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Efeitos da aplicação da PAC na agricultura portuguesa

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Page 1: Efeitos da aplicação da PAC na agricultura portuguesa

PREPARAÇÃO PARA O EXAME NACIONAL DE GEOGRAFIA A – 10º/11º ANOS

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EFEITOS DA APLICAÇÃO DA PAC NA AGRICULTURA PORTUGUESA ( breve síntese)

Retrato do setor à época da adesão:

- Mais de 600 000 explorações

- Dimensão média de 6 hectares por exploração

- Baixos níveis de produtividade, quer da terra (rendimento da terra) quer do

trabalho (produtividade do trabalho)

- Setor altamente intervencionado:

Políticas públicas de apoio aos preços

Subsídios aos fatores de produção

Setor completamente isolado do exterior (exceções: Vinho do Porto,

tomate para indústria, cortiça e pasta de papel (setor florestal)

Período de pré-adesão

1980

Objetivo: Acelerar o ajustamento estrutural da agricultura portuguesa

Metodologia: Aplicação de Programas e Subprogramas de Ajuda

1º Programa de Ajuda

Subprogramas: 1. Implantação da rede de contabilidade

2. Implantação do sistema informático sobre preços e

mercados agrícolas

3. Equipamento e formação para os serviços

Regionais do Ministério da Agricultura

1985

Objetivo: Implementar ações de modernização do setor

Resultado: Insucesso motivado por duas circunstâncias:

- Grande atraso no início da sua implementação

- Preferência por programas de apoio disponibilizados com a adesão, 1985/6

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PREPARAÇÃO PARA O EXAME NACIONAL DE GEOGRAFIA A – 10º/11º ANOS

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Depois da adesão: Reforma de 2003

As estatísticas diziam (2003):

- Redução de 54% no total das explorações

- Redução de 60% da mão-de-obra agrícola total

- +4 hectares na dimensão média das explorações (6 para 10ha)

- Melhoria da qualidade dos produtos

Houve, de facto, um ajustamento estrutural. Contudo:

- A produtividade média da terra (=rendimento da terra) é cerca de 70% do nível

médio da União Europeia

- a produtividade média do trabalho é cerca de 30% do nível médio da União Europeia

Hoje, verifica-se que a opção da estratégia da adesão por etapas não foi correta.

Os agricultores imaginaram que só os aspetos positivos existiriam, nomeadamente, o acesso aos

fundos estruturais.

Os agricultores não pensaram nos aspetos negativos, especialmente, na redução dos preços e na

abolição das medidas protecionistas nas fronteiras.

Continuam por resolver:

- O aumento da produtividade, da terra e, principalmente, do trabalho.

- Organização económica de produtores e de cooperativas para fazer face à

globalização e ao poder negocial da grande distribuição.

- Problemas ambientais criados pela pecuária.

Todavia, podem-se apontar algumas outras evoluções estruturais da agricultura portuguesa:

- Recuo na produção de cereais (uma das culturas que mais beneficiava com os

incentivos à produção e que foi penalizada com as reformas)

- Aumento das áreas de pastagens (reforço dos prémios por cabeça de gado)

- Agravamento da taxa de autoabastecimento (relação entre a produção agroalimentar

interna e o consumo interno total)

Extraído e adaptado de “Impactos da adesão na agricultura e nas pescas” de Arlindo

Cunha

Conclusão

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PREPARAÇÃO PARA O EXAME NACIONAL DE GEOGRAFIA A – 10º/11º ANOS

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COMO ERA A AGRICULTURA ANTES DA ADESÃO À CEE?

Era um setor debilitado estruturalmente

Numa situação de estagnação.

Quais os indicadores estruturais?

- Índice de envelhecimento dos agricultores elevado

- Grau de educação e formação baixo

- Nível de investimento em infraestruturas reduzido

- Nível de investigação agrícola reduzido

Como era o setor agrícola na Europa a 9?

- Um setor global e desenvolvido

O que esperava aos agricultores portugueses?

- Competição aos mesmos preços (inferiores aos praticados a nível nacional)

- Capital humano mais forte

- Infraestruturas tecnológicas muito mais fortes

- Medidas que pretendiam: - Conter a produção

- Conter o aumento da despesa agrícola

Conclusão:

A evolução da PAC denunciava, para futuro, dificuldades em conciliar as necessidades de

crescimento da agricultura portuguesa com as perspetivas reformistas.

Período da adesão

Concedido um período de 10 anos para implantação dos ajustamentos exigidos pela

PAC na,

- Organização dos mercados

- Harmonização dos preços e políticas agrícolas

Adotados dois regimes de transição:

- Regime de transição clássica – 7 anos; aplicado ao girassol, azeite, frutos

conservados, tomate para indústria e carne ovino

- Regime por etapas – 5 anos/etapa; aplicado aos cereais, frutas frescas e

tomate em fresco.

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PREPARAÇÃO PARA O EXAME NACIONAL DE GEOGRAFIA A – 10º/11º ANOS

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O que veio a suceder?

1986 – Portugal precisava de políticas que promovessem a sua produtividade e

desenvolvimento

1992 – Portugal teve que adotar, como todos os Estados-Membros de então, as mesmas

medidas reformistas em pleno, interrompendo o período de transição iniciado em 1986.

Os rendimentos dos agricultores passam a ser oriundos, uma parte, do mercado, e,

outra parte, dos subsídios compensatórios.

Estes ajustamentos alimentam a quebra de investimento no nível tecnológico dos sistemas de

produção e, obviamente, na produção agrícola.

Para acederem aos pagamentos compensatórios, as empresas agrícolas reestruturam os seus

sistemas e aparelhos de produção mas sem preocupação de competirem, logo, apostando pouco

na inovação.

Extraído e adaptado de “As Reformas da Política Agrícola Comum (PAC)

e a Agricultura Portuguesa”, de Carlos Marques

A EVOLUÇÃO REPRESENTADA GRÁFICAMENTE

0

100000

200000

300000

400000

500000

600000

700000

800000

900000

1968

1989

1999

2009

811700

598700

382200

305266

Número de explorações

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0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

1968 1989 1999 2009

Composição parcial da SAU (milhões de hectares)

SAU (milhões de ha) Terras aráveis Pastagens permanentes

810300

546100

375900297381

0

100000

200000

300000

400000

500000

600000

700000

800000

900000

1968 1989 1999 2009

Produtores singulares

600

4000

5200

6776

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

1968 1989 1999 2009

Sociedades