3. Membro da Academia Brasileira de Letras Jurdicas. Presidente
Honorrio da Academia Nacional de Direito do Trabalho. Membro da
Academia Paulista de Direito. Professor Titular e Professor Emrito
da Faculdade de Direito da Universidade de So Paulo. Membro da
Academia Ibero-americana de Direito do Trabalho e da Segurana
Social. Ex-Secretrio-Geral da Sociedade Ibero-americana de Direito
do Trabalho e Seguridade Social. Juiz do Trabalho aposentado.
Amauri mascaro nascimento HISTRIA E TEORIA GERAL DO DIREITO DO
TRABALHO RELAES INDIVIDUAIS E COLETIVAS DO TRABALHO 26 edio 2011
CDT-0001-0028.indd 3 4/2/2011 09:20:17
4. ISBN 978-85-02-11879-9 Dados Internacionais de Catalogao na
Publicao (CIP) (Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Nascimento,
Amauri Mascaro Curso de direito do trabalho : histria e teoria
geral do direito do trabalho : relaes individuais e coletivas do
trabalho / Amauri Mascaro Nascimento. 26. ed. So Paulo : Saraiva,
2011. Bibliografia. 1. Direito do trabalho 2. Direito do trabalho -
Brasil. I. Ttulo. 11-01246 CDU-34 : 331 ndice para catlogo
sistemtico: 1. Direito do trabalho 34 : 331 Diretor editorial
Antonio Luiz de Toledo Pinto Diretor de produo editorial Luiz
Roberto Curia Gerente de produo editorial Lgia Alves Editor Jnatas
Junqueira de Mello Assistente editorial Sirlene Miranda de Sales
Assistente de produo editorial Clarissa Boraschi Maria Preparao de
originaisMaria Izabel Barreiros Bitencourt Bressan Raquel Modolo de
Nardo Arte e diagramao Cristina Aparecida Agudo de Freitas Reviso
de provasRita de Cssia Queiroz Gorgati Wilson Imoto Servios
editoriaisAna Paula Mazzoco Vinicius Asevedo Vieira Capa Gislaine
Ribeiro Produo grfica Marli Rampim Impresso Acabamento Nenhuma
parte desta publicao poder ser reproduzida por qualquer meio ou
forma sem a prvia autorizao da Editora Saraiva. A violao dos
direitos autorais crime estabelecido na Lei n. 9.610/98 e punido
pelo artigo 184 do Cdigo Penal. Dvidas? Acesse
www.saraivajur.com.br Data de fechamento da edio: 26-1-2011 Filiais
AMAZONAS/RONDNIA/RORAIMA/ACRE Rua Costa Azevedo, 56 Centro Fone:
(92) 3633-4227 Fax: (92) 3633-4782 Manaus BAHIA/SERGIPE Rua
Agripino Drea, 23 Brotas Fone: (71) 3381-5854 / 3381-5895 Fax: (71)
3381-0959 Salvador BAURU (SO PAULO) Rua Monsenhor Claro, 2-55/2-57
Centro Fone: (14) 3234-5643 Fax: (14) 3234-7401 Bauru
CEAR/PIAU/MARANHO Av. Filomeno Gomes, 670 Jacarecanga Fone: (85)
3238-2323 / 3238-1384 Fax: (85) 3238-1331 Fortaleza DISTRITO
FEDERAL SIA/SUL Trecho 2 Lote 850 Setor de Indstria e Abastecimento
Fone: (61) 3344-2920 / 3344-2951 Fax: (61) 3344-1709 Braslia
GOIS/TOCANTINS Av. Independncia, 5330 Setor Aeroporto Fone: (62)
3225-2882 / 3212-2806 Fax: (62) 3224-3016 Goinia MATO GROSSO DO
SUL/MATO GROSSO Rua 14 de Julho, 3148 Centro Fone: (67) 3382-3682
Fax: (67) 3382-0112 Campo Grande MINAS GERAIS Rua Alm Paraba, 449
Lagoinha Fone: (31) 3429-8300 Fax: (31) 3429-8310 Belo Horizonte
PAR/AMAP Travessa Apinags, 186 Batista Campos Fone: (91) 3222-9034
/ 3224-9038 Fax: (91) 3241-0499 Belm PARAN/SANTA CATARINA Rua
Conselheiro Laurindo, 2895 Prado Velho Fone/Fax: (41) 3332-4894
Curitiba PERNAMBUCO/PARABA/R. G. DO NORTE/ALAGOAS Rua Corredor do
Bispo, 185 Boa Vista Fone: (81) 3421-4246 Fax: (81) 3421-4510
Recife RIBEIRO PRETO (SO PAULO) Av. Francisco Junqueira, 1255
Centro Fone: (16) 3610-5843 Fax: (16) 3610-8284 Ribeiro Preto RIO
DE JANEIRO/ESPRITO SANTO Rua Visconde de Santa Isabel, 113 a 119
Vila Isabel Fone: (21) 2577-9494 Fax: (21) 2577-8867 / 2577-9565
Rio de Janeiro RIO GRANDE DO SUL Av. A. J. Renner, 231 Farrapos
Fone/Fax: (51) 3371-4001 / 3371-1467 / 3371-1567 Porto Alegre SO
PAULO Av. Antrtica, 92 Barra Funda Fone: PABX (11) 3616-3666 So
Paulo Rua Henrique Schaumann, 270, Cerqueira Csar So Paulo SP CEP
05413-909 PABX: (11) 3613 3000 SACJUR: 0800 055 7688 De 2 a 6, das
8:30 s 19:30 [email protected] Acesse:
www.saraivajur.com.br 111.472.026.001 CDT-0001-0028.indd 4 4/2/2011
09:20:17
5. 5 ndice geral Captulo I HISTRIA DO DIREITO DO TRABALHO E O
DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL 1 Histria do direito do trabalho
clssico 1. Noes
introdutrias..........................................................
31 2. A questo
social.................................................................
33 3. O nascimento da grande indstria e o desenvolvimento da
cincia.................................................................................
34 4. O aparecimento do
proletariado........................................ 35 5. A mo de
obra para a nova indstria................................. 37 6. A
indignidade das condies de trabalho subordinado..... 38 7. O
pensamento
econmico.................................................. 44 8. O
liberalismo......................................................................
46 9. O liberalismo e os
contratos.............................................. 48 10.O
liberalismo e as corporaes de ofcio........................... 50
11.O movimento
sindical........................................................ 52
12.O
intervencionismo............................................................
53 13.Legislao industrial, institucionalizao e justia social. 55
14.As ideias
jurdico-polticas................................................ 61
2o O perodo recente 1.Transformaes no mundo das relaes de
trabalho......... 69 CDT-0001-0028.indd 5 4/2/2011 09:20:17
6. 6 2. Desemprego, direito do trabalho e terceiro
setor............... 70 3. Globalizao econmica, avano tecnolgico e
direito do
trabalho...............................................................................
73 4. Efeitos da
globalizao.......................................................
76 5. A Lei Biagi da Itlia (2003), a Lei do Trabalho Autnomo da
Espanha (2007) e a Lei da China (2008)...................... 79 6.
O Estado do Bem-Estar
Social........................................... 84 7. A crise de
2009...................................................................
86 3o O Brasil e o direito do trabalho clssico 1. As greves e o
anarquismo................................................... 88 2.
Positivismo e
liberalismo................................................... 91
3. A
doutrina...........................................................................
94 4. Primeiras leis: sindicalismo, proteo aos menores e loca- o de
servios....................................................................
96 5. A poltica trabalhista e os decretos por
profisses............. 98 6. As bases do direito
coletivo................................................ 99 7. A
Consolidao das Leis do Trabalho (CLT)..................... 102 8.
Os efeitos da poltica econmica de 1964..........................
105 4o O Brasil e o direito do trabalho recente 1. A Constituio
Federal de 1988......................................... 107 2. A
modernizao do modelo brasileiro............................... 109
3. As novas
leis.......................................................................
111 4. O Governo
Lula..................................................................
114 5. A dimenso garantstica da
legislao............................... 116 6. O abrandamento do
garantismo.......................................... 117 7. O
significado da nova
legislao........................................ 119 Captulo II
Internacionalizao do direito do trabalho e seus impactos no direito
brasileiro 5o Internacionalizao do direito do trabalho 1. Prdromos
do direito internacional.................................... 125 2.
Relaes internacionais de
trabalho................................... 127 CDT-0001-0028.indd
6 4/2/2011 09:20:17
7. 7 3. Organizaes internacionais de
trabalho............................ 128 4. Princpios, pactos e
normas programticas e imperativas internacionais de
trabalho................................................... 129 6o
Organizao Internacional do Trabalho (OIT) 1. O Tratado de
Versalhes.......................................................
132 2. Convenes internacionais da
OIT..................................... 135 3. Tratados
internacionais entre os Estados........................... 139 4.
Tratado de
Itaipu.................................................................
143 7o Direito comunitrio 1. Comunidade Econmica do Carvo e do Ao
(1951)........ 149 2. Unio
Europeia...................................................................
151 3. Transformaes do trabalho e futuro do direito do tra- balho
na
Europa..................................................................
159 8o Mercosul Mercado Comum do Sul 1.
Estrutura..............................................................................
163 2. Circulao de
trabalhadores............................................... 167 3.
A compatibilizao do direito do trabalho nos blocos eco-
nmicos...............................................................................
174 4. Declaraes
internacionais................................................. 179
5. O impacto das normas internacionais do trabalho no Brasil.. 187
9o Direito internacional privado 1. Conflito de normas no
espao............................................ 198 2. Brasileiro
transferido para o estrangeiro............................ 199 3.
Administradores..................................................................
200 4. Equiparao constitucional entre estrangeiros e brasileiros.
201 5. Necessidade do
visto.......................................................... 202
Captulo III Classificao sociojurdica do trabalho profissional 10.
Classificao sociolgica e classificao jurdica 1. Classificao
sociolgica.................................................... 205
CDT-0001-0028.indd 7 4/2/2011 09:20:17
8. 8 2. Classificao
sociojurdica................................................. 208
11. O trabalho subordinado e suas modificaes 1. O trabalho
subordinado......................................................
211 2. O rompimento da concepo binria autonomia-subordi-
nao...................................................................................
213 3. A construo da concepo tricotmica autonomia-subor-
dinao-parassubordinao.................................................
215 12. Tipos especiais de trabalho 1. Trabalho
profissional..........................................................
219 2. Trabalho
religioso...............................................................
220 3. Trabalho
familiar................................................................
225 4. O problema do trabalho
desportivo.................................... 228 5. Trabalho no
profissional: trabalho voluntrio e trabalho
assistencial..........................................................................
236 Captulo IV O ordenamento jurdico trabalhista 13. Ordenamento
jurdico e norma jurdica 1. A questo
conceitual..........................................................
241 2. A concepo normativista de ordenamento.......................
242 3. A concepo jusnaturalista do
ordenamento...................... 243 4. A concepo sociojurdica de
ordenamento....................... 244 14. A problemtica
epistemolgica do direito do trabalho 1. Conceito de
direito.............................................................
249 2. Conceito de
justia.............................................................
256 3. A concepo heterotutelar do
trabalhador.......................... 258 4. A concepo autotutelar
do direito do trabalho................. 262 5. A concepo econmica
da flexibilizao do direito do
trabalho...............................................................................
266 6. Garantia, desregulamentao, flexibilizao e rerregulamen-
tao....................................................................................
277 7. O direito do trabalho como direito
fundamental................ 279 8. Os sistemas jurdicos e o direito
do trabalho..................... 279 CDT-0001-0028.indd 8 4/2/2011
09:20:17
9. 9 15. A evoluo da denominao 1. Legislao
industrial...........................................................
283 2. Direito
operrio..................................................................
284 3. Direito
corporativo.............................................................
284 4. Direito
social......................................................................
285 5. Direito do
trabalho..............................................................
287 6. Do direito operrio para o direito dos
trabalhos................ 288 16. De direito dos empregados para
direito do trabalho 1. Definies
subjetivistas......................................................
290 2. Definies
objetivistas........................................................
292 3. Definies
mistas................................................................
294 4. Direito do trabalho no sentido subjetivo e
objetivo........... 294 5. O conceito contemporneo de direito do
trabalho............. 295 6. Nossa definio de direito do
trabalho............................... 303 17. Direito do trabalho
e outras cincias 1. Direito do trabalho e economia: o econmico e o
social... 307 2. Direito do trabalho e sociologia: os fenmenos
sociais e as
normas.........................................................................
310 3. Direito do trabalho e medicina do trabalho: a sade do
trabalhador..........................................................................
311 4. Direito do trabalho e filosofia do trabalho: o conceito de
trabalho...............................................................................
312 5. Direito do trabalho e psicologia do trabalho: os fenme- nos
internos da pessoa que trabalha...................................
315 18. Direito do trabalho e outros ramos do direito 1. Relaes com
o direito internacional: as instituies internacionais e o
trabalhador nacional e estrangeiro.......... 317 2. Relaes com o
direito constitucional: subordinao do direito do trabalho
Constituio...................................... 319 3. Relaes com
o direito administrativo: a Administrao Pblica do
Trabalho............................................................
324 4. Relaes com o direito processual: a aplicao e a in- terpretao
do direito do trabalho...................................... 327
CDT-0001-0028.indd 9 4/2/2011 09:20:17
10. 10 5. Relaes com o direito civil: da locao de servios para
os contratos de
trabalho...................................................... 332
6. Relaes com o direito empresarial: a atividade econ- mica
organizada..................................................................
340 7. Relaes com o direito fiscal: o exerccio do poder tribut- rio
do
Estado.......................................................................
342 8. Relaes com o direito penal: direito penal do trabalho....
343 19. Autonomia do direito do trabalho: do direito civil para um
direito especial 1. Autonomia
legislativa.........................................................
346 2. Autonomia
doutrinria........................................................
347 3. Autonomia
didtica............................................................
348 4. Autonomia
jurisdicional.....................................................
349 5. A autonomia do direito do trabalho segundo Maria do Ro- srio
Palma
Ramalho..........................................................
349 20. Enquadramento do direito do trabalho 1. Noes
introdutrias...........................................................
351 2. Direito
pblico....................................................................
353 3. Direito
privado....................................................................
355 4. Direito
misto.......................................................................
355 5. Direito
unitrio...................................................................
355 6. Direito
social......................................................................
356 7. O privatismo do direito do
trabalho................................... 356 21. A tutela
trabalhista alm da relao de emprego 1. O mbito pessoal do direito
individual do trabalho: teoria
restritiva..............................................................................
360 2. mbito pessoal do direito individual do trabalho: teoria
ampliativa...........................................................................
362 3. O alargamento das
fronteiras.............................................. 363 22.
Direito do trabalho e direito de previdncia social 1. Teoria
dualista....................................................................
365 2. Teoria
monista....................................................................
367 3. Discusso do
problema....................................................... 368
CDT-0001-0028.indd 10 4/2/2011 09:20:17
11. 11 4. Contrato de trabalho e contrato de previdncia privada
complementar.....................................................................
369 23. Setores do direito do trabalho 1. Propostas dos
doutrinadores............................................... 371 2.
Direito individual do
trabalho............................................ 372 3. Direito
coletivo do
trabalho................................................ 372 4.
Direito pblico do
trabalho................................................ 375 5.
Direito tutelar do
trabalho.................................................. 375
Captulo V A norma jurdica trabalhista 24. A elaborao da norma
jurdica 1. A elaborao da norma
jurdica........................................ 377 2. Os centros
de positivao................................................... 378
3. O pluralismo do direito do
trabalho................................... 379 25. A elaborao pelo
Estado 1. A elaborao pelo Poder
Legislativo.................................. 380 2. A elaborao
pelo Poder Judicirio.................................... 381 3. A
elaborao pelo Poder Executivo...................................
382 26. A elaborao pela autonomia dos particulares 1. As negociaes
coletivas.................................................... 384
2. As negociaes
individuais................................................ 386 3.
A importncia da autonomia coletiva dos particulares...... 386 27. A
elaborao consuetudinria 1. Fontes
consuetudinrias......................................................
391 2. Absoro do costume pela lei e pela jurisprudncia..........
394 3. Diferena entre costume e outras
normas.......................... 395 Captulo VI Tipos de normas 28.
Leis constitucionais CDT-0001-0028.indd 11 4/2/2011 09:20:17
12. 12 1. A subordinao do direito do trabalho ao direito
constitu-
cional..................................................................................
399 2. Constituio do Mxico
(1917).......................................... 401 3. Constituio
de Weimar (1919).......................................... 402 4.
Carta del Lavoro
(1927).................................................. 404 5.
Aplicao da lei
constitucional.......................................... 406 6.
Tipos de constitucionalismo
social..................................... 408 7. Constituies dos
Estados do Mercosul............................. 408 8. Contedo das
leis constitucionais...................................... 409 29.
Leis infraconstitucionais 1. Competncia para
legislar.................................................. 414 2.
Simetria, assimetria e a autorizao do art. 22, pargrafo nico, da
Constituio........................................................
415 3. As bases da nossa
legislao.............................................. 418 4. A
questo da inderrogabilidade da lei trabalhista.............. 418 5.
As leis trabalhistas como leis de ordem pblica social...... 421 6.
Classificao das
leis.......................................................... 423
30. Outras normas 1. Decretos, medidas provisrias, leis delegadas,
portarias e
regulamentos.......................................................................
429 2. Sentenas coletivas e
individuais....................................... 432 3. Convenes
coletivas e acordos coletivos.......................... 433 4.
Regulamentos de
empresa.................................................. 434 5.
Usos e
costumes.................................................................
437 6. Convenes
internacionais................................................. 443
7. Tratados
internacionais.......................................................
443 8. Diretivas
comunitrias........................................................
448 31. Princpios do direito do trabalho 1. Os princpios no
direito...................................................... 450
2. Os princpios no direito do
trabalho................................... 454 3. A compreenso dos
princpios do direito do trabalho na poca
contempornea.........................................................
457 4. O princpio da valorizao da dignidade do trabalhador... 462
5. Os princpios do direito do trabalho brasileiro..................
466 CDT-0001-0028.indd 12 4/2/2011 09:20:18
13. 13 6. Princpios gerais do direito do
trabalho............................. 467 7. As presunes
jurdicas...................................................... 469
8. Princpios e funes do direito do trabalho........................
470 9. Princpios de alguns sistemas
jurdicos.............................. 471 10.A tenso dogmtica do
direito do trabalho........................ 472 11.O princpio da
proporcionalidade....................................... 474
Captulo VII Interpretao, integrao e aplicao da norma jurdica 32.
Noes propeduticas 1. A unidade do processo de concretizao da
norma........... 479 2. As fases do processo
integrado.......................................... 481 3. O
literalismo.......................................................................
482 4. A funo da interpretao
sistemtica................................ 483 5. A
integrao........................................................................
484 6.
Aplicao............................................................................
484 7. As transformaes na ideia da
interpretao...................... 484 33. Evoluo da interpretao 1.
A interpretao do direito comum e a Escola Exeg-
tica......................................................................................
487 2. A interpretao do direito comum e a Escola Hist-
rica......................................................................................
489 3. A interpretao do direito comum e a Escola do Di- reito
Livre...........................................................................
490 4. O concretismo
interpretativo.............................................. 492 5.
As tcnicas de interpretao do direito comum................. 493 6.
O pensamento dos juslaboralistas sobre o problema......... 494 7. A
jurisprudncia de valores e o direito do trabalho........... 502 8.
O juiz como intrprete do
direito....................................... 504 9. O
psicologismo
jurdico..................................................... 507
10.Direito e
linguagem............................................................
509 11.Interpretao unitria, diversificada e interpretao dos
contratos
individuais...........................................................
511 CDT-0001-0028.indd 13 4/2/2011 09:20:18
14. 14 34. Meios de integrao 1.
Analogia..............................................................................
513 2.
Equidade.............................................................................
514 35. A hierarquia dinmica das normas 1. Fundamentos para a
discusso da questo......................... 516 2. Critrios de
hierarquia........................................................
521 3. Critrios para determinao da norma favorvel...............
525 4. Os fundamentos do princpio da hierarquia dinmica....... 526
5. Vigncia das convenes e acordos coletivos.................... 527
36. A lei no espao 1.
Introduo...........................................................................
528 2. Os estudos no direito do
trabalho....................................... 529 3. Contratos
entre nacionais cumpridos em outros pases..... 531 4. Contratos
entre nacionais e estrangeiros............................ 534 5.
Empresas de grupos estrangeiros no Brasil........................
535 6. Martimos e
aeronautas......................................................
535 7. A
extraterritorialidade........................................................
536 8. STST n.
207........................................................................
536 9. Transferncia de
brasileiros................................................ 537 37.
A lei no tempo 1.
Introduo...........................................................................
538 2. Teoria do efeito
imediato.................................................... 540 3.
Efeito imediato e
retroatividade......................................... 541 Captulo
VIII Teoria dos contratos de trabalho 38. O gnero contratual 1.
Contratos de
trabalho..........................................................
545 2. Caractersticas de todo contrato de trabalho da pessoa f-
sica......................................................................................
547 3. A contratualizao nas relaes de
trabalho...................... 548 4. As novas ideias sobre
contrato........................................... 552
CDT-0001-0028.indd 14 4/2/2011 09:20:18
15. 15 39. Enquadramento do contrato 1. Subordinao,
parassubordinao e autonomia................. 556 2. Colaborao,
coordenao e continuidade......................... 562 3. Subordinao
como trabalho tpico.................................... 564 4.
Reconstruo doutrinria da teoria da subordinao......... 567 5.
Descontinuidade ou
continuidade...................................... 574 40. A funo
social do contrato 1. Funo social do contrato como atenuao do pacta
sunt
servanda..............................................................................
576 2. A maior liberdade do
juiz................................................... 579 41. O
problema da natureza jurdica do vnculo entre empregado e empregador
1. A teoria
contratualista........................................................
580 2. A teoria
anticontratualista..................................................
595 3. Contrato e relao de
emprego........................................... 601 4. O vnculo
entre empregado e empregador como relao jurdica do tipo
contratual.................................................. 603 5.
O vnculo entre empregado e empregador como situao.. 605 6. O vnculo
entre empregado e empregador como contrato
pessoal-organizacional....................................................
608 7. O problema da invalidade, nulidade, anulabilidade, proibi-
es e seus
efeitos..............................................................
610 8. Dirigismo contratual e decadncia da autonomia da von-
tade......................................................................................
619 9. O significado do princpio da liberdade de trabalho..........
621 10.O princpio da continuidade dos
contratos......................... 621 11.As tcnicas de conservao
do contrato............................. 634
12.Subcontratao....................................................................
631 13.Classificao dos contratos de trabalho no sentido amplo...
639 Captulo IX Contrato de emprego: sujeitos e formao do contrato
42. Do empregado CDT-0001-0028.indd 15 4/2/2011 09:20:18
16. 16 1.
Definio.............................................................................
643 2.
Capacidade..........................................................................
661 3. Cargos e
funes................................................................
664 43. Do empregador 1.
Definio.............................................................................
668 2. Tipos de
empregadores.......................................................
670 3. A empresa como principal figura de empregador..............
671 4. O scio e a
empresa............................................................
672 5. Grupos de empresas no direito
empresarial....................... 677 6. Sociedades coligadas no
direito civil................................. 681 7. Os grupos na
Lei de Sociedades Annimas....................... 683 8. Grupos de
empresas no direito do trabalho........................ 683 9.
Consrcio de
empregadores............................................... 689
10.Sociedade de prestao de servios intelectuais................ 692
11.O empregador e seu poder de organizao, poder de con- trole e
poder
disciplinar......................................................
694 12.Participao do trabalhador na
gesto................................ 697 13.Participao do
trabalhador nos lucros............................... 700
14.Participao do trabalhador no
capital............................... 703 15.A
microempresa..................................................................
708 44. Formao do contrato 1. Modos de
formao............................................................
714 2.
Pressupostos.......................................................................
715 3. Encontro de
interesses........................................................
717 4. Forma do
contrato..............................................................
718 5.
Pr-contrato........................................................................
718 6.
Treinamento........................................................................
719 7. Responsabilidade
pr-contratual........................................ 720 8. O
local do
trabalho.............................................................
720 Captulo X Contedo do contrato de emprego 45. Contedo ajustado e
contedo heteroimposto CDT-0001-0028.indd 16 4/2/2011 09:20:18
17. 17 1. Contedo
ajustado..............................................................
723 2. Principais obrigaes impostas por
lei............................... 725 46. Direitos de
personalidade 1. Os avanos do direito do
trabalho...................................... 726 2. Igualdade e
no discriminao........................................... 732 3.
Proteo
moral.................................................................
754 4. Intimidade e
privacidade.................................................... 761
5.
Informtica..........................................................................
762 6.
Imagem...............................................................................
763 7. Liberdade de
pensamento................................................... 764
8. Liberdade de modo de
vida................................................ 765 47.
Direito ao descanso e ao lazer 1. A importncia do direito ao
descanso................................ 767 2. Conceito de jornada
de trabalho......................................... 769 3.
Fundamentos da
limitao.................................................. 771 4.
Classificao.......................................................................
773 5.
Sobreaviso..........................................................................
774 6. Horas extras e horas
noturnas............................................. 776 7.
Intervalos de
descanso........................................................
782 8. Controle do tempo de
servio............................................ 784 9. nus da
prova do tempo de servio................................... 787
10.Poltica de reduo do tempo de servio............................
787 48. Descanso semanal remunerado e nos feriados 1.
Origens................................................................................
790 2. Desenvolvimento da
legislao.......................................... 792 3. Sistema
legal.......................................................................
792 49. Frias 1. Definio e
natureza...........................................................
798 2. Antecedentes
histricos...................................................... 800
3.
Classificao.......................................................................
802 4. Efeitos da suspenso do
trabalho....................................... 802 5. Efeitos da
extino do contrato de trabalho....................... 804 6. Regras
de durao, de remunerao e de prescrio.......... 809
CDT-0001-0028.indd 17 4/2/2011 09:20:18
18. 18 7. Frias
coletivas...................................................................
810 50. Salrio 1.
Fundamentos.......................................................................
812 2. Pagamentos vinculados ao
salrio...................................... 815 3. Pagamentos
desvinculados do salrio................................ 818 4.
Equiparao
salarial............................................................
819 5. Salrio
mnimo...................................................................
829 6. Outros
aspectos...................................................................
832 51. A proteo da vida, sade e integridade fsica 1. Preservao do
meio ambiente........................................... 843 2.
Conceito de meio ambiente do trabalho.............................
846 3. Medicina e segurana do
trabalho...................................... 847 4. Normas
jurdicas.................................................................
848 52. Fundo de Garantia do Tempo de Servio 1. Causas, natureza
jurdica e mbito de aplicao......... 855 2. Outros
aspectos...................................................................
857 Captulo XI Tipos de contratos de emprego 53. Contrato comum de
emprego a tempo pleno e durao indeterminada 1. Aspectos do
desenvolvimento na histria.......................... 863 2.
Caractersticas.....................................................................
867 3.
Definio.............................................................................
869 4.
Sujeitos...............................................................................
870 5. Causa e
objeto....................................................................
873 6.
Consentimento....................................................................
874 7. Provas da relao de
emprego............................................ 875 8. Renncia,
cesso e novao de crditos trabalhistas......... 878 54. Contratos
especiais de emprego 1.
Introduo...........................................................................
882 CDT-0001-0028.indd 18 4/2/2011 09:20:18
19. 19 55. Contrato de experincia 1. Natureza do tempo de
experincia..................................... 884 2. O tempo de
experincia como contrato.............................. 885 3. O
tempo de experincia como fase do contrato definitivo. 888 4.
Repetio da
experincia.................................................... 888
56. Contrato de emprego do menor 1. Antecedentes
histricos...................................................... 890
2. Principais Convenes da Organizao Internacional do Trabalho
(OIT)...................................................................
893 3. A discusso sobre os tipos de trabalho
lcito..................... 896 4. Organizaes de proteo ao trabalho
do menor............... 902 5. O menor
empregado...........................................................
902 57. Contrato de emprego da mulher 1. Antecedentes
histricos...................................................... 908
2. Direito protetor e direito
promocional............................... 909 3. Formao do
contrato.........................................................
910 4.
Salrio.................................................................................
911 5. Jornada de
trabalho.............................................................
912 6. Sade e
segurana..............................................................
913 7.
Maternidade........................................................................
914 8. Resciso do
contrato...........................................................
919 58. Contrato de emprego rural 1. Antecedentes legislativos e
normas de trabalho................. 920 2. Sujeitos do contrato de
trabalho......................................... 921 3. Contratos
de
trabalho..........................................................
922 4. Direitos
peculiares..............................................................
923 5. Direitos
comuns..................................................................
923 6.
Prescrio............................................................................
924 7.
Moradia...............................................................................
924 8.
Jurisprudncia.....................................................................
925 9. A realidade dos fatos
sociais.............................................. 926 10.A
poltica das Constituies brasileiras.............................
927 11. Conceito legal de trabalho anlogo ao
escravo.................. 929 CDT-0001-0028.indd 19 4/2/2011
09:20:18
20. 20 59. Contrato de emprego domstico 1.
Definio.............................................................................
939 2. Normas de
trabalho............................................................
939 3. A Lei de
2006.....................................................................
941 60. Contrato do servidor pblico de direito privado 1. Regime
estatutrio..............................................................
942 2. Regime da Consolidao das Leis do Trabalho.................
944 61. Contrato do advogado 1. O advogado
empregado...................................................... 945
62. Contrato de vendedor empregado 1. Vendedor
empregado..........................................................
950 63. Contratos de profisses regulamentadas 1. Profisses
regulamentadas..................................................
953 Captulo XII Contratos de formao profissional 64. Conceito e
tipologia 1.
Conceito..............................................................................
959 2. Natureza dos contratos de formao profissional..............
960 3. Importncia da formao
profissional................................ 961 4. Outras
observaes.............................................................
964 65. Contrato de aprendizagem 1. Aprendiz com vnculo de
emprego.................................... 966 2. Aprendiz sem
vnculo de emprego..................................... 969 66.
Contrato de estgio 1. Aspectos
gerais...................................................................
971 2. Novas regras da Lei n.
11.788/2008................................... 972
CDT-0001-0028.indd 20 4/2/2011 09:20:18
21. 21 Captulo XIII Contratos flexveis de trabalho 67. Aspectos
introdutrios 1.
Justificao..........................................................................
979 2. A experincia contempornea de outros pases.................
981 68. Contrato a prazo 1. O prazo da durao da relao de
emprego....................... 988 2.
Origens................................................................................
988 3. A experincia
estrangeira................................................... 989
4. Questes
jurdicas...............................................................
992 69. Contrato por obra certa 1.
Natureza..............................................................................
998 2.
Origens................................................................................
998 3. Durao do
contrato...........................................................
999 4. Experincia
estrangeira......................................................1001
5. Doutrina
brasileira..............................................................1003
6. Trmino do
contrato...........................................................1004
7. Implicaes do fundo de garantia do tempo de servio.....1005 8.
Resciso antes do fim da
obra............................................1006 70. Contrato
de trabalho a distncia ou teletrabalho 1.
Conceito..............................................................................1010
2.
Avaliao............................................................................1012
71. Contrato de emprego a tempo parcial 1.
Justificao..........................................................................1014
2.
Conceito..............................................................................1014
3. Forma do
contrato..............................................................1015
4. Regime de
frias.................................................................1015
72. Contrato de trabalho temporrio 1.
Conceito..............................................................................1016
CDT-0001-0028.indd 21 4/2/2011 09:20:18
22. 22 2. Diferena de outros
contratos.............................................1016 3.
Outras
observaes.............................................................1018
Captulo XIV Contratos de trabalho diversos dos contratos de emprego
73. Contrato de trabalho autnomo 1. As transformaes
contemporneas...................................1025 2. A profisso
autnoma.........................................................1026
3. O autnomo na
Espanha.....................................................1027 4.
O autnomo economicamente dependente.........................1027 5.
A opinio de Palomeque sobre a lei espanhola..................1028
6. O autnomo e a lei do
Brasil..............................................1032 7. O
advogado
autnomo........................................................1036
8. O advogado
associado........................................................1036
9. O representante comercial
autnomo.................................1036 10.O transportador
rodovirio de cargas autnomo................1039 11.Outros
contratos..................................................................1040
74. Contrato de trabalho eventual 1.
Conceito..............................................................................1042
2.
Teorias................................................................................1043
3. Atividades nas quais o trabalho eventual frequente........1043
4. Transformao do eventual em empregado........................1044
5. A construo da
doutrina....................................................1044 6.
Inaplicabilidade da
CLT.....................................................1047 7.
Outros
aspectos...................................................................1048
75. Contrato de trabalho avulso 1.
Conceito..............................................................................1050
2. Tipos de
avulsos.................................................................1050
3. A Lei dos
Porturios...........................................................1051
4. Lei do avulso e dos movimentadores de mercadorias em
geral....................................................................................1053
5. Outras
observaes.............................................................1055
CDT-0001-0028.indd 22 4/2/2011 09:20:18
23. 23 76. Contrato de previdncia privada complementar 1. Tipos
de previdncia complementar...................................1060
2. Desvinculao do contrato de
emprego.............................1061 3. Instituies
legitimadas......................................................1064
4.
Portabilidade.......................................................................1064
5. Natureza
acessria..............................................................1065
6. Fatores de
desequilbrio......................................................1067
7.
Caractersticas.....................................................................1070
8. Planos
fechados..................................................................1073
9. Suporte
legal.......................................................................1074
10.Plano de previdncia como regulamento da empresa........1076
11.Reviso do
plano................................................................1077
12.A questo sob o prisma do direito
adquirido.....................1078 13.Competncia
jurisdicional..................................................1085
77. Contrato associativo das cooperativas 1. Natureza jurdica das
cooperativas.....................................1086 2.
Cooperativas de
trabalho....................................................1087 3.
Cooperativismo...................................................................1091
4. Estrutura legal da
cooperativa............................................1091 5.
Vnculo entre cooperativa e
cooperado..............................1092 6. O problema da
fraude.........................................................1092
78. Contrato de empreitada 1.
Conceito..............................................................................1094
2. Fundamento
legal...............................................................1094
3. Discusso na
doutrina.........................................................1095
4. Estrutura
legal.....................................................................1096
5. Empreiteiro operrio ou
artfice.........................................1096 6. Direitos do
empreiteiro..................................................1097
7. Empreiteiro e dono da
obra............................................1098 Captulo XV
Dinmica da relao de emprego 79. Alterao da relao de emprego
CDT-0001-0028.indd 23 4/2/2011 09:20:18
24. 24 1. A vida da relao de
emprego............................................1101 2. Alteraes
subjetivas..........................................................1103
3. Sucesso de
empresas.........................................................1103
4. Mudana na propriedade da
empresa.................................1106 5.
Efeitos.................................................................................1110
6. Sucesso e recuperao ou falncia de empresas...............1112 7.
Alterao na estrutura
jurdica...........................................1112 8.
Significado de condies de trabalho e clusulas contra-
tuais.....................................................................................1113
9. O pacta sunt
servanda........................................................1114
10.O jus
variandi.....................................................................1115
11.A questo da transferncia do empregado para outra loca-
lidade..................................................................................1118
12.Suspenso do contrato de
trabalho.....................................1120 13.Tipos de
suspenses...........................................................1122
Captulo XVI Extino da relao de emprego 80. Extino por iniciativa do
empregado 1. Pedido de
demisso............................................................1129
2. A aposentadoria e a extino do
contrato..........................1130 3. Complementao de
aposentadoria....................................1139 81. Extino
por iniciativa do empregador, de ambas as partes ou decorrente de
ato ou fato de terceiro 1. Dispensa do
empregado......................................................1141
2. Dispensa
indireta................................................................1141
3. Extino por iniciativa de
ambos.......................................1142 4. Extino
decorrente de ato de terceiro ou fato...................1142 82.
Dispensas individuais 1.
Definio.............................................................................1143
2. Concepo
clssica.............................................................1144
3. Natureza, forma e reconsiderao
.....................................1148 4. A fragilidade do
sistema brasileiro....................................1153
CDT-0001-0028.indd 24 4/2/2011 09:20:19
25. 25 5. Disciplina jurdica da
dispensa...........................................1154 6.
Estabilidade no
emprego....................................................1156 7.
Aviso
prvio........................................................................1162
8.
Indenizao.........................................................................1169
9. Homologao dos pagamentos na resciso do contrato.....1173
10.Falncia e recuperao de
empresas...................................1176 83. Dispensas
coletivas 1.
Conceito..............................................................................1178
2. Os padres internacionais: a Conveno n. 158 da OIT....1178 3.
Dispensas coletivas e proteo contra arbitrariedade.........1188 4.
O direito brasileiro, a crise econmica e o problema da
obrigatoriedade da negociao prvia s demisses..........1194 5. O
direito
estrangeiro...........................................................1200
6. Alternativas para as dispensas
coletivas.............................1205 84. Justa causa do
empregado 1.
Definio.............................................................................1210
2. Sistemas de justa
causa......................................................1218 3.
Figuras de justa
causa.........................................................1219
4. Efeitos da justa
causa.........................................................1221
85. Justa causa do empregador 1. Definio de dispensa indireta e sua
configurao............1222 2. Figuras de justa
causa.........................................................1223
3. Efeitos da dispensa
indireta................................................1223 4.
Problemas jurdicos sobre a dispensa indireta...................1224
Captulo XVII Relaes coletivas de trabalho 86. A jurisdicizao das
relaes coletivas de trabalho e o direito sindical 1. Fontes do
direito
sindical...................................................1229 2.
O direito sindical nas
Constituies...................................1236 3. Fases do
direito
brasileiro..................................................1244 4.
O
anarcossindicalismo........................................................1244
CDT-0001-0028.indd 25 4/2/2011 09:20:19
26. 26 5. O
intervencionismo............................................................1245
6. O sindicalismo
autnomo...................................................1247 7.
Avanos do nosso sistema
legal.........................................1250 87. Definio,
enquadramento, diviso e contedo do direito sindical 1.
Definio.............................................................................1252
2.
Enquadramento...................................................................1253
3.
Diviso................................................................................1255
4.
Contedo.............................................................................1256
88. Caractersticas da organizao sindical na Amrica Latina: da
interveno autonomia 89. Definio e fundamentos das relaes coletivas
1.
Definio.............................................................................1261
2. Relaes coletivas e relaes
individuais...........................1263 3. Interesses difusos,
coletivos e individuais homogneos....1265 4. Classificao das relaes
coletivas de trabalho................1266 5. Fundamentos
jurdicos........................................................1267
6. Pluralismo
jurdico.............................................................1268
7. Interesse
coletivo................................................................1269
8. Autonomia
privada.............................................................1270
9. Liberdade
sindical..............................................................1271
10.A representatividade
sindical.............................................1274 90.
Sistemas de organizao sindical 1. Unidade, unicidade e pluralidade
sindical.........................1277 2. Sindicalismo de direito
pblico e de direito privado.........1283 3. Base sociolgica do
grupo..................................................1284 4.
Outros critrios de
organizao..........................................1287 91.
Sindicalismo internacional 1. A Organizao Internacional do Trabalho
(OIT)...............1293 2. Outras
entidades.................................................................1299
92. A estrutura do sindicato 1. Definio de
sindicato........................................................1300
CDT-0001-0028.indd 26 4/2/2011 09:20:19
27. 27 2. Natureza
jurdica................................................................1302
3. rgos do
sindicato............................................................1303
4. Participao nos rgos do
Estado.....................................1304 5. Funes do
sindicato..........................................................1304
6. Assembleias
sindicais.........................................................1307
7. Sindicalizao de funcionrios
pblicos............................1308 8. Formao de
sindicatos......................................................1309
9. Registro de
sindicatos.........................................................1313
10.Centrais sindicais e outros rgos de segundo grau ..........1323
11.Estabilidade do dirigente
sindical......................................1325 93. Ideologias
sindicais 1. Sindicalismo
estrangeiro....................................................1334
2. Sindicalismo
brasileiro.......................................................1336
94. Organizao dos trabalhadores na empresa 1. Origens
histricas...............................................................1338
2. Conceito e
natureza............................................................1339
3.
Fundamentos.......................................................................1340
4. Direito
internacional...........................................................1342
5.
Modelos..............................................................................1343
6. Eleies, proporcionalidade de representantes, reunies,
assembleias e legitimao
processual................................1344 7. Primeiras
experincias no Brasil........................................1346
95. Conflitos coletivos de trabalho 1. Natureza e
conceito............................................................1348
2.
Classificao.......................................................................1361
96. A greve e o direito 1. Antecedentes
histricos......................................................1363
2. Direito
estrangeiro..............................................................1365
3. Definio de greve e
fundamentos.....................................1366 4.
Modalidades........................................................................1369
5. Direito
brasileiro.................................................................1370
6. Alteraes da Lei n. 7.783, de
1989...................................1376 CDT-0001-0028.indd 27
4/2/2011 09:20:19
28. 28 97. Lockout 1. Definio e aspectos
gerais................................................1377 98.
Convenes coletivas de trabalho 1.
Denominao......................................................................1379
2. Organizao Internacional do
Trabalho.............................1381 3. Direito
estrangeiro..............................................................1381
4. Natureza jurdica e
definio..............................................1382 5.
Modalidades........................................................................1387
6. Relaes com o contrato individual de trabalho................1388
7. Relaes com a
lei..............................................................1392
8. O contrato coletivo de
trabalho..........................................1393 9. Aplicao
dos instrumentos coletivos................................1398
10.Autonomia e negociaes coletivas na Amrica Latina.....1399
11.Pactos
sociais......................................................................1406
99. Formas de composio dos conflitos coletivos 1. Autocomposio e
heterocomposio................................1412 2. O sistema
brasileiro............................................................1413
3.
Mediao............................................................................1414
4.
Arbitragem..........................................................................1415
5.
Jurisdio............................................................................1418
Captulo XVIII Comisses de conciliao prvia 100. Aspectos
introdutrios 1. Modalidades de
conciliao...............................................1423 2.
Direito
comparado..............................................................1424
101. A legislao vigente 1. O sistema do
Brasil............................................................1429
2. Principais problemas
jurdicos...........................................1433
Bibliografia
...................................................................................
1437 CDT-0001-0028.indd 28 4/2/2011 09:20:19
29. Captulo I Histria do direito do trabalho e o direito do
trabalho no Brasil CDT-0029-1022.indd 29 3/2/2011 17:19:35
30. CDT-0029-1022.indd 30 3/2/2011 17:19:35
31. 31 1 Histria do direito do trabalho clssico Sumrio: 1. Noes
introdutrias. 2. A questo social. 3. O nas- cimento da grande
indstria e o desenvolvimento da cincia. 4. O aparecimento do
proletariado. 5. A mo de obra para a nova inds- tria. 6. A
indignidade das condies de trabalho subordinado. 7. O pensamento
econmico. 8. O liberalismo. 9. O liberalismo e os contratos. 10. O
liberalismo e as corporaes de ofcio. 11. O movimento sindical. 12.
O intervencionismo. 13. Legislao in- dustrial, institucionalizao e
justia social. 14. As ideias jurdico- -polticas. 1. Noes
introdutrias Comearei com a noo de direito do Prof. Miguel Reale1 .
O direito no um fenmeno esttico. dinmico. Desenvolve- -se no
movimento de um processo que obedece a uma forma especial de
dialtica na qual se implicam, sem que se fundam, os polos de que se
compe. Esses polos mantm-se irredutveis. Conservam-se em suas
normais dimenses, mas correlacionam-se. De um lado os fatos que
ocorrem na vida social, portanto a dimenso ftica do direito. De
outro, os valores que presidem a evoluo das ideias, portanto a di-
menso axiolgica do direito. Fatos e valores exigem-se mutuamente,
envolvendo-se num procedimento de intensa atividade que d origem
formao das estruturas normativas, portanto a terceira dimenso do
direito. 1. Lies preliminares de direito, So Paulo, Saraiva, 1980.
CDT-0029-1022.indd 31 3/2/2011 17:19:35
32. 32 Na gnese da norma jurdica est presente a energia dos
fatos e valores que se atuam reciprocamente, pressionando uns sobre
outros, pondo-se a norma jurdica como a sntese integrante que se
expressa como resultado dessa tenso. A formao histrica do direito
do trabalho no se afasta dessa regra. Ao contrrio, confirma. O
direito do trabalho surgiu como consequncia da questo social que
foi precedida pela Revoluo Industrial do sculo XVIII e da reao
humanista que se props a garantir ou preservar a dignidade do ser
humano ocupado no trabalho das indstrias, que, com o
desenvolvimento da cincia, deram nova fisionomia ao processo de
produo de bens na Europa e em outros continentes. A necessidade de
dotar a ordem jurdica de uma disci- plina para reger as relaes
individuais e coletivas de trabalho cresceu no envolvimento das
coisas novas e das ideias novas, como pas- samos a mostrar. Da por
diante expandiu-se pelo mundo industrializado com muita velocidade.
A sua trajetria contada pelos historiadores em perodos. Existem
diversos critrios de periodizaes. Um deles o crono- lgico: de fins
de 1800 a 1917 o perodo inicial; de 1917 a 1927 o perodo da
constitucionalizao; de 1927 a 1945 o perodo ps-corpo- rativista; de
1945 a 1970 o perodo ps-corporativista; de 1970 aos nossos o perodo
de flexibilizao. Outro critrio divide a histria se- gundo os fatos
marcantes: Revoluo Industrial do sculo XVIII e a questo social; o
pensamento liberal; o intervencionismo do Estado; as primeiras
leis; a construo dogmtica; a concepo heterotutelar do trabalhador;
a concepo econmica da flexibilizao; as transfor- maes no mundo do
trabalho; o direito do trabalho ps-moderno ou contemporneo. Nossa
opinio no sentido de conectar as duas formas de perio- dizar o
direito do trabalho porque ambas na verdade se completam. Diferem
histria do trabalho e histria do direito do trabalho. Os objetos so
diversos. Na histria do trabalho a infraestrutura social e o modo
como o trabalho, nos diferentes sistemas de produo de bens e
prestao de servios, desenvolveu-se. Na histria do direi- to do
trabalho objeto a superestrutura normativa e o fim, o conheci-
CDT-0029-1022.indd 32 3/2/2011 17:19:35
33. 33 mento e a aplicao das normas em cada perodo, as causas
que as determinaram e os valores sob os quais as normatizaes se
deram. 2. A questo social A expresso questo social no havia sido
formulada antes do sculo XIX. Os efeitos do capitalismo e das
condies da infraestru- tura social se fizeram sentir com muita
intensidade com a Revoluo Industrial. Destaque-se o empobrecimento
dos trabalhadores, inclusive dos artesos, a insuficincia
competitiva da indstria que florescia, os impactos sobre a
agricultura, os novos mtodos de produo em diver- sos pases e as
oscilaes de preo. A famlia viu-se atingida pela mobilizao da mo de
obra feminina e dos menores pelas fbricas. Os desnveis entre
classes sociais fizeram-se sentir de tal modo que o pensamento
humano no relutou em afirmar a existncia de uma sria perturbao ou
problema social. Da por que Utz intenta delimitar a questo social
nos seguintes termos: 1) deve tratar-se de uma perturbao do corpo
social; 2) me- diante essa perturbao resultam prejuzos a um ou
diversos grupos sociais; 3) no se trata de um fenmeno individual e
transitrio, mas coletivo e prolongado de irrealizao do bem comum;
4) definida como o problema ou a procura das causas das perturbaes
que difi- cultam a realizao do justo social na totalidade da
sociedade e igual- mente o esforo para encontrar os meios para
superar essas causas. Messner a define como o problema das causas
profundas do fracasso da ordem social na realizao dos seus fins e o
dos meios para combat-lo2 . 2. Sobre a questo social, veja-se
Ludgero Jasper, Manual de filosofia, 1932; A. Sampaio Dria, A
questo social, 1922; Arthur Fridolin Utz, tica social, 1964;
Johannes Messner, tica social, poltica y econmica a la luz del
derecho natural, 1967; Cabanellas, Tratado de derecho laboral,
1949; De Ferrari, Derecho del trabajo, 1968; Arenal, La cuestin
social, 1924; Csar Augusto, La verdadera cuestin social, 1931;
Gumersindo de Azcrate, El pro- blema social, 1946; Bores y Ledo,
Algunos aspectos de la cuestin social, 1903; Camarines, Aspecto
jurdico del problema social, 1894; Lejas y Mndez, La cuestin
obrera, 1903; Car- bonero, La cuestin social y las escuelas
socialistas, 1903; Mspero, La cuestin social, 1919; Gonzles
Revilla, La cuestin social y la fraternidad humana, 1897;
Waldeck-Rousseau, Cuestiones sociales, 1903; Wuarin, Une vue
densemble de la question sociale, 1896. CDT-0029-1022.indd 33
3/2/2011 17:19:35
34. 34 3. O nascimento da grande indstria e o desenvolvimento
da cincia Entre as conquistas da Revoluo Industrial do sculo XVIII,
a utilizao das foras motrizes distintas da fora muscular do homem e
dos animais foi um dos acontecimentos de maior destaque, porque
permitiu a evoluo do maquinismo. Dizem os historiadores que a
primeira mquina a vapor saiu das fbricas de Soho, em 1775, desti-
nando-se a uma mina de carvo. Depois, outra mquina foi feita para
mover altos-fornos, em Broseley. Assim, a produo mecnica do
movimento punha-se em substituio produo hidrulica. As suas aplicaes
subsequentes foram muitas, servindo para o abastecimento de guas de
Paris, para as empresas industriais da Inglaterra, para as
atividades dos moinhos, para a indstria cermica e, tambm, para a
indstria de tecelagem. Na Inglaterra, em 1800, podiam-se contar 11
mquinas a vapor em Birmingham, 20 em Leeds e 32 em Manchester. O
advento da mquina a vapor permitiu a instalao de uma in- dstria
onde houvesse carvo, e a Inglaterra foi especialmente favore- cida.
A indstria txtil-algodoeira instalou-se no condado de Lancaster,
perto de Liverpool, e das suas necessidades surgiram inventos como
a flying-shuttle (lanadeira volante), de John Kay, em 1733 a mquina
de fiar, patenteada em 1738 por John Watt e Lewis Paul, a
mule-jenny, de Samuel Crompton, uma modalidade de mquina de fiar, e
o tear mecnico de Edmund Cartwright, em 1784. Para que se avalie o
significado desses fatos em relao ao nosso problema, basta dizer
que todos eles modificaram as condies traba- lhistas. Antes da
flying-shuttle os teceles no podiam fabricar deter- minadas peas
sem o concurso de dois ou mais colegas; a mquina de fiar permitiu
que uma operao, feita antes por um homem com um torno, passasse a
ser executada mais depressa e por uma srie de fusos; a mule-jenny
precipitou a decadncia do domestic system trabalho domstico , e o
tear mecnico, no obstante a resistncia dos teares manuais, tambm
atraiu o homem para a fbrica. Merece destaque a transformao da
Inglaterra em pas metalrgico, passando de impor- tador de lingotes
dos pases blticos a produtor, com fundio base de coque e fabricao
de ferro, surgindo um novo processo industrial. CDT-0029-1022.indd
34 3/2/2011 17:19:35
35. 35 A publicao, em 1840, de um tratado de Liebig sobre A
qumica aplicada fisiologia vegetal e agricultura abriu caminho para
pro- gressos nas indstrias qumicas, em setores muito
diversificados. A fabricao do ao foi outro passo importante, mesmo
porque, junto das indstrias de base, outras se estabeleceram.
evidente que de tais circunstncias resultariam, entre outras
coisas, a diviso do trabalho e a especializao. As novas formas de
produo trariam, posteriormente, a necessidade de outros mtodos de
racionalizao do trabalho, como, por exemplo, o taylorismo. Mais
tarde, nesse ritmo de progresso tcnico, veio a eletricidade,
provocando, a partir de 1880, necessidades maiores de adaptao das
condies de trabalho. O progresso do maquinismo foi acompanhado do
desenvolvimen- to da concentrao. Os ofcios mecnicos se
aperfeioaram. A eletri- cidade foi utilizada como fonte de energia
ao lado do vapor. O empre- go da mquina, que era generalizado,
trouxe problemas desconhecidos, principalmente pelos riscos de
acidente que comportava. A preveno e a reparao de acidentes, a
proteo de certas pessoas (mulheres e menores), constituam uma parte
importante da regulamentao do trabalho. De outro lado, o maquinismo
modificava as condies de emprego da mo de obra. Suas possibilidades
tcnicas davam ao em- presrio, no muito exigente quanto qualidade
dos assalariados, possibilidades de interromper essa aprendizagem,
substituindo o tra- balhador especializado por uma mo de obra no
qualificada e o tra- balho dos adultos pelo das mulheres e menores.
4. O aparecimento do proletariado Segundo Georges Lefranc3 , o
termo proletrio designava, em Roma, os cidados da classe mais
baixa. Saint-Simon utiliza a expres- so no sentido moderno pela
primeira vez. O proletrio deu bons frutos na ordem tcnica e no
processo de produo. 3. Histoire du travail et des travailleurs,
1957, p. 251. CDT-0029-1022.indd 35 3/2/2011 17:19:35
36. 36 Todavia, as condies de vida em que se encontrou em nada
re- comendam a humanidade. So numerosas as obras que o atestam, e
muitos so os pensado- res que se voltaram contra a marginalizao do
proletariado; entre outros, Grando, em 1824, em Le visiteur du
pauvre e, em 1839, em De la bienfaisance publique; e Bigot de
Morogue, que em 1832 escre- veu De la misre des ouvriers e, em
1834, Du pauprisme. Eugne Buret, em 1840, publica De la nature de
la misre, de son existence, de ses effets, de ses causes et de
linsuffisance des moyens propres en affranchir les socits. Villerm,
em 1840, escreve o Tableau de ltat moral et physique des ouvriers
travaillant dans les manufactures de coton, de laine et de soie. Os
ttulos dessas obras so suficiente- mente sugestivos para retratar a
realidade a que se referem. Proletrio um trabalhador que presta
servios em jornadas que variam de 14 a 16 horas, no tem
oportunidades de desenvolvimento intelectual, habita em condies
subumanas, em geral nas adjacncias do prprio local da atividade,
tem prole numerosa e ganha salrio em troca disso tudo. Para
Bugarola4 , caracteriza-se pelo seguinte: a) Falta de plenitude
psquica, porque a educao e a vida social tm como fim essencial a
conservao e o desenvolvimento da pessoa humana em todas as suas
dimenses. A condio proletria, de uma maneira habitual, no alcanou
estes fins e chegou a resultados con- trrios: desumanizao e
despersonalizao. O proletrio no um ser acabado, seno um ser
diminudo. O estudo das diversas dimenses da pessoa verifica
amplamente esta afirmao de todos os observado- res do proletariado.
Registra-se no proletrio uma instabilidade psico- lgica. um
desajustado, sem patrimnio, sem casa, sem cidade, s vezes longe da
Ptria. dependente e passivo. So outras pessoas que dizem e escolhem
o lugar que vai ocupar. O trabalho dirio recebido como necessidade
vital e familiar. medida que se afasta da especia- lizao
profissional, aumenta a passividade do seu trabalho. Esta pas- 4.
Sociologa y teologa de la tcnica, Madrid, Biblioteca de Autores
Cristianos, 1957, p. 375. CDT-0029-1022.indd 36 3/2/2011
17:19:35
37. 37 sividade impregna a conscincia individual e acaba por
amortecer e ainda por matar toda resistncia interior. b) Complexo
de alma proletria, sentindo os efeitos de uma de- sigualdade, uma
necessidade de libertao, da por que pode, a qualquer momento, ter
uma atitude hostil, at violenta, de protesto viril, tornan- do-se
agressivo contra a autoridade e o ideal de fraternidade. c)
Sentimento de solidariedade universal, pela necessidade que tem de
encontrar o seu semelhante, tambm proletrio, numa nsia de justia,
unidos que esto no mesmo processo de massificao: nenhu- ma outra
classe conhece como o proletrio a imerso na massa. Sua educao,
menos profunda, faz mais difcil ao obreiro a conservao da sua
personalidade ao meio da massa. Sabe-se, por experincia uni-
versal, quo facilmente a psicologia de massa seduz. De fato, a
massa revelou-se para os obreiros um fator poderoso de
embrutecimento, de imoralidade e de propagao de erros. 5. A mo de
obra para a nova indstria A mo de obra para a nova indstria
procedia primordialmente do campo. Na Inglaterra, desde o sculo
XVI, havia desemprego rural, e a mobilidade do trabalhador, do
campo para a cidade, foi estimulada pelos aparentes atrativos da
indstria que se desenvolvia. De 1760 a 1830 precipitou-se uma
sucesso contnua migratria, das mais diversas pro- cedncias, de
distintas localidades que no estavam preparadas para receber essa
massa humana. Nisso, os mineiros foram uma vanguarda. As
estimativas so de que, at o ano de 1900, cinco milhes de homens
trabalhavam para conquistar as riquezas ocultas da terra, assim
distribudos: 900.000 na Gr-Bretanha, 500.000 na Alemanha, quase
outro tanto nos Estados Unidos, 300.000 na Frana, 230.000 na Rssia
e ustria-Hungria, 160.000 na Blgica e ndia, 120.000 no Japo e
100.000 no sul da frica. Constituam uma frente exposta ao problema
trabalhista e, por tal razo, propcia para o desenvolvimento de
asso- ciaes, caixas de socorro e outras iniciativas destinadas
desde logo a fazer reivindicaes. Nas minas trabalharam, nos anos
que antecederam Primeira Guerra, figuras como John Lewis, nos
Estados Unidos, Mauric Thorez, CDT-0029-1022.indd 37 3/2/2011
17:19:35
38. 38 no Pas-de-Calais, Nikita Kruschev, na Ucrnia, Aneurin
Bevan, no Pas de Gales. Os grupos de residncias dos mineiros, na
Inglaterra, eram for- mados prximos dos locais de trabalho, via de
regra com alguma uniformidade, caracterizados pela presena
constante da poeira de carvo e a inexistncia das condies mnimas de
higiene, fato que contribuiu, entre os mineiros, para a formao de
uma conscincia comum do seu destino obscuro. A conquista do subsolo
os expunha a perigos maiores de incndios, exploses, intoxicao de
gases, inun- daes e desmoronamentos e, entre eles, era grande o
nmero de vti- mas. Com as exploses, muitos ficavam sepultados nas
galerias. Sur- giram molstias profissionais com maior intensidade,
como a tubercu- lose, anemia, asma etc. Fenmenos semelhantes,
embora no to sensveis, verificaram-se na indstria metalrgica em
geral, no ramo da tecelagem e em diversas outras atividades que se
formavam, conduzindo o trabalhador a uma situao comum de total
desproteo. Por outro lado, a concentrao nas capitais mais os
distanciava de outra parcela da populao, em virtude da gritante
diferena de vida e de trabalho. No meio dessas realidades que deve
ser procurada a origem do proletariado. Com a fbrica est
correspondentemente formada a aglomerao maior das massas operrias.
Ela no s o local onde se assentar. mais ainda: o ponto de
convergncia dessa mesma pluralidade de in- divduos, unidos por um
mesmo processo de ideais, sujeitos a um mesmo ordenamento,
subordinados a um mesmo homem, com as mesmas obrigaes e os mesmos
direitos. H como que um denomi- nador comum, que identifica as
personalidades, de um modo brutal, expelindo ou cancelando as notas
individuais de cada uma ou as suas caractersticas essenciais, como
observa Gentil Mendona. 6. A indignidade das condies de trabalho
subordinado A imposio de condies de trabalho pelo empregador, a
exi- gncia de excessivas jornadas de trabalho, a explorao das
mulheres e menores, que eram a mo de obra mais barata, os acidentes
com os trabalhadores no desempenho das suas atividades e a
insegurana CDT-0029-1022.indd 38 3/2/2011 17:19:35
39. 39 quanto ao futuro e aos momentos nos quais fisicamente no
tivessem condies de trabalhar foram as constantes da nova era no
meio pro- letrio, s quais podem-se acrescentar tambm os baixos
salrios. Se o patro estabelecia as condies de trabalho a serem
cumpri- das pelos empregados, porque, principalmente, no havia um
direito regulamentando o problema. Mario de la Cueva observa que o
contra- to de trabalho podia resultar do livre acordo das partes,
mas, na reali- dade, era o patro quem fixava as normas; e, como
jamais existiu contrato escrito, o empregador podia dar por
terminada a relao de emprego sua vontade ou modific-la ao seu
arbtrio. A pretenso do empresariado, de melhorar a vida, tambm
determinou essa atitude. s vezes eram impostos contratos verbais a
longo prazo, at mesmo vitalcios; portanto, uma servido velada,
praticada especialmente em minas nas quais se temia pela falta de
mo de obra. o que acontecia na indstria escocesa, na qual os
trabalhadores eram comprados ou vendidos com os filhos, tanto assim
que se fizeram necessrios os decretos parlamentares de 1774 e 1799
suprimindo a servido vitalcia dos mineiros escoceses. O trabalho
das mulheres e menores foi bastante utilizado sem maiores precaues.
Na Inglaterra, os menores eram oferecidos aos distritos
industrializados, em troca de alimentao, fato muito comum nas
atividades algodoeiras de Lancashire. Alis, as prprias parquias
unidade administrativa civil inglesa, subdiviso territorial do con-
dado criada pela denominada Lei dos Pobres encarregavam-se,
oficialmente, de organizar esse trfico, de tal modo que os menores
se tornaram fonte de riqueza nacional. Houve verdadeiros contratos
de compra e venda de menores, estabelecidos entre industriais e
adminis- tradores de impostos dos pobres, fato relatado pelo
historiador Claude Fohlen5 , que assim se expressa: Se lhes
afirmava seriamente, do modo mais positivo e mais solene, que iriam
transformar-se todos, desde o momento do seu ingresso na fbrica, em
damas e cavalheiros, assegu- rando-lhes que comeriam roastbeef e
plum-pudding, que poderiam montar os cavalos de seus amos, que
teriam relgios de prata e os bolsos sempre cheios, e no eram os
empregadores ou seus subalternos 5. Historia general del trabajo,
Ed. Grijalbo. CDT-0029-1022.indd 39 3/2/2011 17:19:35
40. 40 os autores de to infame engano, seno os prprios
funcionrios das parquias. No srdido intercmbio, tal parquia podia
especificar que o industrial teria que aceitar, no lote de menores,
os idiotas, em pro- poro de um para cada vinte. O industrial de
algodo Samuel Oldknow contratou, em 1796, com uma parquia a aquisio
de um lote de 70 menores, mesmo contra a vontade dos pais.
Yarranton tinha, a seu servio, 200 meninas que fiavam em absoluto
silncio e eram aoitadas se trabalhavam mal ou demasiado lentamente.
Daniel Defoe pregava que no havia nenhum ser humano de mais de
quatro anos que no podia ganhar a vida trabalhando. Se os menores
no cumpriam as suas obrigaes na fbrica, os vigilantes
aplicavam-lhes brutalidades, o que no era geral, mas, de certo
modo, tinha alguma aprovao dos costu- mes contemporneos. Em certa
fbrica, a cisterna de gua pluvial era fechada chave. Foi instaurada
uma comisso para apurar fatos dessa natureza, conforme o relato de
Claude Fohlen6 , cujas perguntas e respostas, feitas ao pai de duas
menores, transcritas em sua obra, so as seguintes: 1. Pergunta: A
que horas vo as menores fbrica? Resposta: Duran- te seis semanas
foram s trs horas da manh e voltaram s dez horas da noite. 2.
Pergunta: Quais os intervalos concedidos, durante as de- zenove
horas, para descansar ou comer? Resposta: Quinze minutos para o
desjejum, meia hora para o almoo e quinze minutos para beber. 3.
Pergunta: Tinha muita dificuldade para despertar suas filhas? Res-
posta: Sim, a princpio tnhamos que sacudi-las para despert-las e se
levantarem, bem como vestirem-se antes de ir ao trabalho. 4.
Pergun- ta: Quanto tempo dormiam? Resposta: Nunca se deitavam antes
das 11 horas, depois de lhes dar algo que comer e, ento, minha
mulher passava toda a noite em viglia ante o temor de no
despert-las na hora certa. 5. Pergunta: A que horas eram
despertadas? Resposta: Ge- ralmente, minha mulher e eu nos
levantvamos s duas horas da manh para vesti-las. 6. Pergunta: Ento,
somente tinham quatro horas de repouso? Resposta: Escassamente
quatro. 7. Pergunta: Quanto tempo durou essa situao? Resposta: Umas
seis semanas. 8. Pergunta: Tra- balhavam desde as seis horas da
manh at s oito e meia da noite? 6. Historia, cit., p. 38.
CDT-0029-1022.indd 40 3/2/2011 17:19:35
41. 41 Resposta: Sim, isso. 9. Pergunta: As menores estavam
cansadas com esse regime? Resposta: Sim, muito. Mais de uma vez
ficaram adorme- cidas com a boca aberta. Era preciso sacudi-las
para que comessem. 10. Pergunta: Suas filhas sofreram acidentes?
Resposta: Sim, a maior, a primeira vez que foi trabalhar, prendeu o
dedo numa engrenagem e esteve cinco semanas no hospital de Leeds.
11. Pergunta: Recebeu o salrio durante esse tempo? Resposta: No,
desde o momento do aci- dente cessou o salrio. 12. Pergunta: Suas
filhas foram remuneradas? Resposta: Sim, ambas. 13. Pergunta: Qual
era o salrio em semana normal? Resposta: Trs shillings por semana
cada uma. 14. Pergunta: E quando faziam horas suplementares?
Resposta: Trs shillings e sete pence e meio. O trabalho dos menores
cercava-se de ms condies sanitrias. Nas oficinas no havia higiene e
eram organizadas casas de aprendi- zagem, raras, todavia, com
dormitrios comuns para meninos e meninas. A situao das mulheres no
era diferente. Em fins do sculo XVIII trabalhavam em minas, fbricas
meta lrgicas e fbricas de cermica. A tecelagem, no entanto, passou
a absorv-las em maior escala. No estabelecimento Dollfus-Mieg, em
Mulhouse, havia 100 homens, 40 menores e 340 mulheres, proporo
considerada normal na indstria txtil. Na mesma poca, na fbrica de
porcelanas de Gien, a quinta parte dos efetivos era feminina. Em
Creu- sot havia algumas mulheres que trabalhavam nas escavaes de
carvo, mais precisamente 250, de um efetivo de 10.000 pessoas.
Paralelamente, o sweating system sistema do suor , ou seja,
trabalho prestado em domiclio no ramo da tecelagem, do calado e da
indumentria, com remunerao por unidade de obra, era bastante
difundido. Em Londres, por volta de 1830, cerca de metade do
trabalho do ramo de indumentria era realizado por mulheres.
Contribuiu muito para esse estado de coisas o emprego cada vez
maior da mquina de coser, inventada por Thimonnier em 1830, e que
foi usada com xito em Paris e pouco depois aperfeioada nos Estados
Unidos por Elias Howe. Essa mquina no necessitava de qualquer
energia muscular e permitia a uma mulher fazer o trabalho para o
qual antes eram neces- CDT-0029-1022.indd 41 3/2/2011 17:19:35
42. 42 srias 6 ou 7. Assim, em NovaYork, Boston e Filadlfia, a
mo de obra disponvel, procedente de imigraes recentes, foi
absorvida por esse tipo de atividade, em condies no muito
recomendveis, a ponto de justificar a seguinte crtica do jornal The
New York Tribune, em 1854: O modo em que vivem essas mulheres, a
promiscuidade, a falta de higiene em seus alojamentos, a
impossibilidade para elas de lograr a menor distrao, de adquirir a
mais remota cultura intelectual e, ainda, de educar os seus filhos,
pode ser facilmente imaginada; mas podemos assegurar aos nossos
leitores que seria preciso uma imaginao singu- larmente desperta
para conceber a trgica realidade. Tambm na Rssia, depois de 1820, o
sweating system foi prati- cado; nos governos de Kostroma, Rizan e
Kaluga, proliferaram os trabalhadores que prestavam esse tipo de
servio em casa, a classe dos kustarni, trs vezes mais numerosos que
os operrios de fbricas du- rante o governo de Vladimir. Como a
retribuio se fazia por unidade de obra produzida, as jornadas de
trabalho nunca eram inferiores a 15 ou 16 horas dirias, fenmeno
comum em toda parte, na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Frana,
na Alemanha e na Rssia. Reconhea- -se, no entanto, que no cabe
Revoluo Industrial a iniciativa da utilizao da mo de obra feminina.
As mulheres sempre trabalharam. A fbrica e os novos sistemas apenas
intensificaram a sua participao no mercado de trabalho, que
aumentou muito. As cifras nem sempre so exatas, porm, segundo Alain
Tourai- ne e Bernard Mottez7 , a Primeira Guerra Mundial precipitou
o mo- vimento de penetrao da mulher nas oficinas. Em 1900, na Gr-
-Bretanha, todavia, no ultrapassaram a proporo de 10% do efetivo
dos empregados e, pouco antes da guerra, passaram a constituir 1/4.
Com a guerra, 200.000 mulheres ingressaram nas oficinas; em 1911,
foram 185.000; em 1931, 580.000; em 1951, 1.200.000, mais da metade
do efetivo. Na Frana, em 1954, 48,3% dos empregados do setor
secundrio e 52,5% do setor tercirio eram mulheres, somando 26% da
fora do trabalho subordinado. Nos Estados Unidos, passaram de 3,7 a
27%. 7. Histoire gnrale du travail, v. 4, p. 83. CDT-0029-1022.indd
42 3/2/2011 17:19:36
43. 43 A liberdade de fixar a durao diria do trabalho no tinha
restri- es. Os empregadores tomavam a iniciativa de, segundo os
prprios interesses, estabelecer o nmero de horas de trabalho que
cabia aos empregados cumprir. No havia distino entre adultos,
menores e mulheres ou mesmo entre tipos de atividades, penosas ou
no. At a inveno do lampio de gs, devida a William Murdock, em 1792,
trabalhava-se enquanto a luz o permitisse. Em Etrria, na fbrica de
Wedgewood, de 25 de maro at 29 de setembro, a campai nha tocava s
5h45min, iniciando-se o trabalho s 6 horas. No restan- te do ano, a
campainha tocava 15 minutos antes do amanhecer. O mnimo dirio era
de 12 horas. Arkwright tinha fama de patro liberal porque no exigia
mais que 12 horas, quando a mdia era de 14 horas dirias. Com a
iluminao artificial, houve uma tendncia de aumento da jornada de
trabalho. Vrios estabelecimentos passaram, ento, a fun- cionar no
perodo noturno. Na verdade, o excesso de trabalho no era novidade
que pudesse ser atribuda ao nascimento da grande indstria porque,
mesmo antes, j se verificava na atividade artesanal. Porm, certo
que houve um endurecimento dessas condies. Na metade do sculo XIX,
na Frana, trabalhavam-se 12 horas nas provncias e 11 horas em
Paris, com variaes segundo o ramo de produo. Nas minas de Loire,
segundo Georges Duveau, os mineiros passavam 12 horas dirias no
fundo e cumpriam 10 horas de trabalho efetivo. Havia jornadas de 14
e 15 horas nas fbricas de alfinetes. As tecelagens exigiam 14 ou 15
horas, se o trabalho era em domiclio, e 12 horas, na prpria fbrica.
Em Beuf, durante o inverno, de 30 de novembro a 30 de maro, a
jornada comeava s 7 e terminava s 21 horas, com intervalo de 1 hora
para almoo, das 11 s 12 horas, e 1 hora para o jantar, das 16 s 17
horas. De 1 de abril a 31 de agosto, a jornada ia das 5h30 min. s
19h30 min. De 1 de setembro a 31 de outubro, das 6 s 20 horas. Em
Lille, no ano de 1864, numa fiao de linho situada em
Descamps-Mahieu, os obreiros trabalhavam sem in- terrupo desde 5 at
19h30 min. Nas minas e metalurgias, o trabalho noturno
generalizava-se. Nas minas de carvo de Commentry, a extrao
desenvolvia-se das 4 at s 16 horas e, durante as 12 horas
restantes, CDT-0029-1022.indd 43 3/2/2011 17:19:36
44. 44 praticava-se o course au remblai, ou seja, a
terraplenagem das cavida- des deixadas pelo carvo. A precariedade
das condies de trabalho durante o desenvolvi- mento do processo
industrial, sem revelar totalmente os riscos que poderia oferecer
sade e integridade fsica do trabalhador, assumiu s vezes aspectos
graves. No s os acidentes se sucederam, mas tam- bm as enfermidades
tpicas ou agravadas pelo ambiente profissional. Mineiros e
metalrgicos, principalmente, foram os mais atingidos. Durante o
perodo de inatividade, o operrio no percebia salrio e, desse modo,
passou a sentir a insegurana em que se encontrava, pois no havia
leis que o amparassem, e o empregador, salvo raras excees, no tinha
interesse em que essas leis existissem. No fcil saber com preciso a
situao salarial dos trabalhado- res logo aps a Revoluo Industrial,
porque h uma insuficincia de documentos e tambm no se pode com
segurana fazer uma correta interpretao sem conhecer a evoluo dos
preos e as necessidades de vida. No entanto, de um modo geral, os
historiadores afirmam que os salrios eram baixos, tanto assim que
algumas medidas governa- mentais, como levantamentos e pesquisas,
foram reclamadas. Foi o que aconteceu na Alemanha e na Inglaterra.
Os salrios, sempre insuficien- tes, nas indstrias eram mais
elevados que na agricultura, e os homens ganhavam mais que as
mulheres e os menores. 7. O pensamento econmico O pensamento
econmico v o trabalho como um dos fatores da produo. Diversas so as
doutrinas econmicas, como passamos a enume- rar, num resumo. Na
Europa, de 1450 a 1750, floresceu o mercantilismo, que for- mulou o
conceito de riqueza essencialmente com base no ouro e na prata, da
uma poltica econmica de acumulao desses metais precio sos, admitido
certo intervencionismo moderado do Estado, como fator de
desenvolvimento. Uma das fases do mercantilismo denominada a fase
industrial. A indstria devia desenvolver-se para atrair maior
quantidade de metais. Multiplicaram-se as corporaes de ofcio,
CDT-0029-1022.indd 44 3/2/2011 17:19:36
45. 45 conferindo-se-lhes privilgios, prerrogativas e
monoplios. A Frana experimentou progressos no setor industrial,
especialmente em face do estmulo de Colbert. O mercantilista
Montchrtien (1575-1621), reco- nhecendo a importncia da indstria e
do comrcio, publica, em 1615, o primeiro tratado sobre o assunto,
Economia poltica, defendendo, tambm, a liberdade de trabalho. A
Escola Fisiocrtica surge em 1750 como reao contra o mer- cantilismo
e apresenta uma nova concepo de ordem social e econ- mica,
insurgindo-se contra o excessivo protecionismo e a regulamen- tao
detalhada e exaltando o princpio de uma ordem natural e espon-
tnea, na qual todos, com base no direito natural, tm o direito de
li- vremente trabalhar e produzir, bem como dispor dos produtos do
seu trabalho. Os fisiocratas dividiram a sociedade em trs classes:
os que trabalham na terra, os proprietrios e a indstria e o
comrcio. O lema fisiocrtico, laisser faire, laisser passer, iria
repercutir no pensamento poltico e influir, grandemente, no
desencadeamento da questo social. Os principais escritores
fisiocratas foram Quesnay (1694-1774), Con- dillac (1715-1780),
Gournay (1727-1759), Turgot (1727-1781), a quem coube a iniciativa
de extinguir as corporaes de ofcio por entender que constituam um
empecilho ao livre desenvolvimento da indstria e do comrcio etc. A
Escola Clssica Liberal tem como representante Adam Smith
(1723-1790), autor de Riqueza das naes, e que considera o trabalho
como a atividade humana aplicada produo, medida e fundamento do
valor. Intenta uma diviso do trabalho, reputando-a fonte da pros-
peridade geral. Sustenta que, no estado primitivo da sociedade, ao
trabalhador pertencia o produto manufaturado e que depois o operrio
passaria a dividir com o capital o produto do seu trabalho. Esboa a
teoria salarial do wage fund, segundo a qual o salrio depende de
uma proporo entre o capital e o nmero de operrios, sujeito lei da
oferta e da procura. Tambm Escola Liberal Inglesa pertencem Mal-
thus (1776-1834), Ricardo (1772-1823), que desenvolve a teoria da
renda e do salrio natural, assim considerando o que permite ao ope-
rrio o indispensvel para viver, uma vez que se o operrio tivesse
vida luxuosa aumentaria a sua famlia, cre