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O trabalho com aluno com deficiência auditiva André Luís Onório Coneglian Pedagogo com habilitação em deficiência auditiva, Professor de LIBRAS – PROLIBRAS/MEC (2008), Secretaria Municipal da Educação de Marília-SP, Responsável pela disciplina de LIBRAS na UNIMAR Pós-graduação em Educação Especial - ISFACES

Deficiência Auditiva Aspectos Gerais Históricos Educacionais Linguísticos

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Apresentação direcionada à profissionais da Educação ou interessados na Educação de Surdos. Mostra alguns termos e nomenclaturas, apresenta o histórico da educação de surdos, filosofias educacionais, aspectos linguísticos.

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O trabalho com aluno com deficiência auditiva

André Luís Onório Coneglian

Pedagogo com habilitação em deficiência auditiva, Professor de LIBRAS – PROLIBRAS/MEC (2008), Secretaria Municipal da Educação de Marília-

SP, Responsável pela disciplina de LIBRAS na UNIMARPós-graduação em Educação Especial - ISFACES

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Repensar e Refletir

Deficiência em geral

Deficiência Auditiva / Surdez

Língua / Linguagem

Falar / Oralizar / Sinalizar

Filosofias Educacionais

Metodologias de Ensino - Aprendizagem

Alfabetização / Letramento

Língua Oral / Língua de Sinais

Educação para deficientes auditivos / surdos

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Repensar e Refletir

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Repensar e Refletir

Sociedade diversa / Indivíduos / Idiossincrasias

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Repensar e Refletir

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O Sujeito

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Termos e Nomenclaturas

• Deficiente Auditiv@: termo mais usado na área da saúde; profissionais como Otorrinolaringologistas e Fonoaudiólogos. Está relacionado aos graus de perda:

Audição Normal: 0 – 25 dBDeficiência Auditiva Leve: 26 – 40 dBDeficiência Auditiva Moderada: 41 – 70 dBDeficiência Auditiva Severa: 71 – 90 dBDeficiência Auditiva Profunda: Acima de 91 dB

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Termos e Nomenclaturas

• Surd@: pessoas com surdez profunda, provavelmente serão usuárias da língua de sinais, dependendo da época do diagnóstico da perda, da habilitação oral, uso de aparelhos, podem também oralizar.

Preferem ser referidas como Surdas do que como Deficientes Auditivas.

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Termos e Nomenclaturas

• Surd@-mud@: termo obsoleto, inadequado e incorreto, pois o déficit auditivo, em nenhum momento prejudica as pregas vocais (não mais cordas vocais). É possível aprender a falar (oralizar) mesmo não ouvindo!

• Mudinh@: diminutivo do termo inadequado e incorreto, pejorativo, despersonaliza o indivíduo, normalmente conhecido por “mudinh@”, faz com que as pessoas nem saibam seu verdadeiro nome. Muito desrespeitoso!

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A Língua

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Ferdinand de Saussure (1857-1913),Linguísta e Filósofo Suíço

A Língua

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A Língua

Essencialmente social porque é convencionada por

determinada comunidade linguística

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A Fala

• Secundária e individual, ou seja, é veículo de transmissão da Língua, usada pelos falantes através da fonação e da articulação vocal

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A Língua

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PORTUGUÊSprodução e expressão

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PORTUGUÊSrecepção

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LIBRASprodução e expressão

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LIBRASrecepção

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Produção, Expressão e Recepção

• LÍNGUA PORTUGUESA: oral-auditiva– Principal característica:

linearidade

• LÍNGUA DE SINAIS: espaço-motora-visual– Principal característica:

simultaneidade

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LIBRASConfigurações

de Mãosunidades

mínimas sem significado

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Alfabeto Manual ou Datilologia

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LIBRAS

Parâmetros Primários:

Configurações de Mãos (CM)

Ponto de Articulação (PA)Movimento (M)

Parâmetros Secundários:

Expressão FacialDirecionalidadeOrientação da(s) palma(s) da(s)

mão(s)

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LIBRASexemplos de parâmetros

APRENDER:

CM: “C” e “S”PA: testaM: abrir e fechar

SÁBADO:

CM: “C” e “S”PA: frente à bocaM: abrir e fechar

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Signwriting

A escrita da língua de sinais utiliza símbolos visuais para representar as configurações de mão, os movimentos, as expressões faciais e os movimentos do corpo das línguas de sinais. Este “alfabeto” - uma lista de símbolos visualmente delineados – é utilizado para escrever movimentos de qualquer língua de sinais no mundo.

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Língua de Sinais

Oficializada e reconhecida como Língua pela Lei Federal 10.436/2002

Lei regulamentada pelo Decreto 5.626/2005

Também pode ser usada a sigla abaixo, seguindo a lógica internacional das Línguas de Sinais, porém, menos utilizada no

Brasil

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Histórico da Educação dos Surdos

Até a metade do século XVIII o surdo era considerado “não-educável”

1755: criação da 1ª escola pública para surdos na França

A educação formal dos surdos tem suas décadas de ouro de 1770 a 1820 com expansão das escolas e uso dos sinais metódicos

1789 morre o Abade L’Epeè...

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Histórico da Educação dos Surdos

1817 criação da American School for the Deaf, por Thomas H. Gallaudet

1857 criação do Imperial Instituto dos Surdos Mudos do Rio de Janeiro, pelo Imperador Dom Pedro II

1880 ocorreu o II Congresso Internacional de Educação de Surdos, em Milão-Itália

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Histórico da Educação dos Surdos

“Antes de Stokoe começar o seu trabalho, a língua de sinais não era vista como uma língua real. Em vez disso, ela era vista como uma porção de gestos sem sentido ou pantomima.” (Fonte: deafness.about.com) [ tradução livre do Inglês]

Começa-se a discutir a viabilidade do Oralismo enquanto filosofia única e exclusiva para o ensino dos deficientes auditivos.

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Histórico da Educação dos Surdos

Aprovação da Lei Federal 10.436 de 24 de abril de 2002.

Sanção do Decreto Federal 5.626, em 22 dezembro de 2005.

Ministério da Educação publica a “Política Nacional da Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva”, em janeiro de 2008.

Há toda uma mobilização das Escolas Especiais para o não-fechamento das mesmas (para surdos, cegos, deficientes intelectuais)

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Histórico da Educação do Surdo

O embate entre a educação gestualista e oralista do

surdo existiu desde os seus primórdios

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Filosofias Educacionais

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Oralismo

Foi a partir do Congresso Internacional de Educadores de Surdos, realizado em 1880 em Milão, no qual os professores surdos foram excluídos da votação, que o oralismo saiu vencedor e o uso da língua de sinais nas escolas foi “oficialmente” abolido. Os alunos surdos foram proibidos de usar sua língua “natural” e, dali por diante, forçados a aprender, o melhor que pudessem, a (para eles) “artificial” língua falada.

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Comunicação Total

Comunicação Total é uma filosofia educacional para alunos surdos que propõe a utilização de múltiplos meios de comunicação através de recursos lingüísticos e não lingüísticos como a oralidade, gestos, desenhos, sinais, leitura orofacial, mímica, expressões corporal e facial, datilologia, pantomima, leitura e escrita, entre outros, mas que não utiliza a LIBRAS, pelo fato de nem alunos e nem professores dominarem esta Língua.

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Bilinguismo

A evolução do conceito das línguas de sinais propiciadas pelas diversas pesquisas na área da lingüística passou a considerar a possibilidade de ser esta a língua que desenvolveria na criança surda “sua competência lingüística nos primeiros anos de vida, como ocorre com a criança ouvinte, diminuindo assim, a ênfase na reeducação auditiva”. Língua de Sinais como primeira língua e a língua oral do país como segunda língua; no caso do Brasil: LIBRAS e Língua Portuguesa.

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Como ensinar meu aluno que não ouve?

• Depende:– O que sei sobre surdez/educação de surdo...– Que direção a família decidiu seguir...– O que o meu aluno consegue...– A estrutura do sistema educacional...– Etc...

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PerspectivasEducação com base na abordagem oral:

Aluno deficiente auditivo, usuário do AASI e ou Implante Coclear (IC)

Sentar-se nas primeiras carteiras, próximo ao professor, de modo que o IC e ou melhor ouvido fique voltado para o professor

Carteiras e cadeiras com feltro nos pés para diminuir atrito e barulho, e outras medidas para cuidar da acústica da sala de aula

Número de alunos reduzidos

Foco no desenvolvimento oral

Aquisição de vocabulário (oral e escrito)

Trabalho sempre contextualizado e concreto

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PerspectivasEducação com base na abordagem bilíngue:

Aluno surdo, potencial usuário ou já usuário da LIBRAS

Educação Infantil junto com as demais crianças, com uso de sinais para situações do dia-a-dia: ÁGUA, BANHEIRO, COMER, CASA, MÃE, PAI, PROFESSOR, BRINCAR, etc...

Ensino Fundamental, primeiros anos, escola ou sala para surdos; professor surdo ou ouvinte FLUENTE em Língua de Sinais. Todo conteúdo acadêmico desenvolvido em Língua de Sinais

Língua Portuguesa como disciplina, ensinada com estratégias de língua estrangeira, na modalidade escrita, para leitura (silenciosa) e escrita do aluno surdo

Ensino Fundamental, Médio, Superior, alunos surdos, a priori, usuários competentes da Língua de Sinais, acompanhados por tradutores-intérpretes também competentes e fluentes na Língua de Sinais, na área.

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