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ÍNDICE 1. Introdução................................................... ............................................................. ..........2 2. Descrição do Processo de Craqueamento Catalítico................................................... ...3 2.1 Seção de Fracionamento................................................ ......................................4 2.2 Seção de Recuperação de Gases........................................................ ..................6 2.3 Seção de Tratamentos.................................................. ........................................7 3. Reações de Craqueamento................................................. ...............................................7 3.1 Parafinas são Craqueadas dando Olefinas e Parafinas Menores....................7 3.2 Olefinas são Craqueadas dando Olefinas Menores...........................................7 3.3 Alquilaromáticos são Desalquilados.............................................. .....................7 3.4 Naftênicos são Craqueados Gerando Olefinas..................................................7 3.5 Transferência de Hidrogênio................................................. .............................7 3.6 Isomerização............................................ ........................................................ .....7 3.7 Reações de Condensação................................................ ......................................8 1

Craqueamento catalítico

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Page 1: Craqueamento catalítico

ÍNDICE

1. Introdução..........................................................................................................................22. Descrição do Processo de Craqueamento Catalítico......................................................3

2.1 Seção de Fracionamento......................................................................................42.2 Seção de Recuperação de Gases..........................................................................62.3 Seção de Tratamentos..........................................................................................7

3. Reações de Craqueamento................................................................................................73.1 Parafinas são Craqueadas dando Olefinas e Parafinas Menores....................73.2 Olefinas são Craqueadas dando Olefinas Menores...........................................73.3 Alquilaromáticos são Desalquilados...................................................................73.4 Naftênicos são Craqueados Gerando Olefinas..................................................73.5 Transferência de Hidrogênio..............................................................................73.6 Isomerização.........................................................................................................73.7 Reações de Condensação......................................................................................8

4. Carga para o Craqueamento............................................................................................84.1. Efeito dos Hidrocarbonetos................................................................................84.2. Efeitos das Impurezas e Contaminantes...........................................................8

4.2.1. Asfaltenos..............................................................................................84.2.2. Metais Pesados......................................................................................84.2.3. Metais Alcalinos e Alcalino-Terrosos.................................................84.2.4.Nitrogênio...............................................................................................84.2.5. Enxofre..................................................................................................94.2.6. Cloretos..................................................................................................9

4.3. Características da Carga para craqueamento..................................................94.3.1. Faixa de Destilação...............................................................................94.3.2. Resíduo de Carbono.............................................................................94.3.3. Fator de Caracterização (kuop).............................................................94.3.4. Teor de Metais..................................................................................... 9

5. Produtos do Craqueamento............................................................................................ 106.Características e Atividades dos Catalisadores de Craqueamneto ............................ 10

6.1 Problemas durante a Regeneração do Catalisador........................................ 126.1.1 After-Burning………………………………………………….……. 126.1.2 Behind-Burning…………………………………………………….. 13

7. Conversão......................................................................................................................... 137.1. Seção de Reação ou Conversão (Conversor).................................................. 147.2. Riser................................................................................................................... 157.3. Reator................................................................................................................ 177.4. Regenerador.......................................................................................................18

8. Destino dos Derivados do Craqueamento Catalítico....................................................218.1 Gás Combustível.................................................................................................218.2 GLP......................................................................................................................218.3 Nafta.....................................................................................................................218.4 Óleo Leve.............................................................................................................218.5 Óleo Decantado...................................................................................................21

9.Referências Bibliográficas................................................................................................2110. Anexos.............................................................................................................................22

10.1 Apresentação..........................................................................................22

1

Page 2: Craqueamento catalítico

1. INTRODUÇÃO

O processo de craqueamento do petróleo é constituído fundamentalmente de uma

reação de quebra (cracking) de moléculas de alto peso molecular e de baixo valor comercial,

em moléculas de menor peso molecular e com alto valor comercial. O processo pode ser

puramente térmico, ou pode ser realizado na presença de catalisador. Em razão do processo

exigir altas temperaturas, utiliza-se o processo catalítico que ainda sim exige temperaturas

na faixa de 500ºC a 550ºC. A presença do catalisador também permite obtenção de maiores

seletividades e, portanto, maior rendimento dos produtos desejados.

Graças aos processos de craqueamento, do petróleo bruto, são retirados certos

produtos em muito maior proporção do que aquela fornecida pela própria natureza. Se

tivéssemos que depender da quantidade de gasolina extraída do petróleo bruto, jamais

obteríamos o rendimento necessário do precioso combustível para a movimentação dos

nossos carros. O craqueamento soluciona o problema, permitindo a obtenção do produto em

maior escala.

O petróleo extraído no campo de produção é chamado óleo cru. Dependendo da

rocha-reservatório de onde foi extraído, variam o aspecto visual e a constituição do óleo cru.

Por isso, existem petróleos marrons, amarelados, verdes e pretos. Porém, qualquer

petróleo no seu estado natural é sempre uma mistura complexa de diversos tipos de

hidrocarbonetos com proporções bem menores de contaminantes.

No óleo cru, encontramos hidrocarbonetos das seguintes quatro classes:

Parafínicos (ou Alcanos);

Naftênicos (ou Ciclo-alcanos);

Aromáticos;

Mistos.

São muitas as aplicações dos derivados do petróleo. Alguns já saem da refinaria

prontos para serem “consumidos”, sendo comercializados diretamente para distribuidores e

consumidores, outros derivados servirão ainda como matérias-primas de várias indústrias,

para a produção de outros artigos (os produtos finais). Os derivados do petróleo podem ser

utilizados em aplicações Energéticas ou Não-energéticas.

A palavra craqueamento catalítico vem do fato de que esta quebra é feita por meio de

catalisadores e térmico ou pirólise, quando a quebra é feita pela ação do calor. Desta forma,

o craqueamento é um processo químico que transforma frações mais pesadas em outras mais

leves através da quebra das moléculas dos reagentes, pela ação de catalisadores ou de calor.

2

Page 3: Craqueamento catalítico

2. DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE CRAQUEAMENTO CATALÍTICO

No processo de craqueamento Catalítico, a carga (gasóleo proveniente da destilação a

vácuo, e que seria utilizado como óleo combustível) entra em contato com um catalisador a

uma temperatura elevada ocorrendo à ruptura (“Cracking”) das cadeias moleculares, dando

origem a uma mistura de hidrocarbonetos que são posteriormente fracionados.

O craqueamento catalítico é considerado um processo de alta rentabilidade

econômica por utilizar como carga um produto de baixo valor comercial (gasóleo de vácuo)

que, se não aproveitado nesta unidade, serviria apenas como óleo combustível.

Este processo tem como finalidade principal à produção de GLP e/ou gasolina.

Paralelamente são também formados produtos mais pesados que a gasolina. Além de um

resíduo de alto teor de carbono, chamado coque, que se deposita na superfície do

catalisador.

Existem dois tipos de craqueamento catalítico: o descontínuo e o contínuo.

No primeiro temos um reator de leito fixo, operando de forma descendente, onde

uma vez por ano o processo é parado para ser feita a regeneração dos catalisadores (queima

do coque que se forma sobre o catalisador). Para que esta regeneração seja feita, todo

catalisador é retirado do reator, levado para um lugar onde o coque possa ser devidamente

queimado. Em seguida, este catalisador é peneirado e subseqüentemente colocado de volta

no reator. Quando necessário, o volume do reator é completado com catalisador virgem.

Isso ocorre porque muitas vezes neste processo acontece a quebra do catalisador.

Já no processo contínuo, temos um reator de leito fluidizado, onde isto é feito de

forma direta e onde não é preciso parar o processo para ser feita a regeneração do

catalisador.

As unidades de craqueamento catalítico contínuo são mais conhecidas como UFCC,

ou unidade de craqueamento catalítico fluidizado, e são as maiores responsáveis pela

formação de gasolina e GLP a partir de gasóleos nas petroquímicas. O FCC (“Fluid

Catalytic Cracking”) surgia na década de 40 e baseia-se na fluidização de sólidos.

3

Page 4: Craqueamento catalítico

Existem diversos tipos de unidades de craqueamento catalítico fluido, diferindo uma

das outras pelo arranjo relativo entre o reator e o regenerador.

Os tipos existentes no Brasil são os seguintes:

REFINARIA LICENCIADORA TIPO

REMAN UOP STACKED

RECAP SOCONY-MOBIL T.C.C.

RLAM KELLOGG ORTHOFLOW B

REDUC UOP SYDE BY SYDE

REGAP UOP STACKED

REFAP UOP STACKED

RPBC KELLOGG ORTHOFLOW C

REPLAN KELLOGG ORTHOFLOW C

IPIRANGA UOP STACKED

REPAR KELLOGG ORTHOFLOW F

REVAR KELLOGG ORTHOFLOW F

REGAP UOP SYDE BY SYDE

Uma unidade de FCC é composta das seguintes seções:

Seção de reação ou conversão;

Seção de fracionamento;

Seção de recuperação de gases;

Seção de tratamento.

2.1 Seção de Fracionamento

4

Page 5: Craqueamento catalítico

Os gases de craqueamento, efluentes do reator, são enviados à seção de

fracionamento, onde os produtos são separados pelas suas faixas de ebulição, em uma torre

de destilação.

O produto do topo contém as frações mais leves produzidas (nafta de craqueamento,

GLP e gás combustível), que após serem resfriadas, são coletadas no tambor de acúmulo.

Neste tambor coexistem três fases: uma fase gasosa, constituída de hidrocarbonetos

1, 2, 3 e 4 carbonos e impurezas gasosas (H2S, CH3SH, etc); uma fase líquida, composta de

nafta contendo uma razoável quantidade de GLP dissolvido, conhecida como gasolina não

estabilizada; a terceira fase é constituída de água, proveniente das injeções de vapor que são

feitas no reator. As duas correntes de hidrocarbonetos são encaminhadas a seção de

recuperação de gases para uma posterior separação.

Como produtos laterais da fracionadora temos os óleos de reciclo (leve e pesado).

Esses dois cortes são constituídos de moléculas médias e pesadas, que foram parcialmente

craqueadas. Partes dessas correntes eram retiradas da unidade e o restante era reciclado ao

encontro da carga, para que houvesse uma nova oportunidade das moléculas serem

craqueadas. Atualmente, por razões econômicas, todo óleo pesado é reciclado, enquanto que

para o óleo leve, isto só é feito eventualmente.

O produto de fundo da fracionadora é constituído de frações pesadas residuais de

craqueamento e de partículas de catalisador que foram arrastadas pela corrente gasosa que

deixou o reator. Este resíduo é enviado a um vaso de decantação, onde pelo topo sai o óleo

decantado ou clarificado, isento de partículas sólidas.

No vaso decantador, além do óleo clarificado, obtém-se uma lama de óleo e

catalisador, que é totalmente reciclado ao reator. Este reciclo oleoso, que contém os finos de

catalisador que não foram retidos pelos ciclones, é conhecido como borra.

A mistura de gasóleo de vácuo (carga fresca) e reciclo (LCO, HCO e borra), que é a

carga que efetivamente penetra no riser, é conhecida como carga combinada. A relação

entre a carga combinada e a carga fresca é conhecida como razão de carga combinada.

(RCC).

5

Page 6: Craqueamento catalítico

2.2 Seção de Recuperação de Gases

O gás proveniente do tambor de acúmulo da fracionadora é succionado por um

compressor, e tem sua pressão bastante elevada. Em seguida passa por resfriadores e vai a

um tambor de acúmulo de alta pressão. Devido à compressão e ao resfriamento, os

hidrocarbonetos mais pesados da corrente gasosa (C3 e C4) se liquefazem, e os mais leves

(C1 e C2) permanecem no gás. Essa corrente vai ter ao fundo da torre absorvedora primária,

onde, pelo topo, é injetada gasolina não estabilizada. Caso haja na corrente gasosa algum C 3

ou C4, estes serão absorvidos pela gasolina.

O gás combustível do topo da absorvedora primária pode arrastar consigo um pouco

de gasolina de absorção. Com o intuito de se recuperar algum hidrocarboneto arrastado (C3

ou mais pesados), o gás combustível vai a absorvedora secundária. Nessa torre o fluido

absorvedor é o refluxo circulante frio de óleo leve de reciclo, que após a absorção retorna à

torre fracionadora. O gás combustível, depois desta operação, vai a seção de tratamento

(DEA), onde o H2S é retirado da mistura.

A gasolina não estabilizada que, deixou o fundo da absorvedora primária, se junta

com a descarga do compressor, é resfriada e vai ao tambor de acúmulo de alta pressão. É

possível que, no contato com os gases de compressor, algum hidrocarboneto leve (C1 e C2)

seja também absorvido. Para que estes compostos sejam eliminados, a gasolina que deixa o

fundo do tambor de alta pressão, vai a torre retificadora, onde recebe um ligeiro

aquecimento. Os gases leves (C1 e C2) são vaporizados, e, pelo fundo desta torre sai gasolina

em condições de ser enviada a debutanização.

A operação de debutanização é semelhante à estabilização, porém em condições

mais severas. A finalidade do processo é, não só especificar-se a pressão de vapor da

gasolina, como também se enquadrar o intemperismo do GLP. Pelo fundo da

debutanizadora sai gasolina estabilizada pronta para ser submetida aos tratamentos de

redução do enxofre. No topo saem vapores de GLP, que após o resfriamento, são

liquefeitos.

O GLP contém uma razoável concentração de compostos de enxofre, sendo por isso

enviado à seção de tratamento, para eliminação dessas moléculas. Após o tratamento,

dependendo do interesse da refinaria e do mercado local, o GLP pode ser decomposto, numa

torre separadora, em duas correntes: C3 (propano e propeno), como produto de topo e C4

(Butanos e butenos), como produto de fundo. Normalmente esta operação é feita quando há

petroquímicas próximas interessadas em uma das correntes.

6

Page 7: Craqueamento catalítico

2.3 Seção de Tratamentos

Na seção de tratamentos, compostos de enxofre, nitrogênio e alguns metais, que são

componentes indesejáveis são eliminados através de tratamentos convencionais de DEA,

Merox, lavagem caustica para o GLP, Merox ou lavagem caustica para a gasolina e DEA ou

lavagem caustica para o gás combustível, bem como denitrogenação e demetalização para

todas as frações.

3. REAÇÕES DE CRAQUEAMENTO

O craqueamento de hidrocarbonetos envolve as seguintes reações:

3.1 Parafinas são craqueadas dando olefinas e parafinas menores:

CNH2N+2 CMH2M + CPH2P+2 ; onde N = M + P

3.2 Olefinas são craqueadas dando olefinas menores:

CNH2N CMH2M + CPH2P ; onde N = M + P

3.3 Alquilaromáticos são desalquilados:

ArCNH2N+1 ArCMH2M-1 + CPH2P+2 ; onde N = M + P

Aromático com Parafina

olefina lateral

3.4 Naftênicos são craqueados gerando olefinas

CNH2N CMH2M + CPH2P ; onde N = M + P

Estas são as reações primárias. As reações secundárias do craqueamento são:

3.5 Transferência de hidrogênio

Naftênicos + Olefinas Aromáticos + parafinas

Precursores aromáticos de coque + olefinas coque + parafinas

3.6 Isomerização

Olefinas iso-olefinas

7

Page 8: Craqueamento catalítico

3.7 Reações de condensação

As reações de craqueamento são bastante endotérmicas, a isomerização tem muito

baixo calor de reação e as reações de transferência de hidrogênio são exotérmicas. No

processo de craqueamento as reações endotérmicas sempre predominam.

4. CARGA PARA O CRAQUEAMENTO

4.1. Efeito dos hidrocarbonetos

As taxas de craqueamento dos hidrocarbonetos dependem da classe e do tamanho

das moléculas. As taxas relativas para as quatro classes de hidrocarbonetos encontrados nas

frações de petróleo são as seguintes, em ordem decrescente de velocidade reacional:

olefinas, naftênicos e isoparafinas, parafinas e aromáticos. Dentro de cada grupo, quanto

mais alto o peso molecular, mais fácil é o craqueamento.

4.2. Efeitos das impurezas e contaminantes

4.2.1. Asfaltenos: São compostos formados por complexas cadeias de

elevado peso molecular ( 3000 a 5000), que se encontram dispersos no petróleo ou nas suas

frações pesadas. São formados por estruturas heterocíclicas e aromáticas sulfuradas,

nitrogenadas e oxigenadas, se transformam integralmente em coque no FCC.

4.2.2. Metais pesados: Níquel, vanádio, cobre e ferro são agentes

desidrogenantes da carga gerando coque e gás combustível. Eles afetam a produção de

gasolina reduzindo a sua quantidade e qualidade. Os mais danosos ao processo são o Ni e o

V.

4.2.3. Metais alcalinos e alcalino-terrosos: Sódio, potássio e cálcio são

perniciosos ao catalisador pois o desativam através da neutralização dos centros ácidos do

catalisador que são responsáveis pelas reações de craqueamento.

8

Page 9: Craqueamento catalítico

4.2.4. Nitrogênio: Apenas os compostos básicos de nitrogênio envenenam o

catalisador por neutralização dos seus centros ácidos (piridina e derivados).

4.2.5. Enxofre: O enxofre sulfeta os metais pesados depositados no

catalisador ativando-os como elementos desidrogenantes, além de provocar

problemas de poluição através de seus óxidos que são gerados na etapa de queima de

coque no regenerador.

4.2.6. Cloretos: Acredita-se que os cloretos possam reativar os metais

pesados passivados naturalmente, depositados na superfície do catalisador.

4.3. Características da Carga para Craqueamento

A carga usada em FCC é um gasóleo obtido por destilação a vácuo com faixa de

destilação intermediaria entre o óleo diesel e o resíduo de vácuo.

As propriedades da carga que podem exercer maior influência no processo são:

4.3.1. Faixa de destilação: O limite inferior esta em torno de 320ºC. Os

compostos como menor ponto de ebulição que este valor exigem condições mais severas ao

craqueamento. Por outro lado frações mais pesadas não craqueiam bem, apenas produzem

coque e gás combustível.

A faixa de destilação geralmente empregada varia de 340ºC a 550ºC.

4.3.2. Resíduo de Carbono: Esta relacionada a formação de coque, este

resíduo deve ser baixo. De modo geral o resíduo de carbono deve ser menor que 0,5% em

peso.

4.3.3. Fator de Caracterização (Kuop): Quanto mais parafinico for a carga

mais fácil era será craqueada, quanto maior for o fator de caracterização, menos severo é o

craqueamento.

O fator de caracterização recomendado não deve ser menor que 11,5.

9

Page 10: Craqueamento catalítico

4.3.4. Teor de Metais: Os metais afetam a atividade e a seletividade do

catalisador, desativando-os rapidamente. Para que o conteúdo de metais presentes na carga

não provoque envenenamento, deveremos observar a seguinte condição:

Fe + Va + 10 . (Ni + Cu) < 5 ppm

5. PRODUTOS DO CRAQUEAMENTO

Os produtos do craqueamento são gás combustível, GLP, gasolina, gasóleo e coque.

Os gasóleo são oriundos de moléculas não convertidas da carga original da unidade e são

separados em três frações: LCO ou óleo leve de reciclo, HCO (óleo pesado de reciclo) e

óleo clarificado.

O LCO possui faixa de destilação compatível com a do óleo diesel podendo ser a ele

adicionado se o teor de enxofre assim o permitir ou ainda ser utilizado como óleo de corte.

O HCO enquadra-se como óleo combustível de baixa viscosidade quanto à faixa de

destilação. Atualmente tem sido totalmente reciclado ao conversor a fim de dar-se uma nova

chance às suas moléculas de craquearem.

O óleo clarificado pode ser adicionado à corrente de óleo combustível ou ainda ser

matéria prima para a obtenção de negro de fumo (produção de borracha) ou coque

(produção de eletrodos). O coque é formado por cadeias poliméricas de altos pesos

moleculares e elevados teores de carbono.

6.CARACTERÍSTICAS E ATIVIDADES DOS CATALISADORES DE CRAQUEAMNETO

O catalisador empregado nas reações de craqueamento é constituído de um pó

granular, fino, de alta área superficial à base de sílica (SiO2) e alumina (Al2O3).

Existem três tipos diferentes de catalisador: baixa alumina (11 a 13%), alta alumina

(25%) e zeolítico. Os de baixa e alta alumina são também denominados catalisadores

amorfos sendo a sua unidade estrutural elementar formada por um tetraedro onde átomo de

silício ou alumínio ocupa a posição central, cercada por átomos de oxigênio. A estrutura

básica dos catalisadores zeolíticos é denominada sodalita e é formada por 8 anéis

hexagonais interligados.

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Page 11: Craqueamento catalítico

A seletividade de cada um destes tipos pode ser verificada pela tabela a seguir:

Tipo de catalisador Baixa alumina Alta alumina Zeólita

Rendimento de gasolina 53% 60% 64%

Rendimento de coque 11% 8% 6%

Periodicamente é feita uma reposição de catalisador ao processo para que a atividade

seja mantida. Procura-se também com isto, manter o inventário de catalisador que tende a

regredir com as perdas pela chaminé. A este catalisador que já tomou parte nas reações de

craqueamento, denominamos catalisador gasto, possuindo ele 1.0 a 1.2% de coque em peso

e cor preta. O catalisador que já teve parte do coque nele depositado queimado é

denominado catalisador regenerado. Seu teor de coque é 0.2 a 0.5% e sua cor é cinzenta.

A atividade de um catalisador é uma medida direta da capacidade do catalisador em

promover as reações de craqueamento. Ela é caracterizada por um maior rendimento de

produtos comerciais em relação a quantidade de catalisador utilizado, sendo função de sua

composição química e de sua área superficial.

Com o uso, o catalisador vai perdendo sua atividade(mais fortemente no início,

regredindo progressivamente com o tempo) devido às contaminações que vai sofrendo com

o processo(coque e metais).

Por isto, periodicamente é feita a adição de catalisador virgem para manter a sua

atividade, bem como repor o inventário, para compensar as perdas pela chaminé. A

desativação pode ser notada por um aumento anormal da quantidade de hidrogênio e metano

produzidos.

Um catalisador de craqueamento pode apresentar-se de três formas distintas:

1.Catalisador Virgem: é aquele que ainda não tomou parte nas reações de craqueamento.

Ele é branco e com a atividade máxima especificada.

2.Catalisador Gasto: é aquele que tomou parte nas reações de craqueamento, estando

impregnado de coque. Seu teor de carbono é de 1,0 a 1,2% peso e cor preta.

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Page 12: Craqueamento catalítico

3.Catalisador Regenerado: é aquele que tomou parte nas reações de craqueamento, porém

já foi queimado parte do coque a ele agregado, estando apto a promover novas reações. Seu

teor de coque é de 0,2 a 0,5% peso e cor cinzenta.

Características de um catalisador usado na UFCC

Diâmetro de partícula média 7 x 10-5 m

Diâmetro de partícula mínimo 2 x 10-5 m

Esfericidade 0.72

Densidade 1410 kg/m3

Calor específico 1.15 kg/(kg K)

6.1 Problemas Durante a Regeneração do Catalisador

6.1.1 After-Burning: Ocorre quando a taxa de queima de coque é superior

ao coque formado durante as reações de craqueamento.

A reação de oxidação do monóxido de carbono ocorre normalmente um pouco acima

do leito regenerador, ou seja, na região conhecida como fase diluída. A presença de uma

quantidade considerável de catalisador absorve o calor e limita a elevação de temperatura,

por outro lado, quando ocorre um excesso de ar a combustão prossegue num segundo

estagio dos ciclones e na linha de gás de combustão, a mesma quantidade de catalisador não

esta presente para absorver este calor, e um aumento acentuado na temperatura pode ser

observado.

Elevadas temperaturas podem levar:

Maior erosão do material do regenerador

Redução de vida do equipamento

Sinterização do catalisador

A temperatura máxima permitida no regenerador é determinada por sua construção

mecânica, ou seja, pelas matérias de construção dos equipamentos. Ela deve ser no máximo

700ºC.

A redução da vazão de ar resolve este problema.

12

Page 13: Craqueamento catalítico

6.1.2 Behind-Burning: Quando a taxa de formação do coque no

craqueamento é superior ao coque queimado no regenerador a um aumento progressivo da

percentagem de carbono no catalisador reduzindo a atividade deste catalisador.

A elevação da vazão de ar é uma das soluções para este problema. A temperatura da

fase densa, neste caso torna-se maior que a temperatura da fase diluída devido a maior

extensão da reação de combustão do coque que ocorre na fase densa em relação a

combustão do monóxido de carbono que ocorre na fase diluída.

7. CONVERSÃO

Conversão é a percentagem de carga fresca que é convertida em produtos mais leves

que a carga e é calculada do seguinte modo:

Ela engloba além do gás combustível, GLP, gasolina e o coque formado durante o

processo de craqueamento. Os valores desta conversão variam de 70 a 85%.

7.1. Seção de Reação ou Conversão (Conversor)

13

Page 14: Craqueamento catalítico

Dimensões de uma unidade FCC

Unidade do Processo Dimensão

Comprimento(m) Diâmetro(m)

Riser 30.0 1.1

Seção do reator

(Disengaging)8.5 5.1

Seção do retificador

(Stripping)6.2 3.2

Regenerador 18.0 8.2

spent catalyst transport line 10.5 0.8

Linha de transporte de

catalisador regenerado12.5 0.8

Total de ciclones equipados Dimensões dos Ciclones

Ciclone do reator 2 0.8 (H)/0.4 (W)

Ciclone do regenerador 2 1.0 (H)/0.5 (W)

7.2. Riser

No FCC um gasóleo de vácuo ou resíduo de faixa de destilação variando de 320°C a

550°C ou mais, é injetado na base do reator tipo Riser, onde é misturado com catalisador

quente vindo do regenerador, à alta temperatura (650oC), levando a vaporização da carga e

as reações de craqueamento do gasóleo, que proporcionam uma forte expansão volumétrica

que arrasta o catalisador pelo Riser, fluidizando o catalisador, dando prosseguimento às

reações de craqueamento catalítico.

O “RISER” é uma tubulação vertical de grande diâmetro, por onde sobe a mistura de

catalisador e vapores de hidrocarbonetos. É onde ocorre a maior parte das reações de

craqueamento.

O catalisador, na forma de um pó muito fino, é levado ao reator pela carga que

imediatamente vaporiza em contato com o catalisador quente vindo do regenerador. Nas

zonas de reação e regeneração, o catalisador é mantido em suspensão pela passagem de

gases através da massa de catalisador.

Um gasóleo de vácuo ou resíduo de faixa de destilação variando de 320°C a 550°C

ou mais, é injetado na base do reator tipo Riser, onde é misturado com catalisador quente

vindo do regenerador, à alta temperatura (650oC), levando a vaporização da carga e as

14

Page 15: Craqueamento catalítico

reações de craqueamento do gasóleo, que proporcionam uma forte expansão volumétrica

que arrasta o catalisador pelo Riser, fluidizando o catalisador, dando prosseguimento às

reações de craqueamento catalítico.

O catalisador, na forma de um pó muito fino, é levado ao reator pela carga que

imediatamente vaporiza em contato com o catalisador quente vindo do regenerador. Nas

zonas de reação e regeneração, o catalisador é mantido em suspensão pela passagem de

gases através da massa de catalisador.

No final do Riser, os produtos de reação são separados do catalisador, que é

retificado com vapor para retirar hidrocarbonetos voláteis, e é encaminhado para o

regenerador.

O tempo de residência do catalisador e do vapor de hidrocarbonetos no riser é

tipicamente de 2 a 5 segundos. A temperatura máxima do riser está tipicamente entre 750 e

820K, e é usualmente controlado por regulagem de fluxo do catalisador regenerado quente

para o riser.

O riser pode ser modelado como um reator tubular unidimensional sem dispersão

axial ou radial. Mas, muitos estudos sobre a modelagem do riser na literatura assumiram

velocidade linear com constante através do riser.

Como a taxa global de craqueamento é afetada pela atividade do catalisador, este

efeito poderia ser incorporado na expressão cinética. Contudo, a atividade catalítica é muito

difícil para o modelo, pois a atividade catalítica intrínseca e a taxa de craqueamento

dependem da composição da alimentação, a adição da atividade catalítica modificada, e a

taxa em que o catalisador é recolocado com novo catalisador. Neste estudo é assumido que a

deposição do catalisador, e que este efeito pode ser descrito por uma função desativação do

catalisador da seguinte forma:

Onde o coeficiente de desativação catalítica c é relatado para a temperatura e a

composição da alimentação pela seguinte equação:

onde:

RAN é a razão Aromáticos / Naftenos no liquido da alimentação;

c* é o expoente representado por c.

15

Page 16: Craqueamento catalítico

C é a concentração molar, kg.mol / m3, do coque no riser.

TgRs é a temperatura, K, do gás no riser.

Ec é a energia de ativação do catalisador, kJ / kg.mol.

As alimentações de gasóleo pesado geralmente contêm grande quantidade de

carbono “Canradon” e pode afetar a taxa de craqueamento catalítico. Este é assumido que o

carbono “Canrason” na matéria prima virgem é diretamente convertido em coque na entrada

do riser e desativa o catalisador.

A temperatura do catalisador é alta então a temperatura do gás através do riser e

conseqüente transferência de calor fornece o calor requerido para a vaporização na reação

endotérmica da alimentação. A transferência de calor entre as duas fases e o calor da reação

de craqueamento, ambos são considerados no balanço de energia para predizer a

temperatura de cada fase no riser.

7.3. Reator

No “Reator”, colocado imediatamente acima do Riser, completam-se as reações de

craqueamento. Ele propicia um espaço para a separação inicial do catalisador, pois diminui

a velocidade dos vapores em ascensão.

O reator é constituído de duas seções, uma de retificação e outra de separação, que

possuem efeitos combinados em uma única seção, chamada seção de reação. A seção é

modelada como um tanque contínuo perfeitamente misturado sem reação química. Isto pode

ser considerado, pois se inicia a separação do catalisador e dos vapores de produtos de

craqueamento produzidos no riser via ciclones, e com isto, raramente ocorrem reações de

craqueamento nesta seção de reação.

O reator tende a completar as reações de craqueamento propiciando a separação

inicial do catalisador por uma diminuição de velocidade dos vapores vindos do riser em

ascensão. Associado a isto, na seção de retificação, é injetado vapor d’água, pois os vapores

de óleo tendem a saturar o catalisador e precisam ser separados, para o catalisador seguir

para seção de regeneração.

No riser uma porção de hidrocarbonetos fica retida nos poros do catalisador. Os

hidrocarbonetos não removidos são purificados no regenerador e assim causa a perda de

rendimento de produto e um aumento requerido no ar para regeneração deste catalisador.

16

Page 17: Craqueamento catalítico

Alguns dos hidrocarbonetos podem ser removidos na seção de retificação por vapor de água

que entra a uma taxa que depende da relação de catalisador / óleo.

A modelagem de uma unidade de FCC, a pressão deveria ser tratada como uma das

variáveis mais importantes do processo porque a diferença de pressão entre o reator e o

regenerador determina a taxa de circulação de catalisador e assim o grau de interação entre

os dois equipamentos. A pressão na seção de reação é calculada da lei de gases ideais e a

pressão no fundo do reator é calculada usando o fluxo na seção de retificação exercida pelas

partículas de catalisador.

O reator e o regenerador de uma unidade de FCC normalmente é equipado com

alguns ciclones de multi-fase para partículas de catalisador separadas da corrente de vapores

de produtos. Todos os ciclones do reator são agrupados em uma unidade modelo, que é

descrita como um tanque de mistura contínua (CSTR). É assumido que todos os ciclones do

reator têm as mesmas dimensões e que separação de catalisador em cada ciclone é igual. É

assumido que a taxa de fluxo do catalisador que saí dos ciclones é apenas determinado pela

separação deste catalisador nos ciclones. Porque nenhuma reação de craqueamento acontece

no reator ciclones, os ciclones estão em equilíbrio térmico com a seção de retificação.

Então, só o balanço de massa é necessário para calcular as seguintes variáveis de estado:

velocidade de entrada no reator ciclone, a separação do catalisador nos ciclones do reator, e

a taxa mássica de produtos que deixam o reator.

17

Page 18: Craqueamento catalítico

Partículas finas de catalisador que sobem junto com a corrente gasosa (vapores de

hidrocarbonetos, gases inertes e vapor d’água) são retidas pelos “Ciclones” no topo do

reator, e devolvidas ao leito de catalisador.

O efluente gasoso do reator, constituído de hidrocarbonetos craqueados e não

craqueados, gases inertes e vapor d’água são enviados então à seção de fracionamento. Os

vapores do óleo tendem a saturar os poros do catalisador e, portanto, ele deve ser retificado

com vapor d’água antes de ir ao regenerador. Esta operação se passa no “Strippe” ou

“Retificador”.

Por perda de carga o catalisador entra no regenerador e o fluido reagido é ciclonado

para uma outra unidade onde suas frações serão separadas.

Além da gasolina e do GLP, também são formados no craqueamento, o gás

combustível, LCO (light cycle oil) – um produto da faixa dos destilados médios, o óleo

decantado e o coque que se deposita no catalisador levando a desativação do mesmo. No

final do Riser, os produtos de reação são separados do catalisador, que é retificado com

vapor para retirar hidrocarbonetos voláteis, e é encaminhado para o regenerador.

7.4. Regenerador

No regenerador, o coque depositado sobre o catalisador é queimado com ar a uma

temperatura de cerca de 700°C. A queima do coque serve não só para regenerar o

catalisador, como também para fornecer a maior parte da energia necessária para a

vaporização do gasóleo e para as reações de craqueamento. Exata energia é conduzida do

regenerador para a base do Riser pelo catalisador circulante.

O ar para a combustão do coque é fornecido por um soprador de ar (“Blower”) e é

injetado no regenerador através de um distribuidor (“Pipe-Grid”), localizado na base do

regenerador.

O catalisador é fluidizado, no regenerador, pela corrente de ar e gases de combustão.

Estes gases passam pelo leito de catalisador fluidizado (fase densa), e atinge uma zona onde

ocorre à separação sólido-gás (fase diluída).

18

Page 19: Craqueamento catalítico

Os regeneradores da maioria das unidades de FCC são operados como um leito

fluidizado que consiste em duas seções comumente chamadas de um leito denso e uma fase

diluída. O leito denso é a região que contém a maior parte do catalisador no regenerador.

Nesta região é iniciada a separação do coque formado na superfície do catalisador durante

as reações de craqueamento. A famosa teoria dos dois filmes na fluidização (Kunii &

Levenspiel, 1991) descreve o leito denso compreendido como uma fase de bolha diluída e

uma fase de emulsão rica em partículas cercando as bolhas.

Partículas finas de catalisador, arrastadas pela corrente gasosa são recuperadas pelo

conjunto de ciclones de dois estágios. Os gases da combustão, inertes e finos do catalisador

não regenerados deixam o segundo estágio dos ciclones e alcançam a câmara plena do topo

do regenerador, que também serve como ponte de sustentação dos ciclones.

A composição volumétrica destes gases é aproximadamente a seguinte: (N2 = 80%;

CO2 = 10%; CO = 10%). É possível transformar o CO em CO2, liberando-se energia, que é

aproveitada para a geração de vapor d’água de alta pressão. Este processo é realizado na

caldeira de CO.

Os gases de combustão provenientes do regenerador caminham para a câmara de

orifício (ou câmara de expansão), onde a pressão é reduzida ao nível necessário à operação

da caldeira de CO. Antes de chegar à câmara de expansão, os gases passam por duas “Slide

Valves”, que se abrem ou fecham sob a ação do controlador do diferencial de pressão entre

o reator e o regenerador.

Um aquecedor de ar, que é parte integrante da linha de injeção de ar para o

distribuidor, é usado durante a partida para aquecer o conversor, e fornecer o calor

necessário para elevar a temperatura do leito do regenerador ao ponto em que possa iniciar a

combustão do coque.

19

Page 20: Craqueamento catalítico

Após certo tempo o catalisador do FCC, uma zeólita, sofre um processo de

desativação irreversível, pela destruição dos seus componentes ativos. Quando isso ocorre,

existe a troca desta porção de catalisador por uma mesma quantidade de catalisador virgem.

As bolhas de gás estouram na superfície do leito denso e as partículas de catalisador

são lançadas no freeboard. Até partículas de densidade e tamanho muito pequenas atingem

a seção de freeboard, as reações de queima de coque são mais lentas que no leito denso, mas

também acontecem as reações que oxidam monóxido de carbono para gás carbônico. As

partículas de catalisador que se encontram com o gás (emulsão) serão separadas no ciclone e

então é reciclado ao leito denso. As situações físicas descritas anteriormente estão ilustradas

no diagrama esquemático do regenerador mostrado na figura acima. O leito denso é

modelado como um reator híbrido que emprega um modelo de tanque de mistura e um

modelo de reator tubular. O freeboard é modelado como um reator tubular de duas fases, e o

ciclone como um tanque de mistura. Porque o regenerador contém uma quantidade maior de

catalisador que o reator, o tempo de residência de catalisador, nele é maior. Assim, a

dinâmica global de um processo de FCC é largamente dominada pela dinâmica do

regenerador que necessita totalmente de uma descrição detalhada do regenerador para

predizer fielmente o comportamento do processo inteiro. Neste estudo, os equilíbrios

dinâmicos são fixados, além do catalisador, do gás, e componente, da energia em toda

região envolvida.

20

Page 21: Craqueamento catalítico

Algumas das reações que se desenvolvem durante este processo de combustão do

coque serão vistas agora:

H2 +1/2 O2 H2O + 68317,4 cal

C + 1/2 O2 CO + 26415,7 cal

CO + 1/2 O2 CO2 + 67636,1 cal

8. DESTINO DOS DERIVADOS DO CRAQUEAMENTO CATALÍTICO

8.1 Gás combustível: Vai para uma unidade de tratamento DEA (para remover

H2S) e é queimado em fornos e/ou caldeiras na própria refinaria.

8.2 GLP: Vai para uma unidade de tratamento DEA (para remover H2S), em

seguida para uma unidade de tratamento cáustico (para retirada de mercaptans) e, daí, pra o

armazenamento em esferas.

8.3 Nafta: Vai para uma unidade de tratamento cáustico (para remover H2S e

mercaptans) e, daí, pra o armazenamento em tanques de nafta ou gasolina.

8.4 Óleo leve: Vai para uma unidade de HDT e em seguida é armazenado como

óleo diesel.

8.5 Óleo decantado: Embora também contenha enxofre em alto teor, não é

tratado e, normalmente, é misturado ao resíduo de vácuo (da destilação), compondo o óleo

combustível.

9.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 SHREVE, R.N. & BRINK JR, J.A – Indústrias de Processo Químicos. 4ª Edição.1980. Editora Guanabara.

2 MORELLI, J.N. – Conheça o Petróleo. 2ª Edição.1966. Edições Melhoramentos.

3 ABADIE, ELIE. - Processos de Refinação. Petrobrás.

4 GOMES, ALEXANDRE LEIRAS. - UFRJ. Curso: Refino de Petróleo.

5 MOBIL HOME PAGE – www.mobil.com

6 UOP HOME PAGE – www.uop.com

21

Page 22: Craqueamento catalítico

10. ANEXOS

10.1. APRESENTAÇÃO

1. INTRODUÇÃO

O processo de craqueamento do petróleo é constituído fundamentalmente de uma

reação de quebra (cracking) de moléculas de alto peso molecular e de baixo valor comercial,

em moléculas de menor peso molecular e com alto valor comercial.

No óleo cru, encontramos hidrocarbonetos das seguintes quatro classes:

Parafínicos (ou Alcanos);

Naftênicos (ou Ciclo-alcanos);

Aromáticos;

Mistos.

2. DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE CRAQUEAMENTO CATALÍTICO

No processo de craqueamento Catalítico, a carga (gasóleo proveniente da destilação

a vácuo, e que seria utilizado como óleo combustível) entra em contato com um catalisador

a uma temperatura elevada ocorrendo à ruptura (“Cracking”) das cadeias moleculares,

dando origem a uma mistura de hidrocarbonetos que são posteriormente fracionados.

Os tipos existentes no Brasil são os seguintes:

REFINARIA LICENCIADORA TIPO

REMAN UOP STACKED

RECAP SOCONY-MOBIL T.C.C.

RLAM KELLOGG ORTHOFLOW B

REDUC UOP SYDE BY SYDE

REGAP UOP STACKED

REFAP UOP STACKED

RPBC KELLOGG ORTHOFLOW C

REPLAN KELLOGG ORTHOFLOW C

IPIRANGA UOP STACKED

REPAR KELLOGG ORTHOFLOW F

REVAR KELLOGG ORTHOFLOW F

REGAP UOP SYDE BY SYDE

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Page 23: Craqueamento catalítico

Uma unidade de FCC é composta das seguintes seções:

Seção de reação ou conversão;

Seção de fracionamento;

Seção de recuperação de gases;

Seção de tratamento.

2.1 Seção de Fracionamento

2.2 Seção de Recuperação de Gases

2.3 Seção de Tratamentos

Na seção de tratamentos, compostos de enxofre, nitrogênio e alguns metais, que são

componentes indesejáveis são eliminados através de tratamentos convencionais de DEA,

Merox, lavagem caustica para o GLP, Merox ou lavagem caustica para a gasolina e DEA ou

lavagem caustica para o gás combustível, bem como denitrogenação e demetalização para

todas as frações.

3. REAÇÕES DE CRAQUEAMENTO

O craqueamento de hidrocarbonetos envolve as seguintes reações:

3.1 Parafinas são craqueadas dando olefinas e parafinas menores:

CNH2N+2 CMH2M + CPH2P+2 ; onde N = M + P

23

Page 24: Craqueamento catalítico

3.2 Olefinas são craqueadas dando olefinas menores:

CNH2N CMH2M + CPH2P ; onde N = M + P

3.3 Alquilaromáticos são desalquilados:

ArCNH2N+1 ArCMH2M-1 + CPH2P+2 ; onde N = M + P

Aromático com Parafina

olefina lateral

3.4 Naftênicos são craqueados gerando olefinas

CNH2N CMH2M + CPH2P ; onde N = M + P

Estas são as reações primárias. As reações secundárias do craqueamento são:

3.5 Transferência de hidrogênio

Naftênicos + Olefinas Aromáticos + parafinas

Precursores aromáticos de coque + olefinas coque + parafinas

3.6 Isomerização

Olefinas iso-olefinas

3.7 Reações de condensação

As reações de craqueamento são bastante endotérmicas, a isomerização tem muito

baixo calor de reação e as reações de transferência de hidrogênio são exotérmicas. No

processo de craqueamento as reações endotérmicas sempre predominam.

4. CARGA PARA O CRAQUEAMENTO

4.1. Efeito dos hidrocarbonetos

4.2. Efeitos das impurezas e contaminantes

4.2.1. Asfaltenos.

4.2.2. Metais pesados.

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Page 25: Craqueamento catalítico

4.2.3. Metais alcalinos e alcalino-terrosos.

4.2.4. Nitrogênio.

4.2.5. Enxofre.

4.2.6. Cloretos.

4.3. Características da Carga para Craqueamento

A carga usada em FCC é um gasóleo obtido por destilação a vácuo com faixa de

destilação intermediaria entre o óleo diesel e o resíduo de vácuo.

As propriedades da carga que podem exercer maior influência no processo são:

4.3.1. Faixa de destilação: A faixa de destilação geralmente empregada varia

de 340ºC a 550ºC.

4.3.2. Resíduo de Carbono: Esta relacionada a formação de coque, este

resíduo deve ser baixo. De modo geral o resíduo de carbono deve ser menor que

0,5% em peso.

4.3.3. Fator de Caracterização (Kuop):O fator de caracterização

recomendado não deve ser menor que 11,5.

4.3.4. Teor de Metais:

Fe + Va + 10 . (Ni + Cu) < 5 ppm

5. PRODUTOS DO CRAQUEAMENTO

Os produtos do craqueamento são gás combustível, GLP, gasolina, gasóleo e coque.

Os gasóleo são oriundos de moléculas não convertidas da carga original da unidade e são

separados em três frações: LCO ou óleo leve de reciclo, HCO (óleo pesado de reciclo) e

óleo clarificado.

6.CARACTERÍSTICAS E ATIVIDADES DOS CATALISADORES DE CRAQUEAMNETO

O catalisador empregado nas reações de craqueamento é constituído de um pó

granular, fino, de alta área superficial à base de sílica (SiO2) e alumina (Al2O3).

A seletividade de cada um destes tipos pode ser verificada pela tabela a seguir:

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Page 26: Craqueamento catalítico

Tipo de catalisador Baixa alumina Alta alumina Zeólita

Rendimento de gasolina 53% 60% 64%

Rendimento de coque 11% 8% 6%

A atividade de um catalisador é uma medida direta da capacidade do catalisador em

promover as reações de craqueamento. Ela é caracterizada por um maior rendimento de

produtos comerciais em relação a quantidade de catalisador utilizado, sendo função de sua

composição química e de sua área superficial.

Um catalisador de craqueamento pode apresentar-se de três formas distintas:

1.Catalisador Virgem: Ele é branco e com a atividade máxima especificada.

2.Catalisador Gasto: Seu teor de carbono é de 1,0 a 1,2% peso e cor preta.

3.Catalisador Regenerado: Seu teor de coque é de 0,2 a 0,5% peso e cor cinzenta.

Características de um catalisador usado na UFCC

Diâmetro de partícula média 7 x 10-5 m

Diâmetro de partícula mínimo 2 x 10-5 m

Esfericidade 0.72

Densidade 1410 kg/m3

Calor específico 1.15 kg/(kg K)

6.1 Problemas Durante a Regeneração do Catalisador

6.1.1 After-Burning: Ocorre quando a taxa de queima de coque é superior

ao coque formado durante as reações de craqueamento.

Elevadas temperaturas podem levar:

Maior erosão do material do regenerador

Redução de vida do equipamento

Sinterização do catalisador

A redução da vazão de ar resolve este problema.

6.1.2 Behind-Burning: Quando a taxa de formação do coque no

craqueamento é superior ao coque queimado no regenerador a um aumento

26

Page 27: Craqueamento catalítico

progressivo da percentagem de carbono no catalisador reduzindo a atividade deste

catalisador.

A elevação da vazão de ar é uma das soluções para este problema.

7. CONVERSÃO

Ela engloba além do gás combustível, GLP, gasolina e o coque formado durante o

processo de craqueamento. Os valores desta conversão variam de 70 a 85%.

7.1. Seção de Reação ou Conversão (Conversor)

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Page 28: Craqueamento catalítico

Dimensões de uma unidade FCC

Unidade do Processo Dimensão

Comprimento(m) Diâmetro(m)

Riser 30.0 1.1

Seção do reator

(Disengaging)8.5 5.1

Seção do retificador

(Stripping)6.2 3.2

Regenerador 18.0 8.2

spent catalyst transport line 10.5 0.8

Linha de transporte de

catalisador regenerado12.5 0.8

Total de ciclones equipados Dimensões dos Ciclones

Ciclone do reator 2 0.8 (H)/0.4 (W)

Ciclone do regenerador 2 1.0 (H)/0.5 (W)

7.2. Riser

O “RISER” é uma tubulação vertical de grande diâmetro, por onde sobe a mistura de

catalisador e vapores de hidrocarbonetos. É onde ocorre a maior parte das reações de

craqueamento.

No final do Riser, os produtos de reação são separados do catalisador, que é

retificado com vapor para retirar hidrocarbonetos voláteis, e é encaminhado para o

regenerador.

Neste estudo é assumido que a deposição do catalisador, e que este efeito pode ser

descrito por uma função desativação do catalisador da seguinte forma:

Onde o coeficiente de desativação catalítica c é relatado para a temperatura e a

composição da alimentação pela seguinte equação:

onde:

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Page 29: Craqueamento catalítico

RAN é a razão Aromáticos / Naftenos no liquido da alimentação;

c* é o expoente representado por c.

C é a concentração molar, kg.mol / m3, do coque no riser.

TgRs é a temperatura, K, do gás no riser.

Ec é a energia de ativação do catalisador, kJ / kg.mol.

7.3. Reator

No “Reator”, colocado imediatamente acima do Riser, completam-se as reações de

craqueamento. Ele propicia um espaço para a separação inicial do catalisador, pois diminui

a velocidade dos vapores em ascensão.

O reator é constituído de duas seções, uma de retificação e outra de separação, que

possuem efeitos combinados em uma única seção, chamada seção de reação. A seção é

modelada como um tanque contínuo perfeitamente misturado sem reação química. Isto pode

ser considerado, pois se inicia a separação do catalisador e dos vapores de produtos de

craqueamento produzidos no riser via ciclones, e com isto, raramente ocorrem reações de

craqueamento nesta seção de reação.

7.4. Regenerador

No regenerador, o coque depositado sobre o catalisador é queimado com ar a uma

temperatura de cerca de 700°C. A queima do coque serve não só para regenerar o

catalisador, como também para fornecer a maior parte da energia necessária para a

vaporização do gasóleo e para as reações de craqueamento. Exata energia é conduzida do

regenerador para a base do Riser pelo catalisador circulante.

composição volumétrica destes gases é aproximadamente a seguinte: (N2 = 80%;

CO2 = 10%; CO = 10%). É possível transformar o CO em CO2, liberando-se energia, que é

aproveitada para a geração de vapor d’água de alta pressão. Este processo é realizado na

caldeira de CO.

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Page 30: Craqueamento catalítico

Após certo tempo o catalisador do FCC, uma zeólita, sofre um processo de

desativação irreversível, pela destruição dos seus componentes ativos. Quando isso ocorre,

existe a troca desta porção de catalisador por uma mesma quantidade de catalisador virgem.

Algumas das reações que se desenvolvem durante este processo de combustão do

coque serão vistas agora:

H2 +1/2 O2 H2O + 68317,4 cal

C + 1/2 O2 CO + 26415,7 cal

CO + 1/2 O2 CO2 + 67636,1 cal

8. DESTINO DOS DERIVADOS DO CRAQUEAMENTO CATALÍTICO

8.1 Gás combustível: Vai para uma unidade de tratamento DEA (para remover

H2S) e é queimado em fornos e/ou caldeiras na própria refinaria.

8.2 GLP: Vai para uma unidade de tratamento DEA (para remover H2S), em

seguida para uma unidade de tratamento cáustico (para retirada de mercaptans) e, daí, pra o

armazenamento em esferas.

8.3 Nafta: Vai para uma unidade de tratamento cáustico (para remover H2S e

mercaptans) e, daí, pra o armazenamento em tanques de nafta ou gasolina.

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Page 31: Craqueamento catalítico

8.4 Óleo leve: Vai para uma unidade de HDT e em seguida é armazenado como

óleo diesel.

8.5 Óleo decantado: Embora também contenha enxofre em alto teor, não é

tratado e, normalmente, é misturado ao resíduo de vácuo (da destilação), compondo o óleo

combustível.

9.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 SHREVE, R.N. & BRINK JR, J.A – Indústrias de Processo Químicos. 4ª Edição.1980. Editora Guanabara.

2 MORELLI, J.N. – Conheça o Petróleo. 2ª Edição. 1966. Edições Melhoramentos.

3 ABADIE, ELIE. - Processos de Refinação. Petrobrás.

4 GOMES, ALEXANDRE LEIRAS. - UFRJ. Curso: Refino de Petróleo.

5 MOBIL HOME PAGE – www.mobil.com

6 UOP HOME PAGE – www.uop.com

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