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Direito Administrativo - Bens públicos

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BENS PÚBLICOS

CONCEITO

Em suma, são todas as coisas corpóreas ou incorpóreas, imóveis,móveis e semoventes, créditos, direitos e ações que pertençam aqualquer título, às entidades estatais, autárquicas, fundacionais.

Todos os demais são considerados particulares.

“São públicos os bens de domínio nacional pertencentes àspessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros sãoparticulares, seja qual fora pessoa a que pertencerem”. (Art. 98 doCC).

Bens Públicos são todos aqueles que integram o patrimônio daAdministração Pública de direito público interno.

CONCEITO

Segundo JOSÉ DOS SANTOS CARVALO FILHO, o STF, quando daapreciação dos MS 23.627-DF e MS 23.875-DF, em 07/03/2002(informativo nº. 259, março/2002) manifestou-se no sentido denão considerar os bens das Empresas Públicas e das Sociedades deEconomia Mista como bens públicos e sim como bens privados.

E os bens das empresas públicas e as sociedades de economia?

As empresas públicas e as sociedades de economia, embora sejampessoas jurídicas de direito privado, integram as pessoas jurídicasde direito público interno, assim os bens destas pessoas tambémsão públicos, segundo a clássica lição de HELY LOPES MEIRELLES.

CONCEITO

Dessa maneira, o controle do Tribunal de Contas executado combase no art. 71, II da CR/88 que se refere a “ dinheiros, bens evalores públicos”), somente tem incidência nestes últimos, ficandoos primeiros fora do âmbito do controle.” ( FILHO, José Santos:2008: 1075).

“Ainda, o autor enuncia que os valores e bens oriundos da gestãoda empresa pública ou da sociedade de economia mista devemcaracterizar-se, em princípio, como privados, já que, como temosvisto, são elas pessoas jurídicas de direito privado (art. 98 doCódigo Civil). Somente os bens e valores oriundos diretamente dapessoa controladora, normalmente a entidade federativa, e aindanão administrados pelo ente paraestatal, é que se qualificam comopúblicos.

CONCEITO

Bandeira de Mello:

Bens da Administração Direta, Autárquica e Fundacional são públicos.

Empresa pública e sociedade de economia mista:

a)Se não forem prestadoras de serviço público, os bens sãoprivados;

b) Se forem prestadoras de serviço público, os bens são públicos.

CONCEITO

Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo:

Empresa pública e sociedade de economia mista:

Bens da Administração Direta, Autárquica e Fundacional sãopúblicos.

a)Se não forem prestadoras de serviço público, os bens sãoprivados;

b) Se forem prestadoras de serviço público, os bens sãoprivados, porém aplica-se algumas regras do direito públicocomo a e impenhorabilidade e não onerabilidade.

CONCEITO

(0AB/EXAME UNIFICADO/2011) Sobre os bens públicos é corretoafirmar que:

b) os bens de uso comum são passíveis de usucapião.

a) os bens de uso especial são passíveis de usucapião.

c) os bens de empresas públicas que desenvolvem atividadeseconômicas que não estejam afetados a prestação de serviçospúblicos são passíveis de usucapião.

d) nenhum bem que pertença à pessoa jurídica integrante daadministração pública indireta é passível de usucapião.

CONCEITO

(OAB/EXAME UNIFICADO/2010)De acordo com o critério datitularidade, consideram-se públicos os bens do domínio nacionalpertencentes:

b) às entidades da Administração Pública Direta, às autarquiase às empresas públicas.

a) às entidades da Administração Pública Direta e Indireta.

c) às pessoas jurídicas de direito público interno e às pessoasjurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos.

d) às pessoas jurídicas de direito público interno.

CLASSIFICAÇÃO

1ª CLASSIFICAÇÃO:

a) BEM DE USO COMUM,

b) BEM DE USO ESPECIAL,

c) BEM DOMINICAL.

O critério de classificação destes bens é o da destinação ouafetação dos bens:

Bens de uso comum do povo são destinados, por natureza ou porlei, ao uso coletivo;

CLASSIFICAÇÃO

a) Bens de uso comum: São aqueles destinados ao usoindistinto de toda a população. Ex: Mar, rio, rua, praça,estradas, parques (art. 99, I do CC).

O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou oneroso,conforme for estabelecida por meio da lei da pessoa jurídica aqual o bem pertencer (art. 103 CC). Ex: Zona azul nas ruas ezoológico. O uso desses bens públicos é oneroso.

Já os dominicais são DESAFETADOS, ou seja, não estão destinadosnem a uma finalidade comum e nem a uma especial.

CLASSIFICAÇÃO

b) Bens de uso especial: São aqueles destinados a uma finalidadeespecífica. Ex: Bibliotecas, teatros, escolas, fóruns, quartel, museu,repartições publicas em geral (art. 99, II do CC).

Bens de uso especial são destinados para consecução dos seusobjetivos, como os imóveis onde estão instaladas as repartiçõespúblicas, os bens móveis utilizados a realização dos serviçospúblicos (veículos oficiais, materiais de consumo, navios deguerra), as terras dos silvícolas, os mercados municipais, os teatrospúblicos, os cemitérios públicos.

CLASSIFICAÇÃO

Bens dominicais não tem destinação definida, razão pela qualpodem ser aplicados pelo Poder Público, para obtenção de rendacomo as terras devolutas, terrenos da marinha, dos imóveis nãoutilizados pela administração, dos bens móveis que se torneminservíveis.

c)Bens dominicais: Não estão destinados nem a uma finalidadecomum e nem a uma especial. “Constituem o patrimônio daspessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoalou real, de cada uma dessas entidades” (art. 99, III do CC).

CLASSIFICAÇÃO

São bens de patrimônio disponível, pois, são alienáveis.

Submetem-se a um regime jurídico de direito privado, pois aAdministração Pública age, em relação a eles, como umproprietário privado.

Os bens dominicais, não estando afetados a finalidade públicaespecífica, podem ser alienados por meio de institutos dodireito privado (compra e venda, doação, permuta) ou dodireito público (investidura, legitimação de posse eretrocessão). Na esfera federal, os requisitos para alienaçãoconstam do artigo 17 da Lei nº 8.666, de 21-6-93.

CLASSIFICAÇÃO

CAPÍTULO

O Código Civil enuncia que:

Dos Bens Públicos

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes àspessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros sãoparticulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.

CLASSIFICAÇÃO

I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruase praças;

Art. 99. São bens públicos:

II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados aserviço ou estabelecimento da administração federal, estadual,territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;

III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoasjurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real,de cada uma dessas entidades.

Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-sedominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direitopúblico a que se tenha dado estrutura de direito privado.

CLASSIFICAÇÃO

Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de usoespecial são inalienáveis, enquanto conservarem a suaqualificação, na forma que a lei determinar.

Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados,observadas as exigências da lei.

Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ouretribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade acuja administração pertencerem.

CLASSIFICAÇÃO

2ª) CLASSIFICAÇÃO:

Já se nota, por essas características, um ponto comum – adestinação pública – nas duas primeiras modalidades, e que asdiferencia da terceira, sem destinação pública. Por essa razão, sobo aspecto jurídico, pode-se dizer que há duas modalidades de benspúblicos:

1. os do domínio público do Estado, abrangendo os de uso comumdo povo e os de uso especial;

a) Consideram-se bens de uso comum do povo aqueles que, pordeterminação legal ou por sua própria natureza, podem serutilizados por todos em igualdade de condições, sem necessidadede consentimento individualizado por parte da Administração.

CLASSIFICAÇÃO

b)Bens de uso especial são todas as coisas, móveis ou imóveis,corpóreas ou incorpóreas, utilizadas pela Administração Públicapara realização de suas atividades e consecução de seus fins.

c) São, portanto, características dos bens das duas modalidadesintegrantes do domínio público do Estado a inalienabilidade e,como decorrência desta, a imprescritibilidade, aimpenhorabilidade e a impossibilidade de oneração.

Nesta espécie, a administração tem o dever de fiscalização,imposição de sanções, compatibilizando uso.

CLASSIFICAÇÃO

2. os do domínio privado do Estado, abrangendo os bensdominicais.

São definidos legalmente como “os que constituem o patrimônioda União, dos Estados ou Municípios, como objeto de direitopessoal ou real de cada uma dessas entidades” (art. 66, III, doCódigo Civil); é “a parcela de bens que pertence ao Estado em suaqualidade de proprietário”.

CLASSIFICAÇÃO

3ª CLASSIFICAÇÃO:

Outra classificação dos bens públicos é a que consta do Regulamentodo Código de Contabilidade Pública da União, aprovado pelo Decretonº 15. 783, de 8-11-22, o qual, embora empregando, no artigo 803, amesma terminologia utilizada no artigo 66 do Código Civil anterior,faz melhor distinção, no artigo 807:

a) Bens patrimoniais indisponíveis: bens de uso especial e de usocomum;

b) Bens patrimoniais disponíveis:bens dominicais.

ADMINISTRAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS

O poder de utilização e conservação das coisas administradas,rege-se pelas normas do Direito Público, aplicando-sesupletivamente os preceitos do Direito Privado no que aquelasforem falhas ou omissas.

A utilização e conservação das coisas administradas é diferente daideia de propriedade que inclui o poder de oneração,disponibilidade e a faculdade de aquisição.

Noções Gerais:

Quando se diz que uma coisa está no comércio jurídico ou éjuridicamente comerciável, quer-se exprimir a suscetibilidade dessa coisaser objeto de direitos individuais.

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

As coisas fora do comércio não podem, por sua natureza ou pordisposição legal, ser objeto de posse, nem sobre elas se podem fazerquaisquer contratos.

Segundo Di Pietro ( 2010:676) as coisas públicas estão fora do comérciojurídico privado, o que significa serem insuscetíveis de redução àpropriedade particular, inalienáveis, imprescritíveis, impenhoráveis e nãooneráveis pelos modos de direito privado, enquanto coisas públicas.

A concessão desse regime jurídico decorre dos interesses que o PoderPúblico representa quando atua.

AFETAÇÃO E DESAFETAÇÃO:

Afetação consiste em conferir ao bem público uma destinação.Desafetação (desconsagração) consiste em retirar do bem aqueladestinação anteriormente conferida a ele.

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

Os bens dominicais não apresentam nenhuma destinação pública,ou seja, não estão afetados. Assim, são os únicos que não precisamser desafetados para que ocorra sua alienação.

Tanto a afetação quanto a desafetação pode ser expressas outácitas.

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

Por exemplo, a Administração pode publicar um decretoestabelecendo que determinado imóvel integrante dos bensdominicais da Administração Pública será destinado a uma escolaou simplesmente instalar a escola no prédio.

O que não pode ocorrer é desafetação pelo não uso, como porexemplo uma rua que deixa de ser utilizada.

Expressa decorre de ato de lei ou ato administrativo; tácita resultada atuação direta da Administração Pública, sem manifestação dasua vontade.

Inalienabilidade:

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

Alienação é toda transferência de propriedade, remunerada ougratuita, sob a forma de venda, permuta, doação, dação empagamento, investidura, legitimação de posse ou concessão dedomínio.

A Regra geral é que os bens públicos não podem ser alienados(vendidos, permutados ou doados). A exceção é que os benspúblicos podem ser alienados se atenderem aos seguintesrequisitos:

a) Caracterização do interesse público;

b) Realização de pesquisa prévia de preços (se vender abaixo dopreço causando atos lesivos ao patrimônio público cabe açãopopular);

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

c) Desafetação dos bens de uso comum e de uso especial: os bensde uso comum e de uso especial são inalienáveis enquantoestiverem afetados.

“Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especialsão inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, naforma que a lei determinar” (art. 100 do CC).

d) Os bens dominicais não precisam de desafetação para quesejam alienados.

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

“Os bens públicos dominicais podem ser alienados,observadas as exigências da lei” (art. 101 do CC).

e) Necessidade de autorização legislativa em se tratando de bensimóveis (art. 17 da lei 8666/93). Para bens móveis não há essanecessidade.

f) Abertura de licitação na modalidade de concorrência ou leilão daseguinte forma:

Bens Imóveis:

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

A alienação necessita de:

Interesse autorização legislativa avaliação prévia e licitação:

Regra:

Concorrência,

Exceção:

Cabe concorrência ou leilão nos casos de imóveis oriundos de daçãoem pagamento ou procedimento judicial conforme o artigo 17, I e19 da CR/88:

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública,subordinada à existência de interesse público devidamentejustificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintesnormas:

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa paraórgãos da administração direta e entidades autárquicas efundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais,dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade deconcorrência, dispensada esta nos seguintes casos:

a) dação em pagamento;

b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ouentidade da administração pública, de qualquer esfera degoverno, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i;

c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantesdo inciso X do art. 24 desta Lei;

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

d) investidura;

e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, dequalquer esfera de governo;

f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direitoreal de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveisresidenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados noâmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiáriade interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades daadministração pública;

g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Leino 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberaçãodos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-setal atribuição;

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito realde uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercialde âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metrosquadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularizaçãofundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades daadministração pública;

f.2) Bens Móveis:

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa,de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidamocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha(mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária,atendidos os requisitos legais;

a alienação exige:

Avaliação prévia interesse público licitação:

Bens móveis até R$ 80.000,00 cabe o convite ou leilão;

Até R$ 650.000,00 cabe tomada de preços ou leilão;

Acima de R$ 650.000,00 cabe a concorrência.

Art. 17 da lei 8.666/93:

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§ 6° Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ouglobalmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23,inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir oleilão. ( valor de até R$ 650.000,00)

O artigo 17, II enuncia os casos de dispensa de licitação:

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação,dispensada esta nos seguintes casos:

a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso deinteresse social, após avaliação de sua oportunidade econveniência sócio-econômica, relativamente à escolha deoutra forma de alienação;

b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ouentidades da Administração Pública;

c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa,observada a legislação específica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ouentidades da Administração Pública, em virtude de suasfinalidades;

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ouentidades da Administração Pública, sem utilização previsível porquem deles dispõe.

§ 1° Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I desteartigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação,reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a suaalienação pelo beneficiário.

Formas de Alienação

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

Venda

Contrato de Direito Privado sendo aplicada se se seguidas asformalidades acima.

Doação

Contrato civil;

Pode ser com ou sem encargos;

Depende de lei autorizadora, prévia avaliação e licitação sendodispensada nos casos do artigo 17, I e II.

Dação em Pagamento

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

Não exige licitação, mas exige prévia autorização legislativa eavaliação do bem;

Aplica-se normas de compra e venda.

Permuta, troca ou escambo

É o contrato pelo qual as partes transferem e recebem umbem, uma da outra, bens esses que se substituemreciprocamente no patrimônio dos permutantes.

Há sempre na permuta uma alienação e uma aquisição decoisa, da mesma espécie ou não.

A permuta pressupõe igualdade de valor entre os benspermutáveis, mas é admissível a troca de coisa de valores desiguaiscom reposição ou em dinheiro do faltante.

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

Essa complementação em pecúnia, para igualarem-se os valoresdas coisas trocadas, não desnatura a permuta, desde que aintenção precípua de cada parte é obter o bem da outra.

A permuta do bem público, como as demais alienações, exigeautorização legal e avaliação prévia das coisas a serem trocadas,mas não exige licitação, pela impossibilidade mesma de suarealização, uma vez que a determinação dos objetos da troca nãoadmite substituição ou competição licitatória.

Qualquer bem público, desde que desafetado do uso comum dopovo ou de destinação pública especial, pode ser permutado comoutro bem público ou particular, da mesma espécie ou de outra.

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

O essencial é que a lei autorizadora da permuta identifique os bensa serem permutados e a avalição prévia atribua-lhes corretamenteos valores, para a efetivação da troca sem lesão ao patrimôniopúblico.

Investidura

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

Incorporação de área pública, considerada como sobrainaproveitável de terreno público em decorrência de conclusão deobra, por proprietário de imóvel lindeiro (incorpora lote a seulote);

Visa o aproveitamento de terrenos isoladamente inaproveitávies;

A formalização se faz por escritura pública ou termoadministrativo.

A investidura é prevista no artigo 17, p. 3º que enuncia:

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

§ 3° Entende-se por investidura, para os fins desta lei:

I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de árearemanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornarinaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliaçãoe desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valorconstante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei;

II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes,ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos emnúcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde queconsiderados dispensáveis na fase de operação dessas unidades enão integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão.

Concessão de Domínio

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É forma de alienação de terras públicas que teve sua origem naconcessões de sesmaria da Coroa e foi largamente usada nasconcessões de datas da municipalidades da colônia e do Império.

A concessão de domínio de terras públicas não deve serconfundida com a concessão administrativa de uso de bempúblico, nem com a concessão de direito real de uso de terrenospúblicos porque importa alienação do imóvel enquanto estasconcessões de uso como direito pessoal ou real – possibilitamapenas a utilização do bem concedido, sem a transferência da suapropriedade.

Assim:

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Só é utilizada nas concessões de terras devolutas da União,dos Estados e dos Municípios;

São vendas ou doações dessas terras públicas, precedidas delei autorizadora e avaliação, além da aprovação do CongressoNacional, quando excedentes de 2.500 hectares;

Quando feito entre entidades estatais, formaliza-se por lei eindepende de registros;

Quando feita à particular, exige termo administrativo ouescritura pública e o título deve ser transcrito no registroimobiliário competente;

Importa alienação de imóvel – transferência de propriedade.

Legitimação de Posse

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

A legitimação de posse é em regra precedida de um processo dediscriminação de terras devolutas, cujo objetivo é separar as terraspúblicas das terras particulares; concluído o processo, os posseirosque não tenham título legítimo de domínio, mas que preenchamos requisitos para legitimação, recebem o título de domínio dopoder público.

É modo excepcional de transferência de domínio de terra devolutaou área pública sem utilização, ocupada por longo tempo, porparticular que nela se instala, cultivando-a ou levantandoedificação para seu uso;

É expedido título de legitimação de posse que na verdade é títulode transferência de domínio.

A legitimação de posse é prevista no art. 17, p. 2º da Lei 8666/93.

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

§ 2° A Administração também poderá conceder título depropriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensadalicitação, quando o uso destinar-se:

I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquerque seja a localização do imóvel;

II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou atonormativo do órgão competente, haja implementado os requisitosmínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração diretasobre área rural situada na Amazônia Legal, superior a 1 (um)módulo fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, desde quenão exceda 1.500ha (mil e quinhentos hectares);

§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas deautorização legislativa, porém submetem-se aos seguintescondicionamentos:

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de terraspúblicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamentoecológico-econômico;

I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção porparticular seja comprovadamente anterior a 1o de dezembro de2004;

II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regimelegal e administrativo da destinação e da regularização fundiária deterras públicas;

IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensadanotificação, em caso de declaração de utilidade, ou necessidadepública ou interesse social.

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde quenão exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa delicitação para áreas superiores a esse limite;

§ 2°-B. A hipótese do inciso II do § 2° deste artigo:

I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito avedação, impedimento ou inconveniente a sua exploraçãomediante atividades agropecuárias;

III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente dafigura prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até olimite previsto no inciso II deste parágrafo.

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008)

Dação em pagamento:

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

É a entrega de um bem que não seja dinheiro para solver dívidaanterior. A coisa dada em pagamento pode ser de qualquer espéciee natureza, desde que o credor consinta no recebimento emsubstituição da prestação que lhe era devida.

A Administração pode utilizar-se da dação em pagamento, comprévia autorização legislativa e avaliação do bem a ser empregadono resgate da dívida.

As relações entre as partes reger-se-ão pelas normas da compra evenda.

Imprescritibilidade:

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

É a característica dos bens públicos que impedem que sejamadquiridos por usucapião.

Os imóveis públicos, urbanos ou rurais, não podem ser adquiridospor usucapião.

“Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião” (art. 183e 191, parágrafo único da CF).

“Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião” (art. 101 do CC).

“Desde a vigência do Código Civil (CC/16), os bens dominicais,como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos porusucapião” (súmula 340 do STF).

Impenhorabilidade:

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

É a característica dos bens públicos que impedem que sejam elesoferecidos em garantia para cumprimento das obrigaçõescontraídas pela Administração junto a terceiros.

Os bens públicos não podem ser penhorados, pois a execuçãocontra a Fazenda Pública se faz de forma diferente.

A Constituição Federal enuncia:

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

Art. 100. Á exceção dos créditos de natureza alimentícia, ospagamentos devidos pela Fazenda Federal, Estadual, ou Municipal,em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente naordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta doscréditos respectivos, proibida a designação de casos ou pessoasnas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos paraeste fim.

A Regra geral é que a execução contra a Fazenda se faz através daexpedição de precatórios (títulos emitidos a partir de sentençacom trânsito em julgado que o torna legitimo credor daAdministração Pública).

Os precatórios devem ser liquidados na ordem cronológica de suaapresentação e não podem conter nome de pessoas e nem dadosconcretos (princípio da impessoalidade).

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

Só serão incluídos no orçamento os precatórios apresentados até01/07, pois é nesta data que começa a discussão do orçamentopara o ano seguinte (art. 100, §1º da CF).

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

Liquidação dos precatórios:

Serão Liquidados até o último dia do exercício financeiro seguinte(art. 100, §1º da CF).

A EC 30/00 determinou que os precatórios pendentes em 2000 eos que decorram de ação ajuizada até 31/12/99 serão liquidadospor seu valor real, em moeda corrente, acrescido de juros legais,em prestações anuais, iguais e sucessivas, no prazo máximo de 10anos, permitida a cessão de créditos.

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

Créditos alimentares: Também dependem de precatórios e serãoliquidados na ordem cronológica de sua apresentação, masformam uma fila a parte em relação aos demais.

“A execução prevista no art. 100 caput, da Constituição, em favordos créditos de natureza alimentar não dispensa a expedição deprecatórios, limitando-se a isenta-los da observância da ordemcronológica dos precatórios decorrentes de condenações de outranatureza” (Súmula 655 do STF).

“Os débitos de natureza alimentar compreendem aquelesdecorrentes de salários, vencimento, proventos, pensões e suascomplementações, benefícios previdenciários e indenizações pormorte ou invalidez, fundadas na responsabilidade civil, em virtudede sentença transitada em julgado” (art. 100, §1º-A da CF).

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

NÃO ONERAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

A impossibilidade de oneração dos bens públicos – das entidadesestatais, autárquicas e fundacionais – é uma questão indiscutível,diante da sua inalienabilidade e impenhorabilidade.

Assim, não podem ser onerados com penhor, anticrese e hipoteca.

FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO: AQUISIÇÃO DE BENSPÚBLICOS

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

As formas de aquisição de um bem público podem ser:

a) Regidas pelo direito privado: compra, recebimento emdoação, permuta, usucapião, acessão, herança;

a) Regidas pelo direito público: desapropriação, requisição decoisas móveis consumíveis, aquisição por força de lei ou deprocesso judicial de execução, confisco, investidura, perda debens como penalidade, reversão, caducidade do aforamento.

FORMAS DE AQUISIÇÃO: Direito privado:

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

a) Compra: sujeita-se a licitação, conforme artigo 37, XXI daCR/88, que ressalva no entanto, os casos previstos em lei. Acompra é, em geral, utilizada para a aquisição de coisas móveis esemoventes, devendo obedecer as normas da lei 8666/93, emespecial os artigos 6º, III; 14 a 16, 23 e 24.

Quanto aos bens imóveis, é muito rara a compra, uma vez que aAdministração possui o poder de desapropriar.

A alienação de bem imóvel é exigida, sob a modalidade deconcorrência ( art. 23, p. 3º da lei 8.666/93) sendo dispensávelquanto se tratar de bem destinado ao serviço público, cujasnecessidades de instalação ou localização condicionem a sua escolha,desde que o preço seja compatível com o valor do mercado segundoavaliação prévia. (art. 24,X).

b) Doação;

REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

c) Herança: Além da possibilidade do Estado receber bens porforça de testamento, ainda há os chamados bens vagos queentram para o patrimônio público depois de cinco anos dadeclaração de vacância da herança;

d) Invenção: corresponde ao achado de coisas perdidas,chamadas bens do evento ( art. 1233 a 1237 do Código Civil).Depois de 60 dias de publicado na imprensa ou por edital, não seapresentando quem comprove a propriedade sobre a coisa, seráesta vendida em hasta pública e, deduzidas do preço as despesasmais a recompensa do descobridor.

Formação do patrimônio público regida pelo direito público:

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a) Desapropriação ( tratado em capítulo próprio).

b) Requisição;

c) Aquisição por força de lei;

d) Aquisição por força de sentença judicial;

Pode se dar em processos de execução da Fazenda Pública.

e) Perda de bens como penalidade: Ainda pode ocorrer emsentenças no qual se decreta o perdimento de bens, (art. 5º XLV,b da CR/88) ou em condenação por improbidade administrativa.

O confisco é previsto como penalidade, acarretando a perdado bem pelo punido e sua aquisição pelo poder público, comono artigo 243 da CR/88.

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f) Reversão,

É instituto próprio da concessão de serviços públicos implicandoa transferência dos bens do concessionário para o patrimôniopúblico, ao término do contrato.

g) Caducidade do aforamento.

Ocorre quando o foreiro deixar de pagar o foro por três anosconsecutivos ou quatro intercalados ( art. 101, PU, DL 9.760/46).

BENS PÚBLICOS EM ESPÉCIE

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A Constituição Federal indica no artigo 20 os bens da União, e noartigo 26 os bens do Estado.

Por sua vez o Decreto-lei n. 9760/46 enumera os bens imóveis daUnião.

O Código das Águas ( Decreto n. 24.643/34) classifica as águaspúblicas em de uso comum e dominicais. O Estatuto da Terracontem normas sobre as terras públicas situadas na zona rural.

E ainda se encontram subsídio sobre bens públicos no CódigoFlorestal, Código de Minas, Código das Àguas Minerais.

CAPÍTULO II

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DA UNIÃO

Art. 20. São bens da União:

I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a seratribuídos;

II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras,das fortificações e construções militares, das vias federais decomunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;

III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos deseu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam delimites com outros países, ou se estendam a território estrangeiroou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praiasfluviais;

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IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outrospaíses; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras,excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, excetoaquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambientalfederal, e as referidas no art. 26, II;

V - os recursos naturais da plataforma continental e da zonaeconômica exclusiva;

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VI - o mar territorial;

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;

VIII - os potenciais de energia hidráulica;

IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos epré-históricos;

XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios

§ 1º - É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao DistritoFederal e aos Municípios, bem como a órgãos da administraçãodireta da União, participação no resultado da exploração depetróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geraçãode energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivoterritório, plataforma continental, mar territorial ou zonaeconômica exclusiva, ou compensação financeira por essaexploração.

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§ 2º - A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, aolongo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira,é considerada fundamental para defesa do território nacional, esua ocupação e utilização serão reguladas em lei.

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:

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I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes eem depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, asdecorrentes de obras da União;

II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seudomínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios outerceiros;

III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;

IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais eos potenciais de energia hidráulica constituem propriedadedistinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento,e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedadedo produto da lavra.

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§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamentodos potenciais a que se refere o "caput" deste artigo somentepoderão ser efetuados mediante autorização ou concessão daUnião, no interesse nacional, por brasileiros ou empresaconstituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede eadministração no País, na forma da lei, que estabelecerá ascondições específicas quando essas atividades se desenvolveremem faixa de fronteira ou terras indígenas.

§ 2º - É assegurada participação ao proprietário do solo nosresultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei.

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§ 3º - A autorização de pesquisa será sempre por prazodeterminado, e as autorizações e concessões previstas nesteartigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ouparcialmente, sem prévia anuência do poder concedente.

§ 4º - Não dependerá de autorização ou concessão oaproveitamento do potencial de energia renovável de capacidadereduzida.

Decreto-lei n. 9760/46

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a) os terrenos de marinha e seus acréscidos ;

b) os terrenos marginais dos rios navegáveis, em TerritóriosFederais, se, por qualquer título legítimo, não pertencerem aparticular;

c) os terrenos marginais de rios e as ilhas nestes situadas na faixada fronteira do território nacional e nas zonas onde se faça sentir ainfluência das marés;

d) as ilhas situadas nos mares territoriais ou não, se por qualquertítulo legítimo não pertencerem aos Estados, Municípios ouparticulares;

Art. 1º Incluem-se entre os bens imóveis da União:

e) a porção de terras devolutas que fôr indispensável para a defesada fronteira, fortificações, construções militares e estradas deferro federais;

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f) as terras devolutas situadas nos Territórios Federais;

g) as estradas de ferro, instalações portuárias, telégrafos,telefones, fábricas oficinas e fazendas nacionais;

h) os terrenos dos extintos aldeamentos de índios e das colôniasmilitares, que não tenham passado, legalmente, para o domíniodos Estados, Municípios ou particulares;

j) os que foram do domínio da Coroa;

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k) os bens perdidos pelo criminoso condenado por sentençaproferida em processo judiciário federal;

l) os que tenham sido a algum título, ou em virtude de lei,incorporados ao seu patrimônio.

i) os arsenais com todo o material de marinha, exército e aviação,as fortalezas, fortificações e construções militares, bem como osterrenos adjacentes, reservados por ato imperial;

CÓDIGO DAS ÁGUAS

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TíTULO II

ÁGUAS PÚBLICAS EM RELAÇÃO AOS SEUS PROPRIETÁRIOS CAPÍTULOÚNICO

Art. 29. As águas públicas de uso comum, bem como o seu álveo,pertencem:

I – A União:

a) quando marítimas;

b) quando situadas no Território do Acre, ou em qualquer outroterritório que a União venha a adquirir, enquanto o mesmo nãose constituir em Estado, ou for incorporado a algum Estado;

c) quando servem de limites da República com as nações vizinhasou se extendam a território estrangeiro;

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d) quando situadas na zona de 100 kilometros contigua aos limitesda República com estas nações;

e) quando sirvam de limites entre dois ou mais Estados;

f) quando percorram parte dos territórios de dois ou mais Estados.

II – Aos Estados:

a) quando sirvam de limites a dois ou mais Municípios;

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b) quando percorram parte dos territórios de dois ou maisMunicípios.

III – Aos Municípios:

a) quando, exclusivamente, situados em seus territórios, respeitadasas restrições que possam ser impostas pela legislação dos Estados.

§ 1º Fica limitado o domínio dos Estados e Municípios sobrequaisquer correntes, pela servidão que a União se confere, para oaproveitamento industrial das águas e da energia hidráulica, e paranavegação;

§ 2º Fica, ainda, limitado o domínio dos Estados e Municípios pelacompetência que se confere a União para legislar, de acordo com osEstados, em socorro das zonas periodicamente assoladas pelas secas.

Art. 30. Pertencem a União os terrenos de marinha e os acrescidosnatural ou artificialmente, conforme a legislação especial sobre oassunto.

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Art. 31. Pertencem aos Estados os terrenos reservados as margensdas correntes e lagos navegáveis, se, por algum título, não forem dodomínio federal, municipal ou particular.

Parágrafo único. Esse domínio sofre idênticas limitações as de quetrata o art. 29.

ESPÉCIES:

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a) Terras devolutas – segundo o Prof. Hely Lopes, terras devolutassão todas aquelas que, pertencentes ao domínio público dequalquer das entidades, não se acham utilizadas pelo PoderPúblico, nem destinadas a fins administrativos específicos.

As terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, dasfortificações e construções militares, das vias federais decomunicação e à preservação ambiental pertencem à União (CF,artigo 20, II).

As demais, pertencem aos Estados-membros (CF, artigo 26, IV).

Ou seja, se enquadram como bens dominicais, pois não sãoutilizadas para quaisquer finalidades específicas.

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b) Terras marinhas – são as áreas banhadas pelas águas do mar oudos rios navegáveis, em sua foz, se estendem à distancia de 33metros para a área terrestre, contados da linha do preamar médiode 1831.

Segundo o artigo 20, III da CF, os terrenos de marinha pertencem àUnião, por imperativos de defesa e de segurança nacional.

c) Terrenos acrescidos – são os que se tiverem formado, naturalou artificialmente, para o lado do mar ou dos rios e lagoas, emseguimento aos terrenos de marinha.

Os terrenos acrescidos, agregados que são aos terrenos demarinha, também pertencem à União.

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d) Terrenos preservados – são aqueles que são banhados pelascorrentes navegáveis, fora do alcance das marés, se estendem atéa distância de 15 metros para a parte da terra, contados desde alinha média das enchentes ordinárias.

e) Terras ocupadas pelos índios – são as terras habitadas por elestradicionalmente em caráter permanente, abrangendo asutilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis àpreservação dos recursos ambientais necessários a seu bem estare as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo osusos, costumes e tradições.

São bens pertencentes à União, conforme o artigo 20, XI da CF, epor possuírem destinação especifica, são classificados como bensde uso especial.

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f) Plataforma continental – é a extensão das áreas continentaissob o mar até a profundidade de cerca de duzentos metros.

A plataforma continental pertence à União, e tal domínio éimprescindível para a proteção dos recursos minerais e animaisexistentes nessa faixa.

Os recursos naturais da plataforma continental, por forçaconstitucional, também pertencem à União, conforme artigo 20, Vda CF.

g) Ilhas – podem ser marítimas, fluviais e lacustres, conformeestejam, respectivamente no mar, nos rios, e nos lagos. As ilhasmarítimas são oceânicas, quando localizadas distante da costa enão têm relação geológica com o relevo do continente, oucosteiras, quando se formam do próprio relevo da plataformacontinental.

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Em regra, as ilhas marítimas pertencem à União, mas os Estadospoderão ter áreas das ilhas costeiras e oceânicas. (Artigo 20, IVCF).

As ilhas fluviais e lacustres pertencem aos estados membros,exceto se estiverem em zonas limítrofes, com outros países, ounos rios que banham mais de um estado, casos em quepertencerão União. (Artigo 20, III da CF)

Em regra, são classificadas como bens dominicais, mas poderãoenquadrar-se na definição de bens de uso comum do povo setiverem essa destinação específica.

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h) Faixa de fronteiras – é a área de até 150 km de largura, quecorre paralelamente à linha terrestre demarcatória da divisa entreo território nacional e países estrangeiros, consideradafundamental para a defesa do território nacional, artigo 20, §2ºCF.

i) Águas públicas – são aquelas de que se compõem os mares, osrios e os lagos do domínio público.

As águas públicas podem ser de uso comum e dominicais.

São consideradas de uso comum: os mares territoriais; as correntes,canais e lagos navegáveis ou flutuáveis; as correntes de que se façamessas águas; as fontes e reservatórios públicos; as nascentes que, porsi sós, constituem a nascente do rio; os braços das correntes públicasquando influam na navegabilidade ou flutuabilidade.

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Todas as demais águas públicas, ou seja, aquelas que não seconfigurarem como de uso comum, são consideradas águasdominicais.

As águas públicas pertencem aos Estados Membros, exceto seestiverem em terrenos da União, se banharem mãos de um Estado,se fizerem limites com outros países ou se estenderem a territórioestrangeiro ou dele provierem, hipóteses em que pertencerão àUnião. (Artigo 20, III CF).

QUESTÃO

(CONSULPLAN - 2012 - TSE - Analista Judiciário - Área Judiciária)

De acordo com a classificação dos bens públicos, é correto afirmarque o meio ambiente

a) é um bem de uso comum do povo por expressa disposiçãoconstitucional.

b) é um bem de uso especial por ter uma destinaçãoespecífica.

c) é um bem dominical por não estar afetado a nenhumafinalidade específica.

d) não se enquadra em nenhuma classificação, uma vez quenão é considerado um bem para o direito brasileiro.

( FCC - 2012 - TRE-CE - Analista Judiciário - Área Judiciária) O bempúblico de uso especial

QUESTÃO

a) pode ser utilizado pelos indivíduos, mas essa utilização deveráobservar as condições previamente estabelecidas pela pessoajurídica interessada.

b) é destinado a fins públicos, sendo essa destinação inerente àprópria natureza desse bem, como ocorre, por exemplo, com asestradas e praças.

c) possui regime jurídico de direito público, aplicando- se, a essamodalidade de bem, institutos regidos pelo direito privado.

d) possui regime jurídico de direito privado, portanto, passível dealienação.

e) está fora do comércio jurídico do direito privado, ainda que nãomantenha essa afetação.