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Política Monetária Affonso Celso Pastore | 2015 1º SEMINÁRIO POLÍTICA MONETÁRIA O Ambiente Internacional e seus Reflexos no Brasil

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Política Monetária

Affonso Celso Pastore | 2015

1º SEMINÁRIOPOLÍTICA MONETÁRIA

O Ambiente Internacional e seus Reflexosno Brasil

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PRIMEIRO SEMINÁRIO DE POLÍTICA MONETÁRIA

O AMBIENTE INTERNACIONAL E SEUS REFLEXOS NO BRASIL

Affonso Celso Pastore

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Como a mudança no cenário internacional condiciona a política monetária no Brasil nos

próximos dois anos?

• Para responder a esta questão temos que olhar :

• Primeiro para as mudanças na economia internacional.

– Chegamos ao final da “bonança externa”, caracterizada: a) por um ciclo de elevação dos preços internacionais de commodities que por algum tempo permitiu ganhos de relações de troca que sustentaram uma ampliação da absorção muito acima do crescimento do PIB; b) por forte ampliação do comércio mundial, que também se esgotou.

– Chegamos ao final de um ciclo de enfraquecimento do dólar, iniciando-se uma fase – que deverá ser longa - de intenso fortalecimento do dólar.

• Em segundo lugar para as condições atuais da economia brasileira

– O Brasil é pego no início desta fase: a) tendo que realizar um forte ajuste fiscal que acentua a desaceleração do crescimento; e b) tendo que realizar uma inflação corretiva quando as expectativas de inflação estão desancoradas desde o final de 2010.

– ...e é pego com um déficit nas contas correntes que ficou grande em relação à perspectiva de ingressos de capitais, o que combinado com as condições internacionais impõe uma forte depreciação cambial, que interfere com a inflação, e impõe ao Banco Central a tarefa de permitir a mudança no câmbio real, com a queda dos salários deflacionados pela inflação dos bens tradables.

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O final da “bonança externa” é devido a dois fatores:

a) o fim do ciclo de elevação dos preços internacionais de commodities (desaceleração

do crescimento da China) que se iniciou em 2002, e foi acompanhado por um período de

ganhos de relações de troca. Esta fase se esgotou no início de 2011.

b) a forte queda na velocidade de crescimento do valor em US$ das exportações

mundiais. Não é devida apenas a preços, mas também a quantidades. O crescimento

anterior era devido: 1) à integração dos mercados emergentes na economia global, com

uma onda de liberalização de comércio; 2) à queda forte de custos ligadas a acordos de

comércio e avanços na tecnologia e na informação; 3) ao aprofundamento da divisão

internacional do trabalho gerada pelas cadeias globais de valores. Todos estes

processos parecem ter atingido um limite, indicando que a desaceleração é um

fenômeno estrutural, e não apenas transitório.

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1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014

Índice CRB

Relações de troca

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CRESCIM NTO ECONÔMICO NOS EUA, EUROPA E DEMAIS PAÍSES:

O FORTALECIMENTO DO DÓLAR NORTE AMERICANO

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O PIB norte americano vem crescendo acima do potencial, com excelente desempenho da indústria,

cujo crescimento já levou ao esgotamento da margem de capacidade não utilizada.

No mercado de trabalho há uma contínua aceleração das contratações de mão de obra, derrubando a

taxa de desemprego de longo prazo, que já está muito próxima da taxa de desemprego de curto

prazo.

O FED pode retardar o início de elevação da taxa de juros (preocupado com os salários, que não

crescem , e com a baixa inflação), mas não poderá evitá-lo. Risco: Mesmo considerando o cuidado

com a comunicação, há incerteza sobre o impacto que o aperto monetário nos EUA terá em um

mundo muito líquido, depois de 6 anos no zero bound. Pode haver volatilidade dos preços de ativos

maior que em ciclos anteriores de aperto.

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Variação Trimestral Anualizada (+1*)

Variação Anual

PIB

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*deslocado um trimestre para frente

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Produção Industrial (E)

NUCI (D)

séries dessazonalizadas

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EUA Árabia Saudita

Rússia China

Canadá Emirados Árabes

Produção de Petróleo

bilhões de barris por dia

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EUA China

Japão Índia

Coréia de Sul Alemanha

Importação Líquida de Petróleo

bilhões de barris por dia

O crescimento econômico dos EUA se beneficia da queda dos preços do petróleo. Os

EUA são grandes na produção mundial de petróleo, o que desequilibrou o cartel, e não

têm interesse na elevação dos preços daquele produto.

Embora a queda dos preços internacionais desestimule novos investimentos em shale

gas, arrefecendo a formação bruta de capital fixo, eleva a renda real disponível (pela

queda dos preços da gasolina) o que aumenta a confiança dos consumidores que conduz

a uma aceleração no crescimento do consumo das famílias.

A Europa também se beneficia da queda dos preços do petróleo, embora em menor

escala.

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Índice de Confiança de Michigan (E)

PCE Real (D)

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EUROPA – características da nova rodada de expansão do ativo

• Diante da incapacidade de manter a expansão do seu ativo com as medidas anteriores, e do choque produzido pela crise russa, o ECB está fazendo nova tentativa de easing quantitativo, desta vez com grande chances de sucesso. Paralelamente há alguma flexibilização das políticas fiscais (Plano Junker) e muita pressão política para que reformas (mercado de trabalho) sejam feitas nos países.

• O novo QE foi anunciado em 22/janeiro para começar a ser implantado em março. Começará em 9/março, devendo continuar até set/16.

• Depois do fracasso do TLTRO de setembro 2014, cuja adesão aos leilões foi muito menor do que o esperado, a expectativa é de aumentar o balanço do ECB em pelo menos EUR 1 trilhão.

• ECB vai comprar EUR 60 bi por mês em títulos denominados em EUR emitidos pelos governos da área do euro, agências e instituições europeias. Não vai comprar corporate bonds, e continua comprando ABS e covered bonds.

• Os países abaixo de grau de investimentos também entrarão nas compras sujeitos a: a) estarem sob um programa da troica e b) ECB só pode comprar papéis obedecendo aos limites: i) no máximo 25% de uma emissão, ii) no máximo 33% do total emitido pelo país. Neste último limite estão os bonds no SMP, o que faz com que a Grécia só comece a ter papeis comprados depois de julho/15.

• Outro detalhe, o ECB não é sênior, terá o mesmo tratamento dos investidores privados (pari passu).

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EUROPA

As ações do BCE tiraram da Europa a fragilidade que a afligia em 2011, quando o risco

era de uma combinação de crise bancária com crise de dívida soberana. Em 2011 uma

crise na Grécia tinha efeitos muito negativos sobre a Europa. Os efeitos agora são muito

menores, reduzindo os riscos.

Mas a Europa está atrasada no ajuste.

O QE tem maior potência nos EUA, onde as empresas se financiam predominantemente

no mercado de capitais (70% contra 30% em bancos). Na Europa a proporção é inversa.

Por isso a preocupação do BCE com a desobstrução do canal do crédito, no que vem

tendo sucesso.

A nova rodada de expansão do ativo reforça a tendência ao enfraquecimento do euro. O

benefício para a Europa é duplo: maior expansão do crédito e mais exportações líquidas,

mas o canal mais importante é o externo.

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França

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Grécia

Irlanda

Itália

Outros

Portugal

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Operações de Refinanciamento com BCE (MRO + LTRO)

Bilhõ

es d

e E

uro

s

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Estados Unidos crescem mais rápido do que a Europa, Japão, e estreitam o

diferencial de crescimento em relação aos emergentes. Ainda que o FED mantenha

as taxas de juros baixas, os capitais fluem para os EUA, porque as taxas na Europa

e Japão estão ainda mais baixas.

2014 2015E 2016E

EUA 2,4 3,3 3,1

Japão 0 0,7 1,8

Zona Euro 0,9 1,4 1,6

Alemanha 1,6 2,0 1,7

Itália -0,4 0,5 1,3

Espanha 1,4 2,4 2,3

Reino Unido 2,6 2,5 2,3

Índia 7,2 7,5 7,5

China 7,4 7,0 6,7

Rússia 0,6 -5,2 -3,4

G-7 1,7 2,4 2,5

Mundo 3,4 3,4 3,8

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O resultado é um ciclo de fortalecimento do dólar norte americano em relação às demais

moedas.

É importante observarmos as lições da história

Ciclos de fortalecimento do dólar ocorreram no passado (observem os dois: em torno dos

anos oitenta; e no início dos anos 2000). Todos eles foram ciclos longos , de alguns anos. E

em todos eles o dólar fortaleceu-se bem mais do que o fortalecimento já ocorrido desde o

início deste último ciclo.

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Taxa Real de Câmbio - Major*

*Moedas com alta circulação fora do país de emissão

índ

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aske

t /

US

$)

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O ciclo de fortalecimento do dólar é uma das forças (não a única) de enfraquecimento do

real. O Brasil não vive mais algo semelhante ao período de 2002 a 2011, quando a

aposta no real tinha somente uma direção – a valorização.

O real terá que descobrir um novo equilíbrio, no qual é influenciado pelas forças externas

e domésticas.

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CONSEQUENCIAS SOBRE O BRASIL

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Como está o Brasil ao ser atingido por estas condições?

• O crescimento do PIB já vinha se desacelerando desde 2010 chegando à

estagnação em 2014. O ajuste fiscal (assumindo que se atinja a meta de 1,2% do

PIB) é maior do que os ocorridos em 1999 e em 2003, e é fortemente recessivo.

• Teremos uma recessão em meio a uma inflação crescente. As projeções levam em

conta a inflação corretiva vinda dos preços administrados, e fazem hipóteses sobre a

reação do Banco Central. Porém, o mais importante é que são extremamente

dependentes de quanto o real se deprecie.

• A depreciação vem em parte das variáveis externas (fortalecimento do dólar; queda

dos preços de commodities; desaceleração do comércio mundial), e em parte do

déficit excessivo nas contas correntes.

• Para financiá-los o Brasil não poderá contar apenas com os investimentos

estrangeiros diretos, que não cobrem os déficits projetados, por mais otimistas que

sejam as projeções. O financiamento depende de ingressos de portfólio,

predominantemente (ou quase que exclusivamente) de portfólio de renda fixa. Estes

são extremamente sujeitos a risco, que declina com o sucesso na política fiscal, mas

se eleva com dificuldades técnicas ou políticas no ajuste fiscal.

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O déficit nas contas correntes atingiu 4,2% do PIB, e é um dos desajustes construídos

pelos erros dos últimos anos. São os erros: a) de se supor que a “bonança externa”

prosseguiria no tempo sem limites; b) da insistência em políticas contra cíclicas quando

a causa a desaceleração do crescimento não era um ciclo importado a partir do exterior.

Projeções, ainda que otimistas, mostram que com pequenos ajustes no câmbio real e

nas condições atuais de preços de commodities e do comércio mundial, a melhora neste

déficit é muito pequena.

Na hipótese – otimista – de que não ocorra queda nos ingressos de investimentos

estrangeiros direto, o Brasil precisará perto de US$ 30 bilhões de ingressos em portfólio,

que terá que ocorrer predominantemente em renda fixa (a recessão inibe os ingressos

em ações).

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Transações Correntes

Balança Comercial

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Participação no Capital

Empréstimos Intercompanhia

US

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Composição IED

acumulado em 12 meses

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Ingressos em renda fixa dependem da taxa doméstica de juros ser atraente, dados os

riscos. Nos últimos tempos – e mesmo depois de iniciado o atual ajuste fiscal sob a

batuta de Joaquim Levy - o CDS brasileiro abriu um spread elevado em relação ao

Mexicano (com o qual mantinha elevada proximidade em 2011 e 2012), e cresceu

relativamente ao CDS turco. Oscilações nas cotações do CDS ocorrem paralelamente a

oscilações no câmbio nominal. Ou seja, a percepção de riscos maiores afugenta os

ingressos de renda fixa, levando a uma depreciação acima da que derivaria apenas dos

fundamentos.

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Brasil

México

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em

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Cotações dos CDS

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Como reagir ao comportamento do câmbio?

• A primeira providência é abandonar as metas para a taxa cambial. Quando

transformou a taxa de juros em objetivo de política econômica o Banco Central teve

o respaldo do controle de preços administrados (acumulando uma enorme dose de

inflação corretiva), e realizou intervenções para pelo menos amainar a depreciação

cambial. Se optar por intervenções, terá que restringi-las ao objetivo de reduzir a

volatilidade.

• Mas para que o ajuste da taxa cambial cumpra a tarefa de elevar as exportações

líquidas, a depreciação do câmbio nominal terá que chegar ao câmbio real. Não há

evidências de que nos últimos tempos isto tenha ocorrido.

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Podemos comparar duas medidas de câmbio real: a) a construída a partir de uma cesta

de moedas dos principais parceiros comerciais, usando como “deflator” os preços aos

consumidores; e b) a construída dividindo o índice de preços dos bens tradables pelo

índice dos non-tradables, no IPCA.

Em uma amostra que vai de 1996 à metade de 2011 as tendências (ou mais

especificamente os movimentos de baixa frequência) destas duas séries não diferem

(não se rejeita que elas cointegram). Mas de 2011 em diante o quociente entre tradables

e non-tradables continua a cair apesar da medida convencional do câmbio real continuar

se depreciando. Por algum caminho foi truncada a passagem dos movimentos do

câmbio para os preços relativos entre tradables e non-tradables. Obviamente isto

reprimiu a inflação. Mas evitou um ajuste maior na balança comercial

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Câmbio Real Cesta (E)

Tradables/Non-Tradables (D)

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Como operar a política monetária nestas condições?

• O objetivo do Banco Central é a meta. Mais especificamente, ele tem que buscar o

centro do intervalo contendo a meta, e não o topo do intervalo. Dentro de um regime

flexível de metas de inflação terá que escolher a trajetória de convergência de forma

a minimizar os custos em termos de perda de produto e de desemprego.

• Um conjunto de condições determina a velocidade de convergência. Uma delas são

as condições da economia internacional. A outra é a situação no balanço de

pagamentos. São elas que determinam a magnitude do ajuste cambial, cujos efeitos

sobre a inflação têm que ser dissipados, permitindo que os preços relativos entre

bens tradables e non-tradables se ajustem para restabelecer um equilíbrio entre os

déficits nas contas correntes e os ingressos de capitais.

• Em circunstâncias como estas a minimização dos custos do ajuste somente pode ser

realizada em horizontes mais longos. Não consigo entender, portanto, o porque da

insistência em que o centro da meta será atingido em 2016. É mais uma promessa

que não será cumprida, e como tantas outras, nos últimos anos, servirá para abalar

ainda mais a confiança na capacidade do Banco Central de controlar a inflação.