Por isso que ela é indicada principalmente como adjuvante terapêutico, que combinado a outros

tipos, potencializa o efeito analgésico do tratamento.

De acordo com MATIAS (2002) existem cinco tipos de estimulação electromuscular

principais: a Estimulação Muscular Eletrônica, na vertente da terapia de estimulação

neuromuscular (EMS), a Estimulação Muscular Russa, a TENS, a Estimulação Interferencial e a

Electro – Acupuntura.

Segundo o autor, estas caracterizam – se por apresentar diferentes objetivos e formas de

estimulação na sua utilização, tanto a nível dos sinais enviados aos músculos como do próprio

posicionamento e tipo de elétrodos utilizados.

2.4.1 Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS)

O termo T.E.N.S provém das iniciais do termo inglês “Transcutaneous Eletrical Nerve

Stimulation”, que significa “Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea” (AGNE, 2005).

A TENS, como um tratamento de dor, é singular, pois exerce sua função analgésica,

baseada na teoria da comporta de dor, desenvolvida por Welzack e Wall (LASMAR et al, 2002),

ativando mecanismos de controle internos do sistema nervoso, quando aplicada sobre a pele, via

eletrodos de superfície, não trazendo nenhum efeito colateral nem dependência física aos

pacientes (COHEN, 2003; RESTIFFE e BERLOFFA, 2002).

É um método não invasivo utilizado para reduzir a dor, mas não o edema de condições

inflamatórias (RESENDE et al, 2006). A TENS é usada com finalidade de influenciar e modular

o processo de neurocondução da dor e atuar sobre a liberação de opióides endógenos a nível

medular e da hipófise (MELO et al, 2006).

Segundo o autor acima, este recurso tem sido usado extensivamente em locais de

atendimento à saúde para o manejo sintomático de dor aguda e dor crônica de origem benigna e

também no atendimento paliativo da dor causada por doenças ósseas metastáticas e neoplasias

(MELO et al, 2006).

Este recurso terapêutico se constitui num método simples, prático, de baixo custo e de

resolução rápida, sem, no entanto, promover efeitos colaterais para os pacientes (MELO et al,

2006).

É uma corrente de baixa freqüência capaz de alterar de forma terapêutica os impulsos

elétricos de nervos em resposta a um estímulo doloroso (LASMAR et al, 2002). Embora efetiva

no tratamento de dores agudas, seu maior papel é no tratamento de dores crônicas (COHEN,

2003).

Segundo TRIBIOLI, 2003, atualmente, é enorme o montante de tempo e de recursos

gastos com pacientes de dor crônica, sendo esta a razão mais comum para absenteísmo ao

trabalho. Entre os vários procedimentos não - farmacológicos existentes para o tratamento

sintomático da dor crônica, a TENS tem se destacado como um excelente recurso terapêutico,

amplamente utilizado pelos profissionais fisioterapeutas.

Existem vários modos de estimulação que podem ser selecionados e administrados como

os atuais sistemas de TENS: convencional (de alta freqüência), acupuntura (de baixa freqüência e

alta intensidade), Burst (“trem de pulsos”) e breve-intensa (AYALA, 2005).

No entanto, na prática clínica, percebe –se a grande discrepância de parâmetros sugeridos

e utilizados, na tentativa de se extrair os melhores resultados com a aplicação deste recurso

(TRIBIOLI, 2003).

2.4.1.1 Parâmetros de um pulso elétrico da TENS

Em todos os estimuladores, independente da forma de onda que eles fornecem, pode

variar a amplitude dos pulsos elétricos, a freqüência de pulso, a largura de pulso e a forma de

onda (COHEN, 2003) (QUADRO 1).

Quadro 1: Parâmetros de um pulso elétrico da TENS

PARÂMETROS DA TENS Amplitude ou Intensidade (Ma);

Duração do impulso (mseg ou ms);

Intervalo entre os pulsos (mseg ou ms);

Freqüência dos pulsos (Hz) – (pps ou cps);

Forma do pulso: bidirecional assimétrica.

Fonte: Cohen, 2003.

2.4.1.2 Modalidade de TENS Acupuntura

A modalidade de TENS acupuntura, usualmente indicado na fase crônica, utilizando baixa

freqüência, com duração de pulsos longos, com forte intensidade, o que provoca contrações

musculares visíveis dos miotomos dependentes da mesma inervação segmentária que a localidade

álgica (BISSCHOP et al, 2001).

A TENS com parâmetros de baixa freqüência e alta intensidade, de acordo com

SALGADO (1999), é também conhecida como acupuntura, e ocorre em freqüências menores que

10 Hz, e otimamente entre 1 a 4 Hz. LOW e REED (2001), citam cerca de 2 Hz. Utiliza largura

de pulso maior que 200 microssegundos, para recrutamento de fibras nervosas tanto sensitivas,

quanto motoras, produzindo contrações musculares visíveis.

Segundo os autores acima, essa modalidade estimula as fibras aferentes nociceptivas do

tipo A delta e C, e também as fibras eferentes motoras. A sensação gerada por esse tipo de TENS

é de parestesia, promovendo um tempo de analgesia com a estimulação a baixa freqüência e alta

intensidade, tem sido descrito como sendo mediado por opiáceos, podendo ser revertido parcial

ou completamente, pela administração de naloxona.

De acordo com LOW e REED (2001), esse tipo de estimulação proporciona impulsos

sensoriais adicionais provenientes dos aferentes dos fusos musculares. Em contraste com a TENS

convencional, esse modo costuma ser aplicado uma vez por dia por 20 ou 30 minutos.

Segundo MANNHEIMER e LAMPE Apud LOW e REED (2001), a dor contínua,

profunda, de longa duração, responderia melhor a TENS de baixa freqüência.

2.4.1.3 Teoria do controle da comporta de dor

Postulada por MELZACK & WALL (1965), a “teoria das comportas” tornou – se a base

para o entendimento do controle elétrico da dor. A transmissão de estímulos aferentes no sistema

nervoso periférico ocorre tanto por fibras do tipo A, quanto do tipo C (TRIBIOLI, 2003).

A teoria da comporta é um modelo anatomofisiológico que tem o mérito de conciliar os

efeitos inibitórios e excitatórios, que se manifestam igualmente nos níveis espinhais e supra –

espinhais. Entretanto, os fenômenos que regulam a nocicepção são muitos mais complexos e

colocam em jogo vários outros sistemas (KERAVEL & SINDOU Apud ANDRADE FILHO,

2001, p.35).

A teoria provocou muitas críticas, debates e pesquisa, onde se dizia que o sistema era

simples demais, sendo provável o envolvimento de sistemas sensoriais mecânicos, térmicos e

outros (SHEON et al., 1989, p.287). A ausência de correspondência anatômica, eletrofisiológica,

neuroquímica e de achados clínicos que sustentassem a “teoria das comportas”, como

originalmente foram razões para que ela não mais fosse aceita, como apresentada (TEIXEIRA

Apud ANDRADRE FILHO, 2001, p.16).

Entretanto, segundo o autor acima, inaugurou um conceito, atualmente considerado o

mais apropriado para justificar a sensibilidade, ou seja, da interação ao sensorial, segundo o qual,

as diferentes modalidades e qualidades sensoriais interagem entre si, modificando – se quanto a

sua expressão.

Desse modo, a base do efeito da TENS, conforme a teoria de controle da comporta é a

hiper – estimulação das fibras A, com a finalidade de bloquear a transmissão das fibras do tipo C,

nas comportas do corno posterior da medula. No entanto, esse modelo teórico explicaria o alívio

da dor, enquanto a TENS estivesse sendo aplicada (CASTRO, 1998).

A título de curiosidade, poderíamos comparar o sistema neural funcional da comporta,

com um sistema eletrônico. Bastaria imaginar que ao invés de um complexo emaranhado de

células, existisse um sistema de porta lógica invertida, na substância gelatinosa da medula

espinhal, em conexão direta com o tálamo (TRIBIOLLI, 2003).

Controle Central

Sistema de Controle das Comportas Fibras Grossas

+

+ T Sistema de

Ação Fibras Finas

Entrada

+ _ SG

_ _

Fig. 14: Sistema de Controle das Comportas Fonte: Tribioli, 2003.

2.4.2 Corrente Interferencial

2.4.2.1 Definição

A CI é o fenômeno que ocorre quando se aplicam duas correntes de média freqüência,

com amplitude modulada em baixa freqüência, para finalidades terapêuticas no mesmo ponto ou

série de pontos de um determinado meio, com freqüências levemente diferentes, essas correntes

irão interagir entre si. Em decorrência da interferência das ondas, as amplitudes das correntes são

somadas algebricamente e surge uma nova onda com freqüência igual à média aritmética das

duas freqüências (MARTIN, 1998).

Este tipo de estimulação denomina-se interferencial, porque as freqüências presentes na

onda modulada vão interferir na transmissão de sinais de dor ao nível da espinal medula, podendo

reduzi-los, ou até mesmo bloqueá-los, apresentando, assim, um caráter sedativo na sua utilização

(MATIAS, 2002).

De acordo com MARTIN, 1998, a impedância da pele à eletricidade é inversamente

proporcional à freqüência da corrente elétrica, no entanto, acredita-se que as correntes de média

freqüência, associadas à resistência relativamente baixa da pele, sejam mais agradáveis que as

correntes de baixa freqüência. Sendo assim, verifica-se que, com a utilização de uma média

freqüência, é possível uma penetração mais tolerável da corrente através da pele (MARTIN,

1998).

LOW & REED, 2001, concluem que a utilização de correntes de média freqüência passa

muito mais facilmente através da pele do que correntes de baixa freqüência devido à impedância

mais baixa oferecida pelos pulsos elétricos muito curtos.

2.4.2.2 Freqüência de Modulação da Amplitude (AMF)

São necessários dois canais, sendo cada par formando parte de um circuito independente.

Uma destas ondas é a portadora (F1), que apresenta uma freqüência constante, geralmente 2.000 e

4.000 Hz, e a outra é a moduladora (F2), com uma freqüência ajustável. Esta diferença das

freqüências (F2 – F1) é chamada de interferência AMF ou batida (GAUGLITZ et al, 2005;

COHEN, 2003).

Segundo ALBUQUERQUE (2004), na terapia interferencial usam-se duas correntes de

média freqüência, uma das correntes tem sua freqüência fixa de 4000 Hz, enquanto que a outra

pode ser ajustada entre 4000 Hz e 4250 Hz (estes valores podem variar entre os diferentes

estimuladores interferências). A superposição das duas correntes alternadas denomina-se

interferência, nesse ponto onde ocorre a intercessão das duas, surge uma nova corrente com

amplitude modulada.

Fig. 15: Onda de amplitude modulada (c) gerada pela interferência entre as ondas (a) e (b), defasadas. Fonte: Martin, 1998.

A freqüência de modulação da amplitude pode ser modulada pela freqüência. A aplicação

de uma freqüência de varredura de 10 Hz irá resultar numa freqüência de modulação de

amplitude que varia entre 100 a 110 Hz, o que origina uma freqüência média variável entre 4050

a 4055 Hz (MARTIN, 1998).

2.4.2.3 Intensidade

A intensidade da corrente pode ser ajustada no próprio aparelho (MARTIN, 1998). À

medida que a intensidade aumenta o indivíduo irá sentir uma sensação de formigamento que é

concomitante à estimulação seletiva dos tipos de nervos, a partir do momento em que a

intensidade é suficientemente aumentada ocorrerá uma contração muscular, no entanto, a

intensidade apropriada é aquela em que o paciente não sinta desconforto ou dor (

ALBUQUERQUE, 2004).

2.4.2.4 Distribuição da Corrente

O método tradicional de amplitude da terapia interferencial é a técnica tetrapolar, onde o

equipamento libera duas correntes alternadas não moduladas em circuitos separados. Quando

estas correntes se superpõem no tecido, ocorre a interferência (MARTIN, 1998).

Fig. 16: Dois circuitos dispostos perpendicularmente entre si, com interseção na área-alvo. Fonte: MARTIN, 1998.

Método tetrapolar com vetor automático, presente em alguns aparelhos, com objetivo de

variar as potências das correntes entre si. Com isto, o padrão de interferência irá girar,

assegurando que uma ampla área poderá ser coberta pela corrente interferencial (MARTIN,

1998).

2.4.2.5 Campo Interferencial Dinâmico: Tetrapolar com Vetor manual ou automático

O modo Vetor Manual ou Automático nada mais é que o fluxo de corrente produzido,

acrescentando-se vetorialmente os dois circuitos (canais) juntos. Uma descrição técnica melhor

colocada seria o conceito de sistema de vetor “rotacional” ou “dinâmico” (MANUAL DE

OPERAÇÃO NEUROVECTOR, 2006).

O conceito de sistema de vetor “dinâmico” é basicamente simples, ou seja, implica uma

rotação do Campo Interferencial Estático de zero a aproximadamente 45 graus retornando

novamente para zero. A área de influência do campo no tecido passa a ser mais extensa do que no

Campo Interferencial Estático (MANUAL DE OPERAÇÃO NEUROVECTOR, 2006).

Este “movimento” é produzido ritmicamente pelo desequilíbrio das correntes, alterando a

posição da área de máxima estimulação.

Figura 17: Instalação da varredura em vetor Fonte: MARTIN, 1998.

2. 4.2.6 Escolha da AMF ou Freqüência de Tratamento

A escolha da AMF depende da natureza, estágio, gravidade e do local do problema. As

sensações experimentadas pelo paciente nas diversas AMF devem ser consideradas. Freqüências

altas são sentidas como “agradáveis e mais leves”. AMF altas (75 Hz a 200 Hz) são

aconselháveis para problemas agudos, grande dor, hipersensitividade (MANUAL DE

OPERAÇÃO NEUROVECTOR, 2006).

Quando o paciente demonstra um certo receio da estimulação elétrica, uma AMF alta

deve ser usada no inicio do tratamento. Em freqüências baixas a sensação é mais “áspera e

pesada”. Freqüências entre 25 Hz e 50 Hz tendem a produzir contrações (tetânicas). Nas

contrações musculares, problemas crônicos ou sub agudos, uma AMF baixa é bem adequada.

Freqüências abaixo de 50 Hz produzem contrações pulsadas e fibriladas (MANUAL DE

OPERAÇÃO NEUROVECTOR, 2006).

As AMFs baixas, na ordem de 25 a 75 Hz são usadas para distúrbios na fase crônica. Em

um espectro amplo sobreposto a uma AMF baixa haverá variações marcadas das sensações e/ ou

contrações. Esta forma de tratamento pode ser para lesões na fase crônica, prevenindo, portanto, a

acomodação (COHEN, 2003).

2.4.2.7 Sweep ou Espectro de Freqüência

É o tempo (segundos) que a corrente levará para percorrer da AMF Básica até a AMF

Máxima, retornando a AMF Básica (CONTI et al, 2001).

Com o passar do tempo, um paciente submetido à estimulação elétrica, irá aos poucos

senti-la com menos intensidade, podendo até mesmo parar de sentir a sensação provocada por

aquela corrente. Este processo é chamado de “acomodação” e ocorre porque os sensores

estimulados passam informações relativas às mudanças externas em grau decrescente. A

acomodação pode ser evitada pela variação da AMF (freqüência de tratamento) (MANUAL DE

OPERAÇÃO NEUROVECTOR, 2006).

2.4.2.8 Programas da Sweep – Sweep programado

A AMF permanece na freqüência básica por um segundo e então muda abruptamente para

a freqüência mais alta, na qual permanece também por um segundo. Isto se repete

automaticamente, sendo o mais recomendado o slope (tipo de onda), onda quadrada (MANUAL

DE OPERAÇÃO NEUROVECTOR, 2006).

Esta forma de tratamento tem um efeito agressivo e torna-se mais agressivo ainda se for

escolhido uma extensão “larga” de varredura da AMF. Um efeito que pode ser observado logo

depois do tratamento com este tipo de programa é uma hiperemia superficial. Este programa é

recomendado para problemas crônicos (MANUAL DE OPERAÇÃO NEUROVECTOR, 2006).

Fig. 18: Representação da onda quadrada, processos crônicos

Fonte: Manual de Operação Neurovector, 2006

2.4.2.9 Efeitos Fisiológicos

A CI vetorial ativa de forma seletiva as fibras nervosas aferentes mielinizadas originando

analgesia, normalização do equilíbrio neurovegetativo com conseqüente relaxamento e melhora

da circulação sangüínea (MARTIN, 1998).

Segundo a teoria proposta por Melzack e Wall tanto as fibras de grande quanto as de

pequeno diâmetro projetam-se para a substância gelatinosa e para as primeiras células de

transmissão central. O efeito inibitório exercido pela substância gelatinosa sobre os terminais das

fibras aferentes é exacerbado pela atividade nas fibras de grande diâmetro e deprimido pela

atividade das fibras de pequeno diâmetro (GUIRRO e GUIRRO, 2004).

Em relação à normalização do equilíbrio nerurovegetativo, ou seja, amortecimento do

sistema ortossimpático que se refere ao relaxamento e melhora da circulação, isto contribui para a

liberação dos mediadores químicos, tais como: as prostaglandinas responsáveis pelo efeito da

analgesia (MARTIN, 1998).

As prostaglandinas sensibilizam as terminações nervosas e outros agentes por inibir os

canais de potássio através de reações de fosforilação, mediados por segundos mensageiros, que

facilitam a abertura dos canais de cátion aos agentes nocivos (RANG, DALE e RITTER, 2001).

3. METODOLOGIA

3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO

O presente trabalho foi desenvolvido por um ensaio clínico controlado e randomizado, do tipo

experimental, de caráter quantitativo analítico com dois grupos experimentais, um fazendo uso da

TENS e outro da CI, sendo os pacientes divididos por amostras aleatórias simples nos respectivos

grupos. Além de revisão de literatura em acervo bibliográfico da Universidade da Amazônia

(UNAMA) e bibliotecas virtuais pelas bases de dados Scielo, Bireme e Lilacs.

3.2 LOCAL DE REALIZAÇÃO

O estudo foi conduzido obedecendo aos princípios éticos da Clínica Escola de Fisioterapia

da Universidade da Amazônia - FISIOCLÍNICA, em Belém – PA. Todos os procedimentos

descritos, relativos à pesquisa, seguiram a orientação do protocolo previamente estabelecido

segundo o projeto piloto elaborado e aprovado pela Comissão de Ética da UNAMA, com

protocolo n° 24894/07.

3.3 AMOSTRA

O estudo foi realizado a partir da coleta de dados por meio de pesquisa de campo

associado à aplicação de protocolos de tratamento com a utilização de uma ficha de avaliação

fisioterapêutica de Alexandre e Moraes modificado (APÊNDICE 6), utilizada para o

armazenamento e controle dos dados de cada paciente. Além da avaliação da dor através de uma

escala analógica de Jones Agne modificado (APÊNDICE 7), a qual foi utilizada nas 10 sessões

do tratamento para descrição da dor. Sendo que todos os dados coletados dos pacientes foram

guardados em arquivos digitais.

O estudo obteve uma amostra de 30 pacientes, encaminhados por médicos traumatologistas,

que foram informados sobre a realização da pesquisa, assinando, portanto, o Termo de

Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE 5).

Os pacientes foram atendidos no turno matutino, cinco vezes na semana (segunda a sexta-

feira), durante 10 sessões, salvo feriados, com supervisão do orientador da pesquisa.

Cada sessão teve duração de aproximadamente 50 minutos para cada paciente, sendo

realizada e anotada a avaliação da dor pré e pós-utilização da corrente na ficha previamente

elaborada.

Fizeram parte da amostra pacientes com cervicalgia por osteoartrose cervical na fase crônica

do processo inflamatório, até 5 anos, do sexo feminino e com idade entre 37 há 89 anos. Foram

excluídos aqueles pacientes que apresentavam patologias associadas (hérnia de disco e fratura de

vértebras), com uso de marcapasso cardíaco, cardiopatas, hipertensos, que apresentem alguma

labirontopatia, que estejam grávidas e que faltem três dias consecutivos ao tratamento.

3.4 PROTOCOLO DE ATENDIMENTO

Foi aplicada uma conduta eletroterapêutica aos pacientes com osteoartrose cervical

encaminhados por médicos traumatologistas, atendidos no período 01 de março a 27 de agosto de

2007, com o objetivo de verificar qual método de aplicação, por meio da eletroestimulação,

proporcionará maior alívio ao processo doloroso na cervicalgia.

Estes pacientes foram divididos em dois grupos que fizeram uso prévio do infravermelho

com objetivo de diminuir a impedância da pele, proporcionando, portanto, a facilitação da

passagem da corrente. Após o procedimento, os pacientes foram submetidos a TENS e a CI, em

seus respectivos grupos.

Foram utilizados para o tratamento o aparelho de Infravermelho da marca CARCI, o

aparelho de TENS/ FES Neurodyn portable, da marca IBRAMED e o aparelho Neurovector, da

marca IBRAMED, geração 2000.

Fig 19: Aparelho de Infravermelho da Marca CARCI

Fonte: Fisioclínica, 2007.

Figura 20: Aparelho de TENS/ FES Neurodyn portable. Fonte: Fisioclínica, 2007.

Figura 21: Aparelho Neurovector, geração 2000.

Fonte: Fisioclínica, 2007.

3.4.1 GRUPO DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA (TENS)

É composto por 15 pacientes que realizaram como conduta fisioterapêutica, a aplicação do

infravermelho, durante 15 minutos, após isso foi feito à aplicação tetrapolar tranversa da TENS,

utilizando os respectivos parâmetros: freqüência (R) 2 Hz, largura de pulso (W) 250 µs,

intensidade (I) de acordo com a sensibilidade de cada paciente e tempo (T) de 30 minutos.

Figura 22: Aplicação tetrapolar transversa na Cervicalgia. Fonte: Fisioclínica, 2007.

3.4.2 GRUPO DA CORRENTE INTERFERENCIAL

É composto por 15 pacientes que terão como conduta fisioterapêutica, aplicação do

infravermelho, durante 15 minutos, após isso foi feita à aplicação tetrapolar da Corrente

Interferencial, utilizando os respectivos parâmetros: modalidade tetrapolar varredura automática,

AMF de 10 Hz, SWEEP de 10 Hz, SLOPE com onda tipo quadrada, intensidade de acordo com a

sensibilidade de cada paciente e tempo de 30 minutos.

Figura 23: Aplicação tetrapolar na Cervicalgia Fonte: Fisioclínica, 2007.

3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

As informações coletadas foram inseridas no programa BioEstat 4.0 (Ayres, 2005) para

análise estatística destes. As tabelas e gráficos construídos no Microsoft WORD XP. Para análise

estatística, adotou-se a estatística descritiva para caracterização da amostra. Para análise da

significância, foi utilizado o teste t – Student para análise comparativa das médias de

permanência, a Taxa de Incidência e para comparação entre os grupos com o nível de

significância adotado de a (menor ou igual) 0,005 (5%).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nos gráficos de 1 a 5 são apresentadas as características qualitativas da amostra estudada, para os

dois métodos de tratamento propostos no estudo em questão.

Gráfico 2 - Queixa Principal nos dois Grupos.

0123456

Rea

lizar

Ativ

idad

es

Leve

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oite

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rent

e e

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o e

cabe

ça

Tens

ão

C. InterferencialTENS

Gráfico 1: Queixa principal nos dois grupos. Fonte: Pesquisa de Campo, 2007.

O gráfico 1 demonstra a distribuição da queixa principal dos sujeitos tratados pelos dois

métodos no estudo. Nele, é possível identificar uma maior variabilidade de queixas entre os

sujeitos do grupo tratado por CI, em relação ao tratado por TENS, no qual se verificou uma maior

incidência de dor constante no pescoço.

De acordo com o Centro de Estudos de Reciclagem e de Investigação em Reumatologia

(CERIR), 2007, a dor mais referida na osteoartrose cervical é a dor na região cervical, podendo

irradiar para o antebraço, face lateral da mão e região lateral do ombro e braço, respectivamente.

00,5

11,5

22,5

33,5

C7

C5

e C

6

Cer

vica

l e M

SD

C4

C7

e M

SD

Cer

vica

l

Cer

vica

l e T

rap.

Dir.

C3

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4

Cer

vica

l e M

MSS

C4-

C5

e C

5-C

6

C6

C7

e M

MSS

C. Interferencial

TENSGráfico 3 - Localização da Dor nos dois Grupos.

Gráfico 2: Localização da dor nos dois grupos. Fonte: Pesquisa de Campo, 2007. No gráfico 2, estão indicadas as localizações mais freqüentes da dor nos dois grupos de

tratamento. Nele observa - se que a dor se localiza mais no nível cervical e membro superior

direito além de no nível cervical e nos membros superiores, nos sujeitos tratados pelo método de

CI, enquanto entre os sujeitos tratados pela TENS, a localização principal foi no nível cervical e

no nível cervical e membros superiores. Para as demais localizações houve uma menor incidência

nos dois métodos.

De acordo com a CERIR, 2007, os casos de artrose que são sintomáticos apresentam

principalmente dor cervical, podendo está associada a restrições dos movimentos do pescoço ao

exame físico. Ainda a dor referida em regiões posterior e lateral do pescoço, estendendo – se até

o trapézio com eventuais irradiações para membro superior.

Segundo o autor acima, os achados radiológicos mostram que a osteoartrose cervical

envolve predominantemente os segmentos vertebrais de C4 até T1.

02468

10

Sem

hor

ário

fixo

Noi

te

Man

hã e

tard

e

Tard

e e

noite

Man

C. Interferencial

Gráfico 4 - Horário de Ocorrência da Dor nos dois Grupos. TENS

Gráfico 3: Horário de Ocorrência da Dor nos dois Grupos Fonte: Pesquisa de Campo, 2007.

No gráfico 3, que trata do aspecto relacionado ao horário de maior ocorrência da dor nos

dois grupos, é possível constatar que ambos os grupos diferem muito pouco, evidenciando a

ocorrência maior da dor, sem um horário fixo, variando, assim, bastante ao longo do dia.

Segundo GIORG, 2007, o horário de ocorrência da dor em paciente com osteoartrose

cervical é mais evidente pelo turno da manhã, quando o paciente se levanta, ou após inatividade;

Essa dor melhora com o movimento da articulação ou dos segmentos afetados.

De acordo com a Sociedade de Reumatologia do Rio de Janeiro, 2007, o horário de

ocorrência de dor, em casos de osteoartrose cervical, é pré – repouso e matinal e de curta direção.

Já Wagner & Barreiro, 2007, relatam que a artrose das articulações intervertebrais é um

outro diagnóstico a considerar. Clinicamente, a dor piora com o movimento, ao acordar pela

manhã.

02468

101214

Gra

dual

Súbi

ta

C. InterferencialTENS

Gráfico 5 - Início da Dor nos dois Grupos.

Gráfico 4: Início da Dor nos dois Grupos Fonte: Pesquisa de Campo, 2007.

No gráfico 4, em relação à forma como a dor se inicia, verifica-se que no grupo tratado

por Corrente Interferencial, a mesma inicia de forma gradual na maioria dos sujeitos,

diferentemente do que ocorre com os sujeitos tratados pela TENS, onde se verificou um

equilíbrio entre as formas gradual e súbita de início da dor.

De acordo com Calil e Pimenta, 2005, a confirmação da dor é um evento que acompanha

o trauma e a magnitude da intensidade dolorosa vivenciada por essas vítimas.

Venturini et al, 2004, em estudo realizado, indagou aos participantes da pesquisa sobre a

duração da dor, e mais da metade 57,5% relatou a permanência desta por 1 a 2 dias, sendo que a

intensidade dessa dor variou de leve (15%) a forte (15%), e grande parte dos casos, 65% citando

uma intensidade moderada.

Gráfico 6 - Fatores de Piora nos dois Grupos.

Se

0123456

Sent

ado

Sent

ado

mov

imen

to e

tens

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ado

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laçã

o e

tens

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Out

ros

C. InterferencialTENS

Gráfico 5: Fatores da Piora nos dois Grupos. Fonte: Pesquisa de Campo, 2007.

No gráfico 5, observa – se que no grupo tratado por CI os movimentos são o fator de

maior piora na dor, enquanto no grupo tratado pela TENS, essa piora se acentua mais, quando os

sujeitos estão sentados e em movimento, além de quando estão somente sentados.

De acordo com Filho e Barreto, 2001, os estudos epidemiológicos recentes confirmam a

relação dos movimentos de esforço, repetição e sobrecarga estática na origem de muitos

problemas músculo-esqueléticos. Entre os mecanismos fisiopatológicos referidos na gênese

desses problemas, englobam-se contrações contínuas e aumento de pressão intramuscular,

interrupção do aporte sangüíneo e compressões de feixes nervosos, levando a sofrimento

muscular crônico. Essas condições parecem explicar tanto a associação com a exposição no

trabalho, como outras atividades que envolvam esforço semelhante.

Segundo Brasil, 1997, a manutenção da postura inadequada, principalmente na região dos

membros superiores como braço, ombros e punhos, devido a posturas estáticas do corpo mantidas

por tempo prolongado, favorece um metabolismo anaeróbico dos músculos e conseqüente

irritação nos receptores do sistema nervoso.

Tabela I - Estatística Descritiva das Variáveis nos dois Métodos de Tratamento.

VARIÁVEIS C. INTERFERENCIAL TENS

Idade 65.07 ± 1.14 54.00 ± 9.99

Tempo de dor (anos) 3.16 ± 1.84 3.35 ± 1.64

Diferença sessão 1 -1.17 ± 0.77 -0.80 ± 0.92

Diferença sessão 2 -0.80 ± 1.07 -0.63 ± 0.61

Diferença sessão 3 -0.57 ± 0.78 -0.80 ± 0.77

Diferença sessão 4 -0.80 ± 1.32 -0.60 ± 0.60

Diferença sessão 5 -0.63 ± 1.01 -0.47 ± 0.64

Diferença sessão 6 -0.33 ± 0.62 -0.77 ± 1.22

Diferença sessão 7 -0.33 ± 0.70 -0.43 ± 0.53

Diferença sessão 8 -0.43 ± 0.86 -0.23 ± 0.42

Diferença sessão 9 -0.20 ± 0.41 -0.20 ± 0.32

Diferença sessão 10 0.00 ± 0.00 -0.13 ± 0.30

Fonte: Pesquisa de Campo, 2007.

Como pode ser observada na tabela I, a amostra estudada apresentou uma grande

variabilidade na sensação de dor após as sessões, nos dois métodos, o que se evidencia através do

elevado desvio padrão observado nos momentos das dez sessões de tratamento. Outro aspecto

que se pode verificar é o fato de que em todas as sessões, nos dois métodos, ocorreram reduções

na sensação subjetiva de dor, com uma tendência de reduzir estas diferenças, em função do fato

de que, com o avanço das sessões, a dor foi reduzindo, mesmo antes da sessão de tratamento

propriamente dita.

Gráfico 1 - Evolução da dor na diferença entre as sessões, nos dois métodos.

-1,4-1,2

-1-0,8-0,6-0,4-0,2

0

Ses. 1

Ses. 2

Ses. 3

Ses. 4

Ses. 5

Ses. 6

Ses. 7

Ses. 8

Ses. 9

Ses. 1

0C. InterferencialTENS

Gráfico 6: Evolução da dor na diferença entre as sessões, nos dois métodos. Fonte: Pesquisa de Campo, 2007.

O gráfico 6 permite a visualização do fenômeno indicado anteriormente e, nele se pode

perceber que, através do método de CI, houve uma evolução mais acentuada na redução da

diferença na dor entre os momentos pré e pós-sessão de tratamento, em comparação ao método

TENS. Porém, em ambos os métodos, observou – se uma evolução semelhante e constante na

redução da dor ao longo das sessões de tratamento.

Segundo Tosato et al, 2006, em seu estudo com 31 pacientes que apresentavam dor na

coluna cervical ou na lombar verificou após a aplicação do questionário de dor McGill1, que os

pacientes que realizavam tratamento fisioterapêutico, independente dos recursos utilizados,

obtiveram uma melhora do quadro doloroso. Segundo Kaziyama et al,os recursos

fisioterapêuticos, quando utilizados de maneira adequada, são capazes de diminuir a dor por um

longo período. Calonego sugere que as técnicas de Fisioterapia convencional e as técnicas de

terapia manual apresentam uma boa evolução em relação ao alívio da dor.

Para Andrews, 2000, as diferentes formas e níveis de estimulação são mais efetivos para o

alívio dos tipos e intensidades variáveis de dor, comparados à terapia comum.

Tabela II-Análise de Variância entre as Diferenças entre Antes e Depois das Dez Sessões de Tratamento nos Dois

Métodos de Tratamento.

CORRENTE INTERFERENCIAL TENS

F 2.43 F 2.04

p 0.01 p 0.0388

Coluna Q p

Ses. 1 X 9 4.51 < 0.05

Ses. 1 X 10 5.29 < 0.01

Fonte: Pesquisa de Campo, 2007.

A análise da tabela II permite observar que somente houve diferença estatisticamente

significativa na evolução da dor, através da diferença entre os momentos pré-sessão e pós-sessão

de tratamento, no método CI, onde se verificou estas diferenças entre as sessões 1 e 9 e 1 e 10,

evidenciando diminuição na redução dos níveis subjetivos de dor, através do método em questão.

Com relação ao método TENS, não se observaram diferenças estatísticas entres os momentos,

entre as dez sessões de tratamento.

Em estudo realizado por Souza e Rocha, 2001, observou – se que tanto no grupo 1,

Corrente Interferencial, quanto no grupo 2, TENS, obteve –se melhora com o tratamento

fisioterápico. Quanto à sensação proporcionada, a Corrente Interferencial demonstrou ser

absolutamente mais agradável ao paciente, cerca de 56, 6% da amostra.

Entretanto, para Glauglitz, 2005, os conhecimentos atuais sugerem fortemente que a

Corrente Interferencial simplesmente representaria uma abordagem elétrica diferente e não mais

efetiva para alcançar as mesmas respostas fisiológicas e clínicas básicas, que são conseguidas

com a terapia da TENS, visto que tal afirmação pode ser explica pelo fato que, na pesquisa

realizada, a maior parte dos pacientes (47,82%) referiu que a TENS provocou sensação mais

agradável durante a aplicação do que a Corrente Interferencial.

Segundo Firmino e Esteves, 2007, alguns autores defendem que a Corrente Interferencial

terá o mesmo efeito que a TENS, com a vantagem de obter maior penetração. LOW,1988, explica

tal fato, pela corrente interferencial ser uma corrente de média freqüência, modulada a baixa

freqüência.

Tabela III - Estatística Descritiva e Comparativa nos dois Métodos de Tratamento.

C. INTERFERENCIAL TENS VARIÁVEIS

Md ± DP t p Md ± DP t p

Idade 65.07 ± 1.14 --- 54.00 ± 9.99 2.26 0.03

Tempo de dor 3.16 ± 1.84 --- 3.35 ± 1.64 -0.30 0.07

Dor pré sessão 1 4.17 ± 3.01 --- 3.30 ± 2.79 0.82 0.42

Dor pós sessão 10 0.90 ± 1.39 --- 0.30 ± 0.41 1.60 0.13

Diferença pré 1 X pós 10 -3.27 ± 2.58 4.90 <

0.01

-3.07 ± 2.95 4.11 <

0.01

Entre métodos --- --- --- 0.20 0.84

Fonte: Pesquisa de Campo, 2007.

Na tabela III, pode –se perceber que o grupo tratado através do método de Corrente

Interferencial é significativamente mais idoso do que o grupo tratado através da TENS. Ao

comparar os métodos para o tempo de dor e para a eficiência dos métodos, não se verificou

diferença estatística, não se permitindo, assim, afirmar que um método é estatisticamente melhor

que o outro.

Outro aspecto evidenciado no quadro 3 é o fato de não ter ocorrido diferença estatística na

sessão 1 e na 10 entre os métodos e ter ocorrido diferença estatisticamente significativa nos dois

métodos quanto à evolução da dor. O que quer dizer que os dois métodos de tratamento

desenvolvidos provocaram redução estatisticamente significativa na sensação subjetiva de dor, do

primeiro ao décimo momento de tratamento, sem que um método seja estatisticamente melhor

que o outro.

Segundo BULZING e ROSAS, 2002, em um estudo feito com a análise da CI e a TENS,

verificou – se que a TENS mostrou – se mais efetiva na redução do quadro álgico, porém a CI

apresentou uma maior redução da irradiação para os membros, assim como esta corrente mostrou

um aumento de amplitude de movimento. No entanto, de uma forma geral os resultados mostram

equilíbrio entre os dois recursos nesta pesquisa.

5. CONCLUSÃO

A utilização de correntes terapêuticas é uma prática usual entre os fisioterapeutas, que

relatam resultados positivos ao nível de diminuição da dor (FIRMINO & ESTEVES, 2007).

No presente estudo, pode ser constatado que ambas auxiliam na redução do quadro

doloroso da osteoartrose cervical, apresentando como benefícios, a melhora da amplitude

articular de movimento e diminuição da irradiação para membros superiores, e conseqüentemente

facilita a realização das atividades de vida diária.

Atualmente, um grande número desses estimuladores é disponível com diferentes

características elétricas. Avaliação de suas propriedades e utilidade no alívio da dor é geralmente

baseada em testes empíricos, e ainda há uma falta de conhecimento preciso sobre quais

parâmetros de estimulação são os mais adequados nas diferentes síndromes de dor (COHEN,

2003).

Sendo assim, faz-se necessário que novas pesquisas sejam realizadas, a fim de delimitar

parâmetros mais adequados no processo doloroso, ocasionado pela osteoartrose cervical.

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APÊNDICES

APÊNDICE 1 – ACEITE DO COMITÊ DE ÉTICA

APÊNDICE 2 – ACEITE DA CLÍNICA ESCOLA DA UNAMA – FISIOCLÍNICA

APÊNDICE 3 – ACEITE DO ORIENTADOR

APÊNDICE 4 – ACEITE DO CO - ORIENTADOR

APÊNDICE 5 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO -TCLE

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

As informações obtidas serão analisadas em conjunto com as de outras pacientes, não sendo divulgada qualquer informação que possa levar a sua identificação.

ESTUDO: avaliação do efeito analgésico da estimulação elétrica nervosa transcutânea

(TENS) e da Corrente Interferencial na cervicalgia por osteoartrose cervical

Os voluntários serão atendidos na Clínica Escola da Universidade da Amazônia –

Fisioclínica, localizada na Avenida Alcindo Cacela, nº. 359, Belém-PA, no turno matutino. O

estudo se faz necessário para que se possa comparar dois recursos fisioterapêuticos, o TENS e a

Corrente Interferencial, com intuito de verificar qual método de aplicação por meio da

eletroestimulação proporcionará maior alívio ao processo doloroso na cervicalgia, antes e após as

10 sessões de ambos os recursos. No primeiro momento, os voluntários terão seus dados

coletados em uma ficha de avaliação previamente elaborada pelas pesquisadoras junto à

avaliação dor, podendo assim ser quantificado o quadro doloroso desse paciente antes e após a

aplicação das correntes durante 10 sessões como forma de parâmetros avaliativos.

Em qualquer momento do estudo os indivíduos terão acesso aos profissionais

responsáveis pela pesquisa, para esclarecimento de dúvidas.

As principais investigadoras são as acadêmicas Laura Santos de Moraes que pode ser

encontrada na Avenida Almirante Barroso, Passagem Santo Antônio nº 140 entre Lomas

Valentina e Angustura ou nos telefones 32773820 /88455673 e Paola Karynne Pinheiro Monteiro

que pode ser encontrada na Avenida Pedro Miranda, ed: Pirâmide n° 624 apt° 1005 ou nos

telefones 30839634 / 81126478.

Caso não sejam localizadas, poderá ainda ser contatado o fisioterapeuta Paulo Eduardo dos

Santos Avila, orientador desta pesquisa, no endereço: Tv. 14 de Março, n° 1494, aptº 202 ou

pelos telefones 32232373/ 8127-9498.

GARANTIAS

O estudo pretende ser feito com um total de 30 pacientes, encaminhados por médicos

traumatologistas, que serão informados sobre a realização da pesquisa, os pacientes serão

atendidos no turno matutino, cinco vezes na semana (segunda a sexta-feira), durante 10 sessões,

salvo feriados.

Cada sessão terá duração de aproximadamente 50 minutos para cada paciente, sendo

realizada e anotada a avaliação da dor pré e pós-utilização da corrente na ficha previamente

elaborada.

Este trabalho será realizado com recursos disponibilizados pela Clínica Escola da

Universidade da Amazônia – Fisioclínica.

A escolha dos pacientes terá como critérios de inclusão, pacientes com cervicalgia por

artrose cervical na fase crônica do processo inflamatório, até 5 anos, do sexo feminino e com

idade entre 37 a 89 anos.

Será excluído da pesquisa o paciente que apresentar patologias associadas (hérnia de disco

e fratura de vértebras), que façam uso de marcapasso cardíaco, cardiopatas, hipertensos, que

apresentem alguma labirontopatia, que estejam grávidas e que faltem 3 dias ao tratamento.

A pesquisa terá como benefício à melhora do quadro doloroso dos pacientes com

cervicalgia, não trazendo riscos aos participantes, pois foram citados nos critérios de exclusão,

pontos que contra-indicavam o uso da terapia.

É garantida aos indivíduos, a liberdade de desistir ou interromper a colaboração neste estudo

no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação.

Os indivíduos têm direitos a se manter informados a respeito dos resultados parciais da

pesquisa. O atendimento não será cobrado e também não haverá nenhuma recompensa financeira

na participação deste estudo. O pesquisador utilizará os dados e o material coletado somente para

esta pesquisa.

DECLARAÇÃO

Declaro que compreendi as informações do que li ou que me foram explicadas sobre o

trabalho em questão.

Discuti com o fisioterapeuta Paulo Eduardo Santos Avila sobre decisão em participar nesse

estudo, ficando claros para mim, quais são os propósitos da pesquisa, os procedimentos a serem

realizados, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes.

Ficou claro também que minha participação não tem despesas e que tenho garantia de

inclusive se optar por desistir de participar da pesquisa.

Concordo voluntariamente em participar desse estudo podendo retirar meu consentimento a

qualquer momento sem necessidade de justificar o motivo da desistência, antes ou durante o

mesmo.

Belém, ____, de ___________________de 2007

.

Assinatura do paciente

Assinatura de testemunha

Declaro que assisti a explicação do fisioterapeuta Paulo Eduardo Santos Avila ao paciente, que

compreendeu e retirou suas dúvidas, assim como eu, a tudo o que será realizado na pesquisa.

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o consentimento livre e

esclarecido desta paciente ou representante legal para participação no presente estudo.

Ft. Paulo Eduardo Santos Avila

(Fisioterapeuta)

Pesquisador responsável

APÊNDICE 6 – FICHA DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

FICHA DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

(ALEXANDRE E MORAES MODIFICADO)

▪ Identificação

Nome: ___________________________________________________________________

Idade:___________Tel: ___________________ Endereço: ________________________

__________________ Sexo: ________________ Profissão:________________________

Médico Responsável: ______________________________________________________

Diagnóstico Clínico: _______________________________________________________

▪ Histórico

Q.P: _____________________________________________________________________

HDA: ____________________________________________________________________

▪ Considerações sobre as dores Identificação visual da dor:

Localização: _____________________________________

Horário de ocorrência: ( ) matutino ( ) vespertino ( ) noturno ( ) sem horário fixo

Inicio: ( ) súbita ( ) gradual

Ínicio do episódio atual: ___________ número de episódios anteriores: ________

Fatores de piora: ( ) posição sentada ( ) deambulação ( ) tensão emocional

( ) prática de esporte ( ) movimento ( ) outro

Realizou tratamento anteriormente: ( ) sim ( ) não. Qual? ________________________

__________________________________

Responsável

APÊNDICE 7 – FICHA DE AVALIAÇÃO DA DOR

FICHA DE AVALIAÇÃO DA DOR

(JONES AGNE MODIFICADO)

1. De acordo com a intensidade de sua dor, observe a escala visual analógica abaixo

(escala de dor) e marque a opção correspondente ao seu quadro de dor atual.

ESCALA ANALÓGICA VISUAL - EVA

Pré-corrente:

Pós-corrente: