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|Report do Encontro de Especialistas| 07 de novembro de 2012 São Paulo CENÁRIOS PARA OS PREÇOS DA ENERGIA NO BRASIL 2013/2015 Entenda os reflexos das novas politicas e mudanças regulatórias para a formatação do custo da energia

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Report do encontro de especialistas em energia, organizado pela Hiria em novembro de 2012 em SP. Foram apresentados e discutidos os mais cruciais temas relacionados a formatação dos preços da energia no período de 2013/2015. As iniciativas da Hiria para o setor de energia podem ser visualizadas em: www,hiria.com.br

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|Report do Encontro de Especialistas|

07 de novembro de 2012

São Paulo

CENÁRIOS PARA OS PREÇOS DA ENERGIA NO BRASIL 2013/2015

Entenda os reflexos das novas politicas e mudanças regulatórias para a formatação do custo da energia

ÍNDICE

Mensagem de boas vindas

Sobre a Hiria e sua missão

0304

050607

0910

12

13

O encontro

Quem participou

O que falaram sobre as apresentações e debates

Apoiadores

Relatório das apresentações e debates realizadosArtigo

Especialista

Comunidade virtual e prosseguimento dos trabalhos

Edição 2013

REPORT • Cenários para os Preços da Energia no Brasil 2013/2015 • | 2

São Paulo, Novembro de 2012

Este encontro aconteceu em um momento extremamente oportuno em que não apenas o setor elétrico, mas profissionais de todo pais estavam discutindo a temática dos preços da energia no Brasil, principalmente após divulgação da Medida Provisória 579 que trata da renovação das concessões e de medidas para redução da carga tributária.

A conferência ofereceu um espaço para amplos debates e troca de conhecimento entre os agentes com o objetivo de entender a consequência das medidas para as empresas, novas oportunidades e desafios.

Esta é a proposta da Hiria. Trabalhar constantemente em busca da excelência para promover encontros relevantes e contribuir para o enriquecimento de sua rede de contatos, o que acreditamos que influenciará a concretização de seus sonhos e objetivos.

Quero convidá-lo para visitar o nosso site - www.hiria.com.br - e central de downloads, para ter acesso a estudos setoriais e pesquisas exclusivas que abordam temas relacionados à construção e gestão da infraestrutura no Brasil e na América Latina.

Agradeço por fazer o download deste report.

Um abraço.

Gabriela Silva

Ideias multiplicadas. Futuro inteligente.Hiria®, palavra originária do idioma basco, que significa reunião de povos, espaço de troca de conhecimento ou o que, atualmente, entendemos por cidade, local que favorece, por excelência, a comunicação, a conexão e o intercâmbio de ideias entre pessoas, grupos e organizações.

Por meio de conteúdos informativos na forma de conferências, a Hiria® proporciona um ambiente ideal para a entrega e transferência de conceitos sobre a construção e a gestão da infraestrutura no Brasil e na América Latina.

Potencializamos as oportunidades de encontros de negócios entre as lideranças da iniciativa privada, poder público e do meio acadêmico, para a formatação e execução de decisões eficientes e sustentáveis.

Nossa missão é criar e multiplicar um acervo de conhecimento para soluções em cidades, energia, água e resíduos, na direção da construção de um amanhã mais inteligente.

ÁREAS DE ATUAÇÃO

Resíduos sólidos Energia Gestão de cidades Água

www.hiria.com.br+55 (11) 5093-7847

EVENTO PREÇOS DE ENERGIA NOVEMBRO DE 2012

110 | presentes

18|palestrantes especialistas

12| reuniões 1 to 1 realizadas

REPORT • Cenários para os Preços da Energia no Brasil 2013/2015 • | 5O Encontro

ALGUMAS DAS MAIS DE 65 EMPRESAS PRESENTES:

REPORT • Cenários para os Preços da Energia no Brasil 2013/2015 • | 6O Encontro

O QUE FALARAM SOBRE O ENCONTRO

“Foi um seminário de altíssimo nível, com a presença de um público qualificado, onde foram discutidos importantes fatores que afetam o custo da energia elétrica para os próximos anos, como a Medida Provisória 579, a Portaria 455 e o cenário hidrológico. Parabéns a toda a equipe da Hiria pela realização desse importante encontro do setor elétrico.”Alexandre Lopes ABRACEEL

“Pela sua importância estratégica, econômica e social, o setor de energia é determinante para a sustentabilidade do desenvolvimento brasileiro. O seminário “Cenários de Preços para Energia” representou uma excelente oportunidade para que especialistas do setor pudessem dialogar, não só apresentar suas ideias, mas também ouvir as ansiedades e preocupações de uma plateia majoritariamente constituída de consumidores qualificados de energia. Tenho certeza de que é através desses diálogos que será possível encontrar soluções inovadoras e que construam as bases de um novo contexto de maior produtividade e eficiência para a indústria de energia e seus clientes.”Eduardo José Bernini TEMPO GIUSTO CONSULTORIA EMPRESARIAL

“É sempre um prazer participar além de ser muito proveitoso estar rodeado de especialistas em qualquer que se o assunto. Em especial, quando estamos falando “Do assunto” do momento: A problemática que existe e que poderá persistir e até mesmo aumentar nos próximos anos, em relação ao sistema elétrico de nosso país. Ouvir as opiniões de especialistas de áreas diferentes só vieram reforçar o que nós especialistas do clima já tínhamos em mente: A situação é extrema e medidas externas deverão ocorrer para tentar minimizar os efeitos da seca dos reservatórios hidrelétricos do país.”Alexandre Nascimento CLIMA TEMPO

Um evento perfeito, da organização ao conteúdo. Informação de qualidade, atualizada e profunda na medida certa. Parabéns aos organizadores.”Leontina Pinto ENGENHO PESQUISA DESENVOLVIMENTO E CONSULTORIA

“O evento foi ótimo, com excelentes participantes e painelistas”

Cristiane Cordeiro SÓCIA FH CUNHA ADVOGADOS

REPORT • Cenários para os Preços da Energia no Brasil 2013/2015 • | 7O Encontro

PROGRAMAÇÃO REALIZADA  

Quarta-­feira,  07  de  novembro  de  2012

Eduardo José Bernini, Proprietário - TEMPO GIUSTO CONSULTORIA EMPRESARIALVirginia Parente, Professora Doutora - IEE ‒ UNIVERSIDADE DE SPAlexandre Nascimento, Meteorologista - CLIMATEMPOOsvaldo Luiz Leal De Moraes, Coordenador do Centro de Previsão de Tempo e Estudos ClimáticosINPE ‒ INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAISJoão Carlos de Oliveira Mello, Presidente - ANDRADE&CANELLA

NOVA  PORTARIA  DO  MME

Leontina Pinto - Diretora Executiva - ENGENHO PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E CONSULTORIA Alexandre Lopes, Assessor Técnico - ABRACEELMarcelo Mello, Presidente - BRIXVictor Kodja, Presidente ‒ BBCE

CONCESSÕES  ELÉTRICAS

David Waltenberg - Sócio fundador - ADVOCACIA WALTENBERGNelson Fonseca Leite, Presidente ‒ ABRADEECarlos Faria, Presidente ‒ ANACE

CARGA  TRIBUTÁRIA

David Waltenberg - Sócio fundador - ADVOCACIA WALTENBERGAntonio Ganim, Sócio - GANIM ADVOGADOS ASSOCIADOSGuilherme Berejuk, Advogado - KAERCHER E BAGGIO ADVOGADOSLuís Gustavo Bombo, Especialista em Assuntos Legais - AES SUL

REPORT • Cenários para os Preços da Energia no Brasil 2013/2015 • | 8O Encontro

ABIAPE - Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia http://www.abiape.com.br

ABRACE ‒ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE GRANDES CONSUMIDORES INDUSTRIAIS DE ENERGIA E DE CONSUMIDORES LIVRES http://abrace.org.br/

ABRACEEL - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS AGENTES COMERCIALIZADORES DE ENERGIA ELÉTRICA http://www.abraceel.com.br

ABRATE - Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica http://www.abrate.org.br/

ANACE - Associação Nacional dos Consumidores de Energia http://www.anacebrasil.org.br

APINE - Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica http://www.apine.com.br

APROER - Associação Pro Energias Renovaveis http://www.aproer.org.br/

CERPCH - Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais Hidrelétricas http://www.cerpch.unifei.edu.br/

Revista GTD http://www.revistagtd.com.br/revista_online.php

JORNAL DA ENERGIA http://www.jornaldaenergia.com.br/

Pezco Microanalysis http://www.pezco.com.br/pesquisa_consultoria/pezco_red.html

APOIADORES

REPORT • Cenários para os Preços da Energia no Brasil 2013/2015 • | 9O Encontro

RELATÓRIO DAS APRESENTAÇÕES E DEBATES REALIZADOS

Quarta-feira, 07 de novembro de 2012

PAINEL: Análise Econômica dos preços praticados e principais influências considerando fatores climáticos e o novo pacote de medidas do governo.

Principais pontos debatidos:

• Ocorreram importantes mudanças na contratação de energia, impacto da Portaria 455 MME;

• Outras importante mudanças ocorreram com a MP 579 que afetou fortemente as empresas geradoras e transmissoras de energia, e por consequência impacta as comercializadoras pelo viés desestimulante do mercado livre ACL;

• Setor elétrico, com essas novas medidas, passará por grandes desafios onde as empresas terão que buscar novo equilíbrio econômico-financeiro para manterem o nível de investimento necessário para manutenção do sistema e ainda para fomentar os investimentos em expansão exigidos. Tudo isso para que o país não passe novamente por problemas de infraestrutura que impeçam o crescimento do PIB (apagões);

• Questão climáticas afetam diretamente o sistema nacional, pela característica hidrotérmica, isso tem sido um grande desafio uma vez que recorrentemente ocorrerem secas que prejudicam o sistema e afetam o preço da energia vendida no país;

• Brasil possui uma baixa qualidade de estrutura para projeção de clima, principalmente para prever precipitações com até 2 horas de antecedência;

• Dificilmente o país conseguirá criar mecanismos de projeções de medições de ventos, no curto e médio prazo, para as usinas eólicas, pois a estrutura para clima já é pobre com falta de satélites e radares especializados em clima;

• Abrangência da MP 579: 20% do parque Gerador Nacional, 67% do SIN (Transmissoras) e 35% do setor de Distribuição Nacional;

• Questão da cobrança de ICMS permanece sem solução, equiparando a energia com produtos supérfluos;

• Com a MP 579 os preços do ACR x ACL ficaram mais equilibrados, o que diminui a atratividade do mercado livre, o que pode afetar fortemente as comercializadoras de energia;

• Com a MP 579, faz com as empresas do setor de geração e transmissão percam grande parte de sua geração de caixa (EBITDA), o que afeta diretamente sua capacidade de financiamento e emissão de dívida via instrumentos financeiros, afeta também seus “covenants” com as instituição financiadoras de

contratos em vigor;• A não aderência de todas os agentes na MP 579, antecipação das concessões, pode gerar maior peso entre os demais participantes que aderirem ao novo modelo, para que o governo mantenha a sua meta percentual de diminuição das tarifas;

• A MP 579 pode desestimular novos investimentos no setor, visto que o setor precisa de: segurança jurídica (cumprimento de regras preestabelecidas) e grande volume de investimento visto que os investidores não estão dispostos a investir grandes quantidades de capital a taxas não atrativas de retorno;

• Os investimentos em energia eólica estão crescendo, porém a maioria dos parques eólicos produz energia abaixo das projeções iniciais;

• PAINEL: Entenda os impactos da Portaria 455 MME para os preços da energia no mercado livre e como ela se relaciona com as medidas anunciadas pelo governo.

• Principais pontos debatidos:• Apesar de possuir o nome de Mercado Livre, ele é muito regulado, o que contradiz o próprio princípio de funcionamento dele;

• Como a CCEE registrará os preços de compra de energia, visto que podem ser passadas informações incorretas sobre esse dado;

• As novas regras deixarão a gestão mais complexa desse mercado e podem desestimular os seus participantes;

• Maior problema do custo da energia tem sido deixado de lado pelo governo ou pouco alterado que é a excessiva carga de impostos;

• Com a regra de que autoprodutores não poderão mais vender seus excedentes, isso pode desestimular novos investimentos, além de trazer prejuízos a essas empresas que já investiram no mercado com base nas regras anteriores que permitiam tal ação;

• Prazo de 5 anos para volta ao ambiente regulado em caso de mudança para o ambiente livre impactará fortemente esse processo de migração desses consumidores, ainda mais levando em consideração que o benefício das renovações de concessões só afetará o ambiente regulado;

• 60% do PIB Nacional da indústria está hoje no ambiente livre, ou seja, não haverá ganho de competitividade, pois os efeitos da MP 579 não serão sentidos nesse ambiente;

• As mudanças recentes nas regras desestimulam o ACL que possuí várias vantagens frente ao ACR, como: Desindexação de Contratos, visto que esses podem ser constantemente renegociados; competição maior de preços de energia, o que aumenta a competitividade da indústria; e ainda, o ACL trabalha como uma opção

REPORT • Cenários para os Preços da Energia no Brasil 2013/2015 • | 10O Encontro

ao mercado regulado na busca de menores preços de energia e a fuga do monopólio das concessões possuindo grande segurança, visto que existe necessidade de lastro físico para as operações;

• Críticas a Portaria 455 MME: Proposta não teve Nota Técnica; não foram publicadas as contribuições dos agentes e não foram publicadas as análise das contribuições.

• MP 579 diminui muito a atratividade do ACL frente ao ACR, projeções mostram que para aproximadamente 3p.p de diferença no preço, se houver a extensão de benefícios da MP 579 para o ACL essa diferença voltará para cerca de 10p.p;

• Apresentações de dados históricos de negociações nas plataformas eletrônicas mostram que ainda existirá grandes oportunidades no mercado livre, preço da PLD tem se mantido historicamente em uma faixa de preços atrativa para o ACL, mesmo considerando o novo pacote de medidas do governo e a redução de preços no ACR;

• Existem e existirão outros mecanismos de arbitragem nas plataformas eletrônicas que permitirão aos participantes se adequarem as novas medidas e realidade do mercado;

PAINEL: Entenda os impactos das regras de renovação das concessões para o preço da energia e a posição dos concessionários mediante condições estabelecidas pelo governo.

Principais pontos debatidos:

• Embora não tenha ocorrido impacto direto nas empresas de distribuição de energia com a MP 579, elas já vêm dando sua parcela de contribuição na diminuição das tarifas por meio dos ciclos de revisão tarifária periódica;

• A parcela da tarifa destinada as empresas de distribuição tem caído por efeitos das revisões tarifárias: 1° ciclo 25%, 2° ciclo 23% e 3° ciclo 18%. Enquanto que a parcela de tributos e encargos tem crescido constantemente;

• Existe grande espaço na redução das tarifas via redução de tributos e encargos, onde o peso é maior, o que seria mais facilmente repassado ao consumidor final;

• Mudança na forma de incidência da PIS/CONFINS reduziria de imediato a tarifa em 6%, segundo estudos da ABRADEE;

• Carga de ICMS contribui para o preço elevado das tarifas;

• Desindexação já ocorre, devido a parcela B, o Fator X e os ganhos de produtividade que são repassados ao consumidor;

• Segurança jurídica do setor deve prevalecer para que

exista o contínuo investimento e atratividade no setor;• Governo desestimula o mercado livre impedindo entrada de novos integrantes, haverá grande impacto no curto prazo, sobretudo para os consumidores especiais;

• Autoprodutores foram muito prejudicados com a proibição de venda de energia excedente;

• Pela principio da Isonomia as cotas da usinas depreciadas devem ser estendidas ao ACL, uma vez que esse ajudou a pagar por elas no passado;

• Mais uma vez enfatizado que os geradores e comercializadores serão os grandes impactados com essas mudanças, desestimulando o mercado livre;

Imagens do Encontro

REPORT • Cenários para os Preços da Energia no Brasil 2013/2015 • | 11O Encontro

Artigo de palestrante E Agora, José? 15 de setembro de 2012 Eduardo José Bernini ‒ O Estado de S.Paulo

Eduardo José Bernini TEMPO GIUSTO

CONSULTORIA EMPRESARIAL www.tempogiusto.com.br

Passada a justa euforia da sociedade com as medidas anunciadas pelo governo para a redução do custo da energia elétrica ‒ uma decisão corajosa e por muito tempo adiada -, um sentimento de insegurança se espalha entre analistas, investidores e economistas. A pergunta que está no ar: até que ponto o esforço para o ajuste macroeconômico, com o qual todos concordam, considera o risco de desorganização microeconômica de setores essenciais para o crescimento, como o de energia elétrica? O aspecto mais visível desse sentimento foi a queda dos papéis das elétricas nas bolsas de valores após o anúncio da Medida Provisória 579 ‒ fato que apenas destampou a panela de pressão submetida a fogo brando. Ainda que não possa ser o único indicador, com esse comportamento “ansioso” o mercado de capitais expressou dúvidas quanto à sustentabilidade econômica, no médio e no longo prazos, das empresas do setor. Dúvida surgida ainda em 2011, após o leilão para novos empreendimentos de geração, e acentuada no 3.º Ciclo de Revisão Tarifária das distribuidoras ao longo dos últimos meses. Entre 2004 e 2011 o setor elétrico viveu um ciclo virtuoso de estabilidade e investimento. O modelo, baseado em leilões para contratação de energia e em contratos com clareza jurídica adequados ao equilíbrio econômico-financeiro e à garantia de liquidação de recebíveis, criou condições para a capitalização e o financiamento de projetos. Sem dúvida, um sucesso que permitiu que os riscos de suprimento, devidamente monitorados, viessem a ser minimizados, por meio de investimentos públicos e privados. O leilão de 2011, porém, foi um sinal de alerta. Surgiram dúvidas sobre qual teria sido a taxa de retorno nos lances vencedores dos proponentes mais agressivos. A taxa de retorno real é fundamental para avaliar dois tipos de riscos em projetos de investimento: a entrega do bem no prazo e nas condições pactuadas e a remuneração do custo de oportunidade. Em outras palavras, a garantia de que o empreendimento terá reservas para fazer frente aos imprevistos característicos das fases de implantação. Foi este último aspecto que acendeu a luz amarela: as estimativas, com certo grau de imprecisão, apontaram para retornos inferiores ao custo de oportunidade. Portanto, nem era o caso de estimar as contingências para “surpresas e imprevistos”. Mesmo diante da significativa redução nas taxas de juros ‒ outra decisão corajosa e necessária ‒ a determinação da taxa de retorno adequada para investimentos em infraestrutura no Brasil não é uma tarefa trivial. A dificuldade começa na base, ou seja, qual a taxa livre de riscos. A suposição de que seja a taxa real paga pelos títulos públicos de longo prazo não é consenso. A soma dos riscos intrínsecos a cada modalidade de investimento na infraestrutura mostra que “custo Brasil” é um mosaico, com agravantes diferenciados por segmento. A dúvida quanto à taxa de retorno foi fortalecida ao longo do 3.º Ciclo de Revisão Tarifária. Para atingir a meta de mitigação tarifária foi aplicada uma redução no custo médio ponderado

de capital (WACC), do qual resulta a remuneração à distribuidora. A remuneração cobre as amortizações, o custo financeiro e o retorno aos acionistas. O argumento foi que as distribuidoras ‒ não todas, mas as mais eficientes ‒ estavam distribuindo dividendos excessivos e reinvestindo pouco. Além disso, que o risco é pequeno, uma vez que o negócio é maduro e não tem desafios tecnológicos. Mas faltaram respostas a duas perguntas: por que o pagamento de dividendos estava tão alto? É fato que não há desafios tecnológicos na distribuição de energia elétrica? A distribuição de dividendos acelerou-se porque o estímulo ao reinvestimento é baixo, seja porque o custo de oportunidade em alternativas concorrentes é maior, seja porque a modernização da rede envolve riscos diferentes dos da operação de uma rede madura sem “surpresas e imprevistos”. Mas sem a modernização da rede de distribuição não será possível atingir padrões de qualidade compatíveis com os requeridos por qualquer nação desenvolvida. O Brasil conquistou boa reputação de planejamento no uso dos recursos naturais. Temos uma matriz energética limpa e o avanço em pequenas centrais hidrelétricas e parques eólicos demonstra ser possível combinar capitais privados com eficiência de gestão, desde que as condições de retorno sejam justas. Ao mesmo tempo, há um custo final da energia elétrica indecoroso, fruto da perversa tributação e do sistema de encargos ineficiente e pouco transparente (mesmo para especialistas em contas públicas e em regulação econômica). Estamos falhando em ver o óbvio: falta o incentivo econômico que harmonize o planejamento físico da expansão e modernização do setor elétrico ‒ necessário a um ciclo de crescimento econômico e social sustentável ‒ com o retorno compatível com o risco dos investimentos previstos, públicos e privados. Alinhar os custos de energia elétrica a patamares que apoiem a competitividade da economia brasileira é imprescindível. Mas a história do setor elétrico nos anos 1970 e 1980 é um exemplo que não pode ser repetido: a combinação de tarifas irreais com estatização, que resultou na deterioração econômica e financeira das concessionárias, é uma lição da qual os contribuintes não deveriam esquecer-se. É certo que o Brasil está bem melhor do que foi: o desequilíbrio econômico-financeiro que levou à degradação da qualidade da energia elétrica na “década perdida” é intolerável para o Brasil contemporâneo. Vivemos num mundo competitivo e repleto de exemplos da importância da adoção de inovações tecnológicas. Cadeias produtivas sustentáveis e eficientes, no sentido ambiental, econômico e social, alargaram a essencialidade da energia elétrica. E a combinação de ambas é um fator crítico de sucesso. Não dar a devida atenção às condições de retorno justo que viabilizem o investimento na infraestrutura elétrica poderá custar muito caro.

REPORT • Cenários para os Preços da Energia no Brasil 2013/2015 • | 12Artigo

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EDIÇÃO 2013

O processo de pesquisa para a edição 2013 deste encontro teve inicio já no dia 07 de novembro. O objetivo é que o conteúdo esteja cada vez mais alinhado com a as necessidades e expectativas do mercado. Para contribuir com este processo, por favor, entre em contato comigo pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone 11 5041-8609.Caso tenha interesse em conhecer as possibilidades de apoio e patrocínio da edição 2013, envie um e-mail para [email protected] Estamos em processo de produção de outros estudos e encontros setoriais que envolvem questões relacionadas à energia, você pode se manter atualizado visitando o nosso website: www.hiria.com.br Se preferir, envie um e-mail para [email protected] ou ligue para 55 11 5093-7847

A Hiria formatou uma arena de debates em suas mídias eletrônicas, o convidamos a visitá-las:

REPORT • Cenários para os Preços da Energia no Brasil 2013/2015 • | 13Comunidade Virtual e Edição 2013

QUEM ORGANIZOU

Gabriela Silva Graduada em Relações Públicas, atua há sete anos com pesquisa de Mercado no Brasil e na America Latina para o desenvolvimento de conferências, encontros de negócios e relatórios setoriais.

Trabalhou em multinacionais como IQPC, Informa Group e Reed Exhibition no desenvolvimento de mais de 70 projetos nas áreas de energia, infraestrutura, petróleo e Gás.

Possui experiência com pesquisa e análise de mercado, identificação de demandas e estruturação de conteúdos técnicos, além de gestão de parcerias com executivos, mídias especializadas e associações de classe para o desenvolvimento de encontros nacionais e internacionais.

Na Hiria trabalha com pesquisa e estruturação de conteúdos para encontros focados em temas estratégicos, além de produção de estudos setoriais e planejamento de marketing e vendas.

Report elaborado por Carlos Werlang Lebelein Formado em Direito e Economia, filiado ao CORECON, MBA em Gestão de Riscos.

Começou sua carreira de Consultoria em 2003 na Ernst & Young onde participou de vários projetos em concessionários do setor Público além de serviços para as agências reguladoras ANATEL e ANEEL. Para ANATEL participou de trabalhos de apoio à fiscalização em empresas como Brasil Telecom, GVT e Sercomtel. Na ANEEL participou de trabalhos de fiscalização na Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial - CBEE (2005) e nas empresas do Grupo Rede (2006). No Grupo Enron, atual Ashmore Energy, foi responsável pelos trabalhos de consultoria de processos, gestão de riscos e regulação com a legislação do setor energético, por mais de 3 anos nas empresas do grupo; Elektro em Campinas, Pantanal Energia e Gás Ocidente (Cuiabá) e Gás Oriente (Bolívia). Ainda na Ernst & Young participou de trabalhos de Gestão de Riscos e regulação nas empresas do Grupo COPEL (COPEL e Compagás). Em 2007 juntou-se ao Grupo Brascan, atual grupo Brookfield com mais R$ 18 bilhões em ativos no Brasil, onde foi Coordenador de Auditoria das várias empresas do grupo incluindo permissionárias e concessionárias controladas pela Brookfield Energia Renovável especializada na geração de energia através de PCHs e UHEs (dententora de mais de 35 usinas no país) e da empresa florestal do Grupo, maior empresa do setor no Sul do país. Ainda pelo Grupo Brookfield foi membro do Comitê de Auditoria da Funcoge, representando a empresa do setor de Energia do grupo. Participou ainda de diversos trabalhos, principalmente, na Brookfield Incorporadora (empresa sediada no Rio de Janeiro e listada na Bolsa de Valores de São Paulo).

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