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Apresentação usada no I Congresso de Leitura Digital.
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A Leitura na era Digital
Isabel Alçada
A Leitura na era digital
Linguagem oral - Aquisição universal sem ensino formal
• os seres humanos dispõem de potencialidades genéticas e predisposições cerebrais para dominar a linguagem oral, a partir do contacto com falantes (compreender e falar).
Linguagem escrita - Aquisição universal mediante ensino formal
• os seres humanos mediante um longo processo de aprendizagem adquirem mecanismos cerebrais, que lhes permitem ler, escrever e fazer cálculos.
Linguagem digital – o acesso e aquisição são complexificados
colocando novos desafios: – novos tipos de conteúdos
– novas linguagens (audio-scripto-visuais)
– novas possibilidades de interação social
– novas competências no uso dos conteúdos digitais
A Leitura na era digital
Evolução da linguagem escrita – milénios
4º milénio a.C. – Mesopotâmia
Entrada da humanidade no universo da escrita
3º milénio a.C. –Egito
2º milénio a.C. – China 1º milénio a.C. – Fenícia (Byblos) escrita fonética – alfabética
A Leitura na era digital
Intrumentos de acesso à informação – a edição
1450 - Imprensa de caracteres móveis Gutenberg Generalização na Europa a partir do sec XVI a par de substituição do latim pelas línguas de cada país
Aumento do número e variedade de obras publicadas
1810 – Rotativa a vapor Friedrich Koenig Em 1814 o jornal Times -1 100 impressões por hora
Sécs XIX e XX – Difusão do livro e da imprensa escrita Expansão das bibliotecas públicas e das bibliotecas escolares
A Leitura na era digital
Nos século XX e XXI Novas formas de acesso à leitura e à informação
1936- Invenção e desenvolvimento do computador 1969 - Criação da Internet e progressiva universalização 1981-Difusão do computador pessoal 1992 - Criação da WEB 2008 - Difusão de andróide (Google) 2010 – Difusão de IOS* (Apple)
A Leitura na era digital
Acesso à leitura e à informação
Até meados do século XX O acesso universal à informação pela leitura parecia depender
da escolarização
Em meados do século XX Apesar da alfabetização da população persistem grandes desigualdades Surge o conceito de literacia e a necessidade de se medir esta competência para se poder avaliar e lançar medidas para assegurar um domínio universal A partir do final do século XX Com a difusão das TIC, dos recursos digitais e da Internet a questão complexifica-se
A Leitura na era digital
Acesso à leitura e à informação No Século XXI Permanecem ainda assimetrias no acesso à leitura tanto em suporte impresso como em suporte digital devido a insuficiências 1.No acesso aos recursos
2.No domínio das linguagens (escrita e digital)
A escola não tem o mesmo efeito nos diferentes grupos sociais, nem nos diferentes indivíduos. Permanecem os problemas de literacia e não existe uma bola de cristal tecnológica para os resolver.
A Leitura na era digital
Avaliações de literacia com padrões internacionais de referência
PISA- Programme for International Student Assessment - OCDE
Avaliação de jovens de 15 anos, desde 2000
(intervalos de 3 anos)
PIRLS - Progress in International Reading Literacy Study - IEA *
Avaliação de crianças do 4º ano de escolaridade, desde 2001
(intervalos de 5 anos)
TIMSS - Trends in International Mathematics and Science Study - IEA *
Avaliação de alunos dos 4º, 8º e 12ºanos de escolaridade, desde 1995
(intervalos de 4 anos)
PIAAC - Programme for the International Assessment of Adult Competencies
- OCDE,
Avaliação de adultos entre os 16 e os 65 anos, desde 2008
(intervalos de 5 anos)
* International Association for the Evaluation of Educational Achievment
A Leitura na era digital
Competências avaliadas:
PISA - Literacia de leitura, de matemática e de ciências
A partir de 2009 alguns países participaram em testes para avaliar
competências no uso de computadores e da Internet para aprender
(Students on Line: Reading and Using Digital Information)
PIRLS – Literacia de leitura
TIMSS – Literacia de matemática (numeracia) e de ciência
PIAAC –Literacia de leitura, matemática
e
resolução de problemas em ambientes digitais
(Technology rich environments)
A Leitura na era digital
Investigação sobre o cérbero e a leitura sec XXI
Resultados:
• O cérebro nasce com estruturas que possibilitam a leitura, mas
requer ativação dos sistemas de forma continuada e repetitiva para
adquirir automatismos cognitivos que permitam descodificar e
atribuir sentido aos textos escritos • Identificaram-se fases sensíveis na formação de circuitos neuronais • A leitura e a escrita requer um processo longo e assistido de aprendizagem formal particularmente importante entre os 6 e os 12 anos • A tonalidade emocional (a motivação) é um fator decisivo porque permite ativar o interesse e a manter a atenção
A Leitura na era digital
Investigação sobre o cérbero na leitura digital: Resultados A leitura digital requer utilização de novos circuitos neuronais formados por um processo de aprendizagem mais ou menos informal • Suscita flexibilidade e atenção dispersiva • Exige rapidez de seleção perante avalanche de informação
multimodal Preocupação com o estilo de leituras feito na Internet: • Privilegia o “imediatismo”? • Enfraquece a capacidade de realizar leitura em profundidade?
Maryanne Wolf (2007) Proust and the Squid: The Story and Science of the Reading Brain
Leitura de livros Leitura digital
Fonte: Gary Small –UCLA 2008
Cérebro a ler um livro Cérebro a pesquisar na web Envolve áreas do cortex pré-frontal que permite avaliar informações e tomar decisões rápidas
A Leitura na era digital
A aprendizagem e o desenvolvimento da leitura requerem uma longa prática de:
• leitura orientada que induza
• leitura autónoma
para permitir aos leitores dominar várias competências:
– Descodificação + Compreensão de palavras, frases e textos – Aquisição de automatismos e fluência – Domínio de várias estratégias de leitura em suporte:
• impresso • digital
A Leitura na era digital
As TIC foram integradas em todos os domínios da
vida pessoal e social, estão a gerar profundas mudanças e
contribuem largamente para o desenvolvimento humano:
• Oferecem enormes possibilidades de acesso à informação e à formação
• Capacitam as pessoas para alargarem as suas escolhas na vida quotidiana
• Permitem novas formas de interação e comunicação
• Alargam as possibilidades de participação dos cidadãos na vida pública
A Leitura na era digital
As TIC contribuem para o desenvolvimento de múltiplos
domínios que estão na raiz do desenvolvimento humano
Ciência
Educação
Economia
Saúde
Justiça
Arte
[…]
Política
A atmosfera digital na sociedade
contemporânea e o acesso à informação
As TIC contribuem para melhorar
Relação entre o Estado e os Cidadãos- Agilização dos processos de tomada de decisão, canais mais rápidos e menos burocráticos de diálogo na interação
Serviços públicos - maior eficiência e transparência na administração pública.
A Leitura na era digital
A Leitura na era digital
No entanto
As TIC
• Suscitam novas clivagens entre indivíduos e grupos no acesso e benefício das novas tecnologias
• Geram formas de exclusão que se vão somar a outras desigualdades sociais
A Leitura na era digital
Fonte: International Comunication Union
Percentagem de Utilizadores de Internet
A Leitura na era digital
A Leitura na era digital
Para que as TIC possam e contribuir para o desenvolvimento humano são necessárias políticas públicas nacionais e internacionais que assegurem acesso universal.
Recomendações de organismos internacionais
• UE
• Nações Unidas
• OCDE
A Leitura na era digital
Programas da Comissão Europeia eEurope 2002 e eEurope 2005 Prioridades políticas comuns aos vários estados membros: • Serviços públicos modernos em linha; • Governo electrónico “(e-government”); • Serviços de aprendizagem electrónica (“e-learning”); • Serviços de telemedicina “(e- health”). • Ambiente dinâmico para os negócios electrónicos “(e-business”); • Infra-estrutura de informação segura; • Disponibilidade em massa de um acesso em banda larga a preços
concorrenciais; • Avaliação comparativa e a divulgação das boas práticas.
A Leitura na era digital
Estudos sobre acesso à informação digital Têm detetado disparidades no acesso a equipamentos e conteúdos digitais e à Internet (Digital Divide)
– Desigualdades entre: • Regiões do mundo • Países
• No interior dos países entre:
– Grupos sociais – Famílias – Grupos etários – Indivíduos
A Leitura na era digital
A Fratura Digital não é um problema meramente tecnológico • Não existe uma divisão entre 2 grupos:
– Info excluídos e info integrados; ricos e pobres
• Verificam-se gradações no acesso às TIC e no seu uso correspondentes a diferenciações etárias, económicas, sociais e culturais complexas:
– Diferente acesso a equipamentos e à Internet
– Diferente qualidade e frequência no uso
– Diferentes apetências e motivações
– Diferentes competências na compreensão, na utilização e na criação de conteúdos decorrentes de um problema antigo:
a literacia (dificuldades cumulativas?)
A Leitura na era digital
Papel da Educação Assegurar competência de leitura nos dois tipos de suporte: • impresso • digital O acesso à informação digital e requer uma orientação formal para assegurar o uso de estratégias adequadas :
– Procura de caminhos para obter informação – Identificação de questões nucleares para orientar a procura – Selecão de informação relevante – Avaliação crítica de utilidade e validade – Adequação da velocidade de processamento à natureza da
informação – Capacidade de síntese da informação disponibilizada em múltiplos formatos e originária de diferentes fontes – …
Estudos prospetivos
NMC* Horizon Reports > 2014
*New Media Consortium (centenas de universidades, centros de investigação, museus e
bibliotecas)Colaboração com: EU Direção-Gera da Educação e Cultura (DG EAC), Institute
for Prospective Technological Studies (JRC-IPTS)Inholland University, Qin AS e CellcoveLtd
http://cdn.nmc.org/media/2014-nmc-horizon-report-EU-EN.pdf
NMC* Horizon Report Europe >
2014 Schools Edition NMC* Horizon Report Europe >
2014 Higher Education
NMC* Horizon Report Europe >
2014 K-12
A Leitura na era digital
Estudos prospetivos NMC* Horizon Report Europe > 2014 Schools Edition
6 tendências
6 tecnologias emergentes
6 desafios
Estudos prospetivos
NMC* Horizon Report Europe > 2014 Schools Edition (1 de outubro 2014)
.
6 tendências Horizonte
Crescente ubiquidade das redes sociais
1 a 2 anos
Alterações no papel dos professores 1 a 2 anos
Maior papel dos recursos educativos abertos
3 a 5 anos
Uso crescente de formas híbridas de aprendizagem
3 a 5 anos
Evolução da aprendizagem online
> 5 anos
Aumento de aprendizagem e avaliação com bases de dados
> 5 anos
Estudos prospetivos
NMC* Horizon Report Europe > 2014 Schools Edition (1 de outubro 2014)
6 Tecnologias emergentes
Recurso a:
Horizonte
Cloud 1 ano
Tablet 1 ano
Jogos e uso de elementos de jogo (gamification) 2 a 3 anos
Telemóvel 2 a 3 anos
Ambientes pessoais de aprendizagem 4 a 5 anos
Laboratórios virtuais e remotos 4 a 5 anos
Estudos prospetivos
NMC* Horizon Report Europe > 2014 Schools Edition (1 de outubro 2014)
.
6 Desafios Nível
Integração das TIC na Formação de docentes ultrapassável
Fraca competência digital dos alunos ultrapassável
Aprendizagem “autêntica” difícil
Articulação entre aprendizagem formal e informal difícil
Estímulo do pensamento complexo e da capacidade
de comunicação
Mto problemático
Alunos co-autores das suas modalidades de
aprendizagem
Mto problemático
Medidas de política educativa
1.Aprofundar a investigação para integrar as mudanças
rápidas e profundas da atmosfera digital
2.Dotar todas as escolas com: – equipamentos (computadores, quadros interativos, tablets …) – recursos impressos (bibliotecas) – recursos digitais – (manuais digitais) – Internet
3. Formar docentes 4. Oferecer currículos abertos que assegurem:
– acesso à informação e à leitura nas suas diferentes dimensões – a aquisição de competências:
Literacias – leitura, matemática, científica
Literacia digital (alunos e docentes) – recurso a modalidades de ensino- aprendizagem que integrem
as novas práticas suscitadas pelas redes sociais