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ELEMENTOS PARA UM CENÁRIO DA ECONOMIA BRASILEIRA EM 2016 Economia Bônus demográficos, apagão de mão de obra, reformas estruturais, regulamentação de setor financeiro. Mercado Consumidor A mudança do perfil demográfico da população brasileira. Organizações Como podemos nos enriquecer antes de envelhecer enquanto país. Sustentabilidade Questões ligadas a sustentabilidade para o cenário de 2016.

FGV/EAESP - Caderno de Inovacao | Vol. 01

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ELEMENTOS PARA UM CENÁRIO DA ECONOMIA BRASILEIRA EM 2016

EconomiaBônus demográficos, apagão de mão de obra, reformasestruturais, regulamentação de setor financeiro.

Mercado ConsumidorA mudança do perfil demográfico da população brasileira.

OrganizaçõesComo podemos nos enriquecer antes de envelhecer enquanto país.

SustentabilidadeQuestões ligadas a sustentabilidade para o cenário de 2016.

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Realização:

Fórum de Inovação da FGV-EAESPBanco do Brasil

Equipe Técnica:

FGV-EAESP: Marcos Vasconcellos (coordenador), Martin Jayo (redação), Luciana Gaia, Gisele Gaia, Leonice Cunha (staff), Flávia Canella (staff, layout e diagramação)

BANCO DO BRASIL: Fulano de Tal (cargo), Sicrano (cargo)

Nota Metodológica:

Este Caderno apresenta os resultados de um evento realizado na FGV-SP em 10 de novembro de 2010, organizado pelo Fórum de Inovação da FGV-EAESP em parceria com o Banco do Brasil, em que foram ouvidos diferentes especialistas e profissionais convidados. Os comentários ou juízos expressos no documento não representam a opinião de nenhum dos participantes tomado isoladamente, nem tampouco a da FGV-EAESP ou do Banco do Brasil.

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Conteúdo deste documento

Apresentação 7Mesa 1: Economia 9Mesa 2: Mercado consumidor 14Mesa 3: Organizações 16Mesa 4: Sustentabilidade 18Considerações Finais 21Relação de participantes 22

ELEMENTOS PARA UM CENÁRIO DA ECONOMIA BRASILEIRA EM 2016

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APRESENTAÇÃONos primeiros 60 minutos de trabalho de cada mesa, os participantes foram

Este documento sintetiza os resultados incentivados a expressar-se de forma do encontro Fórum de Inovação - livre, sem um roteiro de discussão pré-Cenários para 2016, promovido pelo estabelecido: perguntou-se apenas que Fórum de Inovação da FGV-EAESP em visão cada um tinha do Brasil em um conjunto com o Banco do Brasil, nas horizonte de seis anos, no tocante ao dependências da FGV-EAESP, na tema de discussão da mesa. Ao fim de manhã de 10 de novembro de 2010. sessenta minutos desse brainstorming

inicial, os líderes e relatores de cada O evento teve por finalidade fornecer à mesa fizeram um balanço dos diferentes Diretoria Estratégica e à Gerência de tópicos surgidos, a fim de selecionar Monitoramento Estratégico do Banco do dentre eles os temas mais críticos, Brasil subsídios para elaboração de um merecedores de maior detalhamento. As cenário da evolução estrutural da mesas voltaram então a se reunir para economia brasileira no horizonte dos uma segunda sessão de debates, com próximos seis anos (2011-2016). 90 minutos de duração, desta vez com o

objetivo de aprofundar a discussão. Se Para tanto, o encontro reuniu oitenta na seção anterior a discussão fora livre participantes, incluindo profissionais de e desestruturada, a fim de permitir que organizações privadas e públicas, os temas viessem à tona, nesta consultores e acadêmicos, selecionados segunda seção o debate foi conduzido de acordo com suas áreas de atuação e pelos coordenadores das mesas de expertise, e convidados pela Diretoria forma a identificar elementos de Estratégica do Banco do Brasil e pela consenso entre os especialistas no FGV-EAESP. tocante a cada ponto crítico selecionado

para aprofundamento. Aplicou-se no encontro uma metodologia pensada para, no intervalo Por meio dessa metodologia promoveu-de poucas horas que durou o evento, se um total de 10 horas de discussões coletar o maior número possível de (2,5 horas por mesa), as quais foram percepções e opiniões dos especialistas gravadas e transcritas para análise. O participantes, a respeito dos rumos do que se apresenta a seguir é o produto país para 2016. A dinâmica consistiu em da análise do material assim coletado. O dividir os participantes em quatro mesas documento encontra-se estruturado em temáticas simultâneas, de acordo com quatro partes, uma para cada mesa suas áreas de especialidade. A estas temática (Economia, Mercado mesas, com aproximadamente vinte Consumidor, Organizações e participantes cada uma, foram atribuídos Sustentabilidade, e procura apresentar quatro temas específicos de discussão, diretrizes gerais a serem consideradas selecionados pela Diretoria Estratégica pelo Banco do Brasil na formulação de do Banco do Brasil: Economia, Mercado um cenário para 2016.)Consumidor, Organizações e Sustentabilidade. Para conduzir os trabalhos, cada uma das mesas contou com um líder e um relator, papéis exercidos por professores da FGV-

1EAESP .

1Foram líderes de mesa os professores Martin Jayo (Economia), Silvana Aguiar (Mercado Consumidor), Daisy Grisolia (Organizações) e Wilson Nobre (Sustentabilidade). Como relatores atuaram os professores Lauro Gonzalez (Economia), Fernando Coelho Martins Ferreira (Mercado Consumidor), José Ernesto Lima Gonçalves (Organizações) e Tatiana Sansone Soster (Sustentabilidade).

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MESA 1: Economia da população, o bônus demográfico é um fenômeno temporário que, de acordo com as projeções demográficas, deverá

Os participantes da mesa temática de se estender por aproximadamente 30 Economia coincidiram, no início dos anos. Nesse período, o país precisa trabalhos, em que o foco das discussões saber aproveitá-lo a fim de criar riqueza não deveria ser a evolução das variáveis e desenvolvimento para o futuro, macroeconômicas do país para 2016, quando a situação se inverterá e a uma vez que para tal efeito já existem população dependente voltará a ser previsões e cenários, e em particular os majoritária.produzidos pelo departamento de macroeconomia do próprio Banco do Obstáculos. Brasil. Acordou-se que, em lugar disso, Por outro lado, são diversos os caberia manter o foco de discussão fora problemas ou gargalos estruturais que, do âmbito macroeconômico de base. se não forem resolvidos ou

equacionados em prazo relativamente Além disso, em função do curto curto, poderão comprometer a horizonte temporal da discussão, de capacidade do país de aproveitar a apenas seis anos (2011-2016), o pano oportunidade oferecida pelo bônus de fundo macroeconômico pode ser demográfico e comprometer o considerado um dado exógeno à crescimento do país no longo prazo. No discussão: mantido o atual modelo de rol de problemas estruturais a serem condução da política econômica, equacionados, os participantes considerou-se aceitável considerar um destacaram três tópicos em particular: a potencial de crescimento do PIB da existência de um déficit educacional da ordem de 4% a 5% anuais para o população brasileira, levando a um período, tomando por base as análises e problema de escassez de mão de obra cenários econômicos recentes. qualificada necessária ao crescimento; a Alguns condicionantes estruturais da falta de mecanismos de financiamento economia brasileira, no entanto, podem produtivo; e as deficiências de vir a limitar a capacidade do país e infraestrutura.realizar esse potencial de crescimento no curto e médio prazos, e esses Déficit educacional.condicionantes merecem ser melhor Embora o bônus demográfico venha entendidos para a construção de um sendo considerado de modo geral uma cenário para o país em 2016. vantagem para o crescimento do país

nos próximos trinta anos, há que se Oportunidade. olhar para o fenômeno sob uma De um lado, conforme amplamente perspectiva mais abrangente. A sabido, a estrutura etária atual da estrutura etária atual da população população brasileira pode ser vista representa de fato, uma enorme como uma oportunidade para o proporção de pessoas em idade crescimento. Com as taxas de produtiva, mas isso não significa que natalidade caindo desde a década de esse grande contingente populacional 1970 a um ritmo maior que as de esteja apto à incorporação no mercado mortalidade, o Brasil possui hoje cerca de trabalho nas funções profissionais e de dois terços da sua população em técnicas requeridas pelo país. O país idades entre 15 e 65 anos. Em 2010 sofre o que vem sendo chamado de configurou-se uma situação de "bônus "apagão" de mão de obra qualificada, e demográfico", fenômeno que se isto pode prejudicar sua capacidade de caracteriza quando a população aproveitar a oportunidade representada economicamente ativa supera a de pela estrutura pelo bônus populacional. dependentes.Devido ao processo de envelhecimento Na expressão empregada pelos

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participantes, para poder explorar adequadamente a oportunidade representada pelo bônus demográfico, o país precisa primeiro saldar o seu "ônus demográfico", resultante de um sistema educacional historicamente deficiente. O problema, que não se restringe a profissões de nível universitário e funções gerenciais, mas está presente também nas profissões de nível básico, foi apontado pelos participantes como um dos entraves ao crescimento do país no horizonte de seis anos.

Superar esse quadro é um desafio complexo, na medida em que exige muito mais do que a formulação de uma política educacional e uma agenda de investimentos públicos e/ou privados no sistema educativo em seus diferentes níveis. Tais ações, por sua natureza, trazem resultados de longuíssimo prazo, medidos não em anos, mas em gerações. Sem prejuízo delas, é preciso resolver um problema bem mais premente, que é a necessidade de superar as deficiências de capacitação dos profissionais atuantes agora no mercado, a fim de preencher as demandas imediatas do crescimento. De soluções emergenciais para esse problema estrutural dependerá a maior ou menor capacidade do país de realizar as projeções de crescimento para 2016.

No horizonte imediato, a solução possível deverá passar pelas organizações empregadoras, e envolverá uma necessária revisão dos processos de recrutamento de profissionais. Os modelos tradicionais de recrutamento, praticados pela maioria das organizações, baseiam-se em mecanismos de atração dos "melhores" candidatos disponíveis no mercado, selecionando-se aqueles mais aptos, detentores de um conjunto requerido de conhecimentos e habilidades profissionais. No quadro de crescente escassez de profissionais com as qualificações requeridas, estas práticas se tornam ineficientes: processos seletivos passam a mobilizar quantidades cada vez maiores de

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candidatos e baixas taxas de aproveitamento, tornando-se onerosos e pouco eficazes. Em substituição a essas práticas tradicionais de recrutamento e seleção de talentos prontos, tende a tornar-se mais efetivo, e econômico para as organizações, desenvolver maneiras inovadoras de recrutar que incluam no próprio processo de seleção ferramentas de capacitação e formação. Trata-se de incorporar um componente de capacitação aos processos de recrutamento tradicionalmente baseados apenas em seleção, permitindo que as deficiências de formação das pessoas sejam compensadas nas próprias organizações empregadoras. O recurso às chamadas "universidades corporativas", comum nas maiores empresas, é um expediente que começa a tomar corpo nas empresas e que poderá inspirar outros mecanismos de formação e treinamento a serem criados.

Apesar de necessárias, no entanto, estas práticas devem ser vistas com precauções. Embora permitam atenuar problemas imediatos decorrentes da escassez de profissionais qualificados, devem ser vistas como solução paliativa. No longo prazo, é o sistema educacional, nos seus diversos níveis, quem deve ter o papel de definir o que é relevante para a capacitação e formação de pessoas, atendendo à demanda dos diferentes setores da sociedade. Transferir esse papel às organizações, e depositar nelas a responsabilidade de pautar a formação, embora necessário para resolver necessidades emergenciais, pode ser deletério a longo prazo, do ponto de vista de políticas públicas, já que a educação tem uma lógica que transcende as necessidades do setor produtivo.

Financiamento à produção. Além do déficit educacional, um segundo obstáculo importante ao crescimento, quando se pensa em um cenário para 2016, está relacionado às fontes de financiamento produtivo. O mercado de capitais brasileiro, embora

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seja o mais desenvolvido da América investimento produtivo. Latina, tem uma participação Atender adequadamente a população de historicamente pouco relevante no baixa renda com serviços financeiros financiamento à produção. O mercado deverá ter um efeito importante sobre o de crédito bancário, por sua vez, atua crescimento do país em um cenário de basicamente no curto prazo, e não seis anos, dado o processo em curso de oferece créditos de longo prazo em ascensão econômica das classes C e D volume significativo – exceção feita a e o fortalecimento de uma "nova classe alguma atuação de instituições públicas média" emergente, formada em grande como a Caixa Econômica Federal e o parte por empreendedores e Banco do Brasil. Regra geral, resta às microempreendedores formais ou empresas financiarem-se com geração informais. Ao longo dos anos 2000, o própria de recursos, ou recorrer a linhas país avançou significativamente na oficiais de fomento do BNDES. Embora criação de canais e serviços voltados à estas últimas tenham crescido muito em inclusão bancária e ao acesso a volume no passado recente, ainda serviços financeiros adequados a esta assim o mercado de financiamento de parcela da população, em especial o longo prazo no Brasil fica muito aquém crédito produtivo. Apesar do significativo do padrão de países desenvolvidos, o crescimento verificado nos últimos anos que constitui um importante na comercialização de crédito a estrangulamento para o crescimento. consumidores das faixas de menor

renda, ainda são escassos os serviços É necessário, nesse quadro, criar financeiros (sejam de crédito, seguros, condições para que o setor bancário e pagamentos eletrônicos ou outros) demais detentores de recursos destinem voltados a apoiar a atividade uma parcela maior de suas carteiras a microempreendendora. A atuação do operações de financiamento mais sistema financeiro na área deve ser longas. Um dos principais obstáculos intensificada e aperfeiçoada, com que têm se apresentado para tanto é a atenção à criação de potencialidades manutenção da taxa básica de juros oferecidas pela tecnologia. Neste ultimo (SELIC) em níveis ainda relativamente aspecto, expandir o uso de altos, mesmo com a redução verificada correspondentes bancários e celulares ao longo dos últimos anos. Isto torna o como canais de distribuição bancários é financiamento da dívida pública uma uma ação estratégica a ser perseguida. alternativa mais rentável para os detentores de capital do que o Uma vez mais, estas ações – às quais financiamento de longo prazo. Uma deverão se somar os benefícios reversão nesse quadro naturalmente advindos da instituição de um cadastro demandará bem mais do que seis anos, positivo de crédito, reduzindo os custos de forma que a escassez de de assimetria de informação na financiamento produtivo deve ser concessão de créditos – não se considerada como um dado para efeitos destinam a resolver o problema da discussão de um cenário para 2016. estrutural de base, que só poderá ter um

equacionamento real no longo prazo, Nesse contexto, cabe discutir possíveis mas podem agir como um paliativo para ações a serem desenvolvidas em um reduzir os entraves ao crescimento no horizonte temporal imediato que possam horizonte proposto de 5 anos.ajudar a atenuar esse quadro. Entre essas ações, foi destacada uma em Infraestrutura.particular, que diz respeito diretamente As deficiências do país nessa área são ao sistema financeiro: de um lado, conhecidas e, se por um lado elas incentivar o crescimento dos canais e demandam políticas urgentes para não serviços voltados à população de baixa comprometer a competitividade e o renda como forma de incentivar o potencial de crescimento econômico do

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país, por outro elas exigem investimentos com um horizonte de maturação mais longo do que o prazo proposto para a discussão, de apenas seis anos. Por volta de 2016, o problema infraestrutural, embora algo atenuado, continuará vigente na sua essência, e deve ser levado em conta como um dado no cenário. Apesar disso, uma tendência recente, que deve ser incentivada, diz respeito ao crescimento das entidades fechadas de previdência privada (fundos de pensão) em investimentos na área, especialmente em energia, saneamento, óleo e gás e transportes. Dado o grande potencial de investimento controlado por estes agentes, uma importante política a ser promovida no curto prazo, que apresentaria bom potencial no sentido de diminuir os gargalos infraestruturais do crescimento futuro, seria desonerar o investimento desses fundos em infraestrutura, tornando mais efetiva a contribuição dos mesmos para o desenvolvimento econômico.

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MESA 2: Mercado consumidor crédito/PIB, que já supera os 40%, com expectativa de atingir 50% em fins de 2011. Apesar de ainda baixa para

Ao se traçar um cenário da evolução do padrões internacionais (chega a 180% mercado consumidor brasileiro, é nos Estados Unidos), essa relação inevitável considerar como variável crédito/PIB constitui um recorde para o central o processo atualmente em curso Brasil. Em função disso, e devido de surgimento de uma "nova classe também à sua rápida expansão (o média". O país tem passado um crescimento de crédito no país tem sido megaprocesso de mobilidade social, da ordem de 20% anuais na última com a inclusão de grandes contingentes década), deve-se levar em conta os populacionais, recém-emergidos da riscos trazidos para a vida financeira das pobreza, ao processo de consumo. famílias, especialmente as de classes O fenômeno exige que as empresas de renda menores. Cartão de crédito, tradicionalmente mais focadas no cheque especial, crédito consignado, atendimento das necessidades, crédito para compra de veículos e outros segmento tradicional de renda média- financiamentos bancários constituem alta e alta, repensem suas estratégias. uma possibilidade nova para a maioria Um cenário para o mercado consumidor da população usuária, que muitas vezes no Brasil em 2016 deve, portanto, esbarra na falta de preparo ou contemplar o crescimento dos habilidade para o uso destes serviços. segmentos populares, o que traz oportunidades para diferentes setores. Nesse sentido, se faz necessário

promover mecanismos de educação Crescimento do mercado. financeira como meio para empoderar o Construção civil, alimentação, consumidor das classes C e D e evitar o entretenimento e turismo, entre outros, comprometimento de sua renda pelo são setores da economia que tendem a uso de serviços financeiros se beneficiar do processo de expansão inadequados. Na expressão usada por do mercado consumidor, com a um participante pertencente ao setor incorporação de indivíduos e famílias financeiro, "nós queremos trazer esse das denominadas classes C e D. Ao consumidor para o banco, mas ter com invés de competir por mercado nos ele um relacionamento perene. Não segmentos de atuação mais tradicional, podemos deixá-lo fazer besteira". focados nas classes de renda mais altas e já relativamente saturados de produtos Para além do crescimento.e serviços, as empresas devem se focar Mas, apesar de dominante nas no desbravamento de novos segmentos discussões recentes sobre a evolução de consumo, representados pelas do mercado consumidor brasileiro, o classes de renda recém-incorporadas. crescimento do mercado em termos Da mesma forma, o setor financeiro, e quantitativos com a incorporação das especialmente os bancos atuantes no classes de renda mais baixas não é a mercado de varejo, vêm tendo nesse única tendência relevante na construção processo uma oportunidade de de um cenário. Outra tendência expansão de sua atuação para além de destacada pelos participantes diz sua clientela mais tradicional, de renda respeito a transformações qualitativas mais alta. no mercado consumidor, especialmente

nos segmentos "populares", formados Aspecto de atenção. por consumidores da nova classe Um fator de atenção a ser levado em média.conta é o risco de sobreendividamento e inadimplência dos novos consumidores. "O consumidor está se educando" – esta O país passa por um processo de foi uma afirmação recorrente entre os expansão bastante acelerada da relação participantes da mesa – e as

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organizações devem fazer frente à sua consumidor brasileiro – que incluem um sofisticação, mesmo nos segmentos de crescimento do universo de consumo de renda mais baixa. Com consumidores e ao mesmo tempo um consumidores com maior poder maior acesso à informação e uma aquisitivo e maior acesso à informação sofisticação das exigências do do que teve historicamente, o mercado consumidor – exigem que as empresas consumidor das classes populares no promovam uma mudança nos seus Brasil se sofistica em termos de uma paradigmas tradicionais de atuação e maior exigência de personalização: cada um redesenho dos processos, tornando-indivíduo toma consciência de suas os mais centrados na humanização e necessidades diferentes das dos outros, personalização da relação com o cliente demanda atendimento "personalizado" e e nas necessidades deste – ainda que deseja ter uma experiência de consumo se trate do consumidor da classe média "única". emergente recém incorporado ao

processo de consumo.Assim, pensando em um cenário para 2016, as empresas devem levar em Aspecto de atenção.conta que, mesmo ao atuarem no A fim de fazer frente a essas tendências mercado consumidor das classes do mercado consumidor, e efetivamente emergentes, é preciso repensar os promover o necessário redesenho dos paradigmas tradicionais de atuação. Os seus processos, as organizações brasileiros que conquistaram há pouco a precisarão lidar com um desafio, possibilidade de consumir não destacado na discussão, que se constituem um mercado massa relaciona à estruturação de canais de monolítico e homogêneo, e esperam ser atendimento que permitam aliar alta tratados pelas empresas de forma tal escala, eficiência em custos e que percebam valorizada sua humanização do atendimento.individualidade e suas necessidades e anseios específicos. Em um cenário para 2016, tal desafio se

materializa no uso de canais de Novo paradigma. atendimento massificados, como os call Isto exige uma inovação nos modelos de centers, que hoje são um dos principais negócios das empresas brasileiras, canais de interlocução entre empresas e mesmo as atuantes nos segmentos de consumidores emergentes. O modelo de baixa renda. De um paradigma atendimento dos call centers, baseado tradicional, em que o foco central da em scripts padronizados em tempos de empresa está em produzir e entregar ao atendimento/interlocução cada vez mercado determinado produto, é preciso menores, vão, em boa medida, na passar para um paradigma de marketing contramão de modelo desejado. Isto orientado ao atendimento das sugeriria a necessidade de "humanizar" necessidades do cliente. Um o atendimento neste tipo de canal e consumidor emergente que adquire um alterar suas métricas de desempenho, produto – seja ele uma assinatura de fazendo com que o cliente consiga, telefonia celular, um pacote turístico ou efetivamente, relacionar-se com a um imóvel financiado, para citar apenas empresa por meio dele. alguns dos setores que têm tido sua demanda impulsionada pela "nova classe média" – deve ser tratado em sua individualidade. Isto passa por um redesenho dos processos de venda, em que a interação, a humanização e a personalização são fundamentais.

Em suma, as tendências do mercado

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MESA 3: Organizações fenômeno também oferece oportunidades de inovação na comunicação com o mercado que as

Dois temas inter-relacionados, organizações somente agora começam selecionados pelos participantes, a aprender a aproveitar.dominaram as discussões desta mesa, voltadas a compreender as tendências Transição. de evolução das organizações Adaptar-se às novas possibilidades de brasileiras, em um horizonte de 5 anos. comunicação trazidas pelas redes De um lado, destacaram-se as sociais é, contudo, um desafio bastante oportunidades e desafios por trás do complexo para as organizações advento da Web 2.0, em particular com brasileiras. De forma geral, as a entrada das organizações nas redes organizações vivem um conflito: sociais; de outro, os desafios que se enquanto o mercado migra mais colocam às empresas no que diz rapidamente para a sociedade da respeito à gestão de pessoas, tendo em informação, as estruturas internas e os vista as próprias ferramentas digitais e a mecanismos de governança das necessidade de flexibilização das organizações permanecem presos aos relações de trabalho trazidas pela modelos e paradigmas da sociedade sociedade da informação. industrial.

Web 2.0 e redes sociais. Isto é esperado, uma vez que a Web 2.0 Estas ferramentas já começaram a e as redes sociais constituem um alterar a forma como organizações – fenômeno surgido fora das sejam elas empresas ou governos – se organizações, e a cuja chegada têm de relacionam com o mercado e com os se adaptar. Por mais que algumas indivíduos que trabalham do seu próprio organizações tenham maior capacidade ambiente interno, e essa tendência deve de adaptação e sejam mais propensas à se intensificar significativamente, de inovação do que outras, do ponto de hoje a 2016. vista agregado o processo de ajuste O trabalho – sobretudo dos chamados demanda tempo, e estará em profissionais do conhecimento, andamento durante todo o horizonte de envolvidos com formas de trabalho mais seis anos proposto para discussão. criativas e menos operacionais, deixa de Assim, a coexistência de dois modelos ser confinado ao espaço físico mentais foi apontada pelos participantes controlado pelas organizações, e se como principal característica de um desloca em boa medida para um espaço cenário sobre as organizações virtual de interações, que inclui o uso de brasileiras para 2016. Nessa transição, redes sociais como ferramenta de aquelas organizações que conseguirem colaboração, não sendo possível às se adaptar mais rapidamente deverão organizações deter esse processo. ter melhores resultados do que as que

permanecerem mais presas ao Da mesma forma, as estruturas paradigma anterior. tradicionais de comunicação das organizações com o mercado também Desafios.são desafiadas. Consumidores, As organizações, em suma, estão cidadãos e grupos da sociedade civil vivendo hoje um paradoxo entre as ganham voz nas redes sociais, e possibilidades trazidas pela sociedade passam a dialogar com a empresa fora da informação e os modelos de dos canais tradicionais, organização vigentes, herdados da era institucionalizados, de comunicação. Se industrial. por um lado isso pode causar resistências e reações defensivas por Até o momento, a área funcional das parte das organizações, por outro lado o organizações que mais sofreram as

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consequências do advento da Web 2.0 e das redes sociais foram os departamentos de marketing e comunicação, na medida em que foram pressionados a estruturar modelos e estratégias de comunicação e interação com clientes no espaço digital. Os participantes da mesa, no entanto, coincidiram na previsão de que as áreas relacionadas à gestão de pessoas são as próximas a serem pressionadas, já nos próximos anos.

O raciocínio por trás dessa previsão não é complexo: o funcionário de uma organização, sai de sua casa e gasta tempo e recursos no deslocamento, para chegar ao escritório e permanecer cerca de oito horas diante de um computador, realizando tarefas que, cada vez mais, poderiam ser realizadas à distância com performance idêntica, com o uso de ferramentas colaborativas. Novas práticas de gestão de pessoas – e de organização do trabalho – economizariam custos às organizações e aos trabalhadores, reduzindo as externalidades negativas para a sociedade.

Por outro lado, estas novas práticas não dependem apenas da vontade das organizações, mas também de questões que transcendem seu poder de decisão. A legislação trabalhista, por exemplo, é um fator de entrave à adoção de novos modelos mais ajustados à era da informação. Mudanças nessa legislação precisam ser iniciadas, de forma a viabilizar a adoção mais efetiva de modalidades de trabalho à distância. Elas vão ocorrer no Brasil, no entanto, dentro do horizonte planejado de seis anos (2011-2016). Um agravante é que este tipo de discussão de reformas mais estruturais na legislação tem muito mais chances de acontecer em inícios de mandatos do governo federal. Isto significa que, não tendo entrado na pauta de discussões no âmbito federal em 2011, o assunto não deverá voltar à agenda antes de 2016.

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MESA 4: Sustentabilidade maiores reflexões e sem mudanças de fato nos modelos de operação.

Traçar um cenário relacionado ao tema Crescimento econômico e padrões de da sustentabilidade, tendo como produção e consumo. O mundo tem hoje horizonte de planejamento o ano 2016, estimados 1,5 bilhão de pessoas em necessariamente remete à discussão situação de pobreza, boa parte delas dos objetivos globais constantes da concentrada naqueles países em que a Declaração do Milênio, firmada em renda per capita tem maiores previsões setembro de 2000 pelos 191 países- de crescimento. Isto impõe um problema membro da ONU. Aquele documento a ser equacionado em curto prazo, estabeleceu um conjunto preciso de relacionado à ampliação da capacidade metas globais a serem atingidas em de consumir destes contingentes 2015, todas relacionadas, de uma forma populacionais: se por um lado não se ou de outra, ao tema da sustentabilidade questiona que sua inclusão econômica sócioambiental: erradicar a pobreza e a seja desejável, por outro ela não pode fome, universalizar a educação primária, ser feita reproduzindo os padrões de promover a igualdade entre os gêneros produção e consumo consolidados nos e a valorização da mulher, reduzir a últimos 200 anos. Nesse quadro, surge mortalidade infantil e melhorar a saúde o desafio de conciliar crescimento e materna, assegurar a sustentabilidade inclusão econômicos com modelos mais ambiental, combater a AIDS, e sustentáveis de desenvolvimento, que desenvolver uma "parceria global" para envolvam menor uso de recursos o desenvolvimento. Passados dez anos naturais. Em 2016, esse desafio ainda desde a assinatura do documento, e a estará pendente de equacionamento.apenas cinco do término do prazo nele estipulado, os participantes da mesa Um diagnóstico muito semelhante é temática começaram as discussões por aplicável ao caso específico brasileiro. reconhecer que é grande a distância Ao longo da última década, cerca de 40 que se verificará entre as metas milhões de pessoas emergiram da estabelecidas e o resultado a ser pobreza e ingressaram na classe C, efetivamente alcançado em 2015/16. configurando o crescimento de uma

"nova classe média", incorporada aos Embora ao longo de toda a década de processos de produção e consumo. A se 2000, sustentabilidade tenha sido um confirmarem os prognósticos de conceito em voga no discurso de crescimento moderado e contínuo do governos e organizações – fato que PIB nos próximos anos, esse fenômeno pode ser visto como positivo, pois se reverterá até meados da década. Até mostra a sensibilização da sociedade que ponto isto é sustentável, e quais para o tema –, infelizmente, isto não se estratégias de política pública se fazem refletiu em contribuições efetivas à necessárias para que ele possa ser constituição de formas de produção e considerado como tal, são questões que consumo mais sustentáveis. Sinal disso, devem ocupar um lugar central no entre outros, foi o fracasso da debate de cenários sobre Conferência sobre Mudanças Climáticas sustentabilidade no Brasil ao longo da promovida pela ONU em 2009, que não próxima década.conseguiu alcançar um protocolo de ações para reduzir a emissão de gases Desse debate, três aspectos em de efeito estufa. No contexto brasileiro, particular foram destacados pelos embora compromissos com a participantes: a agenda de sustentabilidade venham sendo investimentos do país, o papel da incorporados ao discurso institucional de educação, e o papel a ser governos e organizações, muitas vezes potencialmente desempenhado pelo isso ocorre apenas no discurso, sem Banco do Brasil nos próximos anos.

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Investimento. A sustentabilidade exige, igualmente, uma profunda mudança na forma de fazer negócios e de valorar projetos de investimento. Hoje em dia, a agenda de investimentos produtivos no Brasil obedece a critérios de avaliação econômica de curto prazo: têm mais possibilidade de conseguir recursos para financiamento, inclusive de linhas de crédito públicas como as do BNDES, aqueles projetos que apresentam melhor desempenho em seus indicadores de avaliação econômico-financeira. Isto acarreta claros conflitos com objetivos de promoção da sustentabilidade, que exigem investimentos com maturação maior e lucratividade menos imediata. Nos termos de um dos participantes da mesa, "é necessário fazer urgentemente a transição de um modelo de valoração de curto prazo, que leva em conta apenas o bottom line econômico, para modelos mais abrangentes que considerem o triple bottom line: econômico, social, ambiental".

Educação.Uma sociedade mais sustentável, que busque novos modelos de produção e consumo, exigirá a assimilação e disseminação de novos valores em um processo que durará bem mais do que o horizonte de cinco anos objeto da discussão. Para que isso seja possível, no entanto, o sistema educacional tem um papel chave. Neste tópico, as avaliações do grupo coincidiram, em boa parte, com as da mesa 1 ("Economia"): é necessária uma agenda de investimentos no sistema educativo em seus diversos níveis, com resultados de longo prazo.

Dentro dessa avaliação, no entanto, um ponto em particular recebeu especial atenção dos debatedores: o papel a ser desempenhado desde já na formação de gestores, seja em cursos de graduação ou de educação executiva nas diversas áreas de negócios. As escolas brasileiras, embora tenham incorporado o discurso e os jargões da

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sustentabilidade, ainda não preparam profissionais efetivamente equipados para lidar com os desafios da sustentabilidade. Nesse sentido, uma revisão dos currículos da educação gerencial foi apontada como recomendável.

Papel do BB.Um último tópico que recebeu destaque nas discussões está relacionado ao papel que o Banco do Brasil pode passar a exercer como agente indutor da sustentabilidade. Pela sua presença em todo o território do país, pela sua capilaridade e pela posição de liderança que ocupa nas comunidades economicamente desprivilegiadas em que opera, ele tem condições de exercer um papel de formação cidadã para a sustentabilidade.

Por sua condição de banco público federal e uma das maiores instituições financeiras do país, atuar como agente indutor de desenvolvimento já faz parte da atuação do banco, por exemplo em questões como a inclusão financeira. Acrescentar a esse papel uma dimensão adicional voltada à formação de uma cultura de sustentabilidade foi identificado como ação estratégica a ser desejavelmente perseguida pelo Banco.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um cenário nada mais é do que uma descrição - a mais embasada, organizada e metódica possível - de algo que ainda não existe. Nesse sentido, elaborar cenários é, por natureza, uma atividade complexa.

Quando o objeto do cenário envolve grande complexidade, como é o caso aqui, o desafio se torna ainda maior. Desta forma, a tarefa de construir um cenário para a evolução estrutural da economia brasileira em 2016 está longe de esgotar-se neste relatório, ou no evento que o originou. O documento cumpre, porém, o objetivo de indicar, com base em consulta a um grupo selecionado de especialistas, um conjunto de fatores críticos ou variáveis de atenção a serem levados em consideração na elaboração do cenário.

Além disso, como costumava dizer Peter Druker (1909-2005), "a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo". Nesse sentido, mais do que simplesmente predizer o futuro, espera-se que o que aqui se apresentou também sirva para inspirar a agenda estratégica e de políticas públicas, pautando o debate sobre os desafios e prioridades de crescimento, de forma a influenciar positivamente o Brasil de 2016.

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RELAÇÃO DE PARTICIPANTES

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Nome Instituição

Alexandre Perroca Estúdio Alexandre Perroca

Antonio Jesus Cosenza FGV-EAESP

Atila Cruz de Souza Belém Prev i – Banco do Brasil

Cândido Azeredo Grupo Tellus

Carlos César Banco do Brasil

Carol Garcia Modus MKT

Cezar Taurion IBM

Daisy Grisólia FGV-EAESP

Daniel Roriz IBM

Denise Chaer Conteúdo Verde

Dirceu Miranda Bank Risk

Drica Guzzi Escola do Futuro

Eduardo Henrique Diniz FGV-EAESP

Elisabeth Lerner Amcham

Fernando Coelho Martins Ferreira FGV-EAESP

Francisco Elias Barguil Opus Software

Gisela Cunha HP Brasil

Gustavo Velloso Breviglieri FGV-EAESP

Heloísa Omine Shopfitt ing

Inacio García Tree Branding

Ilnort Rueda A.T. Kearney

Isaac Edington Instituto Ecodesenvolv imento

José Ernesto Lima Gonçalves FGV-EAESP

Lauro Gonzales FGV-EAESP

Leonardo Tavares HP Brasil

Leeward Wang FGV-EAESP

Lourivaldo Paula de Lima Jr. Banco do Brasil

Luiz Carlos Moraes Rego FGV-EAESP

Luiz Henrique Araújo Banco do Brasil

Marcelo de Souza Bastos Banco do Brasil

Marcelo Oliveira Coutinho de Lima FGV-EAESP

Marcelo Prado FGV-EAESP

Marcos Augusto de Vasconcellos FGV-EAESP

Mario Falcão Data Popular

Marta Rocha Atitude Brasil

Mart in Jayo FGV-EAESP

Naida Demirsky Banco do Brasil

Nilto Tatto Instituto Socioambiental

Nina Orlow Banco do Brasil

Paulo Carramenha GFK

Raffael Liporace Biruta Midias

Ricardo Rangel Banco do Brasil

Roland Widmer Amigos da Terra

Sergio Parsek Parsekian Opto Eletrônica S/A

Silvana Pereira de Aguiar FGV-EAESP

Tat iana Sansone Soster FGv-EAESP

Tennysson Liv e Work no Brasil

Vani Canal Atitude Brasil

Vera Barretto Shopfitt ing

Wilson Nobre Filho FGV-EAESP

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