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EDIÇÃO 13— JANEIRO DE 2014 ARQPEP NOTÍCIAS INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DOS ARQUIVOS PÚBLICOS DO ESTADO DO PARÁ ARQPEP traz para Belém Curso de Assistente de Conservação Preventiva. Um dos principais gargalos na política de preservação de acervos documentais na Amazônia, junto com o descaso com o patrimônio histórico e a falta de investimentos, é a escassez de mão de obra especi- alizada. Até recentemente não havia curso superior de Arquivologia no estado do Pará e ainda hoje muitos estados da Amazônia sequer possu- em Arquivos Públicos para salva- guarda de seu patrimônio documen- tal. Pensando em formar difusores de políticas de conservação de acer- vos documentais, a ARQPEP traz pela primeira vez para região Norte e Nordeste o Curso de Assistente de Conservação Preventiva. O curso será feito em parceria com o Servi- ço Nacional de Aprendizagem In- dustrial de São Paulo (SENAI/SP), o maior centro de formação em área gráfica e de papel/celulose na Amé- rica do Sul. O curso tem como objetivo o desenvolvimento de competências relativas à análise de acervos e obras em papel e identificação e registro de danos visando à imple- mentação de medidas corretivas e/ ou preventivas de preservação- restauro. Com carga horária total de 362 horas, ele será ministrado em 6 ho- ras diárias, entre as 15h e as 21h20, com 20 minutos de intervalo. As aulas teóricas e práticas serão reali- zadas na sede da Associação. Entre as disciplinas que estão na grade do curso, destacam-se as que abrangem a teoria, como ética e his- tória na conservação, científicas, como as que estudam a incidência de fungos e insetos em papéis, e as práticas, como as que ensinam mé- todos e técnicas de conservação pre- ventiva, conservação de livros e documentos, encadernação, acondi- cionamento e montagem. Entre a equipe docente, desta- cam-se professores do SENAI-SP, do Instituto de Pesquisas Tecnológi- cas da USP e profissionais renoma- dos na área, como Isis Baldini, a maior especialista em restauração de obras de arte em suporte papel do país e Saulo Güths, professor doutor da Universidade Federal de Santa Catarina e especialista em Ciências Térmicas. O valor total do curso será de R$ 4.500,00 dividido em 6 parcelas de R$ 750,00. O pagamento do curso à vista terá um desconto de 10 por cento, saindo por R$ 4.050,00. Associados com mais de 6 meses terão 5 por cento de des- conto no valor parcelado, pagando R$ 712,50 ao mês. Este valor é jus- tificado pelo fato do curso ter o pe- so de “curso de qualificação” com o certificado emitido pelo SENAI/SP e toda a despesa de material didáti- co e de laboratório estar incluída. As matrículas do curso estarão abertas até o dia 15 de janeiro. Os interessados poderão ir até a sede da ARQPEP das 10h às 16h, preen- cher o contrato de prestação de ser- viços educacionais e receber o bole- to de pagamento da matrícula. Após a compensação desse pagamento, o aluno já terá a sua vaga garantida e receberá dentro de cinco dias úteis, via e-mail, o carnê com as outras mensalidades. Curso de Assistente de Conservação Preventiva formará mão de obra especializada na região.

Informativo ARQPEP janeiro 2014

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Page 1: Informativo ARQPEP janeiro 2014

EDIÇÃO 13— JANEIRO DE 2014

ARQPEP NOTÍCIAS INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DOS ARQUIVOS PÚBLICOS DO ESTADO DO PARÁ

ARQPEP traz para Belém Curso de Assistente de Conservação Preventiva.

Um dos principais gargalos na política de preservação de acervos documentais na Amazônia, junto com o descaso com o patrimônio histórico e a falta de investimentos, é a escassez de mão de obra especi-alizada. Até recentemente não havia curso superior de Arquivologia no estado do Pará e ainda hoje muitos estados da Amazônia sequer possu-em Arquivos Públicos para salva-guarda de seu patrimônio documen-tal.

Pensando em formar difusores de políticas de conservação de acer-vos documentais, a ARQPEP traz pela primeira vez para região Norte e Nordeste o Curso de Assistente de Conservação Preventiva. O curso será feito em parceria com o Servi-ço Nacional de Aprendizagem In-dustrial de São Paulo (SENAI/SP), o maior centro de formação em área gráfica e de papel/celulose na Amé-rica do Sul.

O curso tem como objetivo o desenvolvimento de competências relativas à análise de acervos e obras em papel e identificação e registro de danos visando à imple-mentação de medidas corretivas e/ou preventivas de preservação-restauro.

Com carga horária total de 362 horas, ele será ministrado em 6 ho-ras diárias, entre as 15h e as 21h20, com 20 minutos de intervalo. As aulas teóricas e práticas serão reali-zadas na sede da Associação.

Entre as disciplinas que estão na grade do curso, destacam-se as que abrangem a teoria, como ética e his-

tória na conservação, científicas, como as que estudam a incidência de fungos e insetos em papéis, e as práticas, como as que ensinam mé-todos e técnicas de conservação pre-ventiva, conservação de livros e documentos, encadernação, acondi-cionamento e montagem.

Entre a equipe docente, desta-cam-se professores do SENAI-SP, do Instituto de Pesquisas Tecnológi-cas da USP e profissionais renoma-dos na área, como Isis Baldini, a maior especialista em restauração de obras de arte em suporte papel do país e Saulo Güths, professor doutor da Universidade Federal de Santa Catarina e especialista em Ciências Térmicas.

O valor total do curso será de R$ 4.500,00 dividido em 6 parcelas de R$ 750,00. O pagamento do curso à

vista terá um desconto de 10 por cento, saindo por R$ 4.050,00. Associados com mais de 6 meses terão 5 por cento de des-conto no valor parcelado, pagando R$ 712,50 ao mês. Este valor é jus-tificado pelo fato do curso ter o pe-so de “curso de qualificação” com o certificado emitido pelo SENAI/SP e toda a despesa de material didáti-co e de laboratório estar incluída.

As matrículas do curso estarão abertas até o dia 15 de janeiro. Os interessados poderão ir até a sede da ARQPEP das 10h às 16h, preen-cher o contrato de prestação de ser-viços educacionais e receber o bole-to de pagamento da matrícula. Após a compensação desse pagamento, o aluno já terá a sua vaga garantida e receberá dentro de cinco dias úteis, via e-mail, o carnê com as outras mensalidades.

Curso de Assistente de Conservação Preventiva formará mão de obra especializada na região.

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ARQPEP NOTÍCIAS 2 Curso trará uma nova perspectiva na área de Conservação Documental para a Amazônia.

Projeto da ARQPEP com o BNDES inicia em março.

(Continuação)

Ainda para o primeiro semestre de 2014, a ARQPEP fará também oficinas de duração de uma sema-na relacionadas à área de preserva-ção documental. Até o momento já estão confirmadas oficinas de conservação fotográfica em filme, papel e digital e de Paleografia.

Apesar da conservação e res-tauro de acervos em papel ser uma área ainda pouco difundida na re-gião, a procura pelo curso surpre-endeu desde que foi divulgado pe-

la primeira vez no final de outu-bro. Para a diretora-executiva da ARQPEP e idealizadora da reali-zação do curso em Belém, Ethel Valentina Soares, isso prova que cada vez mais os funcionários de instituições, tanto públicas quanto privadas, se importam com a pre-servação dos acervos documentais que estão sob a sua guarda. “É muito bom saber que as pessoas não querem mais ser leigas e que procuram uma formação que trará não apenas crescimento profissio-nal, mas também uma nova pers-pectiva regional acerca da preser-

vação dos acervos documentais”.

"O caráter público da ARQPEP continua a dar provas do compro-misso com a formação de recursos humanos tão necessários para ges-tão dos arquivos na Amazônia. A urgência em ter maior oferta de profissionais nesta área poderá servir de fomento para o aumento da massa crítica em torno do deba-te sobre a preservação dos acervos e fontes documentais.", afirma o presidente da ARQPEP, prof. Fer-nando Arthur Neves.

A Associação dos Amigos dos Arquivos Públicos do Pará, depois de quase um ano de atraso em re-lação ao seu calendário original, inicia em março de 2014 o projeto “Preservação e Acesso ao acervo da Amazônia Legal”, realizado com financiamento do Banco Na-cional de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (BNDES).

O projeto contemplado em edi-tal de patrocínio em 2010 demo-rou dois anos até chegar à fase de enquadramento e este demorado processo tomou mais tempo quan-do, em julho de 2013, a Secretaria de Estado de Cultura (SECULT), órgão gestor do Arquivo Público do Pará, recusou-se a fornecer do-cumentos indispensáveis para a realização do projeto, mesmo que para isso corresse o risco de can-celar a sua realização e, assim, perder recursos financeiros valio-sos para a conservação e digitali-zação do acervo do Arquivo Públi-co do Pará.

A alegação da SECULT em não fornecer os documentos foi

que ela não tinha sido avisada ofi-cialmente que a ARQPEP tinha projetos relacionados ao acervo do Arquivo Público do Pará, mesmo que dois ofícios com cópias de todos os projetos anexados tenham sido enviados para a secretaria em 2011. Ainda, os documentos que a SECULT se recusou a fornecer eram apenas para atualizar docu-mentos que a própria secretaria tinha fornecido em 2010.

Após negociação, chegou-se a um acordo no final de setembro em reunião na sede do BNDES com representantes da SECULT e da ARQPEP. Neste acordo, o pro-jeto original foi desmembrado em dois orçamentos diferentes e inde-pendentes: um para cuidar do acervo do Arquivo Público e outro para cursos e capacitações de fun-cionários em Arquivos distribuí-dos em quatro estados da Amazô-nia Legal. Foi cortado do projeto original, por readequações finan-ceiras para atender as exigências da SECULT, o projeto de forma-ção da Rede de Arquivos da Ama-zônia Legal.

O projeto, agora com o novo nome de “Preservação e Acesso ao acervo da Amazônia Legal”, vai permitir que a ARQPEP conclua o processo de tratamento técnico e acondicionamento do restante dos códices do período colonial do acervo do Arquivo Público do Pa-rá, que começaram a ser tratados no primeiro projeto desenvolvido pela Associação junto com a Cai-xa Econômica, em 2011/2012.

A outra parte do projeto prevê a itinerância das capacitações técni-cas que a ARQPEP fará em seis instituições em cinco cidades da Amazônia Legal nos estados do Pará, Amapá, Mato Grosso e Acre. Para cada uma dessas insti-tuições serão oferecidos cursos e oficinas que formarão profissio-nais voltados para a área de pre-servação documental. Cada insti-tuição ganhará também uma bolsa para um funcionário participar do Curso de Assistente de Conserva-ção Preventiva que a ARQPEP realizará no primeiro semestre de 2014.

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ARQPEP NOTÍCIAS 3

ARQPEP promoverá oficinas de Conservação de Fotografia e Paleografia

A Associação dos Ami-gos dos Arquivos Públi-cos do Pará (ARQPEP) realizará no primeiro semestre de 2014 uma série de oficinas para os interessados na preser-vação de acervos docu-mentais.

Já estão confirmadas as oficinas de conservação fotográfica e paleogra-fia, que serão realizadas por professores que vi-rão para Belém no âm-bito do curso de Assis-tente de Conservação Preventiva, promovido pela ARQPEP em con-vênio com o SENAI/SP.

A primeira oficina será a de conservação foto-gráfica: filmes, papéis fotográficos e imagens digitais. Ela terá como objetivo capacitar para a realização de diagnós-tico, planejamento e execução de ações de conservação de acervos compostos de filmes (negativos e diapositi-vos) e papéis fotográficos e ima-gens digitais.

A oficina será ministrada por Le-andro Melo, docente e conservador-restaurador de documentos gráfi-cos com ênfase em fotografias, professor do curso Curso de Pre-servação, Conservação e Restauro de Documentação Gráfica do SE-NAI/SP além de trabalhar em pro-jetos de conservação-restauração de documentos gráficos para insti-tuições e clientes particulares.

Durante as aulas, que serão teóri-cas e práticas, os alunos serão apresentados aos conceitos de con-

servação fotográfica, estrutura, ma-teriais componentes e formatos dos suportes fotográficos físicos, agen-tes e processos de deterioração, cuidados no manuseio, identifica-ção de materiais componentes, for-matos e problemas de deterioração de suportes fotográficos e confec-ção de embalagens de acondiciona-mento para conservação de foto-grafias, entre outros assuntos rela-cionados.

As inscrições para a oficina de conservação fotográfica: filmes,

papéis fotográficos e imagens digitais inicia-rão no dia 6 de janeiro. A oficina terá uma carga hoarária de 20 horas e será realizada entre os dias 10 e 14 de fevereiro de 2014, de 8 às 12h, na sede da ARQPEP. O investimento é de R$ 320,00 e serão ofereci-das 20 vagas.

Já a oficina de paleogra-fia terá como objetivo trazer conceitos e técni-cas de leitura de docu-mentos antigos, seguin-do os padrões de evolu-ção da escrita, caligrafia e tipos documentais.

A oficina será Ministra-da por Judie Abrahim, mestre em Artes pela Universidade de São Paulo e especialista em Organização de Arqui-vos pelo IEB/USP, além de professora da disci-plina introdução à paleo-grafia do curso de Assis-tente de Conservação

Preventiva do SENAI/SP e terá como públi-co alvo historiadores e estudantes de história,

bibliotecários e arquivistas que li-dam com acervos históricos e o público em geral.

As inscrições para a oficina de pa-leografia iniciarão no dia 3 de fe-vereiro. Serão 20 horas de aulas, entre os dias 17 e 21 de março de 2014, de 8h às 12h na sede da AR-QPEP. O Investimento é de R$ 250,00 e serão oferecidas 20 vagas.

Para os Associados com mais de 6 meses as oficinas terão desconto de 5% no valor total.

Exemplo de documento com escrita e caligrafia antiga estudada pela Paleografia.

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ARQPEP NOTÍCIAS 4

Em reunião ordinária no dia 3 de setembro de 2013, a Associação dos Amigos dos Arquivos Públicos do Pará discutiu e atualizou o seu novo estatuto para adequar-se ao no códi-go civil (lei nº 10.406 de 10 de ja-neiro de 2002) cumprindo as exi-gências do artigo 2.031 da lei subs-tantiva civil.

Entras as principais mudanças na Associação está o novo nome, que agora passa a se chamar Associação dos Amigos dos Arquivos Públicos do Estado do Pará. A mudança de nome era um assunto que já vinha sendo discutido pela diretoria e foi necessária para adequar aos objeti-vos de descentralização das ativida-des da ARQPEP, que passará a exercer atividades em outros acer-

vos no estado do Pará e da Amazô-nia. “Ao mesmo tempo em que esse nome explicita a ampliação das ati-vidades da Associação, ele não des-caracteriza quem somos nem tudo o que fizemos anteriormente”, explica Ethel Valentina Soares, diretora executiva da ARQPEP.

Outra mudança que diz respeito diretamente aos associados são os valores de pagamento. De acordo com o novo estatuto, as anuidades compreenderão 8 por cento do valor do salário mínimo e os descontos para estudante serão progressivos: 50% de desconto para estudantes de graduação e técnicos, 40% para es-tudantes de especialização, 30% para estudantes de mestrado e 20% para estudantes de doutorados. O

novo estatuto também estabelece o desligamento de Associados ina-dimplentes em mais de dois anos.

A composição da diretoria tam-bém sofreu mudanças. Pelo novo estatuto não haverá mais a figura do secretário e o conselho fiscal será composto por cinco pessoas, três titulares e dois suplentes. A atual composição da diretoria será modi-ficada de acordo com o novo estatu-to nas próximas eleições, que acon-tecerá em 2014.

O novo estatuto já foi enviado para os Associados via e-mail e está à disposição para consultas na sede da ARQPEP ou solicitado via cor-reio eletrônico.

Novo estatuto adequa ARQPEP ao Código Civil e a projetos futuros.

A Associação dos Amigos do Arquivo Público do Pará (ARQPEP) recebeu a visita dos Co-ordenadores de Acompanhamento de Projetos do Ministério da Cultu-ra, Arlício Santos e Laio Veloso. A visita teve como objetivo conferir as atividades desenvolvidas pela Asso-ciação através do Projeto "Preservação, Conservação e Aces-so", realizado pela ARQPEP e com patrocínio do Programa Petrobras Cultural.

Na ocasião, os coordenadores visitaram as dependências do Ar-quivo Público do Pará (APEP) e puderam conferir toda a atividade que foi desenvolvida na instituição, como a documentação que passou pelo tratamento técnico e os equipa-mentos que foram adquiridos pela Associação dentro do projeto para equipar o APEP. Na sede da AR-QPEP, eles conheceram o espaço e viram todos os documentos relacio-nados ao projeto. O relatório da vi-

sita dos coor-denadores, pu-blicado no site do Ministério da Cultura, afirmou que a “Associação possui capaci-dade técnica de gerenciamento de projetos culturais”.

Além do projeto “Conservação, Preservação e Acesso”, a ARQPEP também realizou durante o ano de 2011 o projeto “Preservação e Acesso: digitalização da documen-tação da colônia”, realizado com patrocínio do Edital Caixa Cultural. Por este projeto, a ARQPEP rece-beu documento atestando a sua rea-lização e finalização, com a apre-sentação de todas as contrapartidas negociadas e da prestação de contas dos recursos liberados, não restando quaisquer pendências.

Para a Diretora Executiva da ARQPEP Ethel Valentina Soares, a ARQPEP se consolida como uma instituição preocupada com a pre-servação da memória, prestando consultoria para várias instituições da Amazônia legal. “É muito grati-ficante ver que os projetos da AR-QPEP são reconhecidos por institui-ções nacionais realmente sérias e por profissionais renomados”, con-clui.

Projetos da ARQPEP têm avaliação positiva

Representantes do MINC em visita a ARQPEP

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Cláudio Puty é economista, deputado

federal e Associado da ARQPEP

ARQPEP NOTÍCIAS 5

Mais um passo para uma distribuição igualitária de

recursos para a Cultura - Por Cláudio Puty

O Programa Nacional de Fo-mento e Incentivo à Cultura – Pro-cultura foi aprovado por unanimi-dade na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara. Agora a proposta, que deverá substituir a Lei Rouanet, será apreciada de forma conclusiva pela Comissão de Constituição e Justiça e, caso aprovada, seguirá para o Senado.

A mudança no financiamento de atividades culturais é impres-cindível, porque a Lei Rouanet é injusta e até danosa para a federa-ção. Ela obriga o Estado abrir mão de parte de sua receita que, a prin-cípio seriam aplicados em todo o país, de forma equânime, para fi-nanciar projetos culturais da Re-gião Sudeste. Em outras palavras, isso significa a transferência de recursos de regiões mais pobres para uma única região que já é abastada.

O Procultura (PL 1.139/2007) tornará mais igualitária a distribui-ção de verba para a cultura entre estados e municípios, como tam-bém aos produtores independentes ou de pequeno porte.

O relatório do deputado federal Pedro Eugênio (PT-PA) propõe que até 100% do incentivo a qual-quer projeto cultural venha de re-núncia fiscal. Atualmente, a Lei de Incentivo à Cultura restringe o be-nefício a apenas algumas manifes-tações artísticas, como teatro e música. Durante as discussões, foi apresentada emenda PL que acres-centa os produtores culturais de pequeno porte como beneficiários.

A concentração geográfica dos recursos oriundos de renúncia fis-cal, para as atividades culturais, é um dos tópicos que o Procultura busca alterar. De acordo com o

Ministério da Cultura (MinC), R$ 1,27 bilhão foi captado por meio da Lei Rouanet em 2012. A Regi-ão Sudeste concentrou 81% desses recursos. Em seguida estão as Re-giões Sul (11,2%), Nordeste (4,4%), Centro Oeste (2,1%) e Norte (0,7%). A concentração também é notado pelo perfil da manifestação cultural.

Pela proposta, ao menos 30% dos recursos do Fundo Nacional de Cultura seriam destinados às unidades da Federação, o que cor-responderia a cerca de R$ 180 mi-lhões. Estamos propondo aumen-tar os recursos para a cultura, tor-nando o acesso ao financiamento alcançável por todas as manifesta-ções culturais.

Assim, o objetivo seria corrigir as distorções da distribuição de recursos regulada pela Lei Roua-net. Hoje, o Estado abre mão de parte de sua receita para que pes-soas físicas ou jurídicas financiem projetos culturais, obtendo com isso, desconto de parte do imposto de renda que deveriam recolher. No caso, as pessoas físicas obtêm o desconto de até 6% do valor de-vido e as pessoas jurídicas, o des-conto de até 4%.

O resultado obtido com a Lei Rouanet não condiz com o que se espera de uma política voltada pa-ra o fortalecimento da federação brasileira: os recursos distribuídos advindos dessa lei ficaram em sua grande parte restritos a projetos oriundos do eixo Rio-São Paulo, região que já detém a maior con-centração da renda nacional.

Isso acontece porque o patrocí-nio de empresas, sediadas na regi-ão sudeste, a projetos culturais tem sido a forma mais utilizada de financiamento. Além do incentivo

fiscal, elas passam a ter o direito de divulgar a sua marca associan-do-a ao projeto em que investiu.

É justo que a Região Sudeste receba a maior parte dos recursos, pois é nela onde reside o maior número de habitantes. Porém, ou-tras regiões também devem ser beneficiadas pela “Lei Rouanet”, de acordo com a proporcionalida-de de sua população, pois cultura é lazer, educação, qualidade de vida e construção de identidade e, por-tanto, todos devem ter acesso a ela.

ARQPEP Notícias

Texto e diagramação: Antônio Pacheco Neto

Ascom - Arqpep

Supervisão: Leonardo Torii

Ethel Soares

Informativo distribuído eletronicamente para os Associados da Arqpep