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Paraninfo Centro de Informática/UFPE CC,EC,SI (2015.2) Ruy J.G.B. de Queiroz 24/Fevereiro/2016

Discurso de Paraninfo - Centro de Informática/UFPE - 2015.2

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Paraninfo Centro de Informática/UFPE

CC,EC,SI (2015.2)Ruy J.G.B. de Queiroz

24/Fevereiro/2016

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Paraninfo (cf. Houaiss)

• paraninfo. s.m. (1624-1649)

1. entre os gregos antigos, amigo do noivo que ia com este buscar a noiva

2. obsl. padrinho de um batismo, de um casamento, de um duelo etc.

3. aquele que acompanhava o doutorando a receber o capelo; padrinho (...)

• ETIM gr. paránumphos, ou, s.f. e s.m. “dama de honra ou pajem da noiva”.

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A 4a. Revolução Industrial? (Klaus Schwab, WEF 2016)

• “Estamos à beira de uma revolução tecnológica que irá alterar fundamentalmente a maneira como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, escopo e complexidade, a transformação será diferente de tudo que a humanidade já experimentou antes. Ainda não sabemos exatamente como isso vai se desenrolar, mas uma coisa é certa: a resposta a ela deve ser integrada e abrangente, envolvendo todas as partes interessadas da política mundial, dos setores público e privado passando pela academia e pela sociedade civil.”

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As Quatro Revoluções (Klaus Schwab)

• 1784: máquinas a vapor, hidráulicas, e equipamentos de produção mecânica

• 1870: divisão do trabalho, eletricidade, produção em massa

• 1969: eletrônica, tecnologia da informação, produção automatizada

• ?: sistemas ciber-físicos

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A 4a. Revolução Industrial• “Há três razões pelas quais transformações de hoje não

representam apenas um prolongamento da Terceira Revolução Industrial, mas sim a chegada de uma quarta e bem distinta: a velocidade, o alcance e o impacto dos sistemas. A velocidade dos avanços atuais não tem precedente histórico. Quando comparada com as revoluções industriais anteriores, a Quarta está evoluindo a um ritmo exponencial em vez de um ritmo linear. Além disso, está “disrompendo” quase todos os setores em cada país. E a amplitude e a profundidade dessas mudanças anunciam a transformação de sistemas inteiros de produção, gestão e governança.”

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Tecnologia e o Ser Humano (Angela Hobbs, WEF 2016)

• “As novas tecnologias vão mudar a nossa percepção de quando a vida humana começa e termina. É parte da condição humana de estender os limites do que é ser humano.”

• “Desejamos preservar os valores humanos? Porque nós não estamos fazendo isso, no momento. Precisamos pensar sobre o que significa viver uma vida próspera - como seres sencientes, não necessariamente da mesma maneira que os seres humanos. A tecnologia pode nos ajudar a alcançar isso.”

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Tecnologia, Inovação, Regulação

• “Hoje temos o poder de mudar a vida, alterar o código genético de todos os seres vivos no planeta. Mas para os seres não-humanos, a regulação é muito pobre, e precisa se avançar para acompanhar o que temos para humanos.

• Precisamos de normas legais e reguladoras que ajudarão a guiar a inovação na direção certa, mas se andarmos muito rapidamente, estamos correndo o risco de sufocar a inovação. No entanto, se esperarmos demais, corremos o risco de permitir que danos venham a ser feitos.” (Hank Greely, World Economic Forum 2016)

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Tecnologia e o Ser Humano

• A Lei dos Retornos Acelerantes (Ray Kurzweil, 2001):

• “Uma análise da história da tecnologia mostra que a mudança tecnológica é exponencial, diferentemente da visão “intuitiva-linear” do senso-comum. Não vivenciaremos 100 anos de progresso no séc. XXI — será mais como 20.000 anos de progresso (à taxa de hoje). Os “retornos,” tais como velocidade e eficiência dos chips, também crescem exponencialmente. (…) Em algumas poucas décadas, a inteligência da máquina suplantará a inteligência humana, levando à Singularidade — mudança tecnológica tão rápida e profunda, ela representa uma ruptura no próprio tecido da história humana. As implicações incluem a fusão de inteligências biológica e não-biológica, humanos imortais baseados-em-software, e níveis ultra-avançados de inteligência que se expandem para fora do universo na velocidade da luz.”

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A Natureza da Tecnologia

• “A tecnologia é força a mais poderosa no planeta”

• “A tecnologia é a extensão da vida evolucionária”

• “Entre outras coisas, a tecnologia quer incrementar a diversidade, complexidade, beleza e eficiência” (Kevin Kelly, What Technology Wants, 2010

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A Lei da Disrupção

• Pouco mais de uma década após o estopim da chamada revolução da internet, é patente a incapacidade das regras que tiveram sua origem em um mundo analógico de lidar com conflitos típicos da era digital.

• À medida que a distância entre a inovação e a lei que a regula tem aumentado, o resultado mais alarmante é a velocidade com a qual as tensões entre os dois têm subido.

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Tecnologia e Mudanças Sociais

• Conflitos no uso da informação:

• privacidade, anonimato, liberdades civis, controle da rede, vigilantismo, crime da informação, propriedade intelectual, transparência, comércio global, disrupção de mercados, dinheiro peer-to-peer, a economia do gratuito, ciberativismo, hacktivismo, biblioteca universal, relacionamentos virtuais, sequenciamento genético

• Napster, Uber, Airbnb, Wikileaks, Anonymous, Yik Yak

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Tecnologia e Democracia

• A tecnologia tem transformado como participamos na democracia como cidadãos, como eleitores, como membros de uma sociedade interconectada.

• Transformações importantes na forma como votamos, no modo como nossos votos são contados, na maneira como protestamos, na forma como demandamos transparência sobre a coisa pública, no modo como nos reunimos para reivindicar uma causa coletiva, na forma de coordenar uma ação coletiva, etc.

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Nova Realidade Cívica• Grandes mudanças na cultura cívica e na mídia oferecem

novas oportunidades para ONGs e ativistas

• A influência está migrando de organizações para redes e novos “especialistas”

• Todas as organizações estão sob mais escrutínio e a transparência é um novo marcador de confiança

• surveillance, sousveillance, coveillance

• Novos meios para atores civis atingirem suas audiências e mobilizarem outras

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Ciberespaço como arena para o engajamento cívico

• “O ciberespaço é, ao mesmo tempo, uma arena para engajamento cívico e um objeto de disputa em si mesmo.

• Como uma arena para engajamento cívico, o ciberespaço é duas coisas:

• primeiro, é uma “academia” para praticar participação política e cidadania digital, onde visões alternativas e muitas vezes contraditórias sobre a sociedade são articuladas e compartilhadas;

• em segundo lugar, é uma plataforma para ação coletiva, como uma praça de uma cidade seria, por exemplo, onde articular, organizar, e trazer à tona lutas sociais, e onde formas ciber-específicas de ação coletiva podem ter lugar.” (Stefania Milan)

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Anonimato na Internet• Anonimato: manifestação, protesto ou passeata; votação livre;

denúncia anonima; discurso político; doação por caridade; etc.

• “Debates sobre trolls (gíria da Internet para “perturbadores”) frequentemente confundem anonimato com incivilidade, mas um olhar mais amplo sobre as atividades on-line revela o bem público que pode advir quando os usuários têm a possibilidade de esconder a sua identidade. Para o bem ou para o mal, o anonimato põe o foco na mensagem ao invés de no mensageiro. Portanto, o anonimato facilita o discurso honesto, cria um contexto igualitário para a troca de ideias, e permite que a criatividade aflore sem a interferência de qualquer filtro.” (G.Coleman)

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Civilidade

• E quando se fala de civilidade, nunca é demais lembrar os 3 R’s do Dalai Lama:

• Respeito por si mesmo.

• Respeito pelos outros.

• Responsabilidade por suas próprias ações.

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Mudanças e Valores

• Lembrando o Dalai Lama, “abra seus braços para as mudanças, mas não se desfaça de seus valores”.

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Geração de Riqueza• Em um relatório de 2012, o Boston Consulting Group

constatou que a economia da Internet representou 4,1% (cerca de US$2,3 trilhões) do PIB nos países do G-20 em 2010. Se a Internet fosse uma economia nacional, o relatório observou, estaria entre as cinco maiores do mundo, à frente da Alemanha.

• E um relatório de 2013 da Fundação Kauffman mostrou que nas três décadas anteriores, o setor de alta tecnologia teve 23% mais chances, e do setor de tecnologia da informação 48%, de dar origem a novas empresas do que o setor privado em geral.

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Ativos Digitais• Em 2015, mais de US$10 Bilhões de valor econômico

existem no mundo virtual dos sistemas de games, mais de US$48 Bilhões está travado em pontos de prêmio corporativo e moedas de redenção, e pelo menos US$7 Bilhões existem na forma de moedas digitais como Bitcoin, Ripple, Ven e Ether (juntamente com outras 4.000). Juntos, esses ativos digitais representam liquidez no meio da tabela global de PIB das nações ultrapassando países como Luxemburgo, Costa Rica, Oman e Croácia ficando entre os primeiros 70. Ativos digitais hoje representam um mercado maior que a maioria das nações do mundo.

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Abundância é o Futuro (Peter Diamandis, 2012)

• Tecnologias em computação, energia, medicina e muitas outras áreas estão melhorando a uma taxa exponencial e em breve vão permitir avanços que hoje parecem impossíveis.

• Essas tecnologias têm permitido que inovadores independentes alcancem avanços impressionantes em muitas áreas com pouco investimento financeiro e pouca força de trabalho.

• A área de Tecnologia tem criado uma verdadeira geração de "tecno-filantropos" (tal como Bill Gates, Marc Andreessen) que estão usando seus bilhões para tentar resolver problemas aparentemente insolúveis como fome e doenças.

• A vida dos mais pobres está melhorando substancialmente devido à tecnologia.

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Tecno-Filantropos

• Tecno-filantropos estão trazendo a filantropia de volta aos seus princípios básicos.

• Tecno-filantropos estão se distanciando do modo “broadcast” e se aproximando do modo “sutil”.

• Tecnologia incentiva as pessoas a assumir a responsabilidade de causar impacto

• Tecnologia demanda maior transparência e verificabilidade da filantropia, mas também empurra para uma maior aceitação de um overhead maior.

• A Tecnologia criou algumas excelentes plataformas de distribuição… mas o verdadeiro engajamento no mundo real ainda é o que mais importa.

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O estigma do fracasso no setor de filantropia

• E mais: Para onde a tecnologia pode levar a filantropia no futuro?

• No setor de tecnologia, tem havido uma tendência de desestigmatizar o fracasso. Afinal de contas, aproximadamente 3 de 4 startups acabam fracassando. Mas no setor das empresas sem fins lucrativos, fracasso é anátema. Caso essas empresas não sejam identificadas como perdulárias, o setor como um todo se revela como ineficiente, e tudo isso pela falta de compartilhamento de dados e informações. E a tendência é que elas insistam em programas com baixa taxa de retorno social até mesmo pelo receio de tentar algo diferente. Matt Mullenweg da WordPress sugeriu que se o fracasso desestigmatizado nesse setor, poderia haver uma grande melhoria no impacto social.

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Evolução da Tecnologia: Reflexão sobre Nós Humanos

• Thomas Hobbes (1651) dizia que o ser humano era “inerentemente egoísta”.

• Experimentos de grande porte como Wikipédia, Software Livre, e Tecnologias Cívicas revelam o lado colaborativo predominando. (Exemplo: “Welcome Refugees”, Alemanha, Set/2015)

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Limites das Máquinas Limites da Mente Humana

• Alan Turing mostrou, em 1936, que há um limite fundamental na capacidade de uma máquina de resolver problemas da Matemática.

• Seríamos máquinas? Teríamos as mesmas limitações?

• Em 1950, Turing levanta a possibilidade de haver máquinas “inteligentes”/“pensantes”.

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A 4a. Revolução Tecnológica (Luciano Floridi)

1. Nicolau Copérnico: não estamos no centro do universo

2. Charles Darwin: não somos animais superiores e totalmente desconectados dos outros animais

3. Sigmund Freud: não somos seres totalmente racionais

4. Alan Turing: não somos os únicos agentes pensantes/inteligentes.