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Descrição das dificuldades encontradas no ensino da ginecologia e obstetricia no Brasil.
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Chirlei A Ferreira
Chirlei A Ferreira
Embora alguns procedimentos de ginecologia, tais como a cesariana fossem conhecidos desde a época do Império Romano, a ginecologia como especialização da medicina e também ciência, surgiu somente no século XIX.
Os principais motivos que levaram a evolução da ginecologia foram o crescimento das cidades após a revolução industrial urbano, começaram a surgir melhores hospitais e a saúde pública, a descoberta da anestesia e procedimentos com anti-sepsia.
Chirlei A Ferreira
Há algumas décadas , o aprendizado de Ginecologia e Obstetrícia (GO) baseava-se nas lições de poucos e grandes mestres, que dominavam o conhecimento de forma abrangente.
O contato com o professor era intenso, ocorrendo, na maioria das vezes, à beira dos leitos hospitalares.
Atualmente, os alunos adquirem experiência em diferentes situações e cenários clínicos, incluindo ambulatórios e enfermarias, unidades básicas de saúde e hospitais universitários.
Chirlei A Ferreira
A multiplicação exponencial do conhecimento e das novas tecnologias levaram as subespecialidades e a dominação de conteúdos cada vez mais específicos.
Conseqüentemente os alunos são expostos a condutas e exemplos de docentes ou preceptores diversos que atuam em especialidades definidas muitas vezes carentes de uma visão holística do cuidado à mulher e deslocados da realidade na qual a paciente está inserida.
Chirlei A Ferreira
ALUNO
Ambulatório
Hospitais
UBSEnfermaria
Especialidades
?
Chirlei A Ferreira
Chirlei A Ferreira
Primeira Metade Segunda Metade
Relatório Flexner – EUA (1910)
MODELO FLEXNERIANO
Passa a direcionar o ensino médico
americano para uma sólida formação
em ciências básicas, utilizando o
hospital como cenário – é reproduzido
em diversos países inclusive no Brasil
Relatório Lalonde – CANADA (1974)
Conferência Internacional da
Organização Mundial em Saúde
Alma-Ata (1978)
Reforça um modelo ideológico da
Medicina Integral, a importância da
formação de um médico generalista e
da Atenção Primária à Saúde
Chirlei A Ferreira
8ª.Conferência Nacional de Saúde (1986)
Delineia o projeto de construção de
um sistema público de saúde pautado
numa concepção ampliada de saúde
e no lema – “Saúde como direito de
todos e dever do Estado”
Constituição Federal (1988)
Lei 8.080/90
Garantiu ao Sistema Único de Saúde
(SUS) dentro dos princípios da
universalidade, integralidade,
equidade, hierarquização da
assistência e participação da
comunidade
1991Associação Brasileira de Educação
Médica, Conselho Federal de Medicina e mais nove instituições relacionadas a
profissão médica constituíram a Comissão Interinstitucional
Nacional de Avaliação das Escolas Médicas (Cinaem)
FINALIDADE
Avaliar a educação médica e fomentar
o aperfeiçoamento do Sistema de
Saúde.
Chirlei A Ferreira
A DCN determina que o perfil do egresso do médico deve:
Ter formação generalista, humanista, crítica e reflexiva,
Deve ser capacitado a atuar, pautado em princípios éticos, no processo saúde-doença, em seus diferentes níveis de atenção, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação à saúde –integralidade da assistência;
Censo de responsabilidade social;
Compromisso com a cidadania;
Promotor da saúde integral do ser humano;
Competências gerais de atenção a saúde, tomada de decisões, comunicação, liderança, administração e gerenciamento;
Educação permanente.
Chirlei A Ferreira
Reorganização da atenção à saúde em níveis de assistência, retirando a atenção primária dos hospitais universitários;
O perfil de morbidade se modificou com a entrada da mulher no mercado de trabalho;
Redução da natalidade;
Envelhecimento da população;
Mudanças das prioridades femininas.
Chirlei A Ferreira
Chirlei A Ferreira
A maioria dos cursos de Medicina se encontra ainda
organizada de acordo com as proposições do Relatório
Flexner.
COMPLEXIDADE DA QUESTÃO:
Saúde e sociedade, paradigmas médicos e estilos de pensamento,
saberes e práticas, modelos assistenciais e resolutividade dos
problemas de saúde, políticas públicas e projetos pedagógicos de
cursos.
O ensino médico no Brasil está realmente
mudando?
Chirlei A Ferreira
PROFISSIONAL ASSISTENTE NÃO DOCENTE
ESTÍMULOPerfil de professor
Remuneração financeira
Carga horária assistencial deve ser acrescida de
atividade tutorial
Vínculo com a Universidade
INFLUÊNCIA POLÍTICA DO MUNICÍPIO
•Pós-graduação•Livre acesso nas aulas de residência para atualização;•Inscrição gratuita para congressos, •Acesso a biblioteca•Educação Permanente
Chirlei A Ferreira
HIERARQUIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA
ATENÇAO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER
ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL DE
GRAVIDEZ DE BAIXO RISCO
PATOLOGIAS COMUNS EM CONSULTÓRIO DE
GINECOLOGIA
ATENDIMENTO BÁSICO A MULHER
Chirlei A Ferreira
OS HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS SÃO REFERÊNCIAS TERCIÁRIA
COMO REALIZAR O APRENDIZADO BÁSICO E INTERMEDIÁRIO?
BUSCA DE OUTROS CENÁRIOS
UNIDADES DEPRONTO ATENDIMENTO
HOSPITAIS DEMÉDIO PORTEATENDIMENTO
NÍVEL SECUNDÁRIO
UNIDADES BÁSICASDE SAÚDE
Chirlei A Ferreira
UNIDADES BÁSICASDE SAÚDE
ATENÇÃO A SAÚDE DA MULHER
•Desenvolvimento de ações de promoções e prevenção em saúde da mulher;•Manuseio adequado de anticonceptivos;•Atendimento a mulher vítima de violência sexual;•Identificação dos aspectos normais da vida reprodutiva;•Identificação dos padrões do desenvolvimento e do padrão menstrual.
ATENÇÃO A SAÚDE DA MULHER
•Realizar semiologia ginecológica e propedêutica da saúde da mulher;•Prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças ginecológicas mais prevalentes, sabendo referenciar o necessário;•Prevenção primária e secundária das neoplasias mais prevalentes, •Identificação, orientação e manejo iniciais dos sinais e sintomas mais comuns do climatério.
ATENÇÃO A SAÚDE DA MULHERASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
•Identificação dos aspectos de normalidade do ciclo gravídico-puerperal através da realização da semiologia obstétrica;•Rastreamento do risco gestacional (demográfico-social-epidemiológico);•Preparo para o parto e amamentação;•Orientação quanto ao uso de drogas durante a gestação e lactação;•Diagnóstico e tratamento das principais intercorrências;•Diagnóstico, tratamento inicial e encaminhamento das intercorrências de maior gravidade.
Chirlei A Ferreira
HOSPITAIS DE MÉDIO PORTE ATENDIMENTO NÍVEL SECUNDÁRIO
ATENÇÃO A SAÚDE DA MULHER GESTANTE
ASSISTÊNCIA AO PARTO•Diagnóstico de trabalho de parto;•Acompanhamento de trabalho de parto através do conhecimento do mecanismo de parto e do partograma;•Diagnóstico e tratamento do manejo ativo do terceiro período do parto.
ASSISTÊNCIA AO PUERPÉRIO•Assistência ao puerpério imediato e tardio;•Orientações sobre amamentação•Acompanhamento do puerpério;•Planejamento familiar.
Chirlei A Ferreira
UNIDADES DEPRONTO ATENDIMENTO
ATENÇÃO A SAÚDE DA MULHER
OBSTÉTRICAS – DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO INICIAL
•Hemorragias do ciclo gravídico-puerperal;•Endocrinopatias descompensadas;•Infecções agudas no ciclo gravídico puerperal;•Emergências hipertensivas;•Urgências cardiovasculares na gravidez.
GINECOLÓGICAS – DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO INICIAL•Violência sexual;•Dor pélvica aguda;•Sangramento uterino anormal;•Abdome agudo;•Traumas ginecológicas
Chirlei A Ferreira
No nível de graduação, a maioria do conhecimento, habilidades e atitudes esperadas para a ginecologia e obstetrícia é adquirida no internato.
O aprendizado em serviço do Internato, etapas diferenciadas de aprendizagem da prática clínica gineco-obstétrica, requer um professor muito bem preparado. Deve estar atualizado no conhecimento clínico, ser habilidoso tecnicamente e na relação médico com o paciente e seu aluno, sensível às necessidades de ambos, apto a retroalimentar o aluno em relação ao seu desempenho no atendimento ao paciente e capaz de contribuir para a decisão a respeito da qualificação deste aluno para prosseguir nas próximas etapas da carreira e, no final, de ser médico.
Chirlei A Ferreira
EDUCAÇÃO PERMANENTE
ENCONTRO
UNIVERSIDADES SERVIÇOS DE SAÚDE
Chirlei A Ferreira
COMPETÊNCIA
SABERES
SABERFAZER
SABER SER
•COOPERAÇÃO
•COMUNICAÇÃO
•RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
•RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
CORRESPONDE AS DIRETRIZES
CURRICULARES
Chirlei A Ferreira
Chirlei A Ferreira
A DCN não define conteúdos específicos, nem os hierarquiza nas diferentes fases do curso;
Não há resoluções ou consensos da sociedade de especialidade, associações de professores de GO ou conselhos de residência médicas em GO que nos informem quais objetivos e conteúdos devem ser alcançados ao final do treinamento, o que difere dos EUA;
A inserção precoce do aluno nas atividades práticas e a ruptura da dicotomia básico-profissionalizante, as atividades voltadas à saúde da mulher se concentram numa fase avançada do curso;
O sistema de avaliação proposto deve ser válido, confiável, justo para todos os alunos, aceitável para os que vão utilizá-lo ou se submeter a ele, ter efeito educacional e ser viável.
Chirlei A Ferreira
SÉTIMO PERÍODO
Medicina Geral de Crianças I
Medicina Geral de Adultos I
Ginecologia e Obstetrícia I
Patologia Clínica II
Psicologia Médica Aplicada
OBJETIVO COMUM Integrar os conteúdos da
semiologia que permitam fazer o diagnóstico do estado de saúde do indivíduo, em seu contexto socioeconômico e cultural.
OITAVO PERÍODO
Medicina Geral de Crianças II
Medicina Geral de Adultos II
Ginecologia e Obstetrícia II
Cirurgia ambulatorial
Política da saúde e planejamento
OBJETIVO COMUM Integrar os o aluno ao SUS, através
da participação na assistência integral ao paciente dentro de seu contexto socioeconômico e cultural.
Chirlei A Ferreira
Distanciamento da realidade do paciente;
Clientela dirigida ou selecionada;
Falta de continuidade e seguimento;
Falta de integração entre as disciplinas;
Falta de integração entre as disciplinas e o serviço;
Falta de visão multiprofissional do trabalho em saúde;
Abordagem biologicista-individual do trabalho médico;
Métodos pedagógicos inadequados.
Chirlei A Ferreira
PRIMÁRIO Ambulatório pré-natal baixo risco/puerpério
tardio/planejamento familiar
SECUNDÁRIO Parto e puerpério imediato de baixo risco
TERCIÁRIO Pré-natal, parto e puerpério de gestação de alto risco
Lógica do nível crescente de complexidade com o decorrer do curso
Inserção do aluno na prática (4° ano?) Inserção da Universidade na comunidade
Chirlei A Ferreira
Chirlei A Ferreira
Percebeu-se a necessidade de: Um profissional capaz de atender melhor seus
clientes, mais humano, habilidoso, conhecedor, gerente, líder, capaz de solucionar 80% dos problemas da atenção primária e secundária (prevenção, promoção, recuperação – DIRETRIZES CURRICULARES – 2001)
A observação e o acompanhamento de atividade prática é eficaz para mudança de desempenho.
Chirlei A Ferreira
Conceitos que embasam a construção da prova prática
LÓGICA: somativa/formativa
(Perrenoud, 1999)
ESTRUTURADA: Objetiva
REALISMO
CONFIABILIDADE
VALIDADE É relativa a conteúdo, critério,
construção.
EXEMPLOS OSCE
Mini-OSCE
Casos longos/curtos
Paciente simulados
Pacientes padronizados
Mini-CEX
Chirlei A Ferreira
Sabe o que fazer
Sabe como fazer
Sabe
fazer
Avaliação
•COGNITIVOS +++ ++ + •Interna (auto)•Externa•Devolutiva: imediata/tardia
•AFETIVOS + ++ ++++
•PSICOMOTORES + + ++++
Mini - CEX
TAREFAS:Anamnese, exame clínico, comunicação, raciocínio clínico/crítico, condutas e orientações
Chirlei A Ferreira
Iniciou em 1972 em Dundee, na Escócia por R. Harden e F. Glesson;
Primeiro relato na literatura sobre OSCE (Exame Clínico Objetivo e Estruturado) foi em 1975 na BMJ;
Usado na graduação assim como na pós-graduação em diversas disciplinas;
Na maioria das estações os estudantes são observados por um ou mais examinadores;
Suas tarefas são realizados por materiais clínicos (dados de laboratórios, raio-x, etc) e suas respostas são anotadas.
Chirlei A Ferreira
PASSOS:
Defina a proposta da estação;
Faça as instruções para o candidato;
Organize o “checklist” para a pontuação;
Padronize as instruções aos pacientes;
Identifique os pontos das estações e instrua os candidatos.
HISTÓRIA CLÍNICA
CONDUTAOU
TRATAMENTO
DADOS LABORATORIAIS
Chirlei A Ferreira
Chirlei A Ferreira
ESTAÇÃO01
ESTAÇÃO08
ESTAÇÃO07
ESTAÇÃO06
ESTAÇÃO05
ESTAÇÃO04
ESTAÇÃO03
ESTAÇÃO02
ESTAÇÃO09
AUTO-AVALIAÇÃO
Chirlei A Ferreira
Avaliação de sua atuação em vivos: através de pacientes
simulados, vídeos, manequins, etc
Avaliação de sua atuação em vivos: questionários, testes baseados em
simulações, etc
Testes baseados em contextos clínicos: oral, textos, etc
Testes factuais: oral, textos,etc
SABER
SER
MOSTRAR
SABER FAZER
Chirlei A Ferreira
“Na verdade, sabe-se somente quando se sabe pouco;
Com o saber, crescem as dúvidas.”
Goethe
Muito obrigada!
Chirlei /2010