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Inocência Visconde de Taunay Alunos: Alisson Santos Laíse Laia Marina Ciralli Nicoly Lopes Rafael Ferreira Literatura 2ºC

Inocência-Visconde de Taunay

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Page 1: Inocência-Visconde de Taunay

InocênciaVisconde de Taunay

Alunos: Alisson Santos Laíse Laia

Marina Ciralli Nicoly Lopes

Rafael FerreiraLiteratura

2ºC

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InocênciaBIOGRAFIA DO AUTOR

Nome: Alfredo d’Escragnolle TaunayNascimento: 22 de fevereiro de 1843.Filiação: Félix Taunay e Gabriela d’Escragnolle.Carreira: Aos 15 anos se formou em Bacharel em literatura e foi estudar matemática e física na escola militar; Fez carreira militar e ingressou no curso de engenheiro militar mais teve de interromper devido a guerra no Paraguai entre outros fatores. Taunay se tornou presidente da província de Santa Catarina em 1878 e em 1880 foi presidente da província do Paraná.Escola Literária: Romantismo/NaturalismoMorte: 25 de Janeiro de 1899 (55 anos), vitima de diabetes.

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Inocência

Acontecimentos que resultariam na proclamação da republica em 1889;

Fim da guerra do Paraguai;

Parte da sociedade Antiescravista e grande entrada de imigrantes;

Criação do partido Republicano;

PERÍODO HISTÓRICO

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InocênciaTempoA narrativa se desenrola em meados do século 19.

Espaço

TEMPO E ESPAÇO

O espaço em Inocência é muito claro: sertão do então Mato Grosso (hoje Mato Grosso do Sul). Segundo o narrador, na região onde "confinam os territórios de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso", na "parte sul-oriental da vastíssima província de Mato Grosso".(página 1) Taunay conhecia profundamente esse ambiente e procurou descrever o espaço do romance através de seu contexto nos costumes sertanejos. Buscando interpretar o sertão de Mato Grosso para captar e traduzir todos os elementos locais, Taunay descreve o ambiente em que o enredo irá se prolongar de uma forma detalhista.

O legítimo sertanejo, explorador dos desertos, não tem, em geral, família. Enquanto moço, seu fim único é devassar terras, pisar campos onde ninguém antes pusera pé, vadear rios desconhecidos, despontar cabeceiras e furar matas, que descobridor algum até então haja varado. Cresce-lhe o orgulho na razão da extensão e importância das viagens empreendidas; e seu maior gosto cifra-se em enumerar as correntes caudais que transpôs, os ribeirões que batizou, as serras que transmontou e os pantanais que afoitamente cortou, quando não levou dias e dias a rodeá-los com rara paciência.

(página 7)

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Inocência

Cirino

Manecão

Pereira

Meyer

InocênciaPERSONAGENS

Inocência: Tem cabelos longos e pretos, nariz fino, olhos matadores, beleza deslumbrante e incomparável, faces mimosas, cílios sedosos, boca pequena e queixo admiravelmente torneado. De beleza rara, Inocência é simples, bonita, arisca, humilde, meiga, carinhosa, indefesa e eternamente apaixonada.

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Cirino: Cirino, autointitulado médico mas é prático em farmácia. Possuía um famoso Dicionário de Medicina Popular para orientá-lo no tratamento das doenças populares do sertão. Apesar de sua instrução, que o liga ao mundo urbano, suas origens e sua profissão mantêm-no ao mundo rural. Ele conhece e respeita os valores desse universo, embora discorde da postura de Pereira com relação à mulher.

InocênciaPERSONAGENS

“Era homem que trajava ainda à moda antiga, usando de sapatos de fivela, calções de braguilha, e cabeleira empoada com o competente rabicho.A sua reputação de pessoa abastada era, em toda a cidade de Ouro Preto, tão bem firmada quanto a de refinado sovina, chegando a voz público a afirmar que o seu dinheiro, e não pouco, estava todo enterrado em numerosos buracos no chão da alcova de dormir.” (página 18)

“Tinha quando muito vinte e cinco anos, presença agradável, olhos negros e bem rasgados, barba e cabelos cortados quase à escovinha e ar tão inteligente quanto decidido.” (página 9)

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InocênciaPERSONAGENS

Pereira: é o centro da família de tipo patriarcal rural, possuidora de certa posse, possui os valores de um homem rústico em suas relações com a família e os moradores da redondeza. O narrador chama-lhe “legítimo sertanejo, explorador dos desertos”. Pai de Inocência, zeloso do compromisso de honra assumido com Manecão, a quem prometera entregar a filha em casamento.

“... João Pereira, guarda avançada daquelas solidões, homem chão e hospitaleiro, que acolhe com carinho o viajante...” (página 1)

“Devia ser homem bastante alto e esguio e, como o observamos, apesar da hora adiantada da noite, com olhos de romancista, diremos desde já que tinha rosto redondo, juvenil, olhos gázeos, esbugalhados, nariz pequeno e arrebitado, barbas compridas, escorrido bigode e cabelos muito louros. O seu traje era o comum em viagem: grandes botas, paletó de alpaca em extremo folgado, e chapéu-do- chile desabado.

(página 38)

Meyer:  cientista alemão, pesquisador de borboletas. Também se interessa por Inocência.

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InocênciaPERSONAGENS

Manecão:  noivo de Inocência. Homem rude, mas decente, trabalhador, sério e acumulou fortuna, era dotado tambémde certa macheza. Alto, forte, pançudo e usava bigode. Enfim, vaqueiro bruto do sertão. Pessoafria que matava, se fosse preciso, em defesa de sua honra.

Tico:  Anão que vivia na fazenda, mudo, mas que foi capaz de entregar lnocência ao pai. Ele a vigiava e detinha profundo respeito e admiração pela mesma. Figura que lembra o Quasímodo de Victor Hugo

Maria Conga: criada

Antônio Cesário: Padrinho de Inocência. Homem respeitado, de palavra, honesto e justo. Fazendeiro do sertão.

Chiquinho: irmão mais velho de Pereira.

“... é um homem às direitas, desempenado e trabucador como ele só... fura estes sertões todos e vem tangendo pontes de gado que metem pasmo. Também dizem que tem bichado muito e ajuntado cobre grosso, o que é possível, porque não é gastador nem dado a mulheres...” (página 29)

José (Juque): ajudante de Meyer.

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InocênciaO jovem farmacêutico Cirino, em viagem de trabalho pelo sertão, hospeda-se na casa de um homem que conhecera no caminho, o Sr. Pereira. Ali, conhece Inocência, filha do dono da casa. Apaixona-se por ela, mas tem que lidar com alguns obstáculos. A moça estava prometida em casamento a Manecão e Pereira se mostra bastante zeloso da palavra empenhada, exercendo forte vigilância sobre o farmacêutico. Chega ao lugar o cientista alemão Meyer, estudioso de borboletas, trazendo boas indicações do irmão de Pereira. A admiração do estrangeiro pela beleza de Inocência transforma a receptividade inicial do dono da casa em antipatia mal disfarçada. Em respeito ao irmão, Pereira trata o estrangeiro com educação. Cirino, de sua parte, nutre certo ciúme, desconfiado das intenções do cientista. Meyer nada percebe, mantendo-se concentrado em suas pesquisas e parte assim que termina o trabalho.  Cirino e Inocência declaram-se um ao outro.

RESUMO DA OBRA

Prevendo a resistência do pai, a moça sugere que o amado visite seu padrinho, Antônio Cesário, que mora em uma cidade próxima. A jovem acredita que o padrinho pode ajudar a convencer o pai a romper o compromisso com Manecão. Cirino parte, alegando que a viagem é para comprar medicamentos. O moço conquista a simpatia de Cesário, que se compromete a ajudar o casal de apaixonados.Na ausência de Cirino, Manecão aparece e reafirma os propósitos de matrimônio. Inocência recusa-se a cumprir o compromisso assumido pelo pai e provoca a fúria deste e do noivo. Pereira desconfia de imediato de alguma influência de Meyer na decisão da moça, mas Tico denuncia os amores de Inocência e Cirino.Cego de ódio, Manecão parte em busca do farmacêutico. Encontra-o no meio do caminho e, depois de rápido e ríspido diálogo, mata-o. Antônio Cesário chega ao local do crime ainda a tempo de encontrar Cirino com vida, ouvindo de seus lábios a última palavra: Inocência. A menina morre e, dois anos depois, Meyer celebra, na Europa, o sucesso de sua descoberta: uma nova espécie de borboleta que ele batiza com o nome da moça.

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Sofrimento

Simplicidade

Amor impossível

Honra

Beleza

Escravidão

InocênciaTEMÁTICA DA OBRA

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Dualismo é um conceito religioso e filosófico que admite a coexistência de dois princípios necessários, de duas posições ou de duas realidades contrárias entre si, e que estejam um e outro em eterno conflito.

InocênciaDUALISMO

O dualismo na obra está presente no enredo e na linguagem. Há uma nítida oposição entre o mundo rural, representado por Pereira, e o mundo urbano, na figura de Meyer.

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No Brasil, o romantismo somava quase 40 anos, quando visconde de Taunay lançou seu livro Inocência. Em um momento já desgastado do gênero, o livro de Taunay logo foi elogiado pela critica como um dos melhores romances regionalistas já escritos no Brasil.

No final do romantismo brasileiro, a partir de 1960, as transformações econômicas, politicas e sociais levaram a uma literatura mais próxima da realidade. Com a decadência do regime monárquico e o ideal de republica, desenha-se uma transição para um novo gênero, o Realismo(Naturalismo).

InocênciaPERÍODO LITERÁRIO

NA OBRA....No período da obra, o romantismo brasileiro entrava em declínio e o Realismo se aproximava, portanto, esta obra é de transição para o Naturalismo por causa de uma grande e infalível característica o homem é produto do meio ou seja, as pessoas agem de acordo com o tipo de vida que levam.

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O Romantismo brasileiro surgiu em 1836 com a publicação de "Suspiros Poéticos e Saudades" de Gonçalves de Magalhães. Mas se originou mesmo na Alemanha e Inglaterra no final do séc. XVIII e se desenvolveu no Brasil durante o séc. XIX.

A característica principal da Poesia Romântica é a expressão plena dos sentimentos pessoais, com os autores voltados para o seu mundo interior e fazendo da literatura um meio de desabafo e confissão. A vida passa a ser encarada de um ângulo pessoal, em que se sobressai um intenso desejo de liberdade.

O estilo romântico revela-se inicialmente idealista e sonhador, depois, crítico e retórico mas sempre sentimental e nacionalista.

InocênciaROMANTISMO

Exaltação dos sentimentos pessoais;Expressa os estados da alma;Exaltação da liberdade, igualdade e reformas sociais;Valorização da natureza;Sentimento nacionalista

Características Gerais:

NA OBRA...Taunay reforça uma das principais

características do Romantismo europeu: a concepção de um único e idealizado amor, cuja impossibilidade de realização leva os protagonistas à morte. (Inocência, era fiel ao seu princípio amoroso, foi capaz de morrer de tristeza em face da ausência definitiva do amado).

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Romance Regionalista: Aborda questões sociais a respeito de determinadas regiões do Brasil, destacando características de cada região, linguajar típico da região muitas vezes é utilizado no Romance e as personagens são pessoas que vivem longe das cidades.

InocênciaCATEGORIA

“Corta extensa e quase despovoada zona da parte sul-oriental da vastíssima Província de Mato Grosso a estrada que da Vila de Sant'Ana do Paranaíba vai ter ao sítio abandonado de Camapuã. Desde aquela povoação, assente próximo ao vértice do ângulo em que confinam os territórios de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso até ao Rio Sucuriú, afluente do majestoso Paraná, isto é, no desenvolvimento de muitas dezenas de léguas, anda-se comodamente, de habitação em habitação, mais ou menos chegadas umas às outras, rareiam, porém, depois as casas, mais e mais, caminham-se largas horas, dias inteiros sem se ver morada nem gente até ao retiro de João Pereira...” (pagina 1)

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O Romance Regional Brasileiro foi, sem dúvida, uma das mais difíceis das criações românticas. Das mais difíceis, porque não encontrando paralelo no Romantismo europeu, que se interessou mais pelos romances sentimental, urbano e histórico, nosso romance regional teve de sozinho, definir seus rumos e resolver seus problemas de adequação entre o real e o fictício, isto é, definir seu conceito de verossimilhança. Empenhado no projeto nacionalista de redescobrir o país nas suas variedades regionais e culturais, o romance regional mantém um vínculo direto com o real. Os Romances regionais eram publicados primeiramente em folhetins nos jornais e se fizessem sucesso eram organizados em um livro., por fazerem a descrição da vida rural marcada por influências urbanas.

InocênciaCATEGORIA

Taunay elabora diálogos com a coloquialidade graciosa e natural do novo sertanejo "Nocência", "Por que se tocou assim no quarto", "é bom não se canhar assim", "sestiando", "Nhor-sim", "quer mecê", mas também utiliza a linguagem culta.

Também faz um retrato acurado de usos e hábitos do sertão mato-grossense, que são identificados desde elementos do vocabulário até a indicação dos hábitos que o texto apresenta, na paisagem, nos tipos humanos e na linguagem.

NA OBRA...

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InocênciaFOCO NARRATIVO

O ponto de vista externo define o narrador de Inocência como um narrador onisciente, que é tendência dominante na narrativa romanesca do século XIX. É o modelo clássico, que confere plenos poderes a uma só focalização: tudo é apresentado a partir de um único ponto, com onisciência e onipresença. Esse é, sem dúvida, um modelo narrativo que atende às necessidades do romance regionalista, que focaliza a vida, os costumes, os valores sociais a partir de um único ponto de vista.

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InocênciaNATURALISMO E IDEALIZAÇÃO

A estrada que atravessa essas regiões incultas desenrola-se à maneira de alvejante faixa, aberta que é na areia, elemento dominante na composição de todo aquele solo, fertilizado aliás por um sem-número de límpidos e borbulhantes regatos, ribeirões e rios, cujos contingentes são outros tantos tributários do claro e fundo Paraná ou, na contravertente, do correntoso Paraguai.

(Página 2)

Ora e a perspectiva dos cerrados, não desses cerrados de arbustos raquíticos, enfezados e retorcidos de São Paulo e Minas Gerais, mas de garbosas e elevadas árvores que, se bem não tomem, todas, o corpo de que são capazes à beira das águas correntes ou regadas pela linfa dos córregos, contudo ensombram com folhuda rama o terreno que lhes fica em derredor e mostram na casca lisa a força da seiva que as alimenta; ora são campos a perder de vista, cobertos de macega alta e alourada, ou de viridente e mimosa grama, toda salpicada de silvestres flores; ora sucessões de luxuriantes capões, tão regulares e simétricos em sua disposição que surpreendem e embelezam os olhos; ora, enfim, charnecas meio apauladas, meio secas, onde nasce o altivo buriti e o gravata entrança o seu tapume espinhoso.

(Página 2)

Como são belas aquelas palmeiras!O estípite liso, pardacento, sem manchas mais que pontuadas estrias, sustenta denso feixe de pecíolos longos e canulados, em que assentam flabelos abertos como um leque, cujas pontas se acurvam flexíveis e tremulantes. Na base em torno da coma, pendem, amparados por largas espatas, densos cachos de cocos tão duros, que a casca luzidia, revestida de escamas romboidais e de um amarelo alaranjado, desafia por algum tempo o férreo bico das araras.

(Página 5)

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InocênciaIDEALIZAÇÃO DA IMAGEM FEMININA

“Do seu rosto irradiava singela expressão de encantadora ingenuidade, realçada pela meiguice do olhar sereno que, a custo, parecia coar por entre os cílios sedosos a franjar-lhe as pálpebras, e compridos a ponto de projetarem sombras nas mimosas faces. Era o nariz fino, um bocadinho arqueado; a boca pequena, e o queixo admiravelmente torneado.”

(página 33)

“Jamais vira coisa tão perfeita como o seu rosto pálido. Os olhos franjados de sedosos cílios multo espessos e o seu ar meigo e doentio.”

(página 31)

 Taunay conta com franqueza seu relacionamento com uma jovem que conheceu no Mato Grosso, a partir dai percebemos a origem mais íntima da personagem-título de lnocência, protótipo da mulher sertaneja imaginada pelo autor.     

 

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Obrigado