Por Treze Razões

Jay Asher

Encontro uma encomenda do tamanho duma caixa de sapatos inclinada contra a porta da rua. A nossa porta da rua tem uma pequena ranhura para introduzir a correspondência, mas tudo o que ultrapasse em espessura um sabonete é deixado no degrau. Uns rabiscos no embrulho indicam que é dirigida a Clay Jensen e, por conseguinte, pego nela e entro em casa.

Levo a encomenda para a cozinha e pouso-a na bancada. Abro a gaveta da tralha e retiro uma tesoura. Em seguida, faço deslizar uma das lâminas em volta do pacote e levanto a parte superior. Dentro da caixa de sapatos, encontra-se um embrulho envolvido em plástico de bolhas. Desenrolo-o e descubro sete cassetes áudio.

Cada cassete tem um número pintado a azul-escuro no canto superior direito, possivelmente com verniz das unhas. Cada lado também se encontra numerado. Um e dois na primeira cassete, três e quatro na segunda, cinco e seis, e por aí em diante. A última cassete tem treze escrito dum dos lados, mas nada no outro.Quem se lembraria de me enviar uma caixa de sapatos cheia de cassetes áudio?

Excerto de Por Treze Razões, de Jay Asher

Composição

Por Treze Razões é o título deste livro mas também o que levou Clay, certo dia regressar a casa e encontrar uma estranha encomenda dirigida a si, sem remetente.

Este adolescente não podia imaginar que nessa encomenda vinham sete cassetes áudio dirigidas a treze pessoas e gravadas por uma voz que não ouvia há duas semanas, a de Hannah.

Indicações

Por treze razões é recomendável aos adolescentes ou a quem se interessa pela adolescência e os seus problemas. Dá que pensar.

Precauções

Este livro leva-nos a pensar no que pode acontecer mesmo por baixo do nosso nariz sem nos darmos conta, e que pode ter graves consequências.

Pode causar alguma impressão a pessoas sensíveis.

Posologia

Indiscutível. Leia como e quando lhe apetecer, mas leia! Este livro e muitos mais encontram-se na Biblioteca Escolar de E.B.P.A.L.F.

contactos: telef. 274 600 190 | e-mail. be.eb23.aes@mail.com

O Diário Secreto de Adrian Mole aos 13 anos e ¾

Sue Townsend

Quinta-feira, 1 de Janeiro

FERIADO EM INGLATERRA, IRLANDA, ESCÓCIA e PAÍS DE GALES

Estas são as minhas resoluções para o Ano Novo:

1. Ajudar os cegos a atravessar a rua.

2. Pendurar as calças antes de me deitar.

3. Guardar os discos nas capas quando acabar de os ouvir.

4. Não começar a fumar.

5.

6. Tratar bem o cão.

7. Não espremer as borbulhas.

8. Ajudar os pobres e os ignorantes.

9. Depois daqueles horríveis barulhos que ouvi lá em baixo ontem à noite, prometi também nunca beber álcool.

O meu pai embebedou o cão a noite passada com brandy , na festa. Se a SPA souber, podem vir chateá-lo. Já passaram oito dias do Natal, mas a minha mãe ainda não usou o avental de plástico verde que eu lhe dei! Para o ano que vem só leva sais de banho.

Só mesmo eu, apareceu-me uma borbulha no queixo logo no primeiro dia do ano!

Excerto de O Diário Secreto de Adrian Mole aos 13 anos e ¾,

de Sue Townsend

O Diário Secreto de Adrian Mole aos 13 anos e ¾

Sue Townsend

ComposiçãoO Diário Secreto de Adrian Mole aos 13 anos e 3/4 , publicado em 1982 pela inglesa Sue Townsend, tem como componentes essenciais o humor e um agudíssimo espírito de observação, ao qual não escapa nenhum pormenor. O resultado é um hilariante retrato dum adolescente, dos pais, dos professores e da Inglaterra da Sra. Tatcher

IndicaçõesEste livro agradará aos que não perdem pitada do que os rodeia e encontram motivos para rir nas situações mais banais. É muito eficaz em adultos infelizes que teimam em idealizar os anos da adolescência.

PrecauçõesProvavelmente dará consigo a rir enquanto lê este livro. Não perca a oportunidade para partilhar a sua leitura com familiares, amigos e conhecidos. Falar sobre os livros que lê vai fazer-lhe bem.

PosologiaÉ aconselhável dedicar diariamente algum tempo à leitura: meia hora ou uma hora. Se preferir o tratamento intensivo, não receie a leitura sem pausas deste livro: o humor faz bem à saúde.Se tomaste esta amostra e te sentiste curioso, encontrarás a dose completa para a tua satisfação plena na Biblioteca Escolar da EBPALF.contactos: telef. 274 600 190 | e-mail. be.eb23.aes@mail.com

Outras indicaçõesSe gostaste desta amostra poderás, igualmente, ler do mesmo autor na Biblioteca Escolar da EBPALF: Os anos amargos de Adrian Mole; Adrian Mole na crise da adolescência.

Se ficaste viciado em diários, temos para ti: O diário de Sofia, Diário de um adolescente com a mania da saúde, O Diário confidencial de Mariana ou os vários livros da colecção

Clube das Amigas.

O Doente Inglês

Michael Ondaatje

Há histórias que o homem recita baixinho no quarto e que deslizam de plano para plano como um falcão em voo. Acorda no caramanchão pintado que o cerca com a sua chuva de flores, os seus braços de grandes árvores. Recorda piqueniques, uma mulher que lhe beijou partes do corpo agora queimadas, cor de beringela.

Passei semanas no deserto esquecendo-me de olhar a Lua, diz ele, como um homem casado pode passar dias inteiros sem nunca olhar para o rosto da mulher. Não são pecados de omissão, mas sinais de preocupação.

Os seus olhos ficam presos no rosto da jovem. Se ela mexe a cabeça, o olhar dele segue-a até se perder na parede. Ele inclina-se para diante. “Como foi que se queimou?”

A tarde já quase chegou ao fim. As mãos dele brincam com uma ponta do lençol, afagando-o com as costas dos dedos.

Caí a arder no deserto

Excerto de O Doente Inglês, de Michael Ondaatje

O Doente InglêsMichael Ondaatje

Composição

O Doente Inglês, do canadiano Michael Ondaatje, que aqui lhe receitamos, foi publicado em 1992. Entram na sua composição quatro personagens reunidas pela

guerra, uma villa italiana, amor, traição, recordações e alguns livros.

Indicações

O Doente Inglês será bem acolhido por leitores que apreciem personagens e sentimentos descritos com subtileza. Recomendamo-lo também aos que gostam de mergulhar na leitura sem pressas, deixando que os livros revelem pouco a pouco os seus segredos.

Precauções

Livros como este, líricos, intrigantes e cativantes podem criar habituação.Previna-se, partilhando o que lê com os que lhe são queridos. É saudável falar sobre os livros que lemos e recomendar aqueles que nos agradaram.

Posologia

O nosso conselho é que leias O Doente Inglês sem pressas. Dedica diariamente algum tempo à leitura: meia hora ou uma hora é suficiente para o tratamento fazer efeito.Se tomaste esta amostra e te sentiste curioso, encontrarás o tratamento completo para a tua satisfação plena na Biblioteca Escolar da EBPALF. contactos: telef. 274 600 190 | e-mail. be.eb23.aes@mail.com

Outras indicaçõesSe gostaste desta amostra poderás, igualmente, ler do mesmo autor: Obras completas de Billy the Kidd; O fantasma de Anil. Se gostaste deste livro temos também ao teu dispor na BE: As Horas, de Michael Cunningham.

África Minha

Karen Blixen

Tive uma fazenda em África, no sopé das montanhas Ngongo.O equador passa a sessenta quilómetros a norte desta região e a

fazenda ficava a uma altitude de mais de dois milímetros. Durante o dia sentíamo-nos mais perto do sol, mas as madrugadas e os fins de tarde eram límpidos e tranquilos e as noites frias.

A situação geográfica e a altitude combinavam-se para criar uma paisagem inigualável. A terra não era farta nem luxuriante; era África destilada por dois mil metros de altitude, a essência forte e depurada de um continente. As cores eram secas e queimadas como as da cerâmica. As árvores tinham uma folhagem leve e delicada, cuja estrutura era diferente das da Europa; não crescia em arcos ou cúpulas, mas em camadas horizontais, fazendo com que as árvores solitárias e altas se assemelhassem a palmeiras ou conferindo-lhes um ar heróico e romântico de galeras de velas desfraldadas, e à orla da floresta uma estranha aparência, como se toda ela vibrasse ligeiramente. Sobre a erva das vastas planícies havia velhas árvores dispersas , retorcidas e espinhosas e a erva era aromática como o tomilho e a murta; em certos lugares, o odor era tão intenso que fazia arder as narinas. Todas as flores que se encontravam nas planícies ou nas trepadeiras e lianas da floresta eram minúsculas como flores dos prados e só no início da longa estação das chuvas florescia nas planícies uma profusão de lírios perfumados. Os panoramas eram imensamente vastos e tudo o que se avistava evocava grandeza, liberdade e uma incomparável nobreza.

Excerto de África Minha, de Karen Blixen

África MinhaKaren Blixen

Composição

Em África Minha, a dinamarquesa Karen Blixen destilou com precisão a nostalgia de um tempo e de um lugar em que o equilíbrio entre o homem e a natureza primordial ainda pareciam possíveis, produzindo um medicamento eficaz e de utilização agradável e segura.

Indicações

África Minha convém aos amantes de África, aos aventureiros e aos viajantes saudosos dos tempos em que não havia McDonalds em todas as latitudes. Agradará aos leitores de autobiografias e a todos os que preferem ler histórias verdadeiras.

Precauções

Para evitar partidas súbitas para paragens a sul do equador, recomendamos que partilhe a leitura de África Minha com os seus familiares e amigos. Faz bem falar sobre os livros que lemos e recomendar aqueles que nos agradaram.

Posologia

África Minha não tem contra-indicações e não se conhecem casos de abandono da medicação. Se tomaste esta amostra e te sentiste curioso, encontrarás o tratamento completo para a tua satisfação plena na Biblioteca Escolar da EBPALF. contactos: telef. 274 600 190 | e-mail. be.eb23.aes@mail.com

Outras indicaçõesSe gostaste desta amostra poderás, igualmente, ler do mesmo autor: A festa de Babette e outras histórias do destino; Seis contos góticos; Sombras no capim. Se ficaste viciado em obras sobre África, lê também: Ébano, de Ryszard Kapuncinsky e Diário Africano, de Bill Bryson.

O Polegar de Deus

Louis Sachar

Não há nenhum lago em Camp Green Lake. Outrora, havia um grande

lago, o maior lago do Texas, há mais de cem anos. Agora é apenas terreno baldio, seco e plano.

Também havia uma cidade de Green Lake. A cidade murchou e secou juntamente com o lago e com as pessoas que lá viviam.

No Verão, as temperaturas durante o dia andam por volta dos trinta e cinco graus centígrados à sombra, se for possível encontrar alguma sombra. Não há muita sombra num lago tão seco e extenso como este.

As únicas árvores que se vêem são dois carvalhos velhos na margem leste do «lago». Há uma rede suspensa entre as duas árvores e uma cabana de toros atrás dela.

Os rapazes do acampamento não podem deitar-se na rede. Pertence à directora. A sombra pertence à directora.

No lago as cascavéis e os escorpiões encontram sombra debaixo de pedras e nas covas feitas pelos que lá se encontram acampados.

Eis uma boa regra, que convém não esquecer, a respeito de cascavéis e escorpiões: se não os incomodarmos, eles não nos incomodam.

Geralmente.

Excerto de O Polegar de Deus, de Louis Sachar

O Polegar de DeusLouis Sachar

Composição

O Polegar de Deus é um livro publicadopelo norte-americano Louis Sachar em 1983. Na sua composição entram elementos variados: um rapaz perseguido por uma maldição familiar, um acampamento para meninos maus, uma directora má como as cobras, uma história de amor e um par de sapatilhas usadas.

Indicações

O Polegar de Deus é aconselhado a leitores que estão fartos de seguir as aventuras dos mesmos heróis livro após livro e desejam experimentar uma receita diferente. Não há idade limite para o apreciar e retirar benefícios da sua leitura.

Precauções

Livros como este prendem a tenção de quem os lê. Lembre-se que pode apreciar ainda mais a sua leitura se a partilhar com as pessoas de quem gosta. É muito saudável falar sobre os livros que lemos e recomendar aqueles que nos agradaram.

Posologia

O Polegar de Deus é de efeito rápido e não se conhecem casos de abandono da medicação. Pode ser lido em pequenas doses diárias ou de forma intensiva, fica ao critério dos leitores.Se tomaste esta amostra e te sentiste curioso, encontrarás o tratamento completo para a tua satisfação plena na Biblioteca Escolar da EBPALF. contactos: telef. 274 600 190 | e-mail. be.eb23.aes@mail.com

Outras indicações

Se gostaste desta amostra lê também: O Reino de Kensuke, de Michel Mopurgo.

O Trono de PrataC. C. Lewis

- Dava tudo para saber donde ela veio e para onde vai – disse Lamacambúzio. – É uma personagem um bocado inesperada para encontrar na aridez do país dos gigantes, não vos parece? Aposto que isto não augura nada de bem.

- Que disparate! – exclamou Scrubb. – Eu achei-a o máximo! E pensem só nas refeições e nos quartos quentinhos. Espero que Harfang não seja muito longe.

- O mesmo digo eu – corroborou Jill. E o vestido dela não era uma maravilha? E o cavalo?

- Mesmo assim – insistiu Lamacambúzio – gostava de saber mais a seu respeito.

- Eu ia fazer-lhe uma data de perguntas – disse Jill. – Mas não pude porque tu não lhe quiseste dizer nada sobre nós.

- Pois foi – concordou Scrubb. – E porque é que ficaste todo rígido e desagradável? Não gostaste deles?

- Deles? – repetiu o Lingrinhas. – Quais eles? Só vi um.- Não viste o cavaleiro? – perguntou Jill.- Vi uma armadura – retorquiu Lamacambúzio. – Porque não falou ele?- Se calhar por ser tímido – sugeriu ele. – Ou talvez só queira olhar para

ela e ouvir a sua voz encantadora. Tenho a certeza de que era o que eu faria se estivesse no lugar dele.

Excerto de O Trono de Prata, de C. C. Lewis

O Trono de PrataC. C. Lewis

Composição

O Trono de Prata é um dos livros da colecção das Crónicas de Nárnia. O autor juntou o maravilhoso mundo de Nárnia, dois jovens, Jill e Eustace, alguma magia e o resultado é uma aventura empolgante e imprevisível nos seus inúmeros perigos, que devolverá ao trono de Nárnia o seu jovem príncipe há muito enfeitiçado. A eficácia do livro vem da imaginação, inteligência e sensibilidade do seu autor.

Indicações

O Trono de Prata é aconselhado a leitores entediados, a jovens que gostam de seguir as aventuras de reinos cheios de magia, heróis, fantasia, imaginação, aventura e uma pitada de humor. Não há idade limite para o apreciar e retirar benefícios da sua leitura.

Precauções

Livros como este prendem a atenção de quem os lê, pelo que não se conhecem casos de abandono ou efeitos secundários, além do puro deleite. Lembra-te de que podes apreciar ainda mais a sua leitura se a partilhares com as pessoas de quem gostas. Falar sobre os livros que lemos e recomendar os nossos favoritos faz bem à saúde.

Posologia

O Trono de Prata é de efeito rápido e não se conhecem casos de abandono da medicação. Pode ser lido em pequenas doses diárias ou de forma intensiva, fica ao critério dos leitores.

Se tomaste esta amostra e te sentiste curioso, encontrarás o tratamento completo para a tua satisfação plena na Biblioteca Escolar da EBPALF. contactos: telef. 274 600 190 | e-mail. be.eb23.aes@mail.com

Outras indicações

Se gostaste desta amostra poderás, igualmente, ler do mesmo autor na Biblioteca Escolar da EBPALF: O Leão, a Bruxa e o Guarda-fatos; O Leão, A Feiticeira e o Guarda-roupa; O Príncipe Caspian; A Viagem do Caminheiro da Alvorada; A Última Batalha.

Úrsula, a Maior

Alice Vieira

Para lá de não ser nenhum poço de virtudes (nem charco, quanto mais

poço), tenho de confessar que sou feiota. Para já. Sou alta de mais para os meus 14 anos, o que faz, por um lado, que a malta toda lá da escola comece com aquelas graças parvas, «então como é que está o tempo lá em cima?», «quando chegares cá abaixo fecha o pára-quedas», coisas assim, vocês sabem; e, por outro lado, faz com que de cada vez que a minha mãe ou o meu pai (que nisto, benza-os Deus! São iguaizinhos) me apresentam a qualquer desconhecido lá das relações deles, avancem logo com a frase «por este andar não sei onde é que ela vai parar».

Excerto de Úrsula, a Maior, de Alice Vieira

Úrsula, a Maior

Alice VieiraComposição

Alice Vieira publicou Úrsula, a Maior em 1989. Bom humor, duas raparigas à descoberta de si próprias e um olhar atento às pequenas coisas do dia a dia, são a razão da eficácia deste medicamento tão agradável de tomar.

Indicações

Úrsula, a Maior é particularmente recomendado a adolescentes excessivamente conformistas. Espíritos mais irreverentes apreciarão o humor da narrativa e darão o seu tempo de leitura por bem empregue.

Precauções

É um livro que prende a atenção de quem o lê. É bom lembrar que podemos apreciar ainda mais a leitura se a partilharmos com os que nos rodeiam. Falar sobre os livros que lemos e recomendar os nossos favoritos faz bem à saúde.

Posologia

Úrsula, a Maior actua rapidamente sobre os seus leitores. Pode ser lido em pequenas doses diárias ou de forma intensiva: fica ao critério de quem lê.

Se tomaste esta amostra e te sentiste curioso, encontrarás o tratamento completo para a tua satisfação plena na Biblioteca Escolar da EBPALF. contactos: telef. 274 600 190 | e-mail. be.eb23.aes@mail.com

Outras indicações

Se gostaste desta amostra poderás, igualmente, ler do mesmo autor na Biblioteca Escolar da EBPALF: Rosa, Minha Irmã Rosa; Chocolate à Chuva; Graças e Desgraças da Corte de El-Rei Tadinho; Um Fio de Fumo nos Confins do Mar; Flor de Mel; A Espada do Rei Afonso; Viagem à Roda do meu Nome; Se perguntarem por mim digam que voei; Lote 12-2º Frente; Às Dez a Porta fecha; Águas de Verão; Paulina ao Piano; Contos e Lendas de Macau; Histórias Tradicionais Portuguesas; Promontório da Lua; Este Rei que eu escolhi; Os olhos de Ana Marta.

A Pérola

John Steinbeck

Foi um movimento quase imperceptível que atraiu os olhares de ambos para o caixote suspenso. Kino e Juana ficaram petrificados. Pela corda que suspendia o caixote do bebé do tecto da cabana descia lentamente um escorpião. Tinha a cauda erguida, mas poderia cravá-la numa fracção de segundo.

A respiração de Kino silvava nas suas narinas e teve que abrir a boca para o evitar. E então o olhar assustado e a rigidez do seu corpo desapareceram. Na sua cabeça soava uma nova canção, a Canção do Mal, a música do inimigo, de qualquer inimigo da família; era uma melodia selvagem, secreta, perigosa, e, por baixo dela, a Canção da Família, gemia dolorosamente.

O escorpião movia-se cuidadosamente pela corda, descendo em direcção ao caixote. Juana repetiu interiormente um antigo esconjuro que protegia de todo o mal, murmurando simultaneamente uma Avé-Maria entre os dentes cerrados. Mas Kino já estava em movimento. O seu corpo deslizou silenciosa e suavemente pela casa. Tinha as mãos estendidas para a frente com as palmas voltadas para baixo e os olhos postos no escorpião.

Excerto de A Pérola, de John Steinbeck

A PérolaJohn Steinbeck

ComposiçãoA Pérola constitui uma inesquecível parábola poética sobre as grandezas e as misérias do mundo tão contraditório em que vivemos. Baseada num conto popular mexicano é a história comovente de uma pérola enorme, de como foi descoberta e de como se perdeu levando com ela os sonhos bons e maus que representava, mas é também a história de uma família e da solidariedade especial entre uma mulher, um pobre pescador índio e o filho de ambos.

IndicaçõesA Pérola está especialmente indicado para pessoas que desfrutem lendo histórias curtas, mas com descrições cruas e realistas das condições de vida humana, histórias comprometidas e que nos fazem pensar e para quem gosta de histórias inquietantes, onde impera o elogio à dignidade do ser humano.

PrecauçõesOs dilemas, os preconceitos e os estatutos sociais deste livro podem potenciar o efeito de fascinação, mas também de meditação. Recomendamos que, para atenuar estes efeitos, desfrute da sua fácil e absorvente leitura partilhando-a. É muito benéfico falar dos livros que lemos, de que gostamos e recomendá-los aos nossos amigos.

PosologiaEsta história breve e envolvente deve ser tomada em doses curtas e diárias. No entanto, a escrita fluente, objectiva e inebriante do autor leva, em alguns casos, a lê-la em uma só dose.

Se tomaste esta amostra e te sentiste curioso, encontrarás o tratamento completo para a tua satisfação plena na Biblioteca Escolar da EBPALF. contactos: telef. 274 600 190 | e-mail. be.eb23.aes@mail.com

Outras indicaçõesSe gostaste desta amostra poderás, igualmente, ler do mesmo autor na Biblioteca Escolar da EBPALF: As Vinhas da Ira.

O Velho e o Mar

Ernest Hemingway

Era um velho que pescava sozinho num esquife na Corrente do Golfo, e saíra havia já oitenta e quatro dias sem apanhar um peixe. Nos primeiros quarenta dias um rapaz fora com ele. Mas, após quarenta dias sem um peixe, os pais do rapaz disseram a este que o velho estava definitivamente e declaradamente salao, que é a pior forma de azar, e o rapaz fora por ordem deles para outro barco que na primeira semana logo apanhou três belos peixes. Fazia tristeza ao rapaz ver todos os dias o velho voltar com o esquife vazio e sempre descia a ajudá-lo a trazer as linhas arrumadas ou o croque e o arpão e a vela enrolada no mastro. A vela estava remendada com quatro velhos sacos de farinha e, assim ferrada, parecia o estandarte da perpétua derrota.

O velho era magro e seco, com profundas rugas na parte de trás do pescoço. As manchas castanhas do benigno cancro da pele que o sol provoca ao reflectir-se no mar dos trópicos viam-se-lhe no rosto. As manchas iam pelos lados da cara abaixo, e as mãos dele tinham as cicatrizes profundamente sulcadas que o manejo das linhas com peixe graúdo dá. Mas nenhuma dessas cicatrizes era recente. Eram antigas como erosões num deserto sem peixes.

Excerto de O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway

O Velho e o MarErnest Hemingway

Composição

O Velho e o Mar, o livro que receitamos, foi publicado por Ernest Hemingway em 1952. É uma aventura poética em que o autor opõe a persistência e a coragem do homem à força da natureza.

Indicações

A história do velho pescador solitário e da sua luta com o peixe gigante é especialmente indicada para pescadores e amantes do mar. Agradará, igualmente, a todos aqueles que acham que a vida é feita de desafios que temos de tentar superar.

Precauções

A escrita simples e cativante do autor pode criar habituação. Para evitar estes sintomas, recomendamos que aprecie as suas leituras, mas também que as partilhe com os que o rodeiam. É muito saudável falar sobre os livros que lemos e recomendar aqueles que nos agradaram.

PosologiaO Velho e o Mar pode muito bem ler-se de um só fôlego. Em geral, recomendamos que se dedique diariamente algum tempo à leitura: meia hora ou uma hora é o suficiente para o tratamento fazer efeito. Todas as ocasiões são boas: nos transportes públicos, no café, à tarde ou à noitinha.

Se tomaste esta amostra e te sentiste curioso, encontrarás o tratamento completo para a tua satisfação plena na Biblioteca Escolar da EBPALF. contactos: telef. 274 600 190 | e-mail. be.eb23.aes@mail.com

Outras indicaçõesSe gostaste desta amostra poderás, igualmente, ler do mesmo autor na Biblioteca Escolar da EBPALF: O Jardim do Éden.

O Perfume: história de um assassino

Patrick Suskind

Grenouille estava inclinado sobre ela e aspirava o seu perfume sem qualquer mistura, tal como se lhe depreendia da nuca, dos cabelos, do decote, do vestido e absorvia-o como a uma suave brisa. Nunca se sentira tão bem em toda a sua vida. Em compensação, a jovem começava a ter frio. Não via Grenouille. Sentia, porém, uma angústia, um estranho calafrio, como quando se é repentinamente tomado de um antigo medo vencido. Tinha a sensação de que nas suas costas passava uma corrente de ar frio, como se alguém tivesse empurrado uma porta que dava para uma cave húmida e gigantesca. Pousou a faca de cozinha, cruzou os braços sobre o peito e virou-se.

Ficou tão petrificada de medo ao avistá-lo, que ele dispôs de muito tempo para lhe colocar as mãos à volta do pescoço. Ela não tentou gritar, não se mexeu, não esboçou qualquer movimento para se defender. Ele, por seu lado, não via o rosto de feições delicadas, sardento, a boca vermelha, os olhos grandes de um verde luminoso, porque mantinha os olhos cuidadosamente fechados enquanto a estrangulava e a sua única preocupação residia em não perder a mínima parcela do seu perfume.

Excerto de O Perfume: história de um assassino, de Patrick Suskind

O Perfume: história de um assassino de Patrick Suskind

ComposiçãoO Perfume é a história de um artesão especializado no ofício de perfumista, e essa arte constitui para ele uma alquímica busca do absoluto. O perfume supremo será para ele uma forma de alcançar o belo e, nessa demanda nada o detém, nem mesmo os crimes mais hediondos, que fazem dele um ser monstruoso aos nossos olhos. Jean-Baptiste Grenouille possui, no entanto, uma incorrupta pureza que exerce um forte fascínio sobre o leitor.

IndicaçõesEspecialmente indicado para quem gosta de histórias inquietantes, com personagens que nos provocam sentimentos dúbios e nos descrevem de forma soberba a época e as mentalidades do século XVIII. Neste livro as paixões humanas são levadas ao extremo para obter o poder. Para quem queira experimentar o odor de um perfume através das letras, tal a magia da descrição com que nos brinda este autor. Se gostas de histórias intensas, perturbadoras e surpreendentes não deixes de deglutir esta.

PrecauçõesEste é um livro que, mesmo após cerradas as suas páginas, perdurará na tua memória com a sua ciranda de personagens, inebriando-o com a s suas imagens grotescas e o seu delicado perfume. Uma obra que te poderá deixar a reflectir ….Para atenuar estes sintomas de hipersensibilidade da imaginação, recomenda-se que desfrutes da leitura, partilhando-a com os outros.

PosologiaEsta história envolvente pode ser tomada em doses curtas. No entanto, a escrita fluente, objectiva e inebriante do autor conduzir-te-ão a sessões longas de leitura ininterrupta, cujo único efeito será o aproximar mais rápido do final.Se tomaste esta amostra e te sentiste curioso, encontrarás a dose completa na Biblioteca Escolar da EBPALF .contactos: telef. 274 600 190 | e-mail. be.eb23.aes@mail.com Outras indicações: Se gostaste desta amostra poderás, igualmente, ler do mesmo autor: A história do senhor Sommer; A Pomba; O contrabaixo; Um combate e outras histórias; Sobre o amor e morte.

A Fórmula de Deus

José Rodrigues dos Santos

- “Lamento, mas são as nossas ordens”, insistiu Jalili.Olhou para a última página e copiou a charada de letras para uma folha A4 lisa. “Esta folha vai ser doravante o seu material de trabalho.”- “Não sei se, nestas condições, consigo fazer o meu trabalho.”- “Conseguirá”. Soergueu o sobrolho. “Aliás, nem tem outro remédio. Por ordem do senhor ministro, o senhor só será autorizado a sair do Irão quando completar a decifração.…- “ Não, tem apenas o título do manuscrito, o poema e a assinatura de Einstein.”…- “ Ah, sim, exclamou o português com ar peremptório. “É apenas isso que espero de si.” Fez uma expressão inocente.“Apenas assistência científica, nada mais”.A iraniana inclinou a cabeça.-“ Porque será que não acredito em si? “- “ Não faço a mínima ideia” , riu-se ele.

Excerto de A Fórmula de Deus, de José Rodrigues dos Santos

A Fórmula de Deus de José Rodrigues dos Santos

ComposiçãoA Fórmula de Deus é uma história de amor, de intriga e traição, uma perseguição implacável, uma busca espiritual que nos leva à mais espantosa revelação mística de todos os tempos – a prova científica da existência de Deus. O seu princípio activo de romance histórico pretende levar os leitores a pensar, com alguma profundidade, em termos de Física, Matemática e Astronomia, à volta do tema da origem do universo, mas também sobre o sentido da vida e a natureza de Deus.

IndicaçõesAinda que, este romance cause bem estar a todos, é aconselhado sobretudo a pessoas curiosas, que desfrutem com a intriga e o mistério desenrolados na sociedade iraniana actual, com o descobrimento do amor e de questões tão delicadas como a prova da existência de Deus.

PrecauçõesA escrita envolvente deste livro pode causar habituação. Recomendamos que partilhes com outras pessoas os pontos de vista, as revelações que se vão fazendo e a sua credibilidade. Deixa-te envolver pela leitura, partilhando-a e recomendando-a à tua família e amigos, ambos beneficiarão.

PosologiaÉ conveniente dedicar todos os dias um pouco de tempo à leitura: meia hora, uma hora, se possível com calma e em qualquer lugar. No caso deste romance intrigante, é difícil não cair em sobredosagem, mas não se conhecem contra-indicações para a mesma. O seu efeito cativante actua com rapidez e não se conhecem casos de abandono, somente de atenção absoluta.Se tomaste esta amostra e te sentiste curioso, encontrarás a dose completa na Biblioteca Escolar da EBPALF .contactos: telef. 274 600 190 | e-mail. be.eb23.aes@mail.com

Outras indicações: Se gostaste desta amostra poderás, igualmente, ler do mesmo autor na Biblioteca Escolar da EBPALF: Fúria Divina; A Filha do Capitão.

Amanhecer

Stephenie Meyer

-Fazes a reanimação? – rugiu Edward para mim, rápido e incisivo.

-Sim.

Estudei a expressão dele, de relance, à procura de sinais de uma reacção semelhante à de Rosalie. Não encontrei nada, a não ser uma determinação feroz.

-Obriga-a a respirar! Tenho de o tirar antes…

No interior do corpo ouviu-se um novo estalido dilacerante; foi tão baixo que ficámos petrificados, à espera de a ver reagir com um grito agudo. Nada. As pernas de Bella, até ao momento curvadas em agonia, tombaram inertes e estenderam-se numa posição pouco natural.

-A coluna – exclamou Edward, com a voz sufocada.

-Tira-o lá de dentro! – rugi-lhe, lançando-lhe o bisturi. – Ela já não sente nada!

A seguir, curvei-me sobre Bella. A boca parecia-me desimpedida, pelo que a pressionei com a minha, soprando o ar que tinha nos pulmões com toda a força.

Excerto de Amanhecer, de Stephenie Meyer

Composição:

O livro Amanhecer de Stephenie Meyer é o último da saga Luz e Escuridão composta por: Crepúsculo, Lua Nova e Eclipse.

É totalmente composto por uma dose de amor, amizade e suspense.

Resultado: Relações entre uma humana, um vampiro e um lobisomem.

Informações:

Se gosta de um bom livro que o vai fazer pensar na vida e que o inesperado pode acontecer, não perca esta saga.

Precauções:

Quando começar a ler este livro vai dar conta que não consegue, nem lhe apetece parar. Para a sua melhor compreensão sugiro que leia os 3 livros anteriores a este!

Posologia:

Quem são os médicos, especialistas ou doutores? Eles que digam que o aconselhável é ler meia hora por dia… Eu discordo e este livro é a prova. Leia! Leia muito! Leia o tempo que lhe apetecer, onde e quando lhe apetecer. Este livro e muitos mais encontram-se na Biblioteca Escolar de E.B.P.A.L.F.

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Outras indicações:

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