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News Edição n° 4 Setembro/2012 Informativo mensal do projeto de extensão Café com Politicas Públicas 4° encontro teve como tema as ‘políticas públicas de desenvolvimento sustentávelO quarto encontro do Café com PP de 2012 foi uma aula pública realizada dentro das atividades da greve da UFABC em 1° de agosto, no câmpus Alfa em São Bernardo do Campo (SP). Para discutir as Políticas Públicas de Desenvolvimento Sustentável recebemos o especialista Prof. Dr. Olympio Barbanti. O Prof. Dr. Ramon Garcia Fernandez, coordenador do projeto Café com PP, foi o mediador. Confira abaixo alguns trecho do debate: Público do debate Prof. Dr. Olympio e Prof. Dr. Ramon O Prof. Dr. Olympio Barbanti Junior possui graduação em Comunicação Social pela Fundação Cásper Líbero (1983), mestrado em O conceito de sustentabilidade, em alguns casos, pode ser tomado como um “sonho irrealizável”? O conceito de “sustentabilidade” é um direcionamento, um conceito- referência que serve para nos dar parâmetros de ação, mas não pode ser compreendido como absoluto. Por exemplo, o conceito de “bondade” também nos dá uma referência de ação, mas é difícil caracterizar um indivíduo, ou ou a entidade, como sendo 100% boa. Da mesma forma, dificilmente pode-se dizer que uma ação é de total sustentabilidade, posto que o conceito envolve dimensões biológicas, econômicas, sociais, políticas, e culturais que, além de serem de difícil mensuração, possuem uma carga valorativa muito grande, o que leva o conceito a ser apropriado por interesses. Mas não podemos chamar isso de utopia. Tivemos ganhos, em todas as dimensões de sustentabilidade, e esses ganhos não são frutos da bondade do capital, da bondade das pessoas, e sim frutos de estratégias regulação pelo poder público, que atua em defesa de direitos difusos e coletivos. O mercado não pode fazer isso sozinho. Não é da sua natureza socializar ganhos, pois, para as empresas privadas o ganho é, obviamente, privado. Ainda assim, mecanismos de mercado podem, sim, cooperar com a promoção da sustentabilidade, em todos os seus níveis. Então estamos falando de interesses econômicos, “economia nua e crua”, onde atores têm seus interesses, algumas vezes os interesses são claros e outras vezes os interesses são velados. A concorrência de outros países representa um problema interno? A maneira como o Brasil se insere na economia internacional é uma questão muito séria e preocupante diante do cenário internacional, especialmente em relação à China, e alguns outros países, que fazem com que alguns setores da economia brasileira estejam passando por um processo de desindustrialização. Não existe sustentabilidade se não existe desenvolvimento, a partir do momento em que você passa a sofrer pressões desse tipo de concorrência, você começa a desindustrializar e sofrer pressões internas para reduzir os seus custos de produção, e umamaneira de reduzir os custos de produção é não incorporar custos de proteção ambiental ou reduzir os seus custos sociais, que estão internalizados nos preços dos produtos. Então nós estamos passando por um momento muito difícil, pois o governo tem que atender as duas demandas: a inserção econômica e atendimento a necessidades dos trabalhadores, e, ao mesmo tempo, promover a sustentabilidade. a França, por exemplo, resolveu no inicio do século 20. Se você vai pro Maranhão, você está em um lugar muito diferente do que é São Paulo e em centros urbanos muito ruins, a qualidade ambiental e a qualidade de vida, as dimensões sociais nos centros urbanos brasileiros são um problema. E o controle dos recursos naturais? O controle de recursos naturais hoje é absolutamente estratégico, pois os recursos estão ficando escassos, e mais caros. Isso é conseqüência de um grande aumento no consumo em diversos países, como nos BRICs(Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), onde houve um enorme crescimento da classe média. E em relação às cidades? O Brasil é basicamente um país urbano, não há um único estado no Brasil onde a maior parte da população não seja urbana. Um dos estados mais urbanizados do Brasil é o Amapá, onde praticamente 90% da população mora em duas cidades: Macapá e Santana; o último estado que tinha a maior população rural foi o Maranhão e já esta urbanizado e crescendo seus centros urbanos fortemente graças à investimentos do governo. As cidades brasileiras cresceram de forma desordenada, sem nenhum tipo de planejamento, e é engraçado que no processo de consulta da RIO+20, conversando com a iniciativa privada, uma das demandas do setor empresarial brasileiro foi a “melhoria dos centros urbanos”. Se o empresário está falando que a cidade precisa ser melhor é por que os custos de produção dele, os custos da chamada “economia urbana” estão elevados, há o risco de roubos, o trânsito está impossível, dificultando o escoamento da produção. Nós temos enormes problemas urbanos, em Alagoas 70% das casas não tem abastecimento de água e é uma coisa que Development Planning And Management - University Of Wales College Of Swansea (1994) e doutorado em Social Policy And Administration - London School Of Economics And Political Science (1998). Sua linha de pesquisa inclui temas como “O Processo de Institucionalização das Relações Internacionais”, “Instituições Internacionais, Formas de Contestação e Accounting Procedures”, “Conflito social e desenvolvimento socioeconômico” entre outros. “Mecanismos de mercado podem, sim, cooperar com a promoção da sustentabilidade, em todos os seus níveis”

Informativo Café com PP- Setembro

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Page 1: Informativo Café com PP- Setembro

News

Edição n° 4Setembro/2012

Informativo mensal do projeto de extensão Café com Politicas Públicas

4° encontro teve como tema as ‘políticas públicas de desenvolvimento sustentável’ O quarto encontro do Café com PP de 2012 foi uma aula pública realizada dentro das atividades da greve da UFABC em 1° de agosto, no câmpus Alfa em São Bernardo do Campo (SP). Para discutir as Políticas Públicas de Desenvolvimento Sustentável recebemos o especialista Prof. Dr. Olympio Barbanti. O Prof. Dr. Ramon Garcia Fernandez, coordenador do projeto Café com PP, foi o mediador. Confira abaixo alguns trecho do debate:

Público do debate

Prof. Dr. Olympio e Prof. Dr. Ramon

O Prof. Dr. Olympio Barbanti Junior possui g r a d u a ç ã o e m Comunicação Social pela Fundação Cásper Líbero (1983), mestrado em

O conceito de sustentabilidade, em alguns casos, pode ser tomado como um “sonho irrealizável”?

O conceito de “sustentabilidade” é um direcionamento, um conceito-referência que serve para nos dar parâmetros de ação, mas não pode ser compreendido como absoluto. Por exemplo, o conceito de “bondade” também nos dá uma referência de ação, mas é difícil caracterizar um indivíduo, ou ou a entidade, como sendo 100% boa. Da mesma forma, dificilmente pode-se dizer que uma ação é de total sustentabilidade, posto que o conceito envolve dimensões biológicas, econômicas, sociais, políticas, e culturais que, além de serem de difícil mensuração, possuem uma carga valorativa muito grande, o que leva o conceito a ser apropriado por interesses. Mas não podemos chamar isso de utopia. Tivemos ganhos, em todas as dimensões de sustentabilidade, e esses ganhos não são frutos da bondade do capital, da bondade das pessoas, e sim frutos de estratégias regulação pelo poder público, que atua em defesa de direitos difusos e coletivos. O mercado não pode fazer isso sozinho. Não é da sua natureza socializar ganhos, pois, para as empresas privadas o ganho é, obviamente, privado. Ainda assim, mecanismos de mercado podem, sim, cooperar com a promoção da sustentabilidade, em todos os seus níveis. Então estamos falando de interesses econômicos, “economia nua e crua”, onde atores têm seus interesses, algumas vezes os interesses são claros e outras vezes os interesses são velados.

A concorrência de outros países representa um problema interno?

A maneira como o Brasil se insere na economia internacional é uma questão muito séria e preocupante diante do cenário internacional, especialmente em relação à China, e alguns outros países, que fazem com que alguns setores da economia brasileira estejam passando por um processo de desindustrialização. Não existe sustentabilidade se não

existe desenvolvimento, a partir do momento em que você passa a sofrer pressões desse tipo de concorrência, você começa a desindustrializar e sofrer pressões internas para reduzir os seus custos de produção, e umamaneira de reduzir os custos de produção é não incorporar custos de proteção ambiental ou reduzir os seus custos sociais, que estão internalizados nos preços dos produtos. Então nós estamos passando por um momento muito difícil, pois o governo tem que atender as duas demandas: a inserção econômica e atendimento a necessidades dos trabalhadores, e, ao mesmo tempo, promover a sustentabilidade.

a França, por exemplo, resolveu no inicio do século 20. Se você vai pro Maranhão, você está em um lugar muito diferente do que é São Paulo e em centros urbanos muito ruins, a qualidade ambiental e a qualidade de vida, as dimensões sociais nos centros urbanos brasileiros são um problema.

E o controle dos recursos naturais?

O controle de recursos naturais hoje é absolutamente estratégico, pois os recursos estão ficando escassos, e mais caros. Isso é conseqüência de um grande aumento no consumo em diversos países, como nos BRICs(Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), onde houve um enorme crescimento da classe média.

E em relação às cidades? O Brasil é basicamente um país urbano, não há um único estado no Brasil onde a maior parte da população não seja urbana. Um dos estados mais urbanizados do Brasil é o Amapá, onde praticamente 90% da população mora em duas cidades: Macapá e Santana; o último estado que tinha a maior população rural foi o Maranhão e já esta urbanizado e crescendo seus centros urbanos fortemente graças à investimentos do governo. As cidades brasileiras cresceram de forma desordenada, sem nenhum tipo de planejamento, e é engraçado que no processo de consulta da RIO+20, conversando com a iniciativa privada, uma das demandas do setor empresarial brasileiro foi a “melhoria dos centros urbanos”. Se o empresário está falando que a cidade precisa ser melhor é por que os custos de produção dele, os custos da chamada “economia urbana” estão elevados, há o risco de roubos, o trânsito está impossível, dificultando o escoamento da produção. Nós temos enormes problemas urbanos, em Alagoas 70% das casas não tem abastecimento de água e é uma coisa que

Development Planning And Management - University Of Wales College Of Swansea (1994) e doutorado em Social Policy And Administration - London School Of Economics And Political Science (1998).Sua linha de pesquisa inclui temas como “O Processo de Institucionalização das Relações Internacionais”, “Instituições Internacionais, Formas de Contestação e Accounting Procedures”, “Conflito social e desenvolvimento socioeconômico” entre outros.

“ M e c a n i s m o s d e mercado podem, sim, c o o p e r a r c o m a p r o m o ç ã o d a sustentabilidade, em todos os seus níveis”

Page 2: Informativo Café com PP- Setembro

Apresentação artística“Não vivemos de música, mas ela vive em nós.”

Bárbara Cristiane – discente BCH

Na Universidade há um espaço propício para encontrar amigos, compartilhar interesses

em comum, estudar, passar o tempo livre... Foi o que aconteceu com os discentes

Bárbara, Bernardo, Gabriel, Monã Hegel: eles são um grupo de amigos que gosta de se

reunir para tocar suas músicas favoritas. .

No último encontro do ‘Café com PP’ deram sua presença como ‘apresentação

artística’,cantando e tocando MPB. .

Confira abaixo um bate papo com Bárbara Cristiane, que almeja cursar Relações

internacionais e Filosofia de pós bacharelado interdisciplinar.

Informes: Confira o vídeo do debate na íntegra no nosso canal no youtube:CafecomPP

Dúvidas, sugestões, reclamações? [email protected]

Curta nossa página no faceboook: http://www.facebook.com/CafeComPp

Saiba mais em: http://bpp.ufabc.edu.br/

http://cafecompp.blogspot.com.br/

ExpedienteResponsável pela edição: Ana Carolina E. Barbosa e Mariane ZavatieriCoordenadora do informativo: Ana Maria Dietrich (docente UFABC)Coordenador do projeto: Ramon Garcia Fernandez (docente UFABC)Equipe do projeto: Artur Zimerman e Ana Maria Dietrich (docentes UFABC); Flavia Lima e Lucas Furtado (técnicos administrativos) Equipe de estagiários: Ana Carolina E. Barbosa; Mariane Zavatieri (discentes do BCH) e Ulisses Martins (discente do BCT)

Café com PP News São Bernardo do Campo, setembro de 2012

O encontro do mês de outubro terá como tema as políticas públicas de segurança pública será realizado dia 9, as 15 horas no campus Alfa da UFABC São Bernardo do Campo (localizado na rua Arcturus, s/n, jardim Antares, São Bernardo do Campo), contará com a presença dos especialistas Fernando Afonso Salla (NEV/USP). Marcos César Alvarez (NEV/USP) e Camila Nunes Dias (BPP/ UFABC)

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Bernardo Carvalho, Bárbara Cristiane, Gabriel Gomes e Monã Hegel

Público da apresentação artistica

Quais são os estilos musicais preferidos de vocês? . Creio que nessa 'banda', temos gostos musicais em comum, mas também somos dispares em outros. A nossa linha comum, tem estilos como chorinho, bossa nova, MPB, rock clássico... esse estilos que chamamos de 'música boa', e foi nesses que nos 'inspiramos' para fazer o setlist da nossa apresentação.

Quem são os ídolos de vocês?

É difícil saber exatamente o de cada um, mas posso falar pelo que conversei e converso com eles, o Monã gosta de chorinho, MPB, Novos Baianos, gosta também de rock clássico estrangeiro; o Gabriel vai na mesma linha que ele, mas também curte um maracatu, musicas culturais de outros países; eu e o Bernardo ouvimos de tudo mesmo mesmo, gostamos do The Strokes, Ramones, AC/DC essas coisas, porém curtimos Mallu Magalhães, Los Hermanos, Vanguart e tudo mais, além de samba de raiz. .

Como aconteceu a participação para o Café com PP?O Bernardo, o Monã e o Gabriel já se conheciam, pois fizeram uma apresentação para o sarau, e eu já conhecia o Bernardo porque fizemos algumas aulas juntos e sabia que ele tocava guitarra e cantava, então surgiu a ideia de fazermos uma banda eu, ele e alguns amigos; a Mariane (bolsista do Café com PP) veio com a proposta dessa apresentação para mim, aí eu disse que aceitava apresentar com minha banda e logo pensei que o Gabriel e o Monã podiam fazer uma participação, pedi pro Bernardo ajeitar isso, mas enfim, a banda não deu certo e só ficou eu, o Bernardo, o Gabriel e o Monã ensaiando, nos encontrávamos em dias de semana na maioria das tardes, e fomos escolhendo o repertório da apresentação, eles já tinham em mente o que tocar e eu e o Bernardo colocamos duas músicas que também achávamos coerente com a apresentação.

Qual a importância da música na vida de vocês? . Ela é fundamental, disso não temos duvida, mas creio que em cada um de nós ela 'toca' e chegou diferentemente. O Gabriel e o Monã, tem uma formação mais 'profissional', uma formação de conservatório e escola de música, já eu e o Bernardo uma mais 'autodidata' e menos 'profissional', mais aulas pelo youtube... .Mas isso é algo bom, porque um aprende com outro, e cada um tem sua maneira e seu estilo de tocar, de ouvir a musica e até de criar. A musica para nós é outro mundo, é prazer puro tanto no que concerne a escutar quanto a tocar, não vivemos de m u s i c a , m a s e l a v i v e e m n ó s . .Vamos continuar ensaiando, pois além da musica, o que nos une hoje em dia, é nossa amizade que fora feita de modo despretensioso e inconsciente, mas que agora já é uma realidade muito formidável.

- No dia 23 de setembro, haverá o movimento cultural "Que a primavera salve a barroca", na rua Domingos Graciutte Neto,bairro Santa Maria, São Caetano do Sul, das 08 às 19h com atividades relacionadas a música e arte.

- No dia 27 de setembro, será realizado pelo DCE debate entre candidatos à Prefeitura de São Bernardo do Campo, no bloco Sigma, às 19 h.

- No dia 08 de outubro no câmpus Alfa da UFABC São Bernardo do Campo teremos o Debate: Ações Afirmativas e Educação para pessoas com deficiência

"" as 15 h.

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