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GÊNERO E SEXUALIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL Jonas Alves da Silva Junior UFRRJ – IM/DES

Gênero e sexualidade na Educação Infantil (Jonas Alves da Silva Junior)

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I Jornada de Educação Infantil e Primeiros Anos do Ensino Fundamental - UFRRJ - Campus Nova Iguaçu - 26 de maio de 2012

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Page 1: Gênero e sexualidade na Educação Infantil (Jonas Alves da Silva Junior)

GÊNERO E SEXUALIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Jonas Alves da Silva Junior

UFRRJ – IM/DES

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SEXUALIDADE: DEFINIÇÃO OMS (1970)Parte integral da personalidade.Necessidade básica, aspecto que não pode

ser separado dos outros.Não se limita ao ato sexual ou orgasmo.Energia que motiva contato, intimidade e

amor.Afeta sentimentos, o pensar e o agir.Saúde mental: personalidade e

comunicação com os demais.

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SEXUALIDADE:FENÔMENO SOCIAL E HISTÓRICO

É uma CONSTRUÇÃO SOCIAL que varia de uma sociedade para outra e em diferentes épocas.

Envolve relações de poder: domestica os corpos e as mentes.

Há forças que a modelam: modelos, regras, contextos...

(quem, quando e onde pode)

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GÊNERO

Conceito analítico forjado pelas feministas para

CompreenderAnalisarCriticar (superar)

as diferenças e contrastes entrehomens e mulheres

(hierarquias, desigualdades, poder)

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As desigualdades sociais de classe não dão conta das questões de gênero.

A dominação das mulheres é anterior ao capitalismo e não acabou com o advento das revoluções socialistas.

Atribui significados às diferenças socialmente construídas entre os sexos, resgatando sua autonomia relativa (Scott, 1990).

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Papéis, atribuições, expectativas, direitos e deveres: demarca um LUGAR SOCIAL a cada um dos sexos.

Definem imagens - estética corporal, seus adereços e gestual, discursos e comportamentos.

Relação de poder – dominação masculina sobre as mulheres.

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CONSTRUÇÃO SOCIAL X “ESSÊNCIA”

A diferença provém de:

desigualdades sociais naturezaImposição de modelos biologia

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A educação infantil atende crianças de 0 a 6

anos e tem como finalidade proporcionar desenvolvimento

integral das crianças, envolvendo as

instituições e as famílias.

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É importante possibilitar diferentes movimentos que aparecem em atividades como lutar, dançar,

subir e descer de árvores ou obstáculos, jogar bola, rodar bambolê etc. Essas experiências devem ser

oferecidas sempre com o cuidado de evitar enquadrar as crianças em modelos de

comportamentos estereotipados, associados ao gênero masculino e feminino, como, por exemplo, não deixar que as meninas joguem futebol ou que os meninos rodem o bambolê (Brasil, RCNEI, 1998, vol.

III).

GÊNERO E SEXUALIDADE NO REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA

EDUCAÇÃO INFANTIL

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“combater relações autoritárias, questionar a rigidez dos padrões de conduta estabelecidos para homens e mulheres e apontar para sua transformação” incentivando, nas relações escolares, a “diversidade de comportamento de homens e mulheres”, a “relatividade das concepções tradicionalmente associadas ao masculino e ao feminino”, o “respeito pelo outro sexo” e pelas “variadas expressões do feminino e do masculino” (PCN, vol. 10, p.144-146).

GÊNERO E SEXUALIDADENOS PCN

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O processo de educação sexual ocorre durante toda a vida do indivíduo, desde o seu nascimento e dele fazem parte todas as pessoas que convivem com a criança. Por isso a discussão sobre sexualidade precisa e deve ser encaminhada como parte da vida.

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A sexualidade sempre foi um tema de difícil discussão, sobretudo para crianças: a curiosidade, a percepção das diferenças no próprio corpo e no corpo do outro, a descoberta das carícias e a fonte de prazer que o sexo representa, fizeram do assunto um tabu e algo que “não é conversa para crianças”.

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- É no lar que a criança deveria ter sua primeira educação sexual. De acordo com Marta Suplicy, uma criança falante e curiosa pode começar a mostrar interesse pelo sexo aos dois ou três anos, mesmo sem o uso da palavra. - A sexualidade infantil estabelece as bases para a sexualidade na adolescência e para a sexualidade da vida adulta.

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Um dos objetivos da educação sexual na escola consiste em disponibilizar professores com um preparo adequado para desempenhar de forma significativa seu papel, ajudando os alunos a superarem suas dúvidas, ansiedades, angústias, pois a criança chega na escola com várias indagações em relação à sexualidade.

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Educação sexual não significa apenas passar informações sobre sexo.

O trabalho a ser realizado pela escola de educação infantil deve encaminhar para uma intervenção no sentido de modificar posturas, desmistificar tabus e reformular conhecimentos e valores trazidos pelas crianças e adultos que interagem neste espaço. Os pequenos costumam andar pelados, tocar e acariciar colegas. Nenhuma dessas ações deve ser repreendida.

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Uma professora de Imperatriz – MA relata sobre um aluno de 4 anos que não tirava a mão do pênis: ”Aproveitei a situação para contar à turma uma história sobre corpo e prazer. Em seguida disse que é gostoso tocar partes do corpo, mas que isso não deve ser feito na escola, lugar de estudar. Demorou um pouco e ele mudou o comportamento”. Se, na maioria das vezes, o ato tem a ver com a busca pelo prazer e a exploração do corpo, em outras tudo não passa de imitação dos adultos. É comum os pequenos verem atores se beijando na televisão e quererem fazer o mesmo. Nessas horas, é importante ressaltar que isso não é coisa de criança. Uma atividade que explique que os meninos têm pênis e as meninas vagina – e que ambos nascem com órgãos sexuais diferentes – dissipa muitas fantasias.

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Portanto, o professor necessita rever seus próprios conceitos e posturas em relação à sexualidade, possibilitando a si mesmo um entendimento maior e atitudes mais abertas no sentido de ouvir, observar, não estabelecer julgamentos e compreender as diferentes formas de expressar-se que as crianças utilizam.

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A parceria com as famílias é fundamental, pois a educação sexual passa pelo diálogo e troca entre escola, famílias e comunidades que devem estar cientes do que se pensa a respeito de sexualidade.

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Sigmundo Freud dividiu o desenvolvimento sexual do ser humano em diferentes fases, conforme os órgãos, seres e objetos que proporcionam prazer e a relação que o indivíduo estabelece com eles:

FASE ORAL: Até os 2 anos, o órgão que concentra o prazer é a boca. É opor meio dela que o bebê descobre o mundo, explorando objetos e partes do corpo.

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FASE ANAL:Aprendendo a controlar o esfíncter, a criança de 3 e 4 anos sente prazer na eliminação e na retenção das fezes e da urina. Por isso, pressionar para que ela largue as fraldas gera ansiedade e angústia.

FASE FÁLICA OU GENITAL:Entre os 3 e 5 anos, a atenção se volta para o próprio órgão sexual e nasce o prazer em manipulá-lo. Essa atitude é também uma busca pelo auto-conhecimento. Meninos e meninas percebem que têm (ou não) pênis. A vagina ainda é ignorada.

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LATÊNCIA: A curiosidade sexual existe, mas é canalizada em grande parte para o desenvolvimento intelectual e social. Apesar desse desvio da libido, dos 5 aos 11 anos a criança continua explorando as diferenças para descobrir o que é ser menino e ser menina.

PUBERDADE: Dos 12 aos 18 anos, o adolescente volta à fase genital, mas dessa vez o desejo vira vontade de fazer sexo. Os fatores sociais e emocionais que se ligam ao prazer ganham importância.

A ação dos hormônios se intensifica, e o corpo amadurece. É comum o jovem se masturbar, ter sonhos eróticos e fantasias. Nas meninas, é tempo da primeira menstruação.

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1. Escola reproduz e reflete concepções dominantes de

sexualidade e gênero na sociedade.2. Escola produz formas próprias de

exclusão.3. Escola resiste à produção e reprodução dessas concepções.

COMO LIDAR COM SEXUALIDADES NO ÂMBITO DAS RELAÇÕES DE GÊNERO?

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Ver a escola como um campo que reproduz as concepções dominantes de

sexualidade e gênero na sociedade; produz formas próprias de exclusão,

mas também resiste à produção e reprodução dessas concepções.

TENSÕES E DESAFIOS

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SOCIEDADE JUSTA E DEMOCRÁTICAImportância da escola na formação

de cidadãos e cidadãs que respeitem e VALORIZEM a diversidade.

Papel do/a professor/a no combate a qualquer forma de discriminação.

Articulação de três eixos, além da desigualdade econômica:racismo / sexismo / homofobia

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UM PENSAMENTO DE FRANÇOIS DUBET

As verdadeiras diferenças não são coletivas, mas individuais; todos os alunos são singulares e o problema da escola é duplo e paradoxal.

Ela deve tratar cada aluno como um indivíduo único,

e ao mesmo tempo, ela deve considerar cada um como igual aos outros, um semelhante.Isto é o que deveria fazer uma escola

democrática.As meninas e os meninos não são idênticos, e

o papel da escola é de lhes ensinar a viver juntos,

sem negá-los, nem separá-los.

Jornal Le Monde, fevereiro 2003

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PROF. JONAS ALVES DA SILVA JUNIORE-MAIL: [email protected]