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2 Do Assunto à Tese Metodologia Científica e Produção Textual 2 DO ASSUNTO À TESE 2.1. O Caminho para a Tese Se observarmos um texto do tipo argumentativo verificaremos que o mesmo se estrutura em torno de uma tese, isto é, uma frase onde se enuncia um juízo, uma afirmação. Mas como chegar a uma tese? A princípio é muito simples: basta que façamos uma afirmação sobre um assunto qualquer e então teremos uma proposição. Ocorre que, nos ambientes sociais, onde o pensamento científico e filosófico se faz presente, isto é, em locais de trabalho de profissionais liberais, nos tribunais, repartições públicas, universidades etc., ali uma simples afirmação, afora em momentos descontraídos, deve ser pensada e avaliada. Assim, por exemplo, podemos em uma conv ersa de bar afirmar que “tal sujeito é ladrão”, mas se a mesma afirmação for feita em um tribunal, ou num programa televisivo, no escritório, em local de trabalho, ou mesmo na presença da pessoa, então a afirmação acima não será uma qualquer, será uma tese e deverá ser defendida com argumentos válidos. Por esta razão, antes mesmo de fazermos uma afirmação no âmbito profissional (o que envolve o conhecimento, a ética, a ciência e a filosofia) é necessário preparar a afirmação, verificar se a mesma tem fundamento em relação à ciência, à cultura, à realidade e aos seres humanos que servirão de interlocutores. Os exercícios que se seguem, de fato, servem para nos conscientizar sobre a primeira parte de uma argumentação que é encontrar uma tese e argumentos para ela. Assim, quem sabe futuramente poderemos contribuir com a ciência e com o desenvolvimento intelectual em nossa profissão.

Do assunto à tese

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Page 1: Do assunto à tese

2 Do Assunto à Tese

Metodologia Científica e Produção Textual

2 DO ASSUNTO À TESE

2.1. O Caminho para a Tese

Se observarmos um texto do tipo argumentativo verificaremos que o mesmo se

estrutura em torno de uma tese, isto é, uma frase onde se enuncia um juízo, uma

afirmação. Mas como chegar a uma tese? A princípio é muito simples: basta que

façamos uma afirmação sobre um assunto qualquer e então teremos uma

proposição. Ocorre que, nos ambientes sociais, onde o pensamento científico e

filosófico se faz presente, isto é, em locais de trabalho de profissionais liberais,

nos tribunais, repartições públicas, universidades etc., ali uma simples afirmação,

afora em momentos descontraídos, deve ser pensada e avaliada. Assim, por

exemplo, podemos em uma conversa de bar afirmar que “tal sujeito é ladrão”,

mas se a mesma afirmação for feita em um tribunal, ou num programa televisivo,

no escritório, em local de trabalho, ou mesmo na presença da pessoa, então a

afirmação acima não será uma qualquer, será uma tese e deverá ser defendida

com argumentos válidos.

Por esta razão, antes mesmo de fazermos uma afirmação no âmbito profissional

(o que envolve o conhecimento, a ética, a ciência e a filosofia) é necessário

preparar a afirmação, verificar se a mesma tem fundamento em relação à ciência,

à cultura, à realidade e aos seres humanos que servirão de interlocutores. Os

exercícios que se seguem, de fato, servem para nos conscientizar sobre a primeira

parte de uma argumentação que é encontrar uma tese e argumentos para ela.

Assim, quem sabe futuramente poderemos contribuir com a ciência e com o

desenvolvimento intelectual em nossa profissão.

Page 2: Do assunto à tese

2.2 Exercício de Produção Textual

Tema. O texto argumentativo sempre gira em torno de um tema, um assunto e a

partir deste formula-se um problema. Tomemos como exemplo o seguinte tema:

Sexo

Problema. Vários problemas poderão ser levantados a partir de tal tema.

Exemplo: Como controlar a divulgação de sexo na internet. Como controlar a

prostituição de menores? Existe igualdade entre os sexos?

Para delimitá-lo, escolheremos apenas um problema: como deter a violência

sexual no Brasil?

Hipóteses. Em uma argumentação não é recomendável escrever sobre diversas

teses, pois nem sempre teremos argumentos válidos para todas e nem t empo para

pesquisá-las e, além disso, podemos cair em incoerências e perdermos a coesão

textual. Como quase sempre há uma série de hipóteses sobre um tema, temos

que formulá-las e escolher entre elas a que melhor nos serve. Sendo assim,

poderemos, inclusive, tomar ciência de hipóteses refutáveis.

Escolhe-se um assunto e, a partir de uma série de hipóteses, é possível escolher

uma que nos servirá de tese. Digamos que o assunto seja sexo e violência.

Exemplos de possíveis hipóteses:

Para deter a violência sexual no Brasil é necessário um amplo trabalho de

educação nas escolas;

É preciso conscientizar as mulheres sobre o perigo de se expor sexualmente;

É preciso aumentar a repressão policial.

Page 3: Do assunto à tese

É preciso controlar a divulgação pública de imagens sexuais qu e tratam o sexo

como mercadoria.

Tese. A partir desta série de hipóteses escolhemos uma que será a tese a ser

defendida e elaboramos uma frase contendo uma proposição com dois conceitos,

um no sujeito e outro no predicado:

A divulgação pública de imagens que tratam o sexo como mercadoria propicia o

aumento da violência sexual.

A partir de tal tese levantaremos uma série de argumentos a defendê -la,

refutando, inclusive as demais.

Exercício. Levando em consideração a demonstração acima, faça o mesmo

exercício em relação aos temas abaixo e enumere alguns argumentos após

encontrar a tese.

Drogas:

Um Problema:

Três Hipóteses:

Uma Tese:

Dois Argumentos:

Page 4: Do assunto à tese

Trânsito

Um Problema:

Três Hipóteses:

Uma Tese:

Dois Argumentos:

Educação:

Um Problema:

Três Hipóteses:

Uma Tese:

Dois Argumentos:

Comércio Ambulante

Um Problema:

Três Hipóteses:

Page 5: Do assunto à tese

Uma Tese:

Dois Argumentos:

Liberdade de Imprensa

Um Problema:

Três Hipóteses:

Uma Tese:

Dois Argumentos:

O Trabalhador e a Empresa

Um Problema:

Três Hipóteses:

Uma Tese:

Dois Argumentos: