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3 ISSN 1980-0894 Dossiê, Vol.8 Nº3, Ano 2013 DISCUSSÃO CRÍTICA DA LEGISLAÇÃO ORGÂNICA APLICADA AOS PRODUTOS COSMÉTICOS SUSTENTÁVEIS E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA NA PRÁTICA DO CONSUMO CRITIC DISCUSSING OF THE LEGISLATION APPLIED ORGANIC COSMETIC PRODUCTS SUSTAINABLE AND SCIENTIFIC RESEARCH IN THE PRACTICE OF CONSUMING Danila Aparecida Souza Yamada 1 Leilaine Rodrigues de Lima 2 Samuel do Nascimento Santos 3 Alice Fushako Itani 4 Letícia de Cássia Valim Dias 5 Célio Takashi Higuchi 6 Resumo O setor de cosméticos se desenvolve de maneira crescente, com uma oferta cada vez maior de produtos. Da mesma forma, há uma demanda de produtos cosméticos dentro da indústria da beleza que alavanca o consumo. No ambiente empresarial, produzir de forma sustentável é condição sine qua non para garantir a competividade no mercado e, em alguns casos, a própria sobrevivência do negócio. A indústria cosmética também tem feito sua parte, investindo em tecnologias mais limpas, no 1 Graduada em Direito pela Universidade Ibirapuera, São Paulo, SP; 2 Técnico em Contabilidade, Senac, SP; 3 Técnico em Contabilidade, Senac, SP; 4 Doutora em Sociologia pela Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales e Mestre em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, docente em Metodologia da Pesquisa, Senac, SP; 5 Especialista em Estética pela UGF, SP, Tecnóloga em Estética e Cosmética pela UNIPAR, PR e docente em Estética e Cosmética, Senac, SP; 6 Mestre e farmacêutico pela UNESP, Araraquara, e pesquisador responsável pela linha de pesquisa “Cosméticos Sustentáveis”, Senac, SP. E-mail: [email protected]

Discussão crítica da legislação orgânica aplicada aos produtos cosméticos sustentáveis e investigação científica na prática do consumo

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Artigo publicado na edição Vol. 8 nº3 - Revista InterfacEHS Publicação Científica do Centro Universitário Senac - ISSN 1980-0894 Acesse a edição na íntegra! http://www3.sp.senac.br/hotsites/blogs/InterfacEHS/?page_id=1353 Resumo O setor de cosméticos se desenvolve de maneira crescente, com uma oferta cada vez maior de produtos. Da mesma forma, há uma demanda de produtos cosméticos dentro da indústria da beleza que alavanca o consumo. No ambiente empresarial, produzir de forma sustentável é condição sine qua non para garantir a competividade no mercado e, em alguns casos, a própria sobrevivência do negócio. A indústria cosmética também tem feito sua parte, investindo em tecnologias mais limpas, no desenvolvimento de produtos com menor impacto ambiental e esforçando-se, assim como acontece em outros setores, para transmitir esses valores ao consumidor. A proposta do trabalho foi diagnosticar/verificar os problemas relativos às certificações emitidas perante ao registro de cosméticos orgânicos e/ou naturais e, além disso, a falta de informação ao não indicar de forma fidedigna em rótulos de produtos cosméticos para definir se é orgânico ou não. Além disso, aplicou-se também um questionário para determinar a prática do consumo. A partir da pesquisa conclui-se as empresas tem criticado a falta de regulamentação para este setor e que o público, em geral, não sabe distinguir quais são as principais diferenças entre um cosmético natural ou orgânico, sustentável ao sintético ou químico.

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ISSN 1980-0894 Dossiê, Vol.8 Nº3, Ano 2013

DISCUSSÃO CRÍTICA DA LEGISLAÇÃO ORGÂNICA APLICADA AOS

PRODUTOS COSMÉTICOS SUSTENTÁVEIS E INVESTIGAÇÃO

CIENTÍFICA NA PRÁTICA DO CONSUMO

CRITIC DISCUSSING OF THE LEGISLATION APPLIED ORGANIC

COSMETIC PRODUCTS SUSTAINABLE AND SCIENTIFIC RESEARCH IN

THE PRACTICE OF CONSUMING

Danila Aparecida Souza Yamada1

Leilaine Rodrigues de Lima2

Samuel do Nascimento Santos3

Alice Fushako Itani4

Letícia de Cássia Valim Dias5

Célio Takashi Higuchi6

Resumo

O setor de cosméticos se desenvolve de maneira crescente, com uma oferta cada

vez maior de produtos. Da mesma forma, há uma demanda de produtos cosméticos

dentro da indústria da beleza que alavanca o consumo. No ambiente empresarial,

produzir de forma sustentável é condição sine qua non para garantir a competividade no

mercado e, em alguns casos, a própria sobrevivência do negócio. A indústria cosmética

também tem feito sua parte, investindo em tecnologias mais limpas, no

1 Graduada em Direito pela Universidade Ibirapuera, São Paulo, SP; 2 Técnico em Contabilidade, Senac, SP; 3 Técnico em Contabilidade, Senac, SP;

4 Doutora em Sociologia pela Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales e Mestre em Psicologia Social pela

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, docente em Metodologia da Pesquisa, Senac, SP;

5 Especialista em Estética pela UGF, SP, Tecnóloga em Estética e Cosmética pela UNIPAR, PR e docente em

Estética e Cosmética, Senac, SP;

6 Mestre e farmacêutico pela UNESP, Araraquara, e pesquisador responsável pela linha de pesquisa “Cosméticos

Sustentáveis”, Senac, SP. E-mail: [email protected]

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desenvolvimento de produtos com menor impacto ambiental e esforçando-se, assim

como acontece em outros setores, para transmitir esses valores ao consumidor. A

proposta do trabalho foi diagnosticar/verificar os problemas relativos às certificações

emitidas perante ao registro de cosméticos orgânicos e/ou naturais e, além disso, a falta

de informação ao não indicar de forma fidedigna em rótulos de produtos cosméticos

para definir se é orgânico ou não. Além disso, aplicou-se também um questionário para

determinar a prática do consumo. A partir da pesquisa conclui-se as empresas tem

criticado a falta de regulamentação para este setor e que o público, em geral, não sabe

distinguir quais são as principais diferenças entre um cosmético natural ou orgânico,

sustentável ao sintético ou químico.

Palavras-chave: cosmético orgânico, regulamentação orgânica e indústria cosmética.

Abstract

The cosmetics industry grows increasingly so with an increasing number of

products. Likewise, there is a demand for cosmetic products within the beauty industry

that leverages consumption. In the business environment, sustainably produce is sine

qua non to ensure competitiveness in the market and the very survival of the business.

The cosmetic industry has also done its part by investing in cleaner technologies in

developing products with less environmental impact and striving as well as in other

sectors to transmit these values to the consumer. The purpose of this study was to

detect/verify the problems related to the certificates issued before the registration of

cosmetics organic and/or natural and moreover the lack of information by not reliably

indicate on labels of cosmetic products to determine whether it is organic or there.

Furthermore, it is also applied a questionnaire to determine the practice of consumption.

From the research it appears companies have criticized the lack of regulation for this

industry and geral public can not tell what are the main differences between a natural

cosmetics or organic, sustainable or the synthetic chemist.

Key words: organic cosmetic, organic regulations and cosmetic industry.

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1. Introdução

O setor de cosméticos se desenvolve de maneira crescente, com uma oferta cada

vez maior de produtos. Da mesma forma, há uma demanda de produtos cosméticos

dentro da indústria da beleza que alavanca o consumo (POLI NETO & CAPONI, 2007

modificado). Além disso, este ramo da atividade se internacionalizou rapidamente nas

últimas décadas (GARCIA, 2005). Com o crescimento do setor e maior variedade de

produtos, apresenta-se sempre a questão da sustentabilidade diante da quantidade de

insumos que consome e resíduos que produz em seu processo.

No ambiente empresarial, produzir de forma sustentável é condição sine qua non

para garantir a competividade no mercado e, em alguns casos, a própria sobrevivência

do negócio. A indústria cosmética também tem feito sua parte, investindo em

tecnologias mais limpas, no desenvolvimento de produtos com menor impacto

ambiental e esforçando-se, assim como acontece em outros setores, para transmitir esses

valores ao consumidor. Cresce também o desenvolvimento de produtos que utilizam

ingredientes derivados de insumos naturais, assim como a opção por embalagens feitas

com materiais reciclados ou recicláveis. Nesse contexto surgiu, nos últimos anos, o

conceito de formulação verde (ou química verde), cuja proposta é fazer uso de

processos que minimizem os riscos à saúde das pessoas e ao meio ambiente, como foco

na maior eficiência dos recursos utilizados e no menor desperdício (Cosmetics &

Toiletries, março/abril, v. 23, n. 2, 2011). Os cosméticos considerados “ecologicamente

corretos” estão os orgânicos, fabricados com ingredientes que seguem normas de

qualidade e sustentabilidade estabelecidas por agências certificadoras capazes de

garantir, ao consumidor final, a qualidade orgânica dos produtos adquiridos. No Brasil,

as agências que certificam os cosméticos orgânicos são o Instituto Biodinâmico (IBD

Certificações) e Ecocert Brasil (Cosmetics & Toiletries, set/out, v. 22, n. 5, 2010).

É fato que o cosmético para ser sustentável precisa, antes de tudo, atender às

necessidades do consumidor. Contudo, as necessidades podem ser atendidas dentro de

estratégias incorporadas ao próprio produto, ou seja, precisa ser seguro (RATHS &

CANAES, 2009; BOU-CHACRA & OHARA, 2003) e eficaz (GONÇALVES &

CAMPOS, 2009), dentro de normas de segurança também reguladas pelo Ministério da

Saúde/Anvisa.

Para a Organização das Nações Unidas, ONU, define-se sustentabilidade como o

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atendimento das necessidades das gerações atuais, sem comprometer a possibilidade de

satisfação das necessidades das gerações futuras e, segundo o dicionário reference.com,

“sustentabilidade é a habilidade de sustentar ou suportar uma ou mais condições,

exibida por algo ou alguém. É uma característica ou condição de um processo ou de um

sistema que permite a sua permanência, em certo nível, por um determinado prazo”.

Segundo a Associação de Agricultura Orgânica (2013), AAO, trata-se de um

processo produtivo comprometido com a organicidade e sanidade da produção de

alimentos vivos para garantir a saúde dos seres humanos, razão pela qual usa e

desenvolve tecnologias apropriadas à realidade local de solo, topografia, clima, água,

radiações e biodiversidade própria de cada contexto, mantendo a harmonia de todos

esses elementos entre si e com os seres humanos. Esse modo de produção assegura o

fornecimento de alimentos orgânicos saudáveis, mais saborosos e de maior

durabilidade, não utilizando agrotóxicos, preserva a qualidade da água usada na

irrigação e não polui o solo nem o lençol freático com substâncias químicas tóxicas, por

utilizar sistema de manejo mínimo do solo assegura a estrutura e fertilidade dos solos

evitando erosões e degradação, contribuindo para promover e restaurar a rica

biodiversidade local e por esse conjunto de fatores a agricultura orgânica viabiliza a

sustentabilidade da agricultura familiar e amplia a capacidade dos ecossistemas locais

em prestar serviços ambientais a toda a comunidade do entorno, contribuindo para

reduzir o aquecimento global.

A ecodesenvolvimento.org (2013) define cosméticos sustentáveis como produtos

naturais e orgânicos desenvolvidos em uma produção feita de maneira sustentável

envolvendo comunidades e que se destaca também por não fazer testes em animais.

No Brasil, de acordo com as legislações regidas, implantou-se a lei 7.802 de 11 de

julho de 1989 que regulamentou a produção orgânica no país e o decreto 4.074 de 4 de

janeiro de 2002 que propôs a complementar em alguns critérios de qualidade.

Posteriormente, a lei 10.831 de 23 de dezembro de 2003 venho regulamentar cada fase

da produção orgânica.

Em 27 de dezembro de 2007, regulamentou-se o decreto 6.323, criando o Sistema

Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica, composto pelo Ministério da

Agricultura, órgãos de fiscalização dos Estados e organismos de avaliação da

conformidade orgânica. A regulamentação permitiu produzir paralelamente, na mesma

propriedade, produtos orgânicos e não orgânicos, desde que houvesse uma separação do

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processo produtivo. Estabeleceu-se também que não poderia haver contato com

materiais e substâncias cujo uso não fosse autorizado para a agricultura orgânica. De

acordo as regras, os agricultores familiares passariam a receber autorização para a venda

direta ao consumidor, desde que estivessem cadastrado junto ao órgão fiscalizador. O

regulamento alterou-se, em parte, pelo decreto 7.048 de 23 de dezembro de 2009.

A agricultura orgânica no Brasil foi normatizada, regulamentada, avaliada,

fiscalizada e acreditada (referenciada) por diversos órgãos do governo brasileiro, bem

como por instituições a eles diretamente ligados como indicados:

- Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA);

- Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA);

- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa);

- Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC);

- Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

(Inmetro);

- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

(Ibama);

- Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);

- Banco do Brasil.

Dentro da agricultura orgânica, cada entidade segue dentro do ramo de atuação

específica e suas diretrizes são instruídas pelas Normas Regulamentadoras.

O papel do Ministério da Agricultura é servir como elo na ampliação do diálogo

entre os diversos parceiros da produção orgânica de alimentos com o setor público e

acompanhar as ações que identifiquem os gargalos impeditivos ao desenvolvimento,

articulando agentes públicos e privados definindo, se necessárias, ações prioritárias de

interesse comum visando à atuação sistêmica e integrada dos diferentes segmentos

produtivos.

Em 2004, o MAPA criou o Programa de Desenvolvimento da Agricultura

Orgânica (Pró-Orgânico) por meio da Portaria 158 de 8 de julho de 2004 com o intuito

de estabelecer e reger o artigo 1. A proposta é a execução do Programa de

Desenvolvimento da Agricultura Orgânica, PRO-ORGÂNICO e que seja assessorado

pela Comissão Nacional da Produção Orgânica, CNPOrg e pelas Comissões da

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Produção Orgânica nas Unidades da Federação, CPOrg-UF.

Além disso, o artigo 05, V e VI determinou a competência dos CPOrgs em

acompanhar as atividades das certificadoras, com atuação no âmbito da Unidade da

Federação, observando o cumprimento das disposições legais vigentes e representar à

autoridade competente aos casos de descumprimento das normas legais vigentes para a

adoção das providências cabíveis.

Por fim, o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica tem o

papel de credenciar, acompanhar e fiscalizar os agentes certificadores. Já as

certificadoras, precisarão de prévia habilitação do MAPA para atuarem, com isto farão a

certificação da produção orgânica e deverão através do cadastro nacional de produtores

orgânicos, estarem atualizando as informações dos produtores no cadastro nacional.

Estes órgãos, antes de receberem a habilitação do Ministério, passarão por processo de

“acreditação” através do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade

Industrial, Inmetro.

Em decorrência das legislações, verificou-se que foram criados mecanismos de

fiscalização na criação de cosméticos sustentáveis, elaborados por produtos orgânicos

ou naturais e com esta decorreram as certificações que são emitidas pelas certificadoras

autorizadas registradas no Ministério da Agricultura.

De acordo com Higuchi (2012), no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância –

ANVISA, não se posiciona ou reconhece os conceitos destes produtos e, por

consequência, a aceitação do registro. Por outro lado, países da Europa e os EUA tem-se

empenhado em compreender melhor a inserção deste mercado e o estudo quanto a

regulamentação.

A certificação é de extrema importância, já que conquista a confiança do

consumidor e dá à certeza de adquirir produtos verdadeiramente orgânicos (Ambrosano,

1999). Atualmente, ainda há poucas leis nacionais e internacionais relacionadas

diretamente ao conceito orgânico no setor cosmético, diferentemente da alimentícia.

Segundo Guerra e Nodari (2004), o melhor modo para seguir no caminho da

sustentabilidade seria aquele em que cada individuo ou consumidor em potencial,

agindo com base em seus próprios valores e critérios de qualidade, em sua própria

expectativa de vida, fazendo escolhas que sejam as mais compatíveis com as

necessidades. Os produtos mais compatíveis com o ambiente, contribuem para uma

nova cultura industrial com as necessidades ambientais.

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Para garantir a sustentabilidade na extração dos insumos vegetais, a Natura

estabeleceu parceria com o Instituto Biodinâmico (IBD) e a Imaflora, ONG que

representa no Brasil o FSC (Forest Stewardship Council) e implementou o "Programa

de Certificação de Ativos Naturais ou Vegetais". Trata-se de um instrumento que

promove o manejo sustentável de áreas florestais e de cultivo, envolvendo critérios do

FSC e do SAN (Sustaintable Agriculture Network) (PASTOR, 2000).

Necessário ainda destacar que não se vislumbra facilmente, mesmo em doutrina,

abordagem relativa ao tema proposto, motivo pelo qual após a abordagem das normas

regulamentadoras e/ou legislações aplicadas, será usada a metodologia investigativa

para consolidar o entendimento.

Muitas empresas vendem seus produtos baseadas no argumento de que eles são

cosméticos naturais. Em vários casos isso não é verdade, pois seus produtos possuem,

além dos ingredientes com ativos naturais, formulação química tradicional,

conservantes e aditivos químicos em sua composição (SEBRAE, 2013). A proposta do

trabalho é diagnosticar/verificar os problemas relativos às certificações emitidas perante

ao registro de cosméticos orgânicos e/ou naturais e, além disso, a falta de informação ao

não indicar de forma fidedigna em rótulos de produtos cosméticos para definir se é

orgânico ou não.

2. Objetivos

2.1. Objetivo geral

Realizar um estudo investigativo para confrontar a lei implantada na agricultura

orgânica e verificar se o mesmo aplica-se aos cosméticos, uma vez que não há

normas específicas para registro, gerando, por consequência, dúvidas ao público

consumidor.

2.2. Objetivos específicos

Selecionar empresas que julgam comercializar cosméticos orgânicos e, a partir

disso, avaliar criteriosamente se estão dentro das normas estabelecidas pelas

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certificadoras IBD e ECOCERT e se realmente cumprem com os padrões de

qualidade, em particular, os rótulos dos produtos comercializados;

Levantar os diferentes perfis de consumidores de cosméticos sustentáveis a

partir de uma pesquisa de campo realizada com os alunos do Centro Universitário

Senac Santo Amaro, SP, e verificar quais são as razões que os levam a consumir

esse tipo de produto.

3. Justificativa

Para consideramos um cosmético sustentável, este deve respeitar todo o processo

de produção sustentável, desde a agricultura orgânica até o produto final.

Ocorre que atualmente as empresas lançam seus cosméticos no mercado de

consumo como produtos sustentáveis, porém desrespeitando os processos de

sustentabilidade e sendo facultativa a apreciação de seus produtos pelas certificadoras

existentes acabam não passando pelos severos critérios de qualidade.

4. Metodologia

Pesquisou-se a certificação de qualidade da ECOCERT com o intuito de verificar

a abrangência dos métodos utilizados pelas empresas certificadoras autorizadas que

adotam os critérios de sustentabilidade, desde a agricultura orgânica até o produto final.

Em caso negativo, fez-se a avaliação crítica do método utilizado.

Além disso, aplicou-se o questionário com o intuito de levantar as práticas de

consumo de cosméticos entre os alunos e funcionários do Centro Universitário Senac –

Santo Amaro, SP:

1. Quais tipos de cosméticos você costuma usar normalmente?

(A) Natural ou Orgânico;

(B) Sustentável;

(C) Sintético ou químico.

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2. Que razões levam você a consumir um tipo de produto?

(A) Um produto que dá melhores resultados;

(B) Um produto de qualidade e que atende minhas necessidades;

(C) Um produto que tem melhor relação custo e benefício.

3. Quantos produtos cosméticos você costuma usar diariamente?

(A) entre um e cinco;

(B) entre cinco e dez;

(C) mais que dez.

4. Você costuma consumir produtos cosméticos sustentáveis pensando em

contribuir com o meio ambiente?

(A) sim;

(B) não, mas gostaria de contribuir;

(C) não.

5. Você considera importante consumir cosméticos sustentáveis?

(A) sim, é importante;

(B) sim, é importante, não pratico;

(C) não é importante.

6. Você compraria um cosmético sustentável para ajudar o meio ambiente, mesmo

se o preço não seja acessível?

(A) sim;

(B) não.

7. Você considera importante consumir produtos mais naturais?

(A) sim;

(B) não.

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8. Você considera que os cosméticos produzidos com recursos naturais da

Amazônia são sustentáveis?

(A) sim;

(B) não.

9. Você indicaria um cosmético sustentável para familiares e amigos?

(A) sim;

(B) não.

Os questionários aplicados foram aprovados pelo Comitê Interno de Ética em

Pesquisa, CEP/Senac, sob os pareceres nº 103.14.12. e nº 103.15.12.

5. Resultados e Discussão

No Brasil, de acordo com a empresa certificadora ECOCERT, tramita em

discussão a regulamentação de cosméticos orgânicos e, diferentemente o que ocorre na

Europa, os órgãos regulamentadores já elaboraram um referencial para cosméticos

orgânicos chamado COSMOS que vigorará a partir de 2014.

O papel da ECOCERT é analisar todos os ingredientes que compõem o produto,

independente da natureza da matéria-prima, e faz-se um controle rígido com as

informações técnicas repassadas, e, em caso de orgânico, exige a apresentação de

certificado de conformidade orgânica junto com a ficha de segurança. Caso seja um

ingrediente de origem natural e não certificado como orgânico exige-se um questionário

junto ao fabricante o qual necessita repassar uma série de informações como, por

exemplo, o solvente que ele usa na extração dos processos químicos e físicos utilizados

e encaminhar juntamente com a ficha técnica dos ingredientes, e, em alguns casos,

quando se tratar de extrato aquoso, solicita a quantidade de água e glicerina.

Diferentemente dos produtos naturais, não é possível um controle tão rígido quanto o

orgânico.

É consensual que o público em geral preocupa-se relativamente em utilizar os

cosméticos orgânicos ao não-agressão do local de aplicação ou ligada a saúde do que

necessariamente ao meio ambiente, entretanto esta é a grande preocupação das

certificadoras.

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Quanto ao informe (rótulo/comercial), qualquer produto rotulado com

ingredientes orgânicos deve seguir rigorosamente a legislação e a normativa

correspondentes, porém não há normativa no Brasil que exigem. Assim as próprias

certificadoras criam normas e requisitos mínimos para estes produtos. Contudo, estes

requisitos variam de uma certificadora a outra.

De maneira geral, as empresas tem ciência e conhecem a norma

regulamentadora da empresas certificadoras para tornarem em cosméticos orgânicos

como rege e indicam em seus rótulos que o produto é certificado. Entretanto, as

empresas tem criticado a falta de regulamentação para este setor. A Lei Orgânica que

regulamentaria os cosméticos orgânicos, especificamente, não existe ainda. Atualmente,

esta lei é de responsabilidade do MAPA e funciona relativamente bem para os produtos

com fins alimentícios, em geral, porém os cosméticos são fiscalizados pelo Ministério

da Saúde que até então pouco se envolveu no processo, desconhece os reais atributos

dos cosméticos orgânicos e não tem agilizado o processo de elaboração e assinatura das

respectivas Instruções Normativas destes produtos.

Segue-se abaixo o resultado do questionário aplicado para verificar as práticas de

consumo de cosméticos entre os alunos e funcionários do Centro Universitário Senac –

Santo Amaro, SP:

Gráfico 1: Resultado expresso em porcentagem das questões 1 a 5 respondidas pelo

público feminino.

40%

19%

74%

45%

77%74%

16%

54%

25%

30%

9%12%

3%0%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5

A

B

C

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Os valores que apresentaram maior porcentagem nas questões 1 a 5 foram,

respectivamente, 1) a; 2) b; 3) a; 4) b e 5) a. A questão 1 buscava saber qual era o tipo

de cosmético consumido pelo público feminino. Foram explicados os três tipos de

cosméticos existentes: químico, natural e sustentável e, a partir desta explicação, 40%

do público feminino num total de 31 mulheres entrevistadas respondeu que costuma

usar produtos cosméticos naturais/orgânicos, já na questão 2 buscava-se saber quais

razões os levavam a consumir esse tipo de produto. 74% das entrevistadas responderam

que consumiam produtos que tivesse qualidade e ao mesmo tempo atendessem suas

expectativas. A questão 3 buscava saber quantos produtos cosméticos esse público usa

diariamente. 74% das mulheres responderam que usam de 1 a 5 cosméticos ao dia, a

questão 4 questionava o consciência dos consumidores ao usar esses produtos,

procurava-se saber se a porcentagem do publico que respondeu que usava cosméticos

sustentável se preocupava com o meio ambiente ao consumi-lo e observou-se que 54%

das entrevistadas não pensam no meio ambiente, mas gostariam de contribuir, por fim, a

questão 5 queria saber se as entrevistadas consideravam importante consumir

cosméticos sustentável. As porcentagens mostraram que 77% das entrevistadas acham

importante consumir esse tipo de cosmético.

Por outro lado, as questões que apresentaram menores porcentagens foram nas

mesmas alternativas C, que na questão 1 a resposta se referia ao uso de cosméticos

químicos, na questão dois produto com melhor custo e beneficio, na questão 3 o

consumo de mais de 10 cosméticos ao dia, na questão 4 não para o consumo consciente

dos cosméticos sustentáveis e na questão 5 não para a importância do consumo de

cosméticos sustentáveis.

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Gráfico 2: Resultado expresso em porcentagem das questões 1 a 5 respondidas pelo

público masculino.

No gráfico 2, aponta, em relação ao público masculino, que tanto os homens como

as mulheres tem quase a mesma porcentagem de consumo de cosméticos sustentáveis,

também estavam no mesmo intuito em relação aos que os levavam a consumir

cosméticos de qualidade que atendia as suas necessidades e 89% do total de 29

entrevistados usam de 1 a 5 cosméticos ao dia, uma porcentagem razoavelmente

significativa para esse público. Verificou-se também que graficamente em relação aos

homens, 55% dos entrevistados tem consciência da importância do consumo de

cosméticos sustentáveis e também julgam importante consumir tomando consciência e

preocupação com o meio ambiente.

37%

31%

89%

34%

62%

28%

58%

13%

55%

34%34%

10%

0%

10%

4%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5

A

B

C

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Gráfico 3: Resultado expresso em porcentagem das questões 6 a 9 respondidas pelo

públicos masculino e feminino.

No gráfico 3, aponta os resultados das questões de 6 a 9 em relação aos públicos

masculino e feminino. Na questão 6, questionou se você compraria um cosmético

sustentável para ajudar o meio ambiente, mesmo se o preço não seja acessível. 38% das

mulheres disseram “sim” contra 30% dos homens. Por outro lado, na questão 7, se você

considera importante consumir produtos mais naturais, os homens tem apontado mais

importância que as mulheres. Na questão 8, se você considera que os cosméticos

produzidos com recursos naturais da Amazônia são sustentáveis. 12% a mais de

mulheres em relação aos homens julgaram que os cosméticos são sustentáveis.

Provavelmente, o resultado obtido seja que as mulheres tenham mais interesse e

informação para se posicionar a afirmação. Na questão 9, se você indicaria um

cosmético sustentável para familiares e amigos. Neste última questão, tanto os homens e

as mulheres indicariam o uso dos cosméticos sustentáveis.

Podemos considerar que o público, em geral, não sabe distinguir quais são as

principais diferenças entre um cosmético natural ou orgânico, sustentável ao sintético ou

químico. Um dos motivos que ainda há falta de informação ao repassar ao público por

meio da indicação através da rotulagem dos produtos, clareza da diferença entre um

cosmético ao outro e falta de repasse de informação do profissional para o cliente de

forma fidedigna. Em geral, a população espera de um produto qualidade e que atenda as

38%

12%

43%

2%

42%

10%

50%

2%

30%

20%

55%

0%

30%

18%

47%

0%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não

Questão 6 Questão 7 Questão 8 Questão 9

Feminino

Masculino

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necessidades básicas e funcionais no local que será aplicado, acima da relação custo e

benefício. Tanto cosmético orgânico como sintético não se diferenciam na escolha

decisiva quando se propõe qualidade. A qualidade pode ser alcançada para ambos. A

diferença recai na biocompatibilidade dos componentes das matérias-primas e os

possíveis efeitos colaterais que podem acometer.

De acordo com a ABIHPEC (2010), em média, a população da União Europeia

costuma usar diariamente 12 a 15 produtos cosméticos e o Brasil, 6 a 8. Na pesquisa,

apontou-se valor próximo ao consumo. É de considerar que, cada vez mais, a população

brasileira consome mais. Um dos motivos principais é o aumento do poder aquisitivo da

classe social de baixa renda e a acessibilidade de produtos cosméticos de grandes

marcas.

Muitos motivos tem apontado na baixa demanda de venda de cosméticos

orgânicos ou naturais os quais incluem-se ao não interesse sobre o conceito

sustentabilidade ao que se aplica ao cosmético, a falta de regulamentação sobre o

registro de cosméticos orgânicos não fideliza o consumidor, preço mais elevado em

relação ao produto de concorrência de origem sintética e que atingem a mesma proposta

de ação e, por fim, falta de informação mais clara nos rótulos.

6. Conclusão

As empresas tem criticado a falta de regulamentação para este setor. A Lei

Orgânica que regulamentaria os cosméticos orgânicos, especificamente, não existe

ainda. Atualmente, esta lei é de responsabilidade do MAPA e funciona relativamente

bem para os produtos com fins alimentícios, em geral, porém os cosméticos são

fiscalizados pelo Ministério da Saúde que até então pouco se envolveu no processo,

desconhece os reais atributos dos cosméticos orgânicos e não tem agilizado o processo

de elaboração e assinatura das respectivas Instruções Normativas destes produtos.

Conclui-se que a partir dos resultados obtidos do questionário, pode-se considerar

as seguintes afirmações:

- O público, em geral, não sabe distinguir quais são as principais diferenças entre

um cosmético natural ou orgânico, sustentável ao sintético ou químico;

- Falta repasse de informação do profissional para o cliente de forma fidedigna

perante aos cosméticos orgânicos, naturais ou sustentáveis;

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- Falta credibilidade ou fidelidade para que o usuário continue a comprar

cosméticos orgânicos, naturais ou sustentáveis;

- A população espera de um produto qualidade e que atenda as necessidades

básicas e funcionais no local que será aplicado, acima da relação custo e

benefício, independemente ser orgânico ou não.

7. Referências

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Decreto 4.074 de 4 de janeiro de 2002. Regulamenta a Lei no 7.802, de 11 de julho de

1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e

rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial,

a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o

registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus

componentes e afins, e dá outras providências.

Decreto 6.323 de 27 de dezembro de 2007. Regulamenta a Lei no 10.831, de 23 de

dezembro de 2003, que dispõe sobre a agricultura orgânica, e dá outras providências.

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Decreto 7.048 de 23 de dezembro de 2009. Dá nova redação ao art. 115 do Decreto no

6.323, de 27 de dezembro de 2007, que regulamenta a Lei no 10.831, de 23 de

dezembro de 2003, que dispõe sobre a agricultura orgânica.

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produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização,

a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos

resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização

de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências.

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Recebido dia 30/10/2013

Aceito dia 06/12/2013