3
1 EDUCAÇÃO NA CIBERCULTURA Telma da Silva Barbosa 1 No contexto do que trata a Série, Salto para o Futuro no seu título; Cibercultura:o que muda na educação”, Santos traz como provocação uma questão produzida por Pierre Lévy, (1999):” [...] O uso das tecnologias em diferentes esferas da sociedade contemporânea favorece a ideia de redes de conhecimento. E o que muda na educação presencial e a distância na emergência da cibercultura?”, Verifica-se a necessidade de explorar o imaginário escolar e indagar ao professor sobre sua percepção do assunto. Daqui e dali surgem reflexões sobre como intervir nessa realidade de mudanças tão significativas e dinâmicas que conduzem à nova práxis escolar. A escola e ao professor cabe um processo de internalização, capacitação e vontade, quanto à apropriação de uso das TIC no contexto da educação. E sobre redes de produção e divulgação de conhecimento? Será esta uma forma de aproximação do universo cotidiano e criativo dos alunos? Em face dessas indagações os intelectuais da educação, como Dowbor (2001, p.12), afirma: O mundo que hoje surge constitui ao mesmo tempo um desafio e uma oportunidade ao mundo da educação. [...] A mudança é hoje uma questão de sobrevivência, e a contestação não virá de “autoridades”, e sim do crescente e insustentável “saco cheio” dos alunos, que diariamente comparam os excelentes filmes e reportagens científicos que surgem na televisão, nos jornais e com as mofadas apostilas e repetitivas lições da escola. A mudança da Escola está diretamente ligada a uma complexidade de aspectos traduzidos pela obra organizada por Santos, (org, 2011) que a partir das noções de currículo, didática e docência problematiza a questão, discutindo três eixos temáticos: a Educação a Distância na cibercultura; a do- 1 A autora é Mestra em Educação e Contemporaneidade, Professora Formadora lotada no NTE01, Salvador-BA. Endereço para acessar o CV: http://lattes.cnpq.br/0845916537694740. Endereço eletrônico de e-mail: [email protected]. Telefones:071-91454669; 071- 86116965. Endereço eletrônico de grupo: https://www.facebook.com/groups/129003027251816/.

Educação na cibercultura

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Educação na cibercultura

1

EDUCAÇÃO NA CIBERCULTURA

Telma da Silva Barbosa1

No contexto do que trata a Série, Salto para o Futuro no seu título;

Cibercultura:o que muda na educação”, Santos traz como provocação uma

questão produzida por Pierre Lévy, (1999):” [...] O uso das tecnologias em

diferentes esferas da sociedade contemporânea favorece a ideia de redes de

conhecimento. E o que muda na educação presencial e a distância na

emergência da cibercultura?”, Verifica-se a necessidade de explorar o

imaginário escolar e indagar ao professor sobre sua percepção do assunto.

Daqui e dali surgem reflexões sobre como intervir nessa realidade de

mudanças tão significativas e dinâmicas que conduzem à nova práxis escolar.

A escola e ao professor cabe um processo de internalização, capacitação e

vontade, quanto à apropriação de uso das TIC no contexto da educação. E

sobre redes de produção e divulgação de conhecimento? Será esta uma forma

de aproximação do universo cotidiano e criativo dos alunos?

Em face dessas indagações os intelectuais da educação, como Dowbor

(2001, p.12), afirma:

O mundo que hoje surge constitui ao mesmo tempo um desafio e uma oportunidade ao mundo da educação. [...] A mudança é hoje uma questão de sobrevivência, e a contestação não virá de “autoridades”, e sim do crescente e insustentável “saco cheio” dos alunos, que diariamente comparam os excelentes filmes e reportagens científicos que surgem na televisão, nos jornais e com as mofadas apostilas e repetitivas lições da escola.

A mudança da Escola está diretamente ligada a uma complexidade de

aspectos traduzidos pela obra organizada por Santos, (org, 2011) que a partir

das noções de currículo, didática e docência problematiza a questão,

discutindo três eixos temáticos: a Educação a Distância na cibercultura; a do-

1 A autora é Mestra em Educação e Contemporaneidade, Professora Formadora lotada no NTE01, Salvador-BA.

Endereço para acessar o CV: http://lattes.cnpq.br/0845916537694740. Endereço eletrônico de e-mail:

[email protected]. Telefones:071-91454669; 071- 86116965. Endereço eletrônico de grupo: https://www.facebook.com/groups/129003027251816/.

Page 2: Educação na cibercultura

2

cência online; o currículo multireferencial.” No auxilio ao entendimento dessas

questões, Vilarinho; Sande; Nogueira Jr (2003, p.6 apud RAMOS 1991, p.83-

90) contribuem esclarecendo: “[...] a formação continuada se caracteriza como

trabalho coletivo, isto é, trabalho com e não trabalho para professores”, nesse

sentido é importante citar os aspectos de formação que devemos atentar:

1 Formação crítico-situacional: informação ampla, continuada e desmistificada sobre: os avanços no campo das tecnologias da informação e comunicação, suas áreas de aplicação e seu impacto [...];

2 Formação conceitual: sobre as novas maneiras de abordar o conhecimento propiciado pelas tecnologias da informação e comunicação e as habilidades cognitivas e sociais que supõem;

3 Formação técnico-pedagógica: aproximação das possibilidades educativas que as tecnologias da informação e comunicação oferecem, contextualizadas em diferentes modelos de ensino-aprendizagem [...];

4 Formação instrumental: familiarização com os computadores e seus “acessórios” necessários [...];

5 Formação auto reflexiva a partir da analise do papel dos alunos e do professor neste novo contexto.(FATIN,2006,p.89-90 apud SANCHO,1998).

E como afirmou Paulo Freire (1992):

Precisamos contribuir para criar a escola que é aventura, que marcha que não tem medo do risco, por isso recusa o imobilismo. A escola em que se pensa em que se atua em que se cria, em que se fala, em que se ama, se adivinha, a escola que apaixonadamente diz sim a vida.

Dessa compreensão nós educadores vamos, pouco a pouco,

potencializando laços, construindo redes, contribuindo para juntos vencer o

desafio, do uso de TIC na educação como alternativa de aproximação, escola x

professor, conteúdo x aprendizagem significativa.

John Dewey, Anísio Teixeira precursores da escola Nova, exaltaram a

necessidade de estreitar a relação entre teoria e prática, pois acreditava que as

hipóteses teóricas só têm sentido no dia-a-dia. De acordo com Ramalho (2011)

Dewey “acreditava que, para o sucesso do processo educativo, bastava um

grupo de pessoas se comunicando e trocando ideias, sentimentos e

experiências sobre as situações práticas do dia-a-dia.” Assim também pensava

Page 3: Educação na cibercultura

3

Anísio Teixeira, filosofo e educador, que em trabalho por uma educação pública

de qualidade, uma escola para todos, exaltava o processo democrático como

meio e fim, mas ponderava;

“Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no país a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a da escola pública.”

A escola pública e educadores são desafiados diariamente ao exercício

de mudanças em suas práticas. A cultura da convergência, conceito produzido

por Henkins, (Trad.Alexandria,2008), permite entender que as mudanças

tecnológicas, mercadológicas, culturais e sociais percebidas no cenário

contemporânea dos meios de comunicação, contribui para enfatizar a

criatividade, a colaboração, a troca, entre educadores, elementos construídos

nas redes de conhecimento. E por falar nisso, quer ser adicionado ao grupo

Professores Tecendo Redes:

https://www.facebook.com/groups/129003027251816/? É só solicitar.

Referencias

DOWBOR, Ladislau. Tecnologias do conhecimento: os desafios da educação. 1.ed.Petropólis,RJ. Vozes, 2001. FATIN, Monica. Mídia-Educação: conceitos, experiências, diálogos Brasil-Itália Florianópolis: Cidade Futura, 2006.

JENKINS, Henry, Cultura da convergência.Tradução: ALEXANDRIA, Suzana. Editora: ALEPH, USA, 2008.

Lévy, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. RAMALHO, Priscila. Escola. 01/07/2011, as 19:37 Disponível em: http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/john-dewey-307892.shtml. Acesso em: 02/08/2014.

SANTOS,Edméa. Cibercultura: o que muda na educação. Salto para o Futuro: TV Escola, Ano XXI, Boletim 03 – Abril -2011. VILARINHO, Lúcia Regina Goulart, SANDE, Lêda Carvalho; NOGUEIRA JR, Luiz Alberto Ambrósio. Formação Continuada de Professores em cursos à distância: Novas perspectivas do processo ensino-aprendizagem. Disponível em: <http://www.abed.org.br/seminario2003/texto14.htm>.